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CLIPPING 14/04/2015

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Medicamentos

Pesquisa e Desenvolvimento

Saúde



Medicamentos

 

Ministério raciona envio de hemoderivados para 8 Estados
14/04/2015 - O Estado de S.Paulo

Pacientes com hemofilia estão enfrentando desde novembro racionamento de produtos essenciais para a sobrevivência, os hemoderivados, em oito Estados.A recomendação é de que a quantidade suficiente para o controle seja entregue mensalmente.
Por razões que o Ministério da Saúde não informou, os frascos dos derivados de sangue têm sido entregues em quantidade insuficiente, obrigando pacientes a reduzir a dosagem e a se deslocar várias vezes no mês para obter uma quantidade mínima do produto. 
“É uma tortura. Minha vida depende de hemoderivados. Já imaginou ir dormir sem saber se vou ter o suficiente para me tratar no dia seguinte? Se vou receber o produto ou não?”,afirmou Venicios Sandy de Barros, de 31 anos, que tem hemofilia A grave. Com as falhas na entrega do medicamento,ele foi obrigado a reduzir a dose do tratamento.
“Ninguém fura a veia para aplicar o produto por gostar. O que mais angustia é olhar para a geladeira onde guardo o remédio e ver que ela está vazia, que posso ter um acidente e sangrar sem que o remédio esteja disponível.” Ele recebe mensalmente 12 frascos do hemoderivado. Há dois meses, a quantia foi reduzida à metade.
A hemofilia é uma doença congênita.Pacientes com o problema têm deficiência nas proteínas que atuam na coagulação do sangue.Aqueles com hemofilia A têm deficiência no fator VIII. Já os com hemofilia B, a deficiência ocorre no fator IX. Em razão da doença, os pacientes apresentam sangramentos, muitas vezes espontâneos. Hemoderivados, que antes eram usados apenas para conter as crises, agora também são considerados como prevenção. Pacientes sãomedicados com o derivado não só para tratar, masparaevitarqueacriseaconteça. “A qualidade de vida melhora de forma significativa”, contou Barros.
Agora, com o racionamento, as dores voltaram e as hemorragias, também. A mais recente, no ombro,aconteceu justamente quando ele havia ido ao centro, para conseguir mais frascos do derivado de sangue. Morador da cidade mineira Barbacena, precisa ir até Juiz de Fora para obter o produto. “As viagens para mim são desgastantes.
Quanto mais vezes tenho de ir, mais risco eu corro.” Mariana Batazza Freire, vice presidente da Federação Brasileira de Hemofilia, afirma que o problema se repete no Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina,São Paulo,Rio,Ceará e Paraíba.“Houve uma redução significativa da distribuição feita pelo Ministério da Saúde. Com isso, os estoques dos Estados, que eram de dois, três meses,acabaram.
E sem estoques o racionamento piorou.” Mariana contou que a federação já alertou o ministério sobre o drama enfrentado pelos pacientes. A resposta recebida foi que o problema seria solucionado neste mês. “As informações prestadas foram insuficientes.” Sem falta. Em nota, o Ministério da Saúde limitou-se a afirmar não haver falta do medicamento.E que os estoques estariam sendo regularizados a partir deste mês. A pasta não informou as razões da redução da distribuição, tampouco as medidas que eventualmente tenham sido adotadas para evitar que o problema se repita.



Diretor da Saúde ajudou laboratório, afirma empresário
14/04/2015 - Folha de S.Paulo

Um diretor do Ministério da Saúde responsável por parcerias que visam a produção de remédios que atualmente são importados favoreceu o laboratório EMS, segundo o empresário Leonardo Meirelles, sócio do Labogen, empresa investigada na Operação Lava Jato.
Meirelles disse em depoimento à Polícia Federal que foi o diretor de Produção Industrial e de Inovação do ministério, Eduardo Jorge Valadares Oliveira, quem colocou o EMS na parceria que o Labogen tinha com o ministério, um negócio que renderia R$ 134,4 milhões em cinco anos para as empresas.
O EMS é o maior laboratório do país, com faturamento de R$ 3,4 bilhões em 2014.
Já o Labogen tinha características de empresa de fachada, segundo a PF, já que não tinha registros para operar.
O depoimento de Meirelles à PF sobre o suposto tráfico de influência foi citado pelo juiz federal Sergio Moro para decretar a prisão do ex-deputado federal André Vargas (ex-PT-PR) na sexta (10).
Originalmente o projeto do Labogen era com outro laboratório, o Geolab, de acordo com relato de Meirelles.
O empresário disse nos depoimentos que o diretor do ministério ligou em 2013 para um dos executivos do Labogen e informou que eles teriam a EMS como parceiro.
No dia seguinte, contou Meirelles, uma funcionária da EMS o procurou para formalizar a sociedade. A parceria visava a produção de um princípio ativo para tratar pressão alta no pulmão e foi desfeita depois que a Folha revelou que o doleiro Alberto Youssef estava por trás do negócio.
Meirelles relatou que a atuação de André Vargas, na época em que era deputado, foi decisiva para que o Labogen conseguisse a parceria.
Ele disse que buscava esse negócio desde 2010, mas não era recebido no ministério.
Meirelles contou que o então ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participou de uma reunião no apartamento de Vargas em 2013, na qual Youssef estava presente.
Youssef era sócio do Labogen e usava contas da empresa para fazer remessas que chegam a US$ 140 milhões. Meirelles foi preso pela PF em março de 2014, não fez acordo de delação, mas confessou crimes para tentar obter uma pena menor e foi solto.

OUTRO LADO

O ministério diz não ter achado irregularidade em sindicância sobre o Labogen. O atual ministro, Arthur Chioro, disse que não há registro de reunião entre o Padilha e Vargas. Se o encontro ocorreu, disse, foi fora da agenda oficial.
Padilha disse não se lembrar de reunião na casa de Vargas. E que cumpriu função institucional ao receber representantes dos projetos. A EMS não quis comentar.
 

 

Pesquisa e Desenvolvimento

 

 

Droga usada contra leucemia pode tratar outros tipos de câncer
14/04/2015 - O Globo

Estudo da Universidade de Harvard identificou uma substância, já usada em outras terapias, que se mostrou mais eficaz no combate ao câncer por atacar células-tronco da doença. As terapias-alvo vêm se popularizando no mundo no combate ao câncer. Elas atacam diretamente as células cancerosas e causam menos danos às células saudáveis. Mas uma das dificuldades do tratamento é combater as células-tronco desses tumores, que os levam a crescer novamente. Publicada ontem na revista científica “Nature Medicine”, uma pesquisa identificou um inibidor que seria a solução para este problema.
A pesquisa analisou mais de 8.200 substâncias, algumas já aprovadas nos EUA, na busca de um inibidor da enzima Pin 1, que regula as proteínas responsáveis pela proliferação celular de vários tipos de tumor. Os cientistas ficaram surpresos ao ver que o ácido all-trans-retinoico (Atra) — um composto já aprovado para o tratamento de leucemia promielocítica aguda (LPA) — é capaz de eliminar essas células-tronco, além de bloquear os caminhos de fuga das células tumorais pelo corpo (o que também faz com que o câncer volte a se manifestar).
O Atra foi descoberto na década de 1980 e é uma importante droga para tratar a LPA. Antes dele, a mortalidade era maior devido a intensos sangramentos ocasionados pela doença. Agora, os pesquisadores mostraram que seu mecanismo de ação é diferente do que se pensava.
— O uso do Atra para inibir e destruir a enzima Pin 1 representa uma nova abordagem para as terapias-alvo — explica um dos autores do estudo, Kun Ping Lu, do Centro Médico Beth Israel Deaconess (BIDMC) e da Escola Médica da Universidade de Harvard, e um dos descobridores da enzima Pin 1, em 1996. — Isto é extremamente necessário para tratar cânceres agressivos ou resistentes aos medicamentos.
Os cientistas também testaram o Atra no câncer de mama triplo negativo, um dos mais agressivos dos tipos de mama. Os resultados positivos mostram que a substância poderia ser usada em diferentes tumores.
— Os pesquisadores americanos descobriram um novo e interessante mecanismo para o Atra — comenta o oncologista Daniel Tabak, membro titular da Academia Nacional de Medicina. — Este é o avanço da medicina molecular, que implica em identificar alvos em comum para diferentes tipos tumorais, por isso seria eficiente tanto para o câncer de mama quanto a leucemia.
No entanto, a maneira como o Atra é usado atualmente teria que ser revista para atender às novas necessidades.
— Estamos desenvolvendo novas formulações da droga — diz Xiao Zhen Zhou, também pesquisador de BIDMC e de Harvard e autora do estudo. — O Atra aprovado hoje pelo FDA (agência reguladora de remédios dos EUA) tem uma meia-vida de 45 minutos em humanos, o que é pouco para tratar tumores sólidos. E as novas gerações mais potentes do Atra tiveram baixa eficácia em testes em humanos e não inibem o Pin 1. Esta fórmula mais potente atingirá vários “alvos de sonhos”, que hoje não respondem a drogas.

TUMOR DE CÓLON NA MIRA

Ontem também foi publicado na revista “Lancet Oncology” um estudo com mais de mil pacientes de 24 países com câncer de cólon, mostrando que o uso da substância ramucirumab combinado à quimioterapia aumenta em 16% a sobrevida de pacientes. Eles sobreviveram 13,3 meses, enquanto que os tratados com placebo, 11,7 meses. O fármaco atua no processo de angiogênese, que é a criação de vasos sanguíneos através dos quais os tumores se alimentam e crescem. Os resultados foram comemorados pelos autores, mas questionados por Tabak: — O ganho de sobrevida é muito limitado. Essa abordagem da angiogênese deixou muito a desejar em relação ao que se propunha inicialmente — afirma o especialista.

 

 

Saúde




Más notícias da Cracolândia

14/04/2015 - Estado de S.Paulo 


A Cracolândia confirma o dito pessimista de que o ruim sempre pode piorar. Os vários programas lançados nos últimos anos para dar assistência aos dependentes que se concentram na região central da cidade que leva esse nome e induzilos a deixar as drogas, por um lado, e para combater o tráfico que ali corre solto, por outro, produziram resultados decepcionantes, muito distantes das promessas das autoridades tanto municipais como estaduais. Más notícias não faltam, sendo a última delas a chegada ali de uma nova droga a heroína, tão devastadora como o crack.

Segundo reportagens da TV Globo e do jornal Folha de S.Paulo, a Polícia Civil fez há pouco a primeira apreensão dessa droga 88 gramas na Cracolândia, trazida por dois traficantes africanos vindos da Tanzânia, que foram presos. A quantidade é pequena, mas especialistas alertam que uma pedra de heroína menor do que um grão de arroz, misturada com crack, basta para causar dependência.

Além disso, a polícia acredita que esse não é um caso isolado, mas parte de uma tentativa em curso dos traficantes para difundir o consumo dessa droga na região.

Segundo o delegado Alberto Pereira Matheus Júnior, do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), para popularizar essa droga no Brasil, traficantes nigerianos e de outros países africanos vendem heroína a preço bem mais baixo do que o praticado na Europa e nos Estados Unidos. Eles levam cocaína para a Europa, passando pelo Brasil, e trazem para cá heroína do Paquistão, do Afeganistão e uma parte da Colômbia. O delegado levou o caso ao conhecimento da Polícia Federal, do Ministério Público e da Prefeitura e sugere uma ação conjunta deles com o governo do Estado para tentar evitar que a droga se espalhe.

Outra má notícia é que a favela formada na Cracolândia com pequenas barracas na Alameda Cleveland e Rua Helvétia está se expandindo, o que é claro sintoma do agravamento da situação. Não por acaso, a secretária municipal de Assistência Social, Luciana Temer, usou palavras fortes para descrever o que está acontecendo ali: "Houve um descontrole do território, a situação degringolou. Isso não significa descontrole do Braços Abertos" (programa por ela dirigido, que presta assistência aos dependentes, oferecelhes quartos em hotéis e lhes paga R$ 15 por dia por serviço de limpeza de ruas). Segundo ela, houve redução do efetivo da Polícia Militar (PM) na Cracolândia. Essa seria, portanto, uma das razões do descontrole.

Em primeiro lugar, mesmo que o descontrole não atinja o Braços Abertos, como ela pretende, a situação desse polêmico programa está longe de ser boa. Prova disso é o estado dos hotéis que abrigam os dependentes de crack. Suas condições de higiene são precárias e eles foram depenados pelos dependentes que roubaram tudo que podia ser vendido para comprar droga de chuveiros a batentes de portas, passando por fiação elétrica, roupa de cama e vasos sanitários.

Quanto ao efetivo policial presente na região, a Secretaria da Segurança Pública assegura que ela é "uma das mais bem policiadas do Estado", que no ano passado foram presas 378 pessoas e que a PM apoia a ação dos agentes sociais e de saúde.

Nesse caso, nenhuma das partes deveria jogar a culpa sobre a outra. Se a Cracolândia é uma das áreas mais bem policiadas do Estado, como explicar que o tráfico de drogas ali corre solto, dia e noite, à vista de todos? Mas dizer que a situação escapou ao controle, degringolou, por culpa da polícia é uma simplificação que deforma a realidade, não corresponde aos fatos, embora convenha aos interesses da Prefeitura.

Todos estão a dever uma ação mais efetiva na Cracolândia nos dois lados do problema o da assistência social e médica aos dependentes para leválos a se tratar e o da ação policial de combate ao tráfico. As deficiências e limitações do Braços Abertos e a desenvoltura dos traficantes, que já ensaiam a introdução ali da heroína, são bons exemplos disso. E indicam a urgência de repensar a fundo a questão.

 

 


 

Sem leitos na hora da crise
14/04/2015 - O Globo

Imagine a cena: um garoto bipolar, com crise de mania, que cria situações fantasiosas e que de tão eufórico não dorme e torra o patrimônio da família, ao “embarcar em suas viagens”. Gustavo (nome fictício) perdeu a noção de si mesmo e o controle de suas ações em três oportunidades. Numa achou que chegaria ao estrelato, depois à Presidência do Brasil, e por último já se considerava Deus. Precisou de internação psiquiátrica em duas delas e optou por clínicas particulares por considerar as públicas “inadequadas”.
— Tive sorte de contar com a ajuda dos meus irmãos, que pagaram tudo. Não dava para ficar em outro local, era tudo muito ruim — lamentou o fotógrafo, de 33 anos, que há seis anos não interrompe o tratamento medicamentoso para evitar crises e gastos em torno de R$ 15 mil por 15 dias. — Hoje sei conviver com a minha doença.
Casos como esse são mais comuns do que se pensa. E, em alguns deles, internações breves auxiliam nas crises, trazendo o paciente para a “normalidade”. Independentemente da doença mental, quando uma pessoa coloca em risco sua vida ou a vida de outro, deve ser internada. Portadores de transtornos psiquiátricos, como a esquizofrenia, mas também como depressão, ansiedade, bipolaridade, alcoolismo e dependência de outras drogas, sofrem preconceito e têm dificuldades para internação.
Segundo Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), há uma defasagem entre demanda e leitos para internações em hospitais gerais no país. Ele afirma que há cerca de 50 milhões de pessoas com algum tipo de transtorno mental. E que essas são doenças crônicas, altamente prevalentes e que contribuem para a incapacitação e mortalidade precoces. Segundo números do governo federal, há apenas 32 mil leitos para atendimento de doentes mentais no Brasil. Antes da lei de 2001, que reformou o sistema psiquiátrico e culminou com o fechamento dos manicômios, eram 120 mil, diz Silva.
— O que ocorre num surto de depressão? Não sei onde os familiares devem pedir auxílio. Acabam batendo na porta dos consultórios particulares. Nossa demanda é grande e não deveria ser.
Dartiu Xavier, professor livre-docente da Universidade Federal de São Paulo e especialista em transtornos do controle dos impulsos, comorbidades psiquiátricas e dependência química, afirma que é preciso ter mais opções para tratamento em hospitais gerais.
— Não se trata de defender o modelo antigo, em que os leitos eram carcerários e as internações, longas. Mas o abuso anterior não justifica a falta de leitos de hoje em dia. Precisamos de mais deles nos hospitais gerais, além de olhar para esse problema como uma questão médica.
Xavier, um dos consultores da Prefeitura de São Paulo para o programa Braços Abertos (para usuários de drogas, na região da Cracolândia) afirma que não se usam mais internações longas porque não são eficientes:— Na maioria das vezes não são necessárias. Internação longa só serve para enriquecer dono de clínica particular. Muita gente enriqueceu com o cárcere para doentes mentais. E a especialidade como um todo ainda é estigmatizada.
A ABP luta por um modelo de atenção integral no Brasil principalmente após a lei de 2001, que trata da proteção e dos direitos das pessoas com transtornos mentais.
— A lei não é aplicada por não garantir o tratamento ao cidadão. Devido a um viés ideológico, houve ênfase no fechamento de leitos psiquiátricos e de ambulatórios especializados sem a contrapartida de serviços comunitários.
De acordo com Fábio Barbiratto, chefe da Psiquiatria Infantil da Santa Casa, no Rio, quando a internação é para adolescentes, o quadro é pior. Em caso de jovens em surto, ele encaminha à emergência do Instituto Municipal Phillipe Pinel “e reza”. Afirma que, na maioria das vezes, tem dificuldade para encontrar vagas para internação. Mesmo que a depressão e a bipolaridade sejam frequentes em jovens de 8 a 15 anos.
— Há o estigma de que adolescente é rebelde e que surtos não são decorrentes de uma doença. Além, é claro, do fato de que nesse caso é preciso leito com espaço para o responsável também — explicou o psiquiatra. — Na prática, há situações desgastantes em que a medicação não é suficiente. E são poucas as famílias que têm dinheiro para pagar um enfermeiro para ficar com o doente em suas casas ou internar em locais particulares. Rezo por muitos deles.
VOLTA POR CIMA APÓS PARAR NA RUA
Elizabeth dos Santos, de 56 anos, não teve a mesma sorte que Gustavo. De família humilde e abandonada pelos irmãos, contou com a ajuda de um desconhecido em sua primeira crise, quando tinha 23 anos e descobriu que era bipolar. — Fui parar na rua. Um senhor me levou a um psiquiatra e exigiu a internação porque eu não tinha para onde ir. Não foi fácil, mas conseguimos (no Centro Psiquiátrico Rio de Janeiro).
Após indas e vindas, foi internada no Instituto de Psiquiatria (Ipub) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde esteve em várias crises, entre 1999 e 2003.
— Como já me conheciam, conseguia vaga com menos sacrifício. Mas agora acho que é mais difícil. Principalmente para o pessoal da Baixada Fluminense, onde moro. Eles não conseguem vir para cá (Zona Sul). E lá os lugares são piores — contou Elizabeth, que hoje trabalha no Ipub como voluntária.
Segundo a psiquiatra Maria Tavares Cavalcanti, diretora do Ipub, o local está sempre cheio e há rodízio constante de internos. São 106 vagas, sendo que 18 são ocupadas por “pacientes moradores”. A média de internação foi de 57 dias em 2014. Para ela, o ideal é que essas pessoas possam ser internadas nos CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), não em hospitais.
Os CAPSIII, indicados para municípios com população acima de 200 mil habitantes, são unidades de funcionamento 24 horas. Já os CAPSI (até 70 mil habitantes) não têm a obrigatoriedade de contar com psiquiatras.
Segundo o Ministério da Saúde, há no país 2.209 CAPS, onde o atendimento é próximo à família. Nesses locais também há possibilidade de internação, de curta duração, em caso de orientação médica. No Brasil, são 32.290 leitos psiquiátricos, em hospitais especializados (178) e gerais. Desde 2011, foram criados 858 leitos de saúde mental em hospitais gerais, além do funcionamento de 61 unidades de acolhimento. O investimento no período no SUS foi de R$ 3,1 bilhões.
As secretarias municipal e estadual de saúde do Rio explicaram que o objetivo é consolidar o modelo de saúde mental com atenção psicossocial, em unidades de serviços comunitários. Ainda há no estado 28 hospitais psiquiátricos com 4.239 leitos. Destes, sete são públicos e os demais, com leitos conveniados ao SUS. Cerca de 50% desses leitos estão ocupados por pacientes “moradores”. E a taxa de ocupação é de 100% (não ficam ociosos). Já o município conta com 28 CAPS, seis deles 24 horas. A cidade tem 1.324 leitos destinados à internação em 13 unidades (incluindo as conveniadas ao SUS). Desse total, 659 estão ocupadas por pacientes de longa permanência. A taxa média de ocupação dos restantes é de 90%.



Unimed nacional deve atingir R$ 4,1 bi em 2015
14/04/2015 - DCI

Gastos com processos judiciais, diminuição do uso irracional do plano de saúde e a alta da sinistralidade são alguns desafios para a Central Nacional Unimed em 2015. Mesmo assim, a empresa, cujo foco é empresarial, pretende investir R$ 45 milhões em tecnologia e marketing este ano, para crescer 26% no faturamento.
O braço de assistência médica corporativa da Unimed, Central Nacional Unimed (CNU), teve 353 processos judiciais fechados entre 2013 e 2014. Metade das ações estava relacionada a procedimentos que não foram solicitados. "Os processos judiciais contra as operadoras de saúde estão banalizados. Mais de 40% das liminares que recebemos são de procedimentos que não foram solicitados. Os beneficiários recorrem primeiro aos advogados", afirmou em exclusiva ao DCI o presidente da CNU, Mohamad Akl.
Em 2013, os casos judiciais representaram para a CNU R$ 1,3 milhão de despesas e em 2014 o valor foi de R$ 1,24 milhão. "Temos que sensibilizar o Judiciário, para que entenda que em alguns casos o procedimento requerido não está em contrato. Isso prejudica as operadoras porque são gastos fora de seus orçamentos", analisa.

Desafios

Ainda segundo o executivo, a sinistralidade (relação entre os custos sobre as receitas de uma operadora) é outra situação que tem impactado os resultados. "O ideal é que de cada R$ 100 recebidos, até R$ 85 sejam usados em assistência médica. No entanto, em 2014 o valor foi de R$ 92", explica o presidente da CNU.
O executivo assinala que uma das metas para este ano é trazer o nível de sinistralidade a patamares compatíveis com as necessidades da empresa, que varia entre 85% e 86%. "Em contrapartida, os preços devem ser de acordo com a concorrência e não podemos elevar os preços. Mas, podemos investir em medicina preventiva para diminuir os gastos desnecessários."
Akl acredita que realizar consultas dentro dos padrões e orientar beneficiários sobre o correto uso do plano pode trazer resultado a médio e longo prazo. "O atendimento primário e o acompanhamento de pacientes com casos crônicos podem evitar procedimentos com custo mais alto", diz.
Hoje, a empresa possui um programa que permite monitorar mais de 22 mil vidas. Estas apresentam doenças que exigem constante acompanhamento (cardiopatia, doenças pulmonares, câncer ou obesidade mórbida). "Detectamos os pacientes pelos tipos de exames que realizaram ou até a forma de utilização do plano de saúde. Em 2014, realizamos mais de 340 mil telemonitoramentos. Além de milhares de mensagens de texto e visitas domiciliares", ressalta Akl.
Ainda segundo o médico, as orientações resultaram em uma redução de gastos de R$ 3 milhões. "Atuamos preventivamente com seis ou sete patologias entre nossos beneficiários", analisa o especialista.
Questionado sobre a inflação e a alta do dólar, Akl afirma que o primeiro fator já era esperado. "A inflação médica sempre está entre patamares altos, mas isso não impede os investimentos. Quanto ao dólar, com certeza tem pressionado o custo dos insumos."

Aportes

Neste ano, a empresa planeja investir quase R$ 45 milhões em melhorias em três filiais, que estão localizadas em Brasília, Salvador e São Luís. Do total, R$ 16 milhões serão destinados para tecnologia da informação. O restante será aplicado em melhorias de processo administrativo, contratação de pessoas, marketing e treinamento. "Além disso, temos cerca de R$ 1 milhão para a área de projetos de responsabilidade social".
Em 2014, a CNU teve faturamento de R$ 3,3 bilhões, uma alta de 39% ante ao ano anterior. A previsão, segundo Akl, é de atingir R$ 4,1 bilhões em 2015, alta de 26%. "Já em número de beneficiários devemos crescer 10%."
Com 315 empresas contratantes, a carteira da operadora recebeu em 2014 mais 202 mil vidas e fechou o ano com quase 1,6 milhão de beneficiários. No mesmo período, o mercado de planos coletivos empresariais cresceu 3,3%.
 


Resíduos de agrotóxicos estão presentes até no leite materno
14/04/2015 - Folha de S.Paulo 

A exposição aos agrotóxicos causa inúmeros efeitos à saúde e está ligada a vários tipos de câncer. Não é achismo ou ativismo. É o que apontam vários estudos científicos ao longo das últimas décadas.
Alheio aos sucessivos alertas, o Brasil segue ocupando a liderança mundial de consumo desses venenos.
Na semana passada, em um feito inédito, o Inca (Instituto Nacional do Câncer) se posicionou contra o uso de pesticidas e recomendou a sua "redução progressiva e sustentada" nas plantações. Alguém avisou o Ministério da Agricultura sobre isso?
Segundo documento divulgado pelo instituto, a liberação do uso de sementes transgênicas no Brasil foi uma das responsáveis por colocar o país no primeiro lugar no ranking mundial, já que o cultivo das sementes modificadas exige grande quantidade desses produtos.
No Brasil, a venda de agrotóxicos saltou de US$ 2 bilhões para mais de US$ 7 bilhões entre 2001 e 2008, alcançando valores recordes de US$ 8,5 bilhões em 2011. Ultrapassamos a marca de 1 milhão de toneladas, o que equivale a um consumo médio de 5,2 kg de veneno por habitante. Para a indústria química, o alto consumo é efeito colateral de um objetivo nobre: aumentar a produtividade das lavouras brasileiras.
A literatura científica aponta vários efeitos associados à exposição crônica aos agrotóxicos, como infertilidade, impotência, abortos, malformações, neurotoxicidade, desregulação hormonal, efeitos sobre o sistema imunológico e câncer.

MEDIDAS
Há medidas muito concretas que o país poderia adotar para frear esse abuso. Por exemplo, o fim da pulverização aérea, já banida em quase toda a Europa por causar dispersão dessas substâncias nocivas no meio ambiente. Apenas uma pequena parte do agrotóxico cai na planta, a maior parte fica no solo, na água e nas comunidades que moram no entorno das plantações.
Mas tanto a indústria quanto o setor da aviação agrícola argumentam que suprimir a pulverização aérea reduziria em até 40% a produtividade das lavouras.
Outra medida defendida pelos ambientalistas é o fim da isenção de alguns impostos que o país a concede à indústria produtora de agrotóxicos. O preço de registro de novos agrotóxicos também funciona como incentivo ao setor. É de no máximo US$ 1 mil. Nos EUA, custa até US$ 630 mil.
Por último, o Brasil deveria banir a comercialização de princípios ativos proibidos em outros países. Um dossiê de 2012 da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva) aponta que, dos 50 produtos mais utilizados nas lavouras brasileiras, 22 são proibidos na União Europeia.

LEITE MATERNO

Outro documento, da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), mostra que grande parte do estoque de produtos organofosforados banidos na China em 2007 tem sido enviados ao Brasil.
Uma consequência cruel do alto consumo de agrotóxico no país foi muito bem documentada em 2011, numa pesquisa da Universidade Federal do Mato Grosso em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz: até mesmo o leite materno pode conter resíduos de agrotóxicos.
O estudo coletou amostras em mulheres do município de Lucas do Rio Verde (MT), um dos maiores produtores de soja do país. Em 100% delas foi encontrado ao menos um tipo de princípio ativo desses produtos. Em algumas, até seis tipos.
Qual é a alternativa? Para a indústria, não há. Segundo ela, uma alimentação 100% orgânica levaria a uma inevitável queda de produtividade e não só Brasil, mas o mundo teria grande dificuldade de suprir alimento para a população.
Ambientalistas, pesquisadores, produtores de orgânicos e o próprio Inca discordam. Dizem que se houvesse apoio de políticas públicas, crédito, pesquisa e assistência especializada seria possível construir um novo modelo agrícola, com alimentos livres de agrotóxico. Essa é uma bandeira deveria ser encampada pelas redes sociais. A saúde e o ambiente agradecem. 



Acordo quer reduzir ações judiciais feitas por usuários de planos de saúde
14/04/2015 - Folha de S.Paulo

Entidades que representam operadoras de saúde e o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo assinaram nesta segunda (13) um acordo que pretende reduzir o volume de ações judiciais ingressadas por usuários de planos.
A proposta é criar um núcleo de apoio técnico, com a participação de advogados dos planos, da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) e de médicos.
A proposta é que, tão logo a ação com pedido de liminar ingresse no fórum João Mendes, na capital paulista, o grupo avalie o pedido e proponha um acordo ao usuário em até 24 horas no máximo.
Segundo José Renato Nalini, presidente do TJSP, o núcleo funcionará como um piloto e, se der certo, deverá ser replicado para o resto do país por meio de parceria com o CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Não há números consolidados sobre a judicialização na saúde suplementar. Pelo site do TJSP é possível saber que, em sete anos, o número de acórdãos sobre planos de saúde aumentou 3.379%: de 512, em 2007, para 17.811, em 2013. Na área da assistência, remédios e próteses respondem pela maioria das ações.
"Existe um crescente estímulo para procurar a Justiça antes mesmo de um processo de mediação. Queremos ser ouvidos antes", afirma José Cechin, diretor executivo na Fenasaude.
Para Antonio Carlos Abbatepaolo, diretor-executivo da Abramge, muitas ações com pedido de liminar não tratam de casos urgentes e poderiam ser resolvidas amigavelmente entre a operadora e o usuário.
"O juiz não tem acesso a protocolos e diretrizes. A ideia é que, se não houver acordo com o usuário, ele seja municiado de informações técnicas isentas para tomar a melhor decisão".
A ANS vai subsidiar o grupo com decisões tomadas por um grupo interno que já faz mediações de conflitos entre operadoras e usuários.
De acordo com Simone Freire, diretora de fiscalização da ANS, houve acordo em 86% das 95 mil reclamações recebidas ano passado pelo grupo. Ainda assim, segundo ela, muitos usuários preferem recorrer diretamente à Justiça em vez de tentar um acordo antes com os planos. 



Alckmin promete 500 agentes para combater dengue
14/04/2015 - Folha de S.Paulo 

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta segunda (13) que vai destinar uma equipe de 500 agentes de saúde e 30 médicos para combater o avanço da dengue no Estado.
Segundo o Ministério da Saúde, São Paulo tem 585 casos da doença por 100 mil habitantes, o que enquadra o Estado em situação de epidemia.
O governador ressaltou que 80% das contaminações por dengue ocorreram dentro de casas. "É importante a colaboração de todos", afirmou.
Na última sexta (10), o prefeito da capital paulista Fernando Haddad (PT) disse que negociava uma parceria com o Estado para criar novas tendas de combate à dengue. Dados da prefeitura apontaram que, além de crescer, os casos da doença também estão se espalhando para outras regiões da cidade.


 
Anvisa determina alerta adicional em embalagens de cigarro
13/04/2015 - Valor Econômico

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta segunda-feira, no Diário Oficial da União, uma resolução com uma nova advertência nos maços de cigarros. Além dos atuais alertas sobre os efeitos nocivos do tabagismo, a nova advertência ocupará 30% da parte frontal de todas as embalagens. 

Divulgação

O texto da advertência deve ser: "Este produto causa câncer. Pare de fumar. Disque saúde: 136". A resolução determina ainda o tamanho e a cor das letras e do fundo. Os pacotes não poderão, de acordo com a norma, ter nenhum dispositivo que possa esconder ou dificultar a visualização da mensagem.
A resolução foi aprovada em reunião da agência no dia 2 de abril. Com a publicação, a obrigação vale para a indústria e distribuidores a partir de janeiro de 2016. Embalagens antigas devem ser recolhidas do mercado até 30 de junho do ano que vem.



Casos de dengue no Brasil aumentam 240% no primeiro trimestre do ano
13/04/2015 - Valor Econômico 

O número de casos de dengue no país este ano, até o dia 28 de março, aumentou 240,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Até 28 de março, foram registrados 460,5 mil casos, contra 135,3 mil registrados no primeiro trimestre de 2014, conforme balanço divulgado nesta segunda-feira pelo Ministério da Saúde.
O balanço informa que, até 28 de março, 132 pessoas morreram em decorrência da doença, número 29% maior que o de 2014, quando foram 102 as mortes, no mesmo período. Os casos graves também aumentaram: 235 este ano, o que representa alta de 39,1% na comparação com 2014, quando foram registrados 169, também até 28 de março.
Segundo os dados da pasta, a região Centro-Oeste apresenta maior incidência, com 393,3 por 100 mil habitantes (59.855 casos), nos primeiros três meses do ano. Em seguida, vêm as regiões Sudeste, com 357,5 por 100 mil habitantes (304.251 casos); Norte, com 112,4 por 100 mil habitantes (19.402 casos); e Nordeste, com 91,2 por 100 mil habitantes (51.521 casos). A região Sul, com 88,8 por 100 mil habitantes (25.773 casos), é tradicionalmente a que tem menor incidência da dengue.
São João do Caiuá, no Paraná, com 16.760 casos de dengue por 100 mil habitantes, foi o município com maior número de doentes por habitante, no primeiro trimestre de 2015. Em seguida vieram quatro municípios do estado de São Paulo: Trabiju, com 14.303 por 100 mil habitantes; Paraguaçu Paulista, com 13.738 por 100 mil habitantes; Estrela D’Oeste, com 11.513 por 100 mil habitantes e Florínia, com 9.039 por 100 mil habitantes.



Caso Labogen está encerrado, diz ministro da Saúde
13/04/2015 - Valor Econômico 

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse nesta segunda-feira que o "caso Labogen" está encerrado para o ministério. A Labogen é investigada na Operação Lava-Jato.
Ele disse ainda que o ministério não fará nenhum tipo de questionamento ao ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT).
Na semana passada, o juiz Sergio Moro escreveu no despacho em que autoriza buscas e apresentações relacionadas ao ex-deputado petista André Vargas (sem partido) que o Ministério da Saúde omitiu encontros do ex-ministro Padilha com o doleiro Alberto Youssef e com Vargas. 
Youssef disse em depoimento de sua delação premiada que Vargas fez uma reunião em seu apartamento funcional para apresentar a Labogen a Padilha. 
"Os subscritores da referida nota, agentes do Ministério da Saúde faltaram, aparentemente, com a verdade para com este juiízo, ao não revelarem todos os fatos envolvidos na aprovação da parceria", escreveu Moro no despacho.
"Outras mensagens telemáticas interessantes dizem respeito a encontro entre André Vargas e Carlos Augusto Graboi Gadelha, Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, na época Secretário do Ministério da Saúde, apontando mais uma intervenção de André com outro dirigente do referido Ministério", disse Moro no despacho, acrescentando que agentes do Ministério da Saúde omitiram "qualquer informação acerca dos aludidos encontros de André Vargas com Alxandre Padilha ou com Carlos Gadelha a respeito dos fatos".
Chioro disse ainda que investigação não significa que as pessoas sejam culpadas. 
"Investigação condena alguém? A sindicância e todos os elementos são claros e transparentes", disse Chioro a jornalistas em entrevista coletiva.
Chioro disse ainda que só pode responder por acontecimentos de sua gestão, e não de seu antecessor, Alexandre Padilha. Desde o começo da investigação sobre a Labogen, o Ministério da Saúde tem adotado a posição de repetir que a parceria com a Labogen não foi fechada. 
 

 


 

 

 

 

 

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