|
|
Medicamentos
Vacina para conter o HIV A utilização de uma vacina por pessoas infectadas pelo HIV pode representar um avanço no tratamento do vírus. É o que indica estudo desenvolvido por pesquisadores do Centro Nacional Italiano de Aids do Instituto Superior de Saúde, em Roma. Divulgada ontem pelo periódico científico “Retrovirology”, a pesquisa constatou um aumento da eficácia de antirretrovirais a partir da aplicação de vacina com uma proteína considerada chave na replicação viral.Os antirretrovirais, usados por pessoas com o HIV, impedem quase completamente a reprodução do vírus. No entanto, ele permanece se replicando em baixa velocidade. Além disso, os micro-organismos continuam a existir nos chamados “reservatórios”, células infectadas que podem ficar adormecidas por anos e não são afetadas pelos remédios. Níveis elevados
29/04/2015 - Guia da Farmácia
Um a cada três adultos tem pressão alta e estima-se que, no mundo todo, haja em torno de 1 bilhão de indivíduos hipertensos. A hipertensão arterial é a principal causa de morte evitável, representando a origem direta de 54% dos derrames - Acidente Vascular Cerebral (AVC), e de 47% dos infartos. É responsável por quase 8 milhões de mortes por ano no mundo, o que corresponde a 13,5% de todas as mortes. Apesar disso, na maioria dos casos, a pressão alta se instala de forma silenciosa e o indivíduo passa longos períodos de tempo, por vezes anos, sem sentir nada de diferente e, portanto, sem saber que é hipertenso.
O grande problema da hipertensão é o fato de não provocar nenhum sintoma que possa alertar a tempo e fazer com que o acometido procure por diagnóstico e tratamento. "Trata-se do principal fator de risco para doença coronariana e para o AVC, seja isquêmico ou hemorrágico. A cada aumento em 10 mmHg da pressão arterial duplica-se o risco de doença cardiovascular. A prevalência mundial de hipertensão arterial sistêmica nos indivíduos acima de 25 anos é cerca de 40%, pulando de 600 milhões nos anos 80 para cerca de 1 bilhão de pessoas nos anos de 2010. No Brasil, estima-se que a prevalência oscile na população urbana adulta brasileira entre 22,3% a 43,9%", afirma o neurologista e médico assistente da Divisão Clínica Neurológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e do Grupo de Doenças Cerebrovasculares e da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neurológica, Dr. Maurício Hoshino.
COMO TRATAR
Segundo especialistas, em geral, o tratamento da hipertensão passa inicialmente pela modificação do estilo de vida com o objetivo de reverter o sobrepeso, quando este é a causa do problema. Isso significa dieta, atividade física e controle do estresse. Porém, é importante saber que, dependendo dos níveis de pressão do consumidor, pode ser necessária a prescrição de medicamentos já na primeira consulta. "Outro aspecto importante é que, muito freqüentemente, o controle adequado da pressão requer a prescrição de mais de um medicamento. O que significa que é necessário um acompanhamento médico próximo e eficiente para garantir que o tratamento possa ser ajustado ao longo do tempo. Lamentavelmente, na maioria dos casos, isso não ocorre e menos de 50% dos pacientes tratados chegam de fato a normalizar a pressão", informa o cardiologista da Unidade de Medicina Preventiva do Hospital Albert Einstein, Dr. Antonio Gabriele Laurinavicius.
O especialista salienta que praticar atividade física é a forma mais fisiológica não somente de prevenir, mas de tratar a hipertensão arterial. "O motivo não é apenas a redução de peso que se espera, mas o fato que ela promove o condicionamento de todo o sistema cardiovascular. Os mecanismos desse condicionamento são bastante complexos, mas a título de exemplo, pode-se mencionar que, como conseqüência da atividade física regular, o organismo aumenta a produção endógena de substâncias vasodilatadoras, como o óxido nítrico, que promovendo a dilatação das artérias, facilitam a regulação da pressão arterial", completa.
É importante ressaltar que a hipertensão arterial é uma doença crônica cujo controle necessita que o tratamento seja mantido por todo o tempo de vida. O problema acomete tanto homens quanto mulheres. Antes dos 50 anos de idade, é mais freqüente entre os homens, mas depois da menopausa, passa a ser um pouco mais freqüente entre as mulheres. "A prevalência de hipertensão vai aumentando conforme a faixa etária considerada. Isso acontece pelo enrijecimento progressivo das artérias com o decorrer dos anos. Com o aumento da obesidade infantil, estamos assistindo a um dramático aumento de problemas que antes eram considerados quase exclusivos do adulto. Entre eles: diabetes, dislipidemia (aumento do colesterol) e hipertensão", aponta o Dr. Laurinavicius.
Assim como nos adultos, na maioria dos casos, esses quadros não trazem inicialmente nenhum sintoma. Por esse motivo, sua identificação requer um rastreamento proativo mediante a aferição da pressão arterial, principalmente entre as crianças obesas e aquelas com história familiar de pressão alta.
COMO IDENTIFICAR
Sendo uma condição silenciosa, a única forma de se chegar ao diagnóstico precocemente é medindo de forma proativa a pressão arterial. A medida deve ser repetida periodicamente a título de checkup e alguns grupos de risco devem efetuar controles com freqüência ainda maior.
"Em linhas gerais, a partir de 115x75 mmHg, o risco de morte por infarto ou derrame dobra a cada aumento de 20 mmHg na pressão sistólica (máxima) e/ou 10 mmHg na pressão diastólica (mínima). Com o tratamento, o risco é efetivamente reduzido. Estudos mostraram que uma redução de apenas 2 mm da pressão sistólica já pode significar uma redução de 10% no risco de derrame e de 7% no risco de infarto", destaca o Dr. LaurinaVicius.
Na vigência de aumento da pressão arterial dentro dos vasos sanguíneos, progressivamente vão surgindo lesões nos órgãos-alvo, como cérebro, coração, rins e retina. Geralmente, é uma doença silenciosa: não dói, não provoca sintomas, entretanto, pode matar. Quando ocorrem sintomas, já decorrem de complicações.
No caso da hipertensão, o efeito esperado da medicação não é a cura, a resolução definitiva do problema como no caso dos antibióticos para as infecções, mas apenas seu controle. Portanto, se faz necessário o uso crônico e regular dos medicamentos prescritos pelos médicos.
"As evidências mostram que, lamentavelmente, apenas 30% dos indivíduos tratados controlam de forma adequada sua pressão arterial. O que acontece por vários motivos: muitos pacientes não tomam as medicações prescritas com a regularidade indicada; muitos não retornam ao médico para verificar os efeitos do tratamento e ajustar os fármacos e suas doses; muitos desistem do tratamento em função de efeitos colaterais. De qualquer forma, à base do problema, há sempre uma insuficiente relação médico-paciente", afirma o cardiologista do Albert Einstein.
Segundo o Dr. Hoshino, alguns fatores podem acelerar o desenvolvimento da doença:
1. Fatores de risco não modificáveis
• Idade: o aumento da pressão arterial ocorre com o avançar da idade, aspecto de gravidade frente à vulnerabilidade frente às complicações cardiovasculares determinadas não só pela hipertensão, como também por outros fatores de risco que se acumulam com o passar do tempo.
• Hereditariedade
• Sexo: mais freqüentes nas pessoas de sexo masculino.
2. Fatores de risco modificáveis
• Tabagismo: o tabagismo colabora para o efeito adverso da terapêutica de redução dos lípides séricos e in-duz resistência ao efeito de drogas anti-hipertensivas.
• Bebida alcoólica
• Sedentarismo e obesidade
• Hábitos alimentares: dietas ricas em sal, consumo elevado de refrigerantes, enlatados e massas, são fontes inadvertidas de cloreto de sódio em abundância, e não somente o sal de adição que se encontra sobre a mesa.
AGENTES DE SAÚDE
Farmácias e drogarias podem atuar de maneira preventiva, auxiliando os consumidores e realizando a aferição da pressão arterial dentro dos estabelecimentos, além de incentivar à adesão ao tratamento. Saiba como proceder de forma correta e segura:
• É sempre necessário explicar o procedimento ao paciente, orientando que não fale e descanse por até dez minutos em ambiente calmo, com temperatura agradável.
• Promover relaxamento, para atenuar o efeito do avental branco (elevação da pressão arterial pela tensão provocada pela simples presença do profissional de saúde, particularmente do médico).
• Certificar-se de que o paciente não está com a bexiga cheia; não praticou exercícios físicos há 60-90 minutos; não ingeriu bebidas alcoólicas, café, alimentos, ou fumou até 30 minutos antes; e não está com as pernas cruzadas.
• Utilizar manguito de tamanho adequado ao braço do paciente, cerca de 2 a 3 cm acima da fossa antecubital, centralizando a bolsa de borracha sobre a artéria braquial. A largura da bolsa de borracha deve corresponder a 40% da circunferência do braço e o seu comprimento, envolver pelo menos 80%.
• Posicionar a campânula do estetoscópio suavemente sobre a artéria braquial, na fossa antecubital, evitando compressão excessiva.
Pfizer refaz previsão
29/04/2015 - Valor Econômico
A Pfizer revisou ontem para baixo suas projeções de ganho para o ano, num cenário marcado pela valorização do dólar e pela fragilidade do euro, embora a gigante farmacêutica tenha reportado resultados mais positivos do que o esperado no primeiro trimestre devido à robustez das vendas de produtos novos. Para o acumulado de 2015, a companhia espera agora lucro por ação entre
US$ 1,95 e US$ 2,05, abaixo da previsão anterior de US$ 2 a US$ 2,10.
Revisão da MSD
29/04/2015 - Valor Econômico
A americana Merck Sharp & Dohme, que nos Estados Unidos é denominada Merck & Co., elevou ontem a previsão para ganhos neste ano, apesar do impacto negativo da valorização do dólar, depois de os resultados do primeiro trimestre terem recuado menos do que o esperado. A gigante farmacêutica espera agora lucro por ação de US$ 3,35 a US$ 3,48, acima do intervalo estimado anteriormente, de US$ 3,32 a US$ 3,47 por ação. A MSD, assim como algumas de suas concorrentes, informou que a apreciação do dólar e o aumento da concorrência em genéricos pressionaram os resultados trimestrais.
Estabelecimento de projetos PDP
29/04/2015 - Guia da Farmácia
Em maio deste ano, acontecerá o 3o Congresso Anual eyeforpharma Brasil 2015, com o tema: "Acesso ao Mercado Público e Privado". O dire-tor-geral da Sanofi Pasteur, Hubert Guarino, apresentará o tema: "Análise das melhores práticas na transferência de tecnologia biológica: Lições aprendidas da Sanofi Pasteur". O estabelecimento e concretização de projetos de Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) na área da saúde no Brasil aparece como um tema de grande relevância para o setor.
Trata-se de uma nova política industrial com o objetivo principal de desenvolver a indústria no País. Dentro da área da Saúde, o foco está em estratégias que visam ampliar o acesso da população a produtos estratégicos, diminuir a vulnerabilidade do Sistema Único de Saúde (SUS), reduzir a dependência produtiva e tecnológica e racionalizar o poder de compra do Estado.
As primeiras PDPs foram as ligadas às vacinas, como a contra a gripe, concretizada pelo grupo Sanofi Pasteur, além da tríplice acelular pa-
ra gestantes, a vacina contra HPV, a contra hepatite A, entre outras produzidas por laboratórios de outras multinacionais privadas.
A lei de PDPs foi recentemente revisada e a nova regulamentação tenta significativamente melhorar o contexto regulatório, colocando as regras mais alinhadas com a prática, tanto para os eventos positivos, como também aos a ser melhorados e identificados com a experiência que o Brasil hoje detém.
O tema do congresso, "Acesso ao Mercado Público e Privado", se insere totalmente na estratégia que o governo estabeleceu e que tem se mostrado muito efetiva em estabelecer relações de colaboração e co-desenvolvimento entre instituições privadas e públicas em melhorar a aquisição de tecnologia.
O evento reunirá todos os atores que fazem parte desse modelo, incentivando debates de temas críticos e gerando idéias para uma redução da dependência e do déficit da saúde no Brasil dentro de um momento de limitações de recursos.
Suplementos vitamínicos e minerais em excesso podem causar câncer, alerta estudo Suplementos de vitaminas e minerais que lotam prateleiras de farmácias, mercados e lojas de produtos naturais prometem uma vida mais saudável e longe de doenças. Mas uma revisão de 12 estudos com mais de 300 mil pessoas mostra que algumas delas não são tão inofensivas ou benéficas como se prega e alerta que podem, inclusive, aumentar o risco de câncer se consumidas em excesso. Sobre essas substâncias, o pesquisador explica que consumir diariamente até três vezes mais do que a dose recomendada pelos parâmetros internacionais não acarreta em danos. O problema é que alguns rótulos de produtos sugerem um consumo até maior do que este e que, neste caso, o risco existe. Ele enfatiza, no entanto, que os suplementos não são tóxicos e que as pessoas não precisam ter medo deles:
Na sexta-feira, Ministério da Saúde e Anvisa lançaram o “Click Saudável”, projeto para orientar sobre a compra de produtos pela internet, entre eles os suplementos. Trata-se de uma plataforma que aproxima os órgãos públicos e o consumidor, fornecendo informações sobre riscos de produtos não liberados e servindo como um canal de denúncia para irregularidades. OUTROS GRUPOS TAMBÉM PEDEM CAUTELA E não é apenas Byers que se preocupa com a popularidade destes produtos. Editor-chefe da revista “Annual Report on Prostate Diseases”, da Universidade de Harvard, Marc Garnick publicou um artigo no final do ano passado, discutindo exatamente a relação de suplementos e câncer e segue o mesmo raciocínio. Na análise, ele conta que quando começaram os estudos em humanos, em 2001, havia grandes esperanças de que tomar vitamina E e selênio poderia prevenir contra o câncer de próstata, já que estudos realizados entre as décadas de 1980 e 1990 demonstravam os efeitos protetores das substâncias. Mas os resultados mostraram exatamente o contrário. Colômbia pode ser chave para tratar o Alzheimer El Retiro, uma cidade no norte da Colômbia, é o lar de Gudiela, uma amável mãe de dois filhos que, segundo pesquisadores, poderia ser a chave da cura da doença de Alzheimer.
Saúde
STJ dá aval a reajuste de plano para idosos 29/04/2015 - O Globo
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou a Amil Assistência Médica a reajustar as mensalidades de beneficiários idosos, a partir de 60 anos. A decisão da 3ª Turma, dada em ação civil pública proposta pelo Ministério Público de São Paulo, diverge do entendimento dominante no tribunal, contrário a cláusulas que estabeleçam reajuste por faixa etária após os 60 anos. É a primeira vez que o tribunal decide contra o consumidor de planos de saúde nesse tem a. No caso em questão, a cláusula do contrato previa aumento de 165% quando o usuário completasse 60 anos. O Estatuto do Idoso é claro ao não permitir a discriminação nos planos de saúde com a cobrança de "valores diferenciados em razão da idade". Por isso, o estatuto tem sido usado em ações coletivas e individuais para impedir reajustes por faixa etária. Os aumentos anuais para corrigir as mensalidades por índices fixados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) são permitidos, pois atingem a todos indistintamente.
LEI DOS PLANOS PROÍBE AUMENTO
O ministro do STJ João Otávio de Noronha contrariou o voto da relatora do processo, a ministra Nancy Andrighi, e considerou legal o reajuste, afirmando que houve aumento da demanda de serviços e, portanto, a cláusula é válida. Nancy havia considerado o reajuste abusivo em seu relatório: "Os planos de saúde são cobrados conforme a demanda dos usuários e ajustados de forma que aquele que mais se utiliza do plano arque com os custos disso. Isso se faz por previsões. Daí o critério de faixa etária. Tal fato não é discriminatório, pois não se está onerando uma pessoa pelo simples fato de ser idosa, mas por demandar mais do serviço ofertado", afirma Noronha em seu voto, que foi seguido por três ministros. Cabe recurso à decisão. —No voto, o ministro (Noronha) considerou razoável o contrato da idosa que previa acréscimo de 165% ao completar 60 anos. Não tem como o idoso se defender de um reajuste desse tamanho. Defendemos o princípio de solidariedade entre as gerações — afirmou Cláudia Beré, promotora de Justiça de Direitos Humanos/Idoso do Ministério Público de São Paulo. A lei que regula o funcionamento dos planos de saúde proíbe o reajuste por faixa etária para quem tem 60 anos ou mais. Porém, há brechas que permitem esse aumento: a proibição só vale para contratos assinados a partir de 2004, quando foi publicado o Estatuto do Idoso. Para os contratos assinados entre janeiro de 1999 (ano da Lei dos Planos) e 2004, a proibição só vale para os que estão na mesma operadora há mais de dez anos. Para os planos anteriores a 1999, valem as cláusulas do contrato. Para a advogada Daniela Trettel, doutora em Direito pela Universidade de São Paulo, a decisão é lamentável, um retrocesso na proteção do idoso: — Contribui-se a vida toda para o plano e, no momento de maior fragilidade, os preços ficam inviáveis e acabam por expulsar aquele que sempre colaborou para a manutenção do próprio sistema de planos de saúde. O Judiciário era o último espaço de proteção. Com esse recuo, a vulnerabilidade dos beneficiários aumenta ainda mais.
DECISÃO ISOLADA
A advogada Renata Vilhena, especialista em direitos do consumidor na área de saúde, ressalta que se trata de decisão isolada : — É uma posição contra uma enxurrada de ações que entendem que o Estatuto do Idoso é aplicável aos contratos firmados antes da lei. Renata lembra, ainda, que essa decisão não impede que os consumidores isoladamente ingressem com ação. A Amil, consultada, disse que não comenta decisões que estão em tramitação, como é o caso . Mortes por dengue em SP superam números da epidemia de 2013
29/04/2015 - O Globo
São Paulo já contabiliza 99 mortes causadas pela dengue neste ano, segundo boletim do Ministério da Saúde com dados até 28 de março. O número já supera com folga os 76 óbitos registrados no Estado em 2013 inteiro, ano da última grande epidemia da doença no país, mas ainda está abaixo do verificado no estado em 2010, quando ocorreram 141 óbitos. O número de casos da doença é também recorde, superando nesse caso até os números de 2010. Segundo o ministério, foram 257.809 até dia 2de abril no estado de São Paulo. Campinas concentra o maior número de casos (25.987), seguida de Sorocaba (19.245) e da capital (17.259). Em meio a campanhas de conscientização e mutirões de combate ao mosquito transmissor, as mortes por dengue preocupam a população.
Segundo o infectologista da Rede D"Or, Marcelo Gonçalves, nesse contexto de epidemia, a pessoa com febre deve procurar assistência médica, já que os sintomas da dengue podem se confundir com os de outras enfermidades. Ele alerta que subestimar os sintomas pode levar a uma condição mais grave. — Os sintomas avançados são dor abdominal contínua e de forte intensidade, vômitos persistentes, sonolência e sangramentos gengivais, ginecológicos ou pela urina. Esses sinais denotam uma possibilidade maior da doença evoluir — comenta Gonçalves. — A pessoa com a forma grave da dengue perde muito líquido de dentro dos vasos sanguíneos. Com isso, a pressão arterial cai, e o sangue não consegue irrigar os órgãos vitais.
É importante ressaltar que a pessoa que está bem hidratada não morre de dengue. Não precisa esperar ir a um posto ou uma UPA para começar a se hidratar. O paciente pode já tomar soro caseiro (duas colheres de sopa de açúcar e uma colher de chá de sal de cozinha em um litro de água filtrada). Rosemeire Celestino, auxiliar administrativa de 38 anos, mora em Jandira, cidade vizinha à capital paulista. Por causa da doença, ela teve que ficar 20 dias afastada do trabalho: — Comecei a me sentir mal e já procurei o hospital. Lá fui diagnosticada com infecção urinária. Alguns dias depois, voltei e só aí me disseram que era dengue. Fiquei muito mal, fraca, não conseguia nem levantar da cama. O professor Carlos Magno Fortaleza, da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), acredita que há uma falha global nas questões relacionadas ao controle da dengue.
Segundo ele, se por um lado há redução na letalidade (número de mortes pelo número de casos), por outro não há êxito no controle do vetor: — Desde 2010, temos uma redução na mortalidade em relação ao número de casos. Mas, na ação efetiva contra o vetor, temos falhado. O poder público não consegue passar à população a mensagem para reduzir os criadouros. Há também outros fatores, como nosso modo de urbanização e a maneira de lidar com resíduos, que não é a mais adequada. O infectologista diz que a volta da circulação do tipo 1 da dengue no estado e o fato de as pessoas, em razão da crise hídrica, armazenarem mais água em casa podem explicar o aumento no número de casos em São Paulo este ano. (*Com supervisão de Aguinaldo Novo).
Dilma indica nomes para Anvisa e ANS
29/04/2015 - Brasil Econômico
A presidenta Dilma Rousseff indicou nomes para cargos de direção na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Para a ANS, foi indicada a servidora Karla Santa Cruz Coelho; para a Anvisa, Jarbas Barbosa da Silva Júnior e Fernando Mendes Garcia Neto. Os nomes dos indicados ainda precisam ser aprovados pelo Senado.
Órfãos da dengue.
29/04/2015 - Folha de S.Paulo
Pietra, 7, ainda não entendeu bem o que se passou. Lucas, 16, tenta retomar a rotina, agora como "o homem da casa". Maria Eduarda, 10, se fechou, não quer saber de conversa com estranhos.
Em março, perderam o pai, Gilson Alves, 40, um homem de 1,90 m e 110 kg, para a picada de um mosquito, de 0,5 cm: o Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue.
"A gente fica sem chão. Um homem daquele tamanho...e um mosquito, né?", desabafa a mãe dos garotos, Elaine Mendonça, 35, casada desde os 15 com Gilson.
Na casa da família, em São Carlos (a 232 km de São Paulo), um repelente de pernilongos constantemente plugado na tomada não deixa ninguém esquecer onde está.
Em todo o Estado são ao menos 125 óbitos --ante 141 de 2010, ano com mais mortes pela doença no Estado, segundo o Ministério da Saúde.
Em São Carlos, a morte de Gilson é a única confirmada. Mas no Jardim Pacaembu, onde a família mora, são 100 casos até agora, 17 na rua deles.
Com 220 mil habitantes, São Carlos contabilizava até sexta (24), 7.471 notificações da doença, número sete vezes maior do que o total de casos no ano passado (1.067).
"Depois que ele morreu, passaram com um nebulizador aqui na rua. Mas não voltaram mais", diz a sogra de Gilson, Maria Donizete Mendonça, 58, vizinha da família.
Segundo ela, atrás da casa deles, uma vala acumula sujeira há muito tempo. É de lá que ela suspeita que tenha partido o problema. Assim como Gilson, ela e Elaine também contraíram a doença.
"É uma obra que ficou aí um tempão, nunca acabaram, era para ser tapado, mas aí sai prefeito entra prefeito e fica tudo assim mesmo", diz ela.
A família suspeita que Gilson tenha sido vítima da forma hemorrágica da doença. "Ele falou no celular com o patrão às 11h17. Depois começou a perder sangue. Morreu às 11h35", diz Elaine.
A morte de uma menina de 12 anos no início deste mês também é investigada como suspeita de dengue.
A Prefeitura de São Carlos afirma que, por cinco vezes, o bairro em que a família de Gilson mora recebeu nebulização. Todas elas foram feitas após a morte de Gilson.
De acordo com o município, 112 agentes de saúde fazem o trabalho de campo, número considerado adequado --após a contratação emergencial de 72 deles.
Sobre a morte da menina de 12 anos, a Secretaria de Saúde afirma que "todos os procedimentos foram realizados de acordo com o protocolo de classificação de risco" e que o Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) de Américo Brasiliense, cidade vizinha, tem até 30 dias para emitir o resultado do exame.
A 207 km de São Carlos, Sorocaba teve neste ano 19 mortes causadas pela dengue. Outras 14 são consideradas suspeitas. O total de casos confirmados chega a 46 mil -- 3.730 deles foram registrados em uma semana.
Após perder o avô para a doença, Giovana Helena da Silva Valentim, 28, agora teme pela filha de 2 anos. "Dentro de casa a gente tem que passar o dia inteiro com o repelente ligado", afirma.
Segundo ela, o avô, João Maria Valentim, 78, não resistiu mais do que uma semana à doença. A sujeira e a falta de cuidado com os lugares públicos da região, ela diz, ajudam a explicar os casos.
A Prefeitura de Sorocaba diz que, entre os dias 13 e 22 de abril, foram recolhidas 135,8 toneladas de materiais inservíveis.
S&P eleva nota da Rede D’Or, após injeção de R$ 1,8 bi pelo Carlyle
28/04/2015 - Valor Econômico
A agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) elevou nesta terça-feira a nota de crédito em escala global da Rede D’Or de “BB-” para “BB”. Em escala nacional, o rating do grupo hospital passou de “brA” para “brAA-”. A perspectiva em ambas as escalas é positiva.
Segundo a S&P, a injeção de capital de cerca de R$ 1,8 bilhão pelo fundo de private equity Carlyle, junto à esperada conversão em ações de R$ 600 milhões em debêntures conversíveis, devem impulsionar as métricas de crédito da Rede D’Or e prover capital para a companhia suportar seu plano de expansão.
“Esperamos que a Rede D’Or mantenha sua liderança no setor brasileiros de hospitais privados, reportando forte crescimento de receitas, altas taxas de ocupação e melhoras de lucratividade”, escreveram os analistas da S&P.
A perspectiva positiva indica que a agência pode elevar os ratings caso a companhia continue a melhorar sua lucratividade e geração de fluxo de caixa, devido a seu plano de expansão, resultando em métricas de crédito ainda melhores.
Mercado Aberto: Operadoras de saúde gastam 17,7% mais em um ano, diz Iess
29/04/2015 - Folha de S.Paulo
Colunista: Maria Cristina Frias
As despesas das operadoras de planos de saúde com procedimentos médicos no país cresceram 17,7% no acumulado de 12 meses até junho de 2014, segundo o Iess (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar).
O cálculo considera a frequência de uso de planos de saúde e o preço de consultas, exames, terapias e internações em uma amostra de aproximadamente 1,5 milhão de beneficiários.
O resultado foi 11,2 pontos percentuais superior ao IPCA [inflação oficial], que ficou em 6,5% em igual período.
"Vamos para o quarto ano seguido com uma inflação médica duas vezes acima do teto oficial. Esse cenário põe em risco a sustentabilidade do segmento", afirma Luiz Augusto Carneiro, superintendente do Iess.
Os gastos com internações, que responderam por 61% de todos os custos, tiveram alta de 17,3% no período.
As despesas com terapias subiram 21% e os desembolsos com exames, 14,1%.
"No país, a incorporação de novas tecnologias ao sistema gera um incremento de despesas às operadoras que não é levado em consideração", diz o executivo.
|