37015
ESTABELECIMENTOS REGISTRADOS

83507
PROFISSIONAIS INSCRITOS ATIVOS

CLIPPING - 19/08/2015

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

Após rejeitá-lo duas vezes, Estados Unidos aprovam 'viagra feminino'

19/08/2015 - Folha de S.Paulo


O primeiro medicamento para aumentar o apetite sexual feminino foi aprovado nesta terça-feira (18) pela FDA, a agência americana responsável.

A droga se chama Addyi e é produzida pela farmacêutica Sprout. Na verdade, em tese se trata do primeiro medicamento para aprimorar a libido em ambos os sexos, embora todo o projeto tenha sido desenvolvido visando as mulheres. O Viagra e outros remédios masculinos servem para criar ereções, não para aumentar o desejo.

"É o maior inovação para a vida sexual feminina desde a pílula anticoncepcional", afirmou Sally Grennberg, diretora da Liga Nacional dos Consumidores.

Especialistas, porém, dizem que a flibanserina não é livre de riscos, que incluem diminuição da pressão arterial, desmaios, sonolência, náuseas e tonturas.

Anteriormente, a FDA havia rejeitado por duas vezes a droga, em 2010 e 2013. Grupos feministas vinham acusado a FDA de retardar a aprovação do medicamento por machismo. Segundo as ativistas, remédios para homens eram aprovados com mais facilidade.

A farmacêutica Sprout pagou parte dos custos que entidades que participaram do lobby, como o National Council of Women's Organizations (grupo que congrega várias associações de mulheres), o Black Women's Health Imperative (voltado para a saúde de mulheres negras), a Association of Reproductive Health Professionals (associação de profissionais que atuam na saúde reprodutiva) e a própria liga de consumidores.

No outro lado, alguns médicos afirmam agora que o ativismo fez o órgão ficar acuado e que a aprovação negligencia os efeitos colaterais da droga.

Um grupo de cientistas, liderados por médicos da Georgetown University Medical Center, organizou um abaixo-assinado com mais de cem assinaturas dizendo que "tal campanha relações públicas financiada por uma farmacêutica é algo sem precedentes e injustificável".

A Associação Holandesa de Sexologia protestou em carta à FDA dizendo que a droga parte do pressuposto errôneo de que a falta de desejo sexual é uma anormalidade, quando ele pode ser mero fruto da falta de estímulo adequado.

Uma questão importante é que o medicamento não deve ser utilizado por mulheres que bebem álcool, porque isso aumenta o risco de desmaios. Leonore Tiefer, da New York University School of Medicine, afirmou que isso vai causar problemas. É absurdo acreditar que mulheres jovens tomando Addyi vão se abster de beber, afirmou, também em carta à FDA.

EFICÁCIA

A eficácia do medicamento segue polêmica. Um dos testes clínicos mostrou que as mulheres que estavam tomando o medicamento relataram 4,4 "experiências sexuais satisfatórias" por mês, contra 3,7 de um grupo de mulheres tomando placebo (ou seja, pílulas sem princípio ativo, com o objetivo de comparação) e 2,7 antes do estudo começar.

A decisão do FDA não foi uma surpresa, porém, já que um comitê de especialistas já tinha recomendado a aprovação da droga. Por causa das preocupações de que o medicamento seria utilizado de maneira pouco criteriosa pelos pacientes, a farmacêutica se comprometeu a não fazer anúncios publicitários na TV e no rádio por 18 meses após a aprovação.

O preço do Addyi ainda não está definido. Pacientes deverão tomá-lo todas as noites e é preciso esperar algumas semanas de uso antes de surtir efeito. As vendas nos Estados Unidos devem começar em outubro.

O uso só foi aprovado para mulheres antes da menopausa –ou seja, o uso por mulheres após a menopausa ou mesmo por homens ainda tem de ser melhor testado e, se ocorrer, se dará fora das recomendações da FDA.

Especialistas no setor farmacêutico falam que provavelmente a Sprout vai se preocupar primeiro em aprovar o uso em mulheres que já tiveram a menopausa e em vender o produto em mercados de outros países. O possível uso por homens ficará para depois disso.

O medicamento funciona alterando o equilíbrio de neurotransmissores como a dopamina e a serotonina no cérebro da paciente. Ele foi desenvolvido originalmente como um antidepressivo pela Boehringer Ingelheim. A empresa vendeu a fórmula para a farmacêutica Sprout logo após a negativa dos consultores da FDA em 2010.




Agência dos EUA dá aval a ‘viagra feminino’

19/08/2015 - O Estado de S.Paulo


A Food and Drugs Administration (FDA),agência que regula alimentos e medicamentos nos Estados Unidos, aprovou ontem o primeiro remédio indicado para tratar a falta de desejo sexual feminino, um novo “viagra”. O Addyi (nome comercial para a flibanserina) atua na liberação de neurotransmissores responsáveis pelo desejo sexual, como a dopamina.

O medicamento é indicado para mulheres na fase da pré menopausa com disfunção sexual adquirida e crônica, ou seja, quando a falta de libido ocorre em paciente que não tinha o problema anteriormente e persiste independentemente do tipo de atividade sexual, da situação ou do parceiro sexual.

A FDA alerta, no entanto, para os possíveis efeitos colaterais do medicamento, principalmente, se o seu uso for associado ao consumo de álcool. Nesses casos, a paciente pode apresentar severa queda de pressão e perda de consciência. Quando não associado ao álcool, o remédio tem efeitos mais brandos, como sonolência e tontura, observados em 10% das pacientes.

Ação. Embora esteja sendo chamado de “viagra feminino”, o medicamento tem mecanismo de ação e indicações diferentes da pílula azul. “O Viagra não interfere diretamente no desejo sexual do homem. Ele, na verdade, aumenta o fluxo sanguíneo na região do pênis e permite a ereção. Já a flibanserina atua no cérebro da mulher, regulando os neurotransmissores que provocam a libido”, explica a ginecologista e sexóloga Carolina Ambrogini, coordenadora do Centro de Sexualidade Feminina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Enquanto o Viagra é consumido somente nos dias em que o homem pretende ter relação sexual, o Addyi deve ser tomado diariamente e só começa a dar resultados após cerca de seis semanas de uso.

Para a especialista da Unifesp, o medicamento é uma ferramenta adicional e importante no tratamento da disfunção sexual feminina, mas não servirá para todos os casos. “Não adianta achar que o remédio vai salvar um casamento falido.

Também não é indicado para as mulheres na menopausa porque nesses casos a falta de desejo geralmente está associada a questões hormonais e aí é mais indicada uma terapia de reposição”, diz ela.

A médica explica ainda que nem todas as pacientes que têm a indicação do novo remédio respondem ao tratamento. Estudos internacionais mostram que cerca de 30% das mulheres têm algum nível de disfunção sexual.

Para que o problema seja considerado crônico, são necessários serem registrados pelo menos seis meses consecutivos de falta de libido.




Três dicas para escolher a melhor solução de rastreabilidade de medicamentos

18/08/2015 - Guia da Farmácia Online


A partir de dezembro, fabricantes devem ter pelo menos três lotes de produto rastreáveis

A indústria farmacêutica está há quatro meses do início da primeira fase da implantação da rastreabilidade de medicamentos no Brasil, sob a normativa RDC 54/2013 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A partir do dia 10 de dezembro, os fabricantes devem ter pelo menos três lotes de produto rastreáveis.

O VP sênior e gerente-geral da Axway para América Latina, Marcelo Ramos, comenta quais são as principais características que fabricantes de medicamentos devem prestar atenção ao escolher um parceiro de TI para implantar a solução de rastreabilidade.

1-Valorize a experiência e a segurança de informações confidenciais: “políticas de rastreio de medicamentos são uma tendência global e têm sido implantadas ao redor do mundo há dez anos. Na América Latina, países como Chile e Argentina já adotaram o procedimento com suas devidas particularidades locais. Portanto, escolher um parceiro que tenha experiência na implantação dessas soluções é imprescindível para que o processo ocorra sem imprevistos. Além disso, a indústria farmacêutica deve se preocupar com a segurança da informação e pensar em uma solução de nuvem privada. Ao contar com um ambiente segmentado e exclusivo para uma única empresa, a indústria reduz as chances de vazamento de informações estratégicas – seja por um acesso errôneo ou ainda um concorrente ter acesso a dados de outros players”, afirma.

2- Escolha soluções baseadas em padrões já estabelecidos em outros segmentos: “indústrias de outros segmentos já adotaram com sucesso o rastreio de produtos e a transmissão de dados de forma segura entre diferentes estágios da cadeia de produção. Um exemplo é o padrão Electronic Product Code Information Services (EPCIS), desenvolvido pela Associação Brasileira de Automação e única detentora da Licença do Código de Barras (GS1 Brasil) e que certifica diversos softwares comerciais, amplamente adotado e considerado um caso de sucesso. Ao optar por uma solução de rastreabilidade que seja baseada em metodologias já reconhecidas pelo mercado, a empresa poderá se assegurar que terá segurança e confiabilidade no armazenamento e transmissão dos dados”.

3- Integre-se aos outros estágios da cadeia:“ a normativa da Anvisa não define qual padrão de transmissão de dados deve ser utilizado, então o natural é que o mercado se auto-regule nesse aspecto. Embora o EPCIS seja o mais reconhecido, o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos do Estado de São Paulo (Sindusfarma) tem conduzido um grupo de estudos para desenvolver o próprio padrão, que deve ser bem adotado pelo varejo de medicamentos. Com os diversos setores da cadeia de produção utilizando diferentes métodos, escolher um parceiro que aceite e se integre a outros padrões de comunicação torna simples adequar-se à regulação”.

Marcelo Ramos ainda avalia que algumas empresas não estão pensando no processo completo, e preferem implantar a rastreabilidade em etapas temporárias, mas adverte que é importante que a indústria farmacêutica pense além da legislação. “A pirataria gera um grande problema de saúde pública, que afeta diretamente o consumidor final, podendo ocasionar resistência da doença e agravamento do quadro clínico, dificultando o tratamento. Com a rastreabilidade, os consumidores terão mais confiança e segurança no produto que estão adquirindo,” finaliza.




Dormir de lado evita o Alzheimer

19/08/2015 - Correio Braziliense


O jeito que uma pessoa dorme, indicam pesquisadores da Universidade Stony Brook, nos Estados Unidos, pode exercer efeito significativo sobre a saúde neurológica dela. Se for de lado, alivia o acúmulo de resíduos do cérebro que contribuem para doenças como Alzheimer e Parkinson. Isso acontece porque a posição, naturalmente preferida pela maioria dos animais, libera as vias responsáveis pela limpeza do lixo metabólico.

A via glinfática é uma área do cérebro responsável pela remoção de resíduos e excesso de líquido formados especialmente durante a vigília. A região foi descoberta há pouco tempo e detalhada, pela primeira vez, em agosto de 2012 na revista especializada Science Translational Medicine. Basicamente, funciona como uma espécie de via linfática exclusiva do cérebro, sendo útil na remoção de produtos residuais, como as beta-amiloides e a proteína tau. Ambas são excessivas em indivíduos com Alzheimer, o que faz com que se acredite que sejam, na verdade, as responsáveis pelo desenvolvimento da doença.

O sistema glinfático foi estudado detalhadamente, pela primeira vez, por pesquisadores da Universidade de Rochester, também dos Estados Unidos, em modelos animais. Quando funciona de forma normal e eficiente, a limpeza contínua promovida por ele assegura que substâncias tóxicas em excesso não se acumulem no cérebro. As beta-amiloides, por exemplo, podem se juntar e formar placas resistentes. Além de serem dificilmente removidas, elas enfraquecem as sinapses, a comunicação entre os neurônios, provocando demência. Com exames de ressonância magnética, a equipe liderada pela professora Helene Benveniste observou de perto o caminho do fluido cerebrospinal — substâncias que funcionam como produtos de limpeza — em ratos anestesiados para dormir em três posições: lateral, de bruços e de costas. Pelas imagens, descobriram que dormir de lado é a forma que faz com que a via funcione melhor. “Os roedores que estavam em posição lateral tiveram limpeza de beta-amiloide 25% melhor do que as que estavam dormindo de costas ou de bruços. Provavelmente, a razão pela qual as outras posições não são ideais é porque o fluido de limpeza não consegue chegar ao cérebro, desaguando em outros lugares, como a medula espinhal”, explica a responsável pelo estudo, publicado recentemente no The Journal of Neuroscience.

Espaços ampliados

De forma geral, o sono e a inconsciência promovida pela anestesia parecem melhorar a remoção de resíduos por meio da via glinfática porque o espaço entre as células é ampliado, facilitando que os resíduos sejam eliminados do cérebro. A vigília, por outro lado, abranda esse transporte porque algumas substâncias químicas no cérebro, como a noradrenalina, aumentam, preenchendo o espaço entre as células.

“Também tem sido demonstrado que os padrões de respiração podem influenciar o fluxo dos fluidos de limpeza em seres humanos e que a pulsatilidade do sono acelera o transporte”, explica Benveniste. Segundo ela, ainda é muito cedo para estudar o mecanismo observado em ratos em seres humanos. Mas existem testes radiológicos que usam a mesma abordagem. Marcadores radioativos são injetados nas substâncias de limpeza presentes na espinha, e a distribuição do marcador é seguida no cérebro ao longo do tempo.

Esses testes são chamados de cisternotomografia de radionuclídeo e utilizados em muitos centros médicos para avaliar a ocorrência de vazamento de fluido cerebrospinal, de hidrocefalia ou de hipertensão intracraniana benigna. Muitas vezes, porém, demora muito para sair o resultado, e os pacientes têm que ter o cérebro escaneado várias vezes ao longo de dois ou três dias. Por serem inconclusivos, os dados que medem a qualidade ou a posição do sono nunca são levados em consideração.

Como potencializar

Benveniste frisa que ainda é muito cedo para recomendar que as pessoas durmam de lado, mas antecipa que o próximo passo da equipe é estudar o mecanismo no cérebro humano, que é muito maior do que o de um roedor. Atualmente, ela trabalha na investigação de como o sistema pode ser controlado e mantido ao longo da vida de modo a maximizar a depuração de resíduos, prevenindo, assim, doenças. “Além disso, estamos trabalhando no desenvolvimento de plataformas e ferramentas de diagnóstico para quantificar o transporte glinfático e a depuração de resíduos do cérebro, o que será essencial para a interpretação de dados futuros”, diz.

A pesquisadora também alerta que a interpretação dos experimentos realizados por ela e a equipe com roedores anestesiados não retratam o mesmo tipo de inconsciência durante o sono de um ser humano. “Também é bem sabido que as pessoas mudam a posição do corpo durante a noite, o que pode afetar a depuração de resíduos do cérebro. Essas são questões importantes e que devem ser levadas em consideração”, esclarece.




Cientistas podem ter descoberto futura vacina contra tipo mais agressivo de câncer de mama

18/08/2015 - Portal Minha Vida


Cientistas da Universidade de Nottingham Trent, no Reino Unido, identificaram uma potencial nova forma para combater o tipo mais agressivo de câncer de mama e extremamente difícil de tratar, conhecido como triplo negativo, que, no futuro, pode levar a uma vacina contra este tipo da doença. Estima-se que 12% dos casos de câncer de mama diagnosticados em todo o mundo sejam do tipo triplo negativo. A descoberta foi publicada na revista científica Clinical Cancer Research.

O estudo afirma que a presença de uma proteína específica do câncer parece mostrar o quanto pacientes com o tipo triplo negativo do câncer de mama podem responder de forma positiva à quimioterapia. Com isso, os pacientes seriam poupados de um tratamento que não traria benefícios no caso deles, pelo contrário, acarretaria em sérios efeitos colaterais, justamente por sua resposta à quimioterapia não ser satisfatória.

O estudo foi focado na molécula HAGE, que é conhecida pela sua habilidade de conduzir o curso do câncer e pela capacidade de ativar respostas do sistema imunológico. Para tanto, eles analisaram tecidos tumorais de mais de mil pacientes com o tipo triplo negativo do câncer de mama, tanto os que tinham recebido alguma forma de quimioterapia quanto os que não foram tratados desta forma.

A análise mostrou que pacientes que tinham grandes níveis da HAGE, mas não haviam recebido quimioterapia, apresentavam um risco maior de óbito em decorrência da doença quando comparados com os que não indicavam a presença da proteína. O estudo também mostrou que pessoas que indicavam a presença da HAGE e receberam quimioterapia à base de antraciclina aparentavam menor riso de óbito em decorrência do problema do que os que não indicavam a presença da proteína.

Os cientistas também descobriram que apresentar a proteína está relacionado à presença de células de defesa, linfócitos, infiltrados nos tumores. Os linfócitos têm o potencial de atacar as células tumorais e a presença deles está relacionada com melhores resultados clínicos em vários casos de câncer.

Com isso, os cientistas acreditam que a HAGE propicia a base para a criação de uma vacina terapêutica para o câncer de mama do tipo triplo negativo e para o desenvolvimento de um tratamento combinado entre a quimioterapia e a vacina, visando melhores resultados.

Segundo os pesquisadores, além da urgente necessidade de um tratamento mais individualizado para pacientes com o tipo triplo negativo do câncer de mama, o potencial imunogênico da HAGE e a sua grande expressividade proteica nos tumores, comparada com tecidos sadios, é o que pode fazer deste tipo de câncer a melhor opção para a vacina. Eles já estão trabalhando nos testes para comprovar esta hipótese.

O que é o tipo triplo negativo de câncer de mama?

O triplo negativo, ou carcinoma inflamatório, raramente apresenta receptores hormonais, ou seja, não está ligado à fabricação de hormônios pelo organismo como a maior parte dos cânceres de mama. Ele é a forma mais agressiva da doença e também a mais rara. O carcinoma inflamatório se apresenta como uma inflamação na mama e frequentemente tem uma grande extensão. O câncer de mama do tipo inflamatório também começa nas glândulas que produzem leite. As chances dele se espalhar por outras partes do corpo e produzir metástases são grandes.




Cade aprova compra da Hospira pela Pfizer

18/08/2015 - IstoÉ Dinheiro Online


O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a aquisição do controle total da norte-americana Hospirapela farmacêutica Pfizer, por intermédio da Perkins, conforme despacho publicado no Diário Oficial da União (DOU). Pelo acordo aprovado, após a conclusão da operação, a Perkins será extinta e a Hospira se tornará subsidiária integral da Pfizer.

O negócio foi anunciado pelas empresas em fevereiro deste ano e custou US$ 16 bilhões para a Pfizer, que agora deve ampliar as vendas de medicamentos injetáveis e de versões mais baratas de medicamentos biotecnológicos. A Hospira é uma das empresas líderes em venda de medicamentos injetáveis e teve receita de US$ 4,4 bilhões no ano passado.

A Pfizer prevê que a aquisição acrescente entre US$ 0,10 e US$ 0,12 ao lucro por ação no primeiro ano após a conclusão do acordo e que gere US$ 800 milhões em economias de custo dentro de três anos.




Com expansão, Prati-Donaduzzi se prepara para exportar

18/08/2015 - Valor Econômico


O laboratório paranaense Prati-Donaduzzi está perto de tirar do papel seu plano de internacionalização. No momento, a farmacêutica, que pertence à família Donaduzzi, está produzindo lotes pilotos de medicamentos na fábrica que acaba de entrar em operação em Toledo (PR) e, após a certificação de boas práticas da unidade junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o foco será obter o atestado do FDA (do inglês Food and Drug Administration).

O objetivo da empresa, que investiu R$ 150 milhões em sua segunda unidade fabril, é ter o aval da agência reguladora para exportar genéricos ao mercado americano. Atualmente, as exportações ainda são insignificantes. "Será uma das primeiras, se não a primeira fábrica de genéricos no país com certificação do FDA", disse ao Valor o vice-presidente da Prati, Eder Maffissoni. A receita bruta da empresa ficou em R$ 700 milhões em 2014.

Conforme o executivo, se tudo correr conforme o planejado, a certificação da agência reguladora deve sair no início de 2016. A nova fábrica foi instalada junto à primeira unidade do laboratório, no oeste do Paraná. Inicialmente, estavam previstos R$ 100 milhões, considerando apenas a estrutura física. Incluindo capital de giro, os desembolsos no projeto acabaram subindo 50%.

Esse também é o percentual de aumento de capacidade instalada da Prati com a segunda unidade. Serão 18 bilhões de doses terapêuticas (comprimido) por ano, frente a 12 bilhões de unidades atualmente. Conforme Maffissoni, a ideia é produzir na nova fábrica medicamentos de maior escala, como paracetamol, losartana (para hipertensão) e metformina, usado no tratamento do diabetes. "Vamos começar com 15 medicamentos". Ele disse que a farmacêutica conta com mais de 160 registros de produtos.

Há mais de dois anos, o laboratório chegou a cogitar a atração de um sócio investidor para financiar a expansão. O plano, porém, não foi levado adiante e a obra foi executada com recursos próprios e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O desenvolvimento de projetos, por sua vez, usa tradicionalmente recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). "Houve uma conversa sobre sócio, mas a decisão foi por não seguir adiante. A estratégia hoje é continuar com crescimento orgânico, sem investidor", disse o executivo.

Ao mesmo tempo, a farmacêutica busca parcerias tecnológicas que possam resultar no licenciamento de fármacos. Conforme Maffissoni, é provável que o laboratório tenha novidades nessa área até o fim do ano. A Prati, especializada em genéricos e similares e importante fornecedora do governo federal, também adotou uma estratégia de diversificação que resultou no equilíbrio entre as receitas provenientes da área hospitalar e de varejo. Em 2013, 65% das receitas ainda eram geradas na área hospitalar.

A empresa também aposta no desenvolvimento de farmoquímicos, ou princípios ativos. Dos oito projetos em andamento, há três em fase final. Para 2015, informou, a empresa projeta crescimento de 25% no faturamento, em linha com o ritmo médio de crescimento verificado nos últimos cinco anos e com a taxa de expansão apurada no primeiro semestre. "O desafio comercial não tem sido problema. Mas o câmbio tem sido um desafio gigante e o que mais aperta a indústria farmacêutica", afirmou.

A desvalorização do real frente ao dólar tem contribuído para a forte pressão de custos dos laboratórios, pois mais de 90% da matéria-prima farmacêutica no país é importada, além de energia. O setor segue apreensivo com as regras de desoneração da folha de pagamentos. "As margens já são muito achatadas em genéricos", afirma.




Mercado Aberto: Hospitais privados temem cortes de verbas públicas

18/08/2015 - Folha de S.Paulo


As sucessivas reduções no orçamento da Saúde preocupam os hospitais privados que atendem pacientes pelo Sistema Único de Saúde.

Em maio, foi anunciado um corte de R$ 11,8 bilhões na verba do ministério. No fim de julho houve nova tesourada, de R$ 1,18 bilhão.

As entidades já estão fechando as portas. Foram 286 instituições em cinco anos, diz Francisco Balestrin, presidente da associação de hospitais privados do Brasil. "A preocupação é que o ritmo se acelere nos próximos meses."

Os cortes deveriam acontecer em áreas menos sensíveis do que na saúde, afirma.

As Santas Casas, que atendem cerca de metade dos pacientes do SUS, estão entre as mais prejudicadas, diz ele.

Os hospitais precisam pedir ajuda da comunica de para fechar as contas, afirma Edson Rogatti, 64, da Confederação das Santas Casas de Misericórdia do país.

A soma das dívidas das entidades no país chega a cerca de R$ 19 bilhões.

O principal problema é que o SUS paga pouco pelos procedimentos, diz. Para fazer um parto normal, um hospital tem gastos de R$ 1.500, mas o governo paga R$ 580.

Em média, os pagamentos do governo representam cerca de 60% dos custos. A tabela não tem reajustes há dez anos, afirma Rogatti.

Com a inflação e aumentos na conta de luz de 2015, a situação piorou muito, diz.

O medo dele é que no fim do ano haja um colapso no atendimento aos pacientes do SUS na rede privada.




Mercado Aberto: No Vermelho

18/08/2015 - Folha de S.Paulo


A Santa Casa de Franca, que atende pacientes de 22 municípios iniciou neste mês um contingenciamento de 10% das despesas para tentar manter as contas no azul.

As medidas incluem a redução de honorários médicos e a demissão de 126 funcionários –quase 7% do total de 1.800 contratados.

"Tentamos reduzir os gastos em R$ 1 milhão por mês", diz o presidente, José Cândido Chimionato.

Na Santa Casa de Cuiabá, que tem 280 leitos, 83% dos atendimentos são pelo SUS.

"Somos muito mais dependentes dos repasses públicos que os 60% recomendados para que uma gestão filantrópica sobreviva", afirma Antônio Preza, presidente da Santa Casa de Cuiabá.

A entidade busca um financiamento com a Caixa Econômica para quitar as dívidas, que somam R$ 50 milhões, dos quais R$ 18 milhões são com fornecedores.

Muito menor, o hospital de Palmital (SP) também enfrenta problemas de solvência.

O gestor Edson Rogatti afirma que 90% dos pacientes dele são do SUS, e que para conseguir atender, precisa pedir ajuda "vendendo rifa e fazendo bingo" na cidade.




Tomossíntese aumenta em até 43% a detecção do câncer de mama

18/08/2015 - O Estado de S.Paulo


A mamografia é o exame mais importante para o rastreamento da doença e do diagnóstico precoce em mulheres assintomáticas, devendo ser realizada uma vez por ano a partir dos 40 anos. Nos anos 2000, a versão digital passou a permitir o pós-processamento da imagem, com recursos para correções, ajustes e ampliações, além de facilitar o registro do histórico da paciente.

A Tomossíntese é um exame que realiza múltiplas aquisições de imagens da mama em diferentes ângulos , e através de um software é realizada a reconstrução em cortes milimétricos,permitindo assim uma avaliação tridimensional da mama,melhorando a capacidade de diagnóstico.

A grande vantagem é reduzir ou eliminar a sobreposição de tecido mamário, melhorar a definição e caracterização das lesões encontradas, reduzir a taxa de reconvocação, reduzir os falso-positivos, reduzir o número de biopsias e o benefício em potencial é o aumento da detecção de câncer de mama. Estudos comprovam que a tomossíntese pode reduzir a reconvocação para incidências complementares em até 15% e aumentar a detecção do câncer de mama em 43%.




Cientistas descobrem como memórias traumáticas se escondem

18/08/2015 - O Globo


Algumas experiências estressantes, como abusos repetidos na infância, são tão fortes e traumáticas que suas memórias se escondem como sombras no cérebro. A princípio, isso pode até parecer algo bom, já que as lembranças dolorosas não são acessadas conscientemente, poupando o indivíduo de ter que reviver a toda hora a dor emocional desses eventos. Mas as memórias suprimidas podem causar uma série de problemas psicológicos graves, desde ansiedade e depressão a desordens de estresse pós-traumático ou dissociativas.

Há tempos os cientistas acreditam que um processo conhecido como aprendizagem dependente do estado está por trás da formação dessas memórias inacessíveis pela mente consciente. Assim, informações gravadas em um estado particular de humor, excitação ou induzido por drogas só seriam recuperadas quando o cérebro fosse posto novamente sob o mesmo estado anímico.

Uma equipe de pesquisadores realizou um experimento com camundongos para testar esta hipótese, revelando pela primeira vez o mecanismo como tal tipo de aprendizagem dependente do estado faz com que memórias estressantes relacionadas ao medo sejam inacessíveis à mente consciente. A descoberta abre caminho para a criação de novas maneiras de os terapeutas ajudarem pacientes com distúrbios causados por memórias traumáticas que, de outra forma, seriam difíceis de acessar.

— Nossos achados mostram que há múltiplos caminhos para guardar memórias indutoras de medo, e encontramos uma via importante para a formação destas lembranças — conta Jelena Radulovic, professora da Universidade Northwestern, nos EUA, e líder do estudo, publicado ontem no periódico científico “Nature Neuroscience”. — Isso pode levar ao desenvolvimento de novos tratamentos para pacientes com desordens psiquiátricas para quem o acesso consciente a suas memórias traumáticas é essencial em sua recuperação.

Segundo os pesquisadores, os caminhos para a formação de memórias dependem da ação de dois aminoácidos no nosso cérebro, chamados glutamato e Gaba, que controlam se as células nervosas estão ativas ou inibidas. Sob condições normais, esse sistema fica em equilíbrio, mas quando estamos vigilantes, a concentração de glutamato aumenta. Isso faz com que ele seja o principal composto no armazenamento de memórias facilmente lembradas. O Gaba, por sua vez, nos acalma e ajuda a dormir, bloqueando o glutamato.

O CÉREBRO COMO UM RÁDIO AM E FM

Mas existem dois tipos de receptores de Gaba no cérebro. Um deles, conhecido como receptor sináptico de Gaba, trabalha em conjunto com os de glutamato para equilibrar a resposta cerebral a eventos externos, estressantes ou não. Já o outro tipo, os chamados receptores extrassinápticos de Gaba, funciona de forma independente, ignorando o glutamato e focando em aspectos internos, ajustando as ondas cerebrais, e estados mentais, de acordo com os níveis de diversos compostos químicos no cérebro, como o próprio Gaba, hormônios sexuais e outras proteínas. Assim, são esses receptores extrassinápticos que alteram nosso estado anímico, fazendo com que nos sintamos excitados, sonolentos, alertas, sedados ou mesmo psicóticos. E o experimento mostrou que também são esses receptores, agindo a nível molecular, que ajudam a codificar as memórias de eventos traumáticos e guardá-las escondidas da mente consciente.

— O cérebro funciona em diferentes estados, como um rádio que opera nas frequências AM e FM — compara Jelena. — É como se ele normalmente estivesse sintonizado em FM para acessar as memórias, mas precisa mudar para as estações AM para ter acesso às lembranças do subconsciente. Se um episódio traumático acontece quando os receptores extrassinápticos de Gaba estão ativos, a memória desse evento não pode ser acessada a não ser que esses receptores sejam novamente ativados, sintonizando o cérebro nas estações AM.




Toxina estética ameniza paralisia cerebral

18/08/2015 - Correio Braziliense


Ganha força entre os médicos uma nova abordagem para facilitar o cotidiano de pacientes com paralisia cerebral, especialmente as crianças. Infiltrações de toxina botulínica são feitas para amenizar a contratura muscular, facilitando a realização de movimentos indispensáveis para o desenvolvimento dos pequenos, como andar.

Professor do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade Autônoma de Madrid, na Espanha, e referência no tema, Samuel Ignacio Pascual-Pascual explica que a técnica deve começar a ser aplicada antes que a contratura muscular comece a causar deformidades no paciente. “Quanto antes, melhor. É comum iniciarmos as aplicações entre os 4 e os 5 anos, mas o uso da toxina no tratamento de espasticidade é autorizado a partir dos 2 anos”, explica o também membro do Serviço de Neurologia Pediátrica do Hospital Universitário La Paz, na capital espanhola.

O ortopedista César Lima, de Belo Horizonte, conta que o uso do medicamento para esse fim não é novidade — o primeiro caso na capital mineira ocorreu em 1995 —, mas a forma como ele é administrado vem mudando ao longo dos anos. Segundo o ortopedista Leonardo Cury Abrahão, gerente clínico da Associação Mineira de Reabilitação (AMR), muitos mitos e tabus em torno da toxina foram quebrados. “Quando existir espasticidade (os músculos têm, ao mesmo tempo, a força diminuída e o tônus aumentado) no quadro de paralisia cerebral, há indicação da toxina, mas ela não tem sido usada de forma adequada. Há uma dificuldade de acesso, mesmo a substância sendo disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Também falta conhecimento dos profissionais e dos pacientes”, lamenta.

Para Pascual-Pascual, as pessoas ainda relacionam a toxina com um veneno muito potente, o que, de fato, ele é. “Mas, na medicina, usamos doses mínimas. Esse fármaco vem sendo muito bem utilizado em todo o mundo, com segurança”, explica. A experiência e novos estudos reconfiguraram o modelo de tratamento com a toxina. Quando começou a adotá-la, na década de 1990, as infiltrações, por exemplo, eram a cada um ou dois anos.

Hoje, já se sabe que é seguro e eficaz utilizá-la em uma periodicidade de quatro a seis meses. “Nossos estudos também mostram que a combinação da toxina com outras técnicas é o que tem promovido os melhores resultados. Estamos avançando, conhecendo doses, periodicidade e músculos mais apropriados para o tratamento com a toxina”, explica o especialista espanhol.

Até os 2 anos

A paralisia cerebral tem manifestações clínicas muito variadas, mas, em geral, é caracterizada pela dificuldade motora em consequência de lesão cerebral, que pode ocorrer durante toda a fase de desenvolvimento do Sistema Nervoso Central (SNC), ou seja, do momento da concepção até os 2 anos de idade de um indivíduo. Por isso, a lesão cerebral que surge depois disso não é considerada paralisia cerebral.

Para ser considerada paralisia cerebral, essa lesão neurológica também não pode ser progressiva. Segundo a Associação Brasileira de Paralisia Infantil, a criança vai apresentar mudanças decorrentes de seu crescimento e amadurecimento, mas a lesão em si é estacionária: não vai piorar, mas também não vai desaparecer. Não há, portanto, cura para o problema, mas o tratamento pode melhorar a situação motora.

A paralisia cerebral espástica, o tipo mais comum, que surge em 70% das crianças, é caracterizada pela espasticidade. Os pacientes apresentam os músculos enrijecidos, o que dificulta os movimentos. Os músculos mais tensos crescem menos e, por isso, a criança, com o tempo, pode desenvolver encurtamentos musculares, conhecidos como contraturas.

O crescimento dos ossos, influenciado pela tensão dos músculos, também pode ser alterado, evoluindo para deformidades. Além disso, o desenvolvimento motor, a aquisição das atividades motoras, como sentar, engatinhar e andar, são atrasados de forma leve, moderada ou grave.

A espasticidade não é exclusividade da paralisia cerebral. Também pode ocorrer em doenças neurológicas que provocam lesão das células do sistema nervoso — responsáveis pelo controle dos movimentos voluntários —, em lesões medulares, esclerose múltipla, acidente vascular cerebral (AVC), entre outros. Segundo Pascual-Pascual, em crianças com paralisia cerebral, a espasticidade quase sempre leva a deformidades nos ossos, músculos e tendões.

Multiúso

Apesar de ter se tornado mais conhecida a partir dos seus benefícios estéticos, a toxina botulínica vem ajudando a medicina na abordagem de doenças variadas. Segregada por bactérias que se desenvolvem em enlatados ou em alimentos mal conservados, começou a ser usada com fins terapêuticos em 1980, promovendo um relaxamento de músculos oculares, eficaz no tratamento do estrabismo. Em 1989, foi publicado o primeiro trabalho mostrando seus benefícios também no tratamento de distúrbios de movimento, especificamente nos casos de espasticidade. Hoje, também é adotada no tratamento de esclerose múltipla, doença de Parkinson, tiques nervosos, cefaleias, hiperidrose e até bruxismo.

Para saber mais

Causas diversas

A origem da paralisia cerebral pode ser pré-natal (as lesões ocorrem antes do nascimento, em decorrência de algumas doenças da gestante que podem comprometer a formação das estruturas neurológicas do feto, como diabetes, pressão alta e infecções virais, além do uso de álcool, drogas e tabaco); perinatais (as lesões ocorrem no período que vai do começo do trabalho de parto até seis horas após o nascimento, influenciadas por prematuridade, baixo peso, trabalho de parto muito demorado e outras situações que predispõem o sistema nervoso imaturo a não efetuar essa adaptação com a rapidez suficiente); e pós-natais (quando infecções como a meningite, traumas cranianos e tumores podem comprometer o sistema nervoso ainda em desenvolvimento).

Os sintomas da paralisia cerebral podem oscilar entre lentidão perceptível apenas e a falta grave de elasticidade, que obriga a criança a usar muletas ou cadeira de rodas. O problema afeta de dois a quatro em cada mil bebês e é 10 vezes mais frequente nos prematuros, segundo o Manual Merck de Informação Médica. O prognóstico depende do grau de comprometimento do paciente, no entanto, mais de 90% das crianças vivem até a idade adulta.




Café ajuda contra câncer de cólon

18/08/2015 - Correio Braziliense


A ingestão regular de café pode ser uma arma poderosa contra casos graves de câncer de cólon. A pesquisa inédita, publicada no Journal of Clinical Oncology, se deu após o acompanhamento de cerca de 1 mil pacientes e indica que a cafeína pode ajudar tanto a prevenir o retorno do tumor quanto a melhorar as chances de cura.

Todos os participantes haviam sido tratados com cirurgia e quimioterapia para a fase 3 de câncer de colón. Nesse estágio, o penúltimo, o tumor se disseminou para os linfonodos próximos, mas ainda não se espalhou para outros órgãos. Os pacientes responderam a um questionário sobre os padrões alimentares no início do estudo, durante a quimioterapia e cerca de um ano depois.

“Descobrimos que os bebedores de café tiveram menor risco de o câncer voltar e um significativo aumento da sobrevida e das chances de cura”, resume Charles Fuchs, líder da pesquisa e diretor do Centro de Câncer Gastrointestinal do Dana-Farber Cancer Institute, nos Estados Unidos. Ao analisar dados e exames médicos, os cientistas constataram que os pacientes que ingeriam quatro ou mais xícaras de café por dia — o equivalente a cerca de 460mg de cafeína — apresentaram 42% menos probabilidade de sofrer recidiva e 33% menos probabilidade de morrer de câncer.

Segundo Fuchs, duas a três xícaras de café por dia tiveram um benefício mais modesto, enquanto pouca proteção foi associada a uma xícara ou menos. Os pacientes nesse estágio do câncer de cólon têm 35% de chance de recorrência. A maioria das recidivas se dão dentro de cinco anos após o tratamento.

Insulina

Ainda não está claro por que a cafeína tem esse efeito, de acordo com Fuchs. Uma das hipóteses levantadas pela equipe é a de que a substância aumenta a sensibilidade do corpo à insulina, o que ajudaria a reduzir inflamações pelo corpo, um fator de risco para o desenvolvimento de diabetes e tumores.

Apesar dos resultados, Fuchs hesita em indicar aos pacientes a recorrem à cafeína. Segundo ele, esses benefícios da substância precisam ser confirmados em novos estudos. “Se você é um bebedor de café e está sendo tratado para o câncer de cólon, não pare. Mas, se você não é um bebedor de café e está cogitando começar, deve primeiro discutir o assunto com seu médico”, recomenda.

O pesquisador ressalta ainda que o resultado inédito a que ele e sua equipe chegaram se soma a outros estudos que constatam a ação da cafeína contra o câncer. Entre eles, a redução dos riscos de tumor na mama após a menopausa, melanoma, cancro de fígado e de próstata avançado.




Dormir de lado evita o Alzheimer

19/08/2015 - Correio Braziliense


O jeito que uma pessoa dorme, indicam pesquisadores da Universidade Stony Brook, nos Estados Unidos, pode exercer efeito significativo sobre a saúde neurológica dela. Se for de lado, alivia o acúmulo de resíduos do cérebro que contribuem para doenças como Alzheimer e Parkinson. Isso acontece porque a posição, naturalmente preferida pela maioria dos animais, libera as vias responsáveis pela limpeza do lixo metabólico.

A via glinfática é uma área do cérebro responsável pela remoção de resíduos e excesso de líquido formados especialmente durante a vigília. A região foi descoberta há pouco tempo e detalhada, pela primeira vez, em agosto de 2012 na revista especializada Science Translational Medicine. Basicamente, funciona como uma espécie de via linfática exclusiva do cérebro, sendo útil na remoção de produtos residuais, como as beta-amiloides e a proteína tau. Ambas são excessivas em indivíduos com Alzheimer, o que faz com que se acredite que sejam, na verdade, as responsáveis pelo desenvolvimento da doença.

O sistema glinfático foi estudado detalhadamente, pela primeira vez, por pesquisadores da Universidade de Rochester, também dos Estados Unidos, em modelos animais. Quando funciona de forma normal e eficiente, a limpeza contínua promovida por ele assegura que substâncias tóxicas em excesso não se acumulem no cérebro. As beta-amiloides, por exemplo, podem se juntar e formar placas resistentes. Além de serem dificilmente removidas, elas enfraquecem as sinapses, a comunicação entre os neurônios, provocando demência. Com exames de ressonância magnética, a equipe liderada pela professora Helene Benveniste observou de perto o caminho do fluido cerebrospinal — substâncias que funcionam como produtos de limpeza — em ratos anestesiados para dormir em três posições: lateral, de bruços e de costas. Pelas imagens, descobriram que dormir de lado é a forma que faz com que a via funcione melhor. “Os roedores que estavam em posição lateral tiveram limpeza de beta-amiloide 25% melhor do que as que estavam dormindo de costas ou de bruços. Provavelmente, a razão pela qual as outras posições não são ideais é porque o fluido de limpeza não consegue chegar ao cérebro, desaguando em outros lugares, como a medula espinhal”, explica a responsável pelo estudo, publicado recentemente no The Journal of Neuroscience.

Espaços ampliados

De forma geral, o sono e a inconsciência promovida pela anestesia parecem melhorar a remoção de resíduos por meio da via glinfática porque o espaço entre as células é ampliado, facilitando que os resíduos sejam eliminados do cérebro. A vigília, por outro lado, abranda esse transporte porque algumas substâncias químicas no cérebro, como a noradrenalina, aumentam, preenchendo o espaço entre as células.

“Também tem sido demonstrado que os padrões de respiração podem influenciar o fluxo dos fluidos de limpeza em seres humanos e que a pulsatilidade do sono acelera o transporte”, explica Benveniste. Segundo ela, ainda é muito cedo para estudar o mecanismo observado em ratos em seres humanos. Mas existem testes radiológicos que usam a mesma abordagem. Marcadores radioativos são injetados nas substâncias de limpeza presentes na espinha, e a distribuição do marcador é seguida no cérebro ao longo do tempo.

Esses testes são chamados de cisternotomografia de radionuclídeo e utilizados em muitos centros médicos para avaliar a ocorrência de vazamento de fluido cerebrospinal, de hidrocefalia ou de hipertensão intracraniana benigna. Muitas vezes, porém, demora muito para sair o resultado, e os pacientes têm que ter o cérebro escaneado várias vezes ao longo de dois ou três dias. Por serem inconclusivos, os dados que medem a qualidade ou a posição do sono nunca são levados em consideração.

Como potencializar

Benveniste frisa que ainda é muito cedo para recomendar que as pessoas durmam de lado, mas antecipa que o próximo passo da equipe é estudar o mecanismo no cérebro humano, que é muito maior do que o de um roedor. Atualmente, ela trabalha na investigação de como o sistema pode ser controlado e mantido ao longo da vida de modo a maximizar a depuração de resíduos, prevenindo, assim, doenças. “Além disso, estamos trabalhando no desenvolvimento de plataformas e ferramentas de diagnóstico para quantificar o transporte glinfático e a depuração de resíduos do cérebro, o que será essencial para a interpretação de dados futuros”, diz.

A pesquisadora também alerta que a interpretação dos experimentos realizados por ela e a equipe com roedores anestesiados não retratam o mesmo tipo de inconsciência durante o sono de um ser humano. “Também é bem sabido que as pessoas mudam a posição do corpo durante a noite, o que pode afetar a depuração de resíduos do cérebro. Essas são questões importantes e que devem ser levadas em consideração”, esclarece.




Cientistas podem ter descoberto futura vacina contra tipo mais agressivo de câncer de mama

18/08/2015 - Portal Minha Vida


Cientistas da Universidade de Nottingham Trent, no Reino Unido, identificaram uma potencial nova forma para combater o tipo mais agressivo de câncer de mama e extremamente difícil de tratar, conhecido como triplo negativo, que, no futuro, pode levar a uma vacina contra este tipo da doença. Estima-se que 12% dos casos de câncer de mama diagnosticados em todo o mundo sejam do tipo triplo negativo. A descoberta foi publicada na revista científica Clinical Cancer Research.

O estudo afirma que a presença de uma proteína específica do câncer parece mostrar o quanto pacientes com o tipo triplo negativo do câncer de mama podem responder de forma positiva à quimioterapia. Com isso, os pacientes seriam poupados de um tratamento que não traria benefícios no caso deles, pelo contrário, acarretaria em sérios efeitos colaterais, justamente por sua resposta à quimioterapia não ser satisfatória.

O estudo foi focado na molécula HAGE, que é conhecida pela sua habilidade de conduzir o curso do câncer e pela capacidade de ativar respostas do sistema imunológico. Para tanto, eles analisaram tecidos tumorais de mais de mil pacientes com o tipo triplo negativo do câncer de mama, tanto os que tinham recebido alguma forma de quimioterapia quanto os que não foram tratados desta forma.

A análise mostrou que pacientes que tinham grandes níveis da HAGE, mas não haviam recebido quimioterapia, apresentavam um risco maior de óbito em decorrência da doença quando comparados com os que não indicavam a presença da proteína. O estudo também mostrou que pessoas que indicavam a presença da HAGE e receberam quimioterapia à base de antraciclina aparentavam menor riso de óbito em decorrência do problema do que os que não indicavam a presença da proteína.

Os cientistas também descobriram que apresentar a proteína está relacionado à presença de células de defesa, linfócitos, infiltrados nos tumores. Os linfócitos têm o potencial de atacar as células tumorais e a presença deles está relacionada com melhores resultados clínicos em vários casos de câncer.

Com isso, os cientistas acreditam que a HAGE propicia a base para a criação de uma vacina terapêutica para o câncer de mama do tipo triplo negativo e para o desenvolvimento de um tratamento combinado entre a quimioterapia e a vacina, visando melhores resultados.

Segundo os pesquisadores, além da urgente necessidade de um tratamento mais individualizado para pacientes com o tipo triplo negativo do câncer de mama, o potencial imunogênico da HAGE e a sua grande expressividade proteica nos tumores, comparada com tecidos sadios, é o que pode fazer deste tipo de câncer a melhor opção para a vacina. Eles já estão trabalhando nos testes para comprovar esta hipótese.

O que é o tipo triplo negativo de câncer de mama?

O triplo negativo, ou carcinoma inflamatório, raramente apresenta receptores hormonais, ou seja, não está ligado à fabricação de hormônios pelo organismo como a maior parte dos cânceres de mama. Ele é a forma mais agressiva da doença e também a mais rara. O carcinoma inflamatório se apresenta como uma inflamação na mama e frequentemente tem uma grande extensão. O câncer de mama do tipo inflamatório também começa nas glândulas que produzem leite. As chances dele se espalhar por outras partes do corpo e produzir metástases são grandes.




Cade aprova compra da Hospira pela Pfizer

18/08/2015 - IstoÉ Dinheiro Online


O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a aquisição do controle total da norte-americana Hospirapela farmacêutica Pfizer, por intermédio da Perkins, conforme despacho publicado no Diário Oficial da União (DOU). Pelo acordo aprovado, após a conclusão da operação, a Perkins será extinta e a Hospira se tornará subsidiária integral da Pfizer.

O negócio foi anunciado pelas empresas em fevereiro deste ano e custou US$ 16 bilhões para a Pfizer, que agora deve ampliar as vendas de medicamentos injetáveis e de versões mais baratas de medicamentos biotecnológicos. A Hospira é uma das empresas líderes em venda de medicamentos injetáveis e teve receita de US$ 4,4 bilhões no ano passado.

A Pfizer prevê que a aquisição acrescente entre US$ 0,10 e US$ 0,12 ao lucro por ação no primeiro ano após a conclusão do acordo e que gere US$ 800 milhões em economias de custo dentro de três anos.




Com expansão, Prati-Donaduzzi se prepara para exportar

18/08/2015 - Valor Econômico


O laboratório paranaense Prati-Donaduzzi está perto de tirar do papel seu plano de internacionalização. No momento, a farmacêutica, que pertence à família Donaduzzi, está produzindo lotes pilotos de medicamentos na fábrica que acaba de entrar em operação em Toledo (PR) e, após a certificação de boas práticas da unidade junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o foco será obter o atestado do FDA (do inglês Food and Drug Administration).

O objetivo da empresa, que investiu R$ 150 milhões em sua segunda unidade fabril, é ter o aval da agência reguladora para exportar genéricos ao mercado americano. Atualmente, as exportações ainda são insignificantes. "Será uma das primeiras, se não a primeira fábrica de genéricos no país com certificação do FDA", disse ao Valor o vice-presidente da Prati, Eder Maffissoni. A receita bruta da empresa ficou em R$ 700 milhões em 2014.

Conforme o executivo, se tudo correr conforme o planejado, a certificação da agência reguladora deve sair no início de 2016. A nova fábrica foi instalada junto à primeira unidade do laboratório, no oeste do Paraná. Inicialmente, estavam previstos R$ 100 milhões, considerando apenas a estrutura física. Incluindo capital de giro, os desembolsos no projeto acabaram subindo 50%.

Esse também é o percentual de aumento de capacidade instalada da Prati com a segunda unidade. Serão 18 bilhões de doses terapêuticas (comprimido) por ano, frente a 12 bilhões de unidades atualmente. Conforme Maffissoni, a ideia é produzir na nova fábrica medicamentos de maior escala, como paracetamol, losartana (para hipertensão) e metformina, usado no tratamento do diabetes. "Vamos começar com 15 medicamentos". Ele disse que a farmacêutica conta com mais de 160 registros de produtos.

Há mais de dois anos, o laboratório chegou a cogitar a atração de um sócio investidor para financiar a expansão. O plano, porém, não foi levado adiante e a obra foi executada com recursos próprios e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O desenvolvimento de projetos, por sua vez, usa tradicionalmente recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). "Houve uma conversa sobre sócio, mas a decisão foi por não seguir adiante. A estratégia hoje é continuar com crescimento orgânico, sem investidor", disse o executivo.

Ao mesmo tempo, a farmacêutica busca parcerias tecnológicas que possam resultar no licenciamento de fármacos. Conforme Maffissoni, é provável que o laboratório tenha novidades nessa área até o fim do ano. A Prati, especializada em genéricos e similares e importante fornecedora do governo federal, também adotou uma estratégia de diversificação que resultou no equilíbrio entre as receitas provenientes da área hospitalar e de varejo. Em 2013, 65% das receitas ainda eram geradas na área hospitalar.

A empresa também aposta no desenvolvimento de farmoquímicos, ou princípios ativos. Dos oito projetos em andamento, há três em fase final. Para 2015, informou, a empresa projeta crescimento de 25% no faturamento, em linha com o ritmo médio de crescimento verificado nos últimos cinco anos e com a taxa de expansão apurada no primeiro semestre. "O desafio comercial não tem sido problema. Mas o câmbio tem sido um desafio gigante e o que mais aperta a indústria farmacêutica", afirmou.

A desvalorização do real frente ao dólar tem contribuído para a forte pressão de custos dos laboratórios, pois mais de 90% da matéria-prima farmacêutica no país é importada, além de energia. O setor segue apreensivo com as regras de desoneração da folha de pagamentos. "As margens já são muito achatadas em genéricos", afirma.




Mercado Aberto: Hospitais privados temem cortes de verbas públicas

18/08/2015 - Folha de S.Paulo


As sucessivas reduções no orçamento da Saúde preocupam os hospitais privados que atendem pacientes pelo Sistema Único de Saúde.

Em maio, foi anunciado um corte de R$ 11,8 bilhões na verba do ministério. No fim de julho houve nova tesourada, de R$ 1,18 bilhão.

As entidades já estão fechando as portas. Foram 286 instituições em cinco anos, diz Francisco Balestrin, presidente da associação de hospitais privados do Brasil. "A preocupação é que o ritmo se acelere nos próximos meses."

Os cortes deveriam acontecer em áreas menos sensíveis do que na saúde, afirma.

As Santas Casas, que atendem cerca de metade dos pacientes do SUS, estão entre as mais prejudicadas, diz ele.

Os hospitais precisam pedir ajuda da comunica de para fechar as contas, afirma Edson Rogatti, 64, da Confederação das Santas Casas de Misericórdia do país.

A soma das dívidas das entidades no país chega a cerca de R$ 19 bilhões.

O principal problema é que o SUS paga pouco pelos procedimentos, diz. Para fazer um parto normal, um hospital tem gastos de R$ 1.500, mas o governo paga R$ 580.

Em média, os pagamentos do governo representam cerca de 60% dos custos. A tabela não tem reajustes há dez anos, afirma Rogatti.

Com a inflação e aumentos na conta de luz de 2015, a situação piorou muito, diz.

O medo dele é que no fim do ano haja um colapso no atendimento aos pacientes do SUS na rede privada.




Mercado Aberto: No Vermelho

18/08/2015 - Folha de S.Paulo


A Santa Casa de Franca, que atende pacientes de 22 municípios iniciou neste mês um contingenciamento de 10% das despesas para tentar manter as contas no azul.

As medidas incluem a redução de honorários médicos e a demissão de 126 funcionários –quase 7% do total de 1.800 contratados.

"Tentamos reduzir os gastos em R$ 1 milhão por mês", diz o presidente, José Cândido Chimionato.

Na Santa Casa de Cuiabá, que tem 280 leitos, 83% dos atendimentos são pelo SUS.

"Somos muito mais dependentes dos repasses públicos que os 60% recomendados para que uma gestão filantrópica sobreviva", afirma Antônio Preza, presidente da Santa Casa de Cuiabá.

A entidade busca um financiamento com a Caixa Econômica para quitar as dívidas, que somam R$ 50 milhões, dos quais R$ 18 milhões são com fornecedores.

Muito menor, o hospital de Palmital (SP) também enfrenta problemas de solvência.

O gestor Edson Rogatti afirma que 90% dos pacientes dele são do SUS, e que para conseguir atender, precisa pedir ajuda "vendendo rifa e fazendo bingo" na cidade.




Tomossíntese aumenta em até 43% a detecção do câncer de mama

18/08/2015 - O Estado de S.Paulo


A mamografia é o exame mais importante para o rastreamento da doença e do diagnóstico precoce em mulheres assintomáticas, devendo ser realizada uma vez por ano a partir dos 40 anos. Nos anos 2000, a versão digital passou a permitir o pós-processamento da imagem, com recursos para correções, ajustes e ampliações, além de facilitar o registro do histórico da paciente.

A Tomossíntese é um exame que realiza múltiplas aquisições de imagens da mama em diferentes ângulos , e através de um software é realizada a reconstrução em cortes milimétricos,permitindo assim uma avaliação tridimensional da mama,melhorando a capacidade de diagnóstico.

A grande vantagem é reduzir ou eliminar a sobreposição de tecido mamário, melhorar a definição e caracterização das lesões encontradas, reduzir a taxa de reconvocação, reduzir os falso-positivos, reduzir o número de biopsias e o benefício em potencial é o aumento da detecção de câncer de mama. Estudos comprovam que a tomossíntese pode reduzir a reconvocação para incidências complementares em até 15% e aumentar a detecção do câncer de mama em 43%.




Cientistas descobrem como memórias traumáticas se escondem

18/08/2015 - O Globo


Algumas experiências estressantes, como abusos repetidos na infância, são tão fortes e traumáticas que suas memórias se escondem como sombras no cérebro. A princípio, isso pode até parecer algo bom, já que as lembranças dolorosas não são acessadas conscientemente, poupando o indivíduo de ter que reviver a toda hora a dor emocional desses eventos. Mas as memórias suprimidas podem causar uma série de problemas psicológicos graves, desde ansiedade e depressão a desordens de estresse pós-traumático ou dissociativas.

Há tempos os cientistas acreditam que um processo conhecido como aprendizagem dependente do estado está por trás da formação dessas memórias inacessíveis pela mente consciente. Assim, informações gravadas em um estado particular de humor, excitação ou induzido por drogas só seriam recuperadas quando o cérebro fosse posto novamente sob o mesmo estado anímico.

Uma equipe de pesquisadores realizou um experimento com camundongos para testar esta hipótese, revelando pela primeira vez o mecanismo como tal tipo de aprendizagem dependente do estado faz com que memórias estressantes relacionadas ao medo sejam inacessíveis à mente consciente. A descoberta abre caminho para a criação de novas maneiras de os terapeutas ajudarem pacientes com distúrbios causados por memórias traumáticas que, de outra forma, seriam difíceis de acessar.

— Nossos achados mostram que há múltiplos caminhos para guardar memórias indutoras de medo, e encontramos uma via importante para a formação destas lembranças — conta Jelena Radulovic, professora da Universidade Northwestern, nos EUA, e líder do estudo, publicado ontem no periódico científico “Nature Neuroscience”. — Isso pode levar ao desenvolvimento de novos tratamentos para pacientes com desordens psiquiátricas para quem o acesso consciente a suas memórias traumáticas é essencial em sua recuperação.

Segundo os pesquisadores, os caminhos para a formação de memórias dependem da ação de dois aminoácidos no nosso cérebro, chamados glutamato e Gaba, que controlam se as células nervosas estão ativas ou inibidas. Sob condições normais, esse sistema fica em equilíbrio, mas quando estamos vigilantes, a concentração de glutamato aumenta. Isso faz com que ele seja o principal composto no armazenamento de memórias facilmente lembradas. O Gaba, por sua vez, nos acalma e ajuda a dormir, bloqueando o glutamato.

O CÉREBRO COMO UM RÁDIO AM E FM

Mas existem dois tipos de receptores de Gaba no cérebro. Um deles, conhecido como receptor sináptico de Gaba, trabalha em conjunto com os de glutamato para equilibrar a resposta cerebral a eventos externos, estressantes ou não. Já o outro tipo, os chamados receptores extrassinápticos de Gaba, funciona de forma independente, ignorando o glutamato e focando em aspectos internos, ajustando as ondas cerebrais, e estados mentais, de acordo com os níveis de diversos compostos químicos no cérebro, como o próprio Gaba, hormônios sexuais e outras proteínas. Assim, são esses receptores extrassinápticos que alteram nosso estado anímico, fazendo com que nos sintamos excitados, sonolentos, alertas, sedados ou mesmo psicóticos. E o experimento mostrou que também são esses receptores, agindo a nível molecular, que ajudam a codificar as memórias de eventos traumáticos e guardá-las escondidas da mente consciente.

— O cérebro funciona em diferentes estados, como um rádio que opera nas frequências AM e FM — compara Jelena. — É como se ele normalmente estivesse sintonizado em FM para acessar as memórias, mas precisa mudar para as estações AM para ter acesso às lembranças do subconsciente. Se um episódio traumático acontece quando os receptores extrassinápticos de Gaba estão ativos, a memória desse evento não pode ser acessada a não ser que esses receptores sejam novamente ativados, sintonizando o cérebro nas estações AM.




Toxina estética ameniza paralisia cerebral

18/08/2015 - Correio Braziliense


Ganha força entre os médicos uma nova abordagem para facilitar o cotidiano de pacientes com paralisia cerebral, especialmente as crianças. Infiltrações de toxina botulínica são feitas para amenizar a contratura muscular, facilitando a realização de movimentos indispensáveis para o desenvolvimento dos pequenos, como andar.

Professor do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade Autônoma de Madrid, na Espanha, e referência no tema, Samuel Ignacio Pascual-Pascual explica que a técnica deve começar a ser aplicada antes que a contratura muscular comece a causar deformidades no paciente. “Quanto antes, melhor. É comum iniciarmos as aplicações entre os 4 e os 5 anos, mas o uso da toxina no tratamento de espasticidade é autorizado a partir dos 2 anos”, explica o também membro do Serviço de Neurologia Pediátrica do Hospital Universitário La Paz, na capital espanhola.

O ortopedista César Lima, de Belo Horizonte, conta que o uso do medicamento para esse fim não é novidade — o primeiro caso na capital mineira ocorreu em 1995 —, mas a forma como ele é administrado vem mudando ao longo dos anos. Segundo o ortopedista Leonardo Cury Abrahão, gerente clínico da Associação Mineira de Reabilitação (AMR), muitos mitos e tabus em torno da toxina foram quebrados. “Quando existir espasticidade (os músculos têm, ao mesmo tempo, a força diminuída e o tônus aumentado) no quadro de paralisia cerebral, há indicação da toxina, mas ela não tem sido usada de forma adequada. Há uma dificuldade de acesso, mesmo a substância sendo disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Também falta conhecimento dos profissionais e dos pacientes”, lamenta.

Para Pascual-Pascual, as pessoas ainda relacionam a toxina com um veneno muito potente, o que, de fato, ele é. “Mas, na medicina, usamos doses mínimas. Esse fármaco vem sendo muito bem utilizado em todo o mundo, com segurança”, explica. A experiência e novos estudos reconfiguraram o modelo de tratamento com a toxina. Quando começou a adotá-la, na década de 1990, as infiltrações, por exemplo, eram a cada um ou dois anos.

Hoje, já se sabe que é seguro e eficaz utilizá-la em uma periodicidade de quatro a seis meses. “Nossos estudos também mostram que a combinação da toxina com outras técnicas é o que tem promovido os melhores resultados. Estamos avançando, conhecendo doses, periodicidade e músculos mais apropriados para o tratamento com a toxina”, explica o especialista espanhol.

Até os 2 anos

A paralisia cerebral tem manifestações clínicas muito variadas, mas, em geral, é caracterizada pela dificuldade motora em consequência de lesão cerebral, que pode ocorrer durante toda a fase de desenvolvimento do Sistema Nervoso Central (SNC), ou seja, do momento da concepção até os 2 anos de idade de um indivíduo. Por isso, a lesão cerebral que surge depois disso não é considerada paralisia cerebral.

Para ser considerada paralisia cerebral, essa lesão neurológica também não pode ser progressiva. Segundo a Associação Brasileira de Paralisia Infantil, a criança vai apresentar mudanças decorrentes de seu crescimento e amadurecimento, mas a lesão em si é estacionária: não vai piorar, mas também não vai desaparecer. Não há, portanto, cura para o problema, mas o tratamento pode melhorar a situação motora.

A paralisia cerebral espástica, o tipo mais comum, que surge em 70% das crianças, é caracterizada pela espasticidade. Os pacientes apresentam os músculos enrijecidos, o que dificulta os movimentos. Os músculos mais tensos crescem menos e, por isso, a criança, com o tempo, pode desenvolver encurtamentos musculares, conhecidos como contraturas.

O crescimento dos ossos, influenciado pela tensão dos músculos, também pode ser alterado, evoluindo para deformidades. Além disso, o desenvolvimento motor, a aquisição das atividades motoras, como sentar, engatinhar e andar, são atrasados de forma leve, moderada ou grave.

A espasticidade não é exclusividade da paralisia cerebral. Também pode ocorrer em doenças neurológicas que provocam lesão das células do sistema nervoso — responsáveis pelo controle dos movimentos voluntários —, em lesões medulares, esclerose múltipla, acidente vascular cerebral (AVC), entre outros. Segundo Pascual-Pascual, em crianças com paralisia cerebral, a espasticidade quase sempre leva a deformidades nos ossos, músculos e tendões.

Multiúso

Apesar de ter se tornado mais conhecida a partir dos seus benefícios estéticos, a toxina botulínica vem ajudando a medicina na abordagem de doenças variadas. Segregada por bactérias que se desenvolvem em enlatados ou em alimentos mal conservados, começou a ser usada com fins terapêuticos em 1980, promovendo um relaxamento de músculos oculares, eficaz no tratamento do estrabismo. Em 1989, foi publicado o primeiro trabalho mostrando seus benefícios também no tratamento de distúrbios de movimento, especificamente nos casos de espasticidade. Hoje, também é adotada no tratamento de esclerose múltipla, doença de Parkinson, tiques nervosos, cefaleias, hiperidrose e até bruxismo.

Para saber mais

Causas diversas

A origem da paralisia cerebral pode ser pré-natal (as lesões ocorrem antes do nascimento, em decorrência de algumas doenças da gestante que podem comprometer a formação das estruturas neurológicas do feto, como diabetes, pressão alta e infecções virais, além do uso de álcool, drogas e tabaco); perinatais (as lesões ocorrem no período que vai do começo do trabalho de parto até seis horas após o nascimento, influenciadas por prematuridade, baixo peso, trabalho de parto muito demorado e outras situações que predispõem o sistema nervoso imaturo a não efetuar essa adaptação com a rapidez suficiente); e pós-natais (quando infecções como a meningite, traumas cranianos e tumores podem comprometer o sistema nervoso ainda em desenvolvimento).

Os sintomas da paralisia cerebral podem oscilar entre lentidão perceptível apenas e a falta grave de elasticidade, que obriga a criança a usar muletas ou cadeira de rodas. O problema afeta de dois a quatro em cada mil bebês e é 10 vezes mais frequente nos prematuros, segundo o Manual Merck de Informação Médica. O prognóstico depende do grau de comprometimento do paciente, no entanto, mais de 90% das crianças vivem até a idade adulta.




Café ajuda contra câncer de cólon

18/08/2015 - Correio Braziliense


A ingestão regular de café pode ser uma arma poderosa contra casos graves de câncer de cólon. A pesquisa inédita, publicada no Journal of Clinical Oncology, se deu após o acompanhamento de cerca de 1 mil pacientes e indica que a cafeína pode ajudar tanto a prevenir o retorno do tumor quanto a melhorar as chances de cura.

Todos os participantes haviam sido tratados com cirurgia e quimioterapia para a fase 3 de câncer de colón. Nesse estágio, o penúltimo, o tumor se disseminou para os linfonodos próximos, mas ainda não se espalhou para outros órgãos. Os pacientes responderam a um questionário sobre os padrões alimentares no início do estudo, durante a quimioterapia e cerca de um ano depois.

“Descobrimos que os bebedores de café tiveram menor risco de o câncer voltar e um significativo aumento da sobrevida e das chances de cura”, resume Charles Fuchs, líder da pesquisa e diretor do Centro de Câncer Gastrointestinal do Dana-Farber Cancer Institute, nos Estados Unidos. Ao analisar dados e exames médicos, os cientistas constataram que os pacientes que ingeriam quatro ou mais xícaras de café por dia — o equivalente a cerca de 460mg de cafeína — apresentaram 42% menos probabilidade de sofrer recidiva e 33% menos probabilidade de morrer de câncer.

Segundo Fuchs, duas a três xícaras de café por dia tiveram um benefício mais modesto, enquanto pouca proteção foi associada a uma xícara ou menos. Os pacientes nesse estágio do câncer de cólon têm 35% de chance de recorrência. A maioria das recidivas se dão dentro de cinco anos após o tratamento.

Insulina

Ainda não está claro por que a cafeína tem esse efeito, de acordo com Fuchs. Uma das hipóteses levantadas pela equipe é a de que a substância aumenta a sensibilidade do corpo à insulina, o que ajudaria a reduzir inflamações pelo corpo, um fator de risco para o desenvolvimento de diabetes e tumores.

Apesar dos resultados, Fuchs hesita em indicar aos pacientes a recorrem à cafeína. Segundo ele, esses benefícios da substância precisam ser confirmados em novos estudos. “Se você é um bebedor de café e está sendo tratado para o câncer de cólon, não pare. Mas, se você não é um bebedor de café e está cogitando começar, deve primeiro discutir o assunto com seu médico”, recomenda.

O pesquisador ressalta ainda que o resultado inédito a que ele e sua equipe chegaram se soma a outros estudos que constatam a ação da cafeína contra o câncer. Entre eles, a redução dos riscos de tumor na mama após a menopausa, melanoma, cancro de fígado e de próstata avançado.




Icone do VLibras Widget. Conteúdo acessível em libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro ou Hozana.