
CLIPPING - 16/09/2015
Assessoria de Comunicação do CRF-SP
'Cápsula da USP' contra câncer não foi testada clinicamente; entenda
15/09/2015 - G1
Pacientes de câncer e seus familiares têm entrado na justiça para conseguir acesso a uma cápsula produzida pelo Instituto de Química de São Carlos (IQSC-USP) por acreditarem que ela age contra o câncer. Sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a cápsula de fosfoetanolamina sintética só continua sendo produzida pelo instituto por causa das demandas judiciais.
A substância, que começou a ser sintetizada por um pesquisador do IQSC no final da década de 1980, não passou pelas etapas de pesquisa necessárias para o desenvolvimento de um medicamento, portanto não existem evidências científicas de que o produto seja eficaz no combate ao câncer ou seguro para o consumo humano.
5 perguntas e respostas sobre o caso da FOSFOETANOLAMINA
- O que é? Uma substância que passou a ser produzida em laboratório por um pesquisador da USP, hoje aposentado, que acredita que ela seja capaz de tratar câncer.
- Qual é a polêmica? Pessoas com câncer têm entrado na Justiça para obter o produto da USP, mas ele não passou pelos testes legalmente exigidos. A USP tem atendido a demanda somente porque é obrigada judicialmente.
- Mas ela funciona contra o câncer? Cientificamente, não há como afirmar, porque os testes necessários não foram feitos. Ela tem sido distribuída para diferentes tipos de câncer, mas sem seguir evidências científicas de que isso seja adequado.
- Por que os testes não foram adiante? O pesquisador alega que pediu ajuda à Anvisa para desenvolver os testes necessários, mas houve 'má vontade' da agência. A entidade, por sua vez, afirma que nunca houve um pedido de autorização para pesquisa clínica. Houve ainda um contato com a Fiocruz, porém o pesquisador diz que a instituição exigia que a patente do método de sintese da substância fosse passada para a fundação, o que não teria sido aceito por ele. Já a Fiocruz afirma que não realizou o pedido da patente.
- Que mal pode fazer usar esse produto? Como seus efeitos são desconhecidos, não há como excluir efeitos colaterais. O próprio pesquisador que descobriu como sintetizá-la admite que não sabe dizer que dosagem seria adequada para o tratamento de câncer.
Início da produção
O químico Gilberto Orivaldo Chierice, professor aposentado do IQSC, começou a estudar a substância na década de 1980 e passou a trabalhar com a hipótese de que ela teria uma ação anticancerígena. Ele desenvolveu, então, um método próprio para sintetizar a substância em laboratório.
O processo para se testar a segurança e as possíveis propriedades terapêuticas de um componente é longo e envolve várias etapas de pesquisa, que não foram cumpridas no caso da fosfoetanolamina sintética.
Etapas de pesquisa
Primeiro, a substância que é candidata a se tornar um medicamento deve ser testada em modelos mais simples, como uma célula, explica a cientista Vilma Regina Martins, superintendente de Ensino e Pesquisa do A.C.Camargo Cancer Center.
Depois, o produto deve passar por um estudo em animais, que busca verificar se a droga é capaz de, por exemplo, controlar o tumor em um organismo vivo. Nesta fase, são feitos testes em roedores e em não-roedores. A etapa também é capaz de determinar se a substância tem uma atividade muito tóxica ou se é segura para o uso.
Caso todos os resultados sejam favoráveis, na próxima fase começam os testes clínicos, em seres humanos. Na pesquisa clínica de fase 1, avalia-se a segurança e a toxicidade do produto em humanos, gralmente voluntários saudáveis.
Na fase 2, feita em um número maior de pacientes, começa-se a testar a eficácia da droga contra a doença em questão. A fase 3 envolve um número muito maior de pacientes. Geralmente, é feita em vários centros em diferentes países. Somente depois disso é que o produto pode ser submetido à agência reguladora (a Anvisa, no caso do Brasil) para que o pedido de registro seja avaliado.
Cada uma dessas fases tem de ser aprovada pelos órgãos competentes, como o Comitê de Ética e Pesquisa (CEP), a Comissão de Ética em Pesquisa (Conep) e a Anvisa. “Todos os tipos de tratamentos têm de ter fundo científico: isso é que é medicina com base em evidência. Qualquer coisa diferente disso é charlatanismo, não é ciência.”, diz Vilma.
No caso da fosfoetanolamina sintética, o único teste pelo qual a substância passou logo quando começou a ser sintetizada pelo IQSC, segundo Chierice, foi o da dose letal, que verifica a quantidade da substância capaz de matar metade de uma população de animais de teste. Chiarice diz que a substância não provocou a morte de nenhuma cobaia e ele concluiu que seria seguro testá-la em humanos.Depois disso, ainda segundo o pesquisador, as cápsulas começaram a ser administradas a pacientes com câncer do Hospital Amaral Carvalho, de Jaú, com quem o IQSC mantinha um convênio por causa de um outro projeto. De acordo com Chiarice, a droga foi administrada mediante a assinatura de um termo de responsabilidade por parte dos pacientes, muitos em estágio terminal da doença.
O hospital especializado em câncer, porém, afirmou em e-mail ao G1 que não há nenhum registro sobre a utilização da cápsula por pacientes da instituição.
'Bola de neve'
Chiarice diz que, apesar da falta de documentação sobre o efeito da fosfoetanolamina nesses pacientes, “algumas pessoas tiveram melhora” e a existência de uma “cápsula da USP” para tratar câncer começou a ser divulgada. Mesmo depois de o hospital deixar de administrar o produto aos pacientes, alguns familiares continuaram indo até o IQSC para pedir novas doses e o instituto se manteve produzindo para atender a essa demanda.
“O paciente melhorava e recomendava para o vizinho. No início, a gente nunca controlou isso, não éramos médicos. Eles diziam: 'Queria levar para a minha prima porque deve fazer bem'. Nossa atitude não era policiar isso”, diz o pesquisador.
O próprio cientista admite que não sabe qual é a dose adequada da substância. “Em que dose as pessoas tomavam? A mesma que o hospital dava. Não tínhamos como clinicar ou recomendar, não éramos médicos, não tínhamos escopo para dizer isso. Eles já vinham com a orientação do vizinho, de um colega. É dificílimo de controlar. Isso criou uma bola de neve e, em 2013, estávamos produzindo mais de 50 mil cápsulas por mês.”
Anvisa: não houve pedido para pesquisa clínica
A Anvisa afirma, em nota, que nunca houve um pedido de autorização para pesquisa clínica para avaliar a eficácia da fosfoetanolamina sintética contra o câncer, tampouco um pedido para registro do produto como medicamento.Chiarice acusa a Anvisa de “má vontade” por não tê-lo ajudado a desenvolver os testes pré-clínicos e clínicos necessários para a avaliação da substância. A Anvisa esclarece que não é papel da agência desenvolver pesquisas e medicamentos. "É preciso destacar que a Anvisa só avalia pesquisas clínicas ou requerimentos de registro de medicamentos e demais produtos se houver solicitação do interessado. Ou seja, a Agência não realiza análises sem motivação objetiva", afirmou a instituição por e-mail.
A agência observa ainda que "a venda ou distribuição de qualquer medicamento sem registro ou fora do contexto de uma pesquisa clínica aprovada caracteriza uma ilegalidade".
Mais recentemente, uma parceria entre Chiarice e o Instituto Butantan levou à publicação de cinco artigos em revistas científicas sobre a ação anticancerígena da fosfoetanolamina sintética em culturas de células e em animais. Porém não houve prosseguimento dos testes para viabilizar um estudo em humanos.
Houve ainda um contato com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em novembro de 2013 para o prosseguimento dos testes, mas nenhum acordo foi firmado. Segundo Chiarice, a instituição exigia que a patente do método de sintese da substância fosse passada para a Fiocruz, o que não teria sido aceito pelo pesquisador. Já a Fiocruz afirma que não realizou o pedido da patente, apenas informou que para uma possível produção pública de cápsulas da substância, após a realização dos estudos necessários, o licenciamento da substância poderia ser passado a um laboratório oficial.
Demandas judiciais
Depois da aposentadoria de Chiarice do IQSC, em 2013, o instituto interrompeu a produção da cápsula. Em nota, o instituto afirma que constatou que, como não havia licença e registro necessários para a produção da substância para fins medicamentosos, essa distribuição estava ferindo a legislação federal.
Vários pacientes, porém, estão conseguindo na Justiça o direito de receberem a substância, por isso o IQSC continua produzindo e fornecendo o produto para atender às demandas judiciais."Cabe ressaltar que o IQSC não dispõe de dados sobre a eficácia da fosfoetanolamina no tratamento dos diferentes tipos de câncer em seres humanos – até porque não temos conhecimento da existência de controle clínico das pessoas que consumiram a substância – e não dispõe de médico para orientar e prescrever a utilização da referida substância", afirmou o instituto.
Risco aos pacientes
Para o pesquisador João B. Calixto, coordenador do Centro de Inovação e Ensaios Pré-clínicos (CIEnP), uma entidade privada de pesquisas que presta serviços a empresas farmacêuticas, a situação é atípica e pode colocar em risco os pacientes. “Provavelmente, no passado, situações como essa aconteciam com mais frequência, mas há muito tempo existem leis cada vez mais rígidas que têm como principal preocupação a segurança do paciente”, afirma. “O que se tem nesse caso é apenas uma molécula que não foi sintetizada por causa do alvo, mas meio ao acaso. Hoje, a indústria não faz uma molécula ao acaso, mas baseada no alvo que ela quer atacar.”
Enquanto isso, centenas de pacientes continuam procurando Chierice para pedir as “cápsulas da USP” por acreditarem que ela é capaz de curar o câncer. Não há qualquer registro sobre quantas pessoas já recorreram à substância e nem sobre o efeito que a cápsula teve no organismo dos pacientes.
Apartheid da dor
16/09/2015 - Folha de S.Paulo
Autor: Hélio Schwartsman
Muito se fala sobre a desigualdade econômica entre nações e mesmo sobre o acesso assimétrico dos países a recursos essenciais como água, alimentos, petróleo etc. Muito menos mencionada, mas não menos importante, é a diferença que existe na distribuição de analgésicos. O que se afigura aqui é um verdadeiro apartheid da dor.
O problema apareceu tangencialmente na reportagem que a Folha publicou ontem sobre cuidados paliativos. Ali, a médica Ana Claudia Arantes lembra que a média mundial de consumo de morfina é de 6,5 mg por habitante por ano e que, no Brasil, esse número é de apenas 1,5 mg. Na Áustria, campeã mundial de uso lícito do opioide, a cifra vai a 100 mg. A menos que imaginemos que os brasileiros sejam 67 vezes mais resistentes à dor do que os austríacos ou que os médicos do país alpino prescrevam drogas perigosamente perto da irresponsabilidade, é quase forçoso concluir que o brasileiro está sofrendo desnecessariamente.
Embora tenha consumo abaixo da média mundial, o Brasil não é atípico entre países em desenvolvimento. Segundo o Órgão Internacional de Controle de Entorpecentes, ligado à ONU, 5,5 bilhões de terráqueos, cerca de 75% da população mundial, vivem em países com pouco ou nenhum acesso a medicamentos para controle de dores moderadas e severas; 92% de toda a morfina produzida no mundo é consumida por apenas 17% da população global, que habita nações concentradas na América do Norte, Oceania e Europa Ocidental.
É verdade que existem regiões com estrutura de saúde tão precária que nem haveria como distribuir opioides, mas esse não é o caso do Brasil. Nosso problema é uma combinação de má formação dos médicos –que estudam superficialmente analgesia e cuidados paliativos– com burocracia paranoica, que acha mais importante evitar que viciados consigam drogas do que assegurar que pacientes legítimos não sintam dor.
Mercado Aberto: Sem marca definida
15/09/2015 - Folha de S.Paulo
A participação dos genéricos no mercado de medicamentos aumentou neste ano e chegou a 28,3% do total de unidades vendidas, segundo a PróGenéricos, a associação do setor.
A meta da entidade é crescer mais e chegar ao fim de 2015 com 35%, afirma a presidente Telma Salles.
A queda de renda real da população ajuda os genéricos, já que os clientes optam por uma versão maisbarata no balcão da farmácia.
"Medicamento não se compra porque se gosta, mas porque é necessário. Então o usuário procura uma alternativa genérica.
Em vendas, foi um crescimento de 12%, o que ficou aquém das expectativas da entidade, que era de 15%.
E os resultados das empresas foram afetados neste ano, ela diz. Isso porque o preço dos medicamentos é controlado e não pode ser reajustado, mas parte dos insumos é importada e sobe com o dólar.
Esse fator, aliado a uma imprevisibilidade do cenário econômico, limita novos investimentos ou ampliações de produção.
Especialistas debatem humanização do atendimento em hospitais
15/09/2015 - Folha de S.Paulo / Site
Especialistas da área da saúde e da educação se reúnem para debater a realização de um atendimento humanizado em hospitais, com foco na capacitação dos profissionais, em painel durante o 2º Congresso Todos Juntos Contra o Câncer, em 25 de setembro, em São Paulo.
A discussão foca a implantação de ações humanizadoras que façam os colaboradores compreenderem seu papel na instituição. Os participantes irão analisar modelos de trabalho e abordar o papel da arte e da cultura como ferramentas de inclusão tanto do paciente quanto do profissional da saúde no processo de humanização do hospital.
O congresso é uma realização da Abrale (Associação Brasileiro de Linfoma e Leucemia) e o bate, uma promoção da Associação Arte Despertar, ambas membros da Rede Folha. As inscrições são gratuitas no site do evento.
Partículas químicas presentes no ar aumentam risco de morte
16/09/2015 - O Globo
Um novo estudo da Universidade de Nova York, divulgado ontem, concluiu que as minúsculas partículas químicas presentes no ar que respiramos aumentam o risco de morte por praticamente todos os tipos de doenças. Esta relação, que ainda não havia sido confirmada em outros levantamentos, mostra que mesmo um crescimento ínfimo no número de partículas — de dez microgramas por metro cúbico de ar, por exemplo — leva ao aumento de 3% no risco de morte.
Os fumantes têm até 10% mais chances de morrer por doenças cardiovasculares. Os não- fumantes, por sua vez, veem um crescimento de 27% nos óbitos causados por enfermidades respiratórias.
— Nossos dados mostram uma evidência crescente de que o material particulado é realmente prejudicial para nossa saúde, aumentando o índice de mortalidade, principalmente por doenças cardiovasculares, e também por enfermidades respiratórias, no caso dos não- fumantes — explicou o coautor do estudo, o epidemiologista George Thurston, professor de Saúde da População e Medicina Ambiental da Universidade de Nova York, que publicou o estudo na edição on- line da revista “Environmental Health Perspectives”.
De acordo com Thurston, as partículas finas podem contribuir para o desenvolvimento de doenças cardíacas e pulmonares potencialmente fatais porque elas conseguem passar pelo sistema imunológico do organismo e são absorvidas nos pulmões e na corrente sanguínea. Elas não saem do corpo por espirros ou tosses, como ocorre com as partículas maiores e naturais. Além disso, as partículas finas normalmente são feitas de substâncias químicas prejudiciais, como arsênio, selênio e mercúrio, e também podem transportar para os pulmões gases poluentes, incluindo enxofre e óxidos de nitrogênio.
COMPOSIÇÃO E ORIGEM
Para o levantamento, a equipe do pesquisador avaliou estatísticas de um levantamento de saúde e dieta conduzido pelos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA e pela Associação de Aposentados Americanos. Ambos estudaram os índices de qualidade de vida de 566 mil pessoas, entre 50 e 71 anos.
A partir das informações coletadas entre 2000 e 2009, os cientistas calcularam o risco de morte por exposição ao material particulado em diversos tipos de ambiente. Eles também consideraram outros fatores que impactam a saúde e a longevidade, como nível de educação, estado civil, tamanho do corpo, consumo de álcool e cigarro ( no caso dos fumantes). Entre os fatores socioeconômicos presentes no levantamento estão a renda mediana do bairro em que vivem e quantos dos pesquisados não concluíram o ensino médio.
O resultado: a equipe não encontrou diferenças significativas nos efeitos da exposição ao material particulado independentemente de sexo, faixa etária ou nível escolar.
Coautor do estudo, o epidemiologista Richard Hayes revelou que o próximo passo será estudar quais componentes do material particulado são mais prejudiciais e sua origem — por exemplo, o escape de automóveis, as fábricas de produtos químicos ou as usinas de queima de carvão.
— Precisamos informar melhor os tomadores de decisão sobre os tipos e as fontes de material particulado, para que saibam como elaborar os regulamentos — alertou Hayes. — O monitoramento dos riscos à saúde causados pela poluição atmosférica deve ser contínuo.
Capacidade na Fiocruz chegará a 6 petabyte
16/09/2015 - Valor Econômico
Um dos maiores centros de ensino e pesquisa em saúde pública do Brasil, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com sede no Rio de Janeiro - presente em 10 Estados brasileiros e com um escritório em Maputo, capital de Moçambique, na África -, vai ganhar mais eficiência, sob ponto de vista de TI, a partir do fim deste ano, tornando-se apta a suportar inúmeros projetos que mesclam ciência e Big Data. Ainda em 2015, começa a funcionar, na Fiocruz, um datacenter, totalmente certificado, com atuação ininterrupta e baseado em um modelo de virtualização de alta densidade, semelhante ao do datacenter usado hoje pela National Aeronautics and Space Administration (Nasa), nos EUA.
Com um projeto validado pelo Gartner Group, o novo centro de dados vai solucionar problemas referentes a ambiente fracionado, baixa capacidade de operação e alta fragilidade, apresentados hoje pela estrutura de TI descentralizada da Fiocruz. O datacenter faz parte de um projeto maior da TI da Fundação, o desenvolvimento de uma estrutura de computação em nuvem. O objetivo é conferir mais capacidade de processamento, armazenamento e mudar o modelo de negócios em TI para as unidades da Fundação, onde a quantidade de dados não para de crescer.
Álvaro Funcia, responsável pela área de TI da Fiocruz, diz que, há pouco mais de três anos, o volume total de mensagens trafegadas por todas as unidades não chegava a 500 mil por mês. "Em setembro, estamos perto de 13 milhões de mensagens, sendo que 91% desse total param nos nossos serviços de detecção e filtragem." Funcia explica que o projeto de cloud é constituído por dois subprojetos, a construção do datacenter e de uma sala-cofre, para abrigar esse datacenter, com níveis de certificação que atendem a mais de 60 requisitos.
Após licitação concluída em 2014, orçada em R$ 52,7 milhões (R$ 37 milhões para o datacenter e R$ 15,7 milhões para a sala-cofre), o projeto terá sua primeira etapa concluída até o fim de 2015, com a inauguração da sala-cofre e o início de parte da operação do datacenter. Demais etapas serão concluídas em 2016 e 2017.
"O consórcio vendedor, que é formado pelas empresas Cisco e Hitachi, tem até 2017 para terminar o projeto. A divisão em etapas ocorre porque a Fiocruz tem um orçamento escalonado. Com o início da operação do datacenter, que estará em uma estrutura certificada com nível Tier3, vamos saltar de 500 terabytes, em termos de capacidade de processamento, para 1,3 petabyte. Quando toda a estrutura do datacenter estiver completa, até 2017, a capacidade chegará a seis petabytes", detalha Funcia.
Com alta produtividade em termos de pesquisa e difusão de conhecimento, que envolvem estruturas de Big Data, a Fiocruz enfrentava gargalos em termos de TI há mais de quatro anos. "Em todas as atividades finalísticas da Fiocruz, havia carência de estrutura de TI, com modelos antigos de datacenter, que eram descentralizados e com estruturas antigas de processamento, armazenamento e backup, vulneráveis a intempéries e incidentes, como ataques cibernéticos", lembra Funcia. As estruturas mais modernas que acabam com a descentralização de unidades de Centro de Processamento de Dados, são uma tendência que busca produtividade e eficiência, diz.
Mercado Aberto: Saúde
16/09/2015 - Folha de S.Paulo
Colunista: Maria Cristina Frias
O hospital Santa Catarina, de São Paulo, investiu R$ 7 milhões na modernização do centro de diagnóstico por imagens. Em abril, houve desembolso de R$ 12 milhões em equipamentos para a UTI.
Instituto de Ortopedia do Rio de Janeiro passa a captar ossos em todo o País
16/09/2015 - O Estado de S.Paulo
Administrador do maior banco de tecidos musculoesqueléticos do País, o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), no Rio, ampliou a área de captação de doações.
Até maio, a instituição só buscava material doado no Estado do Rio. A partir de uma experiência no Paraná, tornou-se capaz de recolher tecidos doados em qualquer outro Estado.
Embora a estrutura esteja pronta, faltam doadores. Em 2014, houve 27 doações; neste ano, até 15 de setembro, mesmo com o aumento da abrangência territorial, foram só 18 doações – duas delas fora do Rio.
As duas doações no Paraná renderam ao banco do Into 68 materiais para transplantes.
O banco capta, trata e distribui ossos, tendões e meniscos para serem usados em transplantes nas áreas de ortopedia e odontologia. Além de abastecer o Into, o banco fornece material para cirurgias em outros 47 hospitais do País. Em 2014, o material fornecido pelo Into beneficiou 477 pacientes.
Ausência de sintomas aumenta importância do diagnóstico precoce do câncer colorretal
14/09/2015 - Oncoguia
Muita gente se arrepia só de ouvir falar. Há pessoas que sequer pronunciam o nome da doença. Mas fato é que o câncer já não é mais sinônimo de morte, principalmente quando detectado precocemente.
Um dos principais desafios da comunidade médica é criar a cultura da prevenção, objetivo que motiva as sociedades brasileira e gaúcha de Coloproctologia e a Associação Brasileira de Prevenção ao Câncer de Intestino a lançar, neste mês, uma campanha nacional de conscientização para a importância da investigação precoce do câncer colorretal.
A doença atinge o cólon e o reto, localizados no intestino grosso. Grande parte desses tumores se desenvolve a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do órgão. Quando a detecção é feita precocemente, as chances de cura chegam a 90%.
A incidência da doença é alta: o câncer colorretal é o terceiro tipo mais recorrente em homens no Rio Grande do Sul, ficando atrás dos tumores de próstata e de pulmão. Em mulheres, trata-se do segundo mais comum, perdendo apenas para o câncer de mama. Em Porto Alegre, os dados são ainda mais preocupantes: o câncer colorretal é o segundo em número de casos em ambos os gêneros.
O câncer de intestino pode ter diversas origens, incluindo mutações genéticas associadas a certos comportamentos. De acordo com Marlise Cerato Michaelsen, presidente da Associação Gaúcha de Coloproctologia e chefe do Serviço de Coloproctologia do Hospital Ernesto Dornelles, o estilo de vida dos gaúchos ajuda a explicar a alta incidência da doença no Estado:
— Há excesso de consumo de carne vermelha e de gordura animal, o que pode acelerar o aparecimento desse câncer em pessoas predispostas. Além disso, nossa população está atingindo níveis altos de obesidade, e o excesso de peso também está associado ao câncer de intestino.
Porto Alegre ainda carrega outro título que contribui para o aumento da prevelência de câncer colorretal: somos a Capital com mais fumantes do país, e o cigarro é apontado como um acelerador do surgimento da doença. Com tantos fatores de risco, fazer exames preventivos torna-se ainda mais importante, principalmente para quem passou dos 50 anos. Se já houve casos de câncer de intestino na família, a idade recomendada é 40 anos.
— O câncer colorretal é assintomático na maioria dos casos, a investigação precoce é importante. Normalmente, quando os sintomas começam a se manifestar, é porque o tumor já está em estágio avançado — alerta Marlise.
O exame mais comum, explica a médica, é a colonoscopia. Dois dias antes, o paciente deve tomar medicamentos para limpar o intestino e se submeter a uma dieta restritiva. Na data da avaliação, ele recebe uma pequena sedação. Pelo endoscópio, o especialista consegue avaliar todo o intestino grosso. Dessa forma, é possível detectar a presença dos pólipos e, se for o caso, realizar a sua retirada antes que se tornem malignos. Além da colonoscopia, existem exames de fezes preventivos capazes de detectar a presença de sangue no intestino grosso, indicando a necessidade de uma melhor investigação.
Sergio Lago, chefe do Serviço de Oncologia do Hospital São Lucas da PUCRS, explica que o câncer colorretal tem caráter hereditário, o que faz com que pessoas com histórico familiar da doença tenham risco significativamente maior de sofrer com o problema. A prevenção, nesses casos, deve ser mais rigorosa. Ainda segundo Lago, o câncer colorretal é dividido em quatro estágios:
— Na fase quatro, quando a doença está mais avançada, geralmente o paciente apresenta metástase em outros órgãos, e é mais difícil conter a evolução da doença.
Entre os tratamentos mais comuns quando a doença é diagnosticada estão a cirurgia e a quimioterapia. A radioterapia é reservada, na maioria das vezes, para tumores do reto.
Depois dos 50 anos, faça a colonoscopia
Por insistência da gastroenterologista que a acompanhava no tratamento de uma gastrite, Maria Helena dos Santos Finato, 61 anos, resolveu se submeter a uma colonoscopia. Não havia qualquer sintoma, tratava-se apenas de uma recomendação em caráter preventivo. Cuidadosa com a alimentação e praticante de exercícios físicos, Maria Helena estava confiante de que nada seria descoberto, mas o laudo apontou a existência de um tumor no cólon.
— Li o resultado e pensei: vamos enfrentar. Em nenhum momento me revoltei. Estava na minha trajetória, eu tinha de passar por isso. Cuidei de fazer o que tinha de fazer — recorda a dona de casa.
Depois de uma cirurgia por videolaparoscopia e nove sessões de quimioterapia, ela não tem queixas. Faz consultas periódicas de revisão com a proctologista e o oncologista e sugere que ninguém se descuide da saúde:
— As pessoas não podem perder tempo. Chegou aos 50 anos, se puder, vá fazer a colonoscopia. Eu peguei a doença no começo, tive chances. Quem não faz, dependendo de quando descobrir o diagnóstico, não tem mais chances.
No caso da aposentada Edyna Gonzales Alves, 77 anos, o resultado de uma tomografia realizada para investigar a causa de uma dor na região lombar levou o ortopedista a pedir que ela procurasse um proctologista. Seguiu-se uma colonoscopia, que apontou um pequeno tumor no cólon direito. Após a cirurgia, por meio de uma pequena incisão, não foi necessário um tratamento complementar. Recuperada, a professora aposentada hoje salienta aos quatro filhos — três deles já na faixa dos 50 anos — a importância dos exames preventivos.
— Estou sempre dizendo que eles têm de fazer. Não custa. Acho que já os convenci — diz Edyna.
Campanha busca a conscientização
Organizada pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia, pela Associação Gaúcha de Coloproctologia e pela Associação Brasileira de Prevenção ao Câncer de Intestino, a campanha nacional de prevenção ao câncer de intestino, iniciativa também chamada de Setembro Verde, levará a exposição de um modelo de um intestino gigante para as cidades de Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo.
Marlise Cerato Michaelsen, presidente da Associação Gaúcha de Coloproctologia, explica que os visitantes poderão percorrer a parte interna do protótipo inflável, de aproximadamente 20 metros, tendo acesso a vídeos educativos e ilustrações sobre hemorroidas, doenças inflamatórias, pólipos, divertículos e câncer.
A estrutura estará na Capital entre os dias 18 e 20, no terceiro andar do Praia de Belas Shopping. Nos três dias da mostra, haverá, ao final do passeio pelo intestino gigante, um bate-papo com médicos sobre prevenção, exames e tratamentos, além da distribuição de material informativo. Este é o segundo ano consecutivo que a campanha passa pelo Estado.
Setembro Verde
Visitação de modelo de intestino gigante
- Data: de 18 a 20 de setembro
- Local: terceiro andar do Praia de Belas Shopping, em Porto Alegre
- Horário: das 10h às 22h
- Entrada gratuita
Advent compra fatia de 13% do Fleury
16/09/2015 - Valor Econômico
A gestora americana Advent adquiriu 13% do capital do Fleury por cerca de R$ 400 milhões, conforme antecipou ontem o Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor. Essa fatia pertencia a um grupo de médicos que reduziu sua participação para 28%. Já a Bradesco Saúde mantém os 16% da empresa de medicina diagnóstica.
Nessa transação, o Advent não precisará estender a oferta aos minoritários e ao mesmo tempo soluciona o problema dos médicos, que buscavam um comprador para quitar uma dívida de cerca de R$ 150 milhões captada no Banco do Brasil para compra de 8,4% das ações do Fleury que estavam em poder da Rede D'Or. O grupo hospitalar recebeu papéis do Fleury como parte do pagamento da venda de sua rede de laboratórios Labs, em 2010. A ideia dos médicos era pagar o empréstimo bancário, assinado no primeiro semestre de 2013, com dividendos. No entanto, o desempenho do Fleury nos 18 meses seguintes foi extremamente fraco, impactando o valor das ações, e motivando os médicos a venderem sua fatia.
Trata¬se do primeiro negócio na área de saúde do Advent no Brasil. A gestora americana chega num momento em que o Fleury volta a apurar resultados positivos após uma profunda reestruturação, que levou um ano e meio e fez a companhia retomar suas origens, com foco no público premium. No segundo trimestre, o lucro líquido do Fleury mais do que dobrou e a companhia registrou crescimento no Rio de Janeiro, praça em que apurava resultados negativos desde 2013.
No ano passado, durante sete meses, a gestora Gávea negociou com exclusividade a aquisição de 41,2% do Fleury por cerca de R$ 1,2 bilhão. Esse valor poderia dobrar com o 'tag along'. No entanto, no último momento, a operação foi interrompida por divergências no valor pedido pela família fundadora do Hermes Pardini, laboratório mineiro em que o Gávea detém 30% de participação. Segundo fontes do setor, a família Pardini queria um valor 20% a 30% superior ao ofertado na transação, o que fez os investidores desistirem. O Gávea já havia levantando recursos com o fundo soberano de Abu Dhabi e um fundo do Goldman Sachs.
Ainda de acordo com fontes, o desfecho da negociação com Fleury teria causado tamanho mal estar dentro do Gávea que a gestora decidiu vender sua fatia de 30% do Hermes Pardini, adquirida em 2011. Esse imbróglio teria sido mais um fator para aumentar a insatisfação do Gávea que, apesar de ser dono de uma fatia relevante, enfrenta dificuldades para impor seu estilo de trabalho no Hermes Pardini.
O interesse dos fundos de private equity estrangeiros nas empresas de medicina diagnóstica é antiga. O Pátria foi o primeiro a investir no setor em 1999 na Dasa, dona de laboratórios como Delboni Auriemo e Lavoisier, e atualmente, é acionista na Alliar, rede de laboratórios de exames de imagem.
Além disso o Pátria, em conjunto com a americana Blackstone, também analisou a aquisição do Fleury na etapa inicial de prospecção em 2014.
Outra empresa do setor bastante cobiçada é o SalomãoZoppi, rede de medicina diagnóstica de São Paulo, que está negociando com cinco fundos estrangeiros a venda de uma fatia entre 20% e 30%. A operação deve ser concluída até o fim deste ano e está sendo coordenada pela MTS Health Partners, consultoria americana especializada em saúde que recentemente abriu escritório no BrasiL.
Farmacêuticas usam aparelhos para melhorar coleta de dados
14/09/2015 - Portal Exame
As empresas farmacêuticas estão utilizando o Fitbits e outros aparelhos que operam presos ao pulso, ao peito e à pele dos pacientes para levar medicamentos ao mercado mais rapidamente.
O que começou como uma ajuda para monitorar os movimentos de atletas e pessoas em dieta está rapidamente se transformando em uma ferramenta fundamental para pesquisadores médicos e fabricantes de medicamentos.
Ao equipar participantes de testes clínicos com os chamados aparelhos de vestir, as empresas estão começando a levantar informações precisas e a reunir dados em período integral na esperança de dinamizar testes e entender melhor se um medicamento está funcionando.
No futuro, os aparelhos de vestir também poderão ajudar as fabricantes de produtos farmacêuticos a provar para as empresas de seguros que seus tratamentos são efetivos, reduzindo assim os custos com saúde.
“O uso de aparelhos de vestir tem o potencial de ser uma revolução”, disse Kara Dennis, diretora-gerente de saúde móvel da Medidata Solutions Inc., que presta consultorias a empresas sobre formas de melhorar testes clínicos.
Os pesquisadores farmacêuticos consideram que essa tecnologia de monitoramento é mais precisa que a memória humana recolhida a partir de questionários subjetivos que pedem que os pacientes classifiquem sua habilidade para caminhar em uma escala de, digamos, zero a quatro.
Até o momento, pelo menos 299 testes clínicos estão utilizando aparelhos de vestir, segundo registros dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA.
Dor nas costas
Em um estudo, a GlaxoSmithKline Plc -- em trabalho com a McLaren Applied Technologies, que faz parte da empresa que fabrica carros esportivos -- acompanhará os movimentos de 25 pacientes com doença de Lou Gherig, uma condição neurodegenerativa muscular também conhecida pela sigla ELA.
Os participantes serão equipados com um pequeno monitor retangular leve que se adere ao peito, disse Paul Rees, líder de desenvolvimento de medicamentos da Glaxo. O aparelho, produzido pela empresa de tecnologia médica finlandesa Mega Electronics Ltd., mede a frequência cardíaca, assim como os passos e o aumento na elevação, disse Rees.
Os dados biométricos são armazenados no aparelho e baixados automaticamente por meio de uma conexão Bluetooth quando um paciente se aproxima de um roteador sem fio que tem o tamanho aproximado de um telefone celular.
O distribuidor, então, envia as informações a um servidor seguro que a Glaxo é capaz de acessar e elas podem ser usadas para pesquisas dos muito necessários tratamentos da doença.
Enquanto isso, o Departamento de Assuntos de Veteranos está se preparando para realizar um teste clínico em fevereiro próximo para monitorar os que sentem dor nas costas.
Quem sente esse tipo de dor tende a não ser muito ativo porque os movimentos agravam essa condição, por isso o departamento planeja monitorar os passos dessas pessoas -- possivelmente por meio de um Fitbit, o aparelho ainda não foi definido.
Eles vão inserir os dados, juntamente com outras informações, como avaliação da dor dos pacientes, em um algoritmo para determinar se eles precisam de mais ou menos tratamento, disse John Piette, cientista sênior de pesquisa de carreira no Centro Ann Arbor para Pesquisas de Gestão Clínica do departamento, em Michigan, e um dos pesquisadores principais.
Com o aumento do interesse, as empresas de tecnologia estão procurando formas de tornar os aparelhos de vestir cada vez menos intrusivos. A MC10 Inc., empresa de biotecnologia com sede em Lexington, Massachusetts, EUA, desenvolveu um aparelho do tipo, chamado de “biostamp” (“bioselo”, em tradução livre), um adesivo com circuitos e sensores flexíveis.
O cofundador Ben Schlatka o descreve como um “band-aid inteligente e leve” que pode ser colado em qualquer parte do corpo. A MC10 se associou a uma série de empresas farmacêuticas, mas seu aparelho não está em uso em nenhum teste clínico, disse Schlatka. A MC10 se associou à fabricante de medicamentos belga UCB para trabalhar com desordens neurológicas severas. Schlatka preferiu não identificar outras empresas.
Alzheimer pode ser tratado com composto encontrado no vinho
14/09/2015 - Portal Exame
Pesquisadores da Universidade de Georgetown, nos EUA, descobriram que o resveratrol, um composto encontrado no chocolate amargo e no vinho, pode interromper o avanço do mal de Alzheimer.
O estudo analisou 119 participantes dividos em dois grupos. O primeiro recebeu doses da substância em seu estado puro e o segundo tomou placebo. Todas as pessoas que fizeram parte da pesquisa têm graus leves ou moderados de demência devido ao Alzheimer.
Cientistas acreditam que a diminuição na quantidade de proteínas amiloides pode ser uma das causas principais do desenvolvimento do Alzheimer. Geralmente, quando os níveis de amiloide-beta 40 diminuem, a doença se agrava.
Após um ano tomando o resveratrol, o primeiro grupo mostrou pouca ou nenhuma mudança nos níveis de amiloide-beta 40. Já o segundo grupo, mostrou uma diminuição no composto.
Assim, o fato de eles não mudarem após o uso do reveratrol indica que os cientistas podem ter encontrado uma forma de frear o Alzheimer.
Embora os resultados sejam promissores, os pesquisadores não acreditam que o estudo seja conclusivo e preferem não chamar o resveratrol de droga milagrosa.
“Não podemos concluir a partir deste estudo que os efeitos do tratamento com resveratrol são definitivos”, afirmou R. Scott Turner, diretor do programa de desordens memoriais da Universidade de Georgetown, em um comunicado.
Difícil reprodução
Mesmo que a substância seja útil para o tratamento, o usuário comum não é capaz de replicar os efeitos da droga. Seria preciso beber mil garrafas de vinho por dia para chegar à quantidade de dois gramas utilizada pelos cientistas.
O exame de ressonância magnética também revelou um resultado inesperado. As pessoas tratadas com o resveratrol perderam mais volume cerebral.
Segundo os cientistas, isto pode significar que o composto também pode reduzir o inchaço do cérebro dos pacientes. "Não temos certeza de como interpretar este achado”, diz Turner.
A droga ainda não está disponível comercialmente. Contudo, outras formas puras da substância podem ser encontradas em farmácias.
Johnson & Johnson seleciona start-up para desenvolver pesquisa nos EUA
14/09/2015 - Folha de S.Paulo / Site
A Janssen, unidade farmacêutica do grupo Johnson & Johnson, vai selecionar uma start-up da América Latina para passar um período de seis meses desenvolvendo pesquisa em um dos laboratórios da empresa nos Estados Unidos.
Podem candidatar-se no concurso "Quick Fire Challenge" start-ups que atuem com inovação em saúde. A Janssen busca principalmente negócios que desenvolvam soluções nas áreas de neurociência, imunologia, oncologia, cardiovascular, metabolismo e doenças contagiosas e vacinas.
Os critérios de avaliação são uma necessidade médica ainda não solucionada, experiência prévia da equipe, além de consistência do projeto em si. Por isso, quem já tem investidores sai na frente, como espécie de fiador de que o negócio é viável, explica Chelsea Hewitt, diretora de marketing do JLabs, incubadora do grupo.
O vencedor terá direito a passar um semestre na incubadora, na Califórnia (EUA). A start-up não recebe investimento da Johnson & Johnson, mas tem acesso a toda a infraestrutura do laboratório.
A ideia é que pesquisadores possam utilizar equipamentos que de outra forma seria impossível, em razão do custo alto. Uma das máquinas disponíveis, por exemplo, é um NMR (ressonância magnética nuclear), cujo preço de compra é US$ 500 mil e, de manutenção, US$ 40 mil ao ano, diz Hewitt.
As inscrições começam em outubro deste ano e vão até 18 de janeiro de 2016. O vencedor será anunciado no dia 2 de março. Os interessados podem se cadastrar no site jlabs.jnjinnovation.com (em inglês).
JLABS
O projeto começou em 2012 e atualmente possui laboratórios em San Diego e San Francisco, mas há previsão de expansão para Boston e Houston. Há cerca de 50 start-ups em San Diego.
O modelo é "sem amarras", ou seja, o empreendedor não tem nenhuma obrigação com a Johnson & Johnson e, caso queira, pode inclusive vender seu produto para uma outra empresa.Uma das start-ups que participam da incubadora é a Dermala, que desenvolve produtos para tratamento de doenças e problemas de pele com base no microbioma (bactérias) da pele humana. Segundo Lada Rasochova, esse tipo de utilização para combater problemas como acne é inédito.
Empresários criticam cortes no Sistema S e aumento de tributos
15/09/2015 - Folha de S.Paulo
Empresários e representantes da indústria, do varejo e do setor de serviços criticaram a elevação de tributos, como a volta da CPMF, e a retenção de parte das verbas do Sistema S –conjunto de nove instituições de categorias profissionais, como Sesc, Senai, Sebrae e Senac.
O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Andrade, afirmou que é preciso "negociar a forma como estes cortes vão acontecer".
Procurado pelo ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) para ser informado das medidas, o empresário avalia que o corte linear vai prejudicar Estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, que contam com recursos para bancar programas profissionalizantes. A redução nas verbas do Sistema S foi criticada também pela Abimaq, associação que reúne fabricantes de máquinas, e pela Fecomercio SP.
IRONIAS
"O governo não cortou nada na carne. O que houve foi falta de transparência e uma transferência [da conta] para a sociedade", disse o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, ao se referir à CPMF.
Para Skaf, o ministro Joaquim Levy (Fazenda) foi irônico ao fazer comentários como "um aumentozinho de tributo". "Um desrespeito. O Brasil não precisa de ministro para aumentar imposto, mas, sim, para combater a corrupção, reduzir o tamanho do Estado. O gastão da história é o governo, não são as famílias."
Na avaliação da Febraban (federação dos bancos), as medidas mostram "compromisso do governo" com as contas públicas, mas a CPMF, além de ser temporária, deveria ter alíquotas declinantes, " para reduzir os efeitos distorcivos da taxação sobre intermediação financeira".
José Romeu Ferraz Neto, presidente do SindusCon-SP, lamentou o corte adicional de R$ 4,8 bilhões feito no Orçamento da União para 2016 no Programa Minha Casa, Minha Vida, além da redução de R$ 15 bilhões nesse programa, já anunciada anteriormente.
"Responsável por 60% dos investimentos produtivos, a construção será fundamental para a retomada do crescimento econômico. Quanto mais ela for afetada pelas novas medidas anunciadas pelo governo, mais tardará a recuperação do país."
A Abiquim (indústria química) disse ter sido pega de surpresa com a proposta de eliminar até 2017 o regime de incentivo tributário Reiq e classificou o cenário como "catastrófico".
Para Antônio Britto, presidente da Interfarma, que representa laboratórios internacionais, o anúncio é importante, mas ainda é cedo para avaliar se as medidas surtirão efeito. Ex-ministro da Previdência durante o governo Itamar, ele afirma que o governo pecou ao propor a volta da CPMF sem sinalizar quais medidas serão adotadas para reformar a Previdência.
Estudos clínicos crescem no Brasil para investigação de tratamentos de doenças
11/09/2015 - Portal Snif Brasil
O Brasil vem ganhando destaque mundial no desenvolvimento de estudos clínicos. Segundo o Clinical Trials, o mais importante mapeamento realizados no mundo, o Brasil é o país com a maior quantidade de pesquisas desse tipo na América Latina, com 4509 iniciativas cadastradas, bem à frente da Argentina, que aparece na segunda colocação, com 899 estudos.
?Hoje, os centros de pesquisa estão altamente profissionalizados, atuando com regras rígidas, com recursos humanos altamente especializados e estruturas de primeira linha?, informa Fábio Castro, alergista, imunologista e pesquisador do Instituto de Medicina Avançada (IMA), um dos centros especializados em estudos clínicos de São Paulo (SP).
Para o especialista, um estudo clínico é importante para a saúde pública, permitindo acesso a novos medicamentos com grande potencial de eficácia, além de um controle rígido de doenças. ?Realizamos estudos nacionais e internacionais em diferentes áreas, como alergias respiratórias, imunologia, endocrinologia, reumatologia e cardiologia?, afirma.
Importância para o tratamento
Segundo a Associação de Organizações Representativas de Pesquisas Clínicas (Abracro), além de gerar conhecimento para o tratamento de diversos tipos de doenças, a participação em um estudo clínico é uma oportunidade para pacientes terem acesso a medicamentos inovadores ainda não disponíveis no mercado. Ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, as pesquisas não são voltadas apenas a doenças como câncer e HIV, mas também a problemas de saúde corriqueiros, como as doenças de inverno. Tratamentos para patologias que acometem boa parte da população, como rinite alérgica, resfriado e gripe também fazem parte das pesquisas realizadas.
Em 10 anos, câncer matou mais de 1,5 milhão de brasileiros
15/09/2015 - Portal Exame
A morte da atriz e apresentadora, Betty Lago, vítima de um câncer na vesícula diagnosticado há três anos, traz à tona um grave problema de saúde pública do Brasil.
Só em 2013, o número de óbitos por esse tipo de câncer atingiu mais de 1,1 mil pessoas no país – 25% a mais do que o registrado há uma década. O total, em dez anos, supera a marca de 1,5 milhão de brasileiros.
Apesar das inúmeras descobertas e novos estudos para o tratamento da doença, o número de vítimas de câncer não para de aumentar no Brasil e no mundo.
Em 2013, 162 mil pessoas faleceram devido a tumores malignos – 32% a mais desde 2003. Em matéria de anos de vida perdidos, esses brasileiros poderiam ter vivido 12 anos a mais se não tivessem sido acometidos pela doença.
No mundo, só em 2012, o câncer ceifou a vida de 8,2 milhões de pessoas, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
E as previsãoes para o futuro não são otimistas. De acordo com estimativas da Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer (Iarc), nos próximos 15 anos, serão registradas mais de 13 milhões de mortes anualmente.
Mais diagnósticos
Em 2015, só no Brasil, mais de meio milhão de pessoas serão diagnosticada com a doença, segundo projeção do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
O câncer de pele do tipo não melanoma é mais incidente este ano - cerca de 25% de todos os tumores malignos registrados no país são desse tipo. Depois vem o câncer de próstata e de mama.
Nota-se que para os homens, o câncer de próstata é o mais comum - correspondente a quase 23% dos 302,3 mil casos estimados. Para as mulheres, o tumor na mama lídera a incidência com mais de 57 mil casos, 20,8% do total.Em 2013, foram 196,9 mil vítimas de câncer, segundo dados do Ministério da Saúde.
Apesar da expansão contínua dos casos de câncer no Brasil, o Ministério afirma que a quantidade de cirurgias oncológicas aumentou quase 16% de 2010 para 2014 - um salto de 39,7 mil procedimentos realizados em quatro anos.
Além disso, o número de pacientes tratados com quimioterapia subiu em 29% no mesmo período.
Risco cardíaco maior para as diabéticas
15/09/2015 - Correio Braziliense
Mulheres com diabetes devem ficar ainda mais atentas às complicações cardíacas desencadeadas pela doença metabólica. Uma revisão de estudos conduzido no Hospital of Southeast University, na China, com dados de 11 milhões de pessoas, indica que elas são em torno de 40% mais propensas a sofrerem de síndromes coronárias agudas, como ataque cardíaco ou angina, do que os homem diabéticos.
Essa diferença conforme o gênero do paciente ainda não havia sido mensurada cientificamente.O estudo inédito será apresentado hoje no encontro anual da Associação Europeia para o Estudo da Diabetes (EASD), em Estocolmo. Os pesquisadores consideraram estudos realizados em três continentes: cinco pesquisas da América do Norte, sete da Europa e seis na Ásia, incluindo países como Canadá, Estados Unidos, China e Alemanha. Ao analisar os dados, concluíram que o risco relativo de complicação cardíaca era de 2,46 para mulheres com diabetes e 1,68 para homens na mesma condição. Há um risco aumentando, portanto, de 38% para elas.
Xue Don, líder do estudo, ressalta que a constatação deve servir de base para o desenvolvimento de ações mais individualizadas de combate a ambas as complicações. “Devemos evitar o preconceito sexual na doença cardiovascular, tomar todas as medidas necessárias para diagnosticá-la precocemente e controlar os fatores de risco de forma abrangente, a fim de garantir os tratamentos mais adequados e os melhores resultados possíveis”, diz.
A abordagem focada em gênero é importante porque o diabetes costuma acometer mais as mulheres. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, 9 milhões de brasileiros têm a doença metabólica, sendo que 5,4 milhões são mulheres. O excesso de peso é um dos fatores para o desencadeamento do problema. E a obesidade também é maior entre elas. De acordo com o Ministério da Saúde, 18,2% das brasileiras são obesas, contra 17,9% dos homens.
Ameaça tamanho família
15/09/2015 - Correio Braziliense
Os pesquisadores sugerem que restaurantes reduzam a quantidade das porções para evitar que os clientes exagerem.
Pela mesa, porções avantajadas de guarnições e do alimento principal divididas em cumbucas. No canto dela, um prato com tamanho também além do recomendado para ser preenchido. A combinação cada vez mais comum em restaurantes e nas cozinhas caseiras tem levado a pessoas a comer mais, alertam pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, em uma revisão que envolveu dados de 6.711 adultos e foi publicada hoje no jornal Cochrane Database of Systematic Reviews.
“Pode parecer óbvio que, quanto maior o tamanho da porção, mais as pessoas comem, mas, até esta revisão sistemática, a evidência para esse efeito tinha sido bem fragmentada, de modo que o quadro geral, até agora, tem sido pouco claro”, observa Gareth Hollands, coautor do estudo e pesquisador da Unidade de Comportamento e Pesquisa em Saúde da universidade britânica.
Segundo Hollands, há uma tendência de vincular o excesso de ingestão de comida e bebida a características pessoais, como o excesso de peso e a falta de autocontrole. Os resultados apresentados por ele e a equipe, porém, reforçam a necessidade de intervenções que estão além das decisões individuais. “Na verdade, a situação é muito mais complexa. Nossa pesquisa destaca a importância do papel das influências ambientais sobre o consumo alimentar. Facilitar com que as pessoas evitem as porções exageradas de comida ou bebida, reduzindo o tamanho delas em restaurantes, por exemplo, pode ser uma boa maneira de ajudá-las a diminuir o risco de comer demais.”
A estimativa dos pesquisadores é de que, reduzindo o tamanho das porções e dos talheres, haverá uma queda da média da energia diária consumida em até 29%. No caso dos adultos do Reino Unido, a diminuição pode variar de 12% a 16%, o equivalente a até 279kcal. Se forem norte-americanos, entre 22% a 29%, ou seja, até 527kcal diárias. A revisão, resultado da análise de 61 estudos, não detectou que os efeitos variavam substancialmente em relação ao sexo, ao índice de massa corporal, à suscetibilidade à fome ou à disposição para controlar o comportamento alimentar.
Medidas
Apesar dos efeitos sobre a saúde consideráveis, os autores reconhecem que a mudança de hábito não é simples, nem imediata. Por isso, sugerem medidas mais pontuais, a serem adotadas principalmente pelo setor alimentício. Entre elas, a redução do tamanho de pratos, talheres e copos, e a restrição da prática de redução de preços de produtos não nutritivos vendidos em pacotes de tamanhos maiores.
“No momento, para as pessoas, é muito fácil — e, muitas vezes, melhor financeiramente — comer ou beber demais”, ressalta Ian Shemilt, também coautor da revisão científica. A facilidade, porém, pode ter um preço alto. Comer em excesso, além de favorecer a obesidade, aumenta o risco de desenvolvimento de doenças cardíacas, diabetes e cânceres, complicações que estão entre as principais causas de morte prematura.
Shemilt ressalta, porém, que não dá para mensurar qual a participação das porções e dos utensílios exagerados nessas enfermidades. Mas, pelos resultados atingidos, pode-se defender os benefícios globais dos ajustes no comportamento e nos talheres. “Nossa evidência é convincente de que as ações que reduzem o tamanho, a disponibilidade e o apelo a grandes doses de alimentos podem fazer a diferença. Esperamos que elas deem um novo impulso para as discussões sobre como isso pode ser alcançado em uma gama de setor público e nos ambientes comerciais.”
Falha hormonal
Divulgado em julho na revista Cell Reports, estudo da Universidade Rutgers, nos Estados Unidos, trouxe uma abordagem fisiológica para o descontrole na hora da alimentação. Em um experimento com ratos, os pesquisadores detectaram que o hábito pode estar ligado à baixa quantidade do hormônio GLP-1, produzido no intestino de humanos na presença de alimentos. Quando secretado, ele provoca o aumento da saciedade e, por consequência, a redução da ingestão de alimentos. Nos testes, quando o GLP-1 foi reduzido, as cobaias ficaram mais famintas. “Os ratos comeram além da necessidade de calorias e mostraram um aumento da preferência por alimentos ricos em gordura”, explicou Vincent Mirabella, participante do estudo, no artigo divulgado na publicação científica.
Quatro mitos e verdades sobre a trombose
16/09/2015 - O Globo
Anticoncepcionais aumentam risco
Verdade. No Dia Internacional de Combate e Prevenção à Trombose, comemorado hoje, o angiologista e cirurgião vascular Eduardo Fávero esclarece que uma das causas da doença é a variação hormonal. Por isso, mulheres grávidas ou que tomam pílula e têm fatores de risco como obesidade são mais propensas ao problema.
Não apresenta sintomas
Mito. Nem sempre ela é assintomática. Os principais sinais de alerta de uma trombose venosa profunda são dor concentrada, inchaço, endurecimento da pele e aumento da temperatura nas pernas, que podem adquirir uma coloração vermelha ou arroxeada. Longas viagens são prejudiciais.
Verdade. Após ficarmos sentados por muito tempo, a velocidade de retorno do sangue das pernas ao coração diminui, tornando o sangue passível de coagulação. Em aviões, o perigo é ainda maior. “O ar seco e a baixa umidade colaboram para desidratar o corpo e, assim, diminuir a liquidez do fluido sanguíneo”, diz Fávero.
Não há como prevenir
Mito. Hábitos saudáveis como a prática de atividade física e uma alimentação equilibrada são fundamentais. Em viagens longas, é bom utilizar meias elásticas para melhorar o fluxo sanguíneo, trocar de posição na poltrona e nunca viajar de pernas cruzadas.
Plano de saúde ainda é o grande benefício oferecido no mundo
16/09/2015 - O Estado de S.Paulo
A assistência médica ainda é o principal benefício concedido por 99% das empresas em todo o mundo. Os dados fazem parte de um estudo feito pela Aona cada dois anos. Segundo a pesquisa, cinco entre seis benefícios previstos na legislação brasileira estão cada vez mais consolidados, mesmo em meio ao período de incertezas na economia. A pesquisa contou com a participação de 423 companhias em diversos segmentos para identificar os 20 principais incentivos oferecidos para os colaboradores e índices de permanência.
Saiba quais são os diferentes tipos de diabetes
14/09/2015 - UOL
Diabetes é uma doença ocasionada pela total falta de produção de insulina pelo pâncreas ou pela quantidade insuficiente da substância no corpo. A insulina mantém a quantidade de glicose, responsável por transformar o açúcar em energia para manter o corpo em movimento, em níveis saudáveis na corrente sanguínea. O quadro de diabetes ocorre quando o corpo desenvolve uma resistência ou deficiência que impede as células de fazerem o trabalho. Isso aumenta os níveis de glicose no sangue. Uma pessoa saudável deve ter uma taxa glicêmica de no máximo 125 mg/dL (miligramas por decilitro) em jejum. Exames que apresentem números maiores do que o normal indicam que a pessoa já é diabética.
Tipo 1
Ocorre quando o próprio corpo ataca as células do corpo que produzem a insulina. Nestes casos, a causa é apenas genética e pouco tem relação com o estilo de vida. O tratamento é feito com injeções de insulina que simulam o comportamento do pâncreas após as refeições.
Quase 50% das pessoas com tipo 1 são diagnosticadas antes dos 18 anos, e a doença já pode ser desenvolvida no primeiro ano de vida.
É fundamental seguir corretamente as indicações médicas para manter a insulina sob controle. Em excesso, a substância pode baixar o nível pode baixar os nível de glicose no sangue e causar hipoglicemia, que pode deixar a pessoa inconsciente. Pouca insulina, pode causar picos de hiperglicemia, que causam os mesmo danos da doença, mas em prazos mais longos.
Tipo 2
Muito mais comum, atinge cerca de 90% das pessoas diabéticas ao redor do mundo. Neste caso, o corpo passa a criar resistência à insulina produzida pelo corpo. Era uma doença ligada a pessoas mais velhas, já que o pâncreas normalmente produz menos insulina com o passar dos anos.
Recentemente, porém, o estilo de vida urbano, o consumo de alimentos industrializados, a falta de exercícios e o crescimento da obesidade estão causando um aumento no número de jovens adultos que desenvolvem diabetes. Com a gordura acumulada na região abdominal, o corpo passa a produzir mais e mais insulina. Com o tempo, o corpo cria resistência à substância, a produção do pâncreas fica insuficiente, e a taxa de glicose começa a subir.
Se descoberta rapidamente, a doença pode ser controlada apenas com exercícios físicos e uma dieta balanceada. O uso de insulina pode ser preciso apenas em um estágio mais avançado da doença.
Gestacional
Como o próprio nome diz, ocorre somente em mulheres grávidas. Durante a gestação, a placenta muda o metabolismo da mãe para garantir que o feto receberá energia suficiente para se desenvolver.
Essa mudança aumenta a demanda por insulina. O problema é que, muitas vezes, o corpo da mãe não é capaz de suprir a demanda, e as taxas de glicose no sangue sobem. Se não tratada, a diabetes gestacional pode causar problemas para o bebê, como: macrossomia fetal (o bebê nasce muito acima do peso), traumas no nascimento, hipoglicemia e icterícia.
Danos e diagnóstico
Altas taxas de glicose no sangue podem causar danos aos olhos, rins, fígado, nervos e grandes vasos vasculares. Se a diabetes não for tratada, pode levar a perda de visão, derrames, amputações de pernas e braços, insuficiência renal e, por fim, à morte. Problemas cardiovasculares são a causa de óbito de mais de 80% dos pacientes com diabetes.
"A diferença é que, no tipo 1, o quadro piora de uma hora para outra. A pessoa perde peso, tem a visão afetada e vê uma piora repentina na saúde. Por isso é rapidamente identificada. Já o tipo 2 tem um quadro clínico muito lento. Os sintomas são os mesmos, mas muitas vezes a pessoa nem percebe que está doente", explica o endocrinologista Walter Minicucci, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes.
Tratamento e como evitar
Para pacientes do tipo 1, a única coisa a se fazer é ter uma vida com uma dieta regrada e tomar as doses corretas de insulina estipuladas pelo médico. Mesmo quem tem a doença pode levar uma vida comum, sair para festejar, beber com os amigos e praticar esportes, mas sempre com muito cuidado.
No caso da diabetes tipo 2, um estilo de vida saudável, com muito exercício físico e poucos excessos, reduz drasticamente as chances de desenvolver a doença. Alguns fatores genéticos podem influenciar, então, se a família tem histórico de diabéticos, vale a pena redobrar o cuidado. A idade é um fator de risco importante, mas não é determinante.
Na gestacional, é essencial seguir uma dieta regrada e ter acompanhamento médico constante para evitar que os índices de açúcar subam demais durante os 9 meses de gestação. Se tratada, mãe e bebê podem ter uma vida normal após o parto. "Se o tratamento for feito corretamente, não há motivo algum para haver qualquer complicação", garante Minicucci.
A importância do vínculo
15/09/2015 - Folha de S.Paulo
Colunista: Rosely Sayão
Sabemos que o vínculo entre pais e filhos –nos primeiros meses de vida entre a mãe e o bebê, em especial– é fundamental para a vida da criança. Inúmeros estudos e pesquisas já comprovaram essa tese.
Bebês ou crianças doentes, em hospital ou em casa, e até com risco de morte, podem melhorar graças a essa relação tão especial! O vínculo com outras pessoas também atua nesse sentido. Os "Doutores da Alegria", por exemplo, trabalham com essa hipótese e têm o maior êxito em sua missão. Quem conhece o trabalho desse grupo sabe disso.
A relação deles com as crianças doentes não é regular, sistemática. Mas, quando eles estão no hospital, conseguem criar esse vínculo ouvindo a criança –e nem sempre ela consegue falar– e estabelecem uma intensa e íntima comunicação com elas a partir do olho no olho.
Médicos, enfermeiras e profissionais da saúde reconhecem a importância do trabalho deles na recuperação de muitas crianças. Sabem, também, que, no atendimento de crianças, não basta a competência técnica: é preciso saber estabelecer esse vínculo com elas. Os pais sabem disso muito bem: quando o filho adoece, fica manhoso, choroso. E a medicação, quando necessária, não basta para aliviar o seu sofrimento. A atenção dos pais e o acolhimento –que se dá por meio do vínculo– é, inclusive, um fator que colabora para o êxito do tratamento medicamentoso.
A educação dos filhos também exige a presença dessa relação intensa com a criança: ela se deixa ser educada a partir da percepção que tem da amorosidade que os pais lhe transmitem, mesmo quando precisam conter algum comportamento dela, impedir que faça alguma coisa que não deve ou levá-la a fazer algo que ela não quer naquele momento.
Essa amorosidade se revela na atenção verdadeiramente sincera que os pais estabelecem com seus filhos: na escuta atenta deles, mesmo quando eles parecem não querer falar, na firmeza quando necessária, na disponibilidade para conviver com a criança quando estão com ela.
Hoje, esse vínculo dos pais com os filhos está ameaçado: uma pesquisa realizada com crianças do mundo todo revelou que a média global de crianças que acham que seus pais usam demais o aparelho celular é de 54%.
O assustador é que esse índice, em nosso país, é bem mais alto: 87% de nossas crianças se sentem ignoradas pelos pais pelo uso exagerado que eles fazem do aparelho celular, com todos os recursos que ele oferece. São 87%, caro leitor! Ao olhar para esse número, entendemos perfeitamente o sentido de uma expressão que vem sendo utilizada há tempos por muitos profissionais: muitas de nossas crianças são órfãs de pais vivos.
Quem trouxe filhos ao mundo precisa responsabilizar-se por isso. E a única maneira de isso ocorrer é dar prioridade ao filho. Prioridade significa que os pais podem ter sua própria vida, mas que, acima de tudo, dão importância ao filho. Tem sido difícil isso ocorrer com os valores socioculturais do mundo atual.
É por isso que hoje, em nome de nosso futuro e de nossas crianças, faço um pedido aos pais: não permitam que seu filho faça parte desse índice de 87% de crianças que percebem que seus pais dão maior importância ao uso do celular do que a eles.
A arte de morrer bem
15/09/2015 - Folha de S.Paulo
A afirmação é óbvia: todos vamos morrer. Com o envelhecimento da população, cada vez mais teremos de aprender a conviver com doenças crônicas. A noção de cuidados paliativos propõe-se a ser benéfica dentro dessa tendência, mas não se limita a ela.
Ainda incipiente no Brasil, trata-se de uma área da assistência à saúde que oferece atendimento multidisciplinar a pacientes com doenças potencialmente mortais e seus familiares.
Essa vertente chama sua unidade de atendimento de hospice, ou hospedaria. O termo é inspirado nas hospedarias que tratavam peregrinos durante as cruzadas medievais. O movimento do hospice moderno se fortaleceu na Inglaterra, na década de 1960.
"Os médicos se preparam para tratar doenças e não pessoas. Aqui, olhamos o paciente como parte de um núcleo familiar e afetivo", diz Ana Claudia Arantes, geriatra coordenadora do hospice do Hospital das Clínicas.
Fundado em 2011, são dez leitos subsidiados pelo SUS, dentro do hospital privado Recanto São Camilo. Os pacientes têm de 16 a 99 anos, 70% deles com câncer. Ela estima haver, no máximo, dez hospices no país –não há um número oficial sobre instituições ativas.
"As pessoas estão começando a tomar consciência de que vale a pena viver até o último dia", diz.
Para Arantes, um dos principais desafios é quebrar a noção de que optar por cuidados paliativos significa desistir do paciente. "Não se trata de suspender tratamentos, mas de ampliar o cuidado para uma pessoa que está em extremo sofrimento", diz.
Dalva Matsumoto, oncologista coordenadora da hospedaria do Hospital do Servidor Público Municipal, ressalta que, em cuidados paliativos, a oferta de tratamentos é proporcional às necessidades do paciente. "Mas é difícil, porque a medicina é levada a acreditar que mais é melhor." Ela menciona que a oferta de procedimentos em excesso pode levar ao sofrimento e à distanásia –o prolongamento da vida a qualquer custo.
Maria Goretti Maciel, médica fundadora da enfermaria de cuidados paliativos do Hospital do Servidor Público Estadual e presidente da ANCP (Academia Nacional de Cuidados Paliativos), critica a lógica pela qual serviços de saúde e profissionais são remunerados por procedimentos realizados. "O que realmente importa é a dedicação do profissional ao paciente".
Matsumoto exemplifica: "A perda da vontade de comer é um dos sinais da morte. A prática mais comum é inserir uma sonda de alimentação no nariz. Como é desconfortável, o paciente tenta tirá-la e acaba amarrado à cama. A questão não é nunca passar a sonda, mas avaliar o custo-benefício".
O uso de morfina é outro preconceito a ser quebrado, diz Arantes. "O país que mais prescreve morfina é a Áustria –100 mg per capita por ano. A média mundial é de 6,5 mg, e no Brasil, 1,5 mg. É dito que ela causa depressão respiratória e vicia. Estudos indicam que o risco de vício é menor que 0,01%. No Brasil, as pessoas morrem mal e urrando de dor."
O tempo que os pacientes passam nas unidades varia de dias a anos. Gilberta Fátima dos Santos, 56, mora na hospedaria o Hospital do Servidor Público Municipal há quase dois anos. Acamada devido a um tumor na coluna, sente falta de morar com a família, mas entende não haver infraestrutura na casa dos filhos.
"O tratamento aqui tem algo bom: as pessoas quando morrem vão bem. Não precisam ser intubadas, ninguém vai gritando, passando mal."
Os médicos lamentam apenas que a área de cuidados paliativos não seja considerada uma especialização médica. Matsumoto diz que isso facilitaria a cobertura por planos de saúde, a formação de programas de residência médica e de políticas públicas de remuneração dos profissionais.
Ela comenta ainda que a falta de regulamentação facilita a abertura de clínicas particulares que agem em nome de cuidados paliativos, mas não o praticam corretamente.
Dormir de lado
15/09/2015 - Folha de S.Paulo
Há dois anos a neurociência aprendeu que uma função fundamental do sono é uma espécie de "faxina" cerebral: é adormecido que o cérebro se livra de todos os metabólitos e eventuais toxinas acumuladas enquanto estava funcionando acordado. Não que os neurônios parem de funcionar durante o sono –pois funcionam o tempo todo, embora de maneiras diferentes. Mas, durante o sono, a combinação diferente de moduladores que banham o cérebro faz com que o espaço ao redor dos neurônios aumente, e com isso o tecido passa a ser eficientemente lavado pelo liquor, o fluido que banha o cérebro.
Essa circulação de liquor que lava o tecido cerebral é hoje chamada de circulação "glinfática", nome dado pela neurocientista dinamarquesa Maiken Nedergaard ao circuito em honra ao envolvimento de células gliais e para sinalizar a semelhança funcional ao sistema linfático que opera no resto do corpo. Foi o grupo de Nedergaard que descobriu que a remoção de dejetos do cérebro ocorre preferencialmente durante o sono.
Ocorre que todo tipo de circulação de líquidos no corpo está atrelada, de um jeito ou de outro, ao bombeamento de sangue pelo coração. Por sua vez, uma das coisas mais notáveis que acontecem durante o sono é o repouso do corpo em uma só posição por períodos prolongados, o que modifica a circulação sanguínea. Se a posição em que se dorme afeta a circulação, será então que a remoção de metabólitos do cérebro adormecido também fica afetada?
Para investigar a questão, o grupo de Nedergaard analisou o fluxo de marcadores fluorescentes injetados no liquor em ratos anestesiados (estado semelhante ao sono em permitir uma boa "faxina" glinfática do cérebro) posicionados de barriga para baixo, para cima, ou deitados de lado. Os resultados são claros: a circulação do liquor pelo tecido cerebral e a remoção de metabólitos, como o peptídeo beta-amiloide que se acumula na doença de Alzheimer, é de uma vez e meia a três vezes maior quando os animais estão deitados de lado ou de barriga para cima do que deitados de barriga para baixo.
Talvez por causa disso, deitar de lado já seja a posição favorita de ratos e outros animais adormecidos, inclusive humanos. Os pesquisadores são cuidadosos em lembrar que por enquanto os resultados valem apenas para os ratos examinados, mas a posição em que se dorme sabidamente afeta a circulação em humanos, não custa nada tentar dormir de lado hoje à noite...