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CRF-SP - Clipping de Notícias
 

CLIPPING - 28/03/2016

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 
   

 

 

Remédios e competições esportivas

26/03/2016 - Folha de S.Paulo


Usar um medicamento para doping não é apenas falta de ética mas também é prejudicial à saúde. Essas substâncias são voltadas para o tratamento de doenças e não devem ser usadas por atletas saudáveis, recomenda a AMA (Agência Mundial Antidoping).

No caso da tenista Maria Sharapova, flagrada no uso de Meldonium, o doping trouxe também prejuízos financeiros a ela.

A justificativa de Sharapova foi a de que já vinha tomando Meldonium há dez anos. O laboratório que o produz recomenda seu emprego apenas por um período de quatro a seis semanas.

O Meldonium (Mildronate) é fabricado na Letônia, país que fez parte das repúblicas da União Soviética. Na Rússia o medicamento é indicado para isquemia do miocárdio mas nos EUA e em alguns países da Europa seu uso não foi aprovado.

Esse remédio aumenta o fluxo sanguíneo, aumentando capacidade de esforço dos atletas. A AMA proibiu seu uso por atletas apenas a partir de janeiro deste ano.

No organismo, o Meldonium muda a fonte de produção metabólica dos ácidos graxos para o metabolismo da glicose. A oxidação aeróbica da glicose consome menos oxigênio que a oxidação do ácido graxo e aumenta a geração de ATP (trifosfato de adenosina), um importante reservatório de energia da célula. Dessa forma, seu emprego por atletas melhora o rendimento nas competições.




‘Dez anos é prazo muito longo para a vacina contra zika’

27/03/2016 - O Estado de S.Paulo


Primeiro laboratório a desenvolver uma vacina contra a dengue, a empresa francesa Sanofi Pasteur quer aproveitar a experiência para sair na frente no processo de desenvolvimento de um produto contra o vírus zika. Chefe do programa de pesquisa e desenvolvimento da vacina contra dengue da companhia, Nicholas Jackson esteve recentemente no Brasil para definir detalhes sobre o processo. Em entrevista exclusiva ao Estado, ele revelou que os testes em animais devem começar até junho.

Temos a experiência de três vacinas contra flavivírus: febre amarela, encefalite japonesa e, agora, dengue. Podemos usar a força, a experiência e a infraestrutura acumuladas também contra o zika e nos colocar numa posição que possibilitaria um avanço muito rápido. Sobre o zika, provavelmente estamos olhando a ponta do iceberg. Existe um potencial de que ele cause sequelas mesmo em crianças sem sintomas. A microcefalia é muito fácil de ver, mas existe uma preocupação de que crianças que parecem saudáveis desenvolvam problemas neurológicos por causa do zika. Há uma grande necessidade de investigar cuidadosamente essa doença.

E quando os testes da vacina deverão ser iniciados?

Estamos em uma fase muito inicial da pesquisa e o próximo passo seria ter os estudos apropriados para animais, para certificar a segurança do produto. Esperamos iniciar os estudos em animais na primavera (do Hemisfério Norte, que vai de março a junho).

Pretendem pular algumas etapas do processo por causa dessa expertise em outras vacinas?

Temos de seguir todas as etapas, mas podemos fazer trabalhos em paralelo. Podemos usar a tecnologia da ChimeriVax (vacina contra encefalite japonesa) para trabalhar em uma vacina contra o zika.

Como será o caminho para o desenvolvimento da vacina?

Definimos um plano, que precisa ser avaliado pelas agências regulatórias porque, para avançarmos rápido, ele precisa ser agressivo. Olhando para os estudos pré-clínicos de segurança, será um esforço substancial com modelos animais e precisamos do engajamento das agências regulatórias e de especialistas para ter certeza de que nosso plano é robusto e nos permitirá ir de forma confiável para os estudos clínicos (com humanos). Considerando que a ChimeriVax foi testada em 15 mil indivíduos e a Dengvaxia (vacina contra a dengue), em 45 mil, temos 60 mil pessoas nas quais essa tecnologia foi atestada segura, isso é muito importante. A vacina contra o zika vai usar a mesma tecnologia da ChimeriVax.

Em quanto tempo poderíamos ter uma vacina contra o zika?

É muito cedo para dar datas precisas. O que posso dizer é que devemos ser capazes de cortar anos de um processo normal. O desenvolvimento de uma vacina pode levar dez anos, mas esse prazo é muito longo para o vírus zika em um contexto de emergência. O potencial dessa doença em devastar famílias e comunidades é muito real.

A Anvisa deu registro para a Dengvaxia no Brasil, mas especialistas criticam o fato de ela não ter alta eficácia contra todos os tipos de vírus da dengue...

Quando não há tratamento específico para a doença, quando há dificuldades de controlar o mosquito e ausência de qualquer outra vacina, o índice que temos, de 66% de eficácia, atende a uma grande necessidade de saúde. Temos evidências de que a vacina pode prevenir 80% das hospitalizações. Então não concordo que essa vacina não tenha potencial de atender às necessidades médicas. Em São Paulo, onde você teve um grande surto de dengue, as autoridades tiveram de usar tendas para atender às pessoas. Se você pode prevenir 80% dos casos de hospitalização, é um enorme ganho para a saúde pública.




Uma pílula para dois sexos?

27/03/2016 - O Estado de S.Paulo


Já imaginou uma pílula anticoncepcional sem hormônios, que pudesse ser tomada tanto por homens como por mulheres? Cientistas americanos estão investindo em uma linha de pesquisa inédita, que busca uma molécula capaz de bloquear o fornecimento de “combustível” para os espermatozoides, impedindo assim que eles tenham força para alcançar o óvulo.

A primeira etapa foi a identificação de uma proteína (ABHD2), que está envolvida com o fornecimento de energia para o espermatozoide se deslocar e penetrar no óvulo. O próximo passo é desenvolver uma droga que “trave” esse mecanismo, evitando a fertilização.

Para os pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Berkeley, essa nova substância, em teoria, poderia fazer o bloqueio de energia tanto no corpo masculino como no feminino, dividindo a responsabilidade da prevenção da gravidez de forma mais justa entre os dois sexos. O trabalho foi publicado na revista Science da última semana e noticiado pelo jornal Daily Mail.

Mais de 50 anos depois da primeira pílula anticoncepcional feminina, ainda não há no mercado um produto capaz do mesmo papel nos homens. Os métodos hoje disponíveis têm vias de administração complexas (injetáveis), podem interferir na libido (desejo) e, pior, comprometer a fertilidade de forma definitiva. Apesar dos avanços dos últimos anos, o homem hoje (além de usar a camisinha) tem um papel reduzido na contracepção.

Especialistas avaliam que a maior divisão de responsabilidade para evitar a gravidez indesejada poderia melhorar o relacionamento do casal.

De forma adicional, os pesquisadores sugerem que, além de criar uma molécula que bloqueia a proteína fornecedora de energia e impede a fertilização, também poderia ser desenvolvida uma outra droga que atuasse no sentido contrário, aumentando a ação da ABHD2 e, assim, potencializando a chance de filhos para casais com problemas de fertilidade. Agora é dar tempo para ver se essa linha de investigação consegue mesmo gerar bons resultados.

Contracepção X camisinha. E por falar em prevenção de gravidez, um novo estudo com 2.300 garotas adolescentes de 16 a 18 anos, feito pelo Centro de Controle de Doenças (CDC) dos EUA, mostrou que as jovens que usavam métodos de longa duração como DIU (dispositivo intrauterino) e implantes subcutâneos estavam 60% menos propensas a usar camisinha do que as que tomavam a pílula convencional.

Essas garotas também estavam mais predispostas a ter mais parceiros sexuais. Os resultados foram publicados no jornal médico Jama Pediatrics. Menos de 2% das garotas avaliadas usavam implante ou DIU, enquanto 22% tomavam pílulas. As demais usavam outros métodos (camisinha, injetáveis, coito interrompido) ou não se protegiam.

O uso de contracepção de longa duração pelas adolescentes é uma estratégia defendida por muitos especialistas como uma forma de garantir maior adesão e eficácia dos métodos, já que muitas garotas esquecem as pílulas e têm dificuldade em se comprometer com a prevenção de uma gravidez no longo prazo.

Esses métodos de longa duração podem ter um papel ainda mais importante em meninas mais vulneráveis, como as que têm famílias pouco estruturadas, vivem na rua ou usam drogas como o crack.

O trabalho do CDC mostra que além de fornecer os métodos mais duradouros, os profissionais e os serviços de saúde têm de conscientizar essas meninas sobre a importância de também usar camisinha e de se proteger contra as doenças transmitidas pelo sexo. Um grande desafio, que fica ainda maior justamente nas populações com maior vulnerabilidade social, familiar ou emocional.




Governo de SP vai pedir que ministério antecipe vacina no Estado.

28/03/2016 - Folha de S.Paulo


Diante dos surtos de gripe H1N1 quase dois meses antes do previsto, o governo paulista vai pedir nesta segunda feira (28) ao Ministério da Saúde a antecipação da vacinação contra o vírus influenza no Estado de São Paulo.

A informação é do secretário da Saúde, David Uip.

O Estado vive um aumento de casos de gripe e uma preocupação adicional com a sua forma mais grave, a SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), a única de notificação compulsória.

Até a semana passada, havia no Estado 191 casos de SRAG atribuídos ao vírus influenza em geral (157 ao H1N1), com 27 mortes —em dois meses, mais de metade dos casos registrados no ano passado inteiro.

A vacina já foi antecipada, com lotes do ano passado, na região noroeste do Estado, assim como ocorrerá com profissionais de saúde da capital.


VACINAS


Neste ano, dois tipos de vacina da influenza foram autorizados: a trivalente, que imuniza contra três tipos de vírus (dois A e um B), e a quadrivalente/tetravalente, que imuniza contra quatro tipos de vírus (os três da trivalente mais outro influenza do tipo B).

Em ambos os casos está inclusa a imunização contra o H1N1, que é o vírus influenza do tipo A e principal causador dos atuais surtos.

Na rede pública, apenas a vacina trivalente estará disponível no período de 30 abril a 20 de maio, isso se não ocorrer a antecipação.

Em algumas clínicas particulares já é possível encontrá-la. A quadrivalente deve chegar ao Brasil no dia 11 de abril, segundo o infectologista Celso Granato, professor da Unifesp(Universidade Federal de São Paulo). Nas clínicas particulares, essas vacinas custam em torno de R$ 100.

Segundo Granato, após tomar qualquer uma das duas imunizações, a pessoa só estará protegida contra a gripe após um período de três a quatro semanas.




Alta tecnologia tem queda maior

28/03/2016 - O Globo


Produção na indústria de alta intensidade tecnológica, que inclui informática e farmacêutica, desabou 19,8% em 2015, pior resultado desde o início dos anos 2000.

Mais do que a retração de 8,3% na produção, o declínio da atividade industrial brasileira em 2015 trouxe um dado ainda mais preocupante: pela primeira vez desde 2002, entre os diferentes setores da indústria de transformação, a queda foi mais acentuada nos segmentos com níveis de utilização de tecnologia mais elevados. Levantamento do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) mostra que as indústrias de alta intensidade tecnológica, categoria que inclui a de produtos farmacêuticos, informática, eletroeletrônicos, equipamentos de comunicação e de aparelhos médios e de precisão, apresentaram retração de 19,8%, um patamar de queda nunca registrado nos anos 2000.

Muito acima, portanto, da retração experimentada pela indústria de transformação (que não considera os setores de extração e produção mineral), cuja produção como um todo recuou 9,9% no ano passado. Também tiveram perdas acima da média as indústria de média - alta intensidade tecnológica (máquinas e equipamentos elétricos, automotiva, química e equipamentos mecânicos), cuja produção retraíu 16%, desempenho pior que o de 2009, quando a queda da atividade industrial foi puxada pelos efeitos da crise global sobre o crédito e a confiança dos consumidores brasileiros.

— Foi a primeira vez, desde 2002, que a alta tecnologia liderou a contração industrial no país. Isso marca uma ruptura no comportamento dessa indústria em relação à de transformação como um todo, pois, desde 2011, quando as dificuldades macroeconômicas começaram a fazer a produção industrial desacelerar, a alta tecnologia conseguia se manter menos pró - cíclica, sem variações negativas. Em 2015, tudo mudou — diz Rafael Cagnin, economistachefe do Iedi e autor do estudo.

Ele usa os dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), do IBGE, agregando os setores segundo classificação da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) para os diferentes níveis de utilização de tecnologia.

Todos os segmentos de alta intensidade tecnológica apresentaram forte retração, principalmente o de produtos de informática, que desabou 42,7%. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), a produção física do setor caiu 21% em 2015, sendo que só a área de eletrônica registrou retração de 30%.

Humberto Barbato, presidente da Abinee, observa que o forte declínio do setor no ano passado reflete uma combinação de acontecimentos, que vão do efeito sazonal da Copa do Mundo — que, em 2014, puxou as vendas de TV — ao fim do IPI menor para produtos da linha branca (micro- ondas, refrigeradores etc.). No ano passado, o agravamento da recessão econômica atingiu em cheio as vendas de smartphones e equipamentos de informática, que despencaram.

— Em nossa visão, isso se deveu à grande crise de confiança que se abateu em função da alta do desemprego, que leva as pessoas a deixarem de comprar bens duráveis ou a reduzirem o ritmo de substituição de celulares e tablets — afirma Barbato.

Ela lembra ainda que a queda de faturamento afeta também diretamente os investimentos do setor em pesquisa e desenvolvimento (P & D):

— As grandes empresas que estão aqui (no país), naturalmente, estão diminuindo os investimentos em P& D.

O resultado é que, para adequar a produção ao novo patamar de vendas, muitas empresas estão fechando unidades para cortar custos. A LG, por exemplo, demitiu os cerca de 700 empregados que tinha em Taubaté e transferiu toda a produção daquela unidade para sua fábrica de Manaus. A AOC, fabricante de monitores de vídeo, fez o mesmo: dispensou os 450 empregados da unidade que tinha em Jundiaí e passou a produzir somente em Manaus.

Na indústria farmacêutica, de acordo com o Iedi, a produção teve queda de 12,2%. Segundo o Sindusfarma, entidade que representa as empresas do setor, os números de atacado e varejo indicam que houve aumento de 7,36% no volume de medicamentos comercializados em 2015 — mas esse dado não distingue se o produto é importado ou não.

— A produção no Brasil ficou muito cara em 2015, por causa do custo da energia, que subiu 50,36%, e do câmbio (mais 47%). Por isso, os produtos de maior custo podem ter sido substituídos por importados, já que a mão de obra aqui é muito mais cara que lá fora — afirma Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindusfarma.


IEDI: SEM OTIMISMO À FRENTE


A alta do câmbio também levou a uma redução dos descontos que a indústria dá às farmácias. O preço maior dos medicamentos, consequentemente, afugenta o consumidor.

— A rentabilidade da indústria vem caindo muito rapidamente, o que traz muita preocupação, já que não se consegue repassar a alta de custos aos preços, que são controlados pelo governo. E a perda de margem já afeta os investimentos, e há cortes de pessoal nas áreas de promoção e marketing. Não nas fábricas, ainda — diz Musssolini.

Para Cagnin, do Iedi, as indefinições nos cenários político e econômico não trazem perspectivas positivas, mesmo com quedas menos acentuadas nos segmentos de média- baixa (borracha, plásticos, produtos refinados de petróleo, minerais não metálicos e produtos metálicos) e de baixa intensidade tecnológica (madeira, papel e celulose, alimentos e têxteis), de 7,8% e 5,2%, respectivamente, e com os ganhos de competitividade que o câmbio traz à produção industrial.

“Ainda que muitos setores venham a apresentar alguma estabilização de queda ao longo deste ano, depois das recentes perdas recordes, isso não será suficiente para justificar otimismo”, conclui o economista em sua análise.




Estado de São Paulo promove campanha contra gripe H1N1

28/03/2016 - DCI

A Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo iniciou, na semana passada, a vacinação contra o vírus influenza A H1N1, responsável pela Gripe Suína, nos 67 municípios da região de São José do Rio Preto que compreendem o Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE). A campanha de vacinação tem duração estipulada até o dia 8 de abril.

A campanha visa o grupo de risco definido pelo Ministério da Saúde, o mesmo de campanhas anteriores, que abrange idosos, gestantes, profissionais da saúde, puérperas, crianças de 6 meses a 4 anos e pessoas com doenças crônicas. A estimativa é de que esse grupo totalize 388,5 mil pessoas. Assim, a meta é de que 80%, 323,7 mil pessoas, seja vacinado.

Neste ano, até 14 de março, 191 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave, atribuídos ao vírus Influenza, foram notificados no Estado de São Paulo. Destes, 157 relacionados a Influenza A, com um total de 27 óbitos.

Anualmente a rede pública de saúde disponibiliza, através de campanhas, a vacina contra a gripe, que também protege contra o H1N1.




Principal remédio em falta

28/03/2016 - Correio Braziliense


Outro problema que explica o avanço da sífilis no território nacional é a falta de penicilina, medicamento de escolha para tratar a doença, já que não existe relato de resistência a esse antibiótico pela população. Segundo o Ministério da Saúde (MS), há uma indisponibilidade do medicamento no mercado mundial. O problema do desabastecimento de todos os tipos de penicilina e seus derivados é global e deve-se à falta da matéria-prima, que é produzida apenas na China e na Índia. O levantamento mais atualizado do MS, que data de 28 de janeiro deste ano, mostra que 60,6% dos estados brasileiros relataram desabastecimento de penicilina benzatina e 100% da penicilina cristalina.

Nas fases primária e secundária da sífilis, quando o risco de contágio é maior, a penicilina benzatina é o tratamento de escolha. Recomenda-se a cristalina para combater a congênita e a doença em fases avançadas. O ministério afirma ter fechado, neste mês, a compra de 2,7 milhões de frascos de penicilina benzatina para abastecer emergencialmente as unidades da Federação. O investimento é de aproximadamente R$ 2,6 milhões. O infectologista Juvêncio Furtado ressalta que a penicilina é um medicamento barato e o exame de sífilis também tem custo baixo. Estamos diante de uma doença com remédio efetivo e diagnóstico barato e ainda continuamos a ter casos de sífilis congênita no Brasil, lamenta. A sífilis não é uma doença para amadores. Toda a população merece atenção de diagnóstico.

Na opinião do médico, a falta da substância se prolongou demais no país e o estoque ainda não foi restabelecido. Existem tratamentos alternativos, com outros antibióticos, mas há resistência estabelecida a essas drogas e o tratamento fica comprometido, reforça. No caso da sífilis na gestação, o obstetra Inessa Beraldo reforça que não tem outra medicação de escolha além da penicilina.




Era o que faltava: A gripe suína

28/03/2016 - Época


Nas últimas semanas do verão, os prontos-socorros da capital e do interior de São Paulo começaram a receber um tipo de paciente que só era esperado a partir de maio. Um fluxo constante de pessoas com febre persistente acima de 38,5 graus, dores no corpo, cabeça latejando - sem que a dengue pudesse ser responsabilizada. O movimento atípico disparou o alerta: os vírus influenza, causadores da gripe, chegaram mais cedo ao Brasil. Em especial, o A (H1N1), popularmente chamado de vírus da gripe suína, responsável pela grande pandemia de 2009.

De janeiro a março de 2016, o Brasil registrou 225 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) provocada pelos diferentes tipos de influenza. Ela é caracterizada por falta de ar e outras complicações que exigem internação e podem matar. Em 188 dessas ocorrências, a presença do vírus A (H1N1) foi confirmada. Ele matou 30 pessoas. Em menos de três meses, o número de casos supera o total do ano inteiro de 2015 - quando ocorreram 141 registros e 36 óbitos. Até agora, o Estado de São Paulo é o mais atingido: 157 casos e 23 mortes (leia no quadro ao lado). As estatísticas não são um retrato fiel do que ocorre nos corredores dos hospitais porque as instituições são obrigadas a notificar apenas os casos graves. Nos últimos três meses, milhares de brasileiros devem ter sido infectados pelo vírus. Todas as formas de gripe podem se tornar graves. O H1N1 causa mais preocupação porque, além de idosos e crianças, costuma vitimar outros grupos grávidas, os jovens, os diabéticos e os obesos.

"Estamos vendo o início de uma epidemia fora de época e ainda não sabemos a razão disso", diz o infectologista Esper Kallás, do Hospital Sírio-Libanês,em São Paulo. É possível que o vírus tenha sido reintroduzido no país por viajantes que vieram de regiões onde ele é endêmico (como a Europa ou os Estados Unidos). "Se eu estivesse numa cadeira no Executivo, tentaria apressar a vacina", afirma. Nesses momentos em que a natureza subverte o planejamento, a capacidade de reação dos governos é colocada à prova. Mais uma vez, ela parece limitada. "Gostaríamos de antecipar a vacinação, mas o produto ainda não está disponível. Existe um impeditivo tecnológico", afirma Cláudio Maierovitch, diretor de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde. A composição da vacina contra a gripe é atualizada a cada ano pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de acordo com as mutações sofridas pelos vírus. Em setembro, a OMS divulga a formulação das doses do inverno seguinte e os fabricantes começam uma corrida contra o tempo. A campanha de vacinação do Ministério da Saúde começará apenas no dia 30 de abril. Somente os idosos; as crianças de 6 meses a 4 anos; as grávidas e as mulheres no pós-parto; os doentes crônicos e os profissionais de saúde podem receber a vacina no Sistema Único de Saúde (SUS). O avanço da doença tem provocado uma corrida às clínicas particulares de imunização, em São Paulo. As principais informam que a vacina tetravalente (que protege contra duas cepas do vírus A e duas do vírus B) só estará disponível em abril. O antiviral Tamiflu, usado no tratamento da gripe H1N1, já está em falta em algumas farmácias. Na semana passada, uma campanha de vacinação extra começou em 67 municípios da região de São José do Rio Preto, que concentra o maior número de casos no Estado de São Paulo. A vacina adotada pela Secretaria Estadual de Saúde é a do ano passado. Protege contra o H1N1, o H3N2 e uma cepa do vírus B. É a única disponível. "Espero que dê certo, mas ela demora cerca de 30 dias para produzir imunidade", diz Maierovitch. Quem receber a dose do ano passado precisa tomar também a versão deste ano, quando for oferecida. Enquanto isso, é provável que a epidemia continue a crescer e a expor as limitações da assistência à saúde.

 

 

 
 

Técnica menos invasiva detecta tumor infantil

27/03/2016 - O Estado de S.Paulo


Um grupo de cientistas do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) está introduzindo no Brasil uma técnica inovadora, desenvolvida nos Estados Unidos, para detectar células cerebrais com câncer durante cirurgias.

O método, que usa um espectrômetro de massas para fazer o diagnóstico molecular do câncer, será aplicado em um hospital de Campinas para detectar as células cancerosas durante cirurgias no cérebro de crianças.

“A técnica deverá aumentar a precisão nas cirurgias e reduzir o risco de mortes e sequelas, além de acelerar o processo de recuperação dos pacientes”, disse Marcos Eberlin, do Laboratório ThoMSon de Espectrometria de Massas, da Unicamp.

O procedimento convencional para operar câncer no cérebro consiste em retirar amostras de tecido (biópsia) e analisar sua morfologia no microscópio, para verificar se há tumor. “Mas, muitas vezes, a forma e aparência do tecido geram dúvidas, o que em geral leva o cirurgião a remover fragmentos que não precisavam ser retirados.”

Com a nova técnica, o tecido colhido na biópsia é analisado em um espectrômetro de massas, identificando quimicamente as células cancerosas. Esse diagnóstico molecular funciona como um “escaneamento químico”. “Passando uma sonda sobre os fragmentos de tecido, obtemos na tela do computador uma imagem colorida que mostra com nitidez a superfície exata a ser removida.”


APLICAÇÃO


Os pesquisadores testaram a técnica no Centro Infantil Boldrini, de Campinas, e conseguiram classificar e mapear tumores cerebrais em amostras de tecidos de crianças e adolescentes. Depois de verificar o sucesso da técnica, o centro adquiriu um espectrômetro de massas que será usado para o diagnóstico molecular em tempo real durante as cirurgias.

A nova técnica começou a ser elaborada há quatro anos, quando a filha de Eberlin, a química Lívia Eberlin, fazia seu doutorado na Universidade de Purdue, nos Estados Unidos, no laboratório de Graham Cooks, considerado um dos maiores especialistas do mundo em espectrometria de massas. A pesquisadora testou o método pela primeira vez em um laboratório da Escola de Medicina da Universidade Harvard.

“Ela foi a primeira pessoa a levar um espectrômetro de massas para dentro de uma sala de cirurgia”, disse Eberlin.

Segundo o cientista, o espectrômetro de massas que será adquirido para o Centro Infantil Boldrini será comprado com recursos do Ministério da Saúde. “Não estamos descartando o patologista. Não é o químico que faz o diagnóstico. Só estamos dando a eles uma nova ferramenta”, afirmou Eberlin.




ANS estende direção fiscal na Unimed- Rio por mais um ano

25/03/2016 - O Globo


O regime de direção fiscal imposto pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) sobre a Unimed- Rio deveria terminar no fim deste mês, quando completa um ano, mas será estendido por pelo menos mais 12 meses. Pelo sistema, as finanças da operadora são acompanhadas de perto pela agência reguladora. De acordo com a ANS, a medida foi adotada devido a “anormalidades administrativas e econômico - financeiras graves que colocam em risco a continuidade do atendimento à saúde” e houve necessidade de mais tempo para concluir os relatórios. A agência não revelou mais informações sobre a situação da empresa, argumentando que são dados sigilosos, protegidos por lei.


ESPECIALISTA NÃO VÊ MELHORA


Na vigência da direção fiscal, um representante da agência fica na empresa para acompanhar e apoiar a solução dos problemas financeiros, sem que a administração da operadora perca seu poder de gestão. Os serviços aos consumidores têm de ser prestados normalmente, e os contratos devem ser integralmente mantidos, inclusive quanto à qualidade e quantidade da rede credenciada, que tem cerca de 1,1 milhão de pessoas.

A advogada Renata Vilhena, especialista na área de saúde, não acredita em uma melhora da Unimed - Rio após a direção fiscal e diz faltar transparência da ANS na condução do processo:

— Na Unimed Paulistana, houve direção fiscal durante anos e não ajudou em nada. Aliás, nenhum plano em que a ANS fez intervenção se recuperou. A Unimed está tendo cada vez mais problemas, como autorização de procedimentos e descredenciando muitos hospitais. Não há motivos para esse sigilo da ANS, pelo contrário, ela deveria prestar esse serviço para a população e, principalmente, para os clientes do plano, que tanto precisam de um atendimento melhor.

Para a ANS, porém, é incorreto comparar as direções fiscais em diferentes empresas, porque cada uma tem uma condição própria, com patrimônio, capacidade de atendimento e carteira de beneficiários diferentes. A agência destaca, ainda, que 30% das operadoras que entram em direção fiscal conseguem voltar a funcionar normalmente.

A Unimed - Rio ressalta que a extensão do regime de direção fiscal não trará qualquer alteração no atendimento aos clientes. Segundo a cooperativa, o processo está sendo benéfico e tratado como “um mecanismo de revisão das políticas de gestão de custos e práticas contábeis, de forma a desenvolver o modelo de gestão da cooperativa, seguindo as premissas de respeito e transparência que sempre pautaram a conduta da empresa”.




Evento reúne especialistas para debater diagnóstico de tumor no pulmão

27/03/2016 - O Globo


Mais de 24 mil pessoas morrem de câncer no pulmão todos os anos no país, que também registra, anualmente, cerca de 28 mil novos casos da doença. De acordo com o oncologista Carlos Gil Ferreira, especialista nesse tipo de tumor, o grande gargalo nacional é o diagnóstico, feito muitas vezes de forma tardia, quando não se pode mais impedir o pior. Para discutir isso, na próxima sexta-feira e sábado, o Rio vai sediar o I Simpósio de Diagnóstico em Câncer de Pulmão, com especialistas brasileiros e estrangeiros, no Centro de Convenções do Prodigy Hotel, junto ao Aeroporto Santos Dumont.

— O país tem dificuldades tecnológicas, econômicas, de treinamento de médicos… E apesar de todo o esforço para reduzir o tabagismo, ainda falta conscientização sobre o câncer no pulmão. Precisamos gerar dados, realizar pesquisas para influenciar os gestores públicos a estimular o diagnóstico precoce e o tratamento correto — explica o médico. — Vamos discutir isso tudo no evento. A incidência da doença é alta, o custo de tratamento é caro.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), entre os 28 mil novos pacientes com a doença a cada ano, mais de 17 mil são homens. Segundo Carlos Gil, 80% dos diagnósticos de câncer no pulmão são explicados pelo uso de cigarro ao longo da vida.

Os adolescentes estão entre os mais vulneráveis à indústria do cigarro. O médico cita pesquisas recentes dando conta de que, enquanto o universo geral de fumantes vem diminuindo no mundo, o número de adolescentes aderindo ao hábito prejudicial está aumentando. Para especialistas, o poder público precisa realizar mais campanhas voltadas para essa faixa etária.


PESQUISA MOSTRA IGNORÂNCIA


Esse tipo de tumor é o que mais provoca mortes no mundo. São mais de 1,59 milhão por ano (mais do que cólon, mama e próstata juntos, que somam algo em torno de 1,52 milhão). Mas, apesar do impacto, ainda há pouco investimento e muita ignorância sobre a doença. Segundo pesquisa apresentada ano passado pela Fundação Bonnie J. Addario para Câncer de Pulmão, dos EUA, 85% das cerca de dez mil pessoas ouvidas em dez países sabem pouco ou nada sobre este tipo de câncer, e 80% dos diagnosticados acreditam ter culpa pelo desenvolvimento da doença.

— Cerca de 20% dos doentes não são nem nunca foram fumantes. Não se sabe se as causas de seus tumores são ambientais, hormonais ou genéticas — diz Carlos Gil.




Mercado Aberto: Disputa no Nordeste

28/03/2016 - Folha de S.Paulo


A rede de farmácias Pague Menos vai investir R$ 100 milhões neste ano em 120 novas unidades no país.

A empresa, cujos principais mercados são Ceará e Pernambuco, está atenta à investida de concorrentes, como o grupo DPSP e a Drogasil, na região Nordeste.

A rede abrirá um novo centro de distribuição na Bahia, de R$ 6 milhões, e vai ampliar as unidades de 83 para 100.

"A líder do Estado, que é a rede Sant'Ana, não está em uma boa situação. A ideia é ganhar essa fatia", diz o presidente, Mário Queirós.

A concorrência deve afetar os negócios em um primeiro momento, segundo Deusmar de Queirós, presidente do conselho da rede. "Mas isso não nos preocupa, há espaço no mercado", diz.

846 é o atual número de unidades

R$ 4,97 BILHÕES foi o faturamento em 2015

 
 

Zika chegou ao país em 2013, e pode ter sido na Copa das Confederações

25/03/2016 - Folha de S.Paulo


O primeiro paciente infectado pelo vírus da zika no Brasil foi oficialmente identificadoemmaiode2015, mas um estudo feito por mais de meia centena de pesquisadores — a maioria deles brasileiros — demonstrou que o primeiro caso no país surgiu bem antes, entre maio e dezembro de 2013.

O artigo com o resultado foi publicado nesta quinta (24) pela prestigiosa revista científica “Science”.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram o material genético de vírus de sete pacientes diferentes (veja infográfico).

O trabalho foi realizado por uma equipe internacional, liderada pelos pesquisadores do Instituto Evandro Chagas, de Ananindeua (PA) —Nuno Rodrigues Faria, Marcio R. T.

Nunes e Pedro Fernando da Costa Vasconcelos—e por Oliver G. Pyvus, da Universidade Oxford, Reino Unido. Também participaram cientistas de outras instituições do Brasil, dos EUA e do Canadá.

A rápida difusão do vírus no país foi uma surpresa, diz Vasconcelos. “Nós pensávamos que o vírus teria entrado no Brasil em 2014, possivelmente durante a Copa do Mundo. Mas as análises evolutivas e filogeográficas mostraram que ele foi introduzido mais de um ano antes do primeiro diagnóstico oficial”, diz o pesquisador.

“Isso aconteceu por conta das epidemias simultâneas de dengue e chikungunya no Brasil, arboviroses que têm quadro clínico muito parecido com o zika. Além disso, cerca de 80% das infecções são assintomáticas. Esses dois fatores contribuíram para a dispersão silenciosa do zika no Brasil”, afirma ele.

Os autores também afirmam que o vírus que circula no país foi importado da Polinésia Francesa, após compararem os resultados com amostras de vírus de outras regiões infectadas.

Além da semelhança dos genomas dos diferentes vírus, há um dado adicional apoiando a conexão com a Polinésia Francesa: o período teve um número significativamente maior de viajantes entre o Brasil e essas ilhas no oceano Pacífico.

A origem via Pacífico é particularmente curiosa, pois haveria uma opção Atlântica igualmente viável ou até mais provável. O vírus foi primeiro identificadoem1947nafloresta de Zika, em Uganda, África. Depois, foi introduzido na Ásia e Oceania. Faria mais sentido que chegasse ao Brasil via África, de onde chegam bem mais viajantes do que da Polinésia.

Mas eventos recentes, notadamente esportivos, aumentaram a vinda de viajantes no Brasil, incluindo bom número adicional do Pacífico, que devem ter introduzido aqui sua versão do vírus.

Um artigo científico assinado no ano passado por pesquisadores da Polinésia Francesa sugeria que o zika teria aportado no Rio de Janeiro com participantes do Va’a World Sprint, campeonato mundial de canoagem realizado em agosto de 2014.

A nova data fez os cientistas levantarem a hipótese de que o vírus tenha entrado via Copa das Confederações, que ocorreu em 2013 e incluiu uma seleção do Taiti, na Polinésia Francesa. A seleção taitiana jogou em Recife, perto do epicentro da epidemia brasileira. Mas não há como provar isso conclusivamente.

Os pesquisadores encontraram ainda algumas diferenças entre os vírus de diferentes regiões do país, como São Paulo, Pará ou Maranhão.

“As diferenças entre os vírus estão relacionadas com o fato de que o vírus da zika, tal como todos os outros vírus da mesma família, evolui rapidamente. A velocidade de mutação do zika no Brasil é portanto típica e semelhante a velocidade de mutação, por exemplo, do vírus da dengue”, diz Faria.

Por causa da urgência em lidar com a epidemia, o esforço de pesquisa envolveu mais de cinquenta cientistas de quatro países.

“Quando estamos perante uma epidemia ‘explosiva’ — nas palavras da diretora da OMS —, precisamos de um conjunto de pesquisadores que trabalhem com objetivos bem definidos para entregar resultados o mais rapidamente possível. Importante também ressaltar que o trabalho é multidisciplinar e inclui várias especialistas em áreas distintas”, acrescenta Faria.




EUA pedem que casais com zika adiem gravidez

26/03/2016 - Folha de S.Paulo


Governos têm optado pela precaução ao recomendar que casais adiem planos de engravidar. O CdC (Centro de Controle e Prevenção de doenças) dos EUA publicou nesta sexta(25) diretrizes com recomendações sobre quanto tempo homens e mulheres diagnosticados com o vírus da zika devem esperar para ter filhos.

De acordo com o texto, mulheres com zika devem aguardar pelo menos oito semanas após o aparecimento dos sintomas antes de tentar engravidar. Já os homens devem esperar ao menos seis meses.

Pessoas de ambos os sexos que podem ter sido expostas ao vírus devem esperar ao menos oito semanas para conceber, mesmo sem um diagnóstico confirmado da doença.

As recomendações são baseadas em informações ainda bastante limitadas sobre a duração do vírus no sangue e no sêmen.

A ligação entre o vírus da zika e a microcefalia ainda não foi provada, mas há cada vez mais evidências sugerindo uma relação entre os dois.

Segundo o CdC, profissionais de saúde devem encorajar casais que moram ou estiveram em áreas de transmissão ativa do vírus a adiar a gravidez por motivo de precaução.

No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou nesta terça-feira (22) uma resolução que determina a realização de testes de zika em clínicas de reprodução assistida no país.

Pela norma, doadores de sêmen ou óvulos e casais que buscam a fertilização in vitro devem passar pelo teste.

Segundo estudo publicado na revista médica inglesa“ Lancet” em março, a microcefalia atingiria cerca de 1% das grávidas infectadas pelo vírus da zika.

O estudo usou como base o surto de zika que acometeu a Polinésia Francesa entre outubro de 2013 e abril de 2014.




Médico reprovado em 'provão' terá cursinho de graça

26/03/2016 - Folha de S.Paulo


Quase 80% não sabem interpretar um exame laboratorial de insuficiência renal. Dois terços erram nos tratamentos de asma em crianças e do tipo mais frequente de infarto em adultos. Mais da metade não sabe reconhecer um caso de hipertireoidismo.

Quase metade dos recém-formados em escolas médicas paulistas reprovados no exame do Cremesp (Conselho Regional de Medicina de SP), por errarem questões básicas como os exemplos acima, terão uma "segunda chance" de melhorar o seu desempenho profissional.

A partir da próxima semana, o Cremesp, em parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein, oferecerá cursos on-line gratuitos aos formandos de medicina que não foram aprovados no "provão" do conselho.

Segundo Braulio Luna Filho, presidente do Cremesp, o conteúdo dos cursos levou em conta temas e áreas em que os egressos apresentaram mais dificuldade, como clínica médica (51% de acertos), saúde pública (53%), pediatria (62%) e ginecologia e obstetrícia (68%).

"É o que podemos fazer para aqueles que foram muito mal, que acertaram 20%, 30% das provas", diz Luna Filho. Por força de lei, o Cremesp não pode impedir que esses médicos ingressem no mercado de trabalho.

Para ele, a oferta do curso é uma tentativa de proteger a população de "um indivíduo que não tem condições de exercer a profissão". "As escolas médicas formam mal e lavam as mãos", afirma.

De 2.726 formandos que participaram do exame do ano passado, 48% não alcançaram a nota mínima. Ou seja, acertaram menos de 60% das 120 questões da prova, índice que o Cremesp considera mínimo para a aprovação.

Entre os formados em faculdades públicas paulistas, a reprovação foi de 26%. Já entre os cursos de medicina privados, esse índice sobe para 59%.

Para terem acesso ao reforço de graça, os egressos reprovados receberão cupons individuais (e intransferíveis) que dão direito aos cursos do Portal Educação do Cremesp, e serão acompanhados para avaliar se superaram dificuldades em temas específicos.


CRITÉRIO EM USO


Todo conteúdo foi elaborado pelo hospital Albert Einstein, que já adota a prova do Cremesp como condição para a contratação de novos médicos.

Várias instituições de ensino paulistas também passaram a considerar a participação do egresso no exame como critério de seleção em programas de residência médica.

As secretarias estadual e municipal de Saúde de São Paulo, por sua vez, começaram a exigir a inscrição no exame em concursos para seleção de médicos.

O mesmo também passou a ser utilizado no credenciamento de jovens médicos por diversas operadoras de planos de saúde atuantes no Estado de São Paulo.

O curso on-line voltado aos reprovados do "provão" integra um novo portal do Cremesp voltado à atualização e revisão continuada da medicina, com aulas e palestras e de cursos à distância desenvolvidos em parceria com outras instituições.

Mas apenas os médicos reprovados é que terão acesso gratuito aos cursos.




Governo deveria dar educação sexual na campanha de zika

26/03/2016 - Folha de S.Paulo


As campanhas de combate ao mosquito Aedes aegypti contra a propagação do vírus da zika devem incluir educação sexual e prevenção à gravidez indesejada. Essa é a avaliação da professora argentina Andrea Gamarnik, 51, chefe do laboratório de Virologia Molecular da Fundação Instituto Leloir, em Buenos Aires, e pesquisadora do Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas, órgão ligado ao Ministério de Ciência da Argentina.

"Recomendar às mulheres que não fiquem grávidas é uma mensagem vazia", afirma Gamarnik. "Se a maioria das vítimas do vírus da zika vive em lugares onde há pobreza e poucos recursos, creio que seja importante investir esforços em educação sexual e em programas para evitar a gravidez indesejada."

A cientista dedica-se a escrutinar a dengue, concentrando-se na maneira como o vírus infecta as células e se multiplica. Graças aos resultados de sua pesquisa, empresas como a Roché e a Novartis desenvolvem vacinas e antivirais, em fase de testes.

A importância do trabalho de Gamarnik foi reconhecida pelo programa L'Oréal - Unesco Para as Mulheres na Ciência, que premia cientistas do mundo todo.

Neste ano, foram celebradas cinco responsáveis por análises no campo genético e no controle de propagação dos vírus HIV, da gripe aviária e da dengue. Como representante da América do Sul, Gamarnik lembrou que, ainda hoje, há diferença de gênero na profissão, com 80% dos postos de comando ocupados por homens.

Gamarnik falou à Folha sobre o zika, o pior surto de dengue da região e o machismo em sua área de atuação em Paris, onde ocorreu a cerimônia de premiação, na última quinta (24). Confira trechos da entrevista.


VÍRUS DA DENGUE


Há 15 anos tentamos entender como o vírus da dengue se replica. Estudamos o modo como ele infecta as células, se multiplica e a maneira pela qual ele passa do mosquito para o ser humano.

A primeira descoberta importante que fizemos foi de como o vírus passa de uma molécula de material genético para milhares de vírus. Desvendamos o mecanismo molecular pelo qual ele se multiplica. Essa estrutura se aplica a toda a família dos flavivírus, entre eles, muitos patógenos humanos, como o vírus da zika e a febre amarela.

O vírus da dengue é uma partícula muito sensível. Tem uma só molécula de RNA, protegida por uma membrana. Quando o vírus infecta uma célula, ele incorpora o material genético ali dentro, seja ela a do mosquito ou a de um humano. Depois, ele tem de multiplicar essa matéria para gerar muitos vírus. Nós descobrimos como uma proteína é capaz de reconhecer essa molécula e copiá-la.


CAUSAS DO SURTO

A dengue infecta 390 milhões de pessoas por ano no mundo todo, e hoje vivemos uma das piores epidemias de todos os tempos. Havia dois países da América Latina livres da doença, o Uruguai e o Chile, que agora também têm casos. Isso foi provocado por um somatório de fatores, como as mudanças climáticas, a adaptação do mosquito e a falta de água potável, que leva as pessoas a juntarem água.

A urbanização desorganizada está associada ao aumento da população de Aedes aegypti, bem como a pobreza.


VACINA CONTRA A DENGUE


As informações que produzimos têm sido usadas para criar antivirais e também vacinas. Temos relacionamento com laboratórios do Brasil, dos EUA, da Europa, e temos desenvolvido ferramentas com empresas de biotecnologia para a busca de antivirais.


ZIKA X DENGUE


São dois vírus com características muito parecidas no que diz respeito à biologia e à forma de transmissão.

Mas pode ser que o zika seja transmitido por outras vias que não somente o mosquito, e isso é muito diferente da dengue. Se for confirmado que o zika é transmitido sexualmente, e se for ele também a causa de malformação nos fetos, isso coloca as mulheres numa situação de alta vulnerabilidade.


TRANSMISSÃO SEXUAL DO ZIKA


Na minha opinião, iniciar uma campanha para as mulheres não engravidarem é uma mensagem vazia. Se a maioria das mulheres vítimas do vírus do zika vive em lugares onde há poucos recursos e, às vezes, ficam grávidas sem desejar, dizer que não fiquem é quase uma falta de respeito.

Acredito que os governos deveriam investir esforços em educação sexual, algo fundamental para evitar uma gravidez inesperada.


PREVENÇÃO DE EPIDEMIAS


Há muitos vírus que são selváticos, estão entre os mosquitos, nas florestas, e não entre os humanos ainda. Os cientistas deveriam se focar em como os vírus evoluem e como essas viroses funcionam na natureza para serem capazes de preveni-las.


MULHERES NA CIÊNCIA


Ainda hoje, há discriminação contra as mulheres e diferenças de gênero no desenvolvimento dentro da carreira científica. Quando fazia meu PhD, em Buenos Aires, nos anos 1980, escolhi um laboratório para estudar. Soube depois que ele não aceitava estudantes mulheres. Apenas após um ano e meio ele me aceitou.

Em diferentes situações sou a única mulher presente. Esse prêmio nos faz questionar por que há 80% de homens em altos postos na ciência.




Mosquitos transmitem 37 vírus no País; mais 3 doenças já registram surtos locais

27/03/2016 - O Estado de S.Paulo


Após o vírus zika surpreender o País e o mundo com sua rápida disseminação e possível associação com a microcefalia, especialistas brasileiros alertam para os riscos de outras doenças transmitidas por mosquitos, as chamadas arboviroses. Nas últimas três décadas, dobrou o número de arbovírus catalogados no Brasil. Segundo registros do Instituto Evandro Chagas, órgão referência em medicina tropical e vinculado ao Ministério da Saúde, já circulam no território nacional 210 arbovírus, ante 95 na década de 1980. Pelo menos 37 são capazes de provocar doenças em humanos e três deles chamam a atenção por já terem causado pequenos surtos em áreas urbanas.

Uma delas é a febre do Mayaro, doença com sintomas parecidos com os da chikungunya e transmitida por mosquitos do gênero Haemagogus, mesmo vetor da febre amarela silvestre. A arbovirose já foi registrada em vários Estados do Norte e Centro-Oeste. Os mais recentes dados epidemiológicos disponíveis no site do Ministério da Saúde mostram que, entre dezembro de 2014 e junho de 2015, foram 197 notificações distribuídas por nove Estados brasileiros. Não há registros de mortes provocadas pela doença, mas, assim como na chikungunya, os infectados podem permanecer com dores articulares por semanas ou meses.

Caracterizada por quadros febris altos e dores intensas de cabeça, a febre do Oropouche é outra arbovirose que já causa surtos localizados, sobretudo em Estados da região amazônica, até mesmo em bairros de capitais como Manaus e Belém. Transmitida por um mosquito conhecido como maruim, do gênero Culicoides, a doença já foi notificada nas últimas décadas em todas as regiões brasileiras, com exceção do Sul, e também não costuma levar à morte.

Há ainda a encefalite de Saint Louis, doença transmitida principalmente por mosquitos silvestres do gênero Culex – o mesmo do pernilongo comum –, que pode causar comprometimento neurológico e já foi responsável por um surto em São José do Rio Preto, no interior paulista, em 2006.

De acordo com o virologista Pedro Fernando da Costa Vasconcelos, diretor do Instituto Evandro Chagas e pesquisador participante do grupo que catalogou boa parte dos arbovírus no País, embora essas três doenças sejam transmitidas principalmente por insetos silvestres de diferentes gêneros (mais informações nesta página), há experimentos científicos que já indicam que mosquitos Aedes também teriam capacidade de transmiti-las.

“No caso da febre do Oropouche, por exemplo, o Aedes nunca foi encontrado infectado na natureza, mas um estudo experimental em laboratório mostrou que ele pode ser vetor dessa doença e que seria um bom transmissor”, afirma o especialista.


RISCOS


Segundo Vasconcelos, o fato de os três vírus estarem presentes no Brasil há mais de 60 anos – eles foram isolados entre as décadas de 1950 e 1960 – sem terem causado epidemias de alcance nacional não permite dizer que nunca farão estragos. “Eu não quero ser pessimista, mas o zika passou 60 anos no mundo sem causar nenhum problema e vimos o que aconteceu (foi descoberto em 1947 na África). Não dá para dizer que esses três vírus não provocarão nenhum problema por já estarem no Brasil. Pode ser que nunca causem, mas é bom não duvidar”, diz o diretor do Instituto Evandro Chagas, que cobra mais pesquisas na área.

“Dos 210 arbovírus catalogados no Brasil, há esses 37 que já comprovamos que causam doença em humanos, mas, do restante, a maioria a gente desconhece completamente”, diz.

Para o especialista, a diversidade de vírus transmitidos por mosquitos reforça a importância de combate aos criadouros. “O desenvolvimento de vacinas deve ser feito, mas acredito que o controle vetorial é mais importante hoje”, defende.




Tipo de linfoma responde melhor a tratamento

25/03/2016 - Folha de S.Paulo


Linfomas são tumores das células de defesa, os linfócitos, que podem ser do tipo T, B ou NK. O câncer de Pezão —linfoma não-Hodgkin tipo T — é menos frequente e tende a ser mais grave que o tipo B, segundo Phillip Scheinberg, chefe de hematologia clínica do centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes (Beneficência Portuguesa).

A doença geralmente começa nos gânglios, mas pode ter envolvimento ósseo e em outras partes do corpo, o que também sugere comportamento mais agressivo.

Por outro lado, o fato de ser ALK positivo(ou seja, expressar a proteína ALK) é um dado favorável, já que esse tipo de linfoma responde melhor e de forma mais duradoura ao tratamento.

“Os outros tipos de linfoma não-Hodgkin tipo T não costumam responder bem à quimioterapia e requerem transplante autólogo [com células-tronco do próprio paciente] como terapia subsequente, para que a doença não volte. O fato de ser ALK positivo muda a conduta e favorece o prognóstico”, afirma Scheinberg.




Luta constante contra o Aedes

28/03/2016 - Folha de S.Paulo


O Aedes aegypti, o vetor do vírus da zika, provavelmente chegou ao Novo Mundo nos primeiros navios negreiros. O mosquito vem se desenvolvendo bem, desde então, nas partes mais quentes do hemisfério ocidental. Essencialmente, ele cresce e aparece em comunidades humanas, mas não nos ecossistemas naturais.

Essa espécie é um vetor ideal de doenças, pois a fêmea geralmente pica cinco ou seis pessoas até completar sua refeição de sangue. Apenas os mosquitos fêmeas se alimentam de sangue, do qual obtêm a proteína para a produção de seus ovos. Os machos fracotes se alimentam apenas de sumos vegetais.

Foi apenas em 1881 que o médico cubano Carlos Finlay propôs a ligação entre o Aedes aegypti e a febre amarela. E passaram-se outros 20 anos até Walter Reed e William Gorgas provarem a ligação definitivamente e aplicarem esse conhecimento em Cuba.

Quando a Fundação Rockefeller foi criada, uma de suas finalidades era livrar o mundo de seus grandes flagelos. A febre amarela estava entre os primeiros dessa lista. Max Theiler coroou o esforço ao desenvolver a vacina, em 1937 (e foi reconhecido por isso com um Prêmio Nobel de Medicina em 1951).

Em 1928, porém, houve um surto de febre amarela no Rio de Janeiro, depois de um período de 12 meses sem um único caso da doença em todo o hemisfério ocidental.

Em 1932, já estava claro que havia dois ciclos distintos: o urbano, com o Aedes aegypti, e o silvestre, envolvendo mosquitos Haemagogus, que vivem na copa das árvores. Enquanto havia populações de Aedes, as cidades continuavam vulneráveis às epidemias desencadeadas quando um caso ocasional de febre amarela chegava da zona rural.

Fred Soper e o Serviço de Febre Amarela da Fundação Rockefeller tiveram sucesso notável na eliminação dos criadouros dos mosquitos Aedes. Mesmo em lugares onde não foram totalmente erradicados, as populações do mosquito ficaram tão pequenas que a transmissão era inexistente ou insignificante.

Quando a vacina começou a ser amplamente usada, a pressão diminuiu. As campanhas de erradicação urbana minguaram. Foi mais um exemplo de como a medicina preventiva sempre é pouco apreciada, até que surge algum tipo de crise.

Previsivelmente, a proliferação de áreas urbanas e o êxodo populacional da zona rural para as cidades criaram as condições para novas epidemias: dengue, chikungunya e agora o muito preocupante vírus da zika.

O acúmulo de lixo no mundo moderno agrava o problema, ao criar múltiplos lugares novos para o Aedes se reproduzir.

O governo brasileiro está fazendo exatamente a coisa certa ao enviar militares e outros para atacar os criadouros do Aedes aegypti, numa reprise importante do que foi feito pelo Serviço de Febre Amarela.

Faz sentido humanitário e econômico prevenir a transmissão desses vírus. Esperemos que os esforços envolvam uso muito moderado de pesticidas, para evitar os impactos humanos e a contaminação dos ecossistemas decorrentes deles.

Uma das coisas mais importantes que esta campanha poderia fazer é incentivar uma nova atitude em relação ao tratamento correto do lixo. Orgulhar-se de sua cidade deve ser visto como algo que faz bem para a saúde dela.

Brasil e Estados Unidos anunciaram um esforço conjunto para desenvolver uma vacina contra o vírus da zika. Uma vacina contra a dengue já está sendo desenvolvida. Em algum momento, deve haver uma contra a chikungunya também. Os brasileiros e o mundo poderão soltar um suspiro de alívio.

Esperemos, porém, que a lição sobre a importância da medicina preventiva não seja esquecida. O Aedes aegypti está permanentemente no hemisfério ocidental, à espera da chegada do próximo vírus.




Gripe e falta de médico levam caos a hospitais públicos e privados de SP

28/03/2016 - Folha de S.Paulo


Com ou sem plano de saúde, pais e mães de São Paulo têm sofrido para conseguir atendimento médico para seus filhos em meio a um surto fora de época da gripe H1N1.

Tanto em unidades da rede privada como na pública, não há pediatras o suficiente, e o resultado disso tem sido prontos-socorros superlotados e espera de até cinco horas para o atendimento.

O surto ocorre dois meses antes do previsto, e a vacinação contra o vírus influenza no Estado está marcada somente para o final de abril.

Neste final de semana, a reportagem da Folha percorreu hospitais privados da zona oeste e sul e públicos da zona leste da capital. Em geral, na dúvida diante de sintomas de gripe, como tosse, nariz escorrendo e febre, os pais já correm para os prontos-socorros.

Quando se deparam com fila de espera demais de duas horas, como ocorreu nos privados Sabará e Samaritano, alguns até desistem do atendimento e voltam para casa.

Na última semana, a espera no pronto-socorro virou a rotina da assistente jurídica Fernanda Braga, 31. Ela levou o filho Samuel, 2, quatro vezes ao Hospital São Camilo. O quadro gripal, com febre e vômitos, não passava.

“Fiquei preocupada porque há muito tempo não ouvia falar de H1N1. Em casa está todo mundo gripado”, disse, na noite de sábado, enquanto esperava notícias sobre o filho —os exames descartavam a gripe aguda.

No também particular Samaritano, a fila de espera, que tem ultrapassado as quatro horas nos finais de semana, às 21h deste sábado estava em “só” uma hora e meia.

Nathali Muzzi, 22, era uma das que esperava, diante da febre e tosse persistentes de Helena, de um ano e dois meses.

“Faz quatro dias que ela não está bem e decidimos trazer.

A gente fica preocupado com esse surto de gripe.” Na porta do hospital, banners informam sobre a realização do exame de detecção da gripe e indicam maneiras de evitar o contágio.

Já no Santa Catarina, na avenida Paulista, faixas também informavam sobre a “etiqueta da tosse ou espirro” para evitar a disseminação.

Lá, na triagem, os médicos têm distribuído máscaras para quem não se sente bem.

A advogada Mara de Souza, 42, correu para o pronto socorro quando a febre de Thiago, 7, bateu nos 40°C.

“Ainda bem que era só uma virose”, disse a mãe, aliviada.

No sábado, a reportagem encontrou gente que, para fugir da fila, correu do Sabará para o Samaritano e do Samaritano para o Sabará. No Sabará, a fila de espera na ala infantil era de três horas e meia.

“Tem mais de 100 números na minha frente”, gritava uma mãe ao celular. Ali, nem a mesa de desenhos ou o painel com bichinhos eram suficientes para passar o tempo.

Já na rede pública, pais têm feito peregrinação em busca de pediatras. Quando não se deparam com a falta desses profissionais, enfrentam filas de até duas horas só para preencher uma ficha.

Já para ficar frente a frente com um médico, são até cinco horas de espra.

Em Itaquera, não havia pediatras no Hospital Municipal Waldomiro de Paula, conhecido como Planalto, e na AMA de mesmo nome durante a tarde, pelo menos até as 19h.

“Não tem pediatra desde cedo. Minha filha está aqui vomitando e com febre”, disse o auxiliar de limpeza Acácio do Nascimento, 28, que levou a filha Nataly, 8, ao Planalto. A previsão era para que às 19h haveria um pediatra.

Porém, até as 20h,não havia.

Em Cidade Tiradentes, também na zona leste, não havia especialistas no pronto-atendimento Glória e na AMA Castro Alves. Os dois pediatras disponíveis no bairro atendiam no hospital municipal.

Muitas recorreram ao bairro vizinho, Guaianases, cujo hospital geral, do Estado, estava super lotado. Só havia dois pediatras ali. Mais horas na fila.




Prefeitura nega falta de médicos emunidades

28/03/2016 - Folha de S.Paulo


A gestão Fernando Haddad (PT) nega falta de médicos e diz que, nesta época do ano, a demanda cresce por causa de doenças respiratórias e que prioriza os casos de suspeitas da gripe H1N1.

A prefeitura informou que os hospitais Waldomiro de Paula, Tide Setúbal e Cidade Tiradentes tinham, respectivamente, um, três e quatro pediatras no sábado(26), sendo que neste último 534 crianças foram atendidas.

A prefeitura diz que já realizou concurso público para contratação de pediatras e que há um novo concurso em andamento para chamar mais profissionais.

Já a administração Geraldo Alckmin (PSDB) diz que o quadro do Hospital Geral de Guaianases estava completo, inclusive com dois pediatras, neste sábado.

Segundo o governo estadual, a falta de pediatras na rede municipal culminou numa crescente demanda pela especialidade no pronto-socorro da unidade.

O hospital Samaritano informou que há aumento na demanda em seu pronto-socorro infantil devido à dengue e à antecipação de H1N1 e que está com uma equipe de profissionais 20% maior para atender o público.

Segundo a instituição, casos graves são atendidos com prioridade, e a espera por atendimento pode ser checada pelo usuário, em tempo real, por meio de seu site.

Já o hospital Santa Catarina informou que tem registrado crescimento nos atendimentos de casos suspeitos de gripe H1N1 e que, neste domingo (27), quatro pediatras estavam disponíveis para o público.

O hospital São Camilo declarou que não conseguiria dar uma resposta à reportagem durante o final de semana.

Procurado, o Sabará não respondeu ao pedido de informação do jornal.

 

 

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