Dieta pode reverter diabetes tipo 2 por pelo menos seis meses
23/03/2016 - O Globo
Em 2011, Roy Taylor, professor da Universidade de Newcastle, Reino Unido, mostrou que era possível reverter o diabetes do tipo 2 com uma dieta de baixas calorias. O estudo original, no entanto, teve curta duração, de apenas oito semanas, o que levantou dúvidas quanto ao tempo que os beneficiados ficariam livres do diabetes. Agora, porém, um novo estudo do próprio Taylor indica que a reversão permanece por ao menos seis meses em quem consegue manter o peso mais baixo alcançado com a dieta, mesmo que tenha convivido com a doença por até dez anos.
Na nova pesquisa, 30 voluntários diagnosticados com diabetes do tipo 2 entre seis meses e 23 anos antes seguiram a dieta original, ingerindo entre 600 e 700 calorias diárias. Os participantes perderam em média 14 quilos, e nos seis meses seguintes nenhum engordou ao voltar a se alimentar normalmente, mas ingerindo dois terços da quantidade de comida de antes da dieta.
Dos pacientes, 12 que tinham diabetes há menos de dez anos, ou 40%, reverteram a doença e continuaram livres dela durante todo período. Segundo Taylor, mesmo que depois da dieta eles ainda estivessem com sobrepeso ou obesos, ela já teria sido suficiente para remover a gordura que se acumulava no pâncreas, e o órgão voltou a produzir insulina normalmente.
Câmara aprova PEC que aumenta receita para saúde
23/03/2016 - Valor Econômico
A Câmara dos Deputados aprovou, por 402 votos a um, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que amplia o valor mínimo estabelecido pela Constituição a ser aplicado na saúde. O texto teve o aval da Casa em primeiro turno e ainda tem que passar por uma nova votação antes de seguir para o Senado.
Apesar do impacto nas contas públicas em tempos que a equipe da presidente Dilma Rousseff tenta promover um ajuste fiscal, a medida teve o apoio de aliados do Palácio do Planalto, depois que o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), negociou mudanças na proposta original.
A PEC, se promulgada, prevê o aumento da fatia da receita líquida corrente destinada à saúde num prazo de sete anos. Primeiro, subiria para 14,8% e depois para 15,5%; 16,2%, 16,9%; 17,6%; 18,3%; encerrando em 19,4%, quando os gastos com o setor expandiriam cerca de R$ 34 bilhões em relação ao orçamento atual, informou a relatora, deputada Carmen Zanotto (PPS-SC). Isso representa um aumento na vinculação das receitas da União.
Atualmente a previsão de despesa na área de saúde é de aproximadamente 13% da receita corrente líquida. Somente se a PEC for aprovada também em dois turnos pelo Senado e promulgada até o fim do ano, é que o governo terá que elevar esse patamar para 14,8% em 2017. Isso representaria um aumento de R$ 12 bilhões na comparação com este ano, ainda de acordo com as estimativas do projeto.
A votação e aprovação da proposta foi possível apenas depois da articulação de Guimarães, que convenceu parlamentares a alongar o prazo de escalonamento inicial - seis anos. Além disso, foi possível aliviar o impacto da medida nos dois primeiros anos, pois havia a previsão de um percentual ainda maior na versão original da PEC.
OMS: Evidências de ligação zika-malformações fetais são esmagadoras
22/03/2016 - Valor Econômico / Site
A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, disse hoje (22) que, apesar da associação entre o vírus zika e o aumento de malformações fetais não ter sido cientificamente confirmada, as evidências circunstanciais atuais são esmagadoras. “O tipo de ação urgente demandada por esta emergência em saúde pública não deve esperar por uma prova definitiva”, completou.
Durante coletiva de imprensa em Genebra, Margaret Chan destacou que o vírus já circula em pelo menos 38 países e territórios, enquanto 12 localidades já relataram aumento de casos da síndrome de Guillain-Barré associados a resultados positivos para infecção por zika. “Quanto mais sabemos sobre o vírus, pior nos parece a situação”, avaliou.
Ainda segundo a diretora-geral da OMS, Brasil e Panamá são os únicos países até o momento a reportarem casos de microcefalia possivelmente associados ao zika, enquanto o governo colombiano também investiga casos da malformação em bebês. Especialistas foram enviados a Cabo Verde para analisar o primeiro caso identificado de microcefalia possivelmente associado à infecção.
Se esse padrão se confirmar para além da América Latina e do Caribe, o mundo terá de enfrentar uma grave crise em saúde pública”, alertou Margaret Chan. “No estágio atual de conhecimento, ninguém pode prever se o vírus zika vai se espalhar para outras partes do mundo, causar malformações ou algum tipo de desordem”, destacou Margaret Chan.
Vírus zika causa microcefalia na Martinica
22/03/2016 - Valor Econômico / Site
A ministra da Saúde da França, Marisol Touraine, disse hoje à rádio RMC que há uma “forte suspeita” de um caso de microcefalia ligado ao vírus zika na ilha de Martinica, no Caribe. Seria o primeiro caso de microcefalia no território francês, uma anomalia que se suspeita tenha sido causada pelo zika, um vírus transmitido por mosquito que se tem espalhado pela América Latina.
Marisol Touraine disse que 130 grávidas foram diagnosticadas com o vírus zika nas Antilhas, que incluem a Martinica, bem como a Guiana francesa.
“Para uma delas, temos elementos que nos levam a acreditar que o bebê desenvolveu microcefalia e que a microcefalia está diretamente ligada à sua infecção com o vírus zika”, afirmou a ministra.
Teste de zika será exigido para fazer reprodução assistida
23/03/2016 - Folha de S.Paulo
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou nesta terça-feira (22) uma resolução que determina que sejam realizados testes para detecção do vírus zika em clínicas de reprodução assistida no país.
Pela norma, doadores de sêmen ou óvulos e casais que buscam a fertilização in vitro devem ser submetidos a testes sorológicos capazes de diagnosticar o vírus.
Com isso, casais que procuram as técnicas de reprodução assistida só terão material coletado para o procedimento em caso de resultado negativo para o vírus zika.
Doadores com resultado positivo, por exemplo,ficam excluídos temporariamente da doação.
Segundo a Anvisa, objetivo é evitar a contaminação pelo zika e possíveis complicações associadas ao vírus.
A decisão foi tomada em reunião da diretoria colegiada da agência. A previsão é que a medida entre em vigor a partir da próxima semana.
SANGUE E TECIDOS Nesta segunda-feira (21), a Anvisa também divulgou uma nota técnica que prevê medidas para aumentar o controle e segurança contra o vírus zika em procedimentos de doação de sangue, células, tecidos e órgãos.
De acordo com a nova norma da agência, pessoas que tiveram suspeita de infecção pelo vírus zika não poderão doar sangue, células e órgãos por até 30 dias.
A medida é considerada preventiva — ainda não há previsão de oferta de testes de zika nestes casos.
O mesmo vale para candidatos à doação que tiveram relações sexuais com parceiros com diagnóstico clínico ou laboratorial de zika neste período.
Gestantes que tiveram zika na gestação ou tiveram recém-nascidos com microcefalia também passam a ser consideradas “inaptas” a doar células de sangue de cordão umbilical.
A nota da Anvisa prevê que, em casos de urgência médica,a decisão pelo uso dos materiais doados deve ser avaliada pela equipe médica responsável pelo tratamento do paciente, em conjunto com laboratórios e centros de transplante.
Câmara aprova projeto que eleva gasto com saúde em R$ 140 bi até 2023
22/03/2016 - Folha de S.Paulo / Site
O plenário da Câmara dos Deputados aprovou na noite desta terça-feira (22), em primeiro turno, emenda à Constituição que projeta uma elevação no gasto com a saúde de cerca de R$ 140 bilhões até 2023.
Sem condições de barrar o projeto, já que até o PT se posicionou favorável à medida, o governo foi obrigado a fazer um acordo para evitar uma expansão maior dos gastos. A emenda passou com 402 votos a favor e apenas 1 contra –o de Paulo Martins (PSC-PR).
A emenda foi desengavetada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), adversário do governo. A aprovação se dá em um momento de extrema fragilidade política do Palácio do Planalto e contrasta com o esforço tentado nos últimos tempos pelo Executivo de aprovar medidas de equilíbrio das contas públicas.
A proposta tem que ser votada ainda em segundo turno na Câmara e, depois, segue para votação no Senado.
O texto da emenda, relatada pela deputada do oposicionista PPS Carmen Zanotto (SC), determina um crescimento escalonado dos gastos mínimos obrigatórios em saúde dos cerca de 13% da receita corrente líquida para 19,4% em 2023.
A aplicação subiria para 14,8% em 2017, 15,5% em 2018, 16,2% em 2019, 16,9% em 2020, 17,6% em 2021, 18,3% em 2022 e 19,4% em 2023.
De acordo com a Consultoria de Orçamento da Câmara dos Deputados, a entrada em vigor da medida elevaria os gastos federais com saúde em 12 bilhões em 2017, chegando a mais de R$ 140 bilhões no acumulado até 2023. Neste último ano, o extra ficaria em R$ 34 bilhões.
Brasil já tem 907 casos confirmados de bebês com microcefalia
22/03/2016 - Folha de S.Paulo / Site
O país já soma 907 casos confirmados de bebês com microcefalia e outras alterações do sistema nervoso, segundo dados de boletim atualizado do Ministério da Saúde.
Destes, 122, ou 13,4% do total, tiveram resultado positivo para o vírus zika, o que indica que o bebê pode ter sido infectado pelo vírus durante a gestação.
As causas da microcefalia, no entanto, ainda são investigadas. O resultado dos exames para outras infecções que também podem estar associadas à má-formação nos bebês –como toxoplasmose, citomegalovírus e sífilis, entre outras– não foi divulgado.
O Ministério da Saúde, no entanto, diz considerar que a maioria dos casos de microcefalia esteja relacionada ao vírus zika, identificado no país no início de 2015.
Ao todo, foram registrados 6.671 casos de suspeita de microcefalia no país desde outubro até o dia 19 de março. Deste total, 4.293 ainda estão em investigação, enquanto 907 já foram confirmados - são casos em que exames apontam uma má-formação no cérebro dos bebês com sinais que indicam uma infecção congênita (transmitida de mãe para filho).
Os outros 1.471 casos da lista foram descartados após exames não demonstrarem alterações no cérebro ou apontarem causas não infecciosas para o quadro, como uso de drogas ou fatores hereditários.
Em uma semana, o número de casos suspeitos informados pelas secretarias de saúde ao governo federal cresceu 2,9%. Já as confirmações subiram 5%.
Entre os Estados, Pernambuco ainda apresenta o maior número de casos de suspeita de microcefalia, com 1.210 registros em investigação e 268 confirmados.
OUTROS CASOS
O balanço também registra 198 mortes de bebês com suspeita de microcefalia e outras más-formações do sistema nervoso, ocorridos após o parto ou durante a gestação.
Destas, 46 tiveram o quadro confirmado após exames, enquanto outras 22 foram descartadas. As demais ainda estão em investigação.
OMS cobra reforço no combate ao Aedes aegypti para conter vírus da zika
22/03/2016 - Folha de S.Paulo / Site
As zonas afetadas pelo vírus da zika têm que aumentar a luta de combate ao mosquito Aedes aegypti.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) afirma que os métodos tradicionais de combate ao mosquito, como a aplicação de inseticidas, não estão se mostrado eficazes até o momento.
Segundo documento do órgão, o problema não são os métodos em si, mas, sim, a sua aplicação. "O controle do vetor é a maneira mais eficiente para parar a transmissão do vírus da zika, da dengue, da febre chikungunya e da febre amarela, doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Se os métodos atuais forem implementados corretamente –de maneira rápida, abrangente e sustentada– eles são eficientes", argumenta a OMS.
Na ausência de uma vacina em um horizonte próximo, a organização continua a defender a prevenção. A eliminação de focos de larvas do mosquito, uso de repelentes que contenham DEET, IR 3535 ou Icaridina, o uso de roupas compridas e a pulverização de inseticidas devem ser prioritários. A OMS faz a ressalva, no entanto, que o fumacê, muito utilizado no Brasil, é menos eficaz que a aplicação de inseticidas em espaços fechados
Em entrevista coletiva nesta terça-feira (22), em Genebra, Anthony Costello, diretor do Departamento de Saúde infantil, materna e de adolescentes da OMS, afirmou que, dos 2.212 casos suspeitos de microcefalia investigados pelas autoridades sanitárias brasileiras, 863 foram confirmados.
Se essa proporção de 39% de casos confirmados for mantida, o Brasil pode registrar 2.500 bebês com microcefalia. A estimativa foi revelada durante entrevista coletiva na sede da organização em Genebra. O Brasil pode registrar 2.500 casos de microcefalia ligadas à contaminação pelo vírus da zika nos próximos meses.
Embora a OMS ainda não tenha uma prova definitiva da relação entre a contaminação pelo vírus da zika em gestantes e o nascimento de bebês com perímetro craniano abaixo do normal, Costello afirma que "existe um consenso científico cada vez maior" sobre a associação entre zika e microcefalia. A cautela da OMS em relação a dados sobre o surto de zika também vale para estudos publicados recentemente por outras instituições.
O Instituto Pasteur, na França, divulgou que, nos casos de infecção pelo vírus da zika no primeiro trimestre da gravidez, o risco da ocorrência de microcefalia é de aproximadamente 1%. A conclusão foi feita a partir do monitoramento de um surto de zika na Polinésia Francesa entre 2013 e 2014. Para OMS, esses dados são relevantes, mas ainda não se pode dizer se essa também será a realidade no Brasil.
NOVAS TÉCNICAS
Duas novas técnicas de controle da população de Aedes aegypti estão em estudo por especialistas ligados à OMS: mosquitos infectados pela bactéria Wolbachia e mosquitos modificados geneticamente. As duas medidas inibem a propagação dos insetos mas, de acordo com a organização, ainda é preciso um monitoramento "rigoroso é independente" do resultado dessas ações.
Quanto à esterilização dos mosquitos, o uso de armadilhas e de um açúcar tóxico que atrai e mata o Aedes aegypti, o grupo de especialistas no controle de vetores concluiu que ainda é preciso mais evidências cientificas sobre a eficácia desses métodos.
Apenas no continente americano, 4 milhões de pessoas devem ser infectadas neste ano, estima a OMS. Para ajudar no combate e na prevenção da doença, a organização precisa de US$ 56 milhões (R$ 200 milhões). Desse total, porém, apenas US$ 3 milhões (R$ 10 milhões) chegaram às mãos da instituição.
O apoio financeiro é um grande desafio", declarou Margaret Chan, diretora-geral da OMS. "Não podemos permitir que o dinheiro seja uma barreira que nos impeça de fazer a coisa certa. As consequências para a saúde pública de vários países e para muitas famílias são imensas, concluiu.
País investiga 4.293 casos de microcefalia
23/03/2016 - O Estado de S.Paulo
Balanço do Ministério da Saúde divulgado ontem mostra que o País já registrava, até o dia 19, 4.293 casos de microcefalia em investigação. Levantamento anterior, até o dia 12, dava conta de 4.268 registros. Segundo o ministério, 907 casos foram confirmados e 1.471, descartados.
A pasta confirmou 46 mortes com suspeita de microcefalia ou alterações no sistema nervoso central. Outras 130 estão em investigação.
Um aumento de 25,7% foi registrado no número de casos de microcefalia com resultado positivo para vírus zika confirmados em exames laboratoriais.
No levantamento anterior, eram 97 casos e, no divulgado ontem, o número saltou para 122.Pernambuco continua com o maior número de casos em investigação, totalizando 1.210.
São Paulo contabiliza 150 registros, de acordo com o balanço do Ministério da Saúde. A circulação autóctone do vírus permanece presente em 22 Estados e no Distrito Federal.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou ontem que o número de casos confirmados no Brasil pode passar de 2.500. A diretora-geral da organização, Margaret Chan, disse temer a epidemia. “Com o conhecimento atual, ninguém consegue prever se o zika vai se espalhar para outros países e causar má-formação fetal e desordens neurológicas. Mas, se esse padrão for confirmado além da América Latina e do Caribe, o mundo vai enfrentar uma crise severa”, disse. Atualmente, o vírus circula em 38 países e territórios do mundo.
Vacina. De acordo com Margaret, estão em pesquisa atualmente 23 projetos de vacinas, mas um produto pronto para uso ainda deve levar alguns anos. “Como a vacina vai ser usada para proteger grávidas ou mulheres que querem ter filhos, deverá ter um alto padrão de segurança. Alguns projetos devem entrar em teste clínico antes do final do ano”, afirmou.
Muitas cientistas acreditam que a primeira onda da doença pode ter terminado quando tivermos uma vacina.” Ela afirmou ainda que o dinheiro para ajudar no combate ao zika ainda não está chegando como o esperado. Dos US$ 25 milhões solicitados aos países membros, apenas US$ 3 milhões foram entregues até agora.
Brasil recebe primeiro lote de vacina contra a dengue
23/03/2016 - O Globo
O primeiro lote da vacina contra a dengue da francesa Sanofi- Pasteur, aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no fim de dezembro, chegou ontem ao Brasil pelo Aeroporto de Guarulhos (SP). As 500 mil doses são destinadas a clínicas particulares de todo o país. O preço do produto ainda não foi divulgado, porque a multinacional está à espera do parecer da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão interministerial responsável por estabelecer esses valores.
Geralmente, o processo de análise de preço leva cerca de três meses — prazo que ter mina dia 28 deste mês. Por se tratar de um produto excepcional, no entanto, segundo a Anvisa, essa decisão pode tomar um pouco mais de tempo. Depois dos cálculos da CMED, o parecer será levado ao Ministério da Saúde para ser assinado.
Produzida na França, a vacina também foi aprovada no México e nas Filipinas. É válida para os quatro tipos de dengue, pode combater dois em cada três casos da doença, reduzir em 80% as hospitalizações e em 90% as ocorrências graves que resultam em mortes. Os testes foram feitos em 40 mil pessoas, de 9 meses a 60 anos, em 15 países, inclusive o Brasil.
Nas três primeiras semanas deste ano, foram registrados 73.872 casos de dengue no país. No município do Rio, o número continua crescendo. De acordo com os últimos dados divulgados pela Secretaria municipal de Saúde, entre 1 º de janeiro e 19 de março deste ano, já foram contabilizados 4.621. Em 2015, no mesmo período, foram 691 registros. MAIS CASOS EM JACAREPAGUÁ A região de Jacarepaguá, incluindo Anil, Gardênia Azul, Curicica, Freguesia e Taquara, é a que contabiliza mais casos da doença até agora este ano: 863. Em seguida, está a área que inclui os bairros de Ramos, Manguinhos, Bonsucesso e Olaria, com 813 notificações, segundo o último boletim da prefeitura.
No estado, de acordo com os últimos dados divulgados pela Secretaria estadual de Saúde, até o dia 15 deste mês já haviam sido registrados 23.975 casos de dengue. Um óbito foi confirmado, em Volta Redonda.
No último fim de semana, no entanto, uma moradora de Duque de Caxias morreu com suspeita de ter contraído a doença. De acordo com a Secretaria de Saúde da cidade, o número de casos notificados até o dia 17 deste mês no município ( 276) já ultrapassa o registrado em todo o ano de 2015 ( 274). Os cinco bairros com maior número de ocorrências são o Centro, Olavo Bilac, Vila São Luiz, Gramacho e Parque Duque.
Vacina só deve ficar pronta após o primeiro surto de zika, diz OMS
23/03/2016 - O Globo
A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, afirmou ontem que a primeira grande onda de infecções pelo vírus zika no mundo pode acabar antes mesmo que uma vacina fique pronta. Durante coletiva ontem em Genebra, na Suíça, ela disse que 23 projetos estão em desenvolvimento por 14 instituições no Brasil, nos Estados Unidos, na França, na Índia e na Áustria. Porém, deixou claro que nenhum deles foi testado em humanos ainda. Segundo Chan, se o vírus se espalhar por mais regiões, o mundo pode viver uma crise de saúde global. Hoje já há casos da doença em 38 países e territórios. — Especialistas concordam que o desenvolvimento de uma vacina contra o zika é imperativo. Projetos em andamento podem iniciar testes clínicos antes do fim de 2016, mas podem ser necessários anos até que uma vacina testada e licenciada esteja disponível — disse Chan. TESTES EM ESTUDO A diretora da OMS informou que mais de 30 empresas também estão trabalhando em novos testes:
— No que diz respeito a novos produtos médicos, especialistas concordam que um teste para diagnóstico confiável e disponível no ato do atendimento é a mais urgente prioridade.
Segundo ela, “quanto mais se sabe sobre o zika, mais as coisas parecem feias". Ela disse que, após as reuniões entre cientistas do mundo todo promovidas pela entidade, há um consenso sobre a ligação entre o vírus e casos de microcefalia:
— A associação entre o vírus zika e a microcefalia não é cientificamente comprovada, mas existe hoje consenso científico de que há ligação. O desafio de saúde que enfrentamos não deve esperar por provas definitivas.
Segundo a diretora da OMS, ninguém pode prever para onde o vírus vai se espalhar, e se, nesses novos territórios, será repetido o padrão de aumento dos casos de microcefalia, da síndrome de Guillain-Barré e de outras doenças neurológicas, como tem sido observado na América Latina. Mas, se isso acontecer, alerta Margaret Chan, o mundo vai enfrentar uma grave crise de saúde. ENTIDADE NÃO RECEBEU VERBA A diretora afirmou que recebeu dos países membros apenas US$ 3 milhões, dos US$ 56 milhões que seriam necessários para enfrentar o zika. A OMS pediu US$ 25 milhões para a entidade fazer o seu trabalho. Os outros US$ 31 milhões seriam para grupos de pesquisa, incluindo organizações sem fins lucrativos. — Se o dinheiro continuar não chegando, não sei até quando vamos aguentar — declarou a diretora.
A OMS também confirmou ontem a primeira morte por microcefalia registrada no Panamá, que pode estar relacionada ao zika. Chan disse ainda que 12 países já reportaram aumento nos casos de Guillain-Barré.
No Brasil, o Ministério da Saúde divulgou ontem que 4.293 casos suspeitos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso, sugestivas de infecção congênita, estão sendo investigados. Dos casos já analisados, 907 foram confirmados.
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