37015
ESTABELECIMENTOS REGISTRADOS

83507
PROFISSIONAIS INSCRITOS ATIVOS
CRF-SP - Clipping de Notícias
 

CLIPPING - 23/03/2016

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 
   

 

 

Senado aprova uso da ‘ pílula do câncer’

23/03/2016 - O Globo


O Senado aprovou ontem à noite o projeto de lei que permite a produção e distribuição da fosfoetanolamina sintética, a “pílula do câncer”. A substância vinha sendo estudada por pesquisadores da Universidade de São Paulo ( USP), mas ainda não foi regulamentada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa). A proposta analisada pelo Congresso permite a venda do produto, até que se concluam as pesquisas sobre seu uso. Apesar de polêmico, o projeto foi aprovado rapidamente pelos senadores e agora vai à sanção da presidente Dilma Rousseff.

O texto aprovado permite que a fosfoetanolamina seja usada — desde que sob orientação médica e com consentimento do paciente — mesmo antes da conclusão dos estudos que servirão para a Anvisa analisar o pedido de registro definitivo da substância como medicamento.

— Ninguém aqui tem o direito de não deixar as pessoas tentarem se salvar. Não temos esse direito — disse o senador Omar Aziz ( PSD- AM). — Enquanto os experimentos estão sendo feitos, nós não temos o direito de negar àqueles pacientes que estão com câncer terminal a utilização dessa “pílula do câncer

A proposta foi aprovada na Câmara dos Deputados no início do mês, com a assinatura de 26 parlamentares. A estimativa é de que ela entraria na pauta do Senado apenas em abril.

APROVAÇÃO EM TRÊS MINUTOS O presidente do Senado, Renan Calheiros ( PMDB- AL), colocou a proposta em debate e não houve discussões — sua aprovação foi anunciada após três minutos. Pouco antes, na mesma sessão, os senadores avaliaram a urgência do projeto e concluíram que ele deveria ser votado ontem mesmo.

Mesmo aclamada pelo Congresso, a fosfoetanolamina não teve boa performance em testes divulgados na última semana pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. De acordo com o exame, a substância não apresenta atividade citotóxica nem antiproliferativa, ou seja, é incapaz de destruir células infectadas por vírus, bactérias ou outros parasitas. O órgão afirma que vai investir até R$ 10 milhões para custear as etapas iniciais das pesquisas.

O governo estadual de São Paulo pretende iniciar na semana que vem a produção da “pílula”. Ontem, um laboratório em Cravinhos, no interior paulista, recebeu as máquinas necessárias para a produção do primeiro lote, que deve gerar cerca de 350 mil cápsulas.

Os cientistas têm se posicionado contra a “pílula do câncer”, afirmando que a falta de regulamentação da Anvisa inviabilizaria sua classificação como medicamento, já que sua eficácia, dosagem e efeitos colaterais ainda são desconhecidos. Estima- se que a realização de todos os ensaios clínicos necessários durariam pelo menos quatro anos.




Senado aprova ‘pílula do câncer’ após resultado negativo em teste

23/03/2016 - Folha de S.Paulo


O Senado aprovou na noite desta terça (22), em votação simbólica, o projeto de lei que autoriza a produção, a venda e o uso da fosfoetanolamina, conhecida como a “pílula do câncer”, logo depois de os primeiros resultados independentes com a droga indicarem que ela tem pouco ou nenhum efeito sobre células tumorais.

A substância ainda não passou por estudos em animais e humanos que comprovem sua segurança e eficácia nem tem registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Já avalizada pela Câmara, a proposta agora segue para a sanção da presidente Dilma Rousseff.

Segundo o texto, pessoas com câncer poderão usar a fosfoetanolamina desde que apresentem laudo médico com a comprovação do diagnóstico.

Também precisarão assinar termo de consentimento e responsabilidade.

A proposta destaca ainda que fica autorizada a produção, importação, distribuição, prescrição, posse ou uso da substância, independente de registro sanitário, em caráter excepcional, enquanto estiverem em curso estudos clínicos do produto”.

A proposta recebeu parecer favorável das comissões de Ciência e Tecnologia (CCT) e de Assuntos Sociais (CAS).

Em seu relatório na CCT, o senador Ivo Cassol (PP-RO) destacou o fato de a fosfoetanolamina sintética não ter seguido “trâmites habituais de desenvolvimento de medicamentos antineoplásicos”.

De fato, algumas etapas que deveriam ter precedido sua distribuição aos pacientes oncológicos não foram cumpridas. No entanto, o Estado brasileiro não pode ignorar o fato de estarmos diante de uma das mais relevantes descobertas médicas dos últimos anos”, diz.

Os primeiros resultados de testes independentes feitos com a pílula, divulgados pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, porém, não foram bons. Segundo as análises, ela teve desempenho muito inferior ao de drogas anticâncer já disponíveis há décadas.

A pasta investiu em testes após pressão de pacientes que relatavam melhora com a substância, desenvolvida pela USP de São Carlos “Mesmo com alguma atividade, as drogas presentes só teriam efeitos em concentrações que inviabilizam a produção de um medicamento”, afirma o oncologista e professor da Universidade Johns Hopkins, Gilberto Lopes Jr.

Antes se supunha que os testes pré-clínicos [em animais e células] haviam sido bem feitos. Agora, se eu estivesse em um comitê de ética para avaliar estudo em humanos, dificilmente aprovaria a inclusão de pacientes”.

Ele diz que não há relatos entre os oncologistas de que a droga funcione.

A aprovação desacredita a Anvisa. Agente está ‘canetando' uma suposta pílula para a qual ninguém viu nenhuma atividade anticâncer.” Para Lopes, “se não há atividade em modelos experimentais, a probabilidade de existir atividade em humanos é quase nula.” Coordenador dos estudos clínicos no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, Paulo Hoffdiz que, ainda que as evidências de estudos apontem na direção contrária, é importante fazer os estudos em humanos.

Nossa obrigação é dar o melhor tratamento ao paciente, e, para isso, é necessário que haja evidência sólida. Os estudos clínicos são a solução para essa questão”, diz.
“Claro que nós preferiríamos conduzir os estudos com base em resultados mais robustos, mas eles ainda se justificam pela importância que a população dá ao tema.”




Senado libera uso da ‘pílula do câncer’; para entidades, há risco à saúde pública

23/03/2016 - O Estado de S.Paulo


Em menos de um minuto e sem qualquer discussão, o plenário do Senado aprovou ontem o projeto de lei que libera o uso de fosfoetanolamina para pacientes diagnosticados com tumores malignos.

Assim como na Câmara, o texto passou em votação simbólica entre os senadores, quando não há registro nominal de votos, e seguirá para a sanção da presidente Dilma Rousseff.

A liberação da substância acontece um dia depois de o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) ter divulgado os resultados dos primeiros testes, mostrando que a pílula do câncer não contém fosfoetanolamina pura, como dizem seus criadores, e não mostrou eficácia contra células cancerígenas em testes in vitro.

Pelo texto votado, fica autorizado legalmente o uso da substância para pacientes que apresentem um laudo médico comprovando o diagnóstico da doença e assinem um termo de consentimento.

O projeto diz que o uso voluntário da fosfoetanolamina não exclui o direito de acesso a outros tratamentos contra o câncer. Atualmente, o uso da substância é proibido e o remédio não é reconhecido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Também não estão claros os efeitos da fosfoetanolamina nos pacientes.

A proposta aprovada permite a produção, importação, distribuição e prescrição “independentemente de registro sanitário, em caráter excepcional, enquanto estiverem em curso estudos clínicos” da substância.

Somente agentes autorizados pelo governo poderão produzir e distribuir a pílula.

Mais cedo, o senador Ivo Cassol (PP-RO) apresentou um requerimento de urgência da proposta, o que aceleraria a sua apreciação pelo plenário. Um dos principais defensores da substância, Cassol disse que o pedido contava com o apoio de 80% dos líderes partidários – e ele foi aprovado em plenário.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) defendeu a apreciação urgente do projeto pela necessidade de pacientes com câncer terem acesso ao componente químico. Na votação do mérito, ninguém se pronunciou – o Senado conta com dois ex-ministros da Justiça, o petista Humberto Costa (PE) e o tucano José Serra (SP).

Reações. O Conselho Federal de Medicina,a Associação Médica Brasileira e a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica posicionaram-se contra a aprovação do projeto de lei, por ser “um risco à saúde pública”. As três entidades afirmaram, em nota, que a decisão dos parlamentares “faz o Brasil regredir décadas em sua escalada civilizatória”, pois eles “desprezaram a necessidade de realizar pesquisas clínicas” antes de liberar o medicamento. “É fácil entender que os pacientes com câncer e seus familiares percam as esperanças e passem a procurar soluções mágicas. Não podemos,porém,aceitar que as instituições também se curvem ao desespero e à irracionalidade”, escreveram.

O Ministério da Saúde não se manifestou. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou ver “com preocupação” a aprovação do projeto, já que a fosfoetanolamina não passou “pelos testes que garantem sua segurança e eficácia”.

Destacou que não há projeto protocolado para ensaios clínicos ou solicitação de registro da substância. Segundo a Anvisa, “liberar medicamentos que não passaram pelo crivo técnico seria colocar em risco a saúde da população e retirar a credibilidade da Anvisa e dos medicamentos fabricados no País”




Aprovação de novos fármacos deve seguir regras internacionais

23/03/2016 - O Estado de S.Paulo


A aprovação de novos fármacos vem sendo regulada há muitos anos internacionalmente em virtude de inúmeros acidentes que aconteceram no passado, causando danos sérios às pessoas. Mesmo quando os testes clínicos são feitos com os rigorosos procedimentos determinados pela legislação, muitas vezes as novas substâncias têm efeitos nocivos tardios, que não são detectados no primeiro momento. Por isso, a normatização internacional determina uma série de etapas que visam a garantir, no mínimo, dois fatores – que a droga não tenha efeitos colaterais adversos e tóxicos e mostre um mínimo de eficiência, diferenciando-a de placebos.

As normas são extremamente claras e garantem esses dois aspectos. Deixar de seguir essas etapas pode colocar a população em risco – seja pela oferta de medicamento ineficaz ou pelo risco de causar mais danos aos pacientes. Entendo que não é do escopo de um fórum não científico interferir nessas questões. É claro que o Legislativo e o Judiciário têm o direito de decidir o que lhes parecer mais conveniente do ponto de vista político e legal. Mas, da perspectiva científica, é muito temerário não seguir os preceitos estabelecidos com base em evidências científicas e experimentais.

Estudos recentes já mostraram que essa substância não apenas é ineficaz, como pode induzir ao câncer – ao contrário do fim para o qual ela tem sido anunciada. Os testes clínicos exigidos pela legislação não foram feitos ainda, portanto, mesmo que qualquer instância do poder público determine sua liberação, do ponto de vista científico essa droga não é apropriada nem segura para o uso pela população humana.



Mais de 10 Milhões de brasileiros são beneficiados com acesso à medicamento

22/03/2016 - Portal Saúde Business


A população brasileira enfrenta muitas dificuldades para manter a saúde em dia. Apenas metade das pessoas consegue adquirir todas as terapias que precisa, pelo tempo necessário. Esse é um desafio solitário porque 75% dos medicamentos consumidos no país são comprados com recursos do próprio paciente, sem auxílio do governo, nem da saúde suplementar.

Ciente disso, a indústria farmacêutica busca caminhos para facilitar o acesso da população. O Relatório de Responsabilidade Social da INTERFARMA revela que 67% dos laboratórios associados têm programas de acesso. As iniciativas são divididas em três grupos: ações para população de baixa renda, cooperação com as autoridades para a gestão de recursos na assistência farmacêutica e campanhas para a população.

“A luta por acesso ainda é uma questão preocupante e muito importante no Brasil. Todos precisam agir, inclusive a indústria farmacêutica”, afirma Maria José Fagundes Delgado, diretora da INTERFARMA e responsável pelo relatório.

As ações para brasileiros de baixa renda lideram as iniciativas de acesso, com 67% de adesão. O relatório mostra que aconteceram mutirões, exames gratuitos, distribuição de medicamentos para doenças raras e para hanseníase.

Já as ações de cooperação com as autoridades, presente em 65% das indústrias, gerou parcerias com o Instituto Butantan para a fabricação de vacinas, além do apoio para introdução de imunizantes no Calendário Nacional de Imunização. Há também muitas Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) em andamento, que são os processos de transferência de tecnologia entre as esferas privada e pública.

Por fim, as campanhas de conscientização e prevenção estiveram no planejamento de 63% das indústrias. Foram campanhas para diagnóstico precoce de doenças raras, adesão ao tratamento contra tuberculose, promoção da saúde da mulher, esclarecimentos sobre AVC (Acidente Vascular Cerebral), DMRI (Degeneração Macular Relacionada à Idade), hipertensão pulmonar, esclerose múltipla e câncer. As associadas da Interfarma realizaram ainda ações de conscientização contra diabetes no ambiente escolar e contra cistite, que chega a atingir 50% das mulheres em algum momento da vida.


Ações triplicaram

No total, as participantes do relatório de responsabilidade social investiram R$ 38 milhões em ações socioambientais, sendo R$ 4 milhões dedicados exclusivamente ao meio ambiente. Foram realizadas 2.148 iniciativas de responsabilidade social em 2014, número três vezes maior que o ano anterior.

Metade das participantes é de grande porte, com mais de mil funcionários. Cerca de 30% responde pela faixa entre 201 e mil colaboradores, enquanto o restante tem até 200 empregados. Juntas, as farmacêuticas empregam quase 27 mil pessoas. Todas as empresas têm sede no Brasil, sendo que 86% estão em São Paulo e 14%, no Rio de Janeiro.

“Em 2015, aderimos ao Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) – a maior iniciativa de responsabilidade corporativa do mundo. Isso sinaliza o compromisso das empresas de apoiar e aplicar, em suas esferas de influência, um conjunto de 10 princípios relacionados a quatro áreas fundamentais: direitos humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção”, afirma Maria José.

A INTERFARMA tem 56 laboratórios associados, dos quais 28 participaram do relatório. O documento completo está disponível no site da Interfarma. Acesse aqui.


Sobre a Interfarma

A Interfarma possui 56 laboratórios associados, responsáveis pela venda de 82% dos medicamentos de referência do mercado e por 33% dos genéricos. As empresas associadas respondem por 43% da produção dos medicamentos isentos de prescrição (MIPs) do mercado brasileiro e por 52% dos medicamentos tarjados – 50% do total do mercado de varejo. As farmacêuticas associadas à Interfarma investem por ano cerca de R$ 38 milhões para realizarem 2.200 ações de responsabilidade socioambiental. O relatório Responsabilidade Social-2015 mostra também que 20% dos funcionários se dedicam a atividades voluntárias, percentual acima da média nacional de 11%.




Patenteamento do segundo uso médico

23/03/2016 - Valor Econômico


O "segundo uso médico" ocorre quando descobre-se que um remédio conhecido, por exemplo, para o tratamento da Aids, também tem efeitos para o combate ao vírus Zika. Isso requer investimento em pesquisa e desenvolvimento, sendo certo que é uma oportunidade para a indústria farmacêutica nacional ou estrangeira, e não uma reciclagem indevida (ou "evergreening") de uma patente já expirada de grandes empresas multinacionais.

Verifica-se que a patenteabilidade de um segundo uso médico tem sido bastante debatida no Brasil, enquanto em quase todos os demais países do mundo (Estados Unidos, países europeus, inclusive Rússia, China, Japão, Coreia do Sul, Austrália etc.), a patenteabilidade do segundo uso médico já é aceita há muitos anos.

Inclusive vários países latino-americanos concedem patentes ao dito segundo uso, como o Chile e o México. Uma das poucas exceções é a Índia, que decidiu não adotar a patente do segundo uso médico. Porém, nenhuma vantagem foi alcançada como consequência dessa proibição.

Existe no país um movimento contra esta tendência internacional. Aliás, existe certa aversão às patentes em geral, e em particular àquelas do segundo uso médico, o que se deve a um equivocado entendimento de que patentes servem como um instrumento para as grandes empresas multinacionais explorarem o país. Na realidade a patente é uma das únicas armas que o pequeno inventor tem para se defender de cópias indevidas de suas invenções. De fato, a Lei da Propriedade Industrial do Brasil (LPI) - Lei nº 9.279/96 - em vigor desde 1997, não proíbe patentes de segundo uso médico. Esta lei é moderna e bem harmonizada com legislação da maioria de outros países. Em relação à patenteabilidade do segundo uso médico, ela é tácita; o teor favorável ao segundo uso médico está implícito na LPI.

Os critérios de patenteabilidade definidos na lei são os de que uma invenção tem que apresentar novidade, atividade inventiva e aplicação industrial para ser patenteável. No Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), uma invenção de segundo uso médico é examinada observando esses critérios, como qualquer outra invenção.

Nos últimos anos, tentativas de modificação da Lei de Patentes, foram feitas para fins de impedir uma suposta prorrogação da validade das patentes farmacêuticas. Cabe frisar que não são empresas farmacêuticas que questionam a atual lei no Judiciário, mas sim parlamentares que se movimentaram para tentar modificar a LPI. Em outubro de 2013, por exemplo, foi apresentada uma Revisão da Lei de Patentes: Inovação em Prol da Competitividade Nacional (PL 5402/13), que entre outras propostas, sugere o fim do patenteamento do segundo uso médico, sob a alegação que isso constituiria uma tentativa indevida de prorrogar a validade de uma patente de um certo composto químico.

Um ponto deve ficar claro: a duração máxima de uma patente é de 20 anos a partir da data do depósito e é improrrogável, com uma única exceção, quando o INPI ultrapassa o prazo razoável para a sua concessão, devido ao grande backlog de pedidos ainda não examinados.

Voltando ao exemplo mencionado no início, digamos que a patente do remédio para Aids tenha expirado por conta do prazo de 20 anos da patente. Nesse caso, mesmo que a mesma empresa (ou outra, por exemplo, uma empresa brasileira) deposite um pedido de patente para o segundo uso médico, isto é, para uso contra o vírus Zika, nada impediria que a indústria farmacêutica brasileira começasse a fabricar um genérico para uso contra Aids. Só não se pode produzir um remédio com o mesmo componente ativo para uso contra o vírus Zika sem permissão do titular da segunda patente. A bula do medicamento deve definir bem a doença a que se destina esse medicamento.

Portanto, a patente do segundo uso médico não impede a produção de genéricos. Além disso, esse tipo de patente tem a grande vantagem de estimular a inovação e a criatividade da indústria farmacêutica, seja ela nacional ou estrangeira.

Uma empresa brasileira, por exemplo, pode testar vários compostos já conhecidos (patenteados ou não) para tentar descobrir novos usos e patenteá-los. Esta pesquisa é viável porque custa pouco em comparação com a pesquisa para sintetizar compostos completamente novos. Porém, se as patentes do segundo uso médico forem abolidas no Brasil, este incentivo para a indústria nacional vai desaparecer, o que está em flagrante contraste com os incentivos do governo para encorajar a criatividade e o potencial de inovação brasileiros. O que restaria para a indústria nacional seria patentear o segundo uso médico no exterior.

Imagine se uma empresa brasileira descobrir que certo composto químico já conhecido (como remédio ou para outro uso, patenteado ou não) funciona surpreendemente bem como remédio contra o vírus Zika. Sem uma proteção patenteária adequada, porém, não há interesse da iniciativa privada em investir em tal pesquisa. E a iniciativa pública (por exemplo, Fiocruz ou Butantã), como noticiado, está cada vez mais limitada em termos de verba para essa finalidade.




Oncologistas criticam a liberação da fosfoetanolamina

23/03/2016 - O Estado de S.Paulo


A liberação da fosfoetanolamina foi criticada por especialistas da área de oncologia. “Os legisladores estão decidindo sobre o que não têm conhecimento nem competência.Essa decisão desmoraliza o Ministério da Saúde, a Anvisa, a ciência e o País. É uma medida baseada em pressão pública e não técnica.

Vamos continuar lutando para que os pacientes tenham uma saúde melhor e não que coloque vidas em risco”, diz Gustavo Fernandes,presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).

Fernandes diz ainda que os resultados dos estudos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que apontaram que a “pílula do câncer” não contém fosfoetanolamina pura e que ela não apresentou eficácia em testes in vitro, deveriam ter sido levados em consideração pelos senadores. “Os dados preliminares apontam para um não funcionamento. A classe política decepcionou mais uma vez.” Presidente da Oncoguia,organização não governamental que oferece apoio e orientação para pacientes com câncer, Luciana Holtz diz que a decisão não deve ser comemorada. “A ‘fosfo’ ainda é uma grande incerteza e nós precisamos de uma bula com informações, não em branco.”Ela cobra atenção para outras questões relacionadas à doença. “A gente espera que o Legislativo seja atencioso com outras demandas,já que está demonstrando interesse pelo tema do câncer.” Acesso. Mas a informação foi bem recebida por pacientes e seus parentes.A advogada Marisa de Fátima Benelli Acete, de 48 anos, diz que seu pai, que tem câncer de próstata com metástase óssea, toma a cápsula há três anos e apresentou progressos.

A notícia é ótima para quem estava torcendo.” Ela diz que a liberação não impede os estudos. “O resultado com meu pai foi magnífico, mas queremos testes para saber o tempo correto de uso, para quais tipos de câncer serve.” Auro del Giglio, chefe do Departamento de Oncologia Clínica do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC), diz que pacientes podem trocar medicações tradicionais pela pílula, mas que os profissionais podem evitar. “Não estamos acostumados a prescrever algo possível de ser prescrito, mas o que acreditamos ter eficácia.” Presidente da comissão de Direito Médico da OAB-SP, Sílvio Eduardo Valente diz que a liberação não deveria ocorrer sem provas de que a substância realmente funciona. “Essa decisão é uma excrescência legislativa e jurídica. Nunca vi algo assim acontecer. Deveriam ter esperado mais evidências científicas. ”

 

 

 

 

 

 

 

 
 

Cade aprova aquisição de medicamentos da Takeda pelo Grupo AstraZeneca.

22/03/2016 - IstoÉ Dinheiro Online


O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a aquisição de medicamentos para o trato respiratório do laboratório farmacêutico japonês Takeda pelo grupo econômico sueco AstraZeneca. A decisão está formalizada em despacho no Diário Oficial da União (DOU).

A transação envolve a aquisição de ativos tangíveis e intangíveis (pesquisa, desenvolvimento, estudos e testes), a utilização de produtos e de compostos em preparação e a comercialização, mas não a fabricação, de produtos como Alvesco, Daxas/Daliresp, Omnaris, Euphyllin/Euphylong/Respicur e Zetonna.

Segundo documento enviado ao Cade pelas empresas, os medicamentos que são objeto da operação já são comercializados ou autorizados a serem comercializados no Brasil pela Takeda e passarão a ser comercializados pela AstraZeneca.

Com a operação, a AstraZeneca pretende estender seu portfólio de produtos para o tratamento de asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e rinite alérgica. De acordo com a empresa, a operação também lhe proporcionará acesso a vários produtos em fase preliminar que podem ser utilizados para o tratamento de DPOC e asma.

 

 
 

Dieta pode reverter diabetes tipo 2 por pelo menos seis meses

23/03/2016 - O Globo


Em 2011, Roy Taylor, professor da Universidade de Newcastle, Reino Unido, mostrou que era possível reverter o diabetes do tipo 2 com uma dieta de baixas calorias. O estudo original, no entanto, teve curta duração, de apenas oito semanas, o que levantou dúvidas quanto ao tempo que os beneficiados ficariam livres do diabetes. Agora, porém, um novo estudo do próprio Taylor indica que a reversão permanece por ao menos seis meses em quem consegue manter o peso mais baixo alcançado com a dieta, mesmo que tenha convivido com a doença por até dez anos.

Na nova pesquisa, 30 voluntários diagnosticados com diabetes do tipo 2 entre seis meses e 23 anos antes seguiram a dieta original, ingerindo entre 600 e 700 calorias diárias. Os participantes perderam em média 14 quilos, e nos seis meses seguintes nenhum engordou ao voltar a se alimentar normalmente, mas ingerindo dois terços da quantidade de comida de antes da dieta.

Dos pacientes, 12 que tinham diabetes há menos de dez anos, ou 40%, reverteram a doença e continuaram livres dela durante todo período. Segundo Taylor, mesmo que depois da dieta eles ainda estivessem com sobrepeso ou obesos, ela já teria sido suficiente para remover a gordura que se acumulava no pâncreas, e o órgão voltou a produzir insulina normalmente.




Câmara aprova PEC que aumenta receita para saúde

23/03/2016 - Valor Econômico


A Câmara dos Deputados aprovou, por 402 votos a um, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que amplia o valor mínimo estabelecido pela Constituição a ser aplicado na saúde. O texto teve o aval da Casa em primeiro turno e ainda tem que passar por uma nova votação antes de seguir para o Senado.

Apesar do impacto nas contas públicas em tempos que a equipe da presidente Dilma Rousseff tenta promover um ajuste fiscal, a medida teve o apoio de aliados do Palácio do Planalto, depois que o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), negociou mudanças na proposta original.

A PEC, se promulgada, prevê o aumento da fatia da receita líquida corrente destinada à saúde num prazo de sete anos. Primeiro, subiria para 14,8% e depois para 15,5%; 16,2%, 16,9%; 17,6%; 18,3%; encerrando em 19,4%, quando os gastos com o setor expandiriam cerca de R$ 34 bilhões em relação ao orçamento atual, informou a relatora, deputada Carmen Zanotto (PPS-SC). Isso representa um aumento na vinculação das receitas da União.

Atualmente a previsão de despesa na área de saúde é de aproximadamente 13% da receita corrente líquida. Somente se a PEC for aprovada também em dois turnos pelo Senado e promulgada até o fim do ano, é que o governo terá que elevar esse patamar para 14,8% em 2017. Isso representaria um aumento de R$ 12 bilhões na comparação com este ano, ainda de acordo com as estimativas do projeto.

A votação e aprovação da proposta foi possível apenas depois da articulação de Guimarães, que convenceu parlamentares a alongar o prazo de escalonamento inicial - seis anos. Além disso, foi possível aliviar o impacto da medida nos dois primeiros anos, pois havia a previsão de um percentual ainda maior na versão original da PEC.




OMS: Evidências de ligação zika-malformações fetais são esmagadoras

22/03/2016 - Valor Econômico / Site


A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, disse hoje (22) que, apesar da associação entre o vírus zika e o aumento de malformações fetais não ter sido cientificamente confirmada, as evidências circunstanciais atuais são esmagadoras. “O tipo de ação urgente demandada por esta emergência em saúde pública não deve esperar por uma prova definitiva”, completou.

Durante coletiva de imprensa em Genebra, Margaret Chan destacou que o vírus já circula em pelo menos 38 países e territórios, enquanto 12 localidades já relataram aumento de casos da síndrome de Guillain-Barré associados a resultados positivos para infecção por zika. “Quanto mais sabemos sobre o vírus, pior nos parece a situação”, avaliou.

Ainda segundo a diretora-geral da OMS, Brasil e Panamá são os únicos países até o momento a reportarem casos de microcefalia possivelmente associados ao zika, enquanto o governo colombiano também investiga casos da malformação em bebês. Especialistas foram enviados a Cabo Verde para analisar o primeiro caso identificado de microcefalia possivelmente associado à infecção.

Se esse padrão se confirmar para além da América Latina e do Caribe, o mundo terá de enfrentar uma grave crise em saúde pública”, alertou Margaret Chan. “No estágio atual de conhecimento, ninguém pode prever se o vírus zika vai se espalhar para outras partes do mundo, causar malformações ou algum tipo de desordem”, destacou Margaret Chan.




Vírus zika causa microcefalia na Martinica

22/03/2016 - Valor Econômico / Site


A ministra da Saúde da França, Marisol Touraine, disse hoje à rádio RMC que há uma “forte suspeita” de um caso de microcefalia ligado ao vírus zika na ilha de Martinica, no Caribe. Seria o primeiro caso de microcefalia no território francês, uma anomalia que se suspeita tenha sido causada pelo zika, um vírus transmitido por mosquito que se tem espalhado pela América Latina.

Marisol Touraine disse que 130 grávidas foram diagnosticadas com o vírus zika nas Antilhas, que incluem a Martinica, bem como a Guiana francesa.

“Para uma delas, temos elementos que nos levam a acreditar que o bebê desenvolveu microcefalia e que a microcefalia está diretamente ligada à sua infecção com o vírus zika”, afirmou a ministra.




Teste de zika será exigido para fazer reprodução assistida

23/03/2016 - Folha de S.Paulo


A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou nesta terça-feira (22) uma resolução que determina que sejam realizados testes para detecção do vírus zika em clínicas de reprodução assistida no país.

Pela norma, doadores de sêmen ou óvulos e casais que buscam a fertilização in vitro devem ser submetidos a testes sorológicos capazes de diagnosticar o vírus.

Com isso, casais que procuram as técnicas de reprodução assistida só terão material coletado para o procedimento em caso de resultado negativo para o vírus zika.

Doadores com resultado positivo, por exemplo,ficam excluídos temporariamente da doação.

Segundo a Anvisa, objetivo é evitar a contaminação pelo zika e possíveis complicações associadas ao vírus.

A decisão foi tomada em reunião da diretoria colegiada da agência. A previsão é que a medida entre em vigor a partir da próxima semana.

SANGUE E TECIDOS Nesta segunda-feira (21), a Anvisa também divulgou uma nota técnica que prevê medidas para aumentar o controle e segurança contra o vírus zika em procedimentos de doação de sangue, células, tecidos e órgãos.

De acordo com a nova norma da agência, pessoas que tiveram suspeita de infecção pelo vírus zika não poderão doar sangue, células e órgãos por até 30 dias.

A medida é considerada preventiva — ainda não há previsão de oferta de testes de zika nestes casos.

O mesmo vale para candidatos à doação que tiveram relações sexuais com parceiros com diagnóstico clínico ou laboratorial de zika neste período.

Gestantes que tiveram zika na gestação ou tiveram recém-nascidos com microcefalia também passam a ser consideradas “inaptas” a doar células de sangue de cordão umbilical.

A nota da Anvisa prevê que, em casos de urgência médica,a decisão pelo uso dos materiais doados deve ser avaliada pela equipe médica responsável pelo tratamento do paciente, em conjunto com laboratórios e centros de transplante.




Câmara aprova projeto que eleva gasto com saúde em R$ 140 bi até 2023

22/03/2016 - Folha de S.Paulo / Site


O plenário da Câmara dos Deputados aprovou na noite desta terça-feira (22), em primeiro turno, emenda à Constituição que projeta uma elevação no gasto com a saúde de cerca de R$ 140 bilhões até 2023.

Sem condições de barrar o projeto, já que até o PT se posicionou favorável à medida, o governo foi obrigado a fazer um acordo para evitar uma expansão maior dos gastos. A emenda passou com 402 votos a favor e apenas 1 contra –o de Paulo Martins (PSC-PR).

A emenda foi desengavetada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), adversário do governo. A aprovação se dá em um momento de extrema fragilidade política do Palácio do Planalto e contrasta com o esforço tentado nos últimos tempos pelo Executivo de aprovar medidas de equilíbrio das contas públicas.

A proposta tem que ser votada ainda em segundo turno na Câmara e, depois, segue para votação no Senado.

O texto da emenda, relatada pela deputada do oposicionista PPS Carmen Zanotto (SC), determina um crescimento escalonado dos gastos mínimos obrigatórios em saúde dos cerca de 13% da receita corrente líquida para 19,4% em 2023.

A aplicação subiria para 14,8% em 2017, 15,5% em 2018, 16,2% em 2019, 16,9% em 2020, 17,6% em 2021, 18,3% em 2022 e 19,4% em 2023.

De acordo com a Consultoria de Orçamento da Câmara dos Deputados, a entrada em vigor da medida elevaria os gastos federais com saúde em 12 bilhões em 2017, chegando a mais de R$ 140 bilhões no acumulado até 2023. Neste último ano, o extra ficaria em R$ 34 bilhões.




Brasil já tem 907 casos confirmados de bebês com microcefalia

22/03/2016 - Folha de S.Paulo / Site


O país já soma 907 casos confirmados de bebês com microcefalia e outras alterações do sistema nervoso, segundo dados de boletim atualizado do Ministério da Saúde.

Destes, 122, ou 13,4% do total, tiveram resultado positivo para o vírus zika, o que indica que o bebê pode ter sido infectado pelo vírus durante a gestação.

As causas da microcefalia, no entanto, ainda são investigadas. O resultado dos exames para outras infecções que também podem estar associadas à má-formação nos bebês –como toxoplasmose, citomegalovírus e sífilis, entre outras– não foi divulgado.

O Ministério da Saúde, no entanto, diz considerar que a maioria dos casos de microcefalia esteja relacionada ao vírus zika, identificado no país no início de 2015.

Ao todo, foram registrados 6.671 casos de suspeita de microcefalia no país desde outubro até o dia 19 de março. Deste total, 4.293 ainda estão em investigação, enquanto 907 já foram confirmados - são casos em que exames apontam uma má-formação no cérebro dos bebês com sinais que indicam uma infecção congênita (transmitida de mãe para filho).

Os outros 1.471 casos da lista foram descartados após exames não demonstrarem alterações no cérebro ou apontarem causas não infecciosas para o quadro, como uso de drogas ou fatores hereditários.

Em uma semana, o número de casos suspeitos informados pelas secretarias de saúde ao governo federal cresceu 2,9%. Já as confirmações subiram 5%.

Entre os Estados, Pernambuco ainda apresenta o maior número de casos de suspeita de microcefalia, com 1.210 registros em investigação e 268 confirmados.


OUTROS CASOS


O balanço também registra 198 mortes de bebês com suspeita de microcefalia e outras más-formações do sistema nervoso, ocorridos após o parto ou durante a gestação.

Destas, 46 tiveram o quadro confirmado após exames, enquanto outras 22 foram descartadas. As demais ainda estão em investigação.




OMS cobra reforço no combate ao Aedes aegypti para conter vírus da zika

22/03/2016 - Folha de S.Paulo / Site


As zonas afetadas pelo vírus da zika têm que aumentar a luta de combate ao mosquito Aedes aegypti.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) afirma que os métodos tradicionais de combate ao mosquito, como a aplicação de inseticidas, não estão se mostrado eficazes até o momento.

Segundo documento do órgão, o problema não são os métodos em si, mas, sim, a sua aplicação. "O controle do vetor é a maneira mais eficiente para parar a transmissão do vírus da zika, da dengue, da febre chikungunya e da febre amarela, doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Se os métodos atuais forem implementados corretamente –de maneira rápida, abrangente e sustentada– eles são eficientes", argumenta a OMS.

Na ausência de uma vacina em um horizonte próximo, a organização continua a defender a prevenção. A eliminação de focos de larvas do mosquito, uso de repelentes que contenham DEET, IR 3535 ou Icaridina, o uso de roupas compridas e a pulverização de inseticidas devem ser prioritários. A OMS faz a ressalva, no entanto, que o fumacê, muito utilizado no Brasil, é menos eficaz que a aplicação de inseticidas em espaços fechados

Em entrevista coletiva nesta terça-feira (22), em Genebra, Anthony Costello, diretor do Departamento de Saúde infantil, materna e de adolescentes da OMS, afirmou que, dos 2.212 casos suspeitos de microcefalia investigados pelas autoridades sanitárias brasileiras, 863 foram confirmados.

Se essa proporção de 39% de casos confirmados for mantida, o Brasil pode registrar 2.500 bebês com microcefalia. A estimativa foi revelada durante entrevista coletiva na sede da organização em Genebra. O Brasil pode registrar 2.500 casos de microcefalia ligadas à contaminação pelo vírus da zika nos próximos meses.

Embora a OMS ainda não tenha uma prova definitiva da relação entre a contaminação pelo vírus da zika em gestantes e o nascimento de bebês com perímetro craniano abaixo do normal, Costello afirma que "existe um consenso científico cada vez maior" sobre a associação entre zika e microcefalia. A cautela da OMS em relação a dados sobre o surto de zika também vale para estudos publicados recentemente por outras instituições.

O Instituto Pasteur, na França, divulgou que, nos casos de infecção pelo vírus da zika no primeiro trimestre da gravidez, o risco da ocorrência de microcefalia é de aproximadamente 1%. A conclusão foi feita a partir do monitoramento de um surto de zika na Polinésia Francesa entre 2013 e 2014. Para OMS, esses dados são relevantes, mas ainda não se pode dizer se essa também será a realidade no Brasil.


NOVAS TÉCNICAS


Duas novas técnicas de controle da população de Aedes aegypti estão em estudo por especialistas ligados à OMS: mosquitos infectados pela bactéria Wolbachia e mosquitos modificados geneticamente. As duas medidas inibem a propagação dos insetos mas, de acordo com a organização, ainda é preciso um monitoramento "rigoroso é independente" do resultado dessas ações.

Quanto à esterilização dos mosquitos, o uso de armadilhas e de um açúcar tóxico que atrai e mata o Aedes aegypti, o grupo de especialistas no controle de vetores concluiu que ainda é preciso mais evidências cientificas sobre a eficácia desses métodos.

Apenas no continente americano, 4 milhões de pessoas devem ser infectadas neste ano, estima a OMS. Para ajudar no combate e na prevenção da doença, a organização precisa de US$ 56 milhões (R$ 200 milhões). Desse total, porém, apenas US$ 3 milhões (R$ 10 milhões) chegaram às mãos da instituição.

O apoio financeiro é um grande desafio", declarou Margaret Chan, diretora-geral da OMS. "Não podemos permitir que o dinheiro seja uma barreira que nos impeça de fazer a coisa certa. As consequências para a saúde pública de vários países e para muitas famílias são imensas, concluiu.




País investiga 4.293 casos de microcefalia

23/03/2016 - O Estado de S.Paulo


Balanço do Ministério da Saúde divulgado ontem mostra que o País já registrava, até o dia 19, 4.293 casos de microcefalia em investigação. Levantamento anterior, até o dia 12, dava conta de 4.268 registros. Segundo o ministério, 907 casos foram confirmados e 1.471, descartados.

A pasta confirmou 46 mortes com suspeita de microcefalia ou alterações no sistema nervoso central. Outras 130 estão em investigação.

Um aumento de 25,7% foi registrado no número de casos de microcefalia com resultado positivo para vírus zika confirmados em exames laboratoriais.

No levantamento anterior, eram 97 casos e, no divulgado ontem, o número saltou para 122.Pernambuco continua com o maior número de casos em investigação, totalizando 1.210.

São Paulo contabiliza 150 registros, de acordo com o balanço do Ministério da Saúde. A circulação autóctone do vírus permanece presente em 22 Estados e no Distrito Federal.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou ontem que o número de casos confirmados no Brasil pode passar de 2.500. A diretora-geral da organização, Margaret Chan, disse temer a epidemia. “Com o conhecimento atual, ninguém consegue prever se o zika vai se espalhar para outros países e causar má-formação fetal e desordens neurológicas. Mas, se esse padrão for confirmado além da América Latina e do Caribe, o mundo vai enfrentar uma crise severa”, disse. Atualmente, o vírus circula em 38 países e territórios do mundo.

Vacina. De acordo com Margaret, estão em pesquisa atualmente 23 projetos de vacinas, mas um produto pronto para uso ainda deve levar alguns anos. “Como a vacina vai ser usada para proteger grávidas ou mulheres que querem ter filhos, deverá ter um alto padrão de segurança. Alguns projetos devem entrar em teste clínico antes do final do ano”, afirmou.

Muitas cientistas acreditam que a primeira onda da doença pode ter terminado quando tivermos uma vacina.” Ela afirmou ainda que o dinheiro para ajudar no combate ao zika ainda não está chegando como o esperado. Dos US$ 25 milhões solicitados aos países membros, apenas US$ 3 milhões foram entregues até agora.




Brasil recebe primeiro lote de vacina contra a dengue

23/03/2016 - O Globo


O primeiro lote da vacina contra a dengue da francesa Sanofi- Pasteur, aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no fim de dezembro, chegou ontem ao Brasil pelo Aeroporto de Guarulhos (SP). As 500 mil doses são destinadas a clínicas particulares de todo o país. O preço do produto ainda não foi divulgado, porque a multinacional está à espera do parecer da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão interministerial responsável por estabelecer esses valores.

Geralmente, o processo de análise de preço leva cerca de três meses — prazo que ter mina dia 28 deste mês. Por se tratar de um produto excepcional, no entanto, segundo a Anvisa, essa decisão pode tomar um pouco mais de tempo. Depois dos cálculos da CMED, o parecer será levado ao Ministério da Saúde para ser assinado.

Produzida na França, a vacina também foi aprovada no México e nas Filipinas. É válida para os quatro tipos de dengue, pode combater dois em cada três casos da doença, reduzir em 80% as hospitalizações e em 90% as ocorrências graves que resultam em mortes.
Os testes foram feitos em 40 mil pessoas, de 9 meses a 60 anos, em 15 países, inclusive o Brasil.

Nas três primeiras semanas deste ano, foram registrados 73.872 casos de dengue no país. No município do Rio, o número continua crescendo. De acordo com os últimos dados divulgados pela Secretaria municipal de Saúde, entre 1 º de janeiro e 19 de março deste ano, já foram contabilizados 4.621. Em 2015, no mesmo período, foram 691 registros. MAIS CASOS EM JACAREPAGUÁ A região de Jacarepaguá, incluindo Anil, Gardênia Azul, Curicica, Freguesia e Taquara, é a que contabiliza mais casos da doença até agora este ano: 863. Em seguida, está a área que inclui os bairros de Ramos, Manguinhos, Bonsucesso e Olaria, com 813 notificações, segundo o último boletim da prefeitura.

No estado, de acordo com os últimos dados divulgados pela Secretaria estadual de Saúde, até o dia 15 deste mês já haviam sido registrados 23.975 casos de dengue. Um óbito foi confirmado, em Volta Redonda.

No último fim de semana, no entanto, uma moradora de Duque de Caxias morreu com suspeita de ter contraído a doença. De acordo com a Secretaria de Saúde da cidade, o número de casos notificados até o dia 17 deste mês no município ( 276) já ultrapassa o registrado em todo o ano de 2015 ( 274). Os cinco bairros com maior número de ocorrências são o Centro, Olavo Bilac, Vila São Luiz, Gramacho e Parque Duque.




Vacina só deve ficar pronta após o primeiro surto de zika, diz OMS

23/03/2016 - O Globo


A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, afirmou ontem que a primeira grande onda de infecções pelo vírus zika no mundo pode acabar antes mesmo que uma vacina fique pronta. Durante coletiva ontem em Genebra, na Suíça, ela disse que 23 projetos estão em desenvolvimento por 14 instituições no Brasil, nos Estados Unidos, na França, na Índia e na Áustria. Porém, deixou claro que nenhum deles foi testado em humanos ainda. Segundo Chan, se o vírus se espalhar por mais regiões, o mundo pode viver uma crise de saúde global. Hoje já há casos da doença em 38 países e territórios. — Especialistas concordam que o desenvolvimento de uma vacina contra o zika é imperativo. Projetos em andamento podem iniciar testes clínicos antes do fim de 2016, mas podem ser necessários anos até que uma vacina testada e licenciada esteja disponível — disse Chan. TESTES EM ESTUDO A diretora da OMS informou que mais de 30 empresas também estão trabalhando em novos testes:

— No que diz respeito a novos produtos médicos, especialistas concordam que um teste para diagnóstico confiável e disponível no ato do atendimento é a mais urgente prioridade.

Segundo ela, “quanto mais se sabe sobre o zika, mais as coisas parecem feias". Ela disse que, após as reuniões entre cientistas do mundo todo promovidas pela entidade, há um consenso sobre a ligação entre o vírus e casos de microcefalia:

— A associação entre o vírus zika e a microcefalia não é cientificamente comprovada, mas existe hoje consenso científico de que há ligação. O desafio de saúde que enfrentamos não deve esperar por provas definitivas.

Segundo a diretora da OMS, ninguém pode prever para onde o vírus vai se espalhar, e se, nesses novos territórios, será repetido o padrão de aumento dos casos de microcefalia, da síndrome de Guillain-Barré e de outras doenças neurológicas, como tem sido observado na América Latina. Mas, se isso acontecer, alerta Margaret Chan, o mundo vai enfrentar uma grave crise de saúde. ENTIDADE NÃO RECEBEU VERBA A diretora afirmou que recebeu dos países membros apenas US$ 3 milhões, dos US$ 56 milhões que seriam necessários para enfrentar o zika. A OMS pediu US$ 25 milhões para a entidade fazer o seu trabalho. Os outros US$ 31 milhões seriam para grupos de pesquisa, incluindo organizações sem fins lucrativos.
— Se o dinheiro continuar não chegando, não sei até quando vamos aguentar — declarou a diretora.

A OMS também confirmou ontem a primeira morte por microcefalia registrada no Panamá, que pode estar relacionada ao zika. Chan disse ainda que 12 países já reportaram aumento nos casos de Guillain-Barré.

No Brasil, o Ministério da Saúde divulgou ontem que 4.293 casos suspeitos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso, sugestivas de infecção congênita, estão sendo investigados. Dos casos já analisados, 907 foram confirmados.

 

Icone do VLibras Widget. Conteúdo acessível em libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro ou Hozana.