
CLIPPING - 17/08/2015
Assessoria de Comunicação do CRF-SP
Distribuidora de medicamentos Dimed tem lucro 28,4% menor no trimestre
14/08/2015 - Valor Econômico / Site
A distribuidora de medicamento Dimed teve lucro de R$ 12,9 milhões no segundo trimestre deste ano, queda de 28,4% na comparação com o mesmo período de 2014.
A receita líquida da companhia somou R$ 476,6 milhões nos meses de abril, maio e junho, 2,4% melhor que um ano antes. Mas os custos também subiram, 3,3% na mesma base de comparação, para R$ 360,6 milhões. As despesas operacionais recuaram 2,3%, para R$ 91,9 milhões.
A despesa financeira líquida também pesou sobre o resultado. Nos meses de abril a junho deste ano foi 154,4% maior que em 2014 e passou para R$ 5,6 milhões. Ao mesmo tempo, a linha de imposto de renda e contribuição social sobre lucro mostrou um gasto de 5,7 milhões no trimestre, 217,5% maior que em 2014.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) cresceu 13,4%, para R$ 28,6 milhões. A margem Ebitda saiu de 5% no segundo trimestre do ano passado para 5,7% no mesmo trimestre deste ano.
No relatório da administração a empresa diz esperar para o terceiro trimestre que o varejo siga com crescimento de receitas. Para o atacado, a expectativa é de manutenção do patamar atual de vendas, mas com busca de margens melhores.
“A incerteza fica por conta dos rumos da economia e da política brasileira e regional, pois são claros os sinais de redução na atividade econômica, com aumento da taxa de desemprego e impacto na carga tributária. Apesar deste cenário exigir cautela, acreditamos que o setor no qual atuamos é bastante resiliente diante de condições econômicas adversas e acreditamos muito em nossa capacidade de execução da estratégia”, afirma.
A distribuidora de medicamento pretende manter “um ritmo consistente de abertura de lojas” e diz que o mercado em que atua apresenta boas oportunidades de negócios, pois a população segue envelhecendo.
Sindusfarma que novo prazo
17/08/2015 - IstoÉ Dinheiro
Nelson Mussolini, presidente do Sindusfarma, que representa a indústria farmacêutica, está defendendo a prorrogação por três anos a implementação do sistema nacional de rastreabilidade de medicamentos, que permitirá a localização dos produtos através da captura, armazenamento e transmissão eletrônica de dados. Segundo ele, o motivo da reivindicação é a com plex idade tecnológica do sistema, que exige grandes ajustes operacionais e altos investimentos das empresas, além a existência de lacunas na regulamentação. "Nos Estados Unidos, a rastreabilidade de medicamentos será introduzida num prazo de 10 anos", diz Mussolini.
Carboidratos absolvidos
17/08/2015 - Época
Em algum ponto da história da evolução de nossa espécie "ganhamos" cérebros maiores, capazes de executar atividades cada vez mais complexas, que foram decisivas para nos separar de nossos parentes mais próximos, os grandes primatas africanos, como chimpanzés, gorilas e bonobos. Cérebros maiores e mais complexos são custosos do ponto de vista energético e exigiram que nossos antepassados se desdobrassem para encontrar mais alimentos. Durante décadas, defendeu-se que ingerir carne (proteína animal) e aprender a cozinhar, graças ao domínio do fogo, foram os grandes responsáveis por esse salto quantitativo e qualitativo em nossa busca por mais e melhores "combustíveis" para nosso organismo. Mas outros animais também sempre comeram carne e nem por isso conseguiram chegar, do ponto de vista social e cognitivo, aonde chegamos.
Agora, um novo trabalho publicado na revista científica Quarterly Review ofBiology e noticiado na última semana pelo jornal inglês Daily Mail aponta mais um responsável pelo sustento de nossa alta complexidade cerebral. Alguém arrisca um palpite? Acertou quem apostou nos carboidratos, na forma de amido, presentes em tubérculos como nossa boa e velha batata.
O trabalho, realizado por pesquisadores da Universidade Autônoma de Barcelona, na Espanha, traz alguns dados que reforçam a hipótese de os carboidratos terem sido centrais na evolução do cérebro humano. O órgão consome cerca de 25% de nossas fontes diárias de energia e 60% da glicose, molécula produzida a partir da digestão dos carboidratos.
A nova teoria sugere que cozinhar vegetais e carnes facilitou nossa evolução, ao permitir que os nutrientes dos alimentos se tornassem mais assimiláveis e palatáveis e, também, ao possibilitar a ingestão de maior quantidade em intervalos mais curtos. Sobrava, assim, mais tempo para interações sociais. A existência de seis genes relacionados à digestão do carboidrato é outro indício de que contamos com adaptações para aproveitar, da melhor maneira possível, os carboidratos. Esses genes produzem uma substância que ajuda a quebrar em moléculas menores o amido, chamada amilase. Outros primatas têm apenas dois deles.
Esses genes adicionais parecem ter surgido no último milhão de anos, tempo que bate com o de nosso crescimento cerebral, que ocorreu de 800 mil anos para cá.
Em resumo, disponibilidade de amido na forma de tubérculos, maior expressão dos genes da amilase e habilidade para cozinhar tubérculos parecem ter sido fatores que se combinaram para garantir mais glicose para o cérebro. Isso tudo possibilitou energia extra para o desenvolvimento fetal, para a lactação e para a sobrevivência da prole, fazendo com que essa adaptação fosse transmitida de geração em geração. Curioso pensar que o mesmo carboidrato que possibilitou nossa evolução hoje é considerado um dos grandes vilões da obesidade, um problema de saúde pública.
Noites sem ronco
17/08/2015 - IstoÉ
Mais da metade dos adultos roncam. Além do incômodo sentido por quem ronca e por quem dorme ao lado, o ronco pode ser sinal da existência de apneia do sono (interrupção recorrente da respiração durante o sono). O problema está associado ao aumento do risco para enfermidades cardiovasculares por causa das alterações metabólicas e nervosas que pode ocasionar. Um tratamento criado por pesquisadores do Instituto do Coração (InCor), em São Paulo, oferece uma solução simples para reduzir bastante o barulho e ajudar a evitar as paradas respiratórias intermitentes. De acordo com os cientistas, a terapia diminuiu a freqüência do ronco em 36% e sua potência, em 60%. Artigo descrevendo o trabalho brasileiro foi publicado na revista científica CHEST.
O ronco é o som provocado pela vibração dos tecidos da faringe durante a passagem de ar. Entre suas causas estão características fisiológicas (a garganta humana é bem estreita), o acúmulo de gordura no pescoço, que obstrui ainda mais a passagem de ar, e o envelhecimento, quando a musculatura da região fica mais flácida.
A terapia desenvolvida no Laboratório do Sono do InCor consiste na realização, três vezes por dia, de seis exercícios indicados para fortalecer os músculos (leia mais no quadro). Teve como base outra técnica, formulada no insti tuto pela fonoaudióloga Kátia Guimarães para tratar apneia do sono de grau moderado. Sua principal vantagem em relação à anterior é a de ser mais simples de ser seguida, aumentando a adesão dos pacientes. "É preciso disciplina para seguir o tratamento", afirma o pneumo logista Geraldo Lorenzi Filho, orientador do trabalho, conduzido pela fono-audióloga Vanessa Ieto. "Mas até hoje não havia registro científico de um tratamento que associasse eficácia e facilidade para ser adotada pelo paciente." Os exercícios devem ser realizados junto às atividades cotidianas, como no caminho de casa para o trabalho.
O desenvolvimento do método e a medição de sua eficácia foram possíveis após a criação de um aparelho capaz de medir o ronco. O "roncômetro" é uma invenção resultante da parceria entre o InCor e o Instituto de Física da Universidade de São Paulo. O equipamento grava o som e fornece sua freqüência e intensidade. "Este recurso permitiu que tivéssemos uma medida objetiva do ronco", explica Lorenzi Filho.
A terapia foi testada em 39 pacientes com idade entre 20 e 65 anos. Depois de passarem pelo exame do ronco e por uma polissonografia (indicado para detectar distúrbios do sono), eles foram divididos em três grupos. O primeiro foi composto por portadores de ronco primário. Os outros dois tiveram a participação de pacientes com ronco associado à apneia do sono de grau leve e de grau moderado.
Parte dos voluntários submeteu-se à terapia do InCor. O restante seguiu um tratamento baseado em exercícios respiratórios e uso de dilatador nasal. Além da eficiência no controle do som emitido durante a noite, aqueles que seguiram o sistema da instituição paulista apresentaram uma redução na circunferência do pescoço.
O gerente de restaurante Francisco José Loureiro da Silva, 49 anos, de São Paulo, foi um dos seguiu a técnica. Ele roncava e tinha apneia do sono em grau moderado. Demorou três anos, mas hoje ele diz que a intensidade e freqüência de seu ronco caíram 80% e que não tem mais a respiração interrompida enquanto dorme. "Tinha uma sensação de sufocamento à noite. Mas isso acabou", conta. "E o tratamento também foi um alívio para minha esposa, que agora dorme tranqüila ao meu lado." Porém, os exercícios são eficientes apenas para tratar ronco primário e apneia leves e, no máximo, moderadas. "Ele não é a panaceia para tudo", ressalva Lorenzi Filho. O especialista recomenda que, antes de iniciar a terapia, o paciente procure uma avaliação especializada. "O ronco pode ser sintoma de algo mais grave. Por isso a necessidade de buscar ajuda", diz.
Ciência a favor da Coca-Cola?
17/08/2015 - IstoÉ Dinheiro
A Coca-Cola está no centro de uma controvérsia nos EUA sobre os limites éticos para o financiamento de pesquisas na área da saúde. A empresa de bebidas anunciou apoio de US$ 1,5 milhão aos cientistas do Global Energy Balance Network, que defendem que o combate ao sobrepeso global deveria ser mais focado na prática de exercícios físicos e menos na preocupação com a ingestão de alimentos calóricos.
Startups querem criar o 'Uber da saúde'
17/08/2015 - Valor Econômico
Startups aproveitam os apps e os avanços nas tecnologias médicas para levar a assistência à saúde de volta ao lar.
Médicos diagnosticam pacientes via Skype
15/08/2015 - Folha de S. Paulo
Certa noite, com o rosto inchado e dolorido com o que ela acreditava ser uma sinusite, Jessica DeVisser cogitou ir a um pronto-socorro. Porém, decidiu em vez disso experimentar algo "meio ficção científica".
Ela se sentou com seu notebook no sofá da sala, conectou-se à internet e pediu uma consulta virtual. Digitou seus sintomas e o número do seu cartão de crédito. Em meia hora, um médico apareceu em sua tela via Skype. Ele a olhou, fez algumas perguntas e concordou que ela tinha sinusite. Em minutos, DeVisser tinha uma prescrição para antibiótico, enviada a sua farmácia.
As mesmas forças que transformaram as mensagens instantâneas e as videoconferências em parte do cotidiano para muitos americanos hoje estão abalando o atendimento médico básico.
Os sistemas de saúde e as seguradoras correm para oferecer consultas por vídeo para problemas rotineiros, convencidos de que economizarão dinheiro e aliviarão a pressão sobre sistemas sobrecarregados de saúde básica.
"Sou péssima para ir ao médico. Gasta-se muito tempo", disse DeVisser, 35. "Esta me parece uma ótima solução: basta clicar em um botão e o médico vem até você."
No entanto, a telemedicina também enfrenta resistência de alguns setores. O Medicare (programa público de saúde para maiores de 65 anos nos EUA) limita o reembolso para serviços de telemedicina, pelo temor de que expandir a cobertura aumentaria, e não reduziria, os custos. Alguns médicos advertem que é grande o potencial de erros de diagnóstico via vídeo.
Legisladores e conselhos de medicina em alguns Estados escutam atentamente essas críticas.
Porém, outros Estados adotaram o novo mundo das consultas virtuais, de modo geral atualizando as regras para permitir relacionamentos à distância entre médicos e pacientes e a prescrição de medicamentos por vídeo.
Os defensores da ideia dizem que é mais barato operar serviços de telemedicina do que consultórios físicos, permitindo que as empresas cobrem somente US$ 40 ou 50 por consulta. Eles também afirmam que, ao permitir que as pessoas falem com um médico sempre que precisarem, as consultas virtuais deixam os pacientes mais satisfeitos e potencialmente mais saudáveis.
Hope Sickmeier, 51, professora em Ashland, Missouri, usou o atendimento virtual de urgência numa noite de sábado, o terceiro dia de uma dor de dente que continuava piorando. Uma semana antes, ela havia ido a um pronto-socorro com dor de cabeça e agora devia US$ 200.
Desta vez, ela pegou seu tablet, baixou um aplicativo de consultas virtuais e verificou uma lista de médicos disponíveis, escolhendo um com "rosto confiável".
Quando o médico apareceu em sua tela, ela lhe disse seus sintomas e, segurando o tablet perto do rosto, mostrou o dente dolorido e o inchaço na mandíbula.
"Ele foi direto ao ponto, que era o que eu queria. Prescreveu um antibiótico e enviou a receita a uma farmácia aberta 24 horas, a cerca de 20 minutos de distância", disse Sickmeier.
Em Tacoma, um programa de atendimento de emergência virtual pertencente à CHI Franciscan contrata a Carena, uma empresa privada de Seattle que emprega 17 médicos e enfermeiros, para consultas virtuais em 11 Estados.
Entre os pacientes da CHI Franciscan, os usuários mais frequentes são mulheres de 25 a 55 anos. Os diagnósticos mais comuns são infecções na bexiga, infecções no aparelho respiratório superior e conjuntivite.
A maioria das consultas ocorre nos fins de semana entre 17h e 8h, disse ela, quando os consultórios médicos estão fechados.
Dan Diamond, clínico geral em um dos centros de atendimento de emergência CHI Franciscan, que recentemente fez treinamento para dar consultas virtuais, disse que aprecia o ritmo menos apressado. No entanto, acrescentou, "algumas vezes não podemos fazer a coisa virtualmente e temos de pôr as mãos no paciente".
Afinal, DeVisser era um desses casos. Embora feliz com sua visita virtual no verão passado, ela acabou procurando um clínico geral algumas semanas depois porque o antibiótico não eliminou totalmente sua sinusite. Ele a encaminhou a um otorrino, que, por meio de um exame, descobriu que a paciente tinha pólipos nasais que precisavam ser extraídos.
Mercado Aberto: Colírio para os olhos
17/08/2015 - Folha de S. Paulo
O Cristália comprou o Latinofarma, laboratório oftalmológico com 35 anos de mercado e de capital 100% nacional. A aquisição fortalecerá a atuação do Cristália no segmento, onde já atua.
"Escolhemos nichos do mercado em que possamos fazer o possível para nos destacarmos. Não produzimos meramente copiando ou importando. Inovamos e temos produtos para lançar nessa área", diz o presidente Ogari Pacheco.
"Se estivéssemos em condições normais, provavelmente em dois anos multiplicaríamos por 2,5 ou 3 o faturamento dessa empresa, mas hoje seria leviandade dizer isso", afirma. "Assim que o país retomar o desenvolvimento, a Latinofarma crescerá bastante."
O Cristália, por sua vez, segue cumprindo seu orçamento e suas metas, apesar da crise, completa.
"Continuamos bem, mas não dá para dizer que crescemos no ritmo de 2014."
O conselho administrativo estuda se a empresa será incorporada ao grupo Cristália ou se atuará como coligada. O valor da compra não foi divulgado. O faturamento bruto do Latinofarma é de cerca de R$ 90 milhões.
4.100 é o número de funcionários do Cristália.
R$ 1,6 bilhão foi o faturamento em 2014.
Ministério da Saúde promete agilizar aprovação de testes em humanos
17/08/2015 - Folha de S. Paulo
O Ministério da Saúde iniciou diálogo com os cientistas da área médica que pedem a revisão das normas sobre pesquisas clínicas no Brasil e prometeu mudanças para agilizar a aprovação de testes que envolvem seres humanos.
CONSULTÓRIO
O grupo, que publicou carta aberta à presidente Dilma Rousseff reclamando da burocracia e pedindo mais autonomia para a Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa), vai preparar uma proposta junto com o ministério. Para os cientistas, o país está atrasado no estudo de novos remédios e terapias. As duas partes terão uma segunda reunião nesta semana. Da primeira participaram os médicos Paulo Hoff e Paulo Niemeyer Filho, entre outros.
CONSULTÓRIO 2
No Senado, a pasta vai negociar a aprovação do projeto que regulamenta os testes. "Queremos agilidade, mas não podemos ter pressa e fazer malfeito. Temos que garantir as pesquisas, mas também a segurança de quem participa delas e os princípios bioéticos", diz Adriano Massuda, secretário de ciência e tecnologia do ministério.
Obesidade está relacionada risco de desenvolver câncer
15/08/2015 - O Tempo (MG)
A obesidade é um grave problema de saúde pública mundial. A situação não é nada boa para o Brasil, que está entre os países com maior número de obesos. Mais da metade da população adulta brasileira está acima do peso, segundo pesquisa do Ministério da Saúde (MS) divulgada em 2013.
Tais dados são ainda mais preocupantes na medida em que estudos avançam e relacionam o índice de Massa Corporal (IMC) elevado a fator de risco de câncer. Estudo publicado na revista "The Lancet", em 2014, considerado o mais abrangente sobre obesidade e câncer, concluiu que pessoas acima do peso têm mais probabilidade de desenvolver 17 tipos da doença, entre eles o de intestino grosso, o de mama na mulher (pós-menopausa), o de endométrio, o de rim, o de vesícula biliar, o de esôfago, o de ovário, o de fígado, o de tireoide e a leucemia.
"Km relação ao câncer de mama, o aumento do risco depende do status menopausal. Após a meno-pausa, as mulheres obesas têm um risco 1,5 vez maior de desenvolver câncer de mama quando comparadas às mulheres com peso adequado, além de um risco maior de morrer cm consequência desse câncer", explica o oncologista Amândio Soares, diretor do Grupo Oncomed-BH.
Segundo o especialista, entre os pacientes com câncer de próstata, existe uma clara relação entre obesidade e agressividade da doença, com aumentos nas taxas de recorrência e de mortalidade. "Esses aumentos são proporcionais ao grau de obesidade", explica Soares.
A obesidade também tem relação com um subtipo específico de câncer de esôfago, chamado de "adenocarcinoma". Já o aumento do risco de câncer de intestino grosso em pessoas obesas ocorre mais em homens quando comparados com as mulheres.
Causas. As principais causas da obesidade são o sedentarismo e o consumo exagerado de alimentos com alto valor calórico e/ou gorduras. O sobrepeso e a obesidade são causados por uma alimentação pouco saudável", destaca Soares.
consequências. Além de câncer, obesos tem mais chances de sofrer com outras doenças, como diabetes, doenças cardiovasculares, aumento da pressão arterial e acidente vascular cerebral. UÉ importante lembrar que a obesidade é acompanhada pela redução na expectativa de vida, o que significa que, geralmente, as pessoas obesas vivem menos tempo", ressalta o diretor do Grupo Oncomed-BH.
Sangria desatada
17/08/2015 - Veja
A Hemobrás, estatal que fornece derivados de sangue ao SUS, fez um negócio do arco da velha em maio. Rescindiu um contrato firmado em janeiro para armazenamento de plasma sanguíneo, pelo qual desembolsaria 880 000 reais em seis meses, e contratou outra empresa para o mesmo serviço, por módicos 8,3 milhões de reais. Quase dez vezes
Fertilidade Estendida
17/08/2015 - Veja São Paulo
Na infância, a gerente de produtos Luana Bur-khart Inocentes costumava dar nome a suas bonecas preferidas, e o faz de conta da brincadeira ajudou a embalar desde cedo o desejo da maternidade. A vida profissional, porém, acabou adiando o plano. No auge da fertilidade, por volta dos 25 anos. sua prioridade era a car reira, em plena ascensão. Casou-se aos 31 e decidiu esperar mais um pouco. Quando começou a chegar peno da idade-Iimi-te para realizar o sonho, o relacionamento já estava no fim. Aos 37 anos e divorciada desde maio, ela não desistiu do projeto: investiu 16000 reais no congelamento de oito óvulos na tentativa de esticar o prazo para ser mãe. Dessa forma, pode aumentar as chances de vir a ter filhos por meio da feniliza-çüo in vitro. Luana balizou cada um dos óvulos com um nome. Assim. Marianna, Joaquim. Guilhermina. Lucas, Isabella, Vitória, Maria Alice e Lorenzo estão estocados em uma clínica da capital para ser usados no futuro. "É como se eu tivesse parado os ponteiros do relógio biológico", diz a gerente.
Casos assim são cada vez mais comuns nos endereços especializados na técnica na capital. Nos últimos dois anos. o número de pacientes que recorreram aos consultórios para guardar seus óvulos praticamente dobrou. Somente em 2014. 834 pessoas realizaram o procedimento nas treze principais clínicas do tipo na metrópole. O aumento é de 80% em relação a 2013. Em alguns locais, no entanto, a procura foi maior. Tra-ta-se do caso da Fenility. nos Jardins, com o crescimento mais expressivo entre a amostragem da revista: saltou de 53 congelamentos. em 2013. para 187. em 2014, uma evolução de mais de 200%. Apenas nos primeiros seis meses de 2015, 478 mulheres depositaram suas esperanças em pequenos tubos identificados com letras e números, mergulhados em uma solução de nitrogênio líquido à temperatura de 196 graus negativos. "Há mais geme determinada a fazer um backup biológico", afirma o médico Edson Borges, da Fenility.
A idéia é driblar o natural envelhecimento dos gameias. Após os 35 anos de idade, a quantidade e a qualidade dos óvulos caem exponencialmenie, o que derruba a capacidade reprodutiva feminina. Aos 45, a chance de a mulher engravidar naturalmente é de 1% ao mês. Alterações cromossômicas. responsáveis por síndromes genéticas como a de Down. também se tornam mais comuns. Ao serem armazenados a baixas temperaturas, os óvulos mantêm as características da idade em que foram conservados. Antes um recurso indicado apenas a pacientes com câncer, sob o risco de perderem a capacidade de gerai- filhos, a preservação da fenilidade passou a ser uma opção cada vez mais comum para as paulistanas acima dos 30 anos. geralmente no auge profissional e sem parceiro estável. Nas clínicas, as chamadas justificativas sociais já correspondem a 90% dos casos.
O congelamento de óvulos se tornou possível em 1986. mas não foi muito popular duranie duas décadas por causa da baixa taxa de sucesso, em tomo de 1 %. O processo era realizado lentamente. durava pelo menos uma hora e levava à formação de cristais, que danificavam a célula. "Conseguir engravidar dessa forma era um ato heroico, na prática não adiantava nada", lembra o médico Raul Nakano. da Feniclin. Nos últimos tempos, no entanto, o método evoluiu. A partir de 2005. passou a ser utilizada a vitrificação. espécie de esfriamento rápido, em no máximo cinco minutos, que mantém as células intactas e aumenta a taxa de aproveitamento para mais de 90%. A técnica ganhou o aval das sociedades americana e europeia de medicina reprodutiva há três anos. "Depois disso, ampliou-se a oferta do procedimento no Brasil, e as clinicas daqui ganharam experiência", explica o médico Daniel Suslik Zylbersztejn, do Serviço de Reprodução Humana do Hospital Süo Paulo, ligado à Unifesp.
Em outubro de 2014. a noticia de que o Facebook e a Apple pagavam para que suas funcionárias americanas congelassem óvulos ajudou a trazer mais visibilidade à prática. Nos consultórios, ginecologistas passaram a lembrar suas pacientes de que. embora o processo de fertilização in vitro tenha avançado, não há como evitar o envelhecimento dos gametas no corpo humano. "As mulheres de hoje se cuidam bastante, mas para óvulo não há Botox". diz Arnaldo Cam biaghi. coordenador do Centro de Reprodução Humana do Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia.
Durante uma consulta de rotina, a economista Rina Cunha, de 37 anos, foi alertada para o fato de seu prazo estar chegando ao limite. Solteira, recolheu dezesseis óvulos há três meses. "Isso ajuda a diminuir a pressão emocional de ver o tempo escapando", entende. Mesmo quem está em um relacionamento estável tem buscado o procedimento. "Pretendo tentar a gravidez naturalmente daqui a três anos, mas o congelamento é como um seguro", afirma a estilista Verusca Brito, de 34 anos, que está namorando há dois anos e meio.
O negócio não representa 100% de garantia, pois depende do sucesso da fertilização in vitro. Além disso, o valor da "apólice" é alto. A coleta da célula e o processo de vitrificação saem por um preço entre 7000 e 15000 reais (veja o quadro na pág. 30). As injeções de hormônios, necessárias durante o tratamento, podem custar até 8000 reais. Também é pre ciso pagar um "aluguel" para manter os óvulos armazenados nos laboratórios, com taxa que varia de 700 a 1000 reais por ano. Fora o procedimento da fertilização in vitro (8000 a 12000 reais por tentativa) quando decidir fazer o descongelamento.
De acordo com as características da paciente, o gasto total pode ser ainda maior. "É caro. mas não quero terminar a vida sem filho", admite a estudante de direito Carolina Junqueira, de 37 anos, que desembolsou 350(X) reais após realizar duas coletas e preservar vinte óvulos (especialistas recomendam guardar no mínimo quinze para aumentar a chance de fecundação). Quem chegou ao fim do processo garante que o custo compensa. Em 2007. aos 36 anos e casada, a gerente de projeto Érika Ikeda não pretendia ter filhos. Optou pelo congelamento de dezesseis células e, três anos depois, usou parte da leva para engravidar dos gêmeos Erick e Danilo, hoje com 5 anos. 'Tenho mais oito armazenadas, mas não sei ao certo se vou utilizá-las", afirma.
Se há uma "idade ideal" para engravidar — o auge da fenilidade feminina é em lorno dos 25 anos —. o mesmo ocorre com o congelamento, que funciona melhor quando é feito antes dos 38. O útero nao perde a capacidade de gerar até a menopausa, por volta dos 50, quando há a interrupção dos ciclos menstruais. "O grande limitador é a idade do óvulo, que interfere na qualidade do embrião", explica a médica Claudia Gomes Padilla. da Huntington Medicina Reprodutiva.
Uma pesquisa recente com 112 mulheres de sua clínica apontou que a fertilização com óvulos congelados e "frescos" tem o mesmo índice de sucesso: para uma mulher de 35 anos. ele gira em torno de 50%. Por mais que os prognósticos sejam positivos, ainda há incógnitas. Lima delas diz respeito ao limite de tempo de armazenamento do material. "Como é um processo novo, ainda nüo temos a certeza de como será descongelar um óvulo dez anos de-pois", afirma o médico Newton Eduardo Busso, diretor da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo. Apesar de a tecnologia ser bem-vinda, os especialistas também sugerem que é sempre melhor respeitar a natureza. "Se a mulher já está casada e tem um parceiro estável. não há motivo para guardar o óvulo. Ter filho naturalmente é de graça", diz o médico Raul Nakano.
A popularização do congelamento de óvulos está sendo comparada, com certo exagero, ao advento do anticoncepcional. que incendiou a revolução sexual nos anos 60. "A pílula ajudou a mulher a escolher se queria engravidar ou não", opina Claudia Gomes Padilla. "Agora ela pode decidir quando se reproduzir." Essa liberdade inclui até a possibilidade de uma produção independente. Além de preservarem suas células reprodutoras, algumas mulheres estão recorrendo a bancos de sêmen para realizar o sonho da maternidade. "Estou preparada para dizer a meu filho que ele é fruto do amor só da mãe", diz a engenheira Charlana Rodrigues, de 38 anos. que tem sete células vitrificadas e estuda usar um serviço especializado.
Em São Paulo, existem duas empresas que fornecem material genético masculino, por até 3500 reais. Cerca de 25% das compradoras são solteiras. Criado em 2007. o Pro-Seed trabalha apenas com esperma de brasileiros. Conta com 130 doadores cadastrados, em cuja ficha há informações desde o tipo sangüíneo até a religião. Já o Fairfax Cryobank. aberto há um ano, facilitou a importação de sêmen de americanos. Hoje ocorrem por volta de quinze compras ao mês. Em seu site, a empresa oferece busca mais refinada, como por signo e animal preferido. Mediante um pagamento extra de 500 reais, é possível ver a foto do doador quando era criança. "Apesar de todo o avanço da tecnologia e da medicina. as expectativas e os sonhos continuam os mesmos: as mulheres ainda estão em busca do homem perfeito", afirma a psicanalista Marina Massi.
Campanha de vacinação contra a poliomielite começa neste sábado
14/08/2015 - Valor Econômico / Site
A campanha de vacinação de 2015 contra a poliomielite começa neste sábado em mais de 100 mil postos espalhados pelo país. A meta do Ministério da Saúde é vacinar, até o dia 31 deste mês, 12 milhões de crianças que tenham entre seis meses e cinco anos incompletos.
A vacina é a única forma de prevenção contra a doença, que é também conhecida como pólio.
Em crianças entre dois e quatro meses de idade ou entre as que nunca tenham sido imunizadas antes, a vacina é injetável. A partir dos seis meses a imunização se dá por via oral, a chamada "gotinha".
A única advertência é para crianças com febre acima de 38ºC ou hipersensibilidade a algum dos componentes da fórmula, que devem consultar médico antes da vacinação.
Este ano, o Ministério da Saúde lançou campanha para que os pais aproveitem a imunização contra a pólio para vacinar os filhos também contra outras doenças.
O órgão lançou até um aplicativo, chamado "Vacinação em Dia", que funciona como uma espécie de gerenciador das cadernetas de imunização.
Situação no mundo
A poliomielite é uma doença infectocontagiosa grave que pode afetar o sistema nervoso e provocar paralisia.
Hoje, a alta cobertura de vacinação é apontada como principal estratégia de controle da poliomielite no Brasil. O país não apresenta novos casos da doença desde 1990, mas o Ministério da Saúde promete manter campanhas de imunização até que a pólio seja erradicada em todo o mundo.
No total, nove países ainda registram casos, sendo que em três deles, Nigéria, Paquistão e Afeganistão, a poliomielite é endêmica.
Mais saúde para os brasileiros
15/08/2015 - Folha de S. Paulo
É inegável que os primeiros dois anos do programa Mais Médicos transformaram o acesso à saúde no país. Não foram mudanças meramente institucionais, existentes no papel e invisíveis ao cidadão. Foram transformações reais, palpáveis, que mudaram a vida dos brasileiros que mais precisam do SUS (Sistema Único de Saúde).
Estamos falando de 63 milhões de brasileiros que agora encontram o médico no posto de saúde, fazem consultas, recebem tratamento adequado e conseguem resolver cerca de 80% de seus problemas de saúde, evitando complicações.
Os 18.240 médicos do programa estão em mais de 4.000 municípios –sem distinção de partido a que pertencem seus prefeitos–, nos distritos indígenas, áreas quilombolas, periferias e outras regiões com dificuldades de manter o médico atendendo todos os dias. Uma verdadeira revolução no acesso e na universalização da atenção básica.
Um dos primeiros indicadores do impacto do Mais Médicos é o maior crescimento do número de consultas. Nos municípios participantes houve um aumento de 33% em um ano, enquanto as cidades que não aderiram apresentaram crescimento de apenas 15%, segundo a Rede Observatório do Programa Mais Médicos –composta de 14 instituições, sendo 11 universidades.
Esse aumento já se reflete no dia a dia dos prontos socorros e nas unidades de urgência e emergência. O cuidado diário na porta de entrada do SUS reduziu em 4% as internações nas cidades participantes, entre 2013 e 2014.
O índice chega a 8,9% nos locais em que o Saúde da Família, com o Mais Médicos, cobre mais de 36% da população. A expectativa é que em 2015 mais de 110 mil brasileiros deixem de ser internados por causas sensíveis à Atenção Básica.
Os dados nos mostram o que já havia revelado pesquisa da UFMG: os usuários de serviços com o Mais Médicos dizem ter atendimento todos os dias. Antes, essas cidades costumavam contar com médicos apenas duas, às vezes uma vez por semana. Centenas nem podiam contar com médico algum.
Hoje essas pessoas podem ir ao posto de saúde em qualquer dia útil para serem atendidas. É por isso que 85% dos 14 mil entrevistados acham que a qualidade do atendimento está melhor ou muito melhor e dão nota oito para a iniciativa.
Esses dois anos também trouxeram avanços importantes na melhoria da estrutura dos postos de saúde e na expansão da formação médica no país. O Ministério da Saúde tem repassado recursos para 91% dos municípios brasileiros construírem novas unidades e melhorarem a rede existente.
No longo prazo, ganhou impulso a ampliação das vagas de graduação e de residência, de forma criteriosa, com qualidade e orientada para as necessidades do SUS. Das 11,4 mil vagas de graduação comprometidas pelo governo federal até 2017, 5.306 (46%) já foram autorizadas, e das 12,4 mil novas vagas para residência até 2018, já foram abertas 7.742 (62%).
Esses resultados mostram que temos hoje um programa de sucesso. Apesar da forte resistência enfrentada no início, em grande parte motivada por perspectivas ideológicas e corporativas que ignoravam as verdadeiras necessidades da população, os interesses do povo brasileiro prevaleceram. Temos muito ainda a realizar, mas nos traz uma imensa satisfação ver o que, juntos, conseguimos concretizar até aqui.
Agora, quem mais precisa do SUS encontra atendimento básico, efetuado por uma equipe completa de Saúde da Família, com a presença do médico. Um direito que até então era negado a cidadãos e cidadãs. Agora é feito de forma acolhedora, humanizada, fazendo a diferença na saúde dos brasileiros.
Vacinação nacional contra a poliomielite começa neste sábado
15/08/2015 - Folha de S. Paulo
A campanha de vacinação de 2015 contra a poliomielite começa neste sábado (15). A meta do Ministério da Saúde é vacinar, até o dia 31 deste mês, 12 milhões de crianças que tenham entre seis meses e cinco anos incompletos.
A vacina é a única forma de prevenção contra a doença, também conhecida como pólio.
Em crianças entre dois e quatro meses de idade ou entre as que nunca tenham sido imunizadas antes, a vacina é injetável. A partir dos seis meses a imunização se dá por via oral, a chamada 'gotinha'.
A única advertência é para crianças com febre acima de 38ºC ou hipersensibilidade a algum dos componentes da fórmula, que devem consultar um médico antes da vacinação.
Plantão Médico: Os necessários cuidados com o skate
15/08/2015 - Folha de S. Paulo
A popularidade do skate vem crescendo nos últimos anos. Adolescentes deslizam do espigão da avenida Paulista pela rua Augusta velozmente, quando diminui o movimento dos carros.
Os iniciantes começam a se equilibrar nesta prancha com rodinhas de patins na praça Roosevelt ou no Parque Villa Lobos, onde podem também alugar os equipamentos.
Mas equilibrar-se sobre o skate não é isento de riscos. O perigo são os acidentes, com eventuais fraturas nos braços, pernas, crânio ou pescoço; ou lacerações e lesões nos joelhos ou cotovelos.
Na reunião anual da Academia Americana de Cirurgia Ortopédica de 2014, médicos da Western Michigan University, EUA, relataram 129.600 acidentes afetando cabeça e pescoço relacionados ao skate no período 2000-2011, com elevado índice de fraturas de crânio.
Vinay K. Sharma e colaboradores referem que participar de atividades de lazer ou esportivas intensivas oferece não só excitação, mas significativo risco de sérias consequências, com significativo crescimento de lesões nos usuários em severidade, incidência e consequências.
Como as crianças abaixo dos cinco anos apresentam menor coordenação e balanço corporal, a Academia Americana de Pediatria desaconselha para elas o uso do skate.
Dos seis e aos dez anos de idade, a entidade recomenda uso do equipamento de proteção e a supervisão de seus pais ou responsáveis.
Verdades dietéticas
16/08/2015 - Folha de S. Paulo
O homem é aquilo que come. No original alemão de Feuerbach, "der Mensch ist, was er isst", a frase se torna ainda mais saborosa, já que "é" ("ist") e "come" ("isst") têm a mesma sonoridade, evocando o bíblico "ele é aquele que é". O problema é que simplesmente não é verdade que sejamos o que comemos. Dietas, como mostra Alan Levinovitz, em "Gluten Lie" (a mentira do glúten), são terreno mais favorável à divulgação de teses religiosas do que de teorias científicas.
Levinoviz sabe do que fala. Ele, afinal, é especialista em história das religiões. Embora não seja expert em nutrição, fez a lição de casa, entrevistando cientistas, médicos e psicólogos. O que mais impressiona no livro é justamente a recorrência dos mitos.
Anunciado como nova verdade dietética, o perigo do glúten, por exemplo, encontra precedente nas exortações de monges prototaoístas chineses que prometiam a imortalidade para quem adotasse alimentação livre de grãos. Isso se repete com todos os vilões, dos glutamatos, à gordura saturada, passando por açúcar e sal. Tudo o que você puder imaginar já foi demonizado por alguma seita –e alguma dieta moderna.
A diferença é que agora a condenação moral vem revestida de discurso científico. Qual a evidência de que façam mal? De modo geral, não muita. É claro que, se você tiver doença celíaca, não pode comer glúten. Se for hipertenso, deve evitar o sal. Mas, para pessoas sem moléstias como essas, ou seja, a maioria da humanidade, nenhum alimento é venenoso.
Levinovitz talvez exagere ao exigir que toda recomendação, além de comer com moderação, esteja amparada em sólida evidência estatística. Para ele, a ciência da nutrição é tão complexa, e os efeitos deste ou daquele alimento sobre a saúde tão modestos, que dificilmente saberemos ao certo o que faz bem e o que faz mal. Pode ser, mas, se ele estiver errado, antes de contar com dados irrefutáveis teremos indícios críveis.
Saúde responde: Como tratar dor crônica da herpes zóster?
15/08/2015 - Folha de S. Paulo
Minha irmã teve herpes zóster há dois anos e até hoje sente muitas dores no nervo trigêmeo, especialmente quando ela come. O que pode ser feito para amenizá-la?
S.L.
A herpes zóster pode deixar complicações mesmo depois da resolução da fase de infecção aguda, e uma dessas é a neuralgia pós-perpética, dor contínua e persistente, que pode durar meses.
Segundo Bianca Grassi, infectologista do Hospital Samaritano de São Paulo, de 10% a 15% das pessoas com herpes zóster apresentam a complicação.
Ela explica que o trigêmeo é um dos nervos mais afetados pela dor crônica, que pode ser deflagrada pelo toque, mastigação ou variação extrema de temperatura dos alimentos.
"O tratamento é feito com remédios que amenizam a dor e que podem ser necessários por tempo prolongado. Casos persistentes devem ser avaliados por especialista em dor crônica, geralmente um neurologista".
Padilha assume Saúde, área crítica de Haddad
15/08/2015 - O Estado de S. Paulo
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), anunciou ontem o médico Alexandre Padilha como seu novo secretário municipal de Saúde.
Padilha, que estava à frente da pasta de Relações Governamentais, vai assumir o posto de José de Filippi Júnior.
A troca, segundo Haddad, foi feita porque Filippi Júnior será candidato a prefeito de Diadema nas próximas eleições. “Ele me garantiu que vai ser candidato, e eu não posso trocar o secretário em abril do ano que vem.
Tive de colocar uma pessoa que conduzisse a secretaria até o último dia de 2016.” O prazo de desincompatibilização é de seis meses antes das eleições – assim, Filippi Júnior poderia exercer a função até abril. A mudança no comando foi revelada na edição de ontem do jornal Folha de S. Paulo.
Questionado sobre quem vai assumir o cargo deixado por Padilha, Haddad disse que já fez uma sondagem e falará sobre o assunto assim que tiver a resposta do convite. Ainda segundo o prefeito, Filippi Júnior continuará no governo. “Ele permanece conosco, na posição que quiser”, disse o petista.
Ex-ministro da Saúde, Padilha foi candidato ao governo do Estado e ficou em terceiro lugar, com 18,22% dos votos.
Padilha assume uma das áreas mais problemáticas da gestão Haddad. Reportagem do Estado publicada no dia 2 deste mês mostrou que, faltando um ano e meio para concluir seu mandato, o prefeito executou 6,5% de R$ 1,6 bilhão dos recursos previstos para cumprir as metas no setor. Na época, Filippi Júnior afirmou que o site do Plano de Metas estava desatualizado e que a pasta teria alcançado 15,6%.
Outra promessa de Haddad, a entrega de três hospitais – na Brasilândia, zona norte, em Parelheiros, zona sul, e na Vila Matilde, zona leste – também é um desafio para a gestão. Em fase inicial de obras, o Hospital de Parelheiros deve ser o único entregue à população até 2016.
Cobrança. Diretor do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), Gerson Salvador disse que a entidade vai manter as conversas com a secretaria – e também as cobranças. “O sindicato tem uma relação de diálogo, mas de independência em relação aos gestores. Cobraremos boas condições de trabalho para os médicos e melhor atendimento para a população”, disse.
O presidente da Associação Paulista de Medicina (APM), Florisval Meinão, afirmou que o novo secretário tem importantes desafios pela frente. “A saúde não vai bem no País como um todo.” Ele disse acreditar que a resolução de parte dos problemas,tendo em vista a crise financeira, é o foco na atenção primária. “O mais importante é investir na atenção básica. Se ela for eficiente, conseguimos solucionar 80% dos casos e evitar as complicações que causam doenças crônicas e cirurgias.” Para Antonio Carlos Lima, secretário-geral do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep), a experiência de Padilha como ministro será fundamental. “Ele teve uma experiência macro e está vindo para a maior cidade do País, que tem a sua complexidade.”
Zona de exclusão do cigarro
16/08/2015 - O Estado de S. Paulo
Nova proposta divulgada pela Sociedade Real de Saúde Pública do Reino Unido, na última semana, recomendou zonas de exclusão ampliadas para o fumo ao redor de bares e restaurantes, dentro de parques e no entorno das escolas. Oito anos depois da proibição do cigarro em locais fechados, a nova medida seria uma expansão dessa área inicial de restrição.
A recomendação da entidade, que reúne cerca de 6 mil médicos e profissionais de saúde, objetiva diminuir a exposição de crianças e adolescentes ao cigarro. Além disso, os especialistas acreditam que a maior restrição estimularia mais gente a parar de fumar. Como exemplo, 12 meses após a proibição do cigarro em ambientes fechados, as pesquisas já indicavam que 400 mil pessoas haviam deixado de fumar no país. A notícia foi divulgada pelo jornal inglês Daily Mail.
Mas a medida está longe de ser um consenso. Associações que defendem os fumantes alegam que a proibição do cigarro ao redor de bares e restaurantes discrimina adultos que querem fumar livremente. Bom lembrar que em outros países já existem restrições ao fumo em espaços abertos de uso público, como praias e parques.
Outro dado divulgado na última semana no Reino Unido mostra que o número de mortes de recém-nascidos caiu 8% após a proibição do fumo em locais fechados, o que pode ter estimulado mais mulheres a pararem de fumar, além de ter reduzido a exposição de gestantes aos efeitos nocivos do fumo passivo.
Mães que fumam ou são expostas ao tabaco enfrentam maior risco de parto prematuro e de gerar bebês com baixo peso, o que traz maiores chances de complicações após o nascimento. Os dados foram publicados no periódico Scientific Reports.
Os especialistas afirmam que hoje apenas 18% da população mundial está protegida por leis que proíbem o fumo em ambientes fechados. No Reino Unido, estima-se que 100 mil pessoas morrem anualmente por problemas causados pelo uso do cigarro.
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, são 200 mil mortes por ano relacionadas ao tabagismo. Os últimos dados do Vigitel (Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico) indicam que 10,8% dos brasileiros fumam – queda da ordem de 30% no País nos últimos nove anos. Há duas décadas, um terço da população adulta fumava no Brasil. A restrição ao uso do cigarro nos ambientes fechados é considerada uma das medidas importantes para a redução do número de fumantes por aqui.
O arsenal disponível hoje para ajudar pessoas que querem abandonar o cigarro inclui alguns medicamentos que reduzem a vontade de fumar e a reposição de nicotina (com adesivos, chicletes e cigarros eletrônicos), além de diversas terapias e suporte. Apesar da dificuldade, a combinação dos métodos e a repetição das tentativas costuma ser a estratégia que alcança os melhores resultados.
Na última semana, cientistas anunciaram a descoberta de uma nova molécula, uma enzima produzida por bactérias que vivem no solo de plantações de tabaco, que parece diminuir os níveis de nicotina que circula no organismo. O artigo foi publicado na revista Journal of the American Chemical Society e divulgada pelo jornal inglês Daily Mail.
A bactéria, Pseudomonas putida, usa a enzima NicA2a para “quebrar” a nicotina, sua fonte exclusiva para obter carbono e nitrogênio, essenciais em seu ciclo de vida. Os pesquisadores perceberam que a mesma molécula reduz o tempo que a nicotina permanece no sangue. Ainda em fase inicial de testes, os pesquisadores acreditam que, com pequenas mudanças, eles poderiam potencializar esse efeito e evitar que a nicotina chegue ao cérebro, o que tornaria a enzima um potencial recurso para o tratamento dos fumantes que querem abandonar o cigarro.
‘Duelo’ de passos conquista adeptos
16/08/2015 - O Estado de S. Paulo
Estimulado por amigos, o cirurgião cardiovascular Marcelo Mota, de 42 anos, começou a prestar mais atenção à quantidade de passos que dava diariamente. Em pouco tempo, vendo que os colegas comparavam as metas alcançadas, ele aderiu aos “duelos”, feitos por meio de aplicativos que fazem a contagem do número de passos.
Disponíveis para download gratuito em celulares dos mais diversos modelos, os contadores de passos também existem na forma de pulseiras ou relógios e se tornaram mais uma ferramenta para integrar pessoas que estão tentando iniciar uma atividade física ou melhorar a performance por meio de competições, com o objetivo de superar metas, que costumam começar com 10 mil passos.“O aplicativo dos passos é interessante porque remete ao que era antigamente. Há 50 anos, as pessoas andavam mais. Ele ajuda a voltar a caminhar pelo estímulo de contar os passos. Comecei a usar como uma brincadeira, estimulado no trabalho, e vi que passava de 10 mil passos com facilidade. Não é um exercício físico, mas traz um início de atividade”, diz Mota.
Além de usar o aplicativo do celular há um ano, o cirurgião tem uma pulseira fitness que monitora o gasto energético e o sono. “Alguns colegas meus, médicos ou não, encaram como desafio e outros, como diversão. O aplicativo acaba sendo um jogo, mas com um benefício a mais.”
Mota, que pratica exercícios com frequência, conta que tem alcançado boas marcas. “Dou uns 15 mil passos por dia. Só uso carro quando a necessidade é muito grande.”
Competição. Todas as atividades físicas realizadas pelo blogueiro Kadu Dantas, de 33 anos, são monitoradas. Corrida, patins, skate e natação estão entre suas práticas esportivas. Nas competições de passos, seu principal concorrente é o namorado, o empresário Raphael Rocha Ferreira, de 31 anos.
“Comparo mais (os resultados) com o aplicativo do meu namorado, mas vejo também o do meu personal trainer e do pessoal da academia. Eu sempre ganho do meu namorado, porque gosto muito de andar a pé. Tento me movimentar ao máximo para atender a meta mínima, mas faço pensando na minha saúde, nos benefícios que me traz”, diz Dantas. Eles costumam correr juntos, principalmente nos fins de semana.
Ferreira afirma que o aplicativo tem servido como um estímulo para ele praticar mais a corrida.
“Eu não tinha o hábito de correr. Agora, o aplicativo e a corrida que faço com o Kadu estão me incentivando a correr ainda mais. O bacana é que um acompanha o desempenho do outro e também um incentiva o outro a se superar e a melhorar os resultados diários. Estou empolgado por usar o aplicativo e correr em dupla. É uma competição sadia entre os dois.”
Dantas diz que outro uso do aplicativo é passar os gráficos dos exercícios praticados para o seu personal trainer.
“Meu personal pede para olhar toda vez que vou para a aula, duas vezes por semana. Envio sempre, e ele vê se estou indo correr ou se estou mentindo”, brinca o blogueiro.
Sedentarismo. Embora estudos nacionais e internacionais apresentem a meta de 10 mil passos por dia como a ideal para quem quer abandonar o sedentarismo, especialistas da área de saúde afirmam que meia hora de atividade física já é suficiente para quem quer se exercitar.
“Não há um padrão médico em relação ao número de passos. A gente orienta que, quatro vezes por semana, a pessoa faça ao menos 30 minutos de atividade física. Não orientamos que os passos sejam contatos, porque tem gente que corre, gente que caminha. O importante é ter uma avaliação médica individual”, diz Alexandre Soeiro, cardiologista e supervisor do Setor de Emergências do Instituto do Coração (Incor).
Soeiro diz que o maior benefício dos aplicativos contadores de passos é o estímulo à prática esportiva. “A pessoa se empolga e passa a fazer mais atividades, porque pode compartilhar com amigos e isso anima.”
Médico ortopedista do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), Maurílio Mendes alerta para os riscos de lesões, pois as atividades muitas vezes não são acompanhadas por profissionais. “Cada paciente tem um limite determinado por várias questões, como idade e lesões prévias. Esse tipo de competição desconsidera todos os critérios importantes.” Entre as consequências estão lesões musculares.
Alerta. Professor de educação física e personal trainer, Alan Brasil diz que notou um boom dos duelos com aplicativos no último ano. Por isso, recomenda um check-up antes do início das competições. “O aplicativo de passos levou o estímulo dos jogos, da competição, para que os amigos saibam quanto você correu ou andou durante a semana, mas todo mundo tem de fazer um exame antes e conciliar a atividade com uma alimentação balanceada.”
Mais improviso na Saúde
17/08/2015 - O Estado de S. Paulo
Sem cuidar do que precisa – a situação do Sistema Único de Saúde (SUS), por exemplo, que tem aspectos lamentáveis –, o Ministério da Saúde imiscui-se em temas delicados, sem o devido cuidado. É o que ocorreu no início de julho, ao editar o Decreto 849, que amplia perigosamente o conceito de médico especialista.
Atualmente, especialista é o médico que realizou residência médica numa determinada área. O tema é sério e há uma lei de 1981 (Lei 6.932) regulamentando a atividade. De acordo com a lei, “a residência médica constitui modalidade de ensino de pós-graduação, destinada a médicos, sob a forma de cursos de especialização, caracterizada por treinamento em serviço, funcionando sob a responsabilidade de instituições de saúde, universitárias ou não, sob a orientação de profissionais médicos de elevada qualificação ética e profissional”. O texto legal estabelece, por exemplo, que os programas de residência médica devem ser credenciados pela Comissão Nacional de Residência Médica.
Em 2013, a Lei 6.932 sofreu alterações. Além de reafirmar que “a residência médica constitui modalidade de certificação das especialidades médicas no Brasil”, o novo texto determinou que as instituições que oferecem residência médica “deverão encaminhar, anualmente, o número de médicos certificados como especialistas, com vistas a possibilitar o Ministério da Saúde a formar o Cadastro Nacional de Especialistas e parametrizar as ações de saúde pública”.
Agora, a pretexto de regulamentar o Cadastro Nacional de Especialistas, o governo federal criou a possibilidade de que diversas certificações, e não apenas a residência médica, deem acesso à condição de médico especialista.
O decreto dispõe que o Conselho Nacional de Educação deverá regulamentar “o modelo de equivalência entre as certificações emitidas pelas associações médicas, pelos sistemas de ensino federal, estaduais, distrital e municipais com as certificações da residência médica, para conferir habilitação de médicos como especialistas junto ao Cadastro Nacional de Especialistas, ouvidos o Conselho Nacional de Saúde e a Comissão Nacional de Residência Médica”.
Como num passe de mágica, o Ministério da Saúde quer ampliar o número de médicos especialistas no País. Sem definir critérios claros, o decreto deixa aberta, por exemplo, a possibilidade de que um profissional que cursou o mestrado ou qualquer outra pós-graduação seja considerado médico especialista, mesmo que não tenha prática na especialidade.
Diante de tal irresponsabilidade, entidades médicas manifestaram preocupação com o decreto. Na Câmara, foi apresentado um projeto de decreto legislativo, de autoria do deputado Mandetta (DEM-MS), para anular o Decreto 849. Segundo o deputado, a criação do cadastro é uma intervenção injustificada do governo nas competências do Conselho Federal de Medicina (CFM), das sociedades de especialistas e da Associação Médica Brasileira (AMB).
Diante da possibilidade de a Câmara dos Deputados anular o Decreto 849, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, reconheceu que o documento precisa ser melhorado. “Vamos aprimorar o texto”, prometeu o ministro. Segundo Chioro, o cadastro tem como único objetivo melhorar a qualidade de informações sobre quem são e onde trabalham os médicos especialistas brasileiros. No entanto, não é isso o que está disposto no decreto, que fala de equivalência entre diversas certificações. Ou seja, da forma como está, o decreto fere a própria lei que, a princípio, ele deveria regulamentar.
É evidente que o País precisa de mais e novos médicos especialistas. Mas essa necessidade não justifica afrouxar a formação exigida para a obtenção desse título. Afinal, o que se precisa não é de mais profissionais simplesmente com um título de “médico especialista”. O que faz falta são mais profissionais bem formados. No entanto, o governo federal foge dessa elementar lógica – prefere o improviso, vendendo soluções mágicas.
Temporada de doenças respiratórias
16/08/2015 - O Globo
Basta chegar o inverno para subir o número de atendimentos nos postos de saúde por causa de doenças respiratórias. Com o frio, chegam também a baixa umidade do ar (que realça a poluição) e as mudanças bruscas de temperatura — motivos de preocupação principalmente para crianças, idosos e para quem já sofre de doenças respiratórias. O próximo “Encontros O GLOBO Saúde e Bem-Estar”, que será nesta quarta-feira, às 17h, na Casa do Saber O GLOBO, abordará as consequências dessas doenças e as diferenças entre elas. O evento, coordenado pelo cardiologista Cláudio Domênico, contará com palestras do pneumologista Carlos Alberto de Barros Franco e da alergista Teresa Seiller, além da mediação da jornalista Viviane Nogueira.
— Com o frio, as pessoas se acolhem mais, fecham as janelas, ficam mais dentro de casa, e isso favorece estas doenças — explica Domênico.
Dentre as doenças respiratórias crônicas, as mais comuns são a asma, a rinite alérgica e a doença pulmonar obstrutiva crônica. A rinite pode ser considerada a de maior prevalência entre elas, já que acomete cerca de 20% a 25% da população em geral.
SINTOMAS SIMILARES CONFUNDEM
Por ser uma doença subdiagnosticada por profissionais de saúde, e pelo fato de que nem todos os portadores de rinite procuram atendimento, há falta de controle dos sintomas.
— Já li que o remédio mais levado pelas pessoas em suas viagens é o antialérgico. Mesmo sem saber se têm alergia ou qual o tipo, elas tomam a medicação por conta própria — alerta Teresa, que durante o evento falará sobre prevenção e vacinas. — O que mais ocorre é a busca pelo tratamento num momento de crise. Mas o ideal é que se faça um tratamento para evitá-las. Tenho pacientes que ficam dez ou 15 anos sem ter complicações.
Teresa afirma que é possível amenizar as causas das alergias controlando melhor o ambiente. Se no trabalho isso não é possível, em casa fica mais fácil:
— Quem é alérgico pode evitar carpete, cachorro, gato, cortinas e o uso de material de limpeza com cheiro forte.
Segundo Barros Franco, um dos problemas das doenças respiratórias é que a maioria costuma causar os mesmos sintomas, como coriza, cansaço, dor no corpo e de garganta. Por isso, os tratamentos sem orientação médica muitas vezes são inadequados: cuidam de uma doença, quando na verdade o paciente sofre de outra.
— Se o resfriado insiste por semanas, algo está errado. Não é resfriado. Deve ser uma alergia respiratória. O mesmo ocorre com a vacina para a gripe. Tem gente que acha que ficou com gripe porque tomou a vacina. Mas não é possível porque o vírus da vacina está morto — esclarece Barros Franco.
Ele explica ainda que o resfriado é uma virose frequente e que pode ser causada por cerca de 200 vírus. Já a gripe, não: é resultado do contato com o vírus influenza e pode ser letal.
— Há diferenças entre todas essas doenças, e a população confunde os canais. Diferentemente do resfriado, a gripe derruba, leva à febre alta. O resfriado é chato, mas não tem a mesma força — diz Barros Franco, que pretende desmistificar a asma. — É genética e não é sinônimo de “pessoas limitadas ou frágeis”. Cerca de 12% dos medalhistas americanos nas Olimpíadas de Londres, em 2012, têm asma.
O preço do câncer
17/08/2015 - O Globo
Ao ouvir as palavras “Você tem câncer”, o indivíduo perde o controle de sua vida. Consultas médicas passam a moldar sua rotina de infindáveis exames e tratamentos agressivos, frequentemente associados a efeitos debilitantes. A este martírio foi incorporada recentemente a toxicidade financeira. Os custos do tratamento oncológico em todo o mundo se elevam em progressão geométrica e ameaçam a incorporação dos novos e importantes avanços terapêuticos.
Estima-se que um em cada três indivíduos será afetado pelo câncer nos próximos 20 anos. Na última década, o custo médio das novas drogas utilizadas no tratamento aumentou cinco a dez vezes. Estes números preocupam os Estados Unidos que, segundo a Organização Mundial da Saúde, gasta per capita, em saúde, oito vezes mais que o Brasil.
Como enfrentar este desafio em nosso país? Qual o nosso papel como oncologistas? Vivemos um dilema ético diante do dever em relação aos nossos pacientes e à sociedade. As responsabilidades sociais são importantes no controle dos custos da assistência oncológica. Entretanto, temos uma obrigação primária com os enfermos. Devemos nos opor vigorosamente à contenção dos custos à beira do leito. Na prática diária, não estamos implantando uma política pública ou uma nova matriz econômica. A medicina junto ao leito se aplica ao indivíduo, e não à população. O seu racionamento seria errático e injusto: indivíduos semelhantes não seriam tratados de forma similar.
A bioética de Edmund Pellegrino nos ensina que a Medicina é uma arte tanto quanto uma ciência. A arte exige sabedoria para exercer parcimônia terapêutica e elegância no diagnóstico. Dessa forma, é possível agir em benefício daqueles que cuidamos, evitando complicações iatrogênicas, testes desnecessários, tratamentos fúteis e gastos exorbitantes.
“Quem salva uma vida salva toda a humanidade”, nos ensina a sabedoria judaica. Com esta visão, um passo importante foi dado por mais de cem expoentes da oncologia mundial que assinam um artigo publicado na edição de Agosto do periódico da Mayo Clinic, um dos hospitais mais conceituados nos EUA. Os autores questionam se o preço atual dos medicamentos é baseado na expectativa razoável de retorno do investimento da indústria farmacêutica ou se apenas reflete o quanto o mercado está disposto a pagar. Sem dúvida, a pesquisa deve ser remunerada com um lucro razoável. Entretanto, os preços atuais são insustentáveis e tornam os medicamentos inacessíveis à maioria da população. O texto apoia uma petição ( http:// chn.ge/1DCWT1M ) que busca um preço justo para os quimioterápicos conforme sua relevância no tratamento do câncer.
Assim, certos pontos não podem ser questionados. Primeiro, todos os pacientes precisam ter acesso imediato a drogas capazes de salvar suas vidas ou de minorar o seu sofrimento. Segundo, os médicos não devem ser agentes do governo ou do mercado. Isto é, Precisamos manter a ética profissional para enfrentar os custos crescentes com a saúde. E, finalmente, devemos, sobretudo, reafirmar o nosso compromisso com a vida. Com a dignidade da vida.
Avanços no combate ao colesterol
17/08/2015 - Correio Braziliense
Surgem novas alternativas de combate ao colesterol. Tratam-se dos inibidores de CSK9, anticorpos que agem sobre a proteína que reduz a capacidade do fígado de retirar o LDL, o chamado colesterol ruim, do sangue. O Food and Drug Administration (FDA), órgão governamental norte-americano responsável pelo controle de medicamentos, e a Europa aprovaram recentemente o uso de substâncias do tipo. Elas devem beneficiar principalmente quem tem a hipercolesterolemia familiar (HF), doença causada por uma alteração genética que leva ao aumento dos índices de colesterol já na infância.
Esses inibidores reduzem de 40% a 65% o mau colesterol e não apresentarem fortes adversidades. “É grande o impacto da chegada desses medicamentos, por enquanto nos Estados Unidos e na Europa. Vejo essa nova classe como uma revolução no tratamento do colesterol alto. Estamos falando da possibilidade de um ganho adicional em cima daquilo que conseguíamos com o que havia de mais potente no mercado. Além disso, têm menos efeitos colaterais, como a dor muscular”, detalha Raul Dias Santos, diretor da Unidade de Lípides do Instituto do Coração do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Incor/HC/FMUSP).
Segundo Marcus Vinícius Bolívar Malachias, presidente eleito da Sociedade Brasileira de Cardiologia, isso ocorre porque os inibidores tornam os receptores ativos e, então, capazes de captar e metabolizar o colesterol ruim, o que não ocorre em algumas pessoas com hipercolesterolemia grave, quando o excesso dessa gordura fica na circulação, acelerando a aterosclerose, o acúmulo de placas de gordura nas artérias. “De 70% a 80% dos casos de colesterol elevado podem ser controlados com dieta, exercícios e estatinas, mas há casos graves, em que este tratamento convencional não resolve plenamente a situação. Nesses, os novos medicamentos atuam de forma precisa”, comemora.
Um dos empecilhos do tratamento promissor é o preço. Segundo Santos, a terapia com as injeções quinzenais de alirocumabe, a substância aprovada nos Estados Unidos, custa mais de U$$ 10 mil por ano. A Europa liberou o uso da evolocumabe, em vias de ser aprovado também pelo FDA. Uma possível terceira opção, o bococizumabe, ainda está em fase de testes laboratoriais. Pesquisas também indicam que os inibidores de CSK9 têm grande potencial para reduzir os riscos de ataques cardíacos e mortes. Esses efeitos, porém, devem ser referendados no fim de 2017, previsão para o fim de um grande estudo clínico envolvendo mais de 18 mil voluntários.
Questão de hábitos
Mais de 60% dos brasileiros têm colesterol alto, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Tal condição representa risco aumentado para complicações cardiovasculares, incluindo o infarto. O problema normalmente é consequência de hábitos pouco saudáveis, como dieta desequilibrada e sedentarismo. Mas, em cerca de 10%, a situação é causada pela HF, que pode ser de dois tipos.
Na forma heterozigótica, que atinge uma em cada 200 pessoas, o colesterol é duas a três vezes acima do normal. Na homozigótica, pode ser quatro a cinco vezes maior — condição que atinge uma em cada 300 mil pessoas. “São pacientes que infartam por volta dos 13 anos de idade”, explica Marcus Vinícius Bolívar Malachias. Os sinais clínicos da HF são exatamente esses valores muito elevados do LDL: acima de 200 mg/lg (heterozigotica) ou mais de 500 mg/dl (homozigótica). Outro indício é o acúmulo de colesterol nas artérias, casos de pacientes com aterosclerose e doença cardiovascular prematura.
A HF é responsável por 5% a 10% dos casos de doença arterial coronariana (DAC), quando placas se acumulam nas artérias que fornecem sangue ao coração. “Quem tem hipercolesterolemia familiar apresenta um risco 13 vezes maior de ter um problema cardíaco. Como é genética, uma em cada duas pessoas da família tem a doença. São pessoas que já nascem com colesterol alto”, detalha Raul Dias Santos.
A HF determina uma situação adversa, na qual mudanças nos hábitos de vida não conseguem alterar o curso da doença. Mas a imensa maioria da população com colesterol alto, mais de 90%, pode se beneficiar de melhorias na dieta e mais atividade física. “É um contingente de pessoas que, mesmo sabendo dos riscos, não faz o tratamento adequado por aversão a tomar remédio ou por acreditar no discurso irresponsável de que ‘colesterol é uma invenção da indústria farmacêutica’”, alerta Marcus Bolívar.
Personagem da notícia
Aos 35 anos, Carlos Cézar, hoje com 56, sofreu um infarto. Até aquele momento, ele nunca havia feito um exame de colesterol e descobriu, da pior forma possível, que esse tinha sido o causador do episódio. Logo depois, uma tia, com cerca de 50 anos, também infartou, mas não sobreviveu. Carlos saiu do hospital com orientações de mudanças na dieta e cuidados com a saúde, que incluem medicamentos para baixar o colesterol. Mas ele não tolerou a estatina, que lhe causou fortes dores musculares. Um outro tipo de medicação deu mais certo; mesmo assim, os índices continuam altos, em torno de 250mg/dl, já tendo chegado a 340mg/dl. Carlos Cézar tem hipercolesterolemia familiar. Nesse momento, luta na Justiça para conseguir que o governo pague o medicamento mais indicado para o seu problema. “Tenho amigo que não leva o colesterol a sério, não acredita que ele pode matar. Quando come um tira-gosto, enxuga a fritura no guardanapo, e acha que isso basta”, lamenta.
Para saber mais
Teste gratuito
Níveis de LDL acima de 190mg/dl em adultos e acima de 160mg/dl em crianças combinados com história familiar de colesterol alto e problemas cardíacos antes dos 55 anos são sugestivos de hipercolesterolemia familiar (HF). Outros sintomas do problema são depósitos de colesterol em volta dos olhos, que provocam uma mancha amarela, nodulações nos tendões das mãos e cotovelos, além do tendão de Aquiles espessado. A confirmação do diagnóstico, contudo, só é possível com teste genético.
O Incor oferece o teste gratuitamente, mesmo para quem não mora em São Paulo. Para isso, a pessoa deve entrar em contato com o programa Hipercol Brasil, por meio do site www.hipercolesterolemia.com.br. É preciso enviar o resultado dos últimos exames de colesterol. Se a equipe de especialistas suspeitar de um possível caso, enviarão, pelos Correios, um kit para realização do teste, feito a partir da coleta de uma gota de sangue em papel de filtro específico. O DNA é extraído dessa amostra para identificação de alguma alteração genética.
Grávidas que não se vacinam podem ter danos irreversíveis
17/08/2015 - O Tempo (MG)
Em 20 de dezembro de 1968, eu estava cm Minnesota para um casamento em família e gripada; o que não veio, para minha surpresa, foi minha menstruação. Com uma febre de 40 graus, fiquei muito doente para comer ou até para ir ao banheiro sem ajuda por dez dias. Quando voltei para Nova York, no domingo do fim de semana de Ano Novo, lutava para respirar e estava muito fraca para andar.
Meu marido me levou ao médico, que rapidamente diagnosticou pneumonia dupla e prescreveu antibiótico e xarope para a tosse à base de codeína. A pneumonia passou, mas foi seguida por duas outras infecções respiratórias que necessitaram de mais tratamento.
Estava grávida de três meses quando finalmente comecei a me sentir bem. Seis meses depois, dei à luz gêmeos idênticos, milagrosamente saudáveis, na época prevista. Eu tinha escapado.
Mas nem todas as grávidas que pegam gripe - ou outro tipo de doença que pode ser evitada - têm tanta sorte. Ela é apenas uma de uma série de infecções, especialmente aquelas acompanhadas de febre alta, que podem causar complicações graves na gravidez, incluindo abono, defeitos de nascimento, crescimento atrofiado, parto prematuro e até mesmo a morte.
Citando dados americanos do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), Mark H. Sawyer, pediatra e especialista em doenças infecciosas na Universidade da Califórnia, em San Diego, diz que, de 1994 até 2013, as vacinas impediram cerca de 730 mil mortes, 21 milhões de hospitalizações e 300 milhões de consultas médicas.
"Proteger as mulheres grávidas é ainda mais importante. Receber a vacina MMR (sarampo, caxumba e rubéola) antes da gravidez c outra contra gripe e a DPT (difteria, tétano coqueluche) durante a gestação é um benefício que protege tanto as mães quanto os bebês", afirmou Sonia Rasmussen, especialista cm saúde pública e editora do "Morbidity and Mortality Weekly Report".
Os bebês ficam protegidos durante meses após o nascimento graças aos anticorpos das grávidas imunizadas. Com menos de um ano, eles correm maior risco de desenvolver a coqueluche, ou tosse comprida. A vacina contra essa doença é dada aos 2, 4 e 6 meses de idade, o que faz a proteção com os anticorpos das mães essencial para o primeiro semestre de vida.
"É um crime uma criança morrer de coqueluche hoje", diz Thomas N. Saari, professor de pediatria na Faculdade de Medicina da Universidade de Wisconsin, em Madison.
Baixa adesão.
As mulheres devem tomar a vacina DPT durante o terceiro trimestre de cada gravidez, entre a 281 e a 36a semana, independentemente de a terem tomado antes, mas apenas cerca de 14% delas o fazem, disse Sonia. Todos os familiares e cuidadores das crianças, incluindo babás e avós, também devem tomá-la, afirma o CDC.
Da mesma forma, devem tomar a vacina da gripe, mas não a que vem em forma de spray nasal, que contém o vírus vivo. Sonia explicou que as mudanças que ocorrem no sistema imunológico, coração e pulmões de uma mulher grávida aumentam o risco de complicações, incluindo a morte, causadas pela gripe.
Temor afasta classe alta da imunização
Se a menção de doenças na gravidez parece assustadora, a intenção é exatamente essa. Muitas passam pela gravidez sem proteção de vacinas disponíveis que podem evitar danos irreversíveis para a mulher ou o bebê antes que este tenha idade suficiente para ser imunizado diretamente.
A maioria em idade fértil é jovem demais para ter testemunhado os danos associados a essas infecções antes que houvesse vacinas para preveni-las e que hoje podem ser administradas antes ou durante a gravidez. Muitas sucumbiram ao temor incutido por pessoas que erroneamente acreditam que vacinas fazem mais mal do que bem.
Os especialistas estão muito alarmados com o fato de que, ao contrário de outros aspectos dos cuidados médicos, pessoas com alto grau de escolaridade têm maior probabilidade de resistir à vacinação.
"O aumento da não vacinação de crianças é maior em áreas de alta renda", diz Mark H. Sawyer, pediatra e especialista em doenças infecciosas na Universidade da Califórnia, em San Diego.
ANS suspende venda de 73 tipos de planos de saúde; veja lista
14/08/2015 - Valor Econômico / Site
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) suspendeu a comercialização de 73 planos de saúde de 15 operadoras a partir do próximo dia 20, devido ao alto índice de reclamações dos clientes.
Entre essas operadoras, as maiores sanções são para a Unimed Paulistana, que teve mais de 20 tipos de planos impedidos de venda. A Unimed-Rio, que enfrenta problemas financeiros, teve 15 planos punidos pela agência.
A OdontoPrev, que entrou na lista da ANS pela primeira vez na fiscalização anterior, continua com 15 planos impedidos de venda.
A lista de planos suspensos está disponível no site da ANS.
Ainda segundo a ANS, 52 planos médicos punidos no monitoramento anterior estão liberados para venda.