
CLIPPING - 28/08/2015
Assessoria de Comunicação do CRF-SP
Estados Unidos aprovam Repatha, nova injeção contra colesterol alto
27/08/2015 - G1 - Bem Estar
Reguladores dos Estados Unidos aprovaram nesta quinta-feira (27) o Repatha, a segunda droga injetável desenvolvida para o tratamento de pacientes com colesterol alto, com risco de doença cardíaca.
O Repatha, também conhecido como evolocumab, é fabricado pelo Amgen e faz parte de uma nova classe de medicamento inibidor de PCSK9, anticorpos que atuam no fígado para baixar o colesterol.
A droga foi aprovada pela Administração de Alimentos e Fármacos (FDA, na sigla em inglês) para pessoas que, por condições hereditárias, têm um alto nível de lipoproteína de baixa densidade (LDL), popularmente chamada de "colesterol ruim", ou pessoas com artérias obstruídas, que podem vir a ter doenças cardíacas.
Níveis elevados de colesterol LDL no sangue provoca um acúmulo de placas nas artérias, aumentando o risco de doenças cardíacas, que matam aproximadamente 610.000 pessoas por ano nos Estados Unidos.
"O Repatha dá uma outra opção de tratamento a pacientes com hipercolesterolemia familiar diagnosticada ou com doença cardiovascular que não tenham conseguido reduzir o colesterol LDL com as estatinas", disse John Jenkins, diretor do Instituto de Novas Drogas do Centro de Avaliação e Pesquisa sobre Drogas.
Redução de 60% do LDL
Um estudo sobre o Repatha mostrou que pacientes que tomaram o novo remédio por 12 semanas tiveram uma redução de 60% dos níveis de LDL, comparados a pacientes que tomaram placebo.
Os efeitos colaterais incluem infecção respiratória, gripe, dor nas costas e reações como vermelhidão, dores ou hematomas onde a injeção é dada. Alguns pacientes podem ter reações alérgicas, informou a FDA.
Um painel consultivo da FDA havia recomendado a aprovação da droga em junho.
Em julho, o mesmo órgão aprovou o Praluent (alirocumab), do Sanofi e Regeneron Pharmaceuticals.
Alternativa a medicamentos anticolesterol
Especialistas afirmam que essas novas drogas podem ser uma alternativa aos populares medicamentos anticolesterol conhecidos como estatinas (Lipitor, Crestor e outros) que não são bem aceitos por todos os pacientes.
Os dados sobre a eficácia desses novos medicamentos no que se refere à redução das doenças cardíacas e ao aumento da expectativa de vida só serão divulgados a partir de 2017.
A indústria farmacêutica diz que essas drogas podem ajudar até 11 milhões de americanos.
Analistas apontam que esses remédios podem gerar receitas anuais de até 2,5 bilhões de dólares para casa fabricante.
Mercado farmacêutico brasileiro deve atingir US$ 48 bilhões em 2020
26/08/2015 - Portal Setor Saúde
O mercado farmacêutico brasileiro deverá crescer, em valor de mercado, dos US$ 29,4 bilhões em 2014 para cerca de $ 47,9 bilhões em 2020. O crescimento anual de 8,5%, é estimado segundo a empresa de pesquisa e consultoria GlobalData.
O último relatório da empresa afirma que a população cada vez mais idosa do Brasil levará a uma crescente incidência de doenças crônicas e associadas ao estilo de vida dessa população. Esses fatores, aliados ao grande investimento na área da saúde, serão os principais fatores para o crescimento do mercado durante o período previsto. Segundo o Diretor de Dinâmicas da Indústria da Saúde (Healthcare Industry Dynamics) da GlobalData, Joshua Owide, o setor farmacêutico nacional continua a prosperar, principalmente graças às políticas e reformas econômicas do país.
"O Brasil emergiu como urn centro global de fabricação para as empresas farmacêuticas e de biotecnologia, corn países corno a índia investindo pesadamente no setor desde que o ex-ministro da Saúde, José Serra, incentivou o investimento em empresas de genéricos. Como conseqüência, o Brasil é hoje um dos mercados farmacêuticos mais atraentes e promissores do mundo. De fato, o valor de mercado tem aumentado consideravelmente nos últimos seis anos", avaliou Owide. de saúde. "As iniciativas do governo, como o programa Farmácia Popular, têm sido responsáveis pelo aumento da utilização e disponibilidade de genéricos, ainda impulsionado pelo anúncio de um investimento de US$ 34 bilhões no setor saúde brasileiro em 2014".
Segundo o levantamento da GlobalData, as principais multinacionais que operam no mercado farmacêutico brasileiro são a Pfizer, a Novartis e a 33BB. enquanto as grandes empresas nacionais são Hypermarcas e a EMS Sigma Pharma.
Presidente da Unimed diz que hospitais superfaturam remédios em mais de 5.000%
26/08/2015 - Correio do Povo
Jorge Guilherme Robinson denunciou prática ilegal para casas de saúde terem lucros na CPI das Próteses
Presidente da cooperativa Central Unimed-RS, o médico Jorge Guilherme Robinson denunciou, nesta quarta-feira em depoimento à CPI das Próteses e Medicamentos da Assembleia Legislativa, que a maioria dos hospitais gaúchos eleva o valor para compra de remédios em mais de 5.000%. Robinson assegurou que diferentes medicamentos são adquiridos via indústria farmacêutica e revendidos, de forma superfaturada para planos de saúde atenderem os pacientes, ou diretamente para o Instituto de Previdência do Estado (Ipergs).
Conforme lei federal de 1973, os hospitais não podem lucrar com essas vendas, uma vez que não possuem liberação de farmácia. Conforme Robinson, 50% do faturamento das casas de saúde do Estado é proveniente dessa comercialização ilegal. O presidente da Central Unimed-RS contou, ainda, que os hospitais escolhem comprar os medicamentos mais caros e mais utilizados pelos pacientes.
Durante a CPI, a sócia-fundadora da empresa Qualirede, de Florianópolis, destacou ações realizadas pela consultoria em gestão de saúde, que transformaram em saudável o quadro financeiro do IPE de Santa Catarina. Irene Minikovski Hahnda defendeu investimentos na área de hotelaria e hospedagem dos hospitais para reverter o quadro financeiro, por exemplo. Com a valorização do sistema, segundo ela, os hospitais podem obter lucros legalmente.
A CPI das Próteses também ouviu a vítima de Viamão Rosane Elenice Krul, de 48 anos, que implantou 16 parafusos importados no valor de R$ 240 mil no Hospital Divina Providencia. Em 2012, o plano de saúde Golden Cross (hoje Unimed) pagou pela operação sem a necessidade de liminar judicial.
O inquérito parlamentar busca detalhar, até outubro, a atuação da chamada “máfia das Próteses”, esquema que envolvia procedimentos realizados nas redes pública e privada de saúde. Os alvos da investigação incluem médicos e empresários relacionados a fraudes envolvendo cirurgias superfaturadas para o implante de órteses e próteses.
Novo exame de sangue detecta retorno do câncer
28/08/2015 - O Globo
Um novo exame de sangue pode detectar tumores que começaram a crescer novamente após o tratamento, de acordo com um estudo publicado ontem na revista científica “Science Translational Medicine”. Utilizando a técnica, cientistas do Instituto de Pesquisas sobre o Câncer, em Londres, encontraram vestígios de câncer de mama oito meses antes do período em que, geralmente, os médicos notam o ressurgimento da doença.
O estudo foi feito com 55 pacientes com alto risco de sofrerem novamente com um câncer devido ao tamanho do tumor que havia sido removido. Os cientistas analisaram o DNA mutante do tumor e procuraram essas mutações no sangue. Quinze pacientes tiveram tumores reincidentes, e o exame detectou o retorno do problema em 12 delas. Nas outras três pacientes, os tumores se espalharam para o cérebro, onde a barreira hematoencefálica — uma estrutura que protege o sistema nervoso central de substâncias potencialmente neurotóxicas presentes no sangue — pode ter impedido que vestígios de câncer entrassem na corrente sanguínea.
MAIS CHANCES DE SOBREVIVÊNCIA
Apesar da empolgação inicial com os resultados, os médicos acreditam que ainda será necessária uma boa dose de pesquisas antes da implementação em laboratórios e hospitais. Se sua eficácia for comprovada, o teste poderá salvar muitas vidas. Um novo tumor pode nascer a partir de uma única célula cancerosa. Se restar qualquer vestígio ou se ele já tiver se espalhado para outros órgãos, o câncer pode retornar, muitas vezes de maneira silenciosa. Porém, se a doença for detectada cedo e tratamentos como quimioterapia começarem logo, as chances de sobrevivência são bem maiores.
A análise do sangue é relativamente barata. No entanto, investigar o DNA do tumor ainda é caro. Os cientistas estão trabalhando para encontrar uma forma economicamente viável de realizar o exame.
Cartão SUS tem versão digital para Android
28/08/2015 - O Estado de S.Paulo
O Cartão SUS ganhou ontem uma versão digital e já está disponível para download, segundo o Ministério da Saúde. Além do número do cartão,o aplicativo pode ser alimentado com informações sobre a saúde do paciente, como o Índice de Massa Corporal (IMC), alergias medicamentosas e alimentares, exames realizados e medicamentos de uso contínuo.
Após baixar o aplicativo, o usuário deve informar o CPF, a data de nascimento e um endereço de e-mail e criar uma senha.A ferramenta apresenta dados pessoais e permite o preenchimento de informações que vão desde o tipo sanguíneo até os profissionais que fazem as consultas e os resultados de exames de pressão e glicemia.
As informações adicionadas criam um gráfico que poderá ser visualizado pelo paciente e por profissionais de saúde que fizerem o atendimento. “O registro do conjunto de informações por meio da identificação do usuário é extremamente importante porque,a partir das informações reunidas, será possível acompanhar melhor a saúde dos pacientes e garantir uma atenção ainda mais adequada aos brasileiros que utilizam a rede pública de saúde”, informou o ministério em nota.
A ferramenta não teve um lançamento oficial, mas o aplicativo Cartão SUS Digital pode ser baixado por pessoas com celulares com o sistema Android, na Play Store.Ele deve chegar à Apple Store,para usuários do iPhone, em novembro.
O Cartão SUS permite a identificação dos usuários do Sistema Único de Saúde, mas os pacientes que não têm o documento não são impedidos de receber atendimento na rede pública de saúde.Segundo o ministério, o registro pode ser feito no ato do atendimento, caso a pessoa não tenha a versão física nem a digital do cartão.
Economia. De acordo com o ministério, o novo aplicativo também é uma medida de economia de recursos. “Segundo a pesquisa Mobile Report, da Nielsen Ibope, 68,4 milhões de pessoas utilizam a internet por meio de um smartphone no Brasil, o que resultaria também em uma economia importante, uma vez que não será necessária a mídia plástica e o cartão estará disponível a um clique do usuário e do serviço de saúde. Apenas em 2014, o Ministério da Saúde destinou R$ 4 milhões para a compra de mídias plásticas.” Embora contenha o nome, o número do cartão e o CPF do usuário, a partir da exibição de uma imagem idêntica ao cartão físico, o Cartão SUS Digital deverá ser a presentado nas unidades de saúde comum documento com foto.
Pegadinha brasileira contra o câncer
28/08/2015 - Correio Braziliense
A mais recente esperança no tratamento contra o câncer promete trocar os quimioterápicos e seus violentos efeitos colaterais por uma terapia que tira a força do próprio sistema imunológico do paciente. A imunoterapia, no entanto, ainda não é uma opção universal e desafia médicos e cientistas a descobrirem os melhores caminhos para ativar a defesa inata do organismo humano. Uma nova linha de pesquisa desenvolvida por um cientista brasiliense parece ter encontrado a solução para esse problema: a estratégia “engana” as células de defesa, fazendo com que o sistema imune ataque o tumor como se estivesse combatendo um vírus. Testes em laboratório indicam que a simples resposta antiviral do organismo é capaz de enfraquecer o carcinoma e melhorar significativamente o resultado da imunoterapia.
O principal obstáculo dos médicos que administram a imunoterapia é uma estratégia de ataque bastante eficiente usada pelos tumores. Por meio de pequenos compostos químicos, as células cancerosas são capazes de “desligar” os genes responsáveis pela defesa do paciente e conseguem passar desapercebidas. “Aos olhos do sistema imune, o câncer é uma célula normal. Então, ele não vai ser atacado”, explica Daniel de Carvalho, brasileiro que lidera um grupo de pesquisa no Princess Margaret Cancer Centre, afiliado à Universidade de Toronto, no Canadá.
Há três anos, o ex-aluno da Universidade de Brasília (UnB) investiga o uso de drogas epigenéticas para combater o sistema silenciador do câncer. Esse tipo de medicamento serve como um tipo de contra-ataque, reativando os códigos genéticos que foram inutilizados pelas células tumorais. “Notamos que, quando usávamos as drogas epigenéticas, induzíamos uma reação que é muito semelhante a uma resposta antiviral”, descreve Carvalho. Em tecidos afetados pelo câncer, o medicamento faz com que o sistema de defesa veja o tumor como células infectadas por um vírus, atacando-o e contendo o crescimento dele.
O trabalho recebeu destaque na edição de ontem da revista especializada Cell, que publicou dois artigos que colocam o novo tipo de terapia à prova. Enquanto o grupo liderado por Daniel de Carvalho tratou modelos de câncer de cólon com a falsa infecção viral, um grupo de cientistas do Johns Hopkins Kimmel Cancer Center, nos Estados Unidos, trabalhou com células cancerosas de ovário e pele, além de amostras de tumores de cólon. O tratamento epigenético fez com que as células liberassem proteínas sinalizadoras chamadas interferons, que “despertam” as estruturas de defesa, matando as estruturas doentes.
“Quando uma célula é infectada por um vírus, ela envia sinais ao sistema de defesa para que as estruturas imunes possam vir e destruí-lo”, ensina Katherine Chiappinelli, pesquisadora da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins e autora do outro artigo que investiga a terapia promissora. “Ao tratarmos células tumorais com essas drogas epigenéticas, notamos uma maior resposta antiviral. Acreditamos que isso está aumentando o número de células imunes do ambiente celular do tumor e faz com que os cânceres fiquem mais suscetíveis à imunoterapia”, ressalta Chiappinelli.
Melhora significativa
O método que combina o medicamento epigenético com a imunoterapia foi testado em ratos de laboratório que haviam recebido injeções de amostras de tumores humanos. Os animais doentes receberam a droga que ativa a resposta antiviral combinada com doses dos medicamentos tradicionalmente usados no combate aos carcinomas. Se comparados com as cobaias que receberam apenas a imunoterapia, os tumores dos roedores que contaram com o estímulo extra foram muito mais afetados pelo tratamento e reduziram significativamente.
O grupo liderado pelo pesquisador brasileiro se prepara agora para testar o método em um estudo clínico, com pacientes que sofrem de cânceres de cólon, de ovário e de mama. Os estudiosos acreditam que o tratamento combinado possa aumentar significativamente o número de pacientes que respondem à imunoterapia, evitando as complicações dos efeitos colaterais da quimioterapia, estendendo a expectativa de vida dos pacientes que sofrem com o câncer e reduzindo o número de casos de retorno da doença. O câncer de cólon, por exemplo, um dos modelos usados para o estudo da nova intervenção, tem uma taxa de reincidência de 50% e uma baixa resposta à terapia que estimula o sistema imune.
SUS terá aplicativo para reunir dados de pacientes e agendar consultas
27/08/2015 - Folha de S.Paulo / Site
Pacientes da rede pública de saúde já podem registrar dados de exames, avaliações nutricionais, remédios que utilizam e até o contato de médicos que os acompanham por meio de um aplicativo no celular.
Em breve, também poderão agendar atendimentos e receber avisos de futuras consultas médicas.
O sistema, que incorpora dados do cartão SUS a outras informações, e os transfere para o celular, foi apresentado nesta quinta-feira (27) pelo Ministério da Saúde a secretários estaduais e municipais de saúde.
A Folha acompanhou a reunião. A ideia é ter uma plataforma em que o paciente possa registrar dados básicos como alergias, informações nutricionais (como peso e altura), nome e dosagem dos medicamentos que utiliza.
No aplicativo, o paciente também poderá cadastrar os contatos de médicos e profissionais de saúde e enviar os resultados de exames de pressão arterial e glicose do sangue para avaliação –caso de pacientes com hipertensão ou diabetes, por exemplo.
"Se for um paciente com pressão alta, que precisa ver a pressão toda semana, o médico vai receber essas informações e ver um gráfico. Se estiver fora do normal, ele pode receber o alerta imediatamente", explica Giliate Coelho Neto, coordenador do Datasus, área responsável pelas bases de dados do SUS.
Embora ainda não lançado oficialmente, o cartão SUS digital já está disponível para usuários do sistema Android. Usuários do Iphone poderão ter acesso a partir do próximo mês. O aplicativo terá uma versão específica para profissionais de saúde em novembro, de acordo com o ministério.
CONSULTAS
Nos próximos meses, a pasta também pretende agregar ao aplicativo outras bases de dados da rede pública de saúde. Assim, em caso de urgência, pacientes poderão usar o modelo no celular para localizar os serviços de saúde mais próximos.
Prefeituras e Estados também poderão utilizar o sistema para enviar avisos sobre consultas marcadas ou até mesmo agendar atendimentos. O serviço, no entanto, depende da adesão das redes de saúde. Caso isso ocorra, a previsão é que o serviço de agendamento esteja disponível em maio do ano que vem.
O governo também planeja usar os dados para aumentar o controle de recursos em casos de cirurgias de órteses e próteses, alvos frequentes de investigação no setor por suspeita de fraudes.
Neste caso, o paciente que estiver cadastrado no aplicativo receberá um alerta no celular para avaliar o atendimento prestado. Hoje, isso ocorre por meio de carta.
Caso não reconheça a cirurgia, uma denúncia é encaminhada para o sistema de auditoria do SUS.
CARTÃO SUS
O cartão SUS é um documento utilizado, junto com a identidade, para registro dos pacientes atendidos na rede pública. O modelo tradicional é entregue após cadastro nos postos de saúde. Com o digital, pacientes podem apresentar o cartão pelo celular, além da identidade, a cada nova consulta.
A falta de cartão, no entanto, não impede que o atendimento seja realizado. Neste caso, o registro do paciente no sistema público é feito durante o atendimento.
Cresce a lupa sobre o retorno do câncer
27/08/2015 - Correio Braziliense
O grande temor do paciente oncológico é ter de reiniciar a guerra contra o câncer depois de sair vencedor em uma longa e desgastante batalha. Isso acontece porque, eventualmente, algumas células malignas escapam do tumor combatido, caem na corrente sanguínea ou no sistema linfático e voltam a se manifestar. Quando há a recidiva, o tratamento pode ser mais desafiador, pois, geralmente, as características genéticas do câncer sofrem alterações.
Agora, uma equipe internacional de pesquisadores, incluindo um cientista brasileiro, descobriu uma forma de identificar a recorrência de forma bastante precoce e eficaz. Com um exame de sangue, eles foram capazes de detectar o retorno da doença oito meses antes dos métodos de diagnóstico tradicionais, com a vantagem de também obterem o perfil genético das células malignas. Isso possibilita um ajuste do tratamento, que poderá focar as características particulares do novo tumor.
O estudo, publicado na revista Science Translational Medicine, aposta no que vem sendo chamado de biópsia líquida. Trata-se de investigar, em uma amostra de sangue, a presença de pedaços de DNA do tumor circulantes no organismo. Esses fragmentos, que não seriam detectados de outra maneira, são como a impressão digital do câncer. Eles contam tudo sobre a identidade das células malignas e, portanto, indicam com precisão o tratamento mais adequado para cada paciente.
A tecnologia — mais precisa e rápida, além de menos invasiva — já é usada em alguns centros de diagnóstico, inclusive no Brasil. Contudo, para o câncer de mama em estágio inicial, o foco da pesquisa e aquele com mais chances de cura, esta é a primeira vez em que se encontra o DNA circulante no plasma após o tratamento inicial. O patologista brasileiro Jorge Reis Filho, pesquisador do Programa de Oncologia Humana do Memorial Sloan Kettering Câncer Conter, de Nova York (EUA), explica que um dos grandes destaques do trabalho é oferecer a esperança de uma terapia mais personalizada, após a caracterização genética "A possibilidade de fazer uma alteração no tratamento é fantástica. Estamos saindo da fase do tratamento empírico, igual para todos, e tornando essa terapia única e individualizada para cada paciente", avalia Reis Filho, um dos autores do artigo. No momento, esses medicamentos personalizados ainda não estão disponíveis no mercado, pois encontram-se em fase de estudo. "Mas vários grupos, incluindo o nosso, fazem pesquisas sobre eles, com resultados promissores", antecipa. O médico estima que, em três a quatro anos, alguns desses fármacos já estejam prontos.
Monitoramento
O estudo, conduzido pelo Instituto de Pesquisa de Câncer c pelo Hospital Real Marsden, ambos em Londres, foi realizado com 55 mulheres que tinham câncer de mama em estágio inicial (quando é operável, independentemente do tamanho) e não metastático. Todas haviam recebido quimioterapia seguida de cirurgia para retirada do tumor, um tratamento potencialmente curativo. Primeiro, os cientistas fizeram a caracterização genética do material extraído. Depois, passaram a monitorar as pacientes a cada seis meses, ao longo de dois anos, por meio de um exame de sangue. Eles constataram que aquelas em cujo plasma havia DNA tumoral tinham 12 vezes mais risco de relapso, comparado às demais.
No período de estudo, das 15 pacientes que acabaram sofrendo recidiva do câncer, o exame de sangue identificou com precisão o material genético circulante em 12 cerca de oito meses antes que os métodos de imagem tradicionais pudessem diagnosticar o retorno do sangue. Quando compararam o DNA das novas células malignas ao do tumor extraído logo no início, os cientistas verificaram que, de fato, elas já tinham um perfil genético diferente, evidenciando a necessidade de combatê-las com outro tipo de medicamento, mais adequado às novas características.
Jorge Filho esclarece que as participantes continuarão a ser monitoradas porque, muitas vezes, o câncer de mama retorna apenas depois de muitos anos, até uma década após o tratamento. Dessa forma, será possível verificar se a abordagem também é eficaz na detecção de recidiva tardia.
Mais perto da personalização
O presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Iiuffo de l-reitas )r., recebeu com entusiasmo o arligo publicado na Science Translational Medicine de hoje. "t. um trabalho fantástico, que abre uma possibilidade enorme de personalizar ainda mais o tratamento de câncer de mama inicial. Apesar de ter sido feito com um número ainda pequeno de pacientes, o considero uma minirrevolu-ção", avalia.
O especialista destaca que, no futuro, a biópsia líquida poderá ser utilizada, inclusive, para orientar os médicos a respeito da quimioterapia adjuvante. Esse tratamento consiste em administrar quimioterápicos aos pacientes de alto risco mesmo após a cirurgia para eliminar os focos residuais do câncer. Contudo, é uma terapia cara e com muitos efeitos colaterais. Segundo Freitas Jr., ao indicar quem, de fato, ainda tem DNA tumoral no organismo, o exame permitirá que apenas essas pessoas recebam a terapia adjuvante. "Para o sistema de saúde, vai reduzir custos e, para os pacientes, evitar uma quimioterapia desnecessária", comemora.
As vantagens não seriam apenas aos pacientes de câncer de mama, observa o oncologista Evanius Wiermann, presidente da Sociedade Brasileira de On-cologia Clínica (Sboc). " Teoricamente, poderia ter benefício para o tratamento de qualquer tumor, especialmente os mais freqüentes e com a tendência maior de dar melástases", diz. "Realmente, pode ser um exame revolucionário e mudar a própria maneira de acompanhar o paciente, além de personalizar mais a medicina", afirma.
O médico lembra que, hoje, como não se tem como saber exatamente em qual pessoa a doença vai voltar, o padrão é, finalizado o tratamento, pedir que o paciente volte a cada três meses, refazendo todos os exames de imagem tradicionais. A avaliação do DNA tumoral circulante permitiria um acompanhamento menos invasivo, com indicação de exames como tomografia e Pet scan apenas para aqueles com presença de material genético do câncer no plasma.
Limitações
Wiermann destaca, contudo, que o resultado, embora animador, não vai permitir que os pacientes já comecem a ser avaliados por essa ferramenta imediatamente. Além de a tecnologia ainda ser restrita — São Paulo acaba de ter o primeiro centro de diagnóstico que faz essa avaliação no Brasil —, ela é cara e, o mais importante, os médicos não teriam o que fazer com as informações fornecidas por ele. Até porque, como ressalta Sérgio Daniel Simon, diretor do Centro Paulista de Oncologia e coordenador do Grupo Brasileiro de Estudos do Câncer de Mama, ainda não existem estudos que mostrem vantagens em detectar mais cedo a recorrência do câncer de mama (o diagnóstico inicial precoce, contudo, continua essencial para o bom prognóstico).
"Hoje, não há evidências de que, se tratarmos a recidiva muito precocemente, o paciente terá mais chance de sucesso", afirma Simon. Na avaliação do médico, o ponto principal do trabalho é a identificação das mutações das células tumorais. "A habilidade de diagnosticar a recidiva já está melhorando. O que tem de melhorar é o tratamento, as novas drogas que vão ao encontro das especificidades do tumor do paciente", lembra. "O que é muito interessante no estudo é que esse exame tem potencial de mostrar as mudanças no tumor, o que poderá, no futuro, nortear o tratamento."
Planos de saúde negociam reajuste médio de 16,24%
27/08/2015 - Valor Econômico
As operadoras e seguradoras de saúde estão propondo um reajuste médio de 16,24% neste ano para os convênios médicos empresariais, modalidade que representa 65% do mercado.
O índice de 16,24% refere-se à variação dos custos médico-hospitalares. Se os gastos dos usuários do plano tiverem sido superiores a 75% do valor pago à operadora (prêmio, no jargão do setor), o reajuste será superior aos 16,24%.
O levantamento é da Aon Hewitt, consultoria que administra o plano de saúde de mais de 420 empresas do país que juntas têm cerca de 1,3 milhão de funcionários.
O reajuste de 16,24% ¬ conhecido no setor como inflação médica ¬ está num patamar muito próximo aos 17% registrado no ano passado. "Não houve uma variação tão expressiva porque entre 2014 e 2015 não houve a inclusão de novos procedimentos médicos obrigatórios nos planos de saúde como aconteceu no ano passado", explicou Rafaella Matioli, diretora técnica da área de saúde da Aon Hewitt.
Diante da perda de quase 200 mil usuários de planos de saúde no primeiro semestre, a primeira queda em dez anos no setor, devido ao aumento na taxa de desemprego, as negociações entre empresas e operadoras de saúde estão mais acirradas. No entanto, segundo Rafaella, as operadoras de saúde estão um pouco mais flexíveis neste ano. "Nos dois últimos anos, as seguradoras estavam mais focadas em aumentar a margem. Agora percebemos que elas não querem perder vidas e estão recuando um pouco", contou.
A fim de evitar que o reajuste do plano de saúde seja superior à inflação médica, as empresas estão adotando cada vez mais ferramentas para inibir o uso excessivo do convênio médico e controlar a taxa de sinistralidade entre 70% e 75% ¬ média praticada pelas operadoras para que o negócio feche no azul.
Uma das medidas mais adotadas pelas empresas para reduzir o uso do plano de saúde é a coparticipação ¬ mecanismo em que o funcionário paga do próprio bolso uma parcela, em média de 20%, do valor do procedimento médico. Entre as 423 empresas consultadas pela Aon Hewitt, 66% informaram que adotam a coparticipação. Há quatro anos, essa fatia era de 45%. "Ao invés de trocar de operadora, o que pode ser uma ação impopular, acreditamos que o melhor é manter o plano de saúde, mas num novo formato, com coparticipação, por exemplo", disse Rafaella.
A diretora médica da Aon Hewitt, Antonietta Medeiros, afirma que a cobrança de uma parcela nas terapias deve ser aplicada com cautela porque pode inibir o funcionário a continuar o tratamentos e acabar provocando custo ainda maior. A coparticipação nos procedimentos médicos vem substituindo o modelo em que o empregado paga uma parcela da mensalidade do convênio médico, formato muito usado no passado, mas gera um passivo à empresa porque a legislação determina a manutenção do plano de saúde para os empregados demitidos que tem um determinado período de casa.
Segundo Antonietta, outra ação que gera bons resultados são os programas de prevenção de funcionários crônicas. A médica destaca que 71% das empresas consultas adotam algum tipo de programa de qualidade de vida, mas apenas 12% dão continuidade aos programas. "As empresas criam os programas, mas a maioria não dá continuidade o que acaba não gerando resultados efetivos no custo final", alerta a médica da Aon Hewitt.
Governo converge para criar imposto único para a saúde, diz Chioro
27/08/2015 - Valor Econômico / Site
“Há uma grande convergência no governo” para a criação de um imposto semelhante à CPMF, que seria destinado exclusivamente ao Sistema Único de Saúde (SUS) e divido entre os governos federal, estadual e municipal, disse o ministro da Saúde, Arthur Chioro. Segundo ele, seria uma contribuição interfederativa da saúde.
A alíquota, “se depender de mim, seria 0,38%”, prosseguiu o ministro. Logo em seguida ele acrescentou que, entretanto, a decisão não é dele. Ele também afirmou não saber se a proposta estaria incluída no Projeto de Lei Orçamentária anual (Ploa) de 2016, que será enviado nesta segunda-feira ao Congresso Nacional.
Questionado sobre dificuldades para aprovar uma matéria com esse teor no parlamento, Chioro respondeu que “os legisladores tendem a entender o tamanho das dificuldades que gestores municipais e estaduais têm para manter o SUS” e que, por isso, um projeto criando um imposto para a saúde seria aprovado.
O ministro também disse que não sabe como a matéria seria encaminhada ao Congresso, mas lembrou que as anteriores foram criadas a partir de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). “Há setores do governo, inclusive governadores, que avaliam que poderia ser por Projeto de Lei”, acrescentou Chioro. Segundo o ministro, caso a CPMF existisse hoje, ela renderia cerca de R$ 80 bilhões adicionais ao SUS. Esse não é o “padrão ideal” para o ministro, mas ajudaria as três esferas da União a arcar com os gastos de custeio e novos investimentos no setor. Esse padrão ideal, prosseguiu o ministro, seria dobrar o gasto público em saúde, hoje em 4,6% do Produto Interno Bruto (PIB), ou R$ 215 bilhões, de acordo com dados de 2014. “Vivemos um crônico subfinanciamento da saúde”, taxou Chioro. Segundo ele, dizer que o problema é somente de gestão é “a maneira mais fácil de escapar pela tangente” da discussão em torno do problema. O ministro apresentou dados de outros países com sistemas universais de saúde. No Canadá, Suiça e Reino Unido o gasto público com saúde é de 7,6% do PIB e chega a 9% na França.
Tomar antibióticos periodicamente aumenta o risco de diabetes tipo 2 27/08/2015 - Portal N10
Tomar muitos antibióticos pode aumentar o risco de desenvolver diabetes tipo 2, alertam especialistas. As pessoas que recebem mais de quatro dosagens das drogas por mais de 15 anos são 53% mais propensas a ter a doença, de acordo com os resultados de um grande estudo.
O estudo foi realizado com 1,4 milhões de pacientes dinamarqueses e mostra uma clara ligação entre antibióticos e diabetes, disseram os pesquisadores. Os antibióticos são projetados para matar as bactérias que causam infecções. Mas as drogas também matam algumas das “boas” bactérias no intestino, que são conhecidas por influenciar a digestão e metabolismo.
Os autores do estudo suspeitam que esta é a razão entre antibióticos e diabetes, com alterações em bactérias intestinais intencionadas em absorver açúcar e gordura em formas diferentes. Mas uma explicação alternativa poderia ser que as pessoas com diabetes, ainda não diagnosticada, podem ser mais propensas à infecção e, portanto, usar mais antibióticos, disseram os cientistas.
Os pesquisadores, cujos resultados foram publicados no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, realizaram o estudo com 1,3 milhões de pessoas sem diabetes e 170.404 com a doença. O estudo descobriu que as pessoas com diabetes tipo 2 preenchem 0,8 prescrições de antibióticos por ano em média. Em comparação, os indivíduos não-diabéticos preenchem 0,5 prescrições por ano.
As pessoas que receberam cinco ou mais prescrições de antibióticos por um período de até 15 anos foi associada com um aumento no risco de 53%, em comparação com aqueles que ingerem antibióticos apenas uma vez, ou nunca. O autor do estudo Dr. Kristian Mikkelsen, do Hospital Gentofte, em Hellerup, Dinamarca, disse: “Em nossa pesquisa, encontramos pessoas que têm diabetes tipo 2 ingerindo significativamente mais antibióticos até 15 anos antes do diagnóstico em comparação com pessoas saudáveis”.
Especialistas britânicos aprovaram a pesquisa, mas advertiram que ela não provou que os antibióticos causam diabetes. O professor Jodi Lindsay, da Universidade de St. George de Londres disse: “Este trabalho contribui para a crescente evidência de que o uso de antibióticos está ligada à diabetes tipo 2. No entanto… neste momento não sabemos qual é a galinha e qual é o ovo”. Já o professor Mark Wilcox de Leeds General Infirmary, acrescentou: “O fato de a exposição a antibióticos poder realmente afetar o risco de diabetes permanece desconhecida. Este último estudo mostra apenas uma possível ligação entre os dois, mas não prova que os antibióticos podem causar diabetes”.
Doença arterial coronariana é a segunda mais comum entre as patologias cardiovasculares
28/08/2015 - Jornal Dia Dia Online
Avanço da medicina chega ao Brasil e contribui para uma recuperação mais rápida do paciente e um retorno precoce a suas atividades habituais.
A doença arterial coronariana é causa de grande parte dos problemas cardiovasculares, podendo, inclusive, levar à morte. Trata-se de uma obstrução ou estreitamento das artérias coronarianas provocado pelo acúmulo de placas de gordura (aterosclerótica) nas paredes das artérias, o que dificulta a passagem para a musculatura do coração. Isso pode provocar angina de peito e o infarto agudo do miocárdio, mais conhecido como ataque cardíaco.
De acordo com o Prof. Dr. José Armando Mangione – cardiologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo, entre as doenças cardiovasculares ela é a segunda em prevalência (a primeira é a hipertensão arterial sistêmica). “Estima-se que aproximadamente um em cada dois homens e uma em cada três mulheres irá desenvolver doença arterial coronária sintomática após os 40 anos de idade”, explica Mangione.
Entretanto, já existem recursos modernos e menos invasivos, realizados através de uma punção da artéria do punho ou da região inguinal capazes de desobstruir com eficácia e segurança estes estreitamentos, proporcionando uma recuperação mais rápida do paciente e um retorno precoce a suas atividades habituais.
Recentemente, começaram a ser feitas no Brasil procedimentos com implantação de stents absorvíveis – um pequeno tubo fenestrado, que é inserido no vaso obstruído, permitindo a normalização do fluxo sanguíneo ao coração.
A Beneficência Portuguesa de São Paulo é uma das instituições pioneiras na realização deste procedimento. A técnica, até o momento é indicada para casos de menor complexidade em que a lesão não está localizada em pontos de fácil acesso das artérias coronárias. Para lesões com grau de maior complexidade, ainda o procedimento mais indicado é o stent metálico farmacológico.
O cardiologista apontou as principais diferenças entre os dois dispositivos:
Stent metálico farmacológico
- Indicado para lesões obstrutivas mais calcificadas e com maior grau de fibrose, situada em locais da árvore coronária com maior complexidade anatômica.
- A permanência do stent no local tratado duradoura.
Stent absorvível
- Procedimento inovador, todo o material do stent é absorvido em um período que varia de 2 a 3 anos.
- Esta reabsorção faz com que as propriedades fisiológicas da artéria de dilatação e contração, retornem ao normal após este período, não havendo a presença de um corpo estranho ao organismo.
- Facilita também no caso de haver necessidade de um procedimento cirúrgico no futuro, pois as pontes de safena ou a artéria mamária podem ser colocadas sem dificuldade.
- É importante salientar que ambos dispositivos necessitam de medicamentos que impeçam à formação de coágulos no local implantado durante um período mínimo de 1 ano.
Sobre Beneficência Portuguesa de São Paulo
Fundada em 1859, a Beneficência Portuguesa de São Paulo (www.beneficencia.org.br) é a maior instituição hospitalar privada da América Latina, contando com aproximadamente 7.500 colaboradores e 3.000 médicos, e com uma gestão baseada na qualidade assistencial, humanização, ensino e pesquisa, além de um corpo clínico formado por renomados especialistas. A instituição é referência no atendimento médico hospitalar em mais de 60 especialidades, como cardiologia, oncologia, neurologia, gastroenterologia, ortopedia, urologia, entre outras. Atualmente, a Beneficência Portuguesa conta com três hospitais que somam mais de 1.200 mil leitos de internação. O Hospital São Joaquim, primeiro pilar da Instituição, realiza atendimento ao Pronto Socorro, UTIs, Internações e Cirurgias. Em 2007, foi inaugurado o Hospital São José, que se destaca pelo atendimento oncológico com padrões internacionais, entre outras especialidades. Em 2012, o Hospital Santo Antônio foi criado com o objetivo de oferecer atendimento a pacientes usuários do Sistema Único de Saúde, reforçando a responsabilidade social e carácter beneficente da Associação. Já em 2013, a Instituição criou o Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes para ser um dos maiores e mais completos núcleos de tratamento de câncer no país.
Ministro defende 'contribuição interfederativa da saúde'
27/08/2015 - Folha de S.Paulo / Site
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, defendeu nesta quinta-feira (27) uma nova contribuição exclusiva para a área da saúde, nos moldes de uma "contribuição interfederativa da saúde".
Segundo Chioro, a proposta atualmente em discussão com governadores e prefeitos é que a contribuição incida sobre a movimentação financeira, com uma alíquota de 0,38%.
Ele diz que há uma "convergência do governo" em torno da proposta –inclusive da presidente Dilma Rousseff, relata, e nega que a medida consista em um retorno da CPMF, o antigo "imposto do cheque".
A diferença em relação ao imposto anterior, de acordo com o ministro, estaria no fato de que a arrecadação seria destinada exclusivamente para a saúde, diferentemente do que ocorreu com a CPMF nos últimos anos, que também destinava recursos para outras áreas. Ainda segundo Chioro, a contribuição seria "interfederativa" porque, desde o início, teria percentuais divididos entre o governo federal, Estados e municípios.
O ministro diz que discute a proposta "com esse critério de construção harmonizada com os governadores e prefeitos". Uma das possibilidades é que a proposta seja apresentada no Congresso em um projeto de emenda à constituição, como ocorreu com a CPMF. Hoje, 4,7% do PIB é gasto com saúde. Com a nova contribuição, afirma Chioro, esse percentual poderia passar para 6%, o que teria forte impacto em recursos para o setor, diz.
"Vivemos um crônico subfinanciamento da saúde, e precisamos encontrar uma solução. Se não encontrarmos, municípios e Estados deixarão de cumprir o compromisso com a população brasileira. Estamos lidando com a vida das pessoas."
"Aqueles, como ocorreu em 2007 [ano em que a CPMF foi extinta], que ficaram contra o financiamento da saúde, vão ter que se deparar com a realidade", disse. Segundo o ministro, o governo estima perdas de R$ 40 bilhões para o setor com o fim do antigo imposto somente naquele ano (ou cerca de R$ 80 bilhões em valores corrigidos).
Chioro não descartou, no entanto, que seja feita alterações ao modelo hoje em discussão para que o recurso venha de outras fontes.
"É uma construção política que deve ser feita passo a passo, por ser uma contribuição interfederativa. Isso não impede, inclusive, a discussão de outras fontes, como a taxação do pecado", disse, referindo-se a taxas que poderiam incidir sobre cigarros e bebidas alcoolicas, por exemplo.
Câmara aprova projeto que permite usar seguro para gasto com saúde
27/08/2015 - Valor Econômico / Site
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira projeto que cria o VGBL-Saúde, seguro com cobertura de sobrevivência — ou seja, que é pago em vida — que permite ao trabalhador usar os recursos acumulados e usar em despesas com saúde.
O projeto, de autoria do deputado Lucas Vergílio (SD-GO), concede isenção de Imposto de Renda para o trabalhador ou aposentado que utilizar os recursos para pagar um plano de saúde.
O segurado nem chega a resgatar o dinheiro, explica Osvaldo Nascimento, presidente da FenaPrevi (Federação das Empresas de Previdência Privada). "O dinheiro não pode transitar pela conta do cliente, mas deve passar da seguradora direto para a operadora de plano de saúde", diz.
Assim que decidir usar o dinheiro, o cliente deve informar à seguradora, que paga diretamente à operadora do seguro de saúde — fiscalizada pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).
Se resolver resgatar o dinheiro, estará sujeito à tabela regressiva — com alíquotas que começam em 35% e vão caindo gradativamente a cada dois anos até alcançar o patamar mínimo de 10%.
O VGBL-Saúde terá opções de planos empresariais — com contribuições da companhia do trabalhador com carteira assinada — e individuais.
Caso esteja insatisfeito com o VGBL-Saúde escolhido, o segurado pode trocar de seguradora ou operadora de previdência. Mas a nova empresa escolhida deve seguir as mesmas regras, com previsão de repasse direto dos recursos resgatados para o pagamento de plano de saúde. Não será permitido fazer a portabilidade de um VGBL regular para o VGBL-Saúde.
O projeto agora será encaminhado para o Senado. Caso sofra alteração, volta para a Câmara.
Vivos, mas sem saúde
27/08/2015 - O Globo
Os brasileiros estão vivendo mais. Isso não quer dizer, porém, que eles estejam usufruindo plenamente os anos extra de vida que ganharam nas últimas décadas. Um novo levantamento com uma metodologia recém-criada para estimar a expectativa de vida saudável de uma população, que leva em conta tanto a mortalidade precoce quanto os anos passados pelas pessoas com algum tipo de incapacitação, indica que enquanto os brasileiros nascidos em 1990 podiam esperar viver em média 69,1 anos, os que vieram ao mundo em 2013 devem viver 5,9 anos a mais e chegar aos 75. Quando se observa o avanço nesta expectativa de vida saudável, no entanto, o ganho é bem menor, de 4,7 anos, partindo de 60,2 anos em 1990 para 64,9 em 2013.O fenômeno do descompasso entre o aumento da expectativa de vida total e a de vida saudável de 1990 a 2013 não é exclusivo do Brasil. Na média global, a primeira foi de 65,3 anos em 1990 para 71,5 em 2013, ou seja, 6,2 anos a mais, enquanto a segunda subiu 5,4 anos no mesmo período, de 56,9 para 62,3. Mas aqui ele também reflete o fato de o país estar numa encruzilhada entre o pior de dois mundos. Ao mesmo tempo que o Brasil já começa a enfrentar males associados às nações desenvolvidas, com populações mais envelhecidas, ele ainda sofre com problemas típicos de países mais pobres ou em situação de conflito. Assim, entre as dez principais causas de incapacitação de ambos sexos no Brasil em 2013 estão desde a líder isquemia cardíaca e doenças crônicas como diabetes, em sétimo lugar, à violência e os acidentes de trânsito, respectivamente na terceira e quinta posições. Só entre os homens, no entanto, é a violência que assume a frente da lista, resultando em mais de 2,5 milhões de anos de vida saudável perdidos por eles em 2013.
— Podemos dizer que o Brasil encara desafios dos dois lados, com problemas de países desenvolvidos e em desenvolvimento — diz Jefferson Gomes Fernandes, diretor-geral da Faculdade de Educação em Ciências da Saúde do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, e um entre as centenas de coautores do estudo coordenado pelo Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde (IHME) da Universidade de Washington, nos EUA.
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA E EPIDEMIOLÓGICA
O trabalho foi publicado na edição desta semana da revista científica médica “The Lancet” com análise do impacto de 306 doenças e lesões incapacitantes nas populações de 188 países, contabilizando tanto a expectativa de vida saudável neles quanto os anos de convivência com algum tipo de incapacitação.
— Passamos por um processo de transição demográfica, com a população envelhecendo, que também é uma transição epidemiológica, em que as doenças infecto-parasitárias dão lugar às crônico-degenerativas. Com isso, vemos um aumento no número de vítimas de doenças crônicas, como problemas no coração, diabetes e cerebrovasculares. Mas também temos entre as grandes causas de incapacitação fatores associados a países mais pobres ou em conflito, como a violência interpessoal e os traumas no trânsito, que têm impacto bem menor nos números das nações desenvolvidas — diz Fernandes.
Segundo ele, este ambiente de insegurança gerado pela violência nas cidades e no trânsito também faz com que o Brasil apresente entre suas principais causas de incapacitação transtornos emocionais como ansiedade e depressão, especialmente entre as mulheres, algo que também só é geralmente observado em países em situação de conflito. Aqui, a depressão ocupa a sexta posição e a ansiedade a oitava na lista para ambos os sexos, mas quando só se leva em conta o sexo feminino os transtornos sobem respectivamente para a terceira e quinta colocações. No mundo inteiro, estes distúrbios mentais nem aparecem entre os dez primeiros fatores de incapacitação para ambos os sexos, embora apenas entre as mulheres a depressão ocupe globalmente o quinto lugar.
— Esta prevalência maior de transtornos emocionais no Brasil é reflexo de uma sociedade que vive em conflito — destaca Fernandes. — Vivemos em um ambiente de organização da vida urbana muito estressante, de insegurança nas ruas e no trânsito, que contribui para estas manifestações de depressão e ansiedade, com incidências comparáveis às que se observam em países em situação de conflito aberto, como guerras civis. Esses transtornos costumam ter raízes multifatoriais, mas os números brasileiros indicam que aqui as pessoas não enxergam condições de melhorar e desenvolverem suas vidas seja por questões econômicas, sociais, educacionais ou ambientais, entre outras.
ALGUNS DADOS SÃO ANIMADORES
As análises sobre o Brasil no estudo, porém, também trazem dados animadores. As melhorias na saúde pública, no acompanhamento médico de gestantes e crianças e no saneamento básico, por exemplo, tiraram as complicações decorrentes de partos prematuros, as doenças diarreicas, as anomalias congênitas e as encefalopatias neonatais da lista de principais fatores de incapacitação para ambos os sexos, na qual ocupavam, respectivamente, a primeira, terceira, nona e décima posições em 1990.
— Mas o Brasil ainda sofre com fortes diferenças regionais — lamenta Fernandes. — Em alguns lugares do país, a incidência de doenças infectocontagiosas, como malária, dengue e parasitas, ainda é muito alta.
Por fim, Fernandes espera que os dados do levantamento sirvam para orientar as políticas públicas de saúde, com programas e projetos de maior impacto que promovam a melhoria da qualidade de vida no país para que ela possa avançar junto com sua expectativa. — O objetivo é dar aos órgãos e autoridades de saúde um guia para atuar de forma mais eficiente e mudar para melhor esta realidade, investindo em prevenção, principalmente de fatores de risco controláveis para algumas doenças, como hipertensão, e na promoção de estilos de vida mais saudáveis — conclui.
Mais da metade das cidades envia pacientes para outro município
27/08/2015 - O Estado de S.Paulo
Mais da metade dos municípios brasileiros (2.902 de 5.570, ou 52%) encaminha pacientes da atenção básica para realizar exames em outra cidade por falta de infraestrutura em suas unidades de saúde, revela o Perfil dos Estados e dos Municípios Brasileiros, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O levantamento mostrou que em 60% dos municípios os pacientes têm de se internar fora.
A prática é mais comum em localidades de até 50 mil habitantes, onde os estabelecimentos costumam ser precários, e nas Regiões Sudeste e Nordeste.
Outra deficiência apontada pela pesquisa é a falta de atendimento de emergência 24 horas.
São 12,9% os municípios que não dispõem desse tipo de serviço – a carência maior está no Nordeste; o Centro-Oeste é a região mais bem provida. É baixíssima a oferta de leitos de UTI neonatal: 93,4% das cidades não têm essas acomodações tanto em estabelecimento público como em convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS).
“Infelizmente o SUS não foi efetivado como deveria. O acesso à emergência tem de ser fácil, mesmo que em outro município. Quanto à internação, não faz sentido morar no Maranhão e se internar no Piauí. E, no caso de exames, a coleta e a entrega dos resultados deveriam ser no próprio município, ainda que a análise seja em outro. Não é possível que o cidadão não possa fazer um exame de sangue ou um raio X perto de casa”, criticou a professora Ligia Bahia, do Instituto de Estudos da Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A falta de equipamento para hemodiálise para pacientes com problemas renais também foi medida. Apenas 484 municípios têm o aparelho no País. No Acre existe uma única máquina, assim como em Roraima. “No Hospital das Clínicas de Rio Branco são 270 pacientes renais fazendo diálise, que vêm de todo o Estado e ainda do Amazonas e da Bolívia”, disse Berenice Sales, presidente da Associação dos Pacientes Renais Transplantados do Acre. “Tenho de chegar às 4h30 para ser atendida.
Há óbitos o tempo todo.” Em metade do País não há estabelecimento que realize parto hospitalar. A pesquisa foi feita entre julho de 2014 e março de 2015 nas 27 unidades da federação e em todos os municípios.
Os questionários foram respondidos por funcionários dos governos estaduais e municipais.
Além da saúde, a publicação traz dados sobre funcionalismo, comunicação e informática, educação, direitos humanos, segurança pública, segurança alimentar, inclusão produtiva e vigilância sanitária.
A alimentação da população vem merecendo políticas específicas dos governos de todas as Unidades da Federação e de 39,6% das prefeituras; no Nordeste, a publicação destacou as ações de implementação de cisternas para prover os habitantes de água, verificadas em 54,2% dos municípios.
Servidores. Em relação a programas de inclusão produtiva, como o oferecimento de cursos de capacitação, 98,7% das cidades declararam oferecê-los. Naquelas com mais de 500 mil habitantes, o porcentual chegou a 100%, sendo o Sul a região com maior oferta.
O IBGE também pesquisou o montante de servidores públicos municipais e estaduais: o número manteve-se estável em 2014: 6,5 milhões e 3,2 milhões, respectivamente, na comparação com 2012. Os empregados na área da saúde somam 1,6 milhão.
De todos os profissionais do setor vinculados aos municípios, 11% são médicos.
Apenas 6% dos hospitais públicos do país têm leitos de UTI Neonatal
26/08/2015 - Folha de S.Paulo / Site
A oferta de leitos ou berços de UTI neonatal em estabelecimentos públicos ou conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS) está disponível em somente 6,6% das cidades brasileiras.
O dado foi levantado pela pesquisa Munic 2014 (perfil de municípios), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta quarta-feira (26).
Outro dado divulgado foi sobre o número de unidades municipais com serviço de nefrologia: somente 8,7% dos municípios possuíam espaço com essa atividade.
Já no quesito internação, 59,9% dos municípios brasileiros necessitavam referenciar usuários de atenção básica para internação em outros municípios. A região Centro-Oeste apresentou os menores percentuais (46%), enquanto a região Sudeste, os maiores (66%).
A pesquisa também apontou que a concentração destes berços de UTI neonatal acontece na região Sudeste onde 9,3% das cidades têm acesso a este tipo de recurso. Em sentido contrário, o Nordeste apresenta a pior concentração com somente 3,7% de seus municípios possuindo leitos ou berços de UTI neonatal.
Em relação às unidades que realizavam parto hospitalar, todas as públicas tinham interligação com cartório ou um posto de cartório nas unidades.