37015
ESTABELECIMENTOS REGISTRADOS

83507
PROFISSIONAIS INSCRITOS ATIVOS

CLIPPING - 13/07/2015

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

Etiqueta dolorosa

13/07/2015 - IstoÉ


O Sistema Nacional de Controle de Medicamentos, cujas regras a Anvisa levou quatro anos para elaborar, e que entra em vigor daqui a cinco meses, passará por revisão total. O selo Criado para ser aplicado na caixa dos remédios é tão caro que em muitos casos supera o valor do produto.




Vacina oral contra cólera se mostra eficaz, diz estudo

10/07/2015 - AFP


Uma vacina oral, barata, confere uma proteção "significativa" contra a cólera grave, segundo um teste realizado nas condições de vida comum em Bangladesh, onde a doença mata milhares de pessoas anualmente. O estudo, publicado nesta quinta-feira na revista médica The Lancet, que entrevistou cerca de 270 mil crianças e adultos nas favelas de Mirpur em Dacca com alto risco de cólera, é o primeiro a demonstrar a eficácia da vacina em áreas endêmicas, de acordo com os autores.

A cólera é uma infecção diarreica aguda causada pela ingestão de alimentos ou água contaminadas pela bactéria Vibrio cholerae e os hospedeiros do bacilo. Ele é facilmente disseminado em áreas sem infra-estrutura básica - água potável, vasos sanitários, saneamento - como favelas ou campos de refugiados, muitas vezes superlotados.

Segundo a OMS, a cada ano são registrados entre 3 e 5 milhões de casos de cólera, matando cerca de 120.000 pessoas em todo o mundo.

Para o estudo, 94.675 pessoas receberam a vacina. Além da vacina, um outro grupo de número quase equivalente (92.539) foi incluindo num programa de "mudança de comportamentos", incluindo a lavagem das mãos e o uso de água potável. Um outro grupo (80.000) não recebeu nada.

A vacina oral Shanchol foi administrada em duas doses, com 14 dias de intervalo, pelos serviços de saúde pública.

Apesar de uma população bastante variável, 65% das pessoas do grupo vacinado receberam as duas doses e 66% do grupo atingido também pelo programa de mudança de comportamentos.

Em comparação aos não vacinados, a incidência global de desidratação grave foi reduzida em 37% no grupo que recebeu a vacina isoladamente e de 45% quando a vacina foi acompanhada pela campanha para a mudança como uma precaução. A vacina foi bem tolerada, sem efeitos indesejados graves, segundo os autores.

"Nossos resultados mostram que o programa de vacinação oral de rotina contra a cólera nos países onde a doença é endêmica poderia reduzir consideravelmente o peso da doença e contribuir enormemente nos esforços da luta contra a cólera", comentou a principal autora da pesquisa, Firdausi Qadri, do Centro Internacional de Pesquisa sobre Doenças Diarreicas de Bangladesh, em Dacca.

Qadri lembra, contudo, que a água potável e o saneamento básico - escassos para metade da população dos países em desenvolvimento (cerca de 2,5 bilhões de pessoas) - são, no fim das contas, o principal fator na luta contra a cólera.

A especialista ressalta também que a Shanchol não "custa caro", com o preço de duas doses a 3,7 dólares - cerca de um terço do preço da outra vacina oral comercializada, a Dukoral.




Estudo recruta pacientes para novos testes

13/07/2015 - Folha de S.Paulo


Os pesquisadores que testaram o uso de corrente elétrica contínua para tratar depressão pós-AVC (leia texto ao lado) estão agora recrutando pessoas para novas pesquisa para tratar depressão e esquizofrenia. Para a primeira, os voluntários devem estar em um episódio depressivo (mesmo sem ter sofrido AVC) para poder participar dos testes, que vão comparar diretamente a estimulação elétrica com antidepressivos. A ideia é comparar a eficácia das duas abordagens terapêuticas e saber, entre outras coisas, quando uma é melhor que a outra.

Na outra pesquisa, pessoas que tenham esquizofrenia podem participar de um protocolo que vai comparar a estimulação elétrica com placebo para o alívio de sintomas que não apresentam melhora.

Para participar ou pedir mais informações, os candidatos devem entrar em contato com os pesquisadores pelos emails: pesquisa.depressao@gmail.com ou pesquisa.esquizofrenia@gmail.com.




Negócio saudável

13/07/2015 - Folha de S.Paulo


Start-ups de saúde nos EUA levantaram um recorde de US$ 3,9 bilhões (R$ 12,6 bilhões) em capital de risco no primeiro trimestre de 2015.

Embora não existam dados semelhantes para o Brasil, incubadoras e aceleradoras apostam no setor como um dos que apresentam maior potencial de crescimento.

Só no segmento de saúde via dispositivos móveis (como celulares), a estimativa é que o mercado acrescente US$ 4,6 bilhões (R$ 14,8 bilhões) ao PIB até 2017, segundo a consultoria PwC.

Para Frederico Lacerda, co-fundador da aceleradora 21212, existe uma demanda por soluções melhores no mercado de saúde, marcado pela baixa qualidade nos serviços e pelo atraso em termos de adoção de tecnologia.

A estratégia da start-up Mobilità é a melhoria do SUS. A empresa desenvolveu uma plataforma on-line que integra as informações do Programa Saúde da Família, como vacinas, exames e visitas de agentes comunitários.

Segundo Guilherme Carvalho, 46, co-fundador da empresa, 12 prefeituras já implementaram ou estão em fase de contratação do sistema. O custo é de R$ 80 por agente comunitário.

Gilberto Ulbrig, da organização de fomento a negócios de impacto Artemisia, também aponta a saúde digital, além da qualificação do SUS, como áreas prósperas para negócios (veja mais acima).

Outro segmento promissor é o de apps. "Hoje você consegue pedir um táxi pelo celular, comprar ingresso de cinema, mas não agendar uma consulta", diz Lacerda.

A PebMed, start-up acelerada pela 21212, foi criada em 2012 por Bruno Lagoeiro, 28, e dois amigos, à época estudantes de medicina, com a proposta de oferecer aplicativos para médicos. O principal é o guia de prescrições Whitebook. Em 2014, a empresa faturou R$ 500 mil.

Médicos empreendedores, contudo, ainda são raros. "O meio é muito conservador, parece que antes era feio você querer ter um negócio", diz o radiologista Bruno Rocha, 29, um dos fundadores da 3DUX, start-up que faz impressão 3D de moldes para planejamento cirúrgico.

Para fomentar o empreendedorismo no setor, o farmacêutico Ricardo Di Lazzaro Filho, da start-up de exames de DNA Genera, planeja lançar até o fim deste ano uma aceleradora focada em saúde.

"Nós queremos oferecer uma consultoria de legislação, marketing e estratégia. Existem pesquisadores excepcionais na universidade que podem gerar produtos excepcionais, mas falta um direcionamento de negócio."




Casais doam embriões congelados a outras famílias

11/07/2015 - Folha de S.Paulo


Após anos de infertilidade, Angel e Jeff Watts encontraram uma doadora de óvulos para ajudá-los a ter um bebê. Eles fertilizaram os óvulos com o sêmen de Watts e conseguiram dez embriões bons. Quatro foram transferidos para o útero de Angel, resultando em dois casais de gêmeos -Alexander e Shelby, hoje com quatro anos, e Angelina e Charles, com menos de dois.

Porém, restaram seis embriões congelados. Aconselhada por médicos, Angel Watts, 45, decidiu não ter mais filhos. Então, em dezembro, ela entrou no Facebook para tentar encontrar uma família próxima, no Tennessee (sudeste dos EUA), que os quisesse.

"Temos seis embriões congelados de boa qualidade com seis dias para doar a casais que queiram uma grande família", publicou. "Preferimos pessoas casadas há vários anos em um relacionamento estável e amoroso, com tradição cristã, e que ainda não tenham filhos, mas queiram um barco cheio."

Em centros de armazenamento em todos os EUA, existem cerca de um milhão de embriões preservados em tanques de nitrogênio líquido. Alguns estão armazenados para pacientes com câncer que tentam manter a possibilidade de ter uma família depois que a quimioterapia destruir sua fertilidade. No entanto, a maioria deles é a sobra da florescente indústria da reprodução assistida.

Por isso, cada vez mais famílias, clínicas e tribunais enfrentam opções difíceis sobre o que fazer com eles -decisões que envolvem profundas questões sobre o início da vida, a definição de família e os avanços tecnológicos que abriram novas possibilidades reprodutivas.

Desde o nascimento do primeiro bebê "de proveta" americano, em 1981, a fertilização in vitro, ao custo de US$ 12 mil ou mais por ciclo, cresceu até representar mais de 1,5% dos nascimentos americanos. Os casais geralmente ficam felizes em ter embriões a mais, que servem de garantia caso não engravidem depois das primeiras tentativas.

"Mas se eu perguntar o que eles farão com eles, muitos dão uma resposta de Scarlett O'Hara: 'Vou pensar nisso amanhã'", disse Mark Sauer, do Centro para Tratamento Reprodutivo de Mulheres na Universidade Columbia, em Nova York. "Os casais nem sempre concordam sobre a situação legal e moral do embrião, sobre onde começa a vida e como a religião interfere. Muitos deles acabam chutando o balde no caminho."

Muitos embriões ficam armazenados indefinidamente, a um custo de US$ 300 a US$ 1.200 por ano. Alguns clientes param de pagar as taxas e deixam que a clínica decida o que fazer.

No entanto, a maioria das pessoas lida com as seguintes opções: usar os embriões para ter mais filhos; descongelar e jogá-los fora; doar para pesquisa; ou, como os Watts, doá-los a outra família.

"No início, as pessoas podem pensar que os doarão para pesquisa ou para alguém que precise", disse Sauer. "Porém, depois que têm o bebê, elas mudam de ideia, achando estranho ter outro filho por aí, igual ao seu."

Alguns casos acabaram no tribunal. No entanto, até agora, houve pouca consistência nas decisões judiciais sobre o destino de embriões.

Em Illinois, os tribunais disseram que soluções para divergências devem ser previstas em contrato. No entanto, juízes de Massachusetts disseram que tais contratos não são aplicáveis. Ainda assim, a maioria dos tribunais apoiou as partes que não querem que os embriões sejam usados.

Também há a dimensão religiosa. A fertilização in vitro e o congelamento de embriões são malvistos pela Igreja Católica. A maioria dos evangélicos aceita esse procedimento, mas acredita que os embriões congelados têm direito a vidas plenas.

O governo é de pouca ajuda.

Enquanto alguns países têm regras rígidas sobre a reprodução assistida, limitando quantos embriões podem ser congelados ou quantos podem ser transferidos de cada vez, o campo permanece de modo geral desregulamentado nos EUA. Apesar disso, a demanda continua crescendo.

Para atendê-la, a clínica de fertilização in vitro de Ernest Zeringue em Davis, na Califórnia, tem um programa, chamado California Conceptions, que vai além da doação de embriões. O local cria embriões para a venda.

A clínica compra óvulos e sêmen de doadores cujos perfis têm ampla aceitação -altos, magros, instruídos- e os combina para fazer embriões que são vendidos para três ou quatro famílias.

Os doadores e os potenciais pais sabem que os embriões serão usados por várias famílias.

Alguns médicos e advogados questionam se é ético uma empresa criar embriões que serão sua propriedade até que sejam implantados em uma paciente.

Outros ficaram perturbados pelo toque de eugenia no fato de a companhia procurar os óvulos e o sêmen que sejam mais comercializáveis.

Apesar disso, cresce o número de casais que deseja simplesmente doar seus embriões excedentes a outra família.

Embriões doados foram usados em 1.084 transferências em 2013, contra 596 em 2009.

"Está ficando mais comum as pessoas buscarem clínicas de fertilidade para ver se há embriões disponíveis para doação", disse Elizabeth Falker, advogada de Nova York. "Eu gosto disso. Dá a oportunidade de alguém ter uma família e usa embriões que de outro modo ficariam congelados para sempre."

Duas semanas depois de Watts postar o aviso no Facebook, ela encontrou Rayn e Richard Galloway. "Nós conversamos pelo Skype e trocamos centenas de mensagens. Quando eles ligaram para dizer que queriam ir em frente, fiquei tão aliviada que chorei", disse Watts.

Como os Watts, os Galloway tinham feito anos de tratamento contra infertilidade. Em 12 de maio, foram a Knoxville para ter três embriões transferidos para o útero de Rayn Galloway. Só dois tiveram sucesso no descongelamento, mas, finalmente, os Galloway teriam uma família.




Ciência forense 2.0

11/07/2015 - Folha de S.Paulo


Seu cocô mostra quem você é, descobriu um grupo de pesquisadores de Harvard.

Os cientistas apostam que isso pode ter uma importante aplicação forense, na identificação de indivíduos, somando-se a outras técnicas agora emergentes.

A pesquisa americana mostrou que um estudo da microbiota intestinal presente nas fezes permite identificar o indivíduo em 83% dos casos. A pesquisa saiu na revista científica "Pnas".

Não é perfeito, claro --para identificar sem chance alguma de erro uma pessoa específica no mundo, é preciso ter nada menos do que 99,99999999% de precisão.

A questão é que, como nenhuma técnica atinge tal nível de sofisticação, a medicina forense caminha mais e mais para a sobreposição de metodologias.

Se, em vez da microbiota, a análise for de DNA, atualmente qualquer gota de suor, perdigoto de saliva e até mesmo esbarrão em algum objeto podem deixar para trás material suficiente para identificar alguém. Até pouco tempo, a análise das impressões digitais deixadas era o suprassumo da identificação. Quando as impressões são intencionais, como nas cédulas de RG, é fácil matar a charada. Entretanto, quando deixadas de forma não intencional, as imagens formadas são parciais e fracas, dificultando uma identificação perfeita.

Outra técnica tradicional, é o exame da arcada dentária, mas ele obviamente não se aplica a todos os crimes.

VOCÊ É O QUE VOCÊ COME

As bactérias presentes no intestino podem indicar ainda o tipo de dieta (rica em fibras, vegana ou deficiente em vitaminas, por exemplo), estado geral de saúde, a idade e até mesmo em que lugar do planeta a pessoa reside, conforme os tipos e bactérias característicos de cada pessoa.

A análise do microbioma humano (bactérias e outros micro-organismos presentes no nosso corpo) já permeia diversas áreas da medicina. Doenças como diabetes, hipertensão e obesidade podem ser parcialmente explicadas pelas bactérias que carregamos em nossos intestinos.

Segundo o perito da Polícia Federal, Jorge Freitas, a ciência de identificação evoluiu muito nos últimos 20 anos, mas ainda levará algum tempo para que ela incorpore a análise do microbioma.

Para ele, a técnica provavelmente servirá inicialmente como critério de eliminação --ou seja, para apontar quem não é o criminoso, em vez de quem é--, como acontecia nos primórdios da identificação pelo sistema ABO de tipo sanguíneo.

CÂMERAS

Outras técnicas que têm avançado e já auxiliam a resolver crimes se relacionam com a computação.

Com tantas câmeras espalhadas pela cidade, por exemplo, reconstruir em código digital um retrato de um suspeito não é difícil --e esse recurso já tem sido bastante utilizado para se identificar (ou excluir) suspeitos.

Funciona assim: o rosto na imagem é subdividido em pequenos pedaços que ganham uma codificação binária (0 ou 1). Esse código permite a comparação computacional com bancos de imagens de criminosos --se a chance de ser a mesma pessoa na foto for alta, o sistema avisa.

Até o ritmo em que uma pessoa digita em um computador pode ser usado para identificá-la. Num mundo hiperconectado, não faltam recursos para que as pessoas se sintam tão seguras quanto vigiadas.




Sexo oral duplica casos de câncer na boca

13/07/2015 - IstoÉ


Maria Paula Curado é uma das mais conceituadas pesquisadoras do País e trabalha como epidemiologista em São Paulo no A.C.Camargo Câncer Center. Ela apresenta dados chocantes no campo da saúde, no Congresso Mundial da Academia Internacional de Câncer Oral. Os casos desse tipo de enfermidade duplicaram em todo o mundo entre 2001 e 2010, e a faixa etária mais atingida está entre os 30 e 44 anos. Motivo: sexo oral desprotegido, expondo as pessoas ao HPV, o vírus que pode levar ao câncer. A cada 100 mil homens, registram dez notificações de câncer oral por HPV; a cada 100 mil mulheres, são cinco os casos.




Café contra a depressão

11/07/2015 - O Globo


O cafezinho, quem diria, pode ser benéfico na prevenção e no combate à depressão. É o que mostra um estudo realizado na Universidade de Coimbra, em Portugal, e apresentado ontem durante o 9º Congresso Mundial de Neurociência da Organização Internacional de Pesquisa do Cérebro (IBRO, na sigla em inglês), no Rio de Janeiro. Nele, pesquisadores conseguiram identificar em camundongos que a cafeína é capaz de inibir os receptores que provocam os sintomas daquela que é tida como uma das doenças com maiores custos socioeconômicos do mundo ocidental.

No estudo, dois grupos de ratos foram submetidos a sucessivas situações extremas de estresse, como privação de água e exposição a baixas temperaturas, durante três semanas — mas só um dos grupos recebeu doses diárias de cafeína. Ao final do período, os cientistas observaram que, enquanto o grupo que não consumiu a substância passou a apresentar alterações de comportamento como imobilidade, ansiedade, perda de prazer e sociabilidade, e deterioração de memória — todos sintomas típicos de depressão —, os animais que receberam café foram menos impactados por esses efeitos.

— Nosso passo seguinte foi tentar identificar como a cafeína atuava no nível molecular para inibir os efeitos da depressão. Suspeitávamos que os receptores A2A para adenosina, que funcionam como uma espécie de sinal de estresse para o organismo, tivessem um papel importante para a doença, e foi isso que confirmamos — afirma Rodrigo Cunha, neurocientista da Universidade de Coimbra, e líder do estudo.

Publicada no periódico científico americano “Proceedings of the National Academy of Sciences” no mês passado, a pesquisa contou também com a participação de quatro pesquisadoras brasileiras: Manuella Kaster e Ana Lúcia Rodrigues, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), além de Ana Paula Ardais e Lisiane O. Porciúncula, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Depois de observar que os ratos com sinais de depressão passaram a apresentar maior atividade dos A2A para a adenosina, os pesquisadores aplicaram nos animais a istradefilina, um fármaco da família da cafeína que inibe a atuação desses receptores. Os camundongos passaram então a apresentar melhorias comportamentais significativas em apenas três semanas.

— Trabalhos anteriores já mostravam que a cafeína possui um papel na recuperação da memória e na locomoção de pacientes de Parkinson e Alzheimer, mas nosso trabalho foi o primeiro a mostrar como essa substância também pode ser importante para modificações de humor — explica Cunha.

DUAS A TRÊS DOSES DIÁRIAS BASTAM

A expectativa do pesquisador agora é realizar um estudo semelhante em humanos:

— Nossa esperança é confirmar esse efeito para desenvolver novos tratamentos para a depressão. Só na Europa a doença tem um custo socioeconômico estimado em € 300 bilhões por ano.

Mas, para aqueles que desejam aderir ao cafezinho com a intenção de combater a perda de memória ou se animar mais, Cunha faz algumas ressalvas:

— Em geral, duas a três xícaras de expresso de 12 ml por dia, com cerca de 75mg cafeína cada uma, já provocam benefícios. Mas isso varia de pessoa para pessoa. Agora, o consumo de café não é recomendado para aqueles com gastrite e mulheres grávidas.




Ameaça à conquista do SUS

11/07/2015 - Folha de S.Paulo / Site


Do conturbado ambiente de Brasília emerge ameaça a benefícios que representam avanços recentes na ampliação do direito à saúde.

Os mesmos interesses que em 2007 provocaram a perda de sessenta e cinco bilhões de reais anuais (em valores de hoje) e que teriam por destino a saúde pública, já então fragilizada por escasso financiamento, articulam-se agora para inviabilizar o Programa Mais Médicos para o Brasil.

O Mais Médicos originou-se de um amplo movimento em que a população exigia médicos nas Unidades de Saúde de todo o Brasil, sendo extrema a carência em muitas cidades e regiões. Setecentas cidades não dispunham de um único medico. Impulsionados pela sociedade, prefeitos reunidos em 2011 no Encontro Anual de Brasília, apresentaram documento à presidente da República e ao ministro da Saúde, em que reproduziam a pergunta que por todos os lados se fazia: "Onde estão os médicos do Brasil?".

A insuficiência de médicos é questão complexa, decorre de múltiplos fatores. Tem raízes históricas e culturais, passa pelo imaginário coletivo sobre o desempenho do médico em nossa sociedade e pela formação desses profissionais, entre outras dimensões.

O Programa Mais Médicos foi a resposta às expectativas de presença de profissionais em todas as Unidades de Saúde do país, e também para estratégia de indução de mudanças de longo prazo com caráter estrutural. O objetivo é dimensionar, do ponto de vista social e cultural, a inserção e a atuação do médico na política de saúde do Brasil.

A primeira etapa do Programa (2012) destinou-se ao recrutamento de interessados em atuar na Atenção Básica de todo o Brasil. A meta foi obter resultados imediatos, para assegurar a presença de médicos nos locais em que havia maior carência. As ofertas foram dirigidas inicialmente a médicos brasileiros formados no Brasil ou no exterior e a estrangeiros em atividade no país.

Para as vagas remanescentes foram convidados estrangeiros que não atuavam no Brasil. Por último, os postos de trabalho restantes foram preenchidos por convênio estabelecido entre o governo brasileiro e a Organização Panamericana de Saúde (Opas) para contratação de médicos provenientes de Cuba, país que investe fortemente na formação desses profissionais e que tem programas de colaboração com o mundo todo. Essa etapa foi um sucesso. Quatorze mil médicos (dois mil e duzentos só no estado de São Paulo) foram designados para quatro mil municípios brasileiros. Cinquenta milhões de pessoas foram beneficiadas diretamente. Aderiram ao Programa prefeitos filiados a todos os partidos políticos em atividade no Brasil.

A abertura de inscrições em 2015 recebeu extraordinária adesão de médicos brasileiros, que assumiram 92% das vagas de expansão do Programa. Prevê-se ampliação da cobertura para sessenta e três milhões de brasileiros. Ao componente assistencial, de resultados imediatos, já mensuráveis, e de médio e longo prazo, com a subsequente expansão e redistribuição de profissionais por milhares de municípios, alia-se outro, relacionado à formação, que rompe com anacrônicos conceitos e direciona as ações de ensino para objetivos alinhados com as prioridades da saúde pública.

Destaque-se, também, a natureza ajustável do programa, como a recente incorporação do Programa de Valorização do profissional de Atenção Básica (Provab) e enorme adesão de médicos brasileiros, preservados os objetivos originais. As ameaças que rondam o Mais Médicos são muitas, como a engendrada no momento por senadores da República, pertencentes à oposição ao governo, a demonstrar que para eles que a disputa partidária prevaleceu sobre os interesses da sociedade. Outra ameaça é o corporativismo de setores de representação médica, que teimam em impedir que o Programa leve médicos para onde os médicos brasileiros não querem ir.

Tais ameaças trazem risco à continuidade de um programa que, mostram pesquisas realizadas, atingiu grande índice de satisfação de quem utiliza o SUS, e embutem uma inaceitável prática: a de tratar com mesquinhez iniciativa de importância fundamental à saúde e à vida.




Especialista não vê razão para alarme com aumento de caxumba no Rio

11/07/2015 - Folha de S.Paulo / Site


O número de casos de caxumba no Estado do Rio saltou de 561 durante todo o ano de 2014 para 606 entre 1° de janeiro até o dia 7 de julho deste ano.

Em todo o Estado já há registros de 66 surtos da doença em Nova Igaçu, Niterói e no Rio. Na capital, os casos se concentram principalmente na Barra da Tijuca, na zona sul da cidade, e no centro.

O consultor científico do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), pediatra Reinaldo Menezes Martins, disse, porém, que não há razão para alarme com o aumento de 45 casos nos primeiros seis meses de 2015. Os dados são da Secretaria de Estado de Saúde.

Segundo Martins, o Ministério da Saúde está avaliando a situação com as secretarias. "É sempre indesejável que isso ocorra, mas não vejo motivo para tanta celeuma, até porque o que está acontecendo aqui não é privilégio do Brasil", afirmou o especialista.

O médico ressaltou que o que está ocorrendo agora no Brasil já foi verificado na Europa e nos Estados Unidos. "A vacina contra caxumba, dentro da tríplice viral, que cobre sarampo, caxumba e rubéola, é a que mais tem falhas vacinais. Isso é sabido. Não é uma coisa nova. Muitos surtos já foram investigados nos Estados Unidos e na Europa."

De acordo com Martins, estudos do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos indicam que a eficácia da primeira dose da vacina contra a doença varia de 73% a 91%, aumentando para a faixa entre 79% e 95% na segunda dose. Ele disse que, como naquele país a notificação da doença é obrigatória, o que não ocorre no Brasil, os números refletem a realidade.

Depois que se utilizou a vacina de caxumba em larga escala nos Estados Unidos, o número de casos caiu, destacou o médico. "Lá a caxumba é de notificação obrigatória, e fica fácil verificar, aqui entre nós, que os registros são falhos, até porque não existe notificação obrigatória."

O consultor científico da Bio-Manguinhos acrescentou que os percentuais comprovam que, mesmo com as duas doses, não há proteção completa. No entanto, chama a atenção que, apesar das falhas vacinais e dos surtos que ocorrem, a eficácia da vacina foi comprovada nos Estados Unidos.

"Comparando os casos de caxumba antes e depois da introdução da vacina, o número caiu de uma maneira muito acentuada. Não se consegue eliminar a doença. Há falhas vacinais, mas, no cômputo geral, é uma vacina bastante efetiva contra a caxumba", disse Martins.

Ele explicou ainda que a notificação não é obrigatória no Brasil porque, comparada a outras doenças, a caxumba é uma infecção relativamente benigna, que até pode causar meningite, mas, na maioria dos casos não deixa sequelas. Além disso, há outras doenças que podem provocar inflamação da glândula parótida, que fica embaixo da orelha e, em alguns casos, é um dos sintomas da caxumba: "Nem toda caxumba incha a parótida. Isso é um problema. E também há inflamação da parótida que não é causada pelo vírus da caxumba."

O pesquisador destaca ainda que a segunda dose da vacina faz falta. Inicialmente, a indicação no Brasil era de aplicação da tríplice viral em crianças com até 12 meses e a segunda dose, entre os 4 e os 4 anos de idade, mas, como se verificou que nesta segunda faixa etária, a cobertura vacinal era muito baixa, o prazo foi alterado para 15 meses na segunda dose. "Aproximamos para melhorar a cobertura da tríplice viral."

O Bio-Manguinhos é responsável pelo processamento final, com a rotulagem e a distribuição das vacinas para os postos de saúde do país. Segundo o médico, os laboratórios particulares produzem vacinas que foram avaliadas pelo instituto, e o resultado do produto foi semelhante.

Em 2013 o Bio-Manguinhos processou e distribuiu 28,89 milhões de doses da tríplice viral e 1,49 milhão da tetravalente viral, que inclui a catapora. No ano passado, foram 11,6 milhões de doses da tríplice e 3,22 milhões da tetravalente.




Depressão pós-AVC é tratada com eletricidade em pesquisa da USP

13/07/2015 - Folha de S.Paulo


Pesquisadores da USP mostraram que é possível tratar casos de depressão pós-AVC (acidente vascular cerebral) com uma técnica indolor e de baixo custo, que envolve passagem de corrente elétrica pelo cérebro do paciente. É a estimulação craniana com corrente elétrica contínua.

Durante a estimulação, ainda em fase experimental, a corrente elétrica entra no cérebro do paciente por meio de um eletrodo colocado em um dos lados da cabeça, atravessa o cérebro, e sai por um outro eletrodo, do outro lado. Uma bateria simples, de 9 volts, alimenta o circuito.

Os pesquisadores da USP recrutaram 48 pacientes que estavam com depressão depois de terem sofrido um AVC e dividiram esses pacientes em dois grupos: 24 pessoas receberam a estimulação ativa por 30 minutos ao dia, durante 10 dias; os outros 24 (grupo placebo) tinham a mesma rotina dos outros pacientes mas neles o aparelho funcionava apenas pelo período de 30 segundos.

A aplicação aconteceu no Hospital Universitário da USP, na zona oeste de São Paulo, entre os 2012 e 2014.

Além da aplicação na depressão pós-AVC, a estimulação com corrente elétrica contínua (ECEC) está sendo testada contra dor crônica, enxaqueca, epilepsia e fibromialgia --com resultados preliminares positivos. Em testes contra a esquizofrenia, os resultados foram ainda mais animadores.

No caso do estudo da depressão pós-AVC, 38% dos pacientes tratados tiveram melhora clínica e apresentaram bons resultados em mais de metade dos sintomas da depressão. No grupo placebo, apenas 4% dos pacientes melhorou. Eles realizaram o mesmo tratamento do grupo ativo após o término da pesquisa.

O tratamento não inclui antidepressivos, que apresentam efeitos colaterais como tontura, náuseas, e boca seca.

"No caso dos pacientes que têm AVC, que já estão fragilizados, esses efeitos colaterais são muito pouco tolerados", disse Andre Brunoni, coordenador do Serviço Interdisciplinar de Neuromodulação do Instituto de Psiquiatria da USP e um dos autores do estudo.

O trabalho foi apresentado do Congresso da Sociedade de Psiquiatria Biológica, em Toronto, em maio deste ano.

Cerca de um terço das pessoas que sofreram AVC apresentam depressão como uma complicação do episódio. Apesar disso, a relação entre os eventos não é totalmente clara. Uma hipótese é a de que as sequelas e a debilidade do paciente contribuem para o desenvolvimento da depressão.

Metade dos pacientes com depressão pós-AVC tratados com a estimulação não tiveram recaída de nenhum dos sintomas. É o caso de Angelina dos Santos, 43, que sofreu um AVC há quatro anos e teve depressão como uma complicação. "Não tinha forças para nada. Quando tinha que ir ao médico me sentia como se tivesse que atravessar o oceano", disse ela.

Quando a equipe de Brunoni e Leandro Valiengo (outro autor do estudo) entrou em contato com ela sobre o tratamento, ela aceitou participar e agora não sente mais os sintomas da depressão.

A corrente contínua é aplicada no paciente acordado, sem anestesia e não apresenta nenhum efeito colateral sério. "Nos primeiros minutos da aplicação, os pacientes sentem um leve formigamento na cabeça, parecido com alguns aparelhos de fisioterapia", diz Valiengo.

O aparelho utilizado é simples de ser fabricado, pode ser portátil e custa cerca de R$ 1.000.

TÉCNICAS

Existem outros tratamentos para a depressão que dispensam medicação. A eletroconvulsoterapia, conhecida como eletrochoque, e a estimulação magnética são outras possibilidades já aprovadas para uso no país.

Na eletroconvulsoterapia os eletrodos induzem uma corrente elétrica no cérebro com o paciente anestesiado. É indicada para depressão profunda e para pacientes que não respondem ao tratamento convencional.

"É eficaz, mas ainda sofre um pouco de estigma negativo, porque antigamente o paciente não era anestesiado, e causa alguns efeitos colaterais na memória", diz Valiengo.

Já a estimulação magnética é indolor e, como a ECC, não requer anestesia.

Uma bobina, que é apoiada na cabeça do paciente, gera um campo magnético que afeta os neurônios, ativando-os ou inibindo-os. O aparelho de estimulação magnética, porém, pode custar até 20 vezes mais que o de corrente contínua, conta Valiengo.




Dieta, remédio ou cirurgia

13/07/2015 - Carta Capital


Já estamos cansados de ouvir falar da epidemia de obesidade, no Brasil e no mundo, e de seus efeitos devastadores sobre a saúde e a qualidade de vida, mas perder peso continua sendo uma miragem para milhões de pessoas. Há mais de uma década, estudos liderados por pesquisadores suecos confirmaram que a perda de peso era associada à redução de 25% do risco de uma pessoa obesa morrer de infarto ou derrame. Desde então, várias opções foram testadas. Dietas, remédios e cirurgias foram avaliados com consistentes resultados positivos.

Os resultados da administração de mais u m medicamento novo contra obesidade acabam de ser publicados na revista New England Journal of Medicine. A equipe liderada pelo doutor Xavier Pi-Sunyer avaliou mais de 3,7 mil obesos não diabéticos em vários países do mundo, incluindo o Brasil. Após orientação básica sobre estilo de vida e cuidados gerais para controlar o peso, eles foram sorteados para receber tratamento diário de injeção sob a pele - subcutânea - com placebo, ou com uma nova droga chamada liraglutide.

O estudo era duplo-cego, isto é, nem pacientes nem médicos sabiam qual das duas injeções cada indivíduo estava recebendo. Após 56 semanas, o grupo que foi sorteado para liraglutide havia perdido, em média, 8,4 quilos de peso, comparados com somente 2,8 quilos no grupo placebo. E ainda: três vezes mais pacientes do grupo liraglutide conseguiram perder mais de 10% de seu peso inicial do que no grupo que recebeu somente injeção de placebo. Mais interessante foi o número significativamente inferior de diagnóstico de novos casos de diabetes durante o estudo, oito vezes inferior nos indivíduos que receberam liraglutide. Poucos efeitos colaterais apareceram, a maioria relacionada a alterações intestinais.

Seria essa a solução da obesidade? Ainda não, sugere o doutor Elias Seraj, que comentou o artigo na própria revista. Primeiro, exige uma injeção diária, o que pode ser um inconveniente para muitas pessoas. Segundo, após o término do estudo, as pessoas que pararam de receber a i =njeção voltaram a peso progressivamente. o que sugere que a injeção seria necessária por longos períodos, talvez por toda a vida. à semelhança dos medicamentos para controle de colesterol ou pressão alta. Terceiro, o elevado preço da injeção. Quarto, o estudo não demonstrou o impacto a prazos mais longos do que 56 semanas sobre a saúde dos pacientes.

As dietas, por outro lado, são tão variadas quanto a culinária de São Paulo. A maioria restringe a ingesta diária de calorias, quer seja com carboidratos, quer seja com gordura. Qual seria mais interessante ou mais eficaz? A escolha da dieta seria atribuição do médico ou do obeso? Um estudo realizado nos EUA respondeu a essa pergunta. Tanto faz a dieta, e tanto faz quem decide. Se deixar a escol ha à preferência do obeso, ou sorteada por computador, o resultado seria o mesmo. A perda em ambas as dietas, independentemente da forma de escolha, seria ao redor de 5 a 6 quilos, em média, após 48 semanas.

E a cirurgia bariátrica? Os resultados são mais drásticos, claramente. Os pacientes operados tendem a perder, em média, de 14 a 25 quilos após a operação.

Por qual optar? Depende muito de quanto peso quer perder, qual a sua condição de saúde para que suporte este ou aquele tratamento, principalmente a cirurgia, e qual seria a sua tolerância individual e aderência à disciplina de tratamento diário ou de d ieta restritiva; e, por final, quanto pode gastar por quilo de peso potencialmente perdido. O ideal seria discutir as opções e métodos com seu médico e escolher o que mais se adapta à sua personalidade. Mas a única mensagem de todos os estudos ainda é que a de que obesidade mata, e perder peso é fundamental para reverter os riscos de doenças graves, como diabetes, hipertensão e infarto.




SIMPLES E EFICAZ CONTRA O CÂNCER DE MAMA

13/07/2015 - IstoÉ


Uma maneira simples de atendimento - sem recorrer a fórmulas mirabolantes ou depender de equipamentos caríssimos - está conseguindo reduzir a mortalidade de mulheres com câncer de mama em São Paulo. Trata-se da estratégia de assistência criada no Centro de Referência da Saúde da Mulher, do Hospital Pérola Byington, unidade da rede pública de saúde. Uma pesquisa que acaba de ser concluída, publicada na revista da Sociedade Brasileira de Mastologia, apontou que o tempo médio de atendimento das mulheres foi de 32 dias, entre a realização da biópsia e o início do tratamento.

Praticamente a metade do preconizado pelo Ministério da Saúde, que é de sessenta dias, e bem inferior ao que ocorre na realidade do SUS, no qual boa parte dos casos avançados da doença é decorrência de uma espera de até seis meses, em média, para o começo do combate à enfermidade após sua confirmação.

A agilidade no atendimento é vital para elevar as chances de cura. "Quando os tumores são diagnosticados em estágios iniciais, a curva de mortalidade em dez anos se reduz", explica o médico Luiz Henrique Gebrim, diretor do centro de referência e integrante da Sociedade Brasileira de Mastologia. Sabe-se que a chance de cura ou sobrevida em dez anos nos estágios I, II e III da enfermidade é, respectivamente, de 80%, de 55% e de 30%. "Se temos 60% das pacientes no estágio III, a sobrevida para este grupo é de apenas 30%", diz o especialista. "Mas quando as atendemos mais rapidamente, metade passa a iniciar o tratamento no estágio II, aumentando a possibilidade de cura destas mulheres de 30% para 55%", completa.

A rapidez na assistência é resultado de um modelo no qual em uma única consulta são realizados todos os exames necessários para o diagnóstico. Fala-se aqui da mamografia, do ultrassom e da biópsia. "A área de atendimento é junto a dos equipamentos e a equipe é treinada para realizar a biópsia no mesmo dia", explica Gebrirn. O time de profissionais inclui cirurgiões, ginecologistas, radiologistas e patologistas. "Não é necessário investimento algum. Basta integrar as equipes e treinamento para a execução da biópsia no mesmo dia de atendimento", afirma Gebrim.

A artesã e comerciante paulista Mara Lúcia Martim, 62 anos, é uma das pacientes atendidas no serviço. Ela teve o tumor de mama diagnosticado em novembro de 2011 e pouco mais de um mês depois já estava sendo submetida a uma cirurgia para sua retirada. "Foi tudo feito de maneira muito ágil", lembra. "Passei por todas as etapas, do diagnóstico, pré-operatório e cirurgia rapidamente", conta. Tempos depois da cirurgia, Mara submeteu-se a uma mamografia, que apresentou uma pequena alteração. "Os médicos ficaram na dúvida se era um novo tumor ou uma cicatriz da operação. A avaliação do exame foi feita no mesmo dia", diz. Era uma cicatriz. A comerciante continua em tratamento e agora se prepara para outra operação, desta vez para extrair pólipos no endométrio (tecido que reveste o útero internamente).

A estratégia foi inspirada em modelos adotados em hospitais públicos de Ontário, no Canadá, e de Paris, na França. No ano passado, foi premiada pela Fundação Susan Komen - dedicada ao financiamento de atividades de combate à enfermidade - para que possa ser expandida a cinco cidades brasileiras (Fortaleza, Manaus, Goiânia, Uberlândia e Teresina).

Icone do VLibras Widget. Conteúdo acessível em libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro ou Hozana.