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CLIPPING - 12/05/2015

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

Eficácia de vacina antidengue chega a 60%

12/05/2015 - O Estado de S.Paulo


O Ministério da Saúde inicia neste semestre uma pesquisa para saber quando e como a vacina contra dengue será aplicada. A ideia é traçar uma estratégia para tornar mais eficaz o uso do recurso.

“Não haverá vacina para todos. Precisamos saber quais são os públicos que devem ser escolhidos para a imunização, caso o registro seja concedido”, disse o coordenador do Programa Nacional de Controle de Dengue, Giovanini Coelho. O trabalho deve ser concluído até o fim do ano.

A vacina desenvolvida pela empresa francesa Sanofi Pasteur apresentou em março o pedido de registro do produto no País. Caso ele seja concedido neste ano, avalia a empresa, o imunizante estará disponível somente a partir de 2016. “As medidas de combate ao mosquito transmissor da doença não vão terminar, mesmo quando uma vacina estiver disponível. O imunizante, sozinho, não será capaz de evitar epidemias”, avaliou Coelho.

O coordenador enumera pelo menos duas razões para que a vacina não seja considerada uma “solução mágica”. A começar pela eficácia identificada nas pesquisas feitas pelo fabricante: 60%, em média, para todos os sorotipos do vírus causador da doença. Além disso, são necessárias três doses da vacina, em intervalo de seis meses. O ciclo se completa, portanto, apenas depois de um ano do início da vacinação.

“Há sempre problemas logísticos para aplicação de três doses da vacina, com esse período de intervalo. Enquanto não tivermos um imunizante com dose única, e eficácia superior a 90%, não podemos descartar as demais medidas de prevenção”, garantiu Coelho.

Unifesp. Apesar das perspectivas serem a médio prazo, o Ministério da Saúde considera que a vacina da Sanofi-Pasteur pode significar um recurso valioso, principalmente para redução dos casos graves. “Os testes mostram uma queda de 80% nas internações. É um indicador que tem de ser levado em consideração”, afirmou.

A pesquisa será conduzida pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em cidades consideradas estratégicas, com grande circulação de pessoas e que exerceram em epidemias anteriores um papel importante para a disseminação do vírus. Até agora, foram listadas 63. Entre elas: Rio, Santos, Campinas, Goiânia e Recife.

Na primeira etapa, serão feitos testes para identificar nessas cidades escolhidas as populações que já tiveram contato com o vírus. “Os estudos mostraram que ela é mais eficaz em pessoas que já tiveram algum contato com o vírus. A ideia é, nesses municípios, fazer um inquérito sobre a soroprevalência em diversas faixas etárias”, contou o coordenador.

O governo pretende usar a segunda fase da vacinação de Pólio, programada para o próximo semestre, para coletar amostras de sangue de crianças menores de 5 anos. “Para participar, as famílias têm de assinar um protocolo de adesão. Tudo tem de ficar muito claro para os responsáveis dos menores”, disse Coelho. Uma rede de laboratórios particulares está sendo montada para ajudar na realização do inquérito.

Idosos. Os dados reunidos pelo estudo deverão ser usados para nortear a decisão do governo sobre incluir ou não a vacina no País. Feita essa avaliação, será a vez de definir os grupos prioritários para receber as doses do imunizante, algo semelhante ao que foi realizado no Brasil com influenza (gripe). Quando começou a ser usada no País, a vacina estava restrita a alguns grupos de risco, como idosos.

O coordenador adiantou que essa população é uma forte candidata a ser alvo de campanhas, caso elas ocorram no País. “Levantamentos recentes mostram que esse grupo apresenta um maior risco de internação e morte por dengue”, contou.




Os desafios da cadeia de frio na indústria farmacêutica

11/05/2015 - Lab Network


Um dos grandes desafios da indústria farmacêutica é o transporte adequado de vacinas, biomedicamentos, hemoderivados e outros produtos que necessitam de controle de temperatura – principalmente quando ainda não existem regulamentações com diretrizes específicas nos âmbitos federal, estadual e municipal -, aliado à carência em infraestrutura e adoção e manutenção de boas práticas em todos os pontos da cadeia logística.

Da fabricação do produto até sua chegada ao consumidor final, são muitas as normas que devem ser cumpridas para garantir que a qualidade seja mantida intacta, e isso ganha ainda mais relevância quando se fala de produtos da cadeia de frio (cold chain). Ela assegura a manutenção da qualidade do produto com temperatura controlada para que seu princípio ativo e produto final não sofram alterações, comprometendo a efetividade, eficácia, estabilidade e as características físico-químicas do fármaco. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que aproximadamente 50% das vacinas produzidas em todo o mundo atingem seus destinos deterioradas, devido à quebra da cadeia de frio. A maior falha está no controle da temperatura (cerca de 40%), comprometendo a qualidade do produto e causando possíveis riscos à saúde.

“O papel da indústria está em estabelecer as necessidades de seus produtos e desenvolver soluções de acondicionamento que garantam a manutenção das características que os produtos demandam e desenvolver soluções alternativas em conjunto com parceiros devidamente qualificados e identificados para prover os recursos técnicos e conhecimento para viabilizar as operações de distribuição dos produtos da cadeia de frio. O Brasil é um país que tem uma diversidade muito grande; com isso, soluções funcionais para locais com infraestrutura desenvolvida não podem ser adotadas nacionalmente, acarretando aumento de custos para a cadeia de distribuição”, diz Emerson Lopes, gerente regional de Supply Chain e S&OP da Alcon Laboratórios.

Para um processo eficiente são necessários equipamentos e insumos adequados, como local de armazenamento com controle de temperatura; espaço suficiente para o armazenamento de todos os produtos de forma a garantir que eles estejam sendo refrigerados homogeneamente; utilização de caixas térmicas (isopor ou poliestileno) resistentes, em bom estado e que sejam capazes de conservar a temperatura interna considerando a temperatura externa; e o tempo de transporte.

“É fundamental que para a escolha da caixa térmica sejam realizados testes de validação. Termômetros ou datallogers para monitoramento da temperatura durante todo o transporte auxiliam em uma tomada de decisão rápida durante o percurso, além de serem importantes para registrar um desvio de temperatura e ajudar a rastrear a causa raiz desse desvio. Os caminhões refrigerados utilizados para transporte devem ter controle de temperatura, rotina de limpeza e não devem transportar outros produtos ao mesmo tempo. Não menos importante do que os equipamentos e insumos são as pessoas envolvidas na cadeia de frio. Elas precisam estar capacitadas e ter conhecimento sobre o que é cadeia de frio, qual sua importância, quais insumos e equipamentos devem ser utilizados e como os produtos devem ser armazenados e transportados”, comenta Mayra Moura, colaboradora da Assessoria Clínica de Bio-Manguinhos (Asclin).

Segundo Lopes, para garantir a eficácia de todo o processo é preciso controlar a demanda para que a cada embarque tenha-se o resultado do monitoramento da temperatura ao longo de toda a cadeia antes da liberação do produto para o cliente final.

“Isso é mandatório em certos procedimentos. Tudo vai depender do grau de criticidade do produto transportado. Um produto de maior estabilidade talvez não requeira um monitor/registrador de temperatura em todos os embarques; produtos mais sensíveis podem requerer este tipo de controle. Assim, as decisões de como controlar são fundamentalmente dependentes das especificações do produto transportado”, comenta.

Quando as normas de armazenamento e transporte não são cumpridas, o produto fica exposto à perda da eficácia ao longo de sua vida útil, chegando a haver a necessidade de destruí-lo. “O quanto de potência – ou eficácia – ele perde depende de vários fatores: a qual temperatura foi exposto? Por quanto tempo? Qual a validade deste produto? Ele já foi submetido anteriormente a um desvio de temperatura? Outro problema que pode ocorrer é o aumento de eventos adversos”, explica Mayra.

Desafios

Em um país com dimensões territoriais tão grandes como o Brasil, o transporte de produtos com temperatura controlada é um desafio para os laboratórios, operadores logísticos, transportadoras, distribuidoras e, principalmente, para o profissional encarregado do acompanhamento e da qualificação desse processo para toda a cadeia de frio. A questão, na opinião de Lopes, é a falta de padronização, o não cumprimento de exigências legais por parte dos prestadores de serviço e a falta de efetividade por parte das autoridades.

“As exigências hoje colocadas pela Anvisa são conhecidas, mas não controladas. No sertão ou em cidades de poucos recursos, como é possível garantir a manutenção das condições de armazenagem exigidas por lei? Quem é o responsável por inspecionar estas instalações por vezes não conta com recursos para fazê-lo, o que torna a rede de distribuição mais desafiadora, visto que a indústria consegue garantir seus requisitos técnicos até certo ponto da cadeia e a partir destes pontos não mais é possível este controle”.

Segundo ele, quando traçamos um cenário da cadeia de frio no Brasil e no mundo, o que se tem é um desenho bem distinto. “A infraestrutura logística em países desenvolvidos permite uma distribuição infinitamente mais eficiente. Além disso, as condições climáticas são mais severas nos outros países, o que faz com que a infraestrutura deles seja naturalmente melhor estabelecida que a nossa. A falta de um sistema de transporte multimodal eficiente também limita muito as alternativas de transporte, deixando o modelo limitado a rodoviário e aéreo. Pensando em abrangência nacional, a falta de estradas de boa qualidade, a falta de armazéns com as adequações exigidas pela cadeia farmacêutica limitam ainda mais nossas opções, incrementando assim o custo e a complexidade deste controle”.

É frequente também ocorrerem atrasos durante o transporte, colocando a qualidade do produto em risco quando o tempo de transporte e o controle de temperatura não podem ser mantidos. Nestes casos, o produto pode sofrer uma excursão de temperatura, que é um desvio das condições de armazenamento aprovadas para um produto, qualquer que seja o tempo de duração, ao longo de sua vida útil, ou seja, desde a sua fabricação até o seu uso no último dia do prazo de validade.

Porém, vale dizer que a cadeia de frio não é de responsabilidade de uma única pessoa ou empresa; cada integrante do elo é responsável pela sua parte. Para ter maior controle durante todo o processo, a Central Nacional de Distribuição de Imunobiológicos (Cenadi), por exemplo, estuda a possibilidade de colocar um pequeno adesivo na vacina, ainda no fabricante, que acusaria desvio de temperatura. Esse desvio poderia ser observado na ponta, no momento da vacinação, mas ainda não foi colocado em prática. “Hoje, cada um se responsabiliza pela sua parte e gere seus riscos. Qualquer problema que ocorra depois da distribuição para o próximo elo o fabricante deverá ser comunicado para ciência e orientação, mas é um processo passivo, apenas para que ele tenha conhecimento”, explica Mayra.

A gestão de riscos é feita a partir do entendimento correto de toda a cadeia logística. José Eduardo Martins, gerente da Garantia da Qualidade da Hemobrás, conta que a empresa faz um mapeamento de possíveis riscos que podem ocorrer em todas as etapas do processo. “Com isso em mãos é possível analisar ponto a ponto e verificar quais são as variáveis que impactam na qualidade do medicamento. Identificadas estas variáveis, elaboramos uma matriz de riscos para determinarmos e escalonarmos estas variáveis do maior para o menor risco. Cada ponto é estudado com o objetivo de determinar ações de erradicação, minimização e/ou controle”.

Uma das preocupações da empresa está na escolha de seus fornecedores. “Trabalhamos com uma ferramenta de Qualificação de Fornecedores, onde dentre todos os pontos e fatores analisados, a prioridade é a capacidade técnica e o know how para a execução das atividades inerentes à cadeia de frio”, diz Martins.

Jair Calixto, gerente de Boas Práticas e Auditorias Farmacêuticas do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), destaca, ainda, como outros desafios, a especificidade da cadeia de abastecimento, que é extremamente regulada pela Anvisa; o excesso de movimentações, desde a origem até o destino, por muitos dos envolvidos no transporte e distribuição desses produtos e a falta de segurança e de infraestrutura nas estradas.

Regulamentação

A regulamentação do transporte refrigerado de cargas é uma das que mais gera preocupação no país, principalmente na indústria farmacêutica, pois é grande a demanda de produtos que necessitam de ambientes frios. Mesmo recebendo resoluções próprias da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ainda há um gap considerável de regulações que seria sanado a partir da concentração das normas em uma regulamentação única.

A agência está produzindo um guia referente à qualificação de transporte para produtos biológicos, que deve ser lançado em breve. Segundo Calixto, a tendência é que as agências regulatórias mundiais estabeleçam requisitos regulatórios cada vez mais restritos para o controle desses produtos. “Outra tendência importante é a provável harmonização das boas práticas de distribuição de produtos de cadeia fria em nível global. Especificamente sobre as tendências técnicas, existe um desenvolvimento tecnológico e científico constante dos materiais, embalagens e instrumentos utilizados no controle e na manutenção da temperatura destes produtos, trazendo uma evolução muito rápida para esse segmento”.

Atualmente, a legislação brasileira que busca normatizar a cadeia de frio está focada nos biomedicamentos. A RDC n° 55/2010 exige, conforme as alíneas a e b do inciso X, do artigo 31, que as empresas apresentem a validação de transporte, enviando a qualificação de operação e desempenho das caixas a serem utilizadas para o transporte e validação dos procedimentos de transporte do princípio ativo, do produto biológico a granel, intermediário, em sua embalagem primária, terminado, do diluente e do adjuvante (no caso de vacinas) e a qualificação de operação e desempenho das caixas a serem utilizadas para o transporte do produto biológico terminado em território nacional.

“Além disso, a RDC 38/10, que trata da importação de produtos biológicos, determina, em seu parágrafo cinco, que a empresa importadora (detentora do registro) deve possuir cadeia de transporte validada de acordo com as características de estabilidade de cada produto a ser importado e, no parágrafo seis, que a empresa importadora (detentora do registro) deve possuir registros contínuos de temperatura da cadeia de transporte que comprovem que o produto foi mantido dentro das condições de armazenamento e de transporte preconizadas pelo fabricante. Os registros de temperatura devem identificar o nome do produto, número de lote, hora e data de envio e recepção. As condições de armazenamento e transporte devem ser especificadas na Licença de Importação”, explica Daniela Marreco Cerqueira, gerente de Produtos Biológicos da Anvisa.

Com base no guia que será lançado, o tipo de sistema de transporte a ser utilizado deverá ser decidido de acordo com o tamanho do carregamento, a natureza do produto e o risco apresentado pelas flutuações de temperatura. Daniela diz ainda que a RDC n° 17/2010, que trata da qualificação de transportes de medicamentos, define o conjunto de ações realizadas para atestar e documentar que quaisquer instalações, sistemas e equipamentos estão propriamente instalados e/ou funcionam corretamente e levam aos resultados esperados.

Todas as qualificações sempre devem ser realizadas seguindo um protocolo pré-aprovado. Este protocolo deve ser bem detalhado, descrevendo os tipos de transporte (aéreo, marítimo, terrestre etc.) necessários durante toda a rota e especificando em que condições ocorrem (caminhão refrigerado, por exemplo) e por quanto tempo. “O tipo de material refrigerante utilizado deve ser informado, assim como a sua localização no sistema de transporte e a quantidade a ser utilizada”, comenta Daniela.

Calixto cita ainda as normas RDC 50/2011 e RDC 25/2013, relativas a procedimentos para realização de estudos de estabilidade para produtos biológicos; RDC 10/2011, relativa à garantia de qualidade para produtos importados, e a RDC 234/2005, relativa aos requisitos técnicos para a importação de produtos biológicos.

Tecnologia de ponta

Flutuações de temperatura são comuns em unidades comerciais e de uso doméstico e isto pode pôr em risco materiais e amostras sensíveis a temperatura. Ao contrário dos modelos domésticos ou comerciais, os equipamentos de armazenamento a frio de alto desempenho Thermo Scientific™ são projetados especificamente para armazenar materiais e amostras de alto valor e armazenamento crítico, tais como vacinas, amostras biológicas, tecidos, material genético e reagentes.

A Thermo Scientific™ tem um portfólio de equipamentos e produtos diferenciados e que abrange todas as temperaturas necessárias para correto armazenamento, seja a curto, médio ou longo prazo. Dentro de suas características especiais que impactam diretamente na qualidade do material armazenado, destacam-se:

  • Excelente estabilidade de temperatura: dependendo da criticidade do material a ser armazenado, pode-se chegar a variações mínimas de ±1°c em temperaturas de -30°c e pouco mais de 3,5°c em temperaturas de -86°c;
  • Uniformidade de temperaturas dentro da câmara de armazenamento: com uma distribuição de temperatura uniforme dentro da câmara de armazenamento, garante-se que independentemente da localização de seu material no interior do equipamento, a temperatura estará sempre muito próxima ao ideal de armazenamento. Assim, eliminando as variações excessivas de temperatura, elimina-se também uma variável em estudos e pesquisas;
  • Recuperação extraordinária depois de abertura de portas: o sistema de refrigeração eficiente garante que mesmo após aberturas de portas, a temperatura ideal de armazenamento será atingida rapidamente, resguardando as amostras de variações constantes de temperatura;

Isolamento térmico diferenciado: permite a correta manutenção das temperaturas internas por certo período de tempo, mesmo que haja uma queda de energia. Evita também, que a temperatura externa não tenha influência significativa na temperatura interna do equipamento.

A Thermo Scientific™ desenvolveu uma solução que se aplica a qualquer equipamento da cadeia de frio. Desde os refrigeradores normais até os complexos equipamentos automatizados de criogenia.

A solução de monitoramento sem fio Smart-Vue™ permite monitoramento 24/7 de parâmetros críticos de equipamentos de laboratório com notificações instantâneas sobre quaisquer ameaças potenciais. Todos os dados são monitorados continuamente e de forma segura com registros para ajudar com conformidade regulamentar.

O Smart-Vue protege a qualidade das amostras monitorando continuamente as condições dos equipamentos e notificando remotamente se as condições para a integridade das amostras ficarem comprometidas. Além disso, os recursos de registro de dados do Smart-Vue™ auxiliam na comprovação de conformidade com requisitos da FDA, GxP e outros órgãos reguladores.

O sistema integrado de alarme protege com precisão os setpoints altos/baixos. As notificações são transmitidas para o servidor do Smart-Vue, sendo permanentemente registradas como necessário para fins de auditoria, e sinais multimídia são enviados imediatamente para avisar sobre ações corretivas.

A Thermo Scientific™ é capaz de prover a solução completa para a cadeia de frio. Desde os refrigeradores e congeladores da linha High Performance, Congeladores de Ultra Baixa Temperatura, sistema para preparação de congelamento de amostras em Freezers com Taxa de Congelamento Programável, solução completa de Criogenia com fornecimento automático de nitrogênio líquido, ou galões de preenchimento manual, até o monitoramento de todos estes parâmetros críticos.

Qualificação de embalagens

Ciente das necessidades e gargalos do segmento, o Grupo Polar passou a desenvolver estudos e investir em pesquisa e desenvolvimento (P&D) de soluções inteligentes. Há 15 anos o Grupo lançou o Ice Foam, uma tecnologia exclusiva que resultou em um elemento refrigerante com melhor estabilidade e autonomia térmica, com descongelamento mais lento, não deforma, é atóxico, isento de proliferação de fungos e reutilizável.

Criou também a Manta Térmica, desenvolvida para ser colocada entre o Ice Foam e o produto transportado, aumentando a estabilidade e a performance térmica da embalagem e evitando picos negativos de temperatura, e o Topsek, elemento com exclusiva superfície absorvente que retém a umidade proveniente da condensação.

Sem contar o Super Cold, primeiro produto refrigerante destinado ao transporte de itens com temperaturas negativas, produzido a partir da espuma do Ice Foam, alcança faixas até -70º C.

Desenvolveu ainda embalagens e bolsas térmicas de acordo com as necessidades específicas e comuns dos clientes como a caixa de parede tripla de alta performance indicada para transporte de até 120 horas entre 2ºC e 8ºC, ou a Fit Box, caixa de papelão pré-moldada dobrável, revestida por placas de material isotérmico de camada dupla que otimiza o espaço de armazenamento e reduz o custo do transporte ou até mesmo a Hemo Safe, uma caixa térmica inteligente que possui um sistema de monitoramento de temperatura e de abertura integrado.

Hoje, com o Laboratório de Ensaios Térmicos Valida e a divisão de equipamentos, o Grupo Polar também faz a qualificação de embalagens, equipamentos e ambientes e oferece soluções em equipamentos para monitoramento de temperatura em transporte e armazenamento.

O transporte adequado

O transporte de fármacos no Brasil exige cuidados e atenção extras, incluindo permissões especiais para atravessar grandes centros e o controle exato de temperatura dos baús refrigerados. Em termos de cadeia do frio, esse tipo de carga exige atenção e cuidados adicionais em relação às cargas convencionais, como embalagens, limpeza e acompanhamento de profissionais da saúde. Na prática, toda a cadeia de medicamentos, desde a fabricação até a aquisição pelo consumidor, é acompanhada por normas e todas as empresas envolvidas devem possuir autorização para operar. Ou seja, toda a cadeia compartilha responsabilidade pelo produto final.

Se a qualidade dos produtos farmacêuticos é comprometida, o risco é maior do que somente a perda da carga, pois pode comprometer a saúde e bem-estar das pessoas. Para manter a qualidade e integridade de produtos médicos e biológicos durante o transporte, a Thermo King possui um amplo portfólio de produtos, como o Cold Cube que é uma espécie de “mini-container” ou “freezer móvel” para aplicação em vans e caminhões sem a necessidade de uma preparação especial do veículo. Este equipamento possui controle digital acoplado, construção em polietileno que possibilita uma fácil limpeza e remoção de uma aplicação a outra, assim como de uma localidade a outra, mantendo uma temperatura consistente. Adequado para transporte e conservação de vacinas e outros tipos de medicamentos.

Para caminhões, vans e Veículos Urbanos de Carga (VUC’s) com baús com paredes isoladas, preparados para transporte de produtos perecíveis, são oferecidas soluções de controle de temperatura, como a gama de equipamentos de refrigeração com compressor acoplado ao motor Diesel do caminhão da série V. Com a aplicação do equipamento adequado, temperatura da carga e tipo de operação, podem ser utilizados em baús de até 5 metros de comprimento, sendo mais utilizados para a distribuição em cidades, com a capacidade de manter a temperatura dos produtos entre -29°C e 29°C, de acordo com as especificações do fabricante do produto.

Segundo Marcelo Nicioli, Gerente de Produto para Truck and Trailer da Thermo King no Brasil, para transportes entre as fábricas e os centros de distribuição, os equipamentos autônomos, que possuem motor diesel independente para acionar o compressor, são mais comumente utilizados. Os equipamentos da série T-80 da Thermo King podem ser utilizados em baús com até 8,5 metros de comrpimento e os da Série Precedent e SB em semirreboques de até 15 metros de comprimento, mantendo a temperatura dos produtos entre -29°C e 29°C, dependendo da necessidade.

A aplicação do equipamento correto depende da demanda para a manutenção da integridade, qualidade, eficácia e segurança dos produtos em questão. O controle e monitoramento da temperatura dos produtos farmacêuticos transportados é um dos pilares para a integridade do produto e os equipamentos de refrigeração da Thermo King da série T-80, Precedent e SB, para baús de caminhões e semirreboques possuem este diferencial, proporcionando controle de temperatura preciso e permite o registro de forma segura durante todo o tempo de transporte. Estes dados são armazenados e utilizados dentro dos importantes processos de validação, que documentam e atestam que durante o percurso a carga em questão permaneceu nas condições requeridas, de acordo com as boas práticas aplicáveis do setor, levando ao resultado esperado.

Para assegurar a qualidade de exames clínicos, matérias primas, vacinas e outros medicamentos, é importante obedecer às recomendações de seus fabricantes. Em geral as recomendações são em relação aos limites de temperatura e umidade aceitáveis para transporte e armazenagem. Em geral, no segmento existe uma demanda de medicamentos sensíveis a temperatura, que variam entre 15°C e 30°C, os que necessitam de conservação em ambiente congelado, como hemoderivados, outros que necessitam de ambiente refrigerado, com temperaturas de 2°C a 8°C, como vacinas e insulinas, ou ainda aqueles que necessitam ser mantidos em ambiente resfriado, com a temperatura variando entre 8°C e 15°C.

A Thermo King oferece treinamento de boas práticas de distribuição às transportadoras para todos os membros da equipe de logística, desde a equipe de qualidade, pessoal de movimentação e estocagem, até os motoristas, que abrangem noções de carregamento, cadeia do frio e distribuição de produtos, para que possam aproveitar todos os recursos do equipamento adquirido e operá-los com segurança. As premissas para a regulamentação desse tipo de transporte vão desde a exigência de um responsável técnico farmacêutico nas empresas de transporte até registros de treinamentos para os colaboradores como também de temperaturas dos produtos durante armazenagem e transporte.

Com as restrições de tráfego de caminhões de maior porte nos grandes centros, veículos menores – como os Veículos Urbanos de Carga (VUC’s) – são utilizados para a distribuição. Estes veículos normalmente possuem equipamentos de refrigeração que dependem do motor diesel dos mesmos. Com a baixa rotação dos motores, o controle de temperatura é afetado, uma vez que o compressor do equipamento é acoplado ao motor Diesel do caminhão. Assim é importante que seja feita a seleção correta do equipamento de refrigeração para cada tipo de aplicação ou operação.



SP vacina mais de 2 milhões de pessoas contra a gripe; campanha acaba dia 22

11/05/2015 - Folha de S.Paulo


Mais de 2 milhões de pessoas já foram imunizadas contra a gripe em todo o Estado de São Paulo, segundo balanço divulgado nesta segunda-feira (11) pela Secretaria de Saúde. Os idosos correspondem ao público mais alcançado até agora pela campanha, chegando a 1.109.710 vacinados.

A campanha teve início na última segunda (4) e está prevista para ser encerrada no próximo dia 22. Além de imunizar a população contra a gripe A H1N1, tipo que se disseminou pelo mundo na pandemia de 2009, a campanha visa proteger a população de outros dois tipos do vírus influenza: A (H3N2) e B.

Ao todo, o Estado deve imunizar 11,8 milhões de pessoas, o que corresponde à 80% do público-alvo –idosos com mais de 60 anos, crianças com idade entre seis meses e cinco anos, gestantes, trabalhadores do setor de saúde, indígenas e pacientes diagnosticados com doenças crônicas.

Apenas na capital paulista, o número de pessoas imunizadas até esta segunda passa de 495 mil. Segundo o Ministério da Saúde, estudos demonstram que a imunização pode reduzir entre 32% e 45% o número de pessoas, com pneumonias, que buscam atendimento em hospitais e de 39% a 75% a mortalidade por complicações da influenza.

Fast-food destrói bactérias que imunizam o organismo

11/05/2015 - Yahoo Notícias


Que fast-food faz mal à saúde todo mundo sabe. Mas um pesquisador do Reino Unido descobriu que nem mesmo as bactérias que vivem no seu estômago gostam desse tipo de alimentação!

Docente da universidade King´s College London revela em um estudo publicado em seu livro ‘The Diet Myth” (O mito da dieta) que bactérias que nos protegem contra diabetes, câncer, doenças de coração e obesidade acabam morrendo em contato com sanduíches e batatas fritas.

Tim Spector, professor de epidemologia genética, usou seu filho Tom, de 23 anos, como cobaia. Durante dez dias, o jovem, que também é estudante de genética, se alimentou somente na lanchonete McDonald´s. Após o período, foi verificada uma redução significativa no número de bactérias na sua flora intestinal.

“Antes de começar minha dieta, havia cerca de 3.500 espécies de bactérias intestinais do tipo firmicutes no meu estômago. Após começar o experimento, perdi muito rápido cerca de 1.300 espécies e meu estômago começou a ser dominado por um grupo chamado bacteroidetes.

Além do problema da obesidade que vem crescendo nos Estados Unidos e em parte da Europa, a descoberta expõe o risco do consumo em excesso deste tipo de alimento para o ser humano em relação a outras doenças. A flora intestinal tem um papel importante na eliminação de micróbios responsáveis por doenças graves e até mesmo no desenvolvimento de autismo.

Ainda de acordo com o pesquisador, alimentos como alho, café e cerveja belga são ótimos para repor a flora intestinal e mantê-la diversificada para proteger o nosso organismo.

Para o livro, Spector também analisou registros de 12 mil gêmeos no Reino Unido, que são monitorados durante a vida para a observação dos efeitos de fatores ambientais e da variedade genética. A conclusão foi que a exclusão de gordura e açúcar para uma dieta saudável é menos importante do que a certeza de que o alimento ingerido é o mais natural possível.




Limites da esperança

11/05/2015 - O Globo


Para tentar combater o mal- estar e manter a prosperidade dos bancos privados de cordão umbilical — que deverão movimentar US$ 15,2 bilhões no mundo até 2019, contra US$ 12 bilhões em 2012 —, o próprio setor criou a Associação Brasileira de Bancos de Células-Tronco. O presidente, Roberto Waddington, diz que o objetivo inicial é arrumar a casa e resolver questões éticas pendentes, apesar de as primeiras empresas brasileiras estarem perto de completar 15 anos.

TRATAMENTO DE DOENÇAS SANGUÍNEAS

Coletado logo após o nascimento do bebê num procedimento rápido, o sangue do cordão umbilical é rico em células-tronco hematopoiéticas, capazes de tratar, por meio de transplantes e infusões, em torno de 80 doenças sanguíneas, como leucemias, linfomas, falência da medula óssea, anemias e síndromes mielodisplásicas. Mas Waddington admite que há empresas que “vendem ilusões” que vão além disso.

— Empresas usam a esperança como marketing, mas falta substância científica por trás — critica o presidente, exemplificando: — Há um malabarismo semântico de convencimento. Dizem, por exemplo, que as células-tronco são usadas no exterior para tratar mal de Alzheimer, Parkinson e diabetes, mas, na verdade, estão sendo testadas em estudos clínicos.

Waddington diz que a associação está revisando o material de divulgação de seus associados, que, por enquanto, conta com seis das 13 empresas brasileiras — outras cinco estão pendentes e duas rejeitaram participar.

— Queremos eliminar expressões como “esta é a única alternativa terapêutica” ou “seguro biológico”. Por quê? Há garantia de que as células-tronco vão salvar a vida do seu filho? Não. Então, não é um seguro — explica Waddington, condenando ainda o uso de celebridades em propagandas. — Essa é uma decisão de natureza médica, não deveria haver este tipo de interferência.

Para a inciativa, foi criado um comitê de ética independente, que avaliará conteúdo e proporá outras mudanças. O oncologista Gilberto Lopes, diretor científico do Grupo Oncoclínicas do Brasil, é um dos integrantes.

— É importante que eles deixem claro que a probabilidade de uso da amostra é pequena, para que a família possa tomar uma decisão consciente — afirma Lopes, que, ainda assim, defende o procedimento. — Mas, mesmo pequena, caso o paciente precise, pode fazer diferença entre a vida e a morte.

Quem precisa de transplante ou infusão recorre primeiramente aos bancos de medula óssea, que armazenam 25 milhões de amostras no mundo. O uso de cordões umbilicais começou a se popularizar nos anos 90, como uma terapia alternativa àqueles que não tinham doador de medula compatível, principalmente para leucemia. Em seguida, o setor segmentou-se entre bancos públicos — estão disponíveis à população — e privados — de uso exclusivo das famílias pagantes no país.

A coleta custa em média R$ 3 mil, e a taxa de armazenamento em tanques mantidos a temperatura negativa é de cerca de R$ 600 por ano. No caso do público, não há custo para a mãe, mas a filosofia é diferente. Não é possível doar voluntariamente. Profissionais de maternidades credenciadas selecionam as doadoras num sistema de amostragem. E esse material poderá ser usado por qualquer pessoa que busque um doador.

No mundo, há 637 mil amostras de cordão umbilical em bancos públicos, dos quais 12 mil foram usadas. Em bancos privados, há 3,6 milhões de amostras armazenadas, e 1.179 foram úteis.

DECISÕES BEM PENSADAS

Uma dessas amostras guardadas é de Theo Batista, filho de Marcella, que diz estar mais tranquila com a decisão tomada e elogia os cuidados que recebeu da equipe da empresa escolhida.

— Tomara que a amostra nunca seja usada, que tenha sido um dinheiro jogado no lixo, mas, para mim, era algo primordial a ser feito, e minha decisão teve o apoio da minha obstetra — afirma Marcella, lembrando que tinha acompanhado o caso da filha de sua chefe que, após dois anos internada por problemas na medula, conseguiu a doação de material de cordão umbilical.

Já Mário Lyra optou pelo serviço há nove anos, quando era uma nova aposta.

— A técnica parecia ser muito promissora à época — conta Lyra, que agora está revendo sua decisão. — Comecei a me questionar e pesquisar mais sobre o tema. Hoje não acredito na proposta, não vi grandes evoluções em dez anos. Acho que ela continuou só como aposta. Vamos investir mais numa alimentação saudável e numa vida feliz como forma de prevenir doenças.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Instituto Nacional do Câncer (Inca) e grupos de cientistas e instituições aqui e no exterior — entre elas a Associação Americana de Pediatra — têm demonstrado preocupação com o setor. Coordenador do Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea, da Rede BrasilCord (de bancos públicos) e do centro de transplante do Inca, Luis Fernando Bouzas é um dos críticos da “febre” de bancos privados:

— Pode ser que uma nova descoberta traga outra perspectiva no futuro, mas, neste momento, eles têm uma utilidade muitíssimo limitada para o tamanho do investimento que se tem feito.

No Brasil, 175 procedimentos foram feitos a partir do material de cordões de bancos públicos. Estes armazenam 18 mil amostras e a expectativa é chegar a 60 mil nos próximos cinco anos, número considerado suficiente por Bouzas. Nos privados, 13 amostras de 93 mil (até 2013) armazenadas foram usadas para fins terapêuticos, segundo dados divulgados em janeiro pela Anvisa. No ano passado, as amostras já chegavam a 98 mil.

— Pegam as mães num momento de fragilidade emocional e dizem que é uma garantia de futuro para o filho, mas não é bem assim — afirma a geneticista Mayana Zatz, da USP.

Para o caso da leucemia, por exemplo, Mayana explica que nem é recomendado usar o material do próprio cordão, porque o conteúdo genético da amostra é o mesmo que levou ao desenvolvimento da doença. Além disso, o sangue do cordão pode ser usado em pessoas com cerca de 50 kg, portanto dificilmente serviria para um adulto. Finalmente, há poucas garantias de que o material estará em boas condições daqui a algumas décadas.

— Se a pessoa quiser congelar algum material, recomendamos que opte pelo tecido do cordão, porque nossas pesquisas mostram que ele é rico em células mesenquimais, que têm um potencial maior do que as do sangue. Hoje há empresas que já fazem isso — orienta a pesquisadora.

Diretor do Instituto de Pediatria da UFRJ, Edimilson Migowski é mais entusiasmado com a técnica. Para ele, os bancos públicos hoje não são suficientes para a demanda da população e esta será ainda maior futuramente:

— Com o envelhecimento da população, a incidência de doenças vai aumentar e levar a um uso maior das amostras.

Debate sobre dietas conclui que elas são inúteis

09/05/2015 - Folha de S.Paulo


Dietas restritivas são ineficazes ""os pacientes não conseguem segui-las por muito tempo e, quando voltam para a alimentação normal, engordam tudo de novo.

Essa é a opinião compartilhada pelas participantes do debate promovido pela Folha na quarta (6), em razão do Dia Mundial sem Dieta.

A data existe desde 1922, quando a feminista inglesa Mary Evans decidiu lutar contra a anorexia e outros distúrbios alimentares.

Participaram do debate a nutricionista Fernanda Timerman, as psicanalistas Magda Khouri e Luciana Saddi e a endocrinologista Lea Diamant. A mediação foi da repórter especial da Folha, Cláudia Collucci.

Por mais que sejam ineficazes, porém, o mundo todo parece seguir as dietas. "O excesso de exposição do corpo na mídia cria um ideal de corpo inatingível", disse Khouri.

Existe também um forte interesse econômico envolvido. "Esses modismos nas dietas foram feitos para não funcionar. Se dessem certo, o mercado do emagrecimento não seria tão movimentado", disse Fernanda Timerman.

Em muitos casos, culpa-se o paciente pela obesidade, mas estudos apontam que há pacientes com predisposição genética para ganhar peso.

As especialistas também citaram o fato de que a privação pode levar a pensamentos compulsivos.

As dietas, segundo Saddi, procuram alterar a fome e não levam em consideração o prazer de comer. Pessoas cronicamente submetidas a dietas não reconhecem a fome nem o sinal de saciedade.

"Precisamos repensar o que é peso saudável, quais são as nossas metas", afirmou Lea Diamant.

"A mulher do século 19 era vista como eternamente doente. A do nosso tempo é a eterna gorda", disse Saddi.

Orgânicos crescem com busca pela qualidade de vida

11/05/2015 - Valor Econômico


O crescimento do interesse nacional em produtos mais saudáveis estimula a expansão de nichos, como os alimentos orgânicos, veganos ou livres de glúten. Segundo a pesquisa sobre o comportamento do consumidor realizado pela Associação Brasileira de Supermercados (Apas) em parceria com a Nielsen e a Kantar Worldpanel, os alimentos saudáveis crescem acima da média e um em cada três brasileiros (32% do total) afirmam que saúde e qualidade de vida são suas maiores preocupações.

O segmento dos orgânicos responde à tendência. Este ano, 17 produtores, responsáveis por cerca de 200 produtos, concentraram-se na segunda edição do Espaço Orgânico, cinco a mais que no ano passado. O estande conceito de 100 metros quadrados foi concebido pelo projeto Organics Brasil com o apoio da Apex-Brasil para apresentar o setor aos compradores internacionais convidados pela entidade e orientar os supermercadistas na melhor comercialização dos seus produtos.

A iniciativa visa também demonstrar que o segmento vai além de frutas, legumes e verduras (FLV), oferecendo produtos industrializados, além de potencial para estimular a fidelização do consumidor com criação de espaços saudáveis.

Segundo o responsável pelo projeto, Ming Liu, o setor de orgânicos fechou 2014 com faturamento em torno de R$ 2 bilhões e este ano deve avançar entre 25% e 30%. Ainda longe dos US$ 80 bilhões movimentados no mercado mundial, mas com nível de industrialização cada vez maior, empresas de porte no setor alimentício, a exemplo de Agropalma, Native e Jasmine, e outro tanto no setor cosmético, como S urya Brasil e Beraca, um dos maiores fornecedores de ingredientes e insumos orgânicos do mundo.

Liu explica que a melhor aposta do segmento de produtos orgânicos é na educação do consumidor. Durante o evento da Apas, uma das preocupações foi orientar a exposição dos produtos. "A tendência do mercado mundial é colocar os orgânicos lado a lado com os convencionais. No Brasil, nossa sugestão para o varejo de pequeno porte é segregá-los, para orientar o cliente", afirma Ming Liu. Hoje, a estimativa é que o segmento represente cerca de 2% do segmento alimentício nacional e entre 2% e 3% do faturamento das redes varejistas, com uma penetração em torno de 80% dos supermercados brasileiros.

A Renks é uma das empresas que participaram do projeto pela segunda vez. A fabricante paulista de produtos como snacks e suplementos alimentícios trocou no ano passado o papel de fornecedora de grandes marcas, como Nutrilatina, pela marca própria Bio2. Já a Itajá, da usinas Jalles Machado, de Goianésia (GO), aproveitou a oportunidade para apoiar a introdução do açúcar orgânico no país.

O produto foi lançado por aqui no ano passado, depois de 12 anos de direcionamento exclusivo a exportações, 90% das quais direcionadas à produção de indústrias como Coca-Cola e Kellog's nos mercados europeu e americano. Hoje, a linha orgânica responde por 10% da produção total de açúcar da marca, que no ano passado alcançou 300 mil toneladas. "Este ano a participação será maior", adianta o gerente comercial Lucas Galdioli. Segundo ele, a produção orgânica deve chegar a 50 mil toneladas.

Outras novidades se espalhavam pelo evento. A Superbom, especialista em produtos vegetarianos que vão de sucos a proteínas pré-cozidas e queijos vegano, oferece o mel orgânico e trouxe para o país a linha de patês vegetarianos orgânicos Gourmet, produzidos por uma empresa espanhola do mesmo grupo da Igreja Adventista. O laticínio Vitalatte, de Valença (RJ), especializado em queijos frescos italianos, conta com produção de queijo frescal orgânico, mas hoje limita a entrega à rede carioca Zona Sul - dos 30 mil litros de leite processados diariamente, apenas 500 são certificados e destinados ao segmento.

A Korin avança na cadeia saudável e oferece de ovos a sopas instantâneas orgânicas certificadas - uma delas vegana - além de café, açúcar, óleo de soja, arroz, feijão e seu tradicional frango. Outra novidade é a linha de vegetais com solo preparado organicamente, sem adubação animal. A distribuidora All Alimentos aposta nos produtos livres de glúten das italianas Santivieri e Le Veneziane. Outra que entrou no segmento é a Vapza, especialista em alimentos longa vida. A linha inclui produtos como frango desfiado e feijão e, segundo o vice-presidente Enrico Milani, é estratégica para o atendimento do setor supermercadista, que responde por quase metade do faturamento da empresa.




Em primeiro dia de Fórum, ministro da Saúde diz que área é subfinanciada

11/05/2015 - Folha de S.Paulo


O ministro da Saúde, Arthur Chioro, admitiu na abertura do 2º Fórum a Saúde do Brasil que o poder público ampliou os repasses para a área, mas que a situação ainda é de subfinanciamento.

O Fórum, promovido pela Folha, teve início nessa segunda (11), no Museu da Imagem e do Som, com 280 presentes. Ao todo, 25 especialistas de saúde, do setor público e do setor privado, participam dos dois dias do evento.

Sobre a dengue, o ministro confirmou que não vai haver vacina no curto prazo. A respeito do Mais Médicos, disse que hoje o programa atinge 63 milhões de brasileiros e deve ser ampliado.

Florisval Meinão, presidente da APM (Associação Paulista de Medicina), respondeu, no debate sobre a falta de médicos e de planejamento, que 40% dos municípios em que o programa foi implementado registraram uma queda no número de consultas.

Já Pedro Ramos, diretor da Abramge (Associação Brasileira de Medicina de Grupo), falou sobre o combate ao desperdício de recursos, especialmente em casos como o da máfia das próteses.

Francisco Balestrin, presidente do conselho de administração da Anahp (Associação Nacional dos Hospitais Privados), frisou que o desperdício da verba para a saúde não é causado só pela corrupção, mas também pela gestão ineficiente. Eudes Aquino, presidente da Unimed Brasil, defendeu as parcerias público-privadas como um dos caminhos para melhorar o atendimento à saúde.

Antônio Britto, presidente-executivo da Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa), disse que é "bobagem" questionar a existência do SUS, mas criticou a "posição medíocre" do país na área de inovação e a oposição entre a universidade e a iniciativa privada.

Sobre o meio acadêmico, Paulo Hoff, diretor-geral do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo), afirmou que há um estímulo para a publicação de artigos científicos, mas não há o mesmo empenho para incentivar os pesquisadores a gerar novas patentes, o que é um obstáculo para a inovação.

Segundo Carlos Henrique de Britto Cruz, diretor científico da Fapesp, nos últimos anos o Brasil criou uma série de incentivos à inovação, mas não diminuiu os enormes obstáculos para as empresas fazerem pesquisa.

Apesar disso, Jarbas Barbosa, secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, disse que a Anvisa tem tomado medidas para aperfeiçoar o ambiente de testes para novos medicamentos. Para Carlos Goulart, presidente-executivo da Abimed (Associação Brasileira da Indústria Médica), o país tem condições de avançar na criação de novas drogas, mas precisa investir mais em pesquisa privada.

A crença de que a melhor forma de cuidar da saúde é usar a tecnologia foi apontada como uma das causas importantes do alto custo da saúde no Brasil por Martha Oliveira, diretora-presidente substituta da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).

A meta do Ministério da Saúde é ter, até 2016, 18.247 médicos atendendo em todo o país pelo programa Mais Médicos. Para Milton Martins, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), o número de médicos de que o Brasil necessita depende do modelo de sistema de saúde.

Mário Dal Poz, professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, disse que investir em formação também não é suficiente para lidar com os problemas de curto prazo do sistema de saúde nacional. O superintendente do Hospital Sírio-Libanês, Gonzalo Vecina Neto, afirmou que todos os países que conseguem ter um bom sistema de saúde tem outros bons sistemas que lhe dão apoio.




Haddad diz que falta de pediatras causou queda de consultas

12/05/2015 - Folha de S.Paulo


O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta segunda (11) que o principal motivo para a queda no número de consultas no município é a dificuldade de contratar pediatras.

A Folha revelou que o número de consultas nas AMAs 12 horas (unidades que prestam assistência médica ambulatorial, casos menos complexos) caiu 21% em 2014, no segundo ano de mandato de Haddad. Foram 5,8 milhões, ante 7,3 milhões no ano anterior.

Segundo o prefeito, o deficit de consultas seria suprido caso o município contratasse 300 pediatras, mas as OSSs (Organizações Sociais de Saúde), responsáveis por gerir as unidades, não estão conseguindo.

"Estamos com um grupo de trabalho desde fevereiro buscando uma alternativa jurídica para contratar mais pediatras. Nós aumentamos os salários, fizemos um plano de carreira no ano passado e vamos ver se agora a gente consegue contratar esses pediatras", afirmou.

O prefeito disse que o salário dos pediatras será de R$ 12 mil em 2016, por 40 horas.




Com saúde em crise, Ceará atende pacientes no chão

12/05/2015 - Folha de S.Paulo


Pacientes atendidos nos corredores e no chão, falta de materiais básicos e um surto de sarampo. O secretário de Saúde do Ceará pediu demissão há mais de uma semana. O governador Camilo Santana (PT), porém, não sabe até agora quem irá substituí-lo.

Os pacientes atendidos em corredores dos hospitais públicos somaram 429 nesta segunda (12), maior número desde 21 de abril, quando começou um levantamento do sindicato dos médicos em cinco hospitais estaduais e nove municipais em Fortaleza.

No domingo (10), pacientes foram atendidos diretamente no chão no hospital Instituto Dr. José Frota, referência em traumas e parte da rede municipal --sob gestão do prefeito Roberto Claudio (Pros).

O presidente da Associação Médica Cearense, Carmelo Leão, diz que a pouca estrutura de postos de saúde, alguns fechados por falta de material, provoca sobrecarga no sistema e superlotação.

No Hospital Geral de Fortaleza, faltam itens básicos, como luvas, seringas e clorexidina (para higienizar as mãos), segundo a presidente do sindicato, Mayra Pinheiro, que é filiada ao PSDB.

Cirurgias já foram canceladas porque não há fios para suturar cortes. Nas UTIs neonatais, faltam tubos para entubar os bebês. "Estamos trabalhando numa guerra. Profissionais levam, às vezes, medicamentos de casa."

A falta de estrutura também é apontada como responsável pelo surto de sarampo. Desde 2013, o Brasil teve 1.057 casos confirmados, sendo 803 no Ceará e 224 em Pernambuco. A transmissão da doença havia sido interrompida no país nos anos 2000.

O Ministério da Saúde diz que, nos últimos quatro anos, repassou quase R$ 1,6 bilhão ao governo do Ceará, além de R$ 179,4 milhões em 2015, para atendimentos, exames, internações e custeio.

A assessoria do Instituto Dr. José Frota diz que irá investigar a razão de pacientes serem atendidos no chão, mas afirma que eles "ficaram poucos minutos nessa condição".

O governo do Ceará afirmou que os atendimentos aumentaram devido à chuva, quando há mais viroses.

Ebola se esconde no olho e muda a cor da íris de paciente curado

09/05/2015 - O Globo


Médico americano que contraiu a doença e fora dado como curado no ano passado descobriu estar com o vírus escondido num dos olhos, que mudou de cor (foto à direita). Um médico americano que contraiu o ebola enquanto ajudava no combate à epidemia que assola o Oeste da África desde março do ano passado e tinha sido considerado curado da doença acabou com o vírus mortal escondido em um de seus olhos, que teve sua cor temporariamente alterada de azul para verde, e quase perdeu a visão. Menos de dois meses depois de ser liberado do hospital da Universidade Emory, em Atlanta, onde foi internado no início de setembro de 2014 e lutou por sua vida por mais de 40 dias, Ian Crozier voltou a ser internado no local se queixando de sintomas como fortes dores nas costas e em juntas, formigamento nos membros inferiores, fadiga e problemas de audição. Mas sua maior preocupação eram as dores intensas e inchaço que sentia no seu olho esquerdo, com eventuais embaçamentos. A princípio, o diagnóstico da equipe que o atendeu foi de uveíte, um tipo de inflamação nos olhos, mas quando os médicos receberam os resultados dos exames a constatação foi assustadora: o humor aquoso (uma espécie de líquido que preenche o espaço entre a córnea e o cristalino) de seu olho esquerdo estava tomado pelo ebola.Embora já se soubesse que o ebola pode persistir no sêmen durante meses, o que fez com que os médicos recomendassem a Crozier que se abstivesse de manter relações sexuais por pelo menos 90 dias após sua alta do hospital, não havia indícios de que o vírus também poderia se esconder nos olhos dos pacientes depois de desaparecer de outros fluidos corporais como o sangue, indicativo atualmente usado para declarar uma pessoa curada da doença. Assim, o caso de Crozier, relatado esta semana no periódico científico “New England Journal of Medicine”, está sendo apontado como um claro exemplo dos muitos problemas que os sobreviventes do ebola podem enfrentar mesmo depois de supostamente curados do vírus. E se apresenta como uma preocupação adicional diante das dimensões inéditas da epidemia na África, em que mais de 26 mil casos foram confirmados, com quase 11 mil mortos.

— Estamos observando sintomas em pacientes que deixaram as unidades de tratamento há até nove meses — contou ao “New York Times” John Fankhauser, diretor médico de um hospital para pacientes de ebola mantido por um grupo missionário em Monróvia, capital da Libéria, um dos países mais atingidos pela epidemia. — Esses sintomas ainda são muito severos e têm grande impacto em seu dia a dia.

SEM RISCO DE CONTAMINAÇÃOTratado desde dezembro com medicamentos para a inflamação e infecção no olho, além de uma droga antiviral experimental para combater o ebola, de nome não revelado pelos médicos, Crozier aos poucos está recuperando a visão. E como o vírus não foi encontrado nem nas suas lágrimas nem na superfície dos olhos, não se acredita que ele apresente o risco de contaminar outras pessoas.




Clínica de Odontologia da Uerj interrompe atendimento ao público

09/05/2015 - O Globo


Depois da paralisação das atividades no Colégio de Aplicação (CAp-UFRJ) e do encerramento de diversos serviços no Hospital Universitário Pedro Ernesto, agora é a vez de a Faculdade de Odontologia da Universidade do Estado do Rio (Uerj) fechar suas portas. Desde terça-feira, as sete Clínicas Odontológicas de Ensino (COE), que funcionavam no edifício Paulo de Carvalho, no Boulevard Vinte e Oito de Setembro, em Vila Isabel, interromperam o atendimento. Ao todo, 240 universitários estão sem estágio. O motivo alegado pela direção é a falta de limpeza e manutenção dos equipamentos.

Segundo a diretora da faculdade de odontologia, Maria Isabel de Castro e Souza, a Uerj está passando “por um momento de crise”, devido à falta de repasse de verbas por parte do estado.

— Isso acontece com todos as universidades, até as federais estão com problemas. Algumas situações são piores que outras. Existe um descompasso entre o repasse de verbas e as datas para as universidades honrarem seus compromissos — explica.

As clínicas promovem por semana cerca 3,5 mil atendimentos odontológicos, das 7h às 22h, de segunda à sexta-feira. Atuando na área de prestação de serviços desde 1974, a universidade reúne em seu cadastro cerca de 25 mil pacientes matriculados. O atendimento é feito por alunos de graduação e pós- graduação, sob supervisão dos professores.

Isabelconta que a empresa terceirizada responsável pela limpeza não pagou os salários e os auxílios alimentação e transporte a seus funcionários, prejudicando o funcionamento das clínicas.

— Por não poder garantir a segurança e a qualidade de atendimento, resolvi suspender o atendimento dos nossos pacientes e comuniquei o fato à reitoria — diz Isabel.

Para buscar soluções, uma reunião foi realizada na última quarta-feira entre os profissionais da área de saúde da universidade e a reitoria. De acordo com Isabel, os atendimentos deverão voltar à normalidade na próxima semana.

OUTRAS DIFICULDADES

Mas a situação precária da universidade não está apenas no fechamento das clínicas odontológicas.

Segundo o geógrafo e professor da Uerj João Baptista de Mello, a situação é mais grave e ultrapassa a área de saúde. Problemas na limpeza das instalações, falta de manutenção dos equipamentos e segurança deficiente são citados por ele. E o agravamento do quadro tem o mesmo motivo: atraso do governo estadual no pagamento das empresas prestadoras de serviços. Sacos de lixo pelos corredores e banheiros interditados (mesmo os liberados estão com mictórios e torneiras lacradas) são frequentes nos campi.

— Em meio a esse quadro, é importante dizer que a falta de pagamento das bolsas dos estudantes e professores tem se arrastado há alguns meses. Isso é algo absolutamente insuportável. Não aguentamos mais essa situação — diz.

Gameterapia ajuda a tratar casos de ‘olho preguiçoso’

10/05/2015 - O Estado de S.Paulo


Usar um tampão no olho direito é um problema para Cauã Aguiar Durães Correia, de 6 anos. Ele não quer saber de brincar que é um pirata e reclama do objeto, que pode reverter os efeitos da ambliopia, também conhecida como olho preguiçoso, doença que reduz a capacidade visual de um dos olhos. Diante do videogame, porém, a tarefa fica mais fácil para o menino.

Cauã está no grupo de pacientes que aguardam o lançamento mundial do jogo Dig Rush (Ubisoft), anunciado em março, e que se apresenta como o primeiro game voltado para crianças com ambliopia. O objetivo dele é estimular os dois olhos enquanto o paciente o joga utilizando óculos 3D. O game aguarda regulamentação da Food and Drug Administration (FDA), agência que fiscaliza remédios e alimentos nos Estados Unidos.

"É uma ideia interessante. A criança já não quer usar os óculos, imagine o tampão. Ele tem pouca visão do olho esquerdo e não quer tampar o direito. Se for um jogo, é mais fácil. Quando usa o tampão, ele fica no videogame ou na televisão", conta a mãe do menino, a consultora de beleza Débora Correia da Silva, de 29 anos.

A ambliopia em Cauã foi descoberta por acaso, quando o menino acompanhou uma consulta do pai ao oftalmologista e foi examinado. "Não dava para perceber que ele tinha um problema. Descobrimos em dezembro. Ele faz birra com o tampão. A gente disse que é como se fosse um pirata, mas ele fala que não gosta de pirata."

Auxílio. Oftalmopediatra do D'Olhos Hospital Dia, de São José do Rio Preto, Kássey Vasconcelos afirma que a tecnologia pode ser uma aliada do tratamento tradicional, feito com o tampão. "Já é comum deixar o paciente com o olho tampado na frente do videogame, pois é estímulo visual. Esse software é revolucionário, porque faz com que os dois olhos sejam estimulados. Ele tenta fazer com que, de uma maneira lúdica, ocorra o tratamento."

Apesar da proposta inovadora, Vasconcelos explica que é necessário aguardar o parecer da FDA para falar sobre a eficácia do produto. "Para um primeiro momento, é uma grande novidade. Se vai funcionar, os estudos vão dizer."

Produtor sênior da Ubisoft Montreal, Mathieu Ferland afirma que ainda não há data de lançamento para o jogo, mas que ele deve ser liberado para todo o mundo. "A intenção é que o tratamento esteja disponível primeiro no mercado americano, seguido pelo Canadá e, então, pela Europa. Há potencial para fazer com que a terapia seja disponível em escala mundial." De acordo com Ferland, aproximadamente 3% da população do mundo tem ambliopia.

Mauro Goldchmit, chefe do setor de estrabismo do Instituto Cema, é cauteloso ao falar sobre o tema. "Os jogos exercitam (o olho) de forma mais lúdica, mas ainda estamos carentes de publicações que tenham fundamento científico." O especialista destaca a importância de levar as crianças nos primeiros anos de vida ao oftalmologista. "Os exames devem ser feitos de forma precoce."




Empurrando a saúde

10/05/2015 - O Estado de S.Paulo


Novos dados sobre a defasagem da tabela de procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) – principal responsável pela crise dos hospitais a ele conveniados e que representam 47% dos atendimentos da rede pública – são revelados por estudo do Conselho Federal de Medicina (CFM). Eles deixam em situação difícil as administrações federais – das quais a atualização ou não da tabela depende – de 2008 a 2014, ou seja, os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, que nada fizeram para evitar que a situação se deteriorasse.

Nesse período, dos 1.500 procedimentos hospitalares pesquisados daquela tabela, nada menos do que 74% (1.118) não tiveram seus valores atualizados de acordo com a inflação. O CFM teve o cuidado de usar dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS, portanto do próprio Ministério da Saúde, para determinar o valor médio pago para cada tipo de procedimento em 2008 e 2014. Calculou em seguida qual seria o valor atualizado que seria pago em 2014, se ele tivesse sido corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), como mostra reportagem do Estado.

Por exemplo, por parto normal feito pelo SUS em 2008, os hospitais receberam R$ 472,27. Se corrigido pela inflação, esse valor subiria para R$ 701,89 em 2014. Mas isso não aconteceu e o SUS pagou no ano passado apenas R$ 550,42, uma defasagem de 28%. A defasagem de um parto cesariano foi de 40% e a de tratamento de doenças infecciosas e intestinais, de 32%. O caso extremo é do tratamento cirúrgico de fraturas da caixa torácica (gradil costal), com defasagem de 434%.

O grave no caso não é apenas o fato de que a ausência de correção pela inflação, que seria o mínimo, agrava a defasagem de um pagamento que já não é satisfatório. É principalmente a atitude deliberada do governo de na prática, por esse meio esperto, fazer economia – ou que outro nome se queira dar a isso, não importa – à custa da saúde das camadas mais carentes da população, que só podem ser atendidas pelo SUS.

A alta, acima da inflação, de alguns produtos e serviços fundamentais para o funcionamento dos hospitais é mais um elemento a demonstrar que a correção da tabela pelo IPCA seria de fato o mínimo a fazer. Segundo o CFM, o aumento de produtos alimentícios foi de 58,45%, entre janeiro de 2008 e dezembro de 2014, enquanto o IPCA desse período foi de 48,62%. Os preços de materiais usados em serviços de conservação e manutenção subiram 52,07% e os gastos com locação, impostos e condomínios de imóveis, 57,76%.

A combinação desses elementos tem representado um duro golpe nas finanças de instituições e empresas conveniadas ao SUS – Santas Casas e hospitais filantrópicos. A defasagem da tabela do SUS é responsável pela diminuição do número de hospitais que trabalham com a rede pública, segundo Hermann von Tiesenhausen, primeiro-secretário do CFM. Mais de 100 deles fecharam ou deixaram de atender pelo SUS nos últimos dez anos, diz ele, e isso tem um impacto direto na qualidade do atendimento da rede pública, porque aumenta as filas de espera e a lotação dos que mantêm o convênio.

Alega o Ministério da Saúde que a tabela do SUS já não é mais a única fonte de financiamento da saúde pública, porque o governo vem aumentando nos últimos anos o valor dos incentivos financeiros às Santas Casas e aos hospitais filantrópicos. De 2010 a 2014, o total repassado para procedimentos de média e de alta complexidade (tabela do SUS e incentivos) cresceu 46%, enquanto a inflação do período ficou em 25%.

Isto parece ser mais uma forma de fugir do problema – no máximo, de amenizá-lo – do que de enfrentá-lo. Como diz o presidente da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, Edson Rogatti, na maioria dos casos os incentivos não são suficientes para cobrir o déficit: “A tabela do SUS cobre só 60% dos nossos custos e os incentivos ajudam, mas não fecham a conta”.

E assim o governo vai empurrando e adiando a solução dos graves problemas de um setor vital como o da saúde.

Brasil pode ter surto de chikungunya, diz Chioro

09/05/2015 - O Estado de S.Paulo


O ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmou nesta sexta-feira, 8, que o Brasil corre risco de enfrentar, nos próximos três a quatro anos, um surto de chikungunya, doença com sintomas semelhantes aos da dengue e também transmitida pelo Aedes aegypti. “É possível. Hoje a circulação é muito rápida das pessoas. É muito provável que a gente tenha circulação do chikungunya”, afirmou, em entrevista na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), no Rio.

Segundo o ministro, em 2014, os casos de chikungunya se restringiram ao Oiapoque, no Amapá, e a Feira de Santana, na Bahia. “Os casos que tivemos em mais quatro Estados foram pontuais.” Até 18 de abril, foram confirmados 1.688 casos de chikungunya no País; 809 na Bahia e 879 no Amapá. Em 2014, houve 2.773 casos autóctones, de pessoas sem registro de viagem para países com transmissão do vírus. Os casos foram registrados no Amapá, Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Roraima.

Os principais sintomas da chikungunya são febre alta, dores musculares, de cabeça e nas articulações. Assim como a dengue, não é recomendado o uso do ácido acetilsalicílico (AAS), por causa do risco de hemorragia. O tratamento deve ser feito com medicação para febre (paracetamol) e dores articulares (anti-inflamatórios).

Preocupação. O Brasil detectou os três primeiros casos da doença em 2010, contraídos no exterior. Apesar de ver o surto de chikungunya como possível, Chioro afirmou que a dengue é a maior preocupação. “Chikungunya não mata. É o mesmo mosquito, são duas doenças virais que incomodam, mas (a dengue) tem desfecho que é o óbito, que nos preocupa demais.”

Quatro dias após ter admitido que o País enfrenta epidemia de dengue, Chioro atribuiu às mudanças climáticas e à crise hídrica o maior número de casos neste ano. Questionado sobre investimentos no combate à doença, disse que o ministério investiu R$ 1,25 bilhão em ações contra o mosquito em 2014. “Em dezembro, liberamos verba adicional de R$ 150 milhões, sem contar recursos adicionados pelos Estados e municípios. Não liberamos só na época da epidemia, fazemos um reforço. É trabalho do ano todo.”




'Se for doença que mata, você morre mesmo'

11/05/2015 - Folha de S.Paulo


Na periferia, a precariedade da assistência básica de saúde obriga moradores a percorrer diversas unidades para conseguir atendimento --não raro tendo que suportar sintomas incômodos de doenças durante horas.

A vendedora Amanda de Cânova, 25, diz que resolveu pedir carona para desconhecidos quando sua filha, de um ano, ardia em 39 graus de febre semanas atrás.

Ela não conseguiu ser atendida na AMA (unidade de assistência médica ambulatorial) Castro Alves, em Cidade Tiradentes (zona leste).

"Não tinha nem sequer uma ambulância para nos levar para um hospital", diz.

Seu outro filho tem a doença dos pés tortos congênitos. Desde que ele nasceu, há quatro anos, ela procura agendar uma cirurgia, sem sucesso. "Não consigo marcar nem uma ressonância."

A falta de médicos é sentida não apenas nas consultas pediátricas. A estudante Louisy Lombardi, 18, esperou seis meses por uma consulta ginecológica em 2014.

Como não havia urgência, diz, "tudo bem". Mas na última quarta (8), estava com suspeita de dengue e foi dispensada da AMA por falta de médicos. "A gente se sente impotente. Se for algo que mata, você morre mesmo."

O aposentado por invalidez Joabe Silva, 36, deparou-se com problema parecido quando seu filho, de um ano, teve conjuntivite e agravamento da bronquite.

Ele procurou três AMAs e dois hospitais --ficou das 15h às 24h na rua com a criança para ser atendido. "A sensação é de completo abandono", afirmou.




Gestão Haddad e entidades culpam falta de médicos

11/05/2015 - Folha de S.Paulo


A gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) e as organizações sociais de saúde SPDM e Santa Marcelina, principais gerenciadoras das AMAs, afirmam que a principal causa da precariedade da assistência básica em São Paulo é a falta de médicos.

Apontam razões como a demanda maior que a oferta de profissionais disponíveis no mercado e a distância, a violência e a falta de estrutura do entorno, no caso das unidades nas periferias.

Mas essa dificuldade é histórica --e, embora possa ter sido agravada, dificilmente justificaria, sozinha, a queda de 1,5 milhão de consultas nas AMAs 12 horas em 2014.

Segundo a OSS Santa Marcelina, houve um "plano de redução do recurso financeiro proposto pela Secretaria Municipal de Saúde". E a entidade diz que isso teve "reflexo na captação, retenção e substituição do profissional".

Sobre a redução de repasses para as entidades, a gestão Haddad afirma que isso é motivado pelo não cumprimento da meta das organizações, que deixam de usar parte do repasse ao não contratar profissionais, por exemplo. Com isso, os repasses seguintes sofrem desconto proporcional ao que não foi usado, segundo a prefeitura.

O secretário da Saúde, José de Filippi Júnior, afirma que chamou as organizações para conversar ao notar a queda de 21% nos atendimentos das AMAs 12 horas. "É preocupante", admite.

Defensor do programa federal Mais Médicos, que contrata profissionais brasileiros e estrangeiros para atender centros desassistidos, Filippi diz que, sem a iniciativa, a cidade teria tido 1 milhão de consultas a menos em 2014.

SALÁRIOS

Um dos problemas para atrair médicos para lugares distantes é a remuneração paga pelo poder público.

Em geral, a administração indireta paga melhores salários, que podem chegar a R$ 15 mil por 40 horas semanais, segundo a prefeitura.

Mas a gestão Haddad alega já ter feito uma reformulação do plano de carreira dos médicos. O salário médio para 40 horas semanais passou de R$ 7.700 para R$ 11 mil em maio. Em maio de 2016, passará a ser de R$ 12 mil.

O secretário Filippi Júnior alega que não basta aumentar salário dos médicos para atraí-los ao serviço público. Diz ser preciso oferecer condições melhores de trabalho, como transporte para unidades distantes do centro.

A OSS Santa Marcelina diz que unidades como a AMA Castro Alves, localizadas em áreas de "grande vulnerabilidade", sujeitam profissionais a violência física e emocional diariamente.

Afirma oferecer apoio. "Nos casos mais graves, eles são transferidos. Em último caso, desistem do serviço."

Já a SPDM afirmou que a carência de médicos se deve, principalmente, à oferta maior que a procura e à falta de segurança em áreas periféricas.

Questionada sobre eventual restrição de recursos, ela se limitou a informar que "questões orçamentárias" deveriam ser tratadas diretamente com a Secretaria de Saúde.




Consultas em unidades de saúde da capital caem 21%

11/05/2015 - Folha de S.Paulo


Saindo do centro de SP, fora do rush, um médico que trabalha na unidade de saúde Castro Alves, em Cidade Tiradentes, dirigirá mais de uma hora para atravessar a zona leste. Passará por favelas, ruas com esgoto a céu aberto e até um pasto com vacas. Ao chegar, não se sentirá seguro: queixas de assaltos ou agressões não são raras.

O roteiro ajuda a explicar por que não havia pediatra nesse posto em 91% dos dias do ano passado. Mais do que isso, reflete parte do problema por trás da redução de atendimentos básicos de saúde na cidade no ano passado.

O número de consultas nas AMAs 12 horas (unidades que prestam assistência médica ambulatorial, casos menos complexos) caiu 21% em 2014, no segundo ano de mandato de Fernando Haddad (PT) --foram 5,8 milhões, ante 7,3 milhões no ano anterior.

A principal explicação da prefeitura e de entidades é a falta de médicos, mas também há questionamentos sobre a redução de verbas. Marca do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) na área da saúde, essas 98 AMAs funcionam das 7h às 19h, de segunda a sábado, e são administradas por convênios ou contratos da prefeitura com as chamadas organizações sociais de saúde (OSS).

Elas são uma porta de entrada do SUS e servem como "peneira", para desafogar os prontos-socorros, dispensando os casos mais simples --tendo função diferente das AMAs 24 horas, que atendem urgência e emergência.

O atendimento é voltado à atenção básica, assim como nas Unidades Básicas de Saúde municipais, que fazem consulta com hora marcada.

Mesmo nas UBSs a situação não é animadora. A quantidade de consultas em 2014 se manteve praticamente estável --elas variaram de 7,98 milhões para 7,99 milhões.

O próprio secretário da Saúde, José de Filippi Júnior, porém, aponta a precariedade. Diz que deveria haver 600 UBSs, mas existem 450. "Só que 200 delas não merecem esse nome. Deveriam se chamar CBS, casinhas básicas de saúde", afirma, referindo-se ao número insuficiente de consultórios e profissionais.

RECURSOS

Tanto a gestão Haddad como as entidades atribuem a queda de 1,5 milhão de consultas à falta de médicos --um problema histórico.

Mas há também um impasse recente entre as partes que pode ter agravado a situação.

As organizações sociais se queixam de atrasos e cortes de até 30% de recursos da prefeitura. Dizem que isso teve reflexo na captação de equipes.

Já a gestão Haddad alega que isso é motivado pelo não cumprimento de meta das organizações, que deixam de usar parte dos repasses ao não contratar médicos e, por isso, sofrem descontos. A prefeitura diz que, em 2014, mais de R$ 100 milhões não foram gastos por falta de contratação de equipes pelas entidades.

Nas eleições municipais, parte do PT defendeu a eliminação dessas parcerias na saúde, alegando que são custosas e com fiscalização frágil.

Mas Haddad prometeu mantê-las. Há alguns meses, ele reformulou os contratos com as OSS: antes, previam meta de atendimento, mas não uma equipe mínima; agora, é necessário atender também ao segundo requisito.

Essas AMAs deveriam ter equipe médica com dois clínicos, dois pediatras, um cirurgião geral ou ginecologista, enfermeiros e técnicos.

Na Castro Alves, pacientes saíam reclamando da falta de médicos na última quarta (6). "Nunca tem médico! Por que uns podem [ter acesso a tratamento de saúde] e outros não?", criticou a dona de casa Silvana Ferreira, 39.




Mercado Aberto: Importado Dissolvido

10/05/2015 - Folha de S.Paulo


As importações do setor farmacêutico devem diminuir neste ano com o recuo do merca-do doméstico. Em 2014, os desembarques ficaram estáveis pela primeira vez em onze anos.

"Elas não avançarão assim como acontecerá com as vendas do setor no país como um todo. Já tivemos um começo de ano difícil e não devemos crescer acima da inflação em 2015", diz o presidente do Sindusfarma (sindicato da indústria farmacêutica), Nelson Mussolini.

No ano passado, porém, as importações não registraram alta por causa da falta de inovações no exterior, segundo o executivo.

"O mercado brasileiro cresceu 12%. Então a produção local alavancou as vendas. Está havendo uma transferência de tecnologia e maior produção local."

Ainda em 2014, as vendas nacionais para outros países subiram 3,55%. Elas, porém, equivalem a apenas 21% do valor total importado.

"Enquanto não tivermos inovação, não haverá propulsão nas exportações."




Plantão Médico: O importante controle do sal

09/05/2015 - Folha de S.Paulo


É conhecida a relação do alto consumo de sal com doenças cardiovasculares. Com frequência, ele é ingerido na comida preparada em casa ou em alimentos industrializados, com o adicional perigo do saleiro na mesa de refeições.

Em 1996 foi demonstrada a associação positiva entre o alto consumo de sal e o aumento da pressão arterial. Inúmeras análises confirmaram que seu baixo consumo poderia ajudar no controle da hipertensão.

Estudo recentemente publicado na revista "Arquivos Brasileiros de Cardiologia" relata que substituir o sal comum por sal "light" diminui significativamente a pressão arterial de hipertensos. No sal "light", parte do cloreto de sódio é substituído por cloreto de potássio.

A pesquisa foi realizada por Carolina Lôbo de Almeida Barros e colaboradores da Liga de Hipertensão Arterial da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás.

Para o grupo, um fator limitante para o emprego de um sal especial no preparo de uma refeição é a possível alteração no sabor do alimento.

Os autores sugerem aos fabricantes de sal "light" solucionar este problema, para assim ampliar o seu uso.

ADOLESCÊNCIA

A médica Stella Taquette lança dia 12, às 19 h, na Livraria Argumento (r. Dias Ferreira, 417, Rio de Janeiro), o livro "Homossexualidade e Adolescência sob a ótica da Saúde", editado pela UERJ.




SUS deve receber reembolso de R$ 1,4 bilhão de planos de saúde

08/05/2015 - Valor Econômico


O ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmou nesta sexta-feira que a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) deve cobrar cerca de R$1,4 bilhão em ressarcimentos de planos de saúde. O valor se refere a cobrança de exames e terapia de alta e média complexidade feitos em 2014 por usuários de planos na rede pública.

Anteriormente, os planos só ressarciam o governo em internações hospitalares e procedimentos mais simples. Com a mudança, serviços como radioterapias, quimioterapias e hemodiálises feitos por usuários de planos na rede pública passam a ser computados e serão cobrados das operadoras.

As novas cobranças podem mais do que quadruplicar a arrecadação do governo com o ressarcimento de plano. No ano passado, a ANS obteve R$ 393 milhões junto aos planos de saúde com o pagamento de internações feitas na rede pública.

Toda vez que um beneficiário de plano de saúde usa a rede pública, a operadora se torna obrigada a ressarcir o preço do procedimento ao SUS. O valor é repassado ao Fundo Nacional de Saúde e usado em ações e programas estratégicos do Ministério da Saúde.

De acordo com o ministro, é a primeira vez que as operadoras deverão fazer reembolso por esse tipo de atendimento, que é identificado por meio da Apac (Autorização de Procedimento Ambulatorial).

"Se trata de cumprir a legislação e aperfeiçoar o processo. Já está previsto de ressarcimento daqueles serviços que são prestados pelos SUS as pessoas que tem planos de saúde. Não se trata de cobrar absolutamente nada do usuário, mas de fazer com que as operadoras devolvam aquilo que é prestado para os seus clientes e cumpram o que está previsto em contrato", disse o ministro. Chioro disse que a medida não vai gerar reajuste nos planos de saúde.

Outra medida que será implementada pelo governo é a cobrança de juros sobre os valores que devem ser reembolsados a partir da notificação enviada à operadora. Antes, a cobrança de juros era iniciada após o final do processo de avaliação do ressarcimento. Para o ministro, essa medida evita a demora no pagamento.

"Essa cobrança com juros vale para os novos procedimentos e para as internações que já eram ressarcidas. Agora os juros começam a correr a partir da notificação da operadora de plano de saúde. Assim medidas protelatórias e jurídicas que buscam atrasar o pagamento terão a incidência de juros.

Atualmente o tipo de intervenção mais ressarcida ao SUS é o parto normal, seguida do parto cesariano e dos atendimentos de urgência. No parto normal, o governo recebe R$ 443. Esses atendimentos podem custar o equivalente a 15% de uma quimioterapia — no caso de leucemia crônica, o custo é de R$ 2.939. A partir da nova medida o valor desse tipo de exames também terá que ser ressarcido ao governo.

Com isso, a agência prevê incremento de 149% no volume de procedimentos cobrados. Até agora, o cálculo do ressarcimento era feito somente com base no registro de Autorização de Internação Hospitalar, que gerou, em 2014, R$ 393 milhões arrecadados e R$ 196 milhões encaminhados à Dívida Ativa.

De acordo com dados nacionais do primeiro trimestre de 2014, as internações correspondem a 40% do total de procedimentos que geram ressarcimento, e as Apacs 60%. Em termos financeiros, isso significa uma estimativa de cobrança de R$ 173 milhões pelos exames e terapias de alta complexidade e R$ 181 milhões em autorizações de internações.

A FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), que representa os planos de saúde, disse em nota que vai aguardar a regulamentação das mudanças para se pronunciar.




OMS declara fim da epidemia de ebola na Libéria

09/05/2015 - Valor Econômico


A epidemia de ebola foi erradicada da Libéria, depois de 42 dias sem registo de novos casos, anunciou neste sábado Alex Gasasira, representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) na Monróvia, capital do país.

“Hoje, 9 maio de 2015, a OMS declara a Libéria livre da transmissão do vírus do ebola”, disse ele em cerimônia com a presença da presidente do país, Ellen Johnson Sirleaf.

“Quarenta e dois dias passaram-se desde que o último caso foi confirmado em laboratório. A epidemia na Libéria acabou”, acrescentou Gasasira, ao destacar que essa é uma “conquista monumental” para o país.

O cálculo foi feito com base no duplo período de incubação máxima do vírus, 21 dias, depois da última morte, sem que tenham surgido novos casos.

Em um ano, a Libéria contabilizou mais de 4,7 mil mortos e 10,5 mil casos. O pico da epidemia ocorreu entre agosto e setembro de 2014, com o registo de 300 a 400 novos casos semanais.

Alex Gasasira elogiou a determinação do governo e da população do país em combater a epidemia, que foi a pior desde a detecção do vírus em 1976.

A presidente agradeceu à população os esforços nesse sentido e lembrou os 189 profissionais que lutaram contra a doença e morreram.

Apesar do anúncio, a Libéria terá de manter a vigilância, uma vez que os países vizinhos Serra Leoa e Guiné-Conacri ainda enfrentam a epidemia.

No total, o vírus matou mais de 11 mil pessoas, em 26,5 mil casos identificados, sobretudo na Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacri.

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