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Homem é preso por falsificar receitas e comercializar remédios controlados Um homem foi preso na tarde desta quarta-feira (15) na Vila Ferroviária, em Araraquara (SP), suspeito de falsificar receitas e comercializar medicamentos controlados. De acordo com a Polícia Civil, o rapaz já vinha sendo investigado há pelo menos 15 dias. Os vilões do preço dos remédios A culpa pelo preço dos remédios é uma conta que a população normalmente atribui à indústria farmacêutica, tendência que se acentua na medida em que este mercado é liderado por grandes companhias de capital estrangeiro. A Interfarma, entidade que reúne os laboratórios farmacêuticos que atuam no Brasil, não questiona que o acesso dos brasileiros a medicamentos deveria ser ampliado e os preços poderiam cair significativamente, mas sustenta que a chave da mudança não está dentro, e sim, fora da indústria. No discurso da Interfarma, que é comandada pelo ex-ministro da Previdência e ex-governador do Rio Grande do Sul Antonio Britto, um dos vilões é o próprio governo – principalmente em razão da carga de impostos sobre os remédios.
Outro alvo de críticas é a estagnação da pesquisa para desenvolvimento de novos medicamentos no Brasil. O país estaria ficando de fora dos chamados estudos multicêntricos (realizados simultaneamente em várias nações) pela morosidade das agências reguladoras brasileiras na avaliação dos projetos. “Parece ser aquele negócio de dizer nós aqui não vamos ser cobaia do mundo, mas em todos os países a pesquisa clínica é feita do mesmo modo”, diz o diretor de Acesso da Interfarma, Pedro Bernardo. Veja, a seguir, a entrevista que ele concedeu ao Portal AMANHÃ. O acesso da população a medicamentos eficazes e a um custo mais baixo é sempre apontado como algo que depende de vários fatores.
Qual o mais importante deles, na agenda Interfarma, hoje? O que está no topo de sua agenda, como diretor de Acesso? Olha, essa questão do tributo ocupou bastante nosso tempo no ano passado e no início desse ano. Nós fizemos, inclusive, um trabalho junto à população. Pegamos 2 milhões e 600 mil assinaturas, levamos uma proposta ao Congresso, onde há uma frente parlamentar pela defesa da desoneração de impostos em medicamentos. Foi criada, no Congresso, uma comissão especial exclusivamente para tratar desse assunto. Aliás, tem inúmeros projetos de lei que tratam disso. A multiplicidade de projetos é um complicador?
A ideia era unir todos esses projetos e fazer uma discussão de modo que se reduzisse a carga sobre medicamentos. Muito se diz que “a carga tributária é para todos os setores”. É verdade. Mas o setor de saúde não deveria ter a mesma carga de outros setores. Vejamos, por exemplo, o automóvel em São Paulo. O ICMS sobre o carro é 12% e sobre o medicamento é 18%. A Constituição brasileira estabelece que o direito de tributar do Estado, do governo federal, deve observar a essencialidade do bem. E o legislador tem que levar em conta a essencialidade do bem para a população. Você não pode colocar um bem que não é essencial com uma carga tributária muito inferior a um bem que é essencial à população.Sob esse ponto de vista, é flagrante a disparidade. Mas o setor automotivo sempre poderá alegar a força da cadeia automotiva como geradora de empregos e o efeito multiplicador que tem sobre a economia.
Que paralelo pode ser feito com a cadeia da indústria farmacêutica? Olha, o primeiro aspecto a considerar, no nosso caso, é que são mais de 200 milhões de vidas que a gente impacta, não é? Esse é o principal impacto... Geração de emprego é fundamental, sim, mas depois da vida, não é verdade? Entrando na questão econômica da pergunta, nosso setor gera aproximadamente 100 mil empregos diretos. Somando-se os empregos indiretos, na cadeia, creio que tenhamos aí algo em torno de 700 mil. E se trata de uma mão de obra mais qualificada, com salário mais alto, na medida em que se indústria farmacêutica desenvolve produtos de alta tecnologia, que precisa não só de pessoas graduadas mas, também, de mestres e doutores.
A Interfarma divulgou um relatório, recentemente, e pelos números se constata que o Brasil não consegue deslanchar na exportação de fármacos. Por quê?
Nós estamos trabalhando já há algum tempo com projeto para que a gente conseguir aumentar as nossas exportações. Nós achamos que temos um potencial grande para exportar e isso não está sendo aproveitado porque não está sendo incentivado pelo governo. O Brasil hoje está no 27° lugar em exportação de medicamentos. Compare, nós temos o 6° maior mercado interno do mundo e estamos em 27° lugar entre os países que mais exportam medicamentos. Já na importação, nós estamos em 8º lugar. Ou seja, nós precisamos melhorar nossa exportação. Importar todos os países importam, mas são importadores e exportadores, não só importadores. A Alemanha, por exemplo, exporta 75 bilhões de dólares em medicamentos. Ou seja, a exportação de medicamentos da Alemanha é mais de três vezes o mercado brasileiro de exportação {de fármacos} – e o , mercado interno deles é parecido com o nosso. Então, o que nós achamos é que se for dada uma atenção maior ao que emperra as nossas exportações, nós vamos poder estar contribuindo muito mais. E ajudando a equilibrar esse déficit comercial grande que existe no setor de medicamentos, que é de alta tecnologia, gera empregos qualificados e significa exportação de alto valor agregado.
A tributação é o principal entrave para a exportação de medicamentos?
Não é o único, mas é um dos aspectos importantes. Tem muito a questão do custo Brasil, a regulação, a lentidão dos sistemas. Às vezes, uma coisa simples complica uma exportação. Às vezes, para exportar, uma empresa tem que fazer operações internas que são totalmente, vamos dizer assim, cartoriais...
Cartoriais no sentido de exigir um carimbo, um trâmite desnecessário?
Pode ser um carimbo... Ou outras providências que envolvam inspeção, aprovação no ministério, coisas que levam tempo, que são complicadas dentro da lentidão das estruturas no Brasil. E tudo isso assusta o empresariado, cria um empecilho, porque as empresas têm um capital girando lá fora, e como você vai explicar esta lentidão daqui lá fora? Por isso estamos procurando o governo, tentando mostrar onde é que as coisas estão sendo dificultadas, lentas, emperradas, para que os negócios, e as exportações, possam fluir melhor no Brasil.
Qual é a diferença de tributação sobre medicamentos entre o Brasil e outros países?
A Interfarma fez um estudo para comparar e em vários países o tributo sobre consumo de medicamentos é zero. Zero. Aqui, se você pegar o ICMS no Rio de Janeiro é 19%. Em São Paulo, se você somar 12% de PIS/Cofins, mais 18% de ICMS, você tem 30%. E como no Brasil o imposto é calculado por dentro, isso quer dizer que esse percentual de 30% dá um aumento de mais de 40% no preço final do medicamento, entendeu? Aí você soma todos os demais tributos e taxas, mais imposto de importação... tudo isso aí sobrecarregando. E há tributos que, para a exportação, têm um efeito importante, e dificultam que o Brasil faça parte de cadeias globais de produção. Se o Brasil quiser fazer parte destas cadeias, terá de se abster de tributar certos produtos na entrada e na saída do país, ou tem de tributar na mesma proporção com que os demais países tributam. Do contrário não seremos competitivos o bastante para fazer parte destas cadeias globais de produção. O Brasil às vezes é lento e demora a entender estes processos e a participar deles.
O Brasil está ficando para trás nas pesquisas de novos medicamentos?
Sim, porque a gente perde as pesquisas no Brasil. A maioria das pesquisas são realizadas em vários países ao mesmo tempo. Os outros países levam em média três meses para aprovar sua participação neste tipo de pesquisa que envolve estudos internacionais. Já o Brasil tem dois órgãos para aprovar: a Anvisa e a Conep {Comissão Nacional de Ética em Pesquisa}. Doze meses depois da solicitação, a Conep dá o OK para poder fazer a pesquisa no Brasil. Mas aí os outros países já começaram. E, como nesse tipo de estudo internacional tudo tem de ser feito simultaneamente em vários países, a gente, no Brasil, fica fora da pesquisa. E quem perde? Perdem os médicos brasileiros, perdem os cientistas, os pesquisadores brasileiros, perdem os pacientes brasileiros, perde-se o conhecimento de como esses produtos agem no perfil da população brasileira, perde-se tudo isso. Perde toda essa comunidade que trabalha com pesquisa, porque se você não tem a pesquisa, você não contrata o pesquisador. Então, mesmo que seja universidade, ou um centro de pesquisa independente, não consegue fazer, porque se não tiver a aprovação destes órgãos, a pesquisa não começa. Quer dizer, nós somos um país que tem um discurso a favor da inovação e da pesquisa, mas na realidade nós temos uma dificuldade de implementar isso com a mesma velocidade dos outros países.
E você atribui essa diferença de velocidade a uma trava ideológica ou cultural contra a pesquisa? Um certo apego a controles burocráticos?
Olha, é difícil de dizer, talvez tenha um pouquinho de cada coisa. Mas é aquele negócio de dizer assim: “Nós aqui não vamos ser cobaia do mundo, não vamos fazer a pesquisa porque vai usar o brasileiro de cobaia...”. Olha, toda pesquisa, em qualquer país, seja Estados Unidos, Alemanha, França, etc vai ser feita do mesmo jeito, com as mesmas regras, com o mesmo cuidado, com a mesma ética. Do mesmo jeito que é feita lá, é feita aqui. É a mesma coisa. Estamos falando de pesquisas que são feitas com os mesmos produtos simultaneamente e com o mesmo modelo de pesquisa. Então, na hora que esses outros países aprovam ou não aprovam, mas tomam uma decisão em três meses, eles não estão sendo menos rigorosos, menos cuidadosos com a sua população, ou seja lá o que for, do que a gente, que leva doze meses. O tempo que levamos não determina que sejamos muito mais cuidadosos que os outros países, nem indica que estamos mais preocupados do que eles com possíveis desvios de ética em uma pesquisa. As pesquisas têm regras, e a gente quer, sim, que sejam olhadas e sejam respeitadas essas regras. Agora, o que a gente acha é que se os outros conseguem fazer em menos tempo, nós também temos de conseguir.Crítica semelhante havia, em meados dos anos 90, ao trâmite dos pedidos de pesquisa das variedades transgênicas de cultivo, que passavam pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança).
No nosso caso, temos o Conselho Nacional de Saúde, que é formado por ONGS e representantes de diversos setores. Se você olhar a composição do Conselho Nacional de Saúde, ao qual está ligada a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), verá que são diversos segmentos da sociedade que tem pensamentos de todos os tipos. Os representantes de movimentos sociais são legítimos, mas não detém conhecimento suficiente, muitas vezes, sobre aquilo que está sendo levado para uma tomada de decisão envolvendo ciência e tecnologia.
A Interfarma vê um distanciamento entre universidades e a indústria farmacêutica?
Você tocou em um ponto muito importante. Se você pegar outros países onde há maior quantidade de patentes descobertas, onde há mais inovação, mais pesquisa sendo transformada em produtos industriais usados pela população, você vai ver que os pesquisadores, na grande maioria, estão dentro das empresas. E quando você olha os países onde existe menos depósito de patente, menos desenvolvimento do mundo acadêmico para o mundo prático, nesses países os pesquisadores estão mais concentrados dentro das universidades e do governo. Esse é o caso do Brasil. Mas qual é o motivo disso? Em parte, isto faz parte do que a gente ensina e bota na cabeça dos nossos estudantes, desde lá do início do primário até as universidades. E outra parte está no fato de o país não incentivar as pesquisas, ao não criar condições para que elas aconteçam e que elas impulsionem a inovação. Por uma série de razões, no Brasil os pesquisadores ficam nas universidades, fazendo um trabalho mais acadêmico, escrevendo paper, fazendo coisas que acabam não se transformando em um produto da vida real, e do mundo real, que gera emprego, que impulsiona a economia do país, como é a visão em países como os Estados Unidos. E a causa de tudo está lá na origem. Se o país dificulta, em vez de facilitar, a pesquisa nas empresas, o pesquisador não será contratado. E não vai sair nunca da universidade.
Antes da Interfarma, você trabalhou no Ministério da Fazenda, entre outras áreas do governo. E sabe, portanto, que o ajuste fiscal deverá ser rigoroso e dar pouca margem para suavização da carta tributária, não?
É, eu sei... Veja, diminuir a carga tributária nunca foi uma conversa fácil. Por mais que a gente insista, todo ano que chega ouvimos que “esse ano está complicado”. Claro que esse ano está pior do que o anterior, mas a gente não pode deixar de continuar a luta, porque é uma luta que é socialmente justa. Eu acho que se você ler a Constituição, você vai concluir que, poxa, não pode ter imposto em medicamento. Porque o raciocínio é simples. Ali está dito que saúde é direito da população, e que é um dever do Estado prover a toda população saúde e assistência. Então, o Estado deveria prover o medicamento e aí a gente não tinha o que falar de imposto. Agora, o Estado, além de não prover, não cumprir o que está na Constituição, vem ainda querer ganhar em cima daquilo que não faz e a população tem que fazer com o dinheiro do seu próprio bolso... Isso aí já é um abuso. Você não conseguir que o Estado cuide da sua saúde, dê alguma assistência na área de medicamento, na área farmacêutica, e ainda por cima vai ver o Estado cobrar 30% em cima do que você vai pagar do seu bolso para um filho que está doente, um pai que está doente, um aposentado... E esta carga, obviamente, não será só de 30%... Então, quando se fala em dar incentivo para as montadoras porque “ah, o setor automotivo gera emprego”. Nós também geramos emprego, mas nós não estamos falando de emprego. Estamos falando de uma outra coisa maior que é a vida.
Pesquisa e desenvolvimento Técnica de análise do DNA de tumores pode induzir médicos ao erro A era da medicina genômica já chegou para alguns pacientes oncológicos. A análise do DNA de determinados tumores, como o de mama, o glioblastoma e as leucemias, tem ajudado a personalizar o tratamento, ao identificar as mutações responsáveis pela replicação desordenada das células. Assim, é possível escolher o medicamento mais adequado, com maiores chances de vencer o câncer. Contudo, esse método também pode mascarar determinadas alterações, levando o clínico a optar pela terapia errada. O alerta é de um estudo da Faculdade de Saúde Johns Hopkins, nos Estados Unidos, publicado na revista Science Translational Medicine. A solução, de acordo com os pesquisadores, é sequenciar também o tecido saudável, uma prática muito pouco usada atualmente.
Os adolescentes são mais propensos a provar o cigarro eletrônico do que o cigarro tradicional, mas muito poucos deles o adotam - segundo um estudo britânico publicado nesta quarta-feira (15). Com base em duas pesquisas feitas com 10.600 jovens do país de Gales com idade entre 10 a 16 anos, o estudo mostra que 5,8% dos 10-11 anos já provou cigarro eletrônico pelo menos uma vez contra 1,6% do cigarro convencional. Biodiversidade: projeto volta para a Câmara 16/04/2015 - O Estado de S.Paulo
O Senado concluiu ontem a votação da chamada Lei da Biodiversidade, que visa a diminuir a burocracia para a realização de pesquisas científicas com recursos genéticos brasileiros ou que usem conhecimento de povos tradicionais. O projeto vai voltar para a Câmara, para que as alterações feitas pelos senadores sejam analisadas.
Entre as alterações feitas pelo Senado está a que determina que essas comunidades sejam recompensa das sempre que um produto usar algum patrimônio genético ou de conhecimento específico da região.O texto original dizia que o pagamento seria feito só quando esse componente fosse um dos elementos “principais” do produto.
Um exemplo citado pelos senadores foi o caso do famoso perfume Chanel n.º 5, que usa o pau-rosa na composição. Se não houvesse a alteração no texto, como esse elemento não é essencial para o produto final, ele não seria considerado na hora de repartir os benefícios com as comunidades tradicionais que cultivam essa planta.
Estudo desvenda possível causa e busca terapia para Alzheimer 16/04/2015 - O Globo
Estudo com ratos desvenda possível causa da doença. - DURHAM, EUA- Pesquisadores da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, conseguiram interromper a progressão do mal de Alzheimer em camundongos. Com estudo publicado ontem no “Journal of Neuroscience”, eles acreditam estar perto da possível causa da doença e de uma nova estratégia para desenvolver uma terapia. Hoje, mais de 44 milhões de pessoas sofrem de demência, sobretudo o Alzheimer, e não há tratamento para reverter ou reduzir os sintomas.
A maior ia das linhas de pesquisa sobre o Alzheimer é focada no papel da amiloide, uma proteína que se acumula no cérebro em forma de placas e provoca a morte dos neurônios à medida que o mal progride.
Mas, desta vez, o estudo voltou sua atenção para o sistema imunológico do cérebro e mostrou que as micróglias — células que defendem o sistema nervoso de qualquer sinal de infecção — têm um papel fundamental no desenvolvimento da demência.
— A pesquisa abre portas para pensar a doença de uma maneira completamente diferente — anima-se a professora de neurologia da universidade e principal autora do estudo, Carol Colton. — Os trabalhos de campo têm se voltado para a amiloide nos últimos 15, 20 anos, e nós decidimos observar outras coisas porque ainda não entendemos o mecanismo da doença ou como desenvolver terapias eficientes.
Os pesquisadores notaram, portanto, que, no início dos sinais de Alzheimer, as micróglias ativam a produção da molécula CD11, que suprime o sistema imunológico e consome a arginina, importante nutriente e protetor do cérebro. A molécula foi encontrada em altas concentrações nas regiões envolvidas com a memória, onde os neurônios tinham morrido.
DROGA JÁ TESTADA EM CÂNCER A droga conhecida como di-fluorometilornitina (DFMO) já está sendo testada em humanos para certos tipos de câncer e nunca tinha sido usada em pesquisas de Alzheimer. Neste caso, ela foi usada para bloquear a CD11 no estágio inicial da doença em camundongos, quando os sintomas eram pouco aparentes. Como resultado, os cientistas notaram uma menor concentração da molécula e de placas amiloides no cérebro dos animais, que também se saíram melhor em testes de memória. A ideia agora é testar se a droga também é capaz de reverter sinais mais expressivos da doença.
— O bom resultado do uso da droga é um forte indicador de que podemos estar num caminho interessante e válido para compreender como a patologia começa — acrescenta Carol. — Há a possibilidade de que outros agentes com base nesta droga sejam desenvolvidos para um uso eficaz e seguro na interrupção do início do Alzheimer em humanos.
A arginina é um aminoácido essencial para vários processos corporais, incluindo a divisão celular, a cicatrização e as respostas imunitárias. Ela pode ser encontrada em suplementos disponíveis no mercado ou em alimentos, incluindo produtos lácteos, carne, nozes e grão de bico. No entanto, não adianta sair esvaziando as prateleiras de supermercados se a ideia é usar tais alimentos contra o Alzheimer. A equipe da Duke explicou que ingerir mais arginina não teria qualquer impacto sobre a redução do risco de Alzheimer. Isso porque uma densa malha de células e vasos sanguíneos chamada barreira sangue-cérebro determina a quantidade de aminoácidos capaz de penetrar o cérebro. Além disso, quando dentro do órgão, a arginina teria seus níveis controlados por processos naturais, sendo quebrada pela enzima arginase.
Saúde
Integralmédica avança com parcerias e pesquisas 16/04/2015 - DCI
Há mais de três décadas, a Integralmédica lidera o mercado brasileiro de suplementos nutricionais. Para se manter na dianteira desse segmento a empresa criou seu próprio departamento de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e investe cerca de 10% do faturamento na elaboração de novos produtos. De acordo com presidente da empresa, Filipe Bragança, os investimentos garantem a atualização do mix de produtos com novos ativos e alinhamento das tendências apontadas por pesquisas científicas na área de nutrição esportiva. A empresa lança, em média, 25 produtos por ano. Para conseguir esse volume de lançamentos, segundo ele, são necessárias parcerias comerciais para produção. "Recentemente, lançamos a Pastawhey, que é um macarrão integral proteico, com o apoio de um parceiro que detém conhecimento na fabricação de massas artesanais", destaca. A empresa desenvolveu a primeira massa de talharim proteica à base de farinha integral do Brasil. Segundo o executivo, no exterior esse tipo de produto já existe, mas no mercado brasileiro ainda não havia nenhum produto nacional parecido. "Com base nas nossas pesquisas detectamos a necessidade e a possibilidade de desenvolver um produto diferenciado para o brasileiro. A partir disso, buscamos uma fabricante que pudesse produzir a massa de forma artesanal e sem conservantes", revela. O produto é elaborado à base de whey protein (proteína concentrada do soro do leite) e por isso possui alto teor de proteína por porção. "Foram sete meses entre pesquisa, busca de um parceiro e desenvolvimento para a produção ser colocada no mercado", afirma Bragança.
Agilidade
O executivo acredita que um dos diferenciais da companhia é a agilidade em encontrar soluções e desenvolver novos itens. "Para desenvolver um sabor novo de whey protein gastamos cerca de 90 dias. Essa agilidade é um dos pilares da empresa" diz ele. O executivo observa que a preparação da equipe de P&D, composta por 10 profissionais, é outro forte diferencial da empresa. "Essa equipe está constantemente em busca de novidades, tanto pela percepção do que o consumidor busca, com base em pesquisas de mercado, quanto analisando as novidades no cenário internacional de suplementação", explica. Hoje, metade da matéria-prima utilizada pela Integralmédica é importada. "Todo o resto é desenvolvido em casa", ressalta Bragança. Ele lembra que a empresa já nasceu oferecendo uma inovação. "Em 1983, meu pai [o médico nutrólogo Euclésio Bragança] desenvolveu um proteinato de cálcio, extraindo proteína da soja, para suprir as necessidades de seus pacientes com déficits nutricionais. Um ano e meio depois o produto já havia caído no gosto de fisiculturistas e frequentadores de academias. Esse pessoal começou a demandar novos produtos e assim surgiu outra possibilidade de negócio". Atualmente, a empresa emprega 400 pessoas, destacando engenheiros, médicos, nutricionistas, farmacêuticos, bioquímicos, e conta com uma fábrica de 30 mil m²
Demanda
A preocupação dos clientes com o meio ambiente também levou a Integralmédica a buscar uma solução para o descarte das embalagens. "O uso de plástico já diminuiu em 85%", conta o executivo, lembrando que a meta de redução surgiu a partir do pedido de um consumidor. "A partir disso pesquisamos outros tipos de embalagens e encontramos no refil uma solução para o pedido", diz. Desde o primeiro trimestre do ano passado a empresa oferece alguns produtos na opção de refil. "Assim, as grandes embalagens são reaproveitadas".
Santa Casa: juiz manda quebrar sigilo de 22
16/04/2015 - O Estado de S.Paulo
A Justiça determinou a quebra do sigilo fiscal de 22 pessoas físicas e jurídicas ligadas à administração da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo,incluindo o provedor licenciado da instituição, Kalil Rocha Abdalla. A medida atendeu a pedido do Ministério Público Estadual (MPE), que investiga a administração da entidade desde que o pronto socorro ficou fechado durante 24 horas, em julho de 2014, supostamente por falta de verba.
O pedido do MPE se baseou na suposta existência “de uma rede de ligações entre as empresas contratadas, funcionários da entidade, parentes desses funcionários, bem como com outras pessoas jurídicas tendo como sócios os mesmos funcionários, revelando a necessidade de investigação simultânea também da vida fiscal e bancária dessas pessoas”, segundo nota divulgada na noite de ontem.
A promotora Dora Martin Strilicherk, autora do pedido que resultou na quebra dos sigilos, afirmou que não comentaria o assunto porque o processo segue em segredo de Justiça, ainda de acordo com a nota enviada pelo MPE.
Segundo o Ministério Público,os serviços da Santa Casa estão “praticamente” paralisados desde julho do ano passado, e uma das causas é a “má gestão administrativa”.
A assessoria de imprensa da Santa Casa informou que não foi notificada pela Justiça sobre as quebras de sigilo e que, portanto, não comentaria o caso.
No entanto, afirmou que a entidade está à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos.
Abdalla foi procurado ontem à noite, mas não respondeu aos pedidos de entrevista.
O caso.A Santa Casa de Misericórdia tem uma dívida estimada pela promotora em mais de R$ 500 milhões. Funcionários, que já promoveram manifestações pedindo a renúncia de Abdalla,devem fazer um novo protesto na semana que vem.
Embora já enfrentasse dificuldades financeiras havia anos, a crise de gestão da entidade foi escancarada em julho do ano passado, quando o pronto-socorro, um dos principais da cidade, foi fechado sem aviso prévio – supostamente por falta de verbas para a compra de materiais. A reabertura aconteceu mediante anúncio de novos repasses por parte do governo do Estado de São Paulo.
A entidade também recebe recursos do Sistema Único de Saúde (SUS).
Ao longo da crise, os governos municipal, estadual e federal comprometeram-se a aumentar os repasses para a entidade, que chegou a anunciar a demissão de 1,1 mil funcionários, mas recuou. Em novembro, o complexo hospitalar deixou de realizar 25 tipos de exames.
Abdalla está licenciado temporariamente da instituição desde o fim de dezembro, quando a entidade atrasou o pagamento do 13.º salário dos funcionários – que ainda não foi pago. Está marcada para hoje uma assembleia entre os funcionários da Santa Casa para tratar da situação trabalhista.
Balança segue dando más notícias
16/04/2015 - O Globo
Percentual de brasileiros com sobrepeso subiu de 43% para 53% em oito anos. Hoje em dia, sua rotina de alimentação é salada, arroz, feijão e frango. Tudo temperado e feito em casa por ela, que mora com a filha Maria Eduarda, de 2 anos, e com seu marido — que também prestigiam os pratos que prepara. Mas o atraente churrasquinho de linguiça coberto com farofa acabou distraindo a dona de casa Priscila Do Valle, de 22 anos e acima do peso ideal, da dieta que faz desde que parou de trabalhar no Centro, onde há uma disponibilidade perigosa de lojas de lanches prontos. O cheiro dominante também convidava outros ao redor da barraca, em uma praça que competia com o carrinho de pipoca e o de churros.
— Tive que resolver uma burocracia aqui perto, não consegui fazer uma refeição direito e optei pelo lanchinho mesmo — assume. — Mas tento não me alimentar assim. Sei que faz mal e tenho noção das doenças que podem vir mais tarde.
Quando seu marido teve diagnóstico de diabetes, a dona de casa se assustou e resolveu rever seus hábitos alimentares. E afirma que seu último exame de sangue apontou indicadores normais, mesmo estando com quilos a mais (não revela quantos). Mas ela reconhece que seus conterrâneos no Rio andam deixando a saúde um pouco de lado.
Os dados da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) divulgados ontem confirmam a observação de Priscila. O número de brasileiros com excesso de peso voltou a crescer no país, atingindo 52,5% da população adulta. Já os obesos, que estão incluídos no grupo, são 17,9%. Quem tem índice de massa corporal (IMC) entre 25 e 29,9 está com excesso de peso; de 30 para cima, com obesidade. O IMC é calculado pegando o peso em quilogramas da pessoa e dividindo-o pelo quadrado da altura medida em metros. Apesar do aumento, a quantidade de pessoas fazendo atividades físicas e comendo menos gordura também vem crescendo.
Há oito anos, 43% tinham excesso de peso, número que cresceu para 51% em 2012. Em 2013, houve ligeira queda para 50,8%, índice que voltou a crescer no ano passado. A quantidade de obesos teve um acréscimo maior do que verificado no ano anterior, mas, segundo o ministério, está estável.
— A tendência mundial da sociedade industrializada, urbana, centrada no fast food (que mexe nos hábitos alimentares e cria cada vez mais uma situação alimentar preocupante), mostra uma tendência avassaladora de crescimento da obesidade e do sobrepeso como um problema de saúde pública mundial — avalia o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
“ACESSO AO MOVIMENTO DOS DEDOS”
Para a nutricionista Bia Rique, a obesidade é uma doença complexa e multifatorial para a qual não existe uma única causa. Enquanto há uma diminuição de horas em frente à TV ( 31% para 25,3% entre 2006 e 2014), ela observa, mais pessoas “têm acesso ao movimento dos dedos” — isto é, ficam em frente a telas de computador, celular, tablets e usam carro, elevador etc.
— Há uma proliferação de alimentos processados, e as pessoas têm menos tempo. Além disso, a redução da movimentação e da atividade é grave, pior que o próprio sedentarismo. As pessoas passaram a ficar muito mais horas paradas — disse.
Em relação à obesidade, não há diferença significativa entre os sexos. Mas o excesso de peso é maior entre os homens (56,5%) do que entre as mulheres (49,1%). De acordo com a especialista, de uma maneira geral elas estão mais preocupadas com a saúde do que eles, também se importando mais com a imagem corporal, um “capital de poder”.
A pesquisa apontou, por outro lado, um maior índice de hábitos saudáveis. Segundo o levantamento, nos últimos anos o número de brasileiros que praticam atividade física durante seu tempo de lazer aumentou 18%. Em 2014, 35,3% disseram dedicar pelo menos 150 minutos semanais a exercícios, contra 33,8% em 2013 e 29,9% em 2009.
— Essa tendência de se cuidar mais com melhora da alimentação e procura por academias realmente existe, mas isso acontece apenas numa parcela da população que tem acesso e pode comprar esses produtos light e integralizados, sem adição de açúcares — esclarece o endocrinologista Pedro Assed. — A maioria não tem esse hábito de escolher melhor os alimentos que come.
A escapada da dieta da qual Priscila foi vítima é outro fator que chama atenção. Segundo a Vigitel, 16,2% dos entrevistados substituem o almoço ou o jantar por um lanche sete ou mais vezes na semana. O índice é um pouco menor que os 16,5% registrados no ano anterior.
Não há, estatisticamente, grandes diferenças entre a maioria das capitais. São Luís tem o menor índice de excesso de peso: 46%. Na outra ponta está Manaus: 56%. No Rio de Janeiro, o problema afeta 54% das pessoas, colocando a cidade na oitava posição. Já a capital mais obesa é Campo Grande (22%). A que está em melhor situação é Florianópolis (14%). O Rio, novamente, fica na 8ª posição (19%).
O colesterol alto é maior em Aracaju (27%) e menor em Cuiabá (15%). No Rio, é de 20%. A capital em que os moradores mais se exercitam é Florianópolis (47%). São Paulo fica em último lugar, com 30%. O Rio fica numa posição intermediária: 38%.
Na região Sudeste, o índice de pessoas com sobrepeso é de 52,3%. Os quilos a mais na balança, como apontam especialistas, são fatores de risco para doenças crônicas, como as do coração, hipertensão e diabetes, que respondem por 72% dos óbitos no Brasil.
INDÚSTRIA JÁ ‘VICIADA’
Para Bia, o caminho para frear esse fenômeno observado mundialmente é uma ação interdisciplinar da iniciativa pública com a privada. Enquanto o governo poderia fazer campanhas educativas em saúde e nutrição, as empresas poderiam investir mais em publicidade para que todos consumam alimentos mais nutritivos.
— Fábricas de pães poderiam oferecem pães 100% integrais, e os produtores de suco poderiam oferecer produtos com menos açúcar — exemplifica a especialista, acrescentando que escolas também devem guiar melhor os alunos.
No entanto, Assed afirma perceber que a indústria alimentícia “já sentiu que pode faturar mais vendendo alimentos pré-prontos congelados, comprometendo a qualidade nutricional dos mesmos”. E os alimentos mais vendidos para consumo rápido, como a linguiça com farofa da dona de casa, contêm grandes quantidades de sódio, gordura hidrogenada, corantes artificiais, conservantes, acidulantes e uma gama de substâncias que não fazem bem ao organismo humano. Isso piora a qualidade da digestão, modificando a flora bacteriana intestinal, e leva mais facilmente ao ganho de peso.
Dengue causa superlotação e altera rotina de hospitais particulares de SP
16/04/2015 - O Estado de S.Paulo
O avanço dos casos de dengue na capital paulista já superlota hospitais particulares e causa o redimensionamento de equipes médicas.
Muitos pacientes relatam horas de espera por atendimento e centros médicos confirmam que têm registrado crescimento na demanda e até fizeram contratações.
O processo de atendimento da analista financeira Thaís Pinheiro, de 32 anos, demorou seis horas ante ontem no Hospital Samaritano, em Higienópolis, na região central. O marido dela, o designer gráfico Reinaldo Peticor, de 37 anos, também está com a doença e segue internado no local.
“Demorei seis horas entre pegar senha, ir para a triagem, ser atendida e tomar o soro. Fui liberada,mas meu marido estava comas plaquetas baixa se precisou ficar internado.Mas está tudo tomado por pessoas com dengue.Ele está em um boxe no pronto-socorro porque não tem quarto (disponível).” Thaís relata que no domingo, quando os sintomas começaram, procurou outro hospital, que também estava lotado.
“Tem muita gente com suspeita de dengue. Os lugares estão todos cheios.” Procurado, o Hospital Samaritano informou que Peticor foi transferido para um quarto na tarde de ontem. E destacou que oferece “suporte e atendimento” aos casos de suspeita de dengue.
Levantamentos dos grupos particulares também mostram esse quadro. O Estado consultou nove hospitais e o aumento no número de pacientes com suspeita de dengue foi verificado na maioria. O 9 de Julho, em Cerqueira César, por exemplo, registrou 474 casos de suspeita nos três primeiros meses deste ano, ante 227 em 2014.
A infectologista e diretora técnica do centro médico, Regina Tranchesi, explicou que a instituição colocou um médico a mais no período da noite. “A gente fica monitorando, caso precise de mais médicos. Mas, com essa estrutura, está dando para atender a demanda.” O Hospital Infantil Sabará também já opera com acréscimo de equipe de médicos e de triagem. O número de casos até março supera todo o ano de 2014, quando foram confirmados 50 casos no local. Neste ano, 80 pacientes foram diagnosticados com a doença. No Hospital Santa Catarina, somente no mês de março, o atendimento da ala infantil dobrou em relação a fevereiro de 2015.
Já no Hospital Santa Isabel, o aumento de pacientes começou a ser notado em fevereiro.
Por dia, em média, sete pessoas são internadas com a doença.
O Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos informou que, hoje, cerca de 70% das pessoas que procuram o pronto atendimento da unidade, na Vila Clementino, zona sul, relatam sintomas de dengue. Um fluxo de atendimento específico foi organizado para atender a demanda.
Na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo houve um aumento de quatro vezes no número de casos suspeitos de dengue no primeiro trimestre deste ano, em relação a igual período de 2014. O Hospital Alvorada registrou aumento semelhante: nos três primeiros meses deste ano,acolheu 55 pacientes.No mesmo período de 2014, foram 13. Os Hospitais Albert Einstein e São Luiz também relataram aumentos.
Rede pública. A lotação já virou rotina nas unidades municipais e nas tendas instaladas pela Prefeitura. Na tarde de ontem, a cabeleireira Helena Soares, de 49 anos, deparou-se com o Hospital Geral Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte, lotado.
“Cheguei às 11 horas e tinha muita gente. O problema mesmo é a dengue.”Ela só foi liberada por volta das 16 horas.
Em 8 anos, número de brasileiros acima do peso cresce 10%
16/04/2015 - Folha de S.Paulo
Após ter estacionado nos últimos dois anos, o número de brasileiros com excesso de peso voltou a crescer, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (15) pelo Ministério da Saúde.
Se em 2013 esse percentual havia estabilizado em 50,8%, agora esse índice já atinge 52,5% da população adulta do país. Os dados são da Vigitel, pesquisa que monitora os hábitos e fatores de risco para a saúde. Foram ouvidas 40 mil pessoas.
Há oito anos, 43% da população estava acima do peso.
Pessoas com excesso de peso são aquelas com IMC (índice de massa corporal) acima de 25. São considerados obesos aqueles com IMC acima de 30. O percentual da população dentro desse segundo grupo tem se mantido estável. Hoje, o problema atinge 17,9% dos brasileiros.
Embora esteja mais "gordinho", o brasileiro diz tentar se exercitar mais. Segundo a pesquisa, 35,5% da população dedica mais de 150 minutos na semana para atividades físicas. Em 2009, esse índice era de 29,9%.
Em geral, o percentual da população que dedica mais tempo a atividades físicas é maior entre os homens: 41,6%. Entre as mulheres, esse índice cai para 30%.
Um outro inimigo da boa alimentação é o sal. Ao todo 15,6% da população afirma ter consumo "alto" ou "muito alto". O consumo médio de sal no país é duas vezes maior do que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde.
Número de brasileiros acima do peso volta a crescer
15/04/2015 - Valor Econômico
Após ter estacionado nos últimos dois anos, o número de brasileiros com excesso de peso voltou a crescer, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo Ministério da Saúde.
Se em 2013 esse percentual havia estabilizado em 50,8%, agora, esse índice já atinge 52,5% da população adulta do país. Os dados são da Vigitel, pesquisa que monitora os hábitos e fatores de risco para a saúde.
O crescimento, no entanto, é ainda maior se comparado a oito anos atrás, quando 43% da população brasileira estava acima do peso.
Já o percentual da população dentro deste grupo que apresenta quadro de obesidade tem se mantido estável. Hoje, o problema atinge 17,9% dos brasileiros, de acordo com dados da Vigitel. Foram ouvidas 40 mil pessoas.
Exercícios
Embora esteja mais "gordinho", o brasileiro já tenta se exercitar mais e têm passado menos tempo em frente à TV. Segundo a pesquisa, 35,5% da população dedica mais de 150 minutos na semana para a prática de atividades físicas. Em 2009, esse índice era de 29,9%.
Por outro lado, 15% dos entrevistados afirmaram não ter feito nenhum tipo de atividade nos últimos três meses e 49% admitiram fazer atividades em tempo considerado "insuficiente" durante a semana.
Em geral, o percentual da população que dedica mais tempo a atividades físicas é maior entre os homens: 41,6%. Entre as mulheres, esse índice cai para 30%.
Com mais tempo para atividades físicas, sobra menos tempo para a TV. Dados da Vigitel mostram que o percentual de brasileiros que fica mais de três horas diárias em frente à telinha diminuiu: passou de 31%, em 2006, para 25,3% em 2014.
Para o ministro da Saúde, Arthur Chioro, essa redução mostra que a população está buscando hábitos mais saudáveis, o que acaba por impactar nos outros índices.
"Se não tivéssemos melhorado no índice de atividade física, teríamos com certeza mais sobrepeso e obesidade", afirma.
Alimentos
Ao mesmo tempo em que pratica mais exercícios físicos, a população também se alimenta melhor, deixando menos espaço na mesa para o refrigerante e para carnes com excesso de gordura, por exemplo.
Para o Ministério da Saúde, o inimigo, porém, ainda é o sal. Ao todo 15,6% da população afirma ter consumo "alto" ou "muito alto" de sal nos alimentos.
Dados do governo federal também mostram que o consumo médio de sal no país é duas vezes maior do que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde.
A meta é reduzir essa quantidade, hoje estimada em 12 gramas por dia, para cinco gramas ao dia até 2022.
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