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CLIPPING - 17/07/2015

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

Faturamento de distribuidores regionais de medicamentos cresce em 17,11%

16/07/2015 - Portal Fator Brasil


Em maio de 2015 os associados da Abradilan, Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos [www.abradilan.com.br], alcançaram um faturamento de 12,8 bilhões de reais e movimentaram 802 milhões de unidades de medicamentos.

De acordo com Geraldo Monteiro, diretor-executivo da Abradilan, o crescimento obtido nos primeiros cinco meses do ano ficou muito próximo ao percentual projetado pelos seus associados. “Nesse período os distribuidores de medicamentos associados obtiveram um crescimento de 17,11% no faturamento em relação ao mesmo período do ano anterior, com um aumento de 11,74% de unidades vendidas”.

Responsáveis pela distribuição de 20% das unidades vendidas dos medicamentos no Brasil, e 26,8% dos medicamentos genéricos, os associados da Abradilan visitam 96% dos municípios do país e atendem 79% das farmácias em todo território nacional. Presentes em 24 estados, os 140 associados da Abradilan, empregam 10.800 pessoas diretamente.




Uma sensível diferença

17/07/2015 - Folha de S.Paulo

Colunista: MORTON SCHEINBERG


Uma das maiores revoluções na área de doenças autoimunes foi a chegada dos medicamentos biológicos –produzidos por biossíntese em células vivas–, em particular para o tratamento de doenças como artrites inflamatórias, artrite reumatoide, psoríase e, mais recentemente, para lúpus eritematoso.

Embora extremamente eficientes, esses medicamentos são bem onerosos e, felizmente, estão disponíveis no SUS por meio da farmácia de alto custo. Nos próximos anos, muitas dessas drogas inovadoras vão perder a patente e, portanto, serão alvo de cópias, medicamentos com estrutura química similar, porém de eficácia a ser demonstrada.

A produção dos medicamentos biológicos é extremamente complexa e não pode respaldar o seu processo apenas com estudos que comprovem bioequivalência e biodisponibilidade, conforme ocorre com os medicamentos genéricos.

Esses biossimilares são produtos criados por meio da mais alta tecnologia, envolvendo engenharia genética a partir de células vivas, onde não há como ter dois medicamentos idênticos, apenas semelhantes. Por isso, é fundamental que haja rigoroso controle na produção, a fim de evitar pequenos desvios e falhas na purificação do processo, que podem ocasionar implicações negativas não só de segurança mas também de eficácia.

Mesmo com toda a complexidade do processo de produção, com a chegada dos biossimilares vem também a expectativa de uma redução significativa no custo desses medicamentos, que consomem hoje grande parte do orçamento disponível para o fornecimento de medicamentos no Ministério da Saúde. Por isso é tão grande a atratividade de biossimilares que tenham a mesma eficácia, porém custo reduzido. Isso representaria uma redução considerável no dispêndio anual para a compra de biológicos.

É tão atrativo que, em alguns países da América Latina, os biossimilares estão sendo comprados pelos governos locais sem que haja estudos comparativos atestando a sua segurança e eficácia em par com o produto original.

O verdadeiro biossimilar é aquele que, antes do seu licenciamento, tenha sido submetido a estudos bem conduzidos e comparativos com os produtos de referência. A legislação brasileira recomenda que os biossimilares sejam introduzidos no mercado somente após a comprovação de estudos clínicos que atestem sua eficácia e segurança frente ao produto original.

O Brasil é sede de estudos com drogas biossimilares e está em São Paulo um dos principais centros de referência para avaliação desses medicamentos: a AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente). Recentemente, o FDA, a agência que regula os medicamentos nos EUA, e a Agência Europeia de Medicamentos aprovaram o primeiro medicamento biossimilar.

Estima-se que, em dois anos, a produção desses biossimilares já possa ser realizada no Brasil, por meio de um modelo de parceria no qual o desenvolvimento do produto será feito a partir da transferência de tecnologia entre o fabricante do medicamento original e indústrias farmacêuticas nacionais.

Isso permitirá não só a redução de custos mas também o desenvolvimento da indústria farmacêutica brasileira, a partir de um processo de altíssima complexidade. E, principalmente, a possibilidade de ampliar o acesso a esses medicamentos tão inovadores, que promovem benefícios e qualidade de vida aos seus pacientes.




Suas buscas no Google podem ajudar a FDA a descobrir efeitos colaterais de remédios

15/07/2015 - InfoMoney


A Administração de Alimentos e Drogas dos EUA (FDA, na sigla em inglês) está discutindo com o Google como o motor de busca poderia ajudar a agência a identificar efeitos colaterais anteriormente desconhecidos dos medicamentos. Funcionários da agência realizaram uma teleconferência em 9 de junho com um pesquisador sênior do Google que foi um dos autores de um artigo acadêmico publicado em 2013 sobre o uso de dados de consultas para identificar reações adversas a drogas, segundo um registro da reunião publicado no site da FDA que não tinha sido divulgado no passado. Pesquisadores da Microsoft também dizem que vêm trabalhando informalmente com a agência há vários anos para a detecção de efeitos colaterais de drogas.

O porta-voz da FDA Chris Kelly descreveu a reunião como uma apresentação e uma chance “para que a agência inicie uma discussão sobre como poderíamos colaborar com o Google na identificação de dados sobre ocorrências adversas empregando suas tecnologias e seus dados”. A agência não quis disponibilizar funcionários para entrevistas e Kelly não quis comentar sobre as reuniões da FDA com outras companhias. Um porta-voz da Google não fez comentários.

Especialista

O cientista do Google na teleconferência foi Evgeniy Gabrilovich. Sua biografia no site da Google sobre pesquisa diz que ele é um cientista sênior de pesquisa especializado na mineração de dados. Ex-funcionário da Yahoo, Gabrilovich foi um dos autores de um artigo acadêmico publicado dois anos atrás que empregou dados da Yahoo para identificar reações suspeitas a drogas.

A análise, com base em 176 milhões de consultas feitas no Yahoo em 2010, demonstrou que os dados das buscas podem ajudar a descobrir reações a drogas “que por enquanto não foram descobertas pelos mecanismos existentes”, segundo o artigo. O documento foi publicado na revista acadêmica Journal of Medical Internet Research e avaliado por colegas.

Antes que uma droga seja aprovada pela FDA, as únicas pessoas que a recebem são pacientes cuidadosamente seletos inscritos em testes clínicos – na maioria dos casos, uns poucos milhares de pessoas. Depois de chegarem ao mercado, os medicamentos podem chegar a centenas de milhares de pessoas.

Algumas delas tomarão pílulas adicionais ou terão condições afetadas pela droga.

A evidência de efeitos colaterais negativos pode levar os órgãos reguladores a mudarem as advertências de segurança ou a prescrever práticas para uma droga. Em casos raros, preocupações com a segurança podem provocar a remoção completa de um medicamento do mercado, como aconteceu como o analgésico Vioxx.

Além da discussão com o Google, há sinais de que a FDA está expandindo sua busca de novas fontes de informação e métodos de monitorar a segurança das drogas no mercado.

No mês passado, a agência anunciou uma colaboração com a PatientsLikeMe, uma rede on-line de pacientes. E no ano passado, um pesquisador da FDA foi um dos autores de um artigo acadêmico sobre a monitoração da segurança das drogas no Twitter.

O artigo acadêmico de Gabrilovich, o cientista do Google, analisou a forma em que as buscas para sintomas tão comuns como “câimbras”, “aumento de peso” ou “cansaço” diferiam entre as pessoas que também procuravam o nome de um remédio.

Embora fosse provável que sintomas sérios que apareciam pouco depois do início do tratamento fossem efeitos colaterais conhecidos e informados à FDA, os pesquisadores descobriram que os dados das buscas tinham muito mais chances de revelar reações que “aparecem muito depois do começo do tratamento, daí que sua associação à droga costume ser ignorada”.




Crise leva país a perder liderança em plásticas

17/07/2015 - Folha de S.Paulo


A crise econômica fez com que o país perdesse a liderança mundial em número de cirurgias plásticas. Aumento de mama (prótese de silicone) e lipoaspiração foram as que mais caíram –41 mil e 10 mil a menos, respectivamente. Os dados, inéditos, são de um relatório mundial da Isaps (Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética), que ouviu 35 mil cirurgiões plásticos de 90 países.Em 2014, quando a economia brasileira cresceu 0,1%, o pior desempenho em cinco anos, foram feitas 1,34 milhão de cirurgias –148 mil a menos em relação a 2013, ano em que o país figurou como líder.

Os EUA reassumiram a liderança, com 1,48 milhão de operações, 31 mil a mais em relação a 2013. Em número de procedimentos não cirúrgicos (botox, por exemplo), os norte-americanos seguem na frente (2,6 milhões). O Brasil aparece em terceiro lugar (715 mil), atrás do Japão (934 mil).

Para o cirurgião plástico Carlos Uebel, um dos diretores da Isaps, os brasileiros estão abrindo mão de coisas que podem esperar em razão do aperto econômico. "A cirurgia plástica é uma delas." É o caso da comerciante Cynthia Camargo, 35, que tinha planejado colocar prótese de silicone nos seios neste mês de julho, mas desistiu da ideia. "As vendas na minha loja caíram muito. Sonho com um peito novo, mas não sou louca de me endividar."

Carlos Uebel diz que vários colegas da área têm relatado diminuição no movimento de clientes. No serviço que dirige na PUC de Porto Alegre (RS), por exemplo, houve uma queda de 20% no ano. Segundo João de Moraes Prado Neto, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a retração existe, mas ainda não é possível quantificá-la. A entidade finaliza uma pesquisa sobre o mercado de plásticas no país. A saída, segundo Uebel, tem sido reduzir os preços de alguns procedimentos. Uma cirurgia de prótese de silicone que antes podia custar R$ 20 mil agora está sendo feita até por R$ 12 mil. "Mas tem um limite. Se o preço cair muito, a pessoa tem que desconfiar da qualidade", alerta Prado Neto.

No caso das cirurgias de mama, além do fator econômico, os médicos citam uma mudança de comportamento: as mulheres não querem mais saber de peitões.

"Vivemos um fluxo reverso. A partir de 2010, o desejo era por mamas bem volumosas. A tendência agora são volumes menores", explica o cirurgião Fabio Nahas, professor na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Na opinião de Uebel, essa mudança tem feito com que muitas mulheres desistam da cirurgia ou optem por prótese de silicone menos volumosas. "Se antes colocavam 350 ml, agora preferem 280 ml, 300 no máximo", conta.

LIDERANÇA

O Brasil continua na liderança das plásticas de rosto (501.053) e de corpo (419.451). Uma das técnicas que vem crescendo é o enxerto de gordura da própria pessoa.

Depois de retirada, geralmente do abdome, é purificada e usada para preenchimento de áreas como rosto, mama e glúteos.

O país é o segundo no mundo nesse tipo de cirurgia (112 mil contra 142 mil nos EUA). Em alguns casos, ela substitui próteses de silicone. "A técnica melhorou muito, veio para ficar", diz Nahas.

Prado Neto alerta, no entanto, que há reabsorção de gordura pelo organismo. No caso dos glúteos, por exemplo, chega a 30%. "Não é tão previsível como a prótese."




Brasileira Recepta fecha acordo para combater câncer

17/07/2015 - Valor Econômico


Um acordo entre a empresa de biotecnologia brasileira Recepta Biopharma e a americana Mersana Therapeutics abre portas para a criação de um remédio que combate o câncer de forma mais eficiente que os usados atualmente e responde a necessidades ainda não atendidas pelas drogas no mercado. Os cientistas brasileiros criaram um anticorpo que unido a uma toxina produzida pela empresa dos Estados Unidos ataca apenas as células com tumor, praticamente sem efeitos colaterais às células sadias.

A parceria prevê que a Recepta ofereça à Mersana os direitos mundiais do anticorpo monoclonal e que os americanos utilizem uma técnica criada por eles, chamada Fleximer, para desenvolver um imunoconjugado contra o câncer. "Eles conseguiram aperfeiçoar o ligante, que é o que une o anticorpo à toxina. Há empresas que licenciam a tecnologia para quem tem o anticorpo e outras, como a Recepta, licencia o anticorpo para quem tem a toxina", explicou o presidente da Recepta, José Fernando Perez.

É o primeiro acordo de licenciamento de propriedade intelectual de um medicamento que uma empresa de biotecnologia brasileira faz com uma companhia estrangeira. "Licenciar propriedade intelectual no Brasil é raro, em geral vendemos commodities, mas se tratando de indústria farmacêutica e um remédio para câncer é ainda mais excepcional", disse o presidente da empresa, que pode receber pagamentos à vista e também por marcos que venham a ser atingidos no desenvolvimento e na comercialização da droga num total de U$ 86 milhões.

O anticorpo foi desenvolvido em conjunto pelo Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer, uma entidade sem fins lucrativos parceira da Recepta. Parte da pesquisa que começou em 2007 foi financiada pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que detém cerca de 16% do capital da Recepta, empresa fundada em 2006. O remédio ainda irá passar por testes clínicos, última fase antes da comercialização efetiva do medicamento. A empresa brasileira terá a exclusividade na venda do medicamento no Brasil, pagando royalties para Mersana.

O BNDES realizou dois aportes na Recepta, desde 2012, uma aposta dentro da estratégia do banco de incentivar a pesquisa em biotecnologia. O planejamento foi dividido em dois pilares: o primeiro, investir em empresas maiores que pudessem explorar fórmulas cujas patentes estivessem quebradas? a outra era incentivar companhias menores, mas com claro foco em inovação. "A Recepta representa a materialização do que a gente desejaria para uma empresa de tecnologia", disse o chefe do departamento da área farmacêutica do BNDES, Pedro Palmeira.

A BNDESPar tem participações diretas em duas empresas de saúde com foco em medicamentos biológicos. Além da Recepta, o banco ainda é parceiro da Biomm, indústria de medicamentos com foco na produção de insulina via biotecnologia. Em conjunto, foram investidos cerca de R$ 50 milhões nos planos de negócios.

"O avanço do conhecimento de biotecnologia, de multiplicação de organismos vivos para produção de medicamentos pode transbordar para outras áreas, para química industrial, para química verde. Enfim, tem um grau de multiplicação do conhecimento muito grande", afirmou Palmeira.

A Recepta obteve também apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para o desenvolvimento do anticorpo.

Para Gabriel Biscaia, gerente da BNDESPar, o acordo "representa a consolidação do modelo de negócio em pesquisa e desenvolvimento, a indústria precisa de casos de sucesso". Outro remédio contra o câncer já está na fase de testes clínicos. Mais três devem entrar na fase final de avaliação já no próximo ano.




Alta do dólar prejudica importação do setor farmacêutico

16/07/2015 - Conselho Federal de Farmácia


As importações do setor farmacêutico sofreram uma queda de 11,1% no primeiro semestre deste ano, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Essa redução confirma a tendência sugerida em 2014, quando as importações diminuíram 2,7% após dois anos de crescimento.

“A alta do dólar afeta todas as importações, inclusive as de medicamentos. Isso é reflexo do momento que o país enfrenta na economia, em que outros setores também estão encontrando o mercado interno menor”, afirma Antônio Britto, presidente-executivo da Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa).

A queda apontada pela Interfarma tem como base os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Com a redução nas importações de medicamentos, o efeito aparente é benéfico; o déficit da balança comercial acabou diminuindo 9,6%. Mas isso não representa algo positivo para o mercado farmacêutico. “Nessas condições, a diminuição do déficit não é sustentável. Se amanhã o país voltar a crescer, o desequilíbrio da balança volta a se acentuar”, afirma Britto.

Além disso, o custo Brasil também pesa no preço final dos produtos farmacêuticos e deixa a indústria menos competitiva no mercado internacional. Esse custo é gerado, principalmente, pelo excesso de burocracia e por processos que não existem em outros países.

Sobre a Interfarma

Fundada em 1990, a Interfarma possui atualmente 55 empresas associadas. Hoje, esses laboratórios são responsáveis pela venda, no canal farmácia, de 80% dos medicamentos de referência do mercado e também por 33% dos genéricos produzidos por empresas que passaram a ser controladas pelos laboratórios associados. Além disso, as empresas associadas respondem por 46% da produção dos medicamentos isentos de prescrição (MIPs) do mercado brasileiro e por 52% dos medicamentos tarjados (50% do total do mercado de varejo).




Alemã Merck investe R$ 42 milhões em expansão no Rio

16/07/2015 - Valor Econômico


A despeito do menor crescimento esperado para as vendas de medicamentos em 2015, laboratórios instalados no Brasil estão aumentando o ritmo de investimentos em ampliação de capacidade. No Rio de Janeiro, a alemã Merck está investindo R$ 42 milhões para expandir a produção na fábrica de Jacarepaguá, juntando-se ao grupo de farmacêuticas que se prepara para atender à demanda crescente no mercado brasileiro, que já é o sexto no ranking global. Conforme a Merck, a área de produção em Jacarepaguá será ampliada em mais de 30%, dos atuais 4,9 mil metros quadrados para 6,5 mil metros quadrados. Até 2018, a companhia pretende alcançar capacidade produtiva de 3,3 bilhões de comprimidos por ano no país, o equivalente a expansão de 80%, para atender à demanda tanto no Brasil quanto nos demais países da América Latina.

Já as exportações devem saltar 30%, com atendimento aos mercados do Equador, Peru e Bolívia numa primeira fase. Num segundo momento, a Merck Brasil, que hoje exporta para o Chile, México e Venezuela, pretende embarcar seus produtos para a Argentina, a Colômbia e a América Central.

Com o investimento na unidade fabril do Rio, a farmacêutica deve ampliar em até 10% o quadro de funcionários no país. Em 2013, a Merck inaugurou o novo centro de distribuição no Rio, com investimentos de R$ 21 milhões e ampliação de 60% da capacidade total de armazenagem. Com seis áreas de negócios - Merck Serono, consumer health, Allergopharma, biossimilares, Merck Millipore e materiais de performance -, a companhia registrou vendas globais de € 11,3 bilhões no ano passado.

De janeiro a maio, segundo levantamento do Grupo FarmaBrasil (GFB), que reúne nove laboratórios de capital nacional, os aportes em pesquisa, desenvolvimento e expansão dessas farmacêuticas subiram 52% em relação ao que foi desembolsado no mesmo período de 2014, alcançando R$ 538,8 milhões. Somente no primeiro trimestre, os aportes somaram R$ 472,7 milhões e a tendência, segundo a indústria, é a de que esse ritmo se mantenha, o que levaria o total de desembolsos para quase R$ 1,9 bilhão em 2015.

A principal justificativa para a maior aposta é o tamanho do mercado local: R$ 125,1 bilhões no ano passado, segundo estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), considerando-se os três canais de venda.




Casos de dengue diminuem em 33%

17/07/2015 - DCI


No mês de junho, a Divisão Epidemiológica da Secretaria da Saúde confirmou 312 casos de pacientes com dengue em Ribeirão Preto. O número é 33% inferior ao mês de maio quando foram confirmados 941 casos da doença. Os dados constam do Boletim Epidemiológico divulgado esta semana, indicando que de janeiro a junho foram registrados 3061 casos.

“Os números mostram tendência de queda na transmissão como já havíamos previsto, até porque agora há uma mudança de temperatura, que baixou”, explica a médica Ana Alice Castro e Silva, chefe da Divisão.

“Existem 36 casos sem confirmação de distrito. Apesar dos números em queda não podemos nos descuidar com as larvas do mosquito aedes aegypti, transmissor da dengue e da febre chikungun y a”, acrescenta Ana Alice. “A limpeza nos quintais das residências deve ser freq u e n t e”, alertou ela.

A dengue também provocou duas mortes este ano.

Uma no mês de janeiro, de uma senhora de 60 anos, portadora de doença crônica, mas cujo diagnóstico só foi concluído em maio. Outra no mês de junho, de uma paciente de 28 anos, que foi atendida na rede municipal no dia 19 e faleceu no dia 22.

Chikungunya e SRAG Desde janeiro deste ano, a Divisão de Vigilância Epidemiológica investigou quatro casos suspeitos de febre chikungunya, mas nenhum deles foi confirmado.

Quanto à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) foram notificados nove casos no mês de junho, sendo sete da variante H3N2 e dois da Flu B. Um paciente faleceu no mês de maio, com a variante da H3N2.




Em crise, RS corta R$ 500 milhões no orçamento de Saúde e afeta hospitais

16/07/2015 - Folha de S.Paulo / Site


Kaio de Souza Marques, 8, só conseguiu um leito na UTI depois que seu pai, Marco Antônio Marques, 34, se acorrentou em frente ao único hospital da cidade de Alvorada, na região metropolitana de Porto Alegre (RS). O menino, que tem paralisia, sofreu uma crise respiratória. Ficou 18 dias em uma sala de emergência, onde piorou, emagrecendo 10 quilos.

A direção do hospital confirma que não havia leito disponível, mas diz que prestou o atendimento necessário. Agora, o menino está no Hospital Universitário, em Canoas, cidade próxima.

Os dois hospitais estão entre as centenas de estabelecimentos afetados pelos cortes no orçamento da saúde durante a gestão do governador José Ivo Sartori (PMDB).

Com a crise enfrentada pelo Estado, foram cortados do setor R$ 500 milhões –o equivalente a 16% das despesas previstas para o ano.

Obrigado por ordens da Justiça a não atrasar o pagamento dos servidores públicos, o governo vem priorizando os salários e atrasando repasses para diversas áreas.

Na saúde, R$ 300 milhões deixaram de ir a hospitais filantrópicos e Santas Casas, que representam 80% dos hospitais gaúchos.

Como alternativa, o governo quer que as entidades busquem um empréstimo de R$ 450 milhões no Banrisul, o banco do Estado.A Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do Estado estima que, com os cortes, serão realizados 2 milhões de exames a menos até o fim do ano nos 245 hospitais ligados à entidade.

Além de reduzir atendimentos, os hospitais estão demitindo e até fechando, como ocorreu com o Nossa Senhora do Livramento, no município de Guaíba, e com o Hospital Passo do Sobrado, na cidade de mesmo nome.

Prefeitos foram à Justiça para exigir os repasses. Uma ação coletiva dos municípios foi negada, mas as prefeituras de Porto Alegre e de Canoas conseguiram decisões que obrigam os pagamentos.

"A saída que o governo propôs para compensar o que deve foi nos endividarmos mais. A saúde não poderia ter tido cortes", diz Francisco Ferrer, presidente da Federação das Santas Casas.

O Sindicato dos Médicos afirma que é a "pior crise" da saúde na história do Estado. "Chegou a um ponto insustentável, com risco de morte de pacientes", diz o presidente do sindicato, Paulo Argollo Mendes.

OUTRO LADO

A Secretaria da Saúde informou que pagará ainda nesta semana R$ 148,4 milhões referentes a junho a hospitais filantrópicos, públicos e Santas Casas que prestam serviços ao SUS.

A pasta não deu mais esclarecimentos e o secretário João Gabbardo dos Reis não atendeu ao pedido de entrevista. A Secretaria da Fazenda, que coordena os cortes, também não respondeu.

Desde o início do ano, o governador e os secretários afirmam que assumiram o Estado com um deficit de R$ 5,4 bilhões para 2015 e que foram obrigados a reduzir despesas.

O secretário da Fazenda da gestão anterior, de Tarso Genro (PT), Odir Tonollier, afirma que há exagero e que a cifra de R$ 5,4 bilhões é um "número político".




Governo quer discutir novo financiamento para a saúde no segundo semestre

15/07/2015 - Folha de S.Paulo / Site


O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou nesta quarta-feira (15) que o governo pautará no Congresso uma discussão sobre um novo modelo de financiamento para a saúde no país. O petista garantiu, no entanto, que não se tratará de reintroduzir a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) e nem de criar um novo imposto.

"Quero reintroduzir, no segundo semestre, o financiamento da saúde. Não será pela CPMF. É outro modelo. Acho que temos que abrir o debate aqui do refinanciamento da saúde", afirmou em conversa com jornalistas pela manhã. O petista não quis dar detalhes sobre a proposta.

O retorno da CPMF, usada para financiar o setor da saúde e extinta em 2007, foi descartado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em junho, após o tema ter sido defendido pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro. Segundo Levy, não há chances de que o imposto volte a ser cobrado.

No encontro com os jornalistas, Guimarães fez um balanço do primeiro semestre e apontou as perspectivas para os próximos meses. Após o recesso do Legislativo, o governo terá como foco a votação da reforma do ICMS e de alterações no PIS/Confins. Ele disse ainda que o governo encampará a discussão contra mudanças no modelo de partilha do pré-sal. "Do ponto de vista do governo, [o foco] será construir uma agenda de crescimento no Congresso. Isso mobiliza o país", disse.

A reforma do ICMS é uma das estratégias do governo para aumentar a arrecadação para a União. No entanto, ela já enfrenta dificuldades no Congresso.

Nesta terça-feira (14), o governo enfrentou dificuldades tanto nas negociações para votar o projeto que regulariza dinheiro de brasileiros no exterior como o que muda a desoneração da folha de pagamento das empresas. A expectativa da equipe de Levy era concluir a votação do projeto que reduz a desoneração e votar o da regularização de dinheiro no exterior nesta semana por causa do recesso do Legislativo.

Agora, esse prazo é visto como impraticável, o que coloca em risco a geração de até R$ 27 bilhões —R$ 25 bilhões com a tributação de dinheiro de brasileiros lá fora e R$ 2 bilhões com redução dos benefícios da desoneração— ainda neste ano.

Em relação ao pré-sal, tramita no Senado um projeto de lei do senador José Serra (PSDB-SP) que revê a obrigatoriedade da Petrobras de operar todo os poços de petróleo licitados na área do pré-sal. A votação da proposta deve ficar para o segundo semestre.

VITÓRIAS

Apesar de o governo ter enfrentado grandes dificuldades no Congresso ao longo do primeiro semestre, principalmente com mudanças expressivas nas propostas do ajuste fiscal, Guimarães avaliou que o resultado dos seis primeiros meses foi positivo. "O diálogo conjunto com a base e com a oposição nos permitiu reconstruir um espaço de negociação. O mais importante foi feito, que foi aprovar o ajuste fiscal", disse.




MP investiga fraudes em hospital e naMedicina deMarília

16/07/2015 - O Estado de S.Paulo


Diretores, médicos e altos funcionários da Faculdade de Medicina de Marília (Famema) e do Hospital das Clínicas são investigados por fraudes, desvios de recursos e superfaturamento de serviços e materiais médicos pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A apuração é conduzida pelo Ministério Público Federal (MPF), pelo Ministério Público Estadual (MPE) e pela Polícia Federal(PF).Aprecariedade de atendimento também está sob investigação.

“Temos casos de médicos que receberam quantias bem acima do serviço praticado, como a realização de plantões em 365 dias por ano, algo humanamente impossível”, disse o procurador da República Jefferson Aparecido Dias. Segundo ele, o MPF encontrou casos de diretores da Fundação de Apoio à Faculdade de Medicina de Marília (Famar) – responsável pela gestão da faculdade e do hospital–que mantinham consultórios particulares dentro do HC. O hospital-escola e a faculdade são autarquias estaduais, e o atendimento é totalmente voltado ao SUS.

O procurador apurou também que diretores da fundação contratavam seus próprios laboratórios para realizar os exames pelo SUS. “Há indícios de direcionamento de licitação”, afirmou Dias.

Documentos e computadores apreendidos na sexta-feira passada pela PF na fundação, hospital, faculdade, casas de suspeitos e em empresas particulares de serviços médicos estão sob análise da polícia e do MPF. “Vamos precisar ainda de mais dez dias apenas para separar e dar encaminhamento a esse material para depois ouvir os envolvidos”, disse.

Alerta. Denúncias dos alunos de Medicina levaram à apuração da falta de materiais básicos, como álcool, algodão e gaze, que paralisaram serviços e até pesquisas. O HC atende 1,2 milhão de habitantes de 60 cidades.Desdeabril,asituaçãoéprecária.

No final de junho, a Famar anunciou o corte de 50% dos serviços prestados pelo HC,como cirurgias eletivas e redução de leitos.Nasegunda-feira, os funcionários entraram em greve por 20% de aumento.

O promotor de Justiça Isauro Bogossi Filho, que apura a precariedade no atendimento, recebeu ofício do prefeito Vinicius Camarinha (PSB) avisando que o hospital paralisaria 50% das atividades a partir de julho.“Eles disseram que cortariam 50% dos serviços, como metade das cirurgias eletivas e 40 leitos. A situação é um caos”, afirmou Bogossi Filho.

A assessoria de imprensa da Famema informou que todos os responsáveis estão viajando.

Por meio de nota, afirmou que a crise atual é causada pelo cenário econômico. Alegou ainda que as licitações feitas pela fundação e pelo HC estão dentro da legalidade. Além disso, segundo a assessoria da Famema, a falta de equipamentos básicos e de medicamentos foi “pontual” e já está em ordem.




Dieta, remédio ou cirurgia

16/07/2015 - Carta Capital Online


Já estamos cansados de ouvir falar da epidemia de obesidade, no Brasil e no mundo, e de seus efeitos devastadores sobre a saúde e a qualidade de vida, mas perder peso continua sendo uma miragem para milhões de pessoas. Há mais de uma década, estudos liderados por pesquisadores suecos confirmaram que a perda de peso era associada à redução de 25% do risco de uma pessoa obesa morrer de infarto ou derrame. Desde então, várias opções foram testadas. Dietas, remédios e cirurgias foram avaliados com consistentes resultados positivos.

Os resultados da administração de mais um medicamento novo contra obesidade acabam de ser publicados na revista New England Journal of Medicine. A equipe liderada pelo doutor Xavier Pi-Sunyer avaliou mais de 3,7 mil obesos não diabéticos em vários países do mundo, incluindo o Brasil. Após orientação básica sobre estilo de vida e cuidados gerais para controlar o peso, eles foram sorteados para receber tratamento diário de injeção sob a pele – subcutânea – com placebo, ou com uma nova droga chamada liraglutide.

O estudo era duplo-cego, isto é, nem pacientes nem médicos sabiam qual das duas injeções cada indivíduo estava recebendo. Após 56 semanas, o grupo que foi sorteado para liraglutide havia perdido, em média, 8,4 quilos de peso, comparados com somente 2,8 quilos no grupo placebo. E ainda: três vezes mais pacientes do grupo liraglutide conseguiram perder mais de 10% de seu peso inicial do que no grupo que recebeu somente injeção de placebo. Mais interessante foi o número significativamente inferior de diagnóstico de novos casos de diabetes durante o estudo, oito vezes inferior nos indivíduos que receberam liraglutide. Poucos efeitos colaterais apareceram, a maioria relacionada a alterações intestinais.

Seria essa a solução da obesidade? Ainda não, sugere o doutor Elias Seraj, que comentou o artigo na própria revista. Primeiro, exige uma injeção diária, o que pode ser um inconveniente para muitas pessoas. Segundo, após o término do estudo, as pessoas que pararam de receber a injeção voltaram a ganhar peso progressivamente, o que sugere que a injeção seria necessária por longos períodos, talvez por toda a vida, à semelhança dos medicamentos para controle de colesterol ou pressão alta. Terceiro, o elevado preço da injeção. Quarto, o estudo não demonstrou o impacto a prazos mais longos do que 56 semanas sobre a saúde dos pacientes.

As dietas, por outro lado, são tão variadas quanto a culinária de São Paulo. A maioria restringe a ingesta diária de calorias, quer seja com carboidratos, quer seja com gordura. Qual seria mais interessante ou mais eficaz? A escolha da dieta seria atribuição do médico ou do obeso? Um estudo realizado nos EUArespondeu a essa pergunta. Tanto faz a dieta, e tanto faz quem decide. Se deixar a escolha à preferência do obeso, ou sorteada por computador, o resultado seria o mesmo. A perda em ambas as dietas, independentemente da forma de escolha, seria ao redor de 5 a 6 quilos, em média, após 48 semanas.

E a cirurgia bariátrica? Os resultados são mais drásticos, claramente. Os pacientes operados tendem a perder, em média, de 14 a 25 quilos após a operação.

Por qual optar? Depende muito de quanto peso quer perder, qual a sua condição de saúde para que suporte este ou aquele tratamento, principalmente a cirurgia, e qual seria a sua tolerância individual e aderência à disciplina de tratamento diário ou de dieta restritiva; e, por final, quanto pode gastar por quilo de peso potencialmente perdido. O ideal seria discutir as opções e métodos com seu médico e escolher o que mais se adapta à sua personalidade. Mas a única mensagem de todos os estudos ainda é que a de que obesidade mata, e perder peso é fundamental para reverter os riscos de doenças graves, como diabetes, hipertensão e infarto.




Imuterapia contra o câncer

16/07/2015 - Revista Viva Saúde

Quando fui convidada para representar a Viva Saúde no maior encontro de oncologistas do mundo, evento que reúne mais de 35 mil médicos, fiquei entusiasmada. Neste ano de 2015 o lema escolhido para representar a convenção dos oncologistas clínicos (ASCO) de todo o mundo foi Iluminação e inovação, transformando dados em aprendizado. Eu desejava entender mais sobre o câncer. E não só por razões profissionais, mas porque duas pessoas de minhas relações próximas têm essa doença. Um deles já apresenta uma metástase (um tumor que se forma em outra parte do corpo diverso daquele original). O outro acabou de descobrir um tumor de pâncreas. O primeiro deles é meu pai; o segundo, um amigo muito próximo.

Confesso que, diante dessas notícias, primeiro tive uma sensação de desespero. Depois, veio a raiva e a descrença. Questionei o proveito das terapias indicadas, temi o sofrimento de ambos. Em meio a essas emoções, o famoso neurologista americano, Oliver Sacks, publicou uma carta aberta no jornal The New York Times revelando que, aos 81 anos, acabara de saber que rinha várias metástases em seu fígado. Solenemente ele declarou que não se submeteria a nenhum tipo de tratamento.

Movida por todos esses acontecimentos e cheia de questionamentos na cabeça, me apresentei ao primeiro dia do evento. Pelos corredores do congresso só se falava da promissora imunoterapia. Trata-se de uma estratégia terapêutica descoberta há menos de cinco anos e que utiliza o poder do sistema imunológico para combater o câncer.

A promissora terapia

Antes de explicar como isso funciona, conto a vocês que a primeira pergunta que meu pai me fez quando recebeu a indicação da quimioterapia em seus quase 80 anos foi: mas, afinal, como isso vai me ajudar? Estamos falando de um homem letrado, mas mesmo sendo capaz de entender o que está acontecendo, ele queria uma explicação. Eu, uma editora de saúde, não sabia o que dizer. Resolvi contar-lhe a história que lhes conto agora. "Na guerra contra o câncer, você é o general. A doença é o inimigo. A 'químio' é o seu exército. E todos os dias suas tropas se levantam para combater bravamente. Entretanto, como em toda guerra, ao enviar seus soldados ao front, mesmo que eles combatam eficientemente, você perderá parte de seus homens. Esta é a sua batalha diária!" Ele se calou por um momento, e disse: "Ah, então é assim?". Mudamos de assunto.

A luz do futuro

Meu pai teve um diagnóstico de câncer há mais de dez anos. Nesse período superou complicações. Já meu amigo achou que seus sintomas eram uma crise de diverticulite aliada a uma febre que o levou ao pronto-socorro. O plantonista foi tão cuidadoso, que pediu uma tomografia. E lá estava um câncer!

Durante as sessões do ASCO, um dos palestrantes falou sobre como é comum que os diagnósticos aconteçam por acaso. O conselho dele para seus pares é lembrar os pacientes de não faltarem aos exames periódicos. Diagnósticos precoces, em muitos casos, aumentam as chances de sucesso dos tratamentos. Fiquei pensando que se meu pai e meu amigo tivessem um câncer de pele, mesmo em sua forma mais agressiva (melanoma avançado) ou um câncer de pulmão, eles poderiam se beneficiar da imunoterapia. Neste momento o custo ainda é alto, mesmo para quem vive nos Estados Unidos (U$S 9 mil a dose). Porém para esses dois pacientes essa não é uma alternativa possível.

Defesa turbinada

A boa notícia é que já existem cientistas observando a eficácia desse tipo de medicamento para ao menos 30 tipos de câncer, como cabeça, pescoço, estômago, como única terapia ou combinada com recursos tradicionais (quimioterapia, radioterapia, cirurgia etc.). E há já dois deles aprovados nos EUA, o nivolumabe e o pembrolizumabe. Este último, em breve, estará disponível no Brasil.

A ação do fármaco é combater a inibição da resposta imunológica contra o tumor, reforçando o sistema de defesa do paciente e permitindo que o organismo reconheça e ataque apenas as células cancerosas de forma mais eficiente. A resposta que se espera é que haja uma restauração de a capacidade do sistema imunológico defender-se do câncer, reduzindo o tumor e bloqueando sua evolução.

Segundo o oncologista Stephen Stefani, do Instituto de Câncer Mãe de Deus (RS), a diferença entre o tratamento tradicional e este é que o primeiro busca "matar" o câncer inter- | a ferindo no funcionamento da célula doente. 11 "A imunoterapia muda o ambiente que estava 11 confortável para a célula tumoral, de forma 1| que o tumor não cresça e se espalhe."

Mais tempo, menos toxicidade

Um estudo que envolveu vários centros de pesquisa do mundo, chamado KEYNOTE- 006, concluiu que esse tipo de terapia aumenta o tempo de vida e a resposta positiva à doença. Além disso, verificou-se a melhora na qualidade de vida. As reações adversas também se mostraram mais brandas.

Olavo Feher, oncologista do Hospital Sírio--Libanês (SP), acrescenta que essa abordagem terapêutica tem um perfil de efeitos colaterais diferente da quimioterapia. "Ela não causa a queda de cabelo, náuseas, vômitos, altas etc. As principais toxicidades são inflamações como colite ou pneumonite." Stefani concorda e completa que embora esses fár-macos não estejam livres de efeitos colaterais, "eles são manejáveis na maioria dos casos".

Tratamento revolucionário?

Diante dessas declarações, poderíamos pensar que essa estratégia mudará a forma de tratar o câncer. Mas o oncologista clínico e diretor técnico do Instituto COI de Pesquisa em Câncer (RJ), Mauro Zukin, afirma que nos últimos anos ficou claro que não há um único tratamento para todos os tumores, dados os seus distintos subtipos e respostas. "Como pesquisador, creio que as terapias se complementarão. O interessante e a beleza da imunoterapia é que usamos o 'homem' para combater um ser estranho ao organismo, como se fosse uma bactéria ou vírus, mas de uma maneira mais inteligente."

Ciência acessível

Luciana Holtz, psico-oncologista e presidente do Instituto Oncoguia, também comemora a chegada de mais uma alternativa de tratamento. "Apesar dos desafios e da imensa falta de informação, o que mais as pessoas e pacientes esperam é a chegada dos avanços científicos e que estes estejam acessíveis." "Cabe a nós pensar juntos como faremos para que esses avanços estejam disponíveis a preços justos a todos que podem deles se beneficiar", diz. Mas Zukin declara: "hoje esse tratamento não é para todos e é preciso saber qual paciente se beneficiaria dessa estratégia De todo modo, o custo seria uma barreira para o Sistema Único de Saúde (SUS)".

Seja como for, ao testemunhar o trabalho de tantos cientistas, ao ver estampado em suas faces a alegria de relatar a seus pares o sucesso de terapias capazes de beneficiar pacientes com câncer, entendi que quando o valor que está em jogo é a vida, não se deve desistir nunca. Quisera poder dizer a meu pai que seu exército, agora, foi especialmente treinado para não se deixar abater pelas células inimigas. Mas ao menos posso dizer-lhe que, aqui, deste lado da mesa de trabalho, a minha arma contra o câncer é a possibilidade de divulgar informações como estas.

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