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Medicamentos
Injeção controla, e até mesmo reverte, cegueira causada por diabetes A epidemia do diabetes, ao contrário de outros surtos, é silenciosa. Pior do que isso, costuma ser aliada de doenças incapacitantes, como a retinopatia diabética (RD), principal causa de perda de visão entre pessoas com idade ativa. Sorrateira, a RD revela-se em estado avançado, quando a cegueira é iminente. Há, entretanto, uma boa notícia: dá para controlar — e até mesmo reverter — a complicação com uma substância que atua diretamente nos olhos. Apresentada neste mês em um congresso médico na capital da Colômbia, a estratégia, aliada à prevenção, pode evitar que muitos adultos percam a capacidade de enxergar.Quanto mais tempo os pacientes — especialmente os negligentes com o tratamento — convivem com o diabetes, maiores a chances de perder a visão. Depois de 20 anos, quase todos os com o tipo 1 da doença metabólica e 60% dos acometidos pelo tipo 2 vão desenvolver a RD. Embora 80% dos casos possam ser evitados com mudança na dieta e com a prática de exercícios físicos, nem todo mundo evita o pior. A doença, inicialmente assintomática, manifesta-se inicialmente pela visão borrada e com manchas negras.
A Hypermarcas prevê novo aumento dos preços dos produtos de sua divisão de consumo em julho, após reajuste médio de 8% promovido em abril, disse ontem o presidente executivo da companhia, Claudio Bergamo. Congresso aprova Lei da Biodiversidade A Câmara dos Deputados aprovou ontem a Lei da Biodiversidade, que facilita o acesso de empresas e pesquisadores ao patrimônio genético brasileiro, beneficiando principalmente as indústrias farmacêuticas e de cosméticos. A culpa é dos neurônios
28/04/2015 - O Globo
Manipulação de neurônios que geram o desconforto da fome pode criar novas terapias. Quem já fez alguma dieta restritiva de calorias para perder peso sabe que o desconforto causado pela fome é um dos maiores obstáculos a ser superado. Nos últimos anos, os cientistas já identificaram diversas regiões do cérebro responsáveis pelo prazer trazido pela ingestão de comida, configurando um reforço positivo para a alimentação, mas, agora, pela primeira vez, dois grupos de pesquisadores, trabalhando de forma independente, não só localizaram em camundongos os neurônios que controlam e desencadeiam as sensações desagradáveis da fome como os manipularam para que ativassem os da área da saciedade, abrindo caminho para novos tratamentos de combate à obesidade.Encontrados no hipotálamo, esses neurônios, batizados como AgRP (na sigla em inglês), são ativados quando o organismo enfrenta situações de baixa energética, liberando um neurotransmissor chamado peptídeo agouti. Este compete com outro neurotransmissor, a melanocortina 4, para se ligar a um grupo diferente de neurônios (MC4R, também na sigla em inglês) que controlam o apetite. Assim, quando a alimentação é insuficiente para atender às nossas demandas de energia, sentimos uma fome persistente, que só passa quando os neurônios AgRP são desativados, num processo de reforço negativo de estímulo à ingestão de comida.
— Tínhamos uma previsão antiga de que deveriam existir neurônios que nos fazem sentir mal quando estamos com fome ou sede — conta Scott Sternson, pesquisador do Instituto Médico Howard Hughes, nos EUA, e líder da equipe que apontou a ação dos neurônios AgRP como responsáveis pelas sensações de desconforto da fome, em estudo publicado ontem no site da revista “Nature”. — Isso fazia sentido do ponto de vista intuitivo, mas todos os neurônios estudados até agora tinham um efeito oposto, associando prazer à ingestão de comida. Suspeitamos que os neurônios AgRP são um sistema motivacional muito antigo para forçar um animal a satisfazer suas necessidades fisiológicas, buscando comida para desativá-los.
AFLIÇÃO FOI UMA FERRAMENTA EVOLUCIONÁRIA
Segundo os cientistas, esta aflição trazida pela fome foi uma importante ferramenta evolucionária ao estimular pessoas e animais a enfrentarem riscos na busca por alimentos. Mas, numa sociedade em que a comida está facilmente disponível e ao alcance da maioria dos seres humanos, esses sinais difíceis de ignorar se tornam fontes de permanente sofrimento para quem está de dieta. Assim, outro grupo de pesquisadores liderado por Alastair Garfield, da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, decidiu investigar os circuitos cerebrais afetados pela ativação dos neurônios AgRP e se, manipulando-os, seria possível aliviar a inquietação trazida pela fome, promovendo uma falsa sensação de saciedade dos neurônios MC4R.
— Uma das razões pelas quais fazer dieta é tão difícil é a sensação de desconforto despertada pela fome persistente — justifica Bradford Lowell, pesquisador do Centro Médico Beth Israel Deaconess, da Universidade de Harvard, nos EUA, onde Garfield está como pesquisador-visitante, e coautor do artigo sobre o estudo, também publicado ontem, na revista “Nature Neuroscience”. — Nossos resultados mostram que a ativação artificial deste circuito cerebral em particular é prazerosa e pode reduzir a alimentação dos camundongos, essencialmente trazendo os mesmos resultados de uma dieta, mas sem as crônicas sensações desagradáveis da fome.
COMO JANTAR ÀS 21H E TOMAR CAFÉ À MEIA-NOITE
Para investigar esses caminhos neurológicos, Garfield, Lowell e colegas lançaram mão de camundongos geneticamente modificados para que pudessem identificar e manipular as regiões do cérebro afetadas pela ação dos neurônios AgRP, usando estímulos luminosos diretamente no órgão dos animais (parte de um recente e crescente campo de pesquisa conhecido como optogenética). Com isso, eles encontraram células cerebrais no núcleo paraventricular do hipotálamo sensíveis à melanocortina 4 (PVH MC4R) que, quando ativadas, faziam com que os animais se sentissem satisfeitos mesmo sem terem consumido qualquer alimento. Já quando desativadas, em ação similar ao bloqueio erguido pelos neurônios AgRP, deixavam os camundongos com fome, mesmo se tivessem acabado de comer. Segundo Garfield, é como se alguém que jantou às 21h acordasse à meia- noite com tanta fome que já quisesse tomar o café da manhã, com os neurônios PVH MC4R funcionando como um “freio” à superalimentação.
— Existe uma hipótese chamada “redução do desejo” que propõe que comemos para nos livrarmos das sensações desagradáveis da fome — lembra Lowell. — Isso se opunha à visão de que comemos porque o gosto da comida é prazeroso. Assim, tivemos que conduzir experimentos comportamentais que nos dissessem se esse circuito cerebral, que os camundongos normalmente ativam ao se alimentar, também seria prazeroso se ativado artificialmente, na ausência de qualquer consumo de comida. Verificamos que, ao ativar os neurônios da saciedade, os PVH MC4R, tínhamos o mesmo efeito da dieta, mas, como isso reduziu diretamente a fome, não provocou o desconforto normalmente associado aos regimes. Dessa forma, nossos achados sugerem que uma terapia que tenha como alvo essas células pode reduzir tanto o consumo de alimentos quanto as sensações desagradáveis da fome, no que seria um tratamento eficaz para a obesidade.
Por que as mulheres estão bebendo mais?
28/04/2015 - Folha de S.Paulo
Colunista: Cláudia Collucci
Acabo de voltar de uma conferência de jornalismo de saúde em Santa Clara (Califórnia) e um dos assuntos mais instigantes discutidos por lá foi sobre o consumo excessivo de álcool nos Estados Unidos, que aumentou significativamente nos últimos anos, especialmente entre as mulheres.
O estudo, do Instituto de Metrologia da Saúde e Avaliação, da Universidade de Washington, traz resultados bem parecidos com os de um trabalho feito no Brasil pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Por lá, o consumo excessivo de álcool entre as americanas cresceu 17,2% entre 2005 e 2012. Por aqui, as brasileiras também estão bebendo mais e com mais frequência. Nos últimos seis anos, a proporção das que consomem álcool de maneira excessiva aumentou 24%, passando de 15% para 18,5% das brasileiras.
O que é beber muito para os cientistas? Há ao menos duas definições: o consumo pesado, que se refere a uma média de mais de um drinque por dia (para mulheres) ou dois drinques (para os homens). E o chamado "binge drinking", definido como quatro ou mais drinques em uma ocasião (para as mulheres) e cinco ou mais (para os homens).
A partir desse estudo, os EUA montaram um grande banco de dados em que é possível pesquisar o comportamento de Estados e municípios americanos sobre o consumo de álcool. É possível observar uma grande variação na prevalência. Por exemplo, o consumo pesado variou de 2,4% no condado de Hancock (Tennessee) para 22,4 % em Esmeralda County (Nevada). Já o "binge drinking" variou de 5,9% em Madison County (Idaho) para 36% em Menominee County (Wisconsin).
No Brasil, sabemos que o aumento do consumo excessivo entre as mulheres é mais expressivo nas regiões Sul e Sudeste, e nas classes de maior poder aquisitivo.
POR QUE?
Mas, afinal, por que as mulheres estão bebendo mais? Há várias hipóteses, na opinião dos pesquisadores. A começar pelo fato de que a melhora da situação financeira da mulher faz com que ela saia mais para beber com amigos. A mulher que bebe é vista como boa companhia, liberal, moderna.
Há também as que buscam no álcool uma válvula de escape para enfrentar altas carga de responsabilidades e cobranças. Passam a ter nos efeitos ansiolíticos do álcool um antídoto contra os sofrimentos, as angústias e as frustrações.
O que muita gente não sabe ou prefere esquecer é que o álcool gera uma euforia no início, mas é agente depressor do sistema nervoso central e, em quantidades exageradas, causa depressões.
No organismo da mulher, o álcool tem efeitos ainda mais devastadores do que no homem. Pesquisas realizadas na Faculdade de Medicina de Greifswald, na Alemanha, comprovaram que a taxa de mortalidade entre mulheres alcoólatras é 4,6 vezes maior que a das não alcoólatras. No caso dos homens, alcoólatras morrem 1,9 vez mais que os sóbrios.
CUSTOS
Os EUA já colocaram na ponta do lápis os custos do uso abusivo de álcool: mais de 70% dos gastos é atribuído à perda de produtividade (US$ 134,2 bilhões), incluindo perdas decorrentes de doenças relacionadas a esse uso (US$ 87,6 bilhões), morte prematura (US$ 36,5 bilhões) e crimes (US$ 10,1 bilhões).
O restante dos custos incluiu gastos com a saúde (US$ 26,3 bilhões), assim como gastos administrativos e de propriedade relacionados a acidentes automobilísticos (US$ 15,7 bilhões) e gastos com a Justiça (US$ 6,3 bilhões).
Desconheço estudos semelhantes por aqui, mas dá para ter uma ideia da quantidade de dinheiro que estamos jogando no ralo. Cabe ao poder público e a sociedade civil a divulgação de campanhas de prevenção e de informações sobre os riscos do alcoolismo. As propagandas de TV com gente jovem e bonita bebendo com entusiasmo certamente não estão preocupadas com isso.
Saúde
Melhora assistência à população 28/04/2015 - Brasil Econômico
Pesquisa do Ministério da Saúde com 14 mil pessoas mostra que a qualidade da assistência à população melhorou coma chegada dos profissionais do Programa Mais Médicos. Para 85%dos entrevistados, aumentou o número de consultas, o acompanhamento e a resolução do seu problema de saúde após o atendimento do médico. Este ano, o Programa terá 18.247 médicos em mais de 4 mil cidades. Venda de fatia na rede de hospitais é boa notícia para o BTG
28/04/2015 - O Estado de S.Paulo
Ainda que imediatamente nenhum dinheiro novo vá entrar no caixa do banco BTG Pactual em razão da compra da fatia da rede D’Or pelo fundo americano Carlyle, o fechamento da operação é uma bem-vinda boa notícia para a área de private equity da instituição comandada por André Esteves. O BTG sofreu uma série de reveses recentemente,que vão de apostas em negócios paralisados pela Operação Lava Jato a empresas de varejo que são consideradas apostas equivocadas pelo mercado e estão em fase de reestruturação.
Ao conseguir negociar 8,3% do capital da rede D’Or por R$ 1,75 bilhão, a avaliação do negócio ficou em R$ 19,6 bilhões, de acordo com fontes de mercado.
Isso significa que, em cinco anos, o banco conseguiu multiplicar por dez o valor do negócio. O investimento original do banco na companhia de hospitais ocorreu em 2010, quando o BTG desembolsou R$ 600 milhões.
À época, empresa havia sido avaliada em R$ 1,9 bilhão.
Desde então, com os recursos injetados pelo BTG, a rede D’Or iniciou uma trajetória de expansão via aquisições. O passo mais ousado foi a compra da rede de hospitais São Luiz, em 2011, que marcou a entrada da companhia no mercado paulista.
Além de 16 aquisições, a empresa também construiu e ampliou hospitais. Hoje, a rede d’Or está presente no Rio de Janeiro,em São Paulo, no Distrito Federal e em Pernambuco. A empresa tem 27 hospitais próprios e administra outros dois.
“Essa foi uma excelente tese de investimento, em um segmento com altas taxas de crescimento e,ao mesmo tempo, resiliência.
Na época da transação, a indústria de planos de saúde vinha se consolidando, ao passo que os hospitais eram muito fragmentados.Nossa tese se baseava em consolidar o segmento hospitalar para poder crescer em parceria com os planos de saúde”, destaca o sócio e head de merchant banking do BTG Pactual, Carlos Fonseca, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
Segundo o executivo, outro ponto que contou a favor do negócio foi a família fundadora da rede D’Or,que sempre demonstrou uma “alta capacidade de execução e gestão da companhia”.O hospital foi fundado pelo cardiologista Jorge Moll, em 1977– a primeira unidade ficava no bairro de Botafogo, no Rio.
Embora o banco de André Esteves não tenha recebido nada do Carlyle neste momento, fontes dizem que o fundo americano está costurando novo acordo para aportar mais R$ 2 bilhões– este novo negócio resultaria em pagamento direto aos sócios, incluindo o BTG.
“A rede D’Or, que é o maior investimento do portfólio de merchant banking do banco, mostra a qualidade do nosso portfólio”, afirma Fonseca. Na carteira de participações da BTG, há cerca de 30 empresas, segundo fontes de mercado.
Problemas. O negócio com o Carlyle ocorre após alguns investimentos problemáticos do BTG Pactual, como a Sete Brasil, cuja viabilidade foi colocada em xeque após o início da Operação Lava Jato, e a BR Pharma, que agrega diferentes bandeiras de farmácias e pode exigir novos aportes do banco (leia quadro acima). Há ainda a rede de lojas popular Leader, que está sendo reestruturada com a ajudado consultor Enéas Pestana,ex-presidente do Grupo Pão de Açúcar.
Além da rede D’Or, o mercado vê outros destaques positivos no portfólio do banco. Entre eles estão a rede de estacionamentos Estapar, que tem 900 pontos em todo o País, e a rede de academias BodyTech, que também opera a marca Fórmula.
Ao todo, são 85 academias, sendo 64 próprias. Outro acerto, na avaliação de fontes, teria sido a venda de uma participação em uma concessionária de túneis na Espanha, que teria gerado lucro líquido de R$ 300 milhões.
STJ autoriza reajuste em plano de saúde
28/04/2015 - Valor Econômico
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou a Amil Assistência Médica Internacional a aumentar as mensalidades de clientes com 60 anos ou mais. A decisão da 3ª Turma, dada em ação civil pública e por maioria de votos, diverge da jurisprudência dominante na Corte, contrária a cláusulas que estabeleçam reajuste para idosos.
No julgamento, prevaleceu o voto do ministro João Otávio de Noronha, que divergiu da relatora, ministra Nancy Andrighi. Para ele, o reajuste por mudança de faixa etária, previsto na legislação dos planos de saúde, não ofende o Estatuto do Idoso - Lei nº 10.741, de 2003 -, que veda a cobrança de valores diferenciados em razão da idade.
"Tal fato [o aumento] não é discriminatório, pois não se está onerando uma pessoa pelo simples fato de ser idosa, mas por demandar mais do serviço ofertado", diz em seu voto João Otávio de Noronha, acrescentando, porém, que devem ser afastadas cláusulas contratuais que estabeleçam "percentuais desarrazoados, que constituam verdadeira barreira à permanência do idoso no plano de saúde".
Os reajustes por mudança de faixa etária são permitidos pela Lei nº 9.656, de 1998, que regulamenta o setor de planos de saúde. Os percentuais de variação, no entanto, devem estar expressos no contrato, e o valor fixado para a última faixa etária - 59 anos ou mais, a partir do Estatuto do Idoso - não pode ser superior a seis vezes o valor da primeira faixa (0 a 18 anos).
Com a decisão, a 3ª Turma reformou acórdão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), que havia mantido sentença que considerou abusiva a cláusula estabelecida pela Amil, que prevê reajuste ao beneficiário que completar 60 anos de idade. A ação civil pública foi ajuizada pelo Ministério Público do Estado.
Para o advogado Julius Cesar Conforti, do escritório Araújo, Conforti e Jonhsson Advogados Associados, a decisão da 3ª Turma, dada em recurso apresentado pela Amil, pode refletir o início de uma mudança de entendimento do STJ. Em seu voto, lembra o advogado, o ministro João Otávio de Noronha cita outra julgado do colegiado neste sentido, em que também ficou vencida a ministra Nancy Andrighi.
Por causa dessa mudança, o escritório alterou as petições. Solicita-se a anulação da cláusula ou a redução do valor estabelecido para a mudança de faixa. Recentemente, em São Paulo, alguns juízes têm mantido a cláusula e autorizado aumento de até 30% para idosos, segundo Conforti.
Ainda de acordo com o advogado, as decisões da 3ª Turma do STJ não podem servir de desestímulo aos idosos. "Devem continuar questionando na Justiça os reajustes abusivos praticados pelas empresas", afirma Conforti.
Já a advogada Renata Vilhena Silva, do escritório Vilhena Silva Advogados, diz acreditar que não deve prevalecer esse entendimento contrário aos idosos no STJ. "A decisão não foi unânime. O TJ-SP já tem súmula aplicando o Estatuto do Idoso aos planos de saúde firmados antes de 2004", afirma. "Os planos cobram pouco dos jovens para atraí-los e dificultam a permanência dos idosos. Tem que haver um equilíbrio."
Procurado pelo Valor, o Ministério Público do Estado de São Paulo não deu retorno até o fechamento da edição. Por nota, a Amil Assistência Médica Internacional informou que "tem como política não comentar decisões judiciais em que ainda pode ser apresentado recurso".
Com 222 mil casos, S. Paulo bate recorde histórico de dengue
28/04/2015 - DCI
O número de casos de dengue confirmados no Estado de São Paulo em 2015 chegou a 222.044 e bateu o recorde histórico, segundo boletim divulgado pelo Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), vinculado à Secretaria da Saúde do estado. De acordo com o órgão, o número de casos deste ano é o maior desde o início da série, em 1987, superando 2013, que contabilizou 209.052 casos.
O número total é a soma de pessoas que contraíram a doença em municípios do estado (casos autóctones), e das pessoas que residem em cidades paulistas, mas contraíram em outros estados (casos importados). A secretaria estadual afirma que desde janeiro foram confirmados 212.904, pois só leva em consideração os casos autóctones. Segundo a secretaria, 98 pessoas morreram com a doença no em São Paulo até 13 de abril.
As primeiras três semanas deste mês tiveram 10.902 novos casos confirmados.
O governo deseja acelerar os testes da vacina contra a dengue que é estudada pelo Instituto Butantan em 13 mil pessoas.
Santa Casa deve R$ 400 mi
28/04/2015 - O Estado de S.Paulo
Com déficit superior a R$ 400 milhões, a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo também enfrenta uma grave crise financeira, que se agravou no ano passado.
O ponto mais crítico foi em julho, quando o pronto-socorro do Hospital Central, no centro de São Paulo, ficou fechado por 30 horas.
Em novembro, parte dos médicos teve os salários atrasados – atualmente, 500 profissionais ainda aguardam pagamento. Em dezembro, a situação voltou a atingir os servidores do hospital, que ficaram sem receber o 13.º salário.
Apenas neste mês, médicos da Santa Casa já fizeram dois protestos e planejam um novo ato no hospital para amanhã. Além do pagamento dos salários atrasados, eles pedem mudanças administrativas.
Ainda em abril, o Ministério Público Estadual pediu a quebra de sigilo bancário, fiscal e de cartão de crédito de 22 pessoas ligadas à instituição por indícios de nepotismo, incluindo o então provedor Kalil Rocha Abdalla. A Justiça concedeu.
No dia 16, Abdalla renunciou.
Ele negou má administração em sua gestão. Uma eleição para o cargo ainda será convocada.
Com déficit de R$ 2,5 mi/mês, Hospital São Paulo pode reduzir atendimento
28/04/2015 - O Estado de S.Paulo
Com déficit mensal de cerca de R$ 2,5 milhões, o Hospital São Paulo, administrado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), está trabalhando com ao menos 150 funcionários abaixo do necessário e já tem de fazer mais atendimentos do que sua capacidade.
José Roberto Ferraro, superintendente da unidade, disse que a situação do hospital “beira o limite” e não descarta a necessidade de reduzir serviços nos próximos meses, caso não consiga aumento de repasses federais.
Na tarde de ontem, 12 pessoas estavam sendo atendidas em macas espalhadas pelo corredor do hospital. Na porta do pronto-socorro pediátrico, um cartaz informava que a unidade estava “superlotada” e só seriam atendidos casos de urgência e emergência.
De acordo com a direção do Sindicato dos Trabalhadores da Unifesp (Sintunifesp), apenas neste ano foram cerca de 200 demissões – a maior parte no setor de enfermaria. Em nota, a Unifesp admite que, por causa do orçamento deficitário deste ano, não repôs as vagas de funcionários demitidos desde setembro do ano passado.As reposições, segundo a universidade, só são feitas em serviços considerados essenciais – sem informar quais.
Funcionários, que não quiseram ser identificados por medo de represálias, disseram que o excesso de pacientes e a redução do quadro estão comprometendo a qualidade do atendimento.
O aposentado Agostinho Noronha, de 59 anos, ficou quatro dias internado no hospital,sendo atendido em uma maca no corredor. Ele faz tratamento há oito meses contra câncer de pulmão.“Os médicos tentam nos atender bem, mas são muitos pacientes.O atendimento é demorado, e a gente fica jogado em um corredor”, disse.
A atendente de telemarketing Marilze Dias de Oliveira acompanhava ontem a mãe, de 88 anos, que também faz tratamento contra câncer. Elas já esperavam havia oito horas por atendimento no corredor. “A gente vê de tudo aqui, gente baleada, sangrando, desmaiando.
É terrível”, disse Marilze.
Protesto. Uma enfermeira do setor de cirurgia pediátrica, que não quis ser identificada, disse que a situação se agrava a cada dia porque os próprios funcionários não aguentam a pressão física e psicológica do trabalho e pedem demissão. O setor está com os 25 leitos ocupados, mas há apenas quatro técnicas e auxiliares de enfermagem para atender as crianças. “São crianças em estado grave. Imagine, quatro pessoas para fazer trabalho? É quase impossível”, disse.
Para pressionar a chefa esse contratar novos profissionais,as enfermeiras do setor estão fazendo um protesto silencioso, em que vestem roupa preta para chamara atenção dos pacientes e superiores. “Diferentemente de outras profissões, nós não podemos fazer paralisação ou operação tartaruga.Essas crianças precisam do nosso atendimento de forma integral. Essa foi a única forma que encontramos para chamar a atenção para nossa situação.”
Carrinhos de supermercado carregam bactérias perigosas à saúde
28/04/2015 - O Globo
Carrinhos de supermercado são cheios de bactérias e causam doenças. Passados de mão em mão, mal armazenados e raramente higienizados, os carrinhos de supermercados são verdadeiros depósitos de contaminantes, que podem causar males como diarreia, gripe, conjuntivite e até infecções mais graves. As conclusões são de um estudo que será apresentado nos congressos Latino-Americano e Brasileiro de Higienistas de Alimentos, que começam hoje, em Búzios.Embora poucos se deem conta disso, as consequências da contaminação podem ser graves. A engenheira de alimentos Leide Cerqueira ficou 55 dias internada e quatro meses de licença depois de sofrer um ferimento provocado por um carrinho de mercado:— Uma pessoa bateu com ele no meu calcanhar esquerdo, o que provocou um corte que não parecia grave. Mas, 24 horas depois, minha perna já inchou.
Três dias depois, Leide não andava e foi internada. Ela foi infectada pelo Staphylococcus, que penetrou a corrente sanguínea, alojando-se no coração e causando uma endocardite bacteriana. Precisou passar por três cirurgias no pé e até hoje toma remédio para controlar sequelas cardíacas. Ela diz que, felizmente, apesar do ocorrido, segue vida normal.
— Sei que foi uma fatalidade, mas serve de alerta — afirma.
Não é apenas no caso de cortes que a infecção pode ocorrer, segundo uma das autoras do estudo, Maria de Deus dos Reis, responsável técnica do Laboratório de Microbiologia da Indeba, empresa de higienização.
— Uma pessoa saudável pode não ter problema. Mas aquelas com o sistema imunológico mais fraco, como crianças, idosos e doentes, podem ser prejudicadas — alerta Maria de Deus, que desaconselha que crianças se sentem na cesta dos carrinhos.
O estudo fez testes em dois grandes supermercados de Salvador em 2014. Quinzenalmente, foram coletadas amostras da alça, do cesto e do eixo de sustentação das rodas de dez carrinhos. Ao todo, 180 amostras foram analisadas. Todas estavam contaminadas com Staphylococcus aureus e mesófilos totais, e cerca de 80%, com Escherichia coli.
A pesquisadora diz, no entanto, que a solução é simples: basta limpar os carrinhos periodicamente. Pelas análises, a colonização de bactérias cai entre 70% e 100% com um detergente neutro.
— Não foi preciso um desinfetante potente, só um esfregaço e um jato d’água — afirma Maria de Deus, que complementa. — O estudo foi feito em Salvador, mas esse é um alerta nacional.
REGRAS DE HIGIENIZAÇÃO
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabelece regras de higienização de estrutura, equipamentos, móveis e utensílios de mercados, sem tratar especificamente de carrinhos e cestas. No Rio de Janeiro, o presidente da associação de supermercados do estado, Aylton Fornari, garante que a higienização dos carrinhos é diária:
— Talvez nem todos façam a limpeza diariamente, mas de maneira geral isso ocorre, sim. Após o fechamento do mercado, não só o carrinho, mas todas as dependências são higienizadas — afirma Fornari, acrescentando não haver registros de reclamações sobre o estado dos carrinhos de supermercados.
Não adianta correr
28/04/2015 - Folha de S.Paulo
Quer perder peso? A solução não são os exercícios físicos, diz um grupo de médicos; eles têm benefícios, mas para emagrecer o negócio é comer direito
Não adianta cometer excessos na dieta pensando que vai ser possível compensá-los na academia.
Esse é o apelo publicado por médicos e especialistas no periódico "British Journal os Sports Medicine", na última quinta-feira. Para eles, quem quer emagrecer deve se preocupar muito mais com a quantidade de calorias ingeridas do que com a qualidade de calorias gastas.
Isso fica evidente, por exemplo, quando pensamos nas mais de mil kcal calorias ingeridas em uma modesta ida ao cinema, com o consumo de um balde de pipoca e um copo de refrigerante.
Para gastar tal energia, seriam necessárias mais de duas horas de caminhada em velocidade moderada, a uma velocidade entre 5 km/h e 6 km/h, para uma pessoa que pesa 80 kg. Se a pessoa estiver correndo, precisará de cerca de uma hora e meia de atividade.
"Minha maior preocupação é que a mensagem que está sendo transmitida ao público sugere que você pode comer o quanto quiser, desde que se exercite", afirmou à BBC o cardiologista britânico Aseem Malhotra, um dos autores do artigo.
Segundo ele, muitos pacientes são injustamente levados a acreditar que não conseguem perder peso porque não se mexem o suficiente. Seria muito melhor, afirma, que elas simplesmente parassem de ingerir alimentos calóricos e especialmente bebidas açucaradas, como refrigerantes ou sucos de caixinha.
Nabil Ghorayeb, diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia, concorda com o artigo, em partes. "Se você tem uma alimentação desregrada, aí não tem muito o que fazer, mas mesmo quem tem uma dieta controlada e não pratica exercícios perde os benefícios que eles trazem."
Os pesquisadores que escreveram o artigo não questionam que, embora os exercícios físicos "não promovam perda de peso", eles têm outros benefícios muito importantes para a saúde.
"O sedentarismo é um fator de risco para doenças cardiovasculares", lembra Nabil Ghorayeb. A prática de atividade física aumenta a produção de moléculas que evitam a deposição de gordura nas artérias.
Além disso, a atividade física ajuda no controle da pressão arterial e aumenta os níveis de colesterol "bom", o HDL --embora os exercícios tenham pouca influência sobre os níveis de colesterol "ruim", o LDL, ligado ao consumo de gordura saturada.
Vários especialistas, no Brasil e no exterior, relativizam as conclusões do artigo de Malhotra, porém.
Susan Jebb, professora da Universidade Oxford, apontou vários estudos que comparam grupos de pacientes que só mudaram de hábitos alimentares com aqueles que fizeram isso e também passaram a fazer exercícios. Segundo ela, quem combina as duas iniciativas perde mais peso tanto no curto prazo, nos primeiros seis meses, quanto no longo prazo.
É a opinião também de Ricardo Nahas, coordenador do Centro de Medicina do Exercício e do Esporte do Hospital 9 de Julho de São Paulo. "Até dá para controlar a obesidade só mudando a dieta, mas o exercício facilita muito."
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