37015
ESTABELECIMENTOS REGISTRADOS

83507
PROFISSIONAIS INSCRITOS ATIVOS

 


CLIPPING 02/04/2015

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

Medicamentos

Pesquisa e Desenvolvimento

Saúde


Medicamentos

 

Medicamento terá 6% de reajuste médio em 2015
02/04/2015 - Valor Econômico

O reajuste anual médio dos medicamentos vendidos no país, ponderado pela participação de mercado, será de 6%, segundo cálculo da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma). A conta leva em consideração as três faixas de aumento autorizadas pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed), de até 7,7%, 6,35% e 5% conforme concentração de mercado.
Ontem, o Ministério da Saúde divulgou os índices de participação de mercado dos três níveis de medicamentos, de 24,45%, 25,37% e 50,18%, informação a partir da qual a indústria pode calcular o fator de ponderação do reajuste máximo permitido pela Cmed. Os aumentos já podem ser aplicados em cerca de 19 mil apresentações disponíveis no mercado varejista, porém tradicionalmente há um período de ajuste, em geral relacionado ao ritmo de reposição de estoques.
Conforme a Interfarma, apenas a primeira faixa, que compreende classes terapêuticas sem evidência de concentração e representa cerca de 20% dos medicamentos, está equiparada ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). As demais, assim como a média ponderada, estão abaixo da inflação.
Levantamento da entidade mostra que, na última década, a inflação acumulada, medida pelo IPCA, foi de 70,91%, enquanto a correção do preço dos medicamentos ficou em 49,16%. "Na verdade, a diferença é ainda maior porque os medicamentos acabam sempre comercializados com descontos", ressalta a Interfarma, acrescentando que, nas compras públicas, há desconto oficial de ao menos 18%.
"Neste momento de dificuldades orçamentárias, essa decisão contribui para os programas de aquisição de medicamentos pelos governos federal, estaduais e municipais. Para os consumidores, o reajuste abaixo da inflação igualmente contribui para o acesso a medicamentos, que no Brasil é dificultado pela alta carga tributária e pelo fato de 75% das compras serem custeadas integralmente pelo cidadão", diz a entidade em nota.
Contudo, a Interfarma alerta que, em outros países, há programas mais abrangentes de complementação ou reembolso para a compra de medicamentos e a carga tributária é bem inferior à brasileira. "Esse cenário se tornará mais grave se o governo mantiver a intenção de aumentar a carga tributária sobre medicamentos com a elevação do PIS e da Cofins, cobrado sobre importações", diz.



Pesquisa e Desenvolvimento

 

Nova solução permitirá diagnóstico a distância
02/04/2015 - DCI

Pacientes em locais distantes de centros médicos agora já podem receber diagnósticos relacionados a doenças cardíacas de forma rápida e precisa. Isso graças ao novo sistema Cardiofit, que envia o exame para um especialista que o devolve com um laudo. Tudo via internet.
A nova solução foi criada pela desenvolvedora de tecnologia médica Ventrix para acelerar o atendimento aos pacientes em zonas distantes dos grandes centros. Após perceber a demanda, e receber R$ 5 milhões do Fundo de Inovação Paulista do Desenvolve SP e do Criatec II (gerido pela Bozano Investimentos), a empresa conseguiu desenvolver e comercializar o sistema.
"Hoje nós temos um problema muito grande de logística, tanto que a maior parte dos laboratórios de diagnóstico não possui eletrocardiógrafos, justamente por falta de um especialista no local", afirma o proprietário e CEO da Ventrix, Roberto Castro Júnior.
Segundo ele, com o aparelho, o profissional pode realizar o exame em qualquer cidade ou região e enviar o resultado para um especialista credenciado, que irá emitir um laudo de maneira ágil. "Uma das maiores causas de mortalidade no País são as doenças cardíacas, por isso é necessário ampliar o atendimento que não chega à maioria dos municípios e cidades brasileiras."
Para realizar o diagnóstico, entretanto, a Ventrix viu a necessidade de firmar uma parceria importante. Assim, buscou o Instituto do Coração de São Paulo (Incor SP) e o Hospital Beneficente Unimar de Marília (ABHU), no interior de São Paulo. "No momento precisamos de especialistas parceiros, mas no começo de 2016, queremos inaugurar a central exclusiva. Teremos seis médicos especialistas disponíveis 24 horas por dia", ressalta.
De acordo com o sócio da empresa, mesmo sem internet no local é possível realizar o exame off-line e enviar depois de conseguir uma rede de conexão. "Com o plantão 24 horas dos médicos é possível receber o laudo em qualquer momento de forma rápida", conta Castro Júnior.

Plataforma digital

O sistema inclui um eletrocardiograma e uma plataforma digital conectada a internet para o envio do exame e o recebimento do laudo. Além disso, possui a conexão automática entre os módulos.
Conforme a Ventrix, a aquisição do aparelho não tem custo. Contudo, para que o negócio fosse financeiramente viável, houve a escolha de que a remuneração da plataforma viesse garantida por meio do serviço. Ou seja, o valor da utilização é cobrado pelo laudo médico emitido. "O aparelho só é vendido no caso de clínicas com especialista presente."

Aportes financeiros

A maior dificuldade de iniciar a startup, segundo o empresário, foi o de conseguir todos os protocolos impostos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). "Mesmo que seja difícil para uma startup conseguir aportes financeiros, o mais demorado foi realizar toda a burocracia governamental", ressalta.
Antes dessa injeção de capital, a empresa só tinha recebido autorização da Anvisa para fabricar 130 aparelhos Cardiofit, que atualmente estão localizados 36 cidades diferentes. "Mas este ano recebemos a autorização para produzir e comercializar em larga escala e pretendemos chegar a todos os estados", cita Castro Júnior.
Segundo o proprietário da desenvolvedora de soluções médicas, a previsão é que este ano produzam 150 Cardiofits. Já em cinco anos, a perspectiva é que atinjam entre três e quatro mil aparelhos fabricados e emitam 100 mil laudos. Hoje, cerca de 80% do público da empresa é corporativo. "Muitas empresas precisam cumprir legislações trabalhistas, mas ficam distantes das clínicas", analisa. Por isso, a portabilidade do sistema faz com que as companhias não gastem com deslocamento e tempo de seus funcionários.
A expectativa da Ventrix, no entanto, é de realizar parcerias com secretarias e outros órgãos públicos. Desta forma, a empresa poderá atingir um maior número de centros de saúde no País e auxiliar na prática dos exames entre a população que mais necessita do serviço. "Entendemos que desta forma conseguiremos atingir um maior número de locais", foca o idealizador.
A empresa criada em 2010 possui uma fábrica localizada em Itajubá, cidade de Minas Gerais, a Ventrix conta com as áreas comercial e diretiva em São Paulo, capital. A respeito da instalação da unidade fabril no município mineiro, o sócio da companhia conta que foi uma escolha importante. "O polo acadêmico de Itajubá foi um atrativo na hora de escolher o local da fábrica."

Outros mercados

Quem pensa que a atuação da Ventrix é apenas nacional se engana. Apesar de ser uma startup, a empresa já está com seus produtos no Paraguai, onde a Ventrix possui quatro aparelhos. Além disso, a startup já está em negociação com o Ministério da Saúde daquela nação para ampliar o número de máquinas nos centros de saúde públicos.
"A tecnologia da Ventrix tem uma clara escalabilidade, inclusive para o mercado internacional, e chega para resolver um dos principais desafios da saúde no Brasil e em diversos países: a escassez de médicos e de equipamentos para diagnosticar, tratar e prevenir doenças cardíacas", diz o sócio- fundador da SP Ventures, gestora do Fundo de Inovação Paulista, Francisco Jardim.
Para ele, o Cardiofit identifica rapidamente quando se trata de um caso grave em que o paciente precisa, por exemplo, ser transferido de uma região rural para um hospital. Além de reduzir consideravelmente o custo com deslocamento.
Além do Cardiofit, a Ventrix já desenvolveu, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), um curativo a vácuo para feridas complexas que deu bons resultados e deverá ganhar um formato wearable. "Até o final deste ano, a empresa também deverá lançar uma solução para a área de neonatal", comemora Castro.


 

Saúde


 

Pais de olho, evolução veloz
02/04/2015 - O Globo

Médicos alertam para importância do diagnóstico precoce no tratamento do autista. Pouco mais de oito meses atrás, Eduardo, de 5 anos, não falava. Ele também apanhava na escola e, colocado dentro de um pula-pula, em vez de brincar, ficava inerte. Desde que nasceu, sua tia, a corretora Guaraciana de Amorim Moraes, que tem mais dez sobrinhos, sabia que o menino era diferente e desenvolveu uma forma de se comunicar com ele para não isolá-lo ainda mais. Uma noite, assistindo ao médico Drauzio Varella na TV, ela descobriu o que os pediatras consultados até então não conseguiram diagnosticar: seu sobrinho era autista. Hoje, depois de 12 sessões no serviço de Psiquiatria da Infância e Adolescência da Santa Casa de Misericórdia do Rio, Eduardo não só fala (à beça), como brinca, abraça apertado e até sorri para a câmera.
As crianças que passam por esse ambulatório fazem parte de uma pesquisa sobre diagnóstico precoce feita pela equipe do psiquiatra Fábio Barbirato que será apresentada no Congresso Brasileiro de Psiquiatria, no fim do ano — e depois, daqui a cinco anos, mostrará a evolução do quadro. Citando estudos internacionais, o especialista aproveita o Dia Mundial da Conscientização pelo Autismo, celebrado hoje, para frisar a importância de determinar o distúrbio logo no início da infância. No ano passado, uma parceria entre as sociedades brasileiras de pediatria e psiquiatria foi firmada com o intuito de aumentar em 40% o diagnóstico precoce do autismo. No Congresso Brasileiro de Psiquiatria deste ano, haverá uma mesa com pediatras. No ano passado, cinco mil pediatras compareceram a um evento da Sociedade Brasileira de Psiquiatria sobre reconhecimento precoce de autismo e ganharam um questionário para servir de ferramenta nas consultas pediátricas. E ainda este mês, o serviço da Santa Casa, que atende pacientes de 3 a 12 anos, será ampliado para crianças a partir de 2 anos.— Isso significa diagnosticar um ano mais cedo, dando melhor chance de desenvolvimento. Estudo recente diz que, quando se trabalha com crianças de 3 anos, a melhora chega a 80%, mas quando tratamos de pacientes com menos de 3 anos, pode alcançar 90% — diz Barbirato, que é chefe do serviço na Santa Casa, onde sete mil crianças foram atendidas em 16 anos. — Se se conseguir fazer o diagnóstico com 1 ano e 6 meses e intervir em linguagem e comportamento com pais participativos, a probabilidade é de que a criança saia de um grupo severo para um médio, e do médio para o leve.

TREINAMENTO É REPLICADO EM CASA

Um estudo recente da Universidade da Califórnia, em Davis, mostrou que bebês a partir de 6 meses já podem demonstrar sinais de autismo e que um tratamento adequado pode reduzir drasticamente os sintomas até os 4 anos. Os responsáveis pela pesquisa disseram que a participação dos pais das crianças envolvidas no processo foi crucial para essa evolução. Este parece ser, aliás, um dos trunfos do tratamento na Santa Casa. Os pais são orientados pelos profissionais nas consultas quinzenais não só sobre o que devem fazer (como forçar a criança a pedir, em vez de atendê-la prontamente), mas sobre o que não devem fazer (não deixar a criança assistir a um mesmo filme várias vezes ou usar um comportamento que não é funcional, como enfileirar sapatos e bonecas). Esse treinamento faz com que os pais repliquem em casa o que é aprendido no ambulatório, exercitando as habilidades cognitivas dos filhos todos os dias.— Há ainda uma visão muito retrógrada em que o pai entrega o filho para o terapeuta e fica na sala de espera. Só que, para ter um aprendizado, é preciso um número de repetições relevante, só assim se muda o comportamento. Aprendendo o que é correto, os pais usam isso no dia a dia, e a chance de a criança se apropriar desse conhecimento é infinitamente maior — explica a fonoaudióloga Kátia Badin.O diagnóstico precoce, segundo a fonoaudióloga Aline Kabarit, diretora do Instituto Priorit, que atende crianças de zero a 16 anos com terapias tradicionais e atividades complementares, possibilita que se estimule os jovens desde cedo, fazendo com que as outras aquisições aconteçam com o próprio desenvolvimento da linguagem e da interação social.— Em cada idade, a criança adquire uma habilidade específica, que ajuda a amadurecer o sistema nervoso, proporcionando a aquisição de outras habilidades. É impressionante a evolução das crianças diagnosticadas com autismo cedo — compara.

LINGUAGEM DEVE SER TRABALHADA DESDE CEDO

Mãe de Natan, de 5 anos, a funcionária pública Alessandra Saint’Ane acha que o filho poderia ter sido diagnosticado com 1 ano e meio. O menino foi para a creche cedo, a psicóloga percebeu e acionou a mãe, que suspeitou de autismo logo de cara, mas parou numa pediatra que não soube diagnosticar.— Ele não falava em primeira pessoa, brincava com as rodas do carrinho e era um pouco agressivo. Hoje, o vocabulário dele aumentou e eu aprendi que, em vez de pegar o suco quando ele apontava, tinha que forçá-lo a falar — conta Alessandra, que destaca um momento emocionante do tratamento. — Ele antes não tinha a percepção do faz de conta, mas, depois que desenvolveu a fala, passou a brincar com histórias, me chama de princesa, enquanto ele é o príncipe e o pai, o cavaleiro.Para Barbirato, é importante a linguagem ser trabalhada desde cedo para a criança se desenvolver, ter uma comunicação social adequada e, quando chegar na pré-adolescência, não ter a dificuldade de se expressar, não deixando que zombem dela.A fonoaudióloga Kátia Badin enumera alguns sinais para que os pais fiquem atentos:— Uma criança de 5 meses já direciona o olhar quando é chamada pelo nome. Quando a gente vê uma criança de 1 ano e 4 meses que não olha quando a gente chama, ou de 1 ano que não aponta, é bastante gritante.O pesquisador brasileiro Alysson Muotri, professor associado do Departamento de Pediatria e Medicina Molecular da Universidade da Califórnia, em San Diego, acredita que o atendimento personalizado seja hoje a principal ferramenta para lidar com o autismo. Segundo ele, levando-se em conta as alterações genéticas de cada indivíduo, é possível estratificar o tipo de autismo e buscar tratamentos mais específicos.— Até hoje os medicamentos usados em autistas não são específicos, foram desenvolvidos para outras doenças e adaptados para o autismo. A consequência são efeitos colaterais muitos graves e a longo prazo — observa.



Protesto pede saída de provedor da Santa Casa
02/04/2015 - DCI

Médicos e professores da Santa Casa de Misericórdia, localizada na região central da capital, promoveram ontem um ato em frente à provedoria do hospital. Entre as reivindicações está a saída do provedor da unidade, Kalil Rocha Abdalla, que está de licença e pode retomar suas atividades ainda neste mês.
Um documento com as exigências dos profissionais será entregue ao provedor em exercício, Ruy Altenfelder. O Movimento Santa Casa Viva pede a quitação de dívidas trabalhistas - profissionais não receberam o 13º salário e alguns médicos aguardam o pagamento dos vencimentos de novembro do ano passado. "Entendemos que a gestão dele colocou a Santa Casa em um processo de insolvência, logo, ele não pode continuar o provedor. Outra reivindicação é a participação dos médicos no conselho gestor", afirmou um médico da unidade que preferiu não se identificar.
Segundo o profissional, a categoria não pretende fazer greve. "As nossas exigências não envolvem dinheiro, pois estamos com os salários e o 13º atrasados. Não queremos entrar em greve, porque isso prejudicaria a Santa Casa, os pacientes e os médicos. A greve não traz benefício nenhum a quem quer que seja."
A manifestação reuniu cerca de 70 pessoas, que caminharam em silêncio pelos arredores da Santa Casa. Os sindicatos são contra a sugestão da direção do hospital, de quitar os pagamentos em 36 parcelas. A Santa Casa teve um agravamento de sua crise financeira em julho do ano passado, quando a Provedoria da instituição fechou o pronto-socorro do Hospital Central por 30 horas, alegando falta de verba para a compra de materiais e medicamentos. A dívida do hospital supera R$ 400 milhões. 



Médicos fazem ato contra crise da Santa Casa
02/04/2015 - O Estado de S.Paulo

Médicos e funcionários participaram de um ato, na manhã de ontem,contra a crise que atinge a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, na região central da capital. Segundo o Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), cerca de 300 pessoas participaram da manifestação.
Em grave crise financeira, a entidade tem déficit superior a R$ 400 milhões. A Santa Casa não se manifestou sobre o protesto.
Os profissionais pediram o afastamento do atual provedor do hospital,Kalil Rocha Abdala, que está temporariamente de licença.
Eles exigem ainda a reformulação do estatuto da unidade, transparência administrativa, eleições para diretor clínico e quitação de dívidas trabalhistas, como o pagamento do 13.º salário, atrasado desde dezembro do ano passado.
Com gritos de “Fora, Kalil” e “Santa Casa Viva”, os manifestantes caminharam dentro e no entorno da instituição. Médicos amarraram fitas pretas, em sinal de luto, em seus jalecos.
Um abaixo-assinado e um documento com as reivindicações foram entregues ao provedor em exercício, Ruy Altenfelder. 



Projeto quer tornar crime hediondo a transmissão proposital de HIV
01/04/2015 - Folha de S.Paulo 

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados, principal colegiado da Casa, vai discutir um projeto que torna crime hediondo a transmissão proposital do vírus HIV.
O deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS) apresentou um projeto pedindo que passe a ser configurado como crime "transmitir e infectar, consciente e deliberadamente" outra pessoa com o vírus.
A proposta teve parecer favorável do relator, deputado Marco Tebaldi (PSDB-SC), que recomendou ajustes na proposta, mas apoiou a ideia.
Segundo o tucano, o país "experimenta uma verdadeira epidemia de contaminação dolosa de pessoas com o HIV, razão pela qual deve o Estado responder de forma rígida e justa, repreendendo o infrator de forma proporcional e deixando clara mensagem à sociedade de que não admite o cometimento dessa repugnante infração".
O relator propõe que seja aplicada nestes casos pena de dois a oito anos de prisão. Os congressistas, no entanto, não especificam como seria comprovado que a transmissão ocorreu de forma proposital.
A ideia do projeto é coibir a chamada 'roleta-russa' do HIV. A Folha mostrou em fevereiro a história do paulistano J.D., 35, que faz parte de um grupo que preocupa o Ministério da Saúde, o dos que contraem o vírus HIV por opção.
Em várias partes do país, a polícia está investigando um grupo que tem como prática "carimbar" o parceiro, passando o vírus da Aids sem seu conhecimento e permissão.

'RETROCESSO'

Apesar da movimentação dos congressistas, o UNAIDS (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS) enviou uma nota técnica ao Congresso pedindo a rejeição do projeto.
Para a Unaids, a proposta pode representar um retrocesso. "Não há evidências de que a criminalização da transmissão do HIV traga vantagens ou benefícios para a saúde pública. Vários estudos sugerem o contrário: que a criminalização da transmissão do vírus da Aids é incapaz de conduzir as pessoas a mudanças de comportamento e tampouco de promover justiça criminal ou impedir a transmissão do HIV", diz o texto.
Ainda segundo o programa, o Código Penal já prevê punições em caso de transmissão sem consentimento, "o que traria mais uma legislação, além de desnecessária".
O documento sustenta ainda que "a criminalização desconsidera o avanço da ciência em relação ao HIV" e estudos que demonstram que tratamento antirretroviral pode reduzir até em 96% as chances de uma pessoa transmitir o vírus.
"Uma vez sob a ameaça de ser considerada criminosa e de ser presa, a pessoa tende a fugir dos serviços de saúde, evitando o teste para o HIV, iniciando o tratamento em um estágio muito avançado da infecção e, portanto, tornando-se potencialmente mais propensa a transmitir o vírus de forma involuntária", completou a nota.
Dados do Ministério da Saúde mostram que, ao mesmo tempo em que a epidemia de Aids está estabilizada no país, há um crescimento na incidência de HIV na população mais jovem, entre 15 e 24 anos.
Em 2004, foram notificados 9,6 casos por 100 mil habitantes nesse grupo específico. No ano passado, essa proporção chegou a 12,7, o que corresponde a um aumento de 32,3% no período. 
 


Médicos alertam para os riscos do consumo de maconha
02/04/2015 - Folha de S.Paulo

Fumar maconha, além de prejudicar o desenvolvimento cerebral em jovens, aumenta o risco de desenvolver doenças mentais, como esquizofrenia e depressão, segundo médicos ouvidos pela Folha.
"Um adolescente que fuma um cigarro de maconha por dia tem uma chance três vezes maior de desenvolver psicose", diz Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria.
"Não existe maconha medicinal. O que existe é a possibilidade de sintetizar uma droga à base da maconha, o que é bem diferente", diz, referindo-se ao canabidiol.
"O problema é a visão da maconha como um produto", diz a psiquiatra e presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas, Ana Cecília Marques.
"Vemos a maconha sendo propagandeada como algo que não causa problemas e até que serve como remédio. Há muitas empresas de olho no mercado que pode surgir."
Para os médicos, legalizar a maconha traria efeitos como o aumento do consumo.
"Um médico só defende a legalização de maconha se tem interesses por trás", diz Silva. "Pra mim, é até bom, porque enche o consultório."
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a erva pode ainda prejudicar a performance motora e provocar dependência química e doenças pulmonares. 
 
 


Bairros da capital terão 4 'máquinas expressas' para teste da doença
02/04/2015 - Folha de S.Paulo

A Prefeitura de São Paulo vai instalar na próxima segunda-feira (6), na zona norte, quatro máquinas de exame rápido de sangue. A intenção é evitar o agravamento do diagnóstico de pacientes com dengue ou suspeita na região que concentra 47,5% dos casos confirmados na cidade.
Conhecidos como "Point of Care" (Ponto de Cuidados), os aparelhos informam em cinco minutos, por exemplo, o número de plaquetas dos pacientes (as células que evitam a perda de sangue).
Caso seja detectada uma queda nesse número, o paciente será encaminhado para um tratamento intensivo, pois esse é um dos sintomas da dengue hemorrágica --variação mais grave da doença-- e que pode levar à morte.
Para o exame na máquina, é necessário só uma gota de sangue do dedo do paciente.
Dois desses aparelhos serão instalados em prontos-socorros e outros dois em UBSs (Unidade Básica de Saúde).
Esta será a primeira vez que a prefeitura usará esse tipo de aparelho na cidade.
A Secretaria Municipal da Saúde, porém, não informou em quais unidades as máquinas serão instaladas.

VISITAS BARRADAS

A Folha acompanhou nesta quarta-feira (1º) a visita de um grupo de 30 agentes de zoonoses a casas na Brasilândia, na zona norte da capital.
Em dois dos primeiros 75 imóveis visitados, os moradores impediram que eles entrassem para combater focos do mosquito transmissor e informar dicas de prevenção.
Segundo os agentes, outra barreira no combate à doença são os terrenos baldios.
"Há muitos focos do mosquito nesses locais por causa do acúmulo de entulho, mas, pela lei, não podemos entrar", diz o agente Eliseu Dias.
Um desses terrenos fica ao lado da casa da professora Viviana Alves dos Santos Araújo, 29, que está com sintomas de dengue. O mato já superou o muro e chega a invadir parte do quintal da casa.
"A última vez que ele foi limpo foi há dois anos, quando meu pai pagou para tirarem o entulho", disse.
"Eu mantenho minha casa sem nenhum foco, mas tem gente que não faz o mesmo. Por isso, estou há uma semana sem trabalhar com dores no corpo e febre", completa.
 


Em 3 meses, mortes por dengue em SP já superam total de 2014
02/04/2015 - Folha de S.Paulo
O Estado de São Paulo ultrapassou, nos primeiros três meses deste ano, a quantidade de mortes por dengue registrada em 2014 inteiro.
Levantamento feito pela Folha nos 60 municípios paulistas que mais somam notificações da doença aponta que já existem pelo menos 92 mortes confirmadas --contra um total de 90 entre janeiro e dezembro do ano passado.
O último número de vítimas divulgado até então pela Secretaria da Saúde do governo Geraldo Alckmin (PSDB) --que recebe dados das prefeituras, mas com atraso-- indicava, na semana passada, 70 mortes por dengue na soma das 645 cidades paulistas.
Além de ter superado 2014, os dados apontam que a expansão da doença neste ano corre o risco de bater recordes em mais de duas décadas em São Paulo.
A soma de mortes no Estado também é a maior desde 2010, de acordo com relatório do Ministério da Saúde. Naquele ano, houve 141 óbitos, maior número desde 1990.
Segundo a pasta e especialistas em epidemiologia, por razões climáticas e pelo comportamento do mosquito causador da doença, o pico da dengue em São Paulo deve ser apenas em maio. Depois disso, com temperaturas provavelmente mais baixas e menos chuva, os índices de infestação devem ceder.
Uma vacina capaz de combater os quatro tipos de vírus da dengue está em teste, mas só deve ficar pronta em 2016.
Especialistas apontam que ainda não há explicação clara para a evolução da doença, mas citam vários fatores que podem ter contribuído.
Por exemplo, a epidemia em cidades com população pouco imune (por não haver registro de dengue em anos anteriores) e a crise hídrica (por incentivar armazenamento de água nas casas).

CASOS SUSPEITOS

Além das 92 mortes confirmadas, há pelos menos mais 54 nos municípios consultados pela Folha sob suspeita de dengue sendo analisadas em laboratório.
O levantamento mostra que os casos estão espalhados por diversas regiões.
O município com mais mortes é Catanduva (a 385 km a noroeste de SP), com 18, seguida por Itapira (a 164 km de SP), com 9, e Penápolis (a 479 km a noroeste de SP), com 8.
Prefeituras de 15 cidades confirmaram uma morte.
Em geral, as vítimas são pessoas dos "extremos" de idade: ou muito novas ou muito idosas e com outras complicações de saúde.
A Prefeitura de Catanduva, que soma 10.806 notificações da doença no trimestre, avalia que a situação mais crítica de contaminação já passou e que a dengue está arrefecendo no município.
A velocidade com que os casos confirmados estão se espalhando por São Paulo -- mesmo sem terem resultado em morte-- também chama a atenção das autoridades de saúde. O Estado concentra metade dos registros do país.
No primeiro trimestre, eles já chegam a 51% do total de 2014: 100.100 contra 196.185, pelo último relatório do Centro de Vigilância Epidemiológica, de 26 de março.
No comparativo dos trimestres, há aumento de confirmações neste ano de 117%.
Na capital paulista, que tem três mortes e 21.783 notificações (casos sob suspeita) da doença, a prefeitura resolveu instalar tendas de atendimento ao público nos pontos com maior incidência, como a zona norte. 
 


 



 

Icone do VLibras Widget. Conteúdo acessível em libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro ou Hozana.