
CLIPPING - 24/06/2015
Assessoria de Comunicação do CRF-SP
Fornecimento de remédio que trata sífilis volta em 15 dias, diz ministra
23/06/2015 - G1 - Bem Estar
A ministra interina da Saúde, Ana Paula Menezes, disse nesta terça-feira (23) que o fornecimento da penicilina benzatina, muito conhecida pelo nome comercial Benzetacil, deve voltar ao normal em até 15 dias.
O antibiótico, usado para tratar sífilis e outras infecções, está em falta no setor público e privado. A crise de abastecimento, segundo o ministério, é provocada pela escassez de matéria-prima.
“Daqui 15 dias a situação estará normalizada", disse a ministra interina" disse ela ao G1, em um evento sobre saúde realizado em São Paulo nesta manhã. “Não teve nenhuma falha de compra dos gestores. O produtor teve problema com a matéria-prima e isso atrasou a sua distribuição. O ministério sentou com os laboratórios com a perspectiva de que possam retomar, da maneira mais rápida, a distribuição do medicamento”, afirmou Ana Paula.
Atualmente, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), existem no Brasil quatro empresas com registro válido para produzir a penicilina benzatina, também conhecida como benzilpenicilina benzatina ou penicilina G benzatina. A Eurofarma, que produz o remédio com nome comercial Benzetacil, a Fundação para o Remédio Popular (Furp), o Laboratório Teuto Brasileiro S/A e a Novafarma Indústria Farmacêutica LTDA.
Problema mundial
Segundo o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), que representa boa parte das indústrias farmacêuticas do Brasil, o desabastecimento de penicilina é um problema mundial e a interrupção do fornecimento dos insumos para a produção foi repentina, o que originou o problema.
Além de ser a primeira linha de tratamento contra sífilis, o remédio é ainda usado para tratar outras infecções, como a febre reumática aguda, doença bacteriana que afeta coração, cérebro e articulações.
Em um documento da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2005 sobre o controle de infecções como a febre reumática aguda, o problema do abastecimento de penicilina benzatina já foi citado.
"Nos últimos tempos, tem havido problemas tanto em relação à disponibilidade quanto em relação à qualidade da penicilina benzatina ao redor do mundo. Em muitos países, essa medicação é escassa, e frequentemente está indisponível por períodos prolongados. Ainda mais preocupante, a qualidade da medicação é altamente variável."
Fórum tem críticas à lista de remédios contra câncer
24/06/2015 - O Estado de S.Paulo
A área de oncologia foi a que mais reuniu pedidos de inclusão de novos medicamentos ao Ministério da Saúde desde 2011, quando a pasta criou a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec).
É justamente nessa especialidade em que o governo federal é acusado por médicos e pacientes de não oferecer remédios mais modernos. Os números e as críticas foram apresentadas ontem durante o Fórum Estadão Saúde, realizado em São Paulo.
Presente no evento, o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde,Jarbas Barbosa,informou que desde que a comissão foi criada,419 pedidos de incorporação de novos medicamentos e tecnologias foram feitos,dos quais 15% foram de produtos contra o câncer.Em seguida,com maior número de solicitações, estão as especialidades de reumatologia e infectologia, cada uma com 12% dos pedidos.
O ministério foi criticado por não incorporar medicamentos com eficácia comprovada contra tumores como o de mama e o de próstata. Para Barbosa, o impacto orçamentário da inclusão de uma nova tecnologia deve ser considerado. “O objetivo da Conitec não é colocar uma barreira, é ter racionalidade.
Não há sistema de saúde universal no mundo que faça incorporação de tecnologias de maneira livre, sem pesar o custo.” Rede pública. A presidente do Instituto Oncoguia, Luciana Holtz, afirmou que o paciente do SUS hoje não tem acesso às mesmas tecnologias disponíveis na rede particular.“As decisões da Conitec hoje não têm sido coerentes e nem têm o respaldo da classe médica”, disse.
O secretário estadual da Saúde, David Uip, afirmou que é preciso criar um pacto federativo para discutir como a oferta de novos medicamentos será financiada.
“Não adianta garantir a incorporação sem saber de onde vai sair o recurso”, disse. O Estado publica na próxima sexta-feira um caderno especial sobre as dificuldades de acesso a tratamentos inovadores nas redes pública e privada de saúde.
Mercado Aberto: Embarque de proteínas
24/06/2015 - Folha de S.Paulo
Em razão da crise, a Integralmedica, fabricante de suplementos alimentares, passará a exportar seus produtos para compensar as perdas no mercado interno.
Em 2014, a companhia cresceu 7% em receita --com R$ 160 milhões faturados, um resultado bem abaixo do ano anterior, quando o avanço foi de 34%. "Em um ano difícil, diversificamos as operações para manter um crescimento próximo ao do ano passado", diz o CEO Filipe Bragança.
A expectativa é que os produtos desembarquem, primeiro, na América Latina e, depois, na África. "A meta é que a exportação represente 20% da receita até 2017."
Mercado Aberto: Mais
24/06/2015 - Folha de S.Paulo
A Medley integrou sete medicamentos da Sanofi ao seu portfólio, entre os quais o Plavix e o Gardenal. A meta é ampliar a linha de cardiologia, ginecologia e sistema nervoso.
A linha farma representa hoje cerca de 33% dos negócios da Medley. Ao longo deste ano, o grupo pretende aumentar a participação no mercado de similares.
Bancos de células-tronco crescem, mas podem ter ritmo menor este ano
24/06/2015 - DCI
A procura por armazenamento privado de células tronco ainda é novidade entre os casais, mas a demanda pode cair junto com a intenção de consumo com cenário econômico instável. Os principais desafios do mercado, segundo especialistas, são a padronização da informação para a divulgação, a dolarização dos equipamentos e insumos e a falta de legislação específica para terapia celular.
Atualmente, a coleta de células tronco do cordão umbilical no momento do parto tem sido utilizada para o tratamento de doenças genéticas que não são hereditárias.
O armazenamento do material pode ser feito por bancos públicos. Apesar de não cobrarem, eles podem utilizar o material em qualquer pessoa. Já os bancos privados, ou melhor, as clínicas especializadas, cobram pela manutenção do material que é de uso só da família. “A procura por terapia celular tem aumentado, mas o serviço de armazenamento teve uma pequena queda”, disse a diretora técnica do Centro de Terapia Celular Cord Cell , Andresa Forte. Segundo a especialista, a quantidade de pacientes informados aumentou consideravelmente, o que beneficia a demanda por tratamento. No entanto, o cenário econômico instável tem deixado os brasileiros mais inseguros na hora de investir e tem reduzido a procura por armazenamento.
Ainda para ela, mesmo que o volume de informação tenha aumentado, a qualidade dos dados precisa ser revista.
“Falta informação concreta que mostre as diferenças entre o banco público e o privado. O conteúdo distribuído tem dados que não são suficientes para a família conseguir optar”. Para a especialista, a melhor solução seria padronizar e fiscalizar o conteúdo. Outro desafio este ano, diz ela, é a alta do dólar que impacta o custo de produção e dos insumos.
“Todos os equipamentos são importados e dependem de kits de fora”, explica. Legislação Os aspectos legais também afetam o segmento. Atualmente, a terapia celular utiliza a mesma legislação para o estudo de novas drogas. “É preciso haver algo específico para o setor.
Isso pode ajudar no desenvolvimento do mercado, retirando algumas burocracias que podem não se aplicar ao tratamento com células”.
Outros detalhes discutidos por ela sobre a legislação no setor são a determinação de que bancos públicos não aceitam doação do privado, além da quantidade mínima de armazenamento. “Se a família deixar de manter o armazenamento no banco privado, esse material é descartado. A legislação não permite que seja enviado ao banco público. Se a quantidade mínima de células não for atingida na coleta, o material também será descartado”, explica. Na Espanha e no México já existem modelos de bancos híbridos que permitem à família a doação do material, caso ela não deseje continuar mantendo o serviço. “Essa seria uma solução para aumentar os pontos de coleta e o número de células disponíveis”.
Segundo Andresa, o mercado nacional ainda não comporta o modelo, mas com o avanço do segmento pode vir a mudar. “A lei determina esses fatores pelo tipo de tratamento que é feito hoje”, completa.
Informação de qualidade O hematologista e diretor técnico da Criogênesis, Nelson Tatsui, também acredita que a falta de informação de qualidade prejudica o mercado. “É como a doação de sangue. É fundamental, mas muitos não fazem por falta de informação.
O banco privado é uma empresa e precisa de propaganda, ou seja, informação que esteja dentro de padrões éticos”.
Para ele, o grande problema é encontrar conteúdo correto, sem subjetividade e exagero. “Nós apenas divulgamos dados baseados em artigos científicos, que passam por comissões internas”, ressalta.
Outro assunto que atrapalha o segmento é a logística. “De pendemos da infraestrutura do País para chegar a todas as localidades.
O transporte também deve ser credenciado para não ter problemas de insumos vencidos ou mantido em ambiente incorreto”, diz.
Perspectivas Tatsui não observou ainda queda na demanda, mas afirma que os efeitos da instabilidade econômica estão por vir.
“O mercado cresce em média 5% ao ano. Mesmo sem sentir uma queda, estamos preocupados com o que vamos nos d e parar”. Para ele, com a queda da receita das empresas que não estejam consolidadas, a qualidade do serviço pode ser comprometida. “Sem saúde financeira, uma empresa não consegue dar qualidade”, analisa Tatsui. O executivo reitera a meta de crescimento da Criogênesis, de 10% este ano.
Ambos os entrevistados citaram a importância do reconhecimento internacional formal para atender clientes que estejam fora do País. Enquanto a Criogênesis é membro da Associação Norte Americana de Bancos de Sangue, a CordCell tem a Accreditation Canada.
No Brasil, a média do custo de coleta de células-tronco do sangue do cordão umbilical é R$ 3 mil. Já o armazenamento tem uma taxa média que varia de R$ 600 a R$ 1 mil, por ano.
Google lança pulseira inteligente
24/06/2015 - Brasil Econômico
O Google criou uma pulseira de monitoramento de saúde que pode ser usada em testes clínicos e de medicamentos, fornecendo a pesquisadores e médicos informações minuto a minuto a respeito dos pacientes. O aparelho pode medir a pulsação, o ritmo cardíaco e a temperatura da pele e a ideia é que o dispositivo seja prescrito por médicos para os pacientes ou usado para testes clínicos.
Câmara aprova lei que impede Anvisa de proibir emagrecedor
24/06/2015 - Folha de S.Paulo
A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (23) um projeto de lei que proíbe a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) de vetar a produção e o comércio de medicamentos usados para emagrecer, como a sibutramina.
O projeto foi aprovado por comissões da Casa em 2013. Um recurso que pedia que a proposta fosse votada em plenário foi rejeitado e texto deve ser enviado ao Senado.
Em 2011, a Anvisa proibiu a venda de emagrecedores do grupo das anfetaminas (anfepramona, femproporex e mazindol). Em 2014, um decreto legislativo autorizou a produção e venda de determinados remédios para emagrecer.
De autoria do deputado Felipe Bornier (PSD-RJ), o texto também proíbe a agência de cancelar o registro sanitário dos anfetamínicos e da sibutramina, dizendo que são medicamentos são usados contra a obesidade.
O deputado ainda alerta sobre o aumento do mercado negro, caso os remédios sejam proibidos de novo.
Pesquisa mostra oportunidades para laboratórios durante os tratamentos
23/06/2015 - Valor Econômico
Uma pesquisa conduzida pela consultoria Accenture com 10 mil pacientes crônicos em cinco países - dois mil deles no Brasil - mostra que a indústria farmacêutica global tem uma série de oportunidades a explorar ao longo da chamada "jornada do paciente". Por meio da oferta de serviços terapêuticos complementares, como programas de fidelidade, suporte e informações adicionais, sobretudo no período que antecede o início de tratamento de uma condição médica diagnosticada, os laboratórios podem se tornar mais competitivos. Conforme o estudo, em inglês "Patient Services: Pharma's Best Kept Secret", há pouco conhecimento entre os pacientes sobre os serviços já oferecidos pelos laboratórios e os canais digitais podem ser um importante instrumento de disseminação dessas informações e interação com o paciente.
Globalmente, mostra a Accenture, apenas 19% dos entrevistados sabem da existência desses serviços. No Brasil, essa taxa é de 20%.
De acordo com Marcelo Duerto, responsável pela área de ciências da vida da consultoria na América Latina, o estudo foi iniciado no ano passado nos Estados Unidos com o objetivo de entender o que os pacientes esperam da indústria farmacêutica, com relação a sua enfermidade, além do medicamento. "Decidiu-se então ampliar a pesquisa e o Brasil foi incluído porque é o principal mercado farmacêutico da região", disse.
Em linhas gerais, de acordo com Kleber Faccipieri, gerente sênior da consultoria, os resultados apurados no Brasil se aproximaram daqueles verificados em outros países. Conforme o levantamento, 58% dos pacientes utilizam serviços terapêuticos complementares quando sabem de sua existência e 79% avaliam como muito importantes esses serviços. "Mas apenas um percentual muito baixo sabe da existência deles", acrescentou.
Além disso, os entrevistados indicaram que gostariam de ter auxílio e orientação antes do início de tratamento, que é considerada por 65% dos respondentes o período mais sensível para o paciente. Entre os brasileiros, a maior frustração, segundo 39% dos entrevistados, se refere à falta de suporte para ter os dados de seu prontuário médico atualizados e acessíveis a todos os especialistas envolvidos no tratamento. No Brasil, segundo o estudo, 63% dos pacientes elegem o médico como o principal ponto de contato para auxiliar nos cuidados com a saúde.
"Estudos já mostraram que probióticos podem ajudar nesse sentido. Nutrientes como o zinco também." Mesmo assim, ela não recomenda o uso de suplementos sem indicação médica.
"De qual mineral a pessoa tem carência? Em quais doses? Vitamina faz bem só para quem precisa", afirma Durval Ribas Filho, nutrólogo.
Como os multivitamínicos são complementares à alimentação, as doses são baixas e não representam riscos. Mas os suplementos para suprir carências de nutrientes específicos podem fazer mal.
"Muita vitamina C pode levar à formação de cálculos renais, e o excesso de vitamina A ou E pode prejudicar o fígado", diz Luciana Coppini, presidente da Associação Brasileira de Nutrição.
De acordo com a nutricionista, grávidas, vegetarianos e idosos que não conseguem se alimentar bem precisam de suplementação. "Quem faz academia, não. Só se for atleta de elite."
Certo ou errado
O que é mito e o que é verdade no uso de suplementos multivitamínicos
ENGORDA?
Errado
Multivitamínicos não têm calorias. Podem melhorar o apetite se a pessoa estiver com deficiência grave de vitaminas
GRÁVIDA TEM QUE TOMAR?
Sim
Mas devem ser vitaminas específicas, não multivitamínicos. Antes da gravidez é recomendado suplementar com ácido fólico (vitamina do complexo B). Durante a gestação,a mulher pode ter carência de cálcio, ferro, zinco e iodo
FAZ MAL?
Talvez
Tanto a carência quanto o excesso de vitaminas e minerais podem fazer mal. Muita vitamina C pode contribuir para a formação de cálculos renais, e, em excesso, as vitaminas A e E podem ser tóxicas para o fígado
CURA A RESSACA?
Não
Um complexo de vitaminas e minerais não tem efeito sobre a dor de cabeça nem aumenta a disposição imediatamente. O melhor é prevenir a ressaca intercalando água ou suco com a bebida alcoólica
DÁ ENERGIA?
Há controvérsias
Pode aumentar a disposição se você tem carência de algumas vitaminas, como as do complexo B. Mas o efeito não é imediato
VEGETARIANO TEM QUE TOMAR?
Sim
Quem não come carne, leite e ovos pode ter deficiência de vitamina B12. A falta do nutriente pode atrapalhar o metabolismo de energia e levar a anemia
SE NÃO COMO BEM, A VITAMINA RESOLVE?
Nem sempre
Vitaminas e minerais são micronutrientes essenciais, mas também é preciso ingerir os macronutrientes: carboidratos, proteínas e gorduras
PODE TOMAR POR CONTA?
Não
É melhor ter a indicação de um médico nutrólogo ou de um nutricionista. Você pode não ter carência de vitaminas ou então não precisar de todos os nutrientes do produto
Quando a emenda é pior que o soneto
23/06/2015 - Folha de S.Paulo
Eis uma ideia inusitada: e se o tratamento para doenças neuromusculares for... remover massa muscular?
Acabo de visitar o laboratório de Jeff Lichtman, pesquisador de Harvard e especialista na formação e funcionamento das sinapses superespecializadas entre os neurônios motores da medula espinhal e as fibras musculares que eles controlam.
Cada músculo pode ser formado por milhares ou mesmo milhões dessas fibras, mas cada uma delas tem uma peculiaridade: é controlada por um, e somente um, neurônio motor, que forma uma, e somente uma, sinapse com aquela fibra. Uma sinapse gigantesca, por sinal.
Por outro lado, cada neurônio motor pode controlar mais de uma fibra muscular. Neurônios motores que controlam várias fibras ficam com o corpo da célula enorme, sinal de que precisam fabricar muita proteína para manter tantas sinapses gigantes.
Controlar várias fibras ao mesmo tempo é um esforço para o neurônio e, com a idade, alguns neurônios motores começam a morrer, deixando fibras musculares temporariamente sem controle. Mas não por muito tempo: os neurônios sobreviventes estendem novos ramos, competem pelo controle da fibra, a um deles acaba acrescentando-a ao seu domínio.
Apesar do esforço, essa ampliação do domínio de um neurônio motor no envelhecimento normal não parece ser muito problemática (e exercício e ingestão de menos calorias, as duas receitas comprovadas para aumentar a longevidade, ajudam a manter o sistema saudável).
Mas em doenças como a esclerose lateral amiotrófica, tantos neurônios motores morrem que os que sobrevivem chegam a aumentar seus domínios para até nove vezes mais fibras musculares. No entanto, apenas metade delas são funcionais, com maquinaria sináptica suficiente para provocar contração muscular efetiva. Isto é um sinal de que o número de sinapses ultrapassou o que o neurônio consegue controlar. Resultado: ainda mais neurônios morrem, por causa do esforço. O "jeitinho" dado pelos neurônios restantes sai pior que o soneto, e a doença se agrava.
Donde a ideia inusitada de Lichtman: talvez a maneira de retardar a perda de neurônios seja... eliminar as fibras musculares cujos neurônios morreram. É o contrário do que os pacientes gostariam de ouvir, mas é tão biologicamente razoável que provavelmente vai funcionar.
Inseticida lindano causa câncer, diz OMS.
23/06/2015 - O Globo / Site
O inseticida lindano causa câncer em humanos, afirmou a Organização Mundial de Saúde (OMS) após a realização de uma avaliação. Um painel de especialistas encontrou provas suficientes que conecta o produto químico, que já foi proibido na União Europeia e nos Estados Unidos, a um câncer chamado de linfoma não-Hodgkin, conforme aponta o texto publicado na “Lancet Oncology”.
Lindano ainda é usado em alguns países em desenvolvimento, e compõe alguns tratamentos para piolhos e sarna utilizados em alguns países, incluindo a China, a Índia, os EUA e o Canadá.
O painel da Agência Internacional de Investigação do Cancro (Iarc) concluiu que outro inseticida, chamado DDT, era “provavelmente cancerígeno para os seres humanos”. A agência classificou ainda um terceiro inseticida chamado 2,4-D como possivelmente cancerígeno para os seres humanos.
A maioria do uso do DDT foi banido desde a década de 1970, mas a Iarc diz a exposição ao DDT ainda ocorre, principalmente através da dieta. Isso é porque o DDT e os seus produtos de degradação são altamente persistentes e podem ser encontradas no ambiente e nos animais.
Desde a sua introdução em 1945, 2,4-D tem sido amplamente usado para o controle de ervas daninhas na agricultura, silvicultura e configurações urbanas e residenciais. A população em geral pode ser exposta a 2,4-D através de alimentos, água, poeira, ou durante a pulverização, afirmou o Iarc.
NO BRASIL
Em junho deste ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) particiou da reunião da Iarc para discutir o risco carcinogênico de alguns inseticidas organoclorados e herbicidas clorofenoxi para humanos. Entre os produtos, estavam o DDT, o Lindano e o agrotóxico 2,4-D. Os inseticidas DDT e Lindano não possuem mais autorização de uso no Brasil. O DDT teve sua autorização cancelada para uso agrícola no Brasil em1985. O uso foi proibido em campanhas de saúde pública em 1998. Já o Lindano já foi reavaliado pela agência e teve todos os seus usos proibidos no Brasil em 2006.
O herbicida 2,4-D está autorizado em todo do mundo e foi o segundo ingrediente ativo de agrotóxico mais vendido no Brasil em 2013, de acordo com dados do Ibama. O produto está em processo de reavaliação pela Anvisa.
Falta de dados custa R$ 15,3 bi à área de saúde
24/06/2015 - Brasil Econômico
Pelo menos US$ 5 bilhões (R$ 15,3 bilhões) em custos relacionados “ ao tratamento de pacientes poderiam ser reduzidos no Brasil se os profissionais de saúde tivessem acesso a informações mais detalhadas, inclusive ao histórico médico, das pessoas atendidas. A estimativa, da Accenture, quantifica uma das lacunas identificadas num levantamento recente feito pela consultoria com médicos de seis países. No Brasil, pouco mais de um quarto dos médicos costuma acessar os dados clínicos de pacientes que foram atendidos por outras organizações de saúde. O baixo nível de integração digital entre diferentes médicos, hospitais e planos de saúde é uma das principais razões para os custos gerados pela falta de informação adequada ao longo do tratamento.
Em relação a dois anos atrás, 70% dos 504 médicos brasileiros entrevistados se disseram mais preparados para o uso do prontuário eletrônico. De acordo com a pesquisa, 61% utilizam regularmente aplicativo para lançar informações sobre o paciente, contra 85% nos Estados Unidos e 95% na Espanha. Embora todo o setor de saúde esteja se digitalizando, a integração entre os elos da cadeia de serviços ainda são fracos quando se trata de disponibilizar informações do paciente que poderiam ser úteis no tratamento. “Nos Estados Unidos, 65% dos resultados clínicos estão disponíveis no sistema, enquanto este percentual no Brasil está em 27%”, compara Rene Parente, líder da área de Saúde da Accenture para a América Latina.
“Isso significa que para cada quatro pacientes que entram num consultório no Brasil, em três o médico começa do zero o tratamento”.
Com base em outro estudo (“Avoidable Costs in U.S. Healthcare”, do IMS Institute for Healthcare Informatics), Parente projeta que 2,5% dos custos de tratamento dos pacientes poderiam ser evitados, o que no Brasil equivale a US$ 5 bilhões (R$ 15,3 bilhões).
“Para um país com vasta extensão territorial, como o Brasil, mais fácil do que as organizações se comunicarem entre si, é ter acesso à informação num sistema centralizado”, diz Tiago Delgado, sócio da Medicina Direta, empresa voltada para a digitalização de dados no setor. Apesar de o Brasil ainda engatinhar nesse campo, Delgado explica que o país segue o modelo canadense, em que as informações de todos os pacientes estarão estocadas em hubs de armazenamento (data centers conectados entre si), podendo ser baixadas por diferentes médicos e instituições. O ponto de partida foi a definição de um padrão (o HL7) a ser adotado no Brasil para o tráfego de informação digital de saúde, o que permitiria a integração entre instituições de saúde e, futuramente, a criação de hubs.
“Esse é o primeiro estágio do intercâmbio de informações: adotar uma linguagem comum”, afirma o sócio da Medicina Direta.
Para os profissionais de saúde brasileiros ouvidos pela Accenture, o uso do prontuário eletrônico colabora para a satisfação do paciente (87% dos médicos destacaram esse aspecto positivo). As ferramentas digitais também contribuem — segundo 83% dos respondentes — para o engajamento do paciente no tratamento.
“Quem conhece mais, se engaja mais”, justifica Parente, da Accenture, referindo-se ao fato de a digitalização tornar os dados clínicos mais acessíveis. Mesmo com esses ganhos, a adoção de ferramentas digitais está longe de ser um caminho sem “solavancos”: 45% dos médicos brasileiros entrevistados se queixaram da dificuldade em usar os sistemas de prontuário eletrônico adotados por suas organizações.
“Estamos vivendo uma revolução da usabilidade. A tendência é de que o médico faça uma comparação com os aplicativos que já usa normalmente no celular, por exemplo. Comparados às redes sociais e a outros aplicativos, em que tudo se resolve com um ou dois cliques, os prontuários eletrônicos ainda precisam melhorar”, avalia Parente. Um dos efeitos colaterais da tecnologia mais destacados pelos respondentes brasileiros foi o afastamento entre médicos e pacientes: seis em cada dez profissionais disseram que o uso da tecnologia da informação na saúde diminuiu o tempo de contato direto. Para elaborar a Pesquisa Médicos 2015, a Accenture ouviu 2.619 profissionais espalhados por Brasil, Estados Unidos, Austrália, Cingapura, Inglaterra e Noruega. Este foi o primeiro ano em que o estudo incluiu médicos brasileiros.
Paralisação no Hospital São Paulo provoca cancelamento de consultas
24/06/2015 - O Estado de S.Paulo
A paralisação de médicos residentes obrigou o Hospital São Paulo a remarcar consultas,suspender cirurgias eletivas e restringir atendimento aos casos de emergência.A categoria, que representa um terço do quadro profissional da instituição, cruzou os braços ontem por melhores condições de trabalho.
Atualmente, 1,1 mil residentes atuam no Hospital São Paulo,vinculado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Por causa da greve, apenas 30% desses profissionais foram mantidos trabalhando normalmente, para garantir atendimento aos pacientes do pronto-socorro e com risco de morte.
Segundo Klaus Ficher, presidente da associação de residentes da Unifesp, a categoria reivindica melhores condições de trabalho para atender aos pacientes.
“Há muito tempo há pessoas internadas em corredores, falta medicação básica e o orçamento do hospital é deficitário.” A associação estima que 95% da categoria tenha aderido à paralisação.Segundo Ficher,4 mil atendimentos são feitos diariamente no ambulatório do hospital.
Usando muleta, a dona de casa Maria Conceição Barros, de 59 anos, que há dez anos faz tratamento por problemas de trombose venosa,saiu do hospital sem ser atendida. Ele afirmou que já passou por cinco cirurgias no Hospital São Paulo em decorrência da doença e faz consultas duas vezes por mês.
Na unidade, acabou orientada a procurar um posto de saúde. “Sinto dores na perna e dificuldade para caminhar. Agora nem sei que rumo vou tomar”, afirmou.
Viagem perdida. A bar tender Lucineia Silva, de 38 anos, veio de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo,para acompanhar a mãe, Zulmira Sousa, de 78, que é cadeirante, em uma consulta com um neurologista.
Para marcar a consulta,Lucineia disse que precisou varar a madrugada na fila – isso há quatro meses.Na terça, recebeu a notícia de que só será atendida em 18 de setembro. “Saímos às 5 horas de casa, com a minha mãe nessas condições.
Ela é acamada, nem consegue falar direito. Precisamos da consulta para descobrir o que ela tem e iniciar um tratamento. Mas agora vamos ter de esperar mais ainda”, contou.
De ainda mais longe, veio a dona de casa Leia Ferreira, de 32 anos. De três em três meses, ela sai à meia-noite do Vale do Ribeira, onde mora, e viaja por mais de cinco horas até São Paulo. O esforço é por causa do filho, Caio, de 6 anos,que sofre de problemas vasculares.Ele não pode se expor ao sol e precisa usar meias ortopédicas.
Para enfrentar a viagem, traz cobertores e uma mochila com roupas limpas. A consulta com o ortopedista precisou ser remarcada. A nova data disponível é só em novembro.
“A gente que é mãe precisa cuidar bem do filho.
Eu só tenho ele. Sem tratamento, a situação complica.” Em nota, a direção do hospital disse que “recebeu as reivindicações dos residentes e trabalha para que sejam atendidas”. Ainda segundo ela, o hospital está “se esforçando para manter o atendimento à população” e “se houver necessidade, reforçará a equipe médica”.
Abandono da saúde pública
24/06/2015 - O Estado de S.Paulo
Multiplicam-se os sinais de alerta sobre a crise na saúde pública, da qual depende a grande maioria da população, que não tem acesso aos planos de saúde. Ela não poupa nem a maior e mais rica cidade do País, pois São Paulo resume hoje as dificuldades enfrentadas por esse setor. Elas se agravaram muito nos últimos anos, justamente os dos governos do PT, tão cioso com o “social”, mas só da boca para fora, como mostra esse exemplo de especial importância.
O que se passa no Hospital São Paulo, administrado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), é apenas o mais recente capítulo dessa novela. Seu Conselho Gestor decidiu suspender, a partir de quinta-feira passada, as internações eletivas, não urgentes. Como elas representam metade do total de 2,2 mil internações feitas ali por mês, a seriedade do problema que se ia criar fez as autoridades reagirem com rapidez, pelo menos dessa vez. Depois que o Ministério da Saúde decidiu fazer um repasse extra de R$ 6 milhões e a Secretaria Estadual da Saúde outro de R$ 3 milhões, o hospital anunciou a retomada imediata das internações eletivas para pacientes oncológicos e, para os demais, à medida que os recursos forem chegando.
É uma solução de emergência. Resolve momentaneamente as dificuldades financeiras do hospital, que vive principalmente de verbas federais. O seu déficit mensal é de R$ 2,5 milhões desde 2012, o que o obriga a contrair empréstimos para pagar parte dos salários dos empregados terceirizados. A dívida com os bancos está em R$ 90 milhões, segundo seu superintendente, José Roberto Ferraro. No fim de abril, ele já havia advertido que as suas condições “beiram o limite”, mas não foi ouvido.
O Hospital São Paulo está longe de ser um caso isolado. Ao mesmo tempo que ele ameaçava restringir seus serviços, ficava-se sabendo que entre janeiro e abril deste ano o Hospital Universitário (HU) da Universidade de São Paulo perdeu 45 leitos – 20% do total –, de acordo com o Conselho Regional de Medicina. Casos ainda mais graves do que esses se repetem pelo País afora. Chegou-se a essa situação porque há muito se parou de investir em saúde pública.
Dois elementos comprovam isso. Primeiro, foram eliminados mais de 14 mil leitos de internação nos hospitais da rede pública em apenas quatro anos, de julho de 2010 a julho de 2014, como mostra estudo feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), com base em informações do Ministério da Saúde.
O segundo é o velho problema da defasagem da tabela de procedimentos do SUS, que cobre apenas cerca de 60% das despesas, ficando o restante por conta das Santas Casas e hospitais filantrópicos a ele conveniados. Alega o Ministério da Saúde que lhes vem repassando valores extras, além da tabela. Mas isso não é solução, como mostram as sérias dificuldades que essas instituições continuam a enfrentar e que as obrigam a se endividar. Mais uma vez, o exemplo de São Paulo é ilustrativo. Na região metropolitana, os três principais centros médico-hospitalares de atendimento à população carente são a Santa Casa, o Hospital São Paulo e o Hospital das Clínicas. A Santa Casa já anunciou que para enfrentar a difícil situação por que passa vai reduzir de mais de 90% para 60% o atendimento pelo SUS. Juntando-se isso à crise do Hospital São Paulo, que foi apenas adiada, e à redução nos últimos anos do atendimento prestado pelo Hospital das Clínicas, temos um quadro altamente preocupante.
A curtíssimo prazo, é possível contornar a situação. Como disse o secretário estadual de Saúde, David Uip, diante da possibilidade de suspensão de internações no Hospital São Paulo, “à semelhança do que tivemos quando a Santa Casa fechou o pronto-socorro (em julho do ano passado), o plano de contingência define dez hospitais estaduais prontos para receber esses doentes”.
Mas é preciso pensar no futuro, que não comporta tais expedientes. Deixar a saúde pública nessa situação, com os mais carentes sob ameaça de abandono, é inaceitável.
José Carlos Abrahão toma posse como diretor-presidente da ANS
23/06/2015 - Valor Econômico / Site
O médico pediatra José Carlos de Souza Abrahão tomou posse hoje como diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O dirigente foi designado pela presidente da República, Dilma Rousseff, para exercer a função até 11 de maio de 2017.
Em seu discurso, Abrahão disse que vai honrar o compromisso com a “defesa do interesse público”. “A razão de ser deste setor de Saúde Suplementar é o beneficiário que para nós, médicos, são nossos pacientes. Em busca de servi-los da melhor forma, trabalharemos no tripé garantia de acesso, garantia da qualidade e sustentabilidade setorial. Os direitos dos cidadãos serão garantidos e construiremos, juntos, um setor cada vez melhor e mais qualificado”, afirmou.
O diretor-presidente destacou que a ANS vai estimular a realização de campanhas pelo uso consciente do sistema suplementar. Abrahão também ressaltou os desafios exigidos pelo novo perfil socioeconômico da população. “Conquistamos maior sobrevida, mas nos defrontamos com uma grande transição epidemiológica, em que nossa população deixa de ser acometida por doenças infectocontagiosas e é acometida por doenças degenerativas, hipertensão, diabetes. Portanto, necessitamos incentivar os programas de atenção à saúde do idoso e promoção à longevidade”, afirmou.
A cerimônia de posse, realizada no Rio de Janeiro, contou com a presença da ministra da Saúde interina, Ana Paula Menezes, dos demais diretores da ANS – Martha Oliveira, diretora de Desenvolvimento Setorial; Leandro Reis, diretor de Normas e Habilitação das Operadoras; e Simone Freire, diretora de Fiscalização –, e do secretário de estado da Saúde, Felipe Peixoto, entre outras autoridades.
Médicos residentes entram em greve no Hospital São Paulo
24/06/2015 - Folha de S.Paulo
Atendimentos não urgentes e parte dos exames foram interrompidos no Hospital São Paulo, na Vila Mariana (zona sul), nesta terça (23), quando 1.100 médicos residentes entraram em greve por tempo indeterminado.
A categoria reclama de más condições de trabalho, como falta de leitos, de medicamentos e até de seringas.
O hospital manteve o atendimento de casos urgentes, mas não divulgou o número de pacientes prejudicados.
A direção do hospital disse estar trabalhando para atender as reivindicações e se esforçando para manter o atendimento. Segundo a direção, se houver necessidade, o hospital reforçará a equipe médica.
Apenas 32% dos brasileiros se exercitam regularmente
24/06/2015 - Folha de S.Paulo
Um levantamento feito pelo Ministério do Esporte mostra que apenas 32,1% dos brasileiros se exercitam regularmente e 46% são sedentários. Entre os que já iniciaram uma atividade esportiva, 72% desistiram antes dos 24 anos.
Os dados da pesquisa Diesporte (Diagnóstico Nacional do Esporte) se referem ao ano de 2013. Foram entrevistadas 8.902 pessoas, de todos os Estados do país.
O índice de sedentarismo brasileiro supera o de países como EUA (40,5%), Rússia (20,8%), China (31%) e Índia (15,6%), mas fica atrás do de países como Argentina (68,3%), África do Sul (52,4%) e Portugal (53%), de acordo com a pesquisa.
A maioria (70%) dos que abandonaram a prática de atividade física em 2013 alegou falta de tempo por causa de estudo, família e trabalho.
Depois, entre os motivos, aparecem, nessa ordem, problemas de saúde, preguiça e falta de resultados.
Segundo Nabil Ghorayeb, cardiologista e especialista em medicina do esporte, as dificuldades de manter uma pessoa motivada com a prática de exercícios não são muito diferentes das de manter o uso crônico de um medicamento, como um anti-hipertensivo. Em um ano, mais de 60% dos pacientes interrompem o uso da droga por conta própria, afirma ele. Para a psicóloga e professora da Escola de Educação Física e Esporte da USP Katia Rubio, o gosto pela prática tem que ser desenvolvido na infância. "O desprezo à educação física escolar leva a um analfabetismo funcional do movimento humano."
Ricardo Nahas, coordenador do Centro de Medicina do Esporte do Hospital 9 de Julho, toca no mesmo ponto. "Nos Estados Unidos, existe a cultura esportiva no high school. Aqui, não."
Rubio afirma ainda que não basta a consciência dos malefícios de ficar parado para que a pessoa saia da inércia --de fato, a pesquisa mostra que 36% dos que não praticam exercícios têm noção dos riscos, mas não demonstram esforço para mudar.
"É preciso a experiência prazerosa adquirida ao longo dos anos de prática para que a atividade física se torne imprescindível à vida."
"As pessoas têm que entender que fazer exercício é como escovar os dentes. Se você não tiver no dia, vai fazer falta", afirma Nahas.
Segundo a pesquisa, quanto maior o nível de educação e renda familiar, maior é a prática de esportes.
VIDA URBANA
Os especialistas são unânimes em afirmar que a vida na grandes cidades acaba dificultando a prática de exercícios. Na pesquisa, o Sudeste apresentou o menor índice de atividade regular.
Ghorayeb aponta que um entrave para a prática esportiva ao ar livre é a violência. "Existe um status relacionado à falta do movimento, ao carro novo, ao vidro elétrico. Além disso, as pessoas gastam muito tempo em transporte, e no fim sobra pouco para a atividade física", diz Nahas.
"O bizarro disso tudo é que é preferível ir a uma academia para se exercitar em esteiras elétricas ou bicicletas estacionárias. O mundo moderno provoca isso", afirma Katia Rubio.
Saúde vitaminada
23/06/2015 - Folha de S.Paulo
23/06/2015 - Folha de S.Paulo
Não basta oferecer um abecedário de nutrientes. Os multivitamínicos agora prometem aumentar a imunidade, melhorar o funcionamento do intestino e dar mais disposição. Tudo isso graças a um coquetel que inclui, além de vitaminas e minerais, probióticos e antioxidantes.
É o caso do Bion3, da Merck, que combina 20 nutrientes, como cálcio, com bactérias probióticas.
"Ele melhora o sistema imunológico e dá mais energia porque auxilia na absorção de nutrientes", diz Daniel Blumen, diretor de marketing da Merck Consumer Health. Segundo ele, desde fevereiro, quando começou a divulgação do produto no país, as vendas crescem 30% ao mês.
O Bion3 não é o único da categoria "muito mais que um multivitamínico". Na Europa e nos EUA, o suplemento Berocca, da Bayer, indicado para melhorar o desempenho mental e físico, faz sucesso até contra ressaca --embora o fabricante não recomende. A marca ainda não chegou ao Brasil.
Por aqui, a linha Centrum, da Pfizer, já tem oito tipos de multivitamínico. Neste ano, a marca lançou duas fórmulas com antioxidantes para quem tem mais de 50 anos.
"Se a pessoa não come seis porções de frutas e verduras por dia, precisa de um complemento", diz Luiz Henrique Fernandes, diretor médico da Pfizer Consumer Healthcare. Foi o que levou o comerciante Paulo César Penido, 53, a tomar um desses produtos. "Eu me alimento bem, mas se faltar algum nutriente, a vitamina garante. E me dá um 'plus' de energia."
A mesma impressão tem Guilherme Moreira Bigardi, 32, supervisor de vendas. "Eu sempre ficava cansado. Com o multivitamínico melhorou bastante." Mas ele admite que não foi um milagre, já que passou a se alimentar melhor e a fazer exercícios.
CONTROVÉRSIAS
Muitos especialistas têm ressalvas quanto à necessidade dos multivitamínicos. "Eles vendem uma imagem de salvação, de que com a vitamina você vai vencer o cansaço. Não é bem assim", diz o nutrólogo Celso Cukier.
"Para o metabolismo da energia precisamos de vitaminas do complexo B, mas são quantidades mínimas. Com alimentação normal você consegue o necessário." Por "normal" ele quer dizer comer arroz, feijão, carne, frutas e legumes. A nutricionista Silvia Franciscato Cozzolino, professora da USP, indica de cinco a sete porções de frutas e vegetais por dia.
De acordo com ela, a pessoa pode até sentir mais disposição quando tomar vitamina se tiver carência de nutrientes. O mesmo vale para a questão da imunidade.
Não é normal ficar 'tristinho' na velhice
23/06/2015 - Folha de S.Paulo
O que é ser velho para você? Para o meu pai, que acaba de completar 85 anos, velhos são sempre os outros. Ele se recusa a entrar na fila dos idosos no banco, por exemplo, porque "só tem velho". O mesmo acontece nas raras vezes em que usa transporte coletivo. Assento para idoso? Nem pensar.
Na chácara onde vive, continua praticamente com a mesma rotina de antes. Acorda cedo, cultiva legumes e hortaliças, sobe em árvores, anda de bicicleta. Os dois infartos após os 80 anos não o intimidaram. A família fica de cabelo em pé. Mas ele não liga. Segue dono do seu nariz.
Impossível não lembrar do meu pai ao assistir ao documentário "Envelhescência", dirigido por Gabriel Martinez, que traz reflexões sobre a longevidade, a partir da história de seis personagens que subvertem o senso comum do declínio e da degeneração, associados ao processo de envelhecimento.
Edmeia Corrêa, 67, começou a surfar perto dos 60 anos. O farmacêutico Edson Gambuggi voltou a estudar perto dos 80 e se formou médico aos 84 anos. O japonês Kenji Ono, que introduziu o aikido no Brasil, segue praticante da técnica, aos 89 anos, mesmo com prótese no quadril.
Judith Caggiano, começou a tatuar o seu corpo aos 72 anos, após a morte do marido opressor e ciumento. Hoje tem mais de 60 tatuagens e piercings espalhados pelo corpo –três em locais proibidos. "Sou livre. Ninguém mais me controla ou me vigia." O maître Oswaldo Silveira, 84, corre todos os dias e é maratonista campeão da categoria 80 a 89 anos. Luiz Schirmer, de 76 anos, é paraquedista.
Sim, esses casos são exceções. Um estudo da USP mostrou que só 30% dos idosos com mais de 80 anos que vivem em São Paulo têm um envelhecimento tido como "ótimo", ou seja, sem problemas funcionais ou cognitivos.
Manter contato social, ser ativo fisicamente, não ter depressão ou outra doença mental, possuir mais de quatro anos de escolaridade e renda suficiente são os fatores que aumentam as chances de envelhecer bem.
O papel da atividade física como fator de proteção física e mental já está bem documentada. Mas agora estudos têm demonstrado que a interação social também produz benefícios semelhantes.
A interação com o outro produz desafios constantes, estimula o aprendizado, a sair da zona de conforto. Também é preciso cuidar da depressão. A doença é subnotificada no idoso e negligenciada pelos serviços de saúde. As pessoas acham que é normal ficar "tristinho" na velhice. Não é.
Envelhecer bem não significa não ter doenças. A grande maioria (84,4%) dos idosos "ótimos" do estudo da USP têm uma ou mais doenças de base, como diabetes e hipertensão. O importante é mantê-las sob controle.
Uma das principais mensagens que "Envelhescência" traz é que "velho pode sim". É a chance de a pessoa se libertar das obrigações da vida adulta e dar início a projetos e atividades que sempre desejou fazer.
Seria ótimo que mais e mais idosos se apropriassem dessa mensagem. E em vez de ficar cuidando de netos ou sustentando filhos já bem crescidinhos –que dilapidam suas aposentadorias– aproveitassem mais a vida que ainda lhes resta.
Aliás, a lição vale para todos que entendem que o importante é agregar vida aos nossos anos, não apenas anos à nossa vida.
Não é normal ficar 'tristinho' na velhice
23/06/2015 - Folha de S.Paulo
O que é ser velho para você? Para o meu pai, que acaba de completar 85 anos, velhos são sempre os outros. Ele se recusa a entrar na fila dos idosos no banco, por exemplo, porque "só tem velho". O mesmo acontece nas raras vezes em que usa transporte coletivo. Assento para idoso? Nem pensar.
Na chácara onde vive, continua praticamente com a mesma rotina de antes. Acorda cedo, cultiva legumes e hortaliças, sobe em árvores, anda de bicicleta. Os dois infartos após os 80 anos não o intimidaram. A família fica de cabelo em pé. Mas ele não liga. Segue dono do seu nariz.
Impossível não lembrar do meu pai ao assistir ao documentário "Envelhescência", dirigido por Gabriel Martinez, que traz reflexões sobre a longevidade, a partir da história de seis personagens que subvertem o senso comum do declínio e da degeneração, associados ao processo de envelhecimento.
Edmeia Corrêa, 67, começou a surfar perto dos 60 anos. O farmacêutico Edson Gambuggi voltou a estudar perto dos 80 e se formou médico aos 84 anos. O japonês Kenji Ono, que introduziu o aikido no Brasil, segue praticante da técnica, aos 89 anos, mesmo com prótese no quadril.
Judith Caggiano, começou a tatuar o seu corpo aos 72 anos, após a morte do marido opressor e ciumento. Hoje tem mais de 60 tatuagens e piercings espalhados pelo corpo –três em locais proibidos. "Sou livre. Ninguém mais me controla ou me vigia." O maître Oswaldo Silveira, 84, corre todos os dias e é maratonista campeão da categoria 80 a 89 anos. Luiz Schirmer, de 76 anos, é paraquedista.
Sim, esses casos são exceções. Um estudo da USP mostrou que só 30% dos idosos com mais de 80 anos que vivem em São Paulo têm um envelhecimento tido como "ótimo", ou seja, sem problemas funcionais ou cognitivos.
Manter contato social, ser ativo fisicamente, não ter depressão ou outra doença mental, possuir mais de quatro anos de escolaridade e renda suficiente são os fatores que aumentam as chances de envelhecer bem.
O papel da atividade física como fator de proteção física e mental já está bem documentada. Mas agora estudos têm demonstrado que a interação social também produz benefícios semelhantes.
A interação com o outro produz desafios constantes, estimula o aprendizado, a sair da zona de conforto. Também é preciso cuidar da depressão. A doença é subnotificada no idoso e negligenciada pelos serviços de saúde. As pessoas acham que é normal ficar "tristinho" na velhice. Não é.
Envelhecer bem não significa não ter doenças. A grande maioria (84,4%) dos idosos "ótimos" do estudo da USP têm uma ou mais doenças de base, como diabetes e hipertensão. O importante é mantê-las sob controle.
Uma das principais mensagens que "Envelhescência" traz é que "velho pode sim". É a chance de a pessoa se libertar das obrigações da vida adulta e dar início a projetos e atividades que sempre desejou fazer.
Seria ótimo que mais e mais idosos se apropriassem dessa mensagem. E em vez de ficar cuidando de netos ou sustentando filhos já bem crescidinhos –que dilapidam suas aposentadorias– aproveitassem mais a vida que ainda lhes resta.
Aliás, a lição vale para todos que entendem que o importante é agregar vida aos nossos anos, não apenas anos à nossa vida.
Brasileiros tornam-se sedentários antes dos 34 anos, aponta pesquisa
22/06/2015 - Folha de S.Paulo / Site
Quase 90% dos brasileiros que abandonaram as atividades físicas e os esportes o fizeram antes dos 34 anos. Os dados fazem parte da Pesquisa Diagnóstico Nacional do Esporte, divulgada nesta segunda (22) pelo Ministério do Esporte, no Rio de Janeiro.
Pesquisadores de universidades federais da Bahia, do Rio Grande do Sul, do Rio de Janeiro, de Goiás, de Sergipe e do Amazonas participaram do diagnóstico, feito com base em dados de 2013.
O estudo verificou a idade em que as pessoas que praticavam atividades físicas ou esportes deixaram de ter esse hábito e chegou à conclusão de que 45% delas tornaram-se sedentárias entre os 16 e os 24 anos de idade.
O ministro do Esporte, George Hilton, destacou que a pesquisa mostra que o abandono, nessa faixa etária, tem a ver com o ingresso no mercado de trabalho. Na faixa etária seguinte, de 25 a 34 anos, 18% abandonam a prática. O início do sedentarismo se dá antes dos 15 anos para 26,8% dos que já praticaram esporte ou atividade física e pararam.Para Hilton, o fortalecimento do esporte na escola é a principal forma de combate ao abandono. "O desporto escolar tem que ter protagonismo, para que, quando o jovem sair da escola, continue tendo vontade, gana e desejo de praticar esportes", afirmou.
O esporte mais abandonado pelos brasileiros é também a modalidade preferida da maioria: o futebol. Segundo a pesquisa, 59,8% dos que praticam esportes no país jogam futebol, mas 49,8% dos que se tornaram sedentários entraram para esse grupo justamente por ter "pendurado as chuteiras".
O segundo esporte mais praticado pelos brasileiros é o voleibol, com 9,7% dos praticantes, seguido pela natação, com 4,9%, e pelo futsal, com 3,3%.
De acordo com a pesquisa, 58,8% das pessoas que não praticam esportes afirmam que não têm tempo e dão prioridade para outras coisas, como estudar, trabalhar ou cuidar da família. Outras 11,8% declaram que têm preguiça, desinteresse ou desmotivação e 9,5% alegam questões de saúde.
Os motivos para o sedentarismo mudam de acordo com as regiões do país. No Sudeste, 41,5% das pessoas sedentárias disseram que têm consciência dos riscos, mas não se esforçam para mudar. No Sul, 22,4% dão a mesma justificativa, enquanto 22,8% afirmam que não gostam de esportes ou atividades físicas e 28,9% dizem não ter tempo. No Centro-Oeste, está o maior percentual de pessoas que afirmam ter consciência dos riscos, mas não praticam por falta de condições financeiras: 10,2%.
A região Sudeste é a mais sedentária do país, com 54,4% da população sem praticar atividades físicas ou esportes; o Centro-Oeste teve 45,1%, o Sul, 39,3%, o Nordeste, 38,5%; e o Norte, 37,4%.
Para o ministro, o combate ao sedentarismo vai além da infraestrutura. "É muito mais que ter estrutura esportiva. A prática é cultural e tem que ser vista pela ótica educacional", disse.
George Hilton considera a situação do Sudeste preocupante pelo potencial de gerar doenças crônicas e coronárias. "Onde está maior parte da população do país não há interesse em praticar atividades físicas. Isso tem que gerar um alerta, porque vai gerar um déficit na saúde pública. É uma conta que não fecha", afirmou o ministro.
Sociedades médicas pedem aval para mais tratamentos
23/06/2015 - O Estado de S.Paulo
Sociedades médicas de diversas especialidades estão mobilizadas para tentar fazer a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mudar de ideia sobre a inclusão de novos procedimentos no rol. Desde sexta feira – e até o próximo dia 19 –, continua em consulta pública a proposta da agência de incluir 11 novos procedimento na lista de coberturas obrigatórias dos planos de saúde.
O número, no entanto, frustrou as entidades médicas que viram vários pedidos de inclusão serem ignorados.Ao todo, a agência recebeu 109 sugestões de novos tratamentos e selecionou só 34 – e apenas parte deles vai para consulta pública.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia, por exemplo, se organiza para fazer intervenções durante a consulta pública para tentar convencer a agência a incluir na cobertura dos planos um tipo de tomografia capaz de estimar o risco de um paciente sofrer enfarte e outras doenças cardíacas no futuro.
Já a Sociedade Brasileira de Urologia articula abaixo-assinado para pedir a inclusão da prótese peniana inflável, indicada para homens com disfunção erétil grave, que não respondem aos medicamentos. Hoje, os planos são obrigados a cobrir apenas uma outra tecnologia: a prótese peniana maleável.
“Com as maleáveis, o homem fica com uma ereção contínua, o que é incômodo e constrangedor em algumas situações”, diz Antonio de Moraes Junior, chefe do departamento de Andrologia da SBU. A sociedade estima que mais de 3 milhões de brasileiros necessitem da prótese. Erro nos formulários. A gerente-geral de regulação assistencial da ANS,Raquel Lisboa, afirma que mais da metade dos mais de cem pedidos de incorporação nem teve formulários devidamente preenchidos, mas novas inclusões não estão descartadas.
“O período de consulta pública serve exatamente para que a sociedade possa contribuir.” O novo rol entrará em vigor em janeiro.