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Medicamentos
Laboratório sob suspeita pagou R$ 7,8 milhões a consultoria de Dirceu O laboratório farmacêutico EMS, investigado na Operação Lava-Jato por parceria feita com a Labogen — empresa ligada ao doleiro Alberto Youssef — para obter um contrato no Ministério da Saúde, foi a entidade que mais pagou pelos serviços de consultoria do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu. Entre 2009 e 2014, a JD Assessoria recebeu R$ 7,8 milhões da EMS. Em 2013, ano do contrato investigado, R$ 1,8 milhão. Aprovado nos EUA medicamento genérico para esclerose múltipla Matoula Kastrioti, de 46 anos e que tem esclerose múltipla, aprecia a praia sentada no "Seatrac" - dispositivo movido a energia solar que permite às pessoas com deficiência entrar e sair do mar de forma autônoma - em uma praia no oeste de Atenas, Grécia.
Pesquisa e Desenvolvimento Divorciados têm risco maior de ataques cardíacos, diz estudo Uma análise de 15.827 pessoas mostrou que as mulheres são as mais afetadas, e este risco quase não foi alterado mesmo depois de elas casarem novamente. Saúde
Cresce número de brasileiros que se exercitam e mantêm alimentação adequada. 16/04/2015 - Jornal O Serrano Online
Dados da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2014 indicam que o brasileiro está se exercitando mais, com um aumento de 18% nos últimos seis anos. De acordo com a pesquisa, 35,3% dos entrevistados disseram dedicar pelo menos 150 minutos de seu tempo livre na semana com exercícios (período recomendado pela Organização Mundial da Saúde). Em 2009, o índice era 29,9%. Os homens são mais ativos do que as mulheres – 41,6% deles praticam exercícios no prazo recomendado contra 30% delas. Os jovens são os que mais se exercitam, com índice de 50%. A escolaridade aparece como fator importante na prática de atividades físicas. Enquanto 47,8% das pessoas com 12 anos de estudo ou mais se exercitam no tempo livre, a taxa é 22,9% entre os que têm até oito anos de estudo. A pesquisa destaca que, embora o número de pessoas que disseram praticar atividades físicas seja maior do que o dos que não se exercitam, o índice da população fisicamente inativa (que não praticou nenhuma atividade física nos últimos três meses) ainda é alto: 15,4%. Os mais inativos são os idosos com 65 anos ou mais (38,2%). Além disso, 12% dos jovens com idade entre 18 e 24 anos disseram não ter feito esforços físicos nesse período. O índice de brasileiros que não são suficientemente ativos chega a 48,7%. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, avaliou os resultados como “boas notícias”, mas destacou que não se pode desconsiderar que 15% da população assume ser totalmente sedentária. "Pior do que não ter os 150 minutos de atividade física é não ter nenhum minuto", disse. Já em relação à ingestão de frutas e hortaliças, os números mostram que 36,5% dos entrevistados disseram consumir esses alimentos cinco ou mais dias na semana. O índice cai para 24,1% quando se considera a quantidade recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de cinco ou mais porções diárias ou 400 gramas. As mulheres são as que mais diversificam os pratos – entre elas, o índice chega a 28,2% contra 19,3% entre os homens. Ainda de acordo com o estudo, o consumo de carnes com excesso de gordura caiu no país. Entre 2007 e 2014, o percentual passou de 32,3% para 29,4%. Nesse caso, os homens comem duas vezes mais, com 38,4%, enquanto entre as mulheres, o índice é 19,3%. O sal, entretanto, permanece bastante presente no prato do brasileiro. A frequência de adultos que consideram seu consumo de sal alto ou muito alto é 15,6%, sendo maior entre os homens (17,4%). Os dados mostram também que 20,8% da população toma refrigerante cinco ou mais vezes na semana. O índice, em 2007, era de 30,9%. Alimentos doces são ingeridos cinco ou mais vezes na semana por 18,1% dos brasileiros, sendo mais presentes entre as mulheres (20,3%) do que entre os homens (15,8%). O estudo entrevistou, por inquérito telefônico, 40.853 pessoas com mais de 18 anos que vivem nas capitais de todos os estados e no Distrito Federal entre os meses de fevereiro e dezembro de 2014.
Epidemia de meningite mata 75 no Níger
16/04/2015 - Estado de Minas Online
A epidemia de meningite que atinge o Níger desde janeiro já deixou 75 mortos, mais da metade na capital, Niamey, informou um novo balanço oficial divulgado nesta quinta-feira.
Em 13 de abril, "75 mortes foram notificadas em nível nacional" de um total de 697 casos, "uma taxa de mortalidade de 10,30%", disse o ministro da Saúde, Mano Aghali, em pronunciamento feito à televisão estatal.
O balanço oficial anterior contabilizava 45 mortes entre 345 casos de meningite entre 1º de janeiro e 29 de março.
Todas as regiões do país são afetadas pela epidemia, com exceção de Diffa, no sudeste, perto da Nigéria, disse o ministro.
Segundo o ministro, Niamey é a área mais atingida, com mais de metade das mortes, 41 de 279 casos.
Campanhas gerais de vacinação serão realizadas "na próxima semana" em áreas "gravemente afetadas", garantiu Aghali.
O surto atual é causado por cepas "mais virulentas" de meningite do que aquelas na origem de ondas precedentes no Níger, de acordo com um especialista.
O Niger, país do árido Sahel e um dos mais pobres do mundo, é regularmente atingido por epidemias de meningite por causa de sua posição central no "cinturão da meningite", que vai do Senegal até a Etiópia, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Altamente contagiosa, a meningite se manifesta por um aumento repentino da temperatura corporal, dor de cabeça intensa, vômitos e rigidez do pescoço.
Prefeitura terá ajuda do Exército para combater a dengue em São Paulo
16/04/2015 - Valor Econômico
A Prefeitura de São Paulo terá ajuda do Exército no combate aos focos da dengue. Serão treinados 50 soldados para atuar junto aos 2,5 mil agentes da saúde municipal. Eles devem entrar em ação em até dez dias.
"Nós queremos usar esses profissionais mais qualitativamente porque, em alguns bairros, sobretudo onde há mais violência, a pessoa às vezes recusa abrir a porta para a vigilância sanitária", disse o prefeito Fernando Haddad (PT) durante visita a uma tenda no bairro do Jaraguá, na zona norte.
De acordo com o secretário adjunto da Saúde, Paulo Puccini, o índice de recusa das visitas é de 20%. "Essa pendência é por dois motivos: ou porque a pessoa não está em casa ou porque se recusa a abrir a porta", disse.
O prefeito afirma que, com a presença dos soldados, a população se sinta mais segura para abrir a porta às equipes.
Além do Exército, a Prefeitura pretende fazer parcerias de combate a dengue com outros órgãos que se dispuserem a ajudar, como organizações sociais.
O último balanço de dengue da cidade de São Paulo apontava, na semana passada, 8.063 casos confirmados desde o início do e ano contra 3.183 no mesmo período de 2014. O número representa um aumento de 153%. Também já foram confirmadas quatro mortes - em 2014 foram 14 óbitos.
Além de crescer, os casos também estão se espalhando para outras regiões da cidade. A zona norte, que há duas semanas concentrava 45% dos casos, hoje tem 38%. Isso se deve principalmente à expansão dos casos nas zonas sul e sudeste, que registram 21,5% e 15,1% dos casos, respectivamente.
Para agilizar o tratamento da doença e evitar novas mortes, a Prefeitura instalou tendas de combate à dengue.
Sob investigação e com sigilo quebrado, provedor da Santa Casa de SP renuncia
17/04/2015 - O Estado de S.Paulo
Após a Justiça autorizar a quebra de seus sigilos bancário e fiscal,Kalil Rocha Abdalla, de 73 anos, renunciou ontem ao cargo de provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. O fato acontece um ano após a terceira reeleição do advogado. Em 400 anos, é a primeira vez que um provedor da instituição renuncia.
A Santa Casa vive uma das maiores crises de sua história, e seus gestores estão na mira do Ministério Público Estadual (MPE).
No pedido de quebra de sigilo de 22 pessoas físicas e jurídicas ligadas ao centro médico, feito pelo MPE, a promotoria aponta que, entre 2009 e 2014 (gestão de Abdalla), a Santa Casa recebeu R$ 1,8 bilhão do Sistema Único de Saúde (SUS) e de outros recursos públicos do Estado e do governo federal. Além disso, a irmandade teria recebido, segundo o MPE, entre 1,8 e 2,9 vezes mais do que o valor determinado pela tabela do SUS para pacientes de média e alta complexidade.
Mesmo com o montante recebido de cofres públicos, em 2009 a Santa Casa já tinha comprometidos 56% dos seus recursos.
No ano passado, esse valor chegou a 100%, de acordo com o Ministério Público, e o hospital acumulava dívidas superiores a R$ 400 milhões. O MPE também diz que uma auditoria feita a pedido da Secretaria de Estado da Saúde apontou contratações sem levantamento de custos e superfaturamento em compras e serviços.
Além de Abdalla, o MPE quer apurada a movimentação bancária de toda a cúpula da Santa Casa que atuava com o ex-provedor.
A Justiça autorizou também a quebra dos sigilos financeiros de Antonio Carlos Forte, ex-superintendente; Hercílio Ramos, ex-tesoureiro; Edison Ferreira da Silva,ex-chefe de gabinete da superintendência; e de Paulino de Almeida Carvalho, ex-diretor financeiro.
No pedido do MPE, a promotora de Direitos Humanos da área de Saúde Pública, Dora Martin Strilicherk, aponta para indícios de nepotismo dentro da entidade. De acordo com o documento obtido pelo Estado, “a irmandade funcionava, aparentemente, como grande empresa familiar, na qual filhos e cônjuges,mormente dos principais executivos e dirigentes, ‘coincidentemente, trabalhavam na mesma empresa’”.
O ex-provedor, segundo o MPE,empregou o filho Fernando Arouche. Já Forte, ex-superintendente, deu um cargo para a mulher, Wilma Carvalho Neves Forte, médica e funcionária da Faculdade de Medicina da Santa Casa. O ex-diretor financeiro também empregou a companheira e seus filhos, Fernanda de Almeida Carvalho, que é arquiteta e tem um cargo no departamento de engenharia e obras da irmandade,e o advogado Paulo de Almeida Carvalho.
Ambos estariam exercendo seus cargos no hospital.
O MPE afirma que a mulher do ex-diretor financeiro, Nilza Aparecida de Almeida Carvalho, é fisioterapeuta e ocupava o cargo de diretora do Instituto de Fisioterapia da Santa Casa, além de ser a atual presidente do Centro de Estudo e Pesquisas em Fisioterapia.A Promotoria afirma que havia a “concentração de poder na gestão” do hospital. Os parentes também estão sob investigação.
A assessoria de imprensa da Santa Casa disse que o filho de Abdalla ingressou como estagiário em 2002, antes de o pai ser eleito, e se desligou do hospital em 2012 como analista jurídico.
Sobre Wilma Carvalho Neves Forte,a irmandade afirmou que ela é colaboradora “sem vínculo”.
A assessoria ainda confirmou que os filhos do ex-diretor financeiro trabalham na instituição, mas que “nenhum” no mesmo local do pai. Sobre o restante das pessoas físicas que tiveram os sigilos quebrados, o hospital disse que quatro permanecem, nenhum em cargo de direção.
Na carta de renúncia, o ex provedor negou falta de transparência e má administração.
Os demais acusados não foram localizados pelo Estado.
Eleição. Segundo a Santa Casa, o vice-provedor, Ruy Altenfelder, continua interinamente.
Em até 60 dias, uma eleição deve ser convocada para substituir Abdalla.“Na história,não conheço nenhum provedor que tenha renunciado”, disse Altenfelder.
Provedor renuncia ao cargo em meio à crise na Santa Casa
17/04/2015 - Folha de S.Paulo
O provedor da Santa Casa de São Paulo, Kalil Rocha Abdalla, renunciou ao cargo na tarde desta quinta-feira (16).
Abdalla estava licenciado desde janeiro, devido à crise financeira pela qual passa o maior complexo hospitalar filantrópico da América Latina. Na Santa Casa desde 1988, ele estava em seu terceiro mandato à frente da instituição e sofria forte oposição.
A licença venceria neste mês. A Folha teve acesso à carta de renúncia, na qual Abdalla afirma que "a sindicância por mim solicitada provou a lisura e transparência da minha gestão".
Ele diz ainda que sua intenção era retomar a função, mas "parte dos companheiros dessa luta que comigo foram eleitos, inexplicavelmente, pretendeu inviabilizar o meu retorno".
A reportagem não conseguiu contato com Abdalla.
Uma nova eleição será realizada em até 60 dias. Até lá, assumirá o vice-provedor, Ruy Altenfelder, que ocupava o posto interinamente.
Em nota, a Irmandade da Santa Casa "reafirma seu compromisso com a população e garante que o atendimento não será afetado durante o período de transição".
A Santa Casa se disse à disposição das autoridades para eventuais esclarecimentos.
Na terça (14), o Ministério Público Estadual pediu a quebra de sigilo bancário, fiscal e dos cartões de crédito de 22 pessoas físicas e jurídicas ligadas à instituição, inclusive de Abdalla. A Justiça acatou.
Auditoria contratada pelo governo de São Paulo apontou dívida de mais de R$ 770 milhões. Os débitos com fornecedores superam R$ 100 milhões. Para Abdalla, a Santa Casa deve aos bancos R$ 450 milhões.
ATENDIMENTO SUSPENSO
Em julho de 2014, a instituição chegou a interromper o atendimento de urgência e emergência por pouco mais de um dia. À época, Abdalla atribuiu a medida à falta de recursos e materiais.
No começo de 2015, o hospital anunciou que demitiria 1.100 funcionários para aliviar as contas. Dias depois, a decisão foi suspensa.
A saída de Abdalla era pedida por médicos, professores e funcionários, que sofreram com atrasos do salário de novembro e do 13°.
Eles chegaram a cogitar uma greve no fim de março, mas desistiram.
Paciente paga para escapar do SUS e pega fila em hospital top
17/04/2015 - Folha de S.Paulo
A estudante Isabella, 17, acordou na segunda-feira (13) enjoada e com dores nas costas. Desconfiada de que fosse dengue, procurou dois hospitais públicos, o Menino Jesus, na região central de São Paulo, e o São Paulo, na zona sul, mas desistiu diante de esperas de seis horas.
Mesmo sem plano de saúde, sua família optou por pagar para que fosse atendida no hospital Sírio-Libanês.
Foram duas horas de espera até o resultado do exame, mas ela foi acomodada numa poltrona e medicada.
Deu negativo --Isabella está com infecção no rim. O hospital disse que só informaria o valor da conta depois de finalizado o atendimento, mas, para a estudante, terá valido. "Senão, eu estaria com [suspeita de] dengue até agora."
Casos como o de Isabella ajudam a explicar por que até hospitais privados de ponta estão com demanda elevada no pronto-atendimento. A epidemia de dengue tem gerado procura excepcional numa época em que costuma haver mais demanda devido a doenças respiratórias.
O Sírio-Libanês diz ter registrado aumento de 40% no fluxo do pronto-atendimento em março de 2015 ante o mesmo mês de 2014. Em horários de pico, a espera chega a três horas, entre triagem e atendimento médico. A equipe foi reforçada, e 15 novas poltronas foram instaladas.
O hospital orienta os pacientes a consultarem o tempo médio de espera no site ou no aplicativo do hospital.
O Albert Einstein, no Morumbi (zona oeste), também teve aumento na procura. Na semana de 29 de março, foram 61 casos. Uma semana depois, 91. O hospital informou que está preparado para destinar um setor dos pronto-atendimentos para casos de dengue se a demanda aumentar.
O empresário Lucas Fernando Kim, 50, levou o filho, com suspeita de dengue, ao Sírio, coberto por seu plano.
Em vez dos 30 minutos que costuma esperar no pronto-atendimento, esperou 1h30, mas ficou satisfeito. "Demorou um pouquinho, mas vale cada centavo", disse.
Os hospitais São Luiz, Santa Catarina, Sabará e São Camilo também relatam aumento na procura.
Sem reforçar prevenção, Campinas tem nova epidemia 17/04/2015 - Folha de S.Paulo
Menos de um ano após liderar o ranking da dengue no Estado e ter uma epidemia histórica, Campinas mantém o mesmo número de agentes e a mesma estratégia de combate ao vírus. Resultado: ocupa a vice-liderança em 2015 (só atrás de Sorocaba), com 22.544 casos confirmados.
A prefeitura atribui o problema ao calor e ao armazenamento incorreto de água, impulsionado pela crise hídrica. No período, porém, não adotou novas medidas.
Para especialistas e Promotoria, o número insuficiente de profissionais é uma das principais causas do alto índice da doença. O município, com 1,1 milhão de habitantes, tem apenas 134 agentes --o Ministério da Saúde estipula que haja ao menos 300.
São esses profissionais que vão de casa em casa fazer vistorias, aplicar inseticida e orientar os moradores.
Guarulhos, que tem 1,3 milhão de habitantes, conta com 927 agentes e registrou, neste ano, 3.470 casos --85% a menos que Campinas.
A promotora Cristiane Hillal estuda entrar com uma ação responsabilizando a prefeitura até o fim do mês.
Na cidade, a preocupação é grande. Duas das cinco empresas de transporte coletivo distribuem repelentes a motoristas e cobradores. Nas duas, os casos de dengue entre funcionários saltaram de três, no ano passado, para 17.
Uma das vítimas foi o motorista Roberto Bervenuto da Silva, 42. Ao menos quatro mortes por dengue já foram confirmadas, e outras cinco são investigadas.
OUTRO LADO
Carmino de Souza, secretário municipal da Saúde da gestão Jonas Donizette (PSB), afirma que a prefeitura seguiu todas as recomendações contra a dengue e deve convocar mais 20 agentes. Deve ainda fazer licitações para contratar serviços privados.
SP tem mais de 1 morte ao dia por dengue
17/04/2015 - Folha de S.Paulo
A epidemia de dengue neste ano no Estado de São Paulo tem provocado, em média, mais de uma morte por dia.
Desde o início do ano, já são ao menos 122 óbitos, segundo levantamento da Folha em 60 dos 645 municípios paulistas. Esse é o maior número em quatro anos e um dos mais altos da série histórica do Ministério da Saúde.
O pico da doença, no entanto, ainda não chegou. Isso deve ocorrer entre o fim de abril e o começo de maio, devido ao comportamento do clima e à sazonalidade do mosquito transmissor.
Em todo o Estado, neste ano, a doença atingiu até agora 167,1 mil pessoas, o que colocou São Paulo em estado epidêmico --quando há ao menos 300 casos para cada grupo de 100 mil habitantes.
Chama a atenção a concentração dos casos em seis municípios. Eles representam cerca de 3% da população do Estado e, ao mesmo tempo, mais da metade (57%) da letalidade da doença: Catanduva (18 mortes), Sorocaba (15), Limeira (12), Itapira (9), Penápolis (8) e Marília (8).
Campinas, a terceira maior cidade do Estado, atestou até agora quatro mortes pela doença e ainda analisa cinco óbitos. Ao todo, já são 22.544 casos confirmados.
Na capital, com 10,6 mil casos confirmados, são quatro mortes confirmadas e outras sete em análise --na cidade foram 14, ao todo, em 2014.
Nesta quinta-feira (16), diante do agravamento da situação e de filas de pacientes nas redes pública e privada, o prefeito Fernando Haddad (PT) anunciou que 50 profissionais do Exército irão auxiliar no combate à propagação da dengue.
Tendas para ampliar o atendimento foram montadas em alguns bairros com o maior número de casos.
No Estado, o total de mortes por dengue até agora supera todo o ano passado, 90. Ao menos outras 91 mortes atribuídas à ação do Aedes aegypti seguem sob análise do Instituto Adolfo Lutz.
Pelas informações passadas pelos municípios, a maioria dos óbitos é de pessoas idosas, geralmente já debilitadas por outras doenças.
Em cidades como Catanduva, Marília, Bauru, Itapira e Guararapes, nas regiões norte e noroeste do Estado de São Paulo, as autoridades de saúde avaliam que o "pior já passou" e que a doença agora começa a dar sinais de arrefecimento, ao contrário da previsão geral para o Estado feita por especialistas e pelo Ministério da Saúde.
A volta do vírus tipo 1 da doença em regiões onde ele estava adormecido é uma das razões levantadas para o cenário de avanço da dengue.
A Secretaria da Saúde do Estado montou uma operação de auxílio aos municípios para tentar controlar as contaminações. A pasta investiu R$ 6 milhões com a contratação de novos agentes e compra de equipamentos.
A perspectiva é que, até o ano que vem, o país conte com uma vacina eficaz contra os quatro sorotipos.
Comer, beber, viver
17/04/2015 - Folha de S.Paulo
A pesquisa Vigitel 2014, do Ministério da Saúde, traz boas e más notícias sobre a forma física do brasileiro. Num prato da balança, a prevalência da obesidade parece a caminho de estacionar. No outro, o excesso de peso já ameaça a saúde de mais da metade da população.
O levantamento anual é realizado desde 2006. No ano passado, foram entrevistadas por telefone 40.853 pessoas em todas as capitais do país. Segundo o ministério, é um sistema de acompanhamento do peso sem par no mundo.
O sobrepeso se define por um índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 25 kg/m2, resultado da divisão do peso do indivíduo pelo quadrado de sua altura. A obesidade ocorre quando o IMC ultrapassa 30 kg/m2.
A segunda condição está mais diretamente relacionada com doenças crônicas como as do coração, hipertensão e diabetes, que respondem por 72% das mortes no Brasil. Em 2014, a parcela dos obesos ficou em 17,9%, cifra muito similar às de 17,5% e 17,4% nos dois anos anteriores e inferior à de vizinhos sul-americanos como Argentina (20,5%) e Chile (25,1%).
Um contingente de 52,5% dos brasileiros, no entanto, está acima do peso. Em 2006, eram 43%; em 2013 e 2012, na faixa de 51%. Há uma tendência de alta.
Uma explicação plausível seria o maior acesso a alimentos calóricos --como doces, consumidos pelo menos cinco vezes por semana por 18,1% dos brasileiros-- propiciado pelo aumento da renda média na última década. Além disso, 16,2% da população já substitui no mínimo sete refeições semanais por lanches.
Os comportamentos preocupantes, porém, são contrabalançados por outros mais auspiciosos. O consumo regular de refrigerantes, por exemplo, regrediu de 30,9% dos entrevistados, em 2007, para 20,8%.
Se 15,4% ficaram longe das atividades físicas nos três meses anteriores à pesquisa, 35,3% dizem praticar um mínimo de 150 minutos semanais de exercícios, como recomenda a OMS (Organização Mundial da Saúde); em 2009, eram 29,9%. E só 25,3% assistem a três horas ou mais de TV por dia, contra 31% em 2006.
Percebe-se logo que o sobrepeso tem muitos fatores e está fortemente associado a aspectos culturais. Daí a importância de manter e aprofundar os esforços para incluir a orientação nutricional na atenção básica à saúde e multiplicar os locais e oportunidades para a prática de atividades físicas.
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