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CLIPPING 30/03/2015

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

Medicamentos

Pesquisa e Desenvolvimento

Saúde


Medicamentos

 

Avanço da dengue cria corrida por repelentes em SP
28/03/2015 - Folha de S.Paulo

O lote de frascos chega e se esgota antes de ser colocado nas prateleiras. Em algumas farmácias, há até fila de espera com nomes de clientes que aguardam pelo produto, principalmente o infantil.
Os casos crescentes de dengue (já são 70 mortes neste ano no Estado) têm acirrado a busca por repelentes de mosquito em São Paulo. Quem tem sorte de achá-los compra vários de uma só vez.
A reportagem da Folha ligou para dez farmácias nesta sexta-feira (27), em diferentes regiões da cidade, e todas informaram que não têm o produto infantil e que não há previsão de quando vão receber essa mercadoria.
Na farmácia Iguatemi, no shopping de mesmo nome na zona oeste, há uma "lista de espera com mais de cem nomes", informa o atendente.
A marca Exposis, do laboratório Osler, é a mais procurada, já que contém icaridina, um componente que ajuda a espantar o mosquito por um período de dez horas.
Ralcyon Teixeira, médico infectologista do Hospital Emílio Ribas, explica que há outros produtos no mercado que podem ser usados para combater o Aedes aegypti.
Um deles é o OFF, da Johnson, que é à base de DEET (dietil-toluamida). "Os outros também são eficientes, só que precisam ser reaplicados mais vezes", afirma.
A advogada Alexandra Musa, 42, já perdeu as contas de quantas farmácias percorreu atrás do Exposis infantil. Mãe de três crianças, ela tem recorrido à irmã, que mora em Porto Alegre (RS).
"Ela compra e me manda pelo Correio. Lá o produto não está em falta", afirma Alexandra, mãe dos gêmeos Gabriel e Giovana, 4, e de João Vitor, 2, que costumam levar o frasco para a escola.
No início do mês, reportagem da Folha mostrou que escolas têm pedido para os pais enviarem o repelente na mochila das crianças.
Apesar de o produto ser recomendado somente para crianças com mais de dois anos, a psicóloga Rachel Merino, 35, passa o repelente nas roupas da filha Cora, 1.
"Uso com muita parcimônia pois sei que, se acabar, não vou encontrar mais."

ALTERNATIVAS

Pais que já ficaram sem o produto infantil recorreram ao de adultos. "Por desespero, já usei o de adulto. Prefiro não arriscar. Tenho medo de pegarem dengue", disse a analista administrativa Juliana Biancalana, 34, mãe de Lyz, 4, e Matheo, 1.
Segundo a pediatra Evelin Nadalutti, da Santa Casa de São Paulo, o produto de adulto nunca deve ser usado em crianças. "A composição é diferente, e a pele absorve. É a mesma coisa que dar um antibiótico de adulto para o filho porque não encontrou o de criança na farmácia."
Como o produto é forte, ela diz que os pais devem passá-lo apenas uma vez por dia. A reaplicação só deve ser feita se a criança estiver em lugares mais expostos, como parques. Para bebês com menos de dois anos, ela recomenda utilizar o hidratante infantil com a adição de duas ampolas de complexo B.
"Aumentamos a produção em oito vezes, mas a demanda tem sido 15 vezes maior", disse o diretor-geral do laboratório Osler, Paulo Guerra.

ESTOQUE

No bairro de Pinheiros, na zona oeste da capital, a dermatologista Renata Dinato, 37, fez um verdadeiro estoque em seu apartamento, quando encontrou os frascos na farmácia na vizinhança.
"Ao todo, tenho 15 frascos", disse a mãe das meninas Maria Eduarda, 4, e Maria Fernanda, 2.



Mercado cresceu mais a partir de 2000
30/03/2015 - Valor Econômico


O ano 2000 é um marco para o mercado de farmácias de manipulação. Marca a criação de uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), exclusivamente voltada ao setor magistral.
Com isso, os médicos passaram a prescrever remédios usando o nome do princípio ativo no lugar da marca, permitindo que as farmácias de manipulação aviassem os medicamentos. A partir daí houve um movimento considerável de abertura de novos negócios, entre farmácias de manipulação alopáticas e homeopáticas, além das drogarias, que passaram a implantar laboratórios de manipulação em algumas de suas unidades, aumentando a concorrência.
Muitas empresas nascidas no início dos anos 2000 não sobreviveram, outras, ao contrário, cresceram e começaram a compor pequenas redes e há quem tenha adotado o sistema de franquias e partido para a conversão de bandeiras das pequenas unidades espalhadas pelo país.
"Um dos maiores desafios de quem quer investir no setor é se adequar às mais de 200 exigências normativas impostas às farmácias de manipulação, pelos mais diversos órgãos, como Anvisa, Vigilância Sanitária, Conselho Federal e Regional de Farmácia, para citar apenas alguns", afirma o advogado Milton Ferreira de Mello, sócio do escritório Ferreira de Mello, Neves e Vaccari.
Há, ainda, uma imposição legal que, visando dar maior confiabilidade e credibilidade ao segmento, exige a presença de pelo menos um profissional responsável, devidamente credenciado pelo conselho competente, que deve permanecer na farmácia durante todo o horário de funcionamento.
Mello destaca que é de autoria da Anvisa a decretação das normas de exigências técnicas por meio de resoluções, como a RDC 67, de outubro de 2007, que dispõe sobre boas práticas de manipulação de preparos magistrais e laboratórios para uso humano em farmácias.
Já o registro de produtos fabricados é uma atribuição do Ministério da Saúde, que pode suspender a liberação a qualquer momento, como medida de segurança, caso a fabricação ou os produtos se tornem suspeitos de serem nocivos à saúde. Além disso, as farmácias devem contar com um laboratório de controle de qualidade, capacitado para realizar os testes de avaliação do processo e da preparação manipulada, e, também, das matérias-primas usadas, garantindo sua procedência por meio de laudos e análises.
O rigor da legislação, embora seja valorizado pelos próprios donos de farmácia de manipulação e pelo consumidor, às vezes, funciona como uma pedra no caminho dos empreendedores. "A Anvisa não permite, por exemplo, que façamos sachês com vitaminas, porque sachê é classificado como alimento, assim como não nos permite trabalhar com chocolate", afirma Rosélis Aparecida Lopes, segunda geração no comando da Roselis Farmácia de Manipulação, fundada há 52 anos, em São Paulo.
Segundo ela, muitos novos produtos poderiam ser oferecidos ao consumidor, principalmente, à terceira idade, se houvesse maior flexibilização na linha do que é remédio e do que é alimento. Com uma média de 120 fórmulas preparadas por dia, a farmácia soma um faturamento médio anual de R$ 1,6 milhão, tendo como foco principal consumidores acima de 60 anos.
Para Renato Tamarozzi, diretor-executivo da Associação Brasileira do Comércio Farmacêutico- ABCFarma, a questão tributária também pesou nos últimos anos sobre as empresas do ramo. "Havia muita discussão sobre se farmácia de manipulação era um serviço ou circulação de mercadoria", lembra. "A chegada do Simples ajudou a resolver a questão, diminuindo o risco de o estabelecimento ser autuado pelo município."



Crise eleva as vendas de medicamento para ansiedade
30/03/2015 - Valor Econômico


No total, segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), são 68 mil farmácias no país, 12 mil delas integrantes de redes que respondem por 55% do mercado; os outros 45% abrigam cerca de 56 mil farmácias pulverizadas, mais de 10% no segmento de manipulação.
Embora o comportamento do consumidor tenha mudado nos últimos anos e a busca por uma medicação mais personalizada tenha crescido, aumentar o faturamento não é tarefa das mais fáceis. Muitas vezes, o empurrãozinho vem do próprio momento pelo qual o país atravessa. "De janeiro a março tivemos um aumento de 20% na venda de medicamentos para ansiedade", revela Roger Marcondes, dona da Phitofarma. "Era melhor que este aumento viesse de produtos para cuidados com a pele e os cabelos, mas na saúde é assim, quanto mais o país piora, mais doente as pessoas ficam."
As estratégias para melhorar o desempenho, contudo, nascem de uma gestão mais qualificada e de um novo olhar sobre o negócio farmácia de manipulação - menos artesanal e mais profissional. "As necessidades da população vem mudando, como a adoção de medicamentos de uso contínuo por períodos mais longos, por conta do envelhecimento e busca de qualidade de vida e mais informações por parte do consumidor. Em decorrência do novo panorama, as farmácias têm de ser rápidas para enxergar e entender esses movimentos de mercado", afirma Marcelo Sinelli, consultor do Sebrae-SP. "Cada vez mais é essencial conhecer o cliente de perto e segmentar suas ações de marketing."
Neste novo cenário, o que antes era rotina apenas para os grandes laboratórios, agora virou instrumento também das farmácias de manipulação, em busca de fidelização da clientela e expansão da área de atuação. A Farmácia Artesanal, de Goiânia, por exemplo, conta com cerca de 30 produtos manipulados de marca própria em linha e uma equipe de 12 representantes, que visitam mais de 1.500 médicos por mês. A Phitofarma conta na carteira com 70 empresas conveniadas, entre elas, a TAM, que contribuem para garantir o movimento, além de equipes regionais que visitam com frequência hospitais, clínicas e consultórios. "Os médicos precisam conhecer nossa marca e nossos produtos", afirma Marcondes, salientando que a rede de 41 lojas, realiza uma média de 14 mil visitas por ano a prospects.
Pela visão dos médicos, a aproximação com as farmácias de manipulação tem auxiliado no melhor entendimento das demandas e na troca de informações entre o que o médico espera de resposta no tratamento e como o paciente responde. "Cada pessoa é única, revela um comportamento diferenciado em relação à medicação", afirma o Dr. João Eduardo Salles, endocrinologista e professor assistente da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo. "A manipulação nos permite ajustar as dosagens, sem desperdício de material e de dinheiro."
Com 25 anos de mercado e duas unidades em Campinas, a Fórmula &Cia foi a primeira empresa do setor na região a contar com troca total do ar de seu laboratório a cada seis minutos. De lá saem cerca de 5.500 fórmulas por mês.
Para fidelizar a clientela e garantir maior integração com a comunidade onde está inserida, a farmácia foi a primeira do município a implementar um Plano de Gerenciamento de Resíduos e Serviços de Saúde, que permite o descarte em recipientes específicos de todos os resíduos e análises. Paralelamente, lançou a campanha "Remédio Vencido não vai para o Lixo", que incentiva a comunidade a descartar seus medicamentos de forma correta.
"De 2007 para cá foram recolhidos 2.600 quilos, cada tonelada de medicamento incinerado significa 1 kg de medicamento vencido não contaminando os mananciais", afirma Marcos Ebert.



Pancada no setor
30/03/2015 - IstoÉ Dinheiro


0 segmento de distribuição farmacêutica e de cosméticos está reclamando das últimas medidas adotadas fiscais pelo governo, que deve diminuir o ritmo de crescimento do setor. De acordo com o diretor executivo da entidade da área. o Sincamesp. Erivelton Mastellaro o aumento dos combustíveis, a elevação de impostos sobre a folha de pagamento, e ainda a alta de impostos sobre cosméticos e perfumaria, vão pesar nos resultados. "No ano passado, conseguimos crescer 10% com muito esforço", afirma. "Em 2015. os dois dígitos não devem ^ ser alcançados".




Pesquisa e Desenvolvimento

 


Transplante cruzado de rins ocorre na Argentina
30/03/2015 - O Estado de S.Paulo


Quatro pacientes se recuperavam bem ontem de transplantes cruzados de rim, resultado de duas operações simultâneas feitas na noite de sábado em Buenos Aires.O caso é inédito na América Latina.
Na Argentina, ainda chamou a atenção porque um dos dois receptores de um órgão saudável é o jornalista Jorge Lanata, autor de algumas das principais investigações contra a presidente Cristina Kirchner. A mulher de Lanata se dispôs a doar o rim a um jovem chamado Ignacio (cuja identidade foi preservada),que a exemplo do jornalista tinha insuficiência renal.
Em troca, a mãe do jovem doou um rim saudável a Lanata.
Marido e mulher eram incompatíveis, assim como mãe e filho.
“De seis itens que medem a compatibilidade, eu tinha com Ignacio uma associação perfeita em cinco, o que é raro”, afirmou a mulher do jornalista, a artista plástica Sara Stewart Brown.
Antes da operação, ojornalista gravou um vídeo em que diz que não houve privilégio por ser figura pública. “Estava em uma lista de receptores, que incluía a busca entre doadores mortos. Apareceu essa família com compatibilidade, que aceitou o transplante cruzado. Todosganham”,salientouojornalista, que tem outros fatores de risco. É fumante, tem excesso de peso e problemas nas coronárias,razão pela qual recebeu cinco stents. Paciente diabético considerado de alto risco,Lanata passava três vezes por semana por hemodiálise. Para concretizar as operações, além de um contrato, houve aval de Ministério Público, Justiça e Instituto de Transplantes.
Brasil. O procedimento ocorreu pela primeira vez em 1986 nos Estados Unidos e há registros na Espanha, no Canadá, na Grã-Bretanha, na Austrália e na Turquia. Segundo Elias David Neto, do Conselho da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), nunca foi realizado no País. “Pelo que tenho informação é mesmo o primeiro caso da América Latina.”



Ressurge a cirurgia na tuberculose
28/03/2015 - Folha de S.Paulo


Com as avançadas técnicas atuais, a cirurgia em portadores de tuberculose resistente é um tratamento alternativo seguro quando bem indicado, segundo Nivaldo C. Bachichi, chefe do serviço de cirurgia torácica do Complexo Hospitalar do Mandaqui, da Secretaria da Saúde do Estado.
A cirurgia na tuberculose era o tratamento, há mais de 60 anos, quando ainda não existiam os atuais remédios.
Para Bachichi, o tratamento cirúrgico adjuvante pode ser indicado a pacientes com infecção localizada em um lobo pulmonar e nesse caso a cura pode chegar a 98%.
Nos casos graves de cepas do bacilo de Koch resistentes ao tratamento clínico, tem sido observada a cura pela cirurgia quando outros métodos foram ineficazes.
A maioria dos doentes é tratada com drogas que oferecem alta taxa de sucesso em esquemas de curta duração, segundo a pneumologista e tisiologista Márcia Telma Guimarães Savioli, da Unifesp.
Entretanto, explica, um tratamento irregular e inadequado permite o surgimento da tuberculose resistente. A baixa eficácia do tratamento quimioterápico decorre da reduzida efetividade das drogas pela presença de cavidades e áreas de destruição pulmonar que albergam bacilos e dificultam o acesso da medicação.
Segundo dados recentes da Organização Mundial da Saúde, em 2013 nove milhões de pessoas no mundo contraíram a doença, com 1,5 milhão de mortes; 480 mil desenvolveram o bacilo resistente ao tratamento clínico.



A arte e a medicina das bactérias
29/03/2015 - Folha de S.Paulo


"Há mais bactérias em nossos corpos do que estrelas em nossa galáxia", filosofa Tal Danino, 32, bioengenheiro americano do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Ele fez desses micro-organismos sua fonte de inspiração pelos últimos dez anos, seja para tratar câncer ou fazer arte.
Primeiro, o câncer: sua pesquisa mais recente mostra como uma bactéria geneticamente modificada e administrada via oral é capaz de detectar câncer de fígado -mudando a cor da urina- e até diminuir o tamanho do tumor.
"Hoje em dia, podemos programar bactérias da mesma forma como fazemos com computadores -podemos escrever e imprimir DNA", disse Danino. As bactérias que ele programou produzem uma proteína fluorescente, criando o que ele apelidou de "supernova", devido à explosão de cores.
Na nova plataforma para diagnosticar câncer, utilizada com sucesso em ratos de laboratório, Danino e sua equipe do MIT usaram probióticos E. Coli da cepa nissle 1917 (EcN) para encontrar metástases de câncer em até 24 horas, colonizar esses tumores e produzir enzimas que mudam a cor da urina.
"Descobrimos que a bactéria cresce dentro do câncer de fígado, talvez por haver uma grande quantidade de sangue que vem do intestino para o fígado", diz Danino à Folha.
"Como o sistema imunológico não tem acesso ao tumor, significa que a bactéria pode se esconder lá e crescer rapidamente, produzindo moléculas que mudam a cor da urina do paciente."
No caso, o xixi da pessoa com câncer fica cor-de-rosa.
Em outro experimento, o tumor atingido pelas bactérias chegou a encolher -mas esse fenômeno ainda precisa ser melhor estudado pelos cientistas e está longe de se tornar uma técnica médica.
"É uma tecnologia muito poderosa. A principal vantagem é que a bactéria vai especificamente para o tumor. A quimioterapia, por exemplo, vai para todos os lugares do corpo, ataca todas as células que crescem rapidamente, como as do intestino e do seu cabelo."
O MIT tem as patentes das bactérias mutantes. Estima-se que tornar as drogas comercializáveis para humanos tomará ao menos dez anos e US$ 1 bilhão.

BACTÉRIAS NO PRATO

Enquanto esse dia não chega, Danino vai ampliando sua produção em outro campo: as artes visuais.
A responsabilidade por isso é em boa medida do artista brasileiro Vik Muniz.
Eles se conheceram no próprio MIT, quando Muniz procurava maneiras de fazer arte com cientistas.
A parceria com Danino rendeu a série "Colonies", fotografias maximizadas de bactérias e células de câncer, expostas em diversas cidades, incluindo São Paulo em 2014, na galeria Nara Roesler.
Neste ano, os dois criaram pratos para a firma francesa de porcelana Bernardaud. O jogo com sete pratos, um deles com uma imagem ampliada da bactéria Salmonella, custa US$ 550.
"Fazer arte com câncer pode parecer uma ideia maluca, é uma palavra assustadora", disse Danino, que tem uma irmã que sofreu da doença. "Mas queríamos dar um tipo de perspectiva, ser otimista com o futuro das pesquisas de câncer, com as novas tecnologias."




Quanto antes, melhor
30/03/2015 - Carta Capital


O câncer de pulmão é a variedade da doença que mais mata no mundo. E preciso traçar estratégias para enfrentá-lo
Anualmente, mais de 1,5 milhão de mortes ao redor do mundo são causadas por câncer de pui mão, segundo estimativas recentes da Organização Mundial da Saúde. Esse continua sendo o câncer mais agressivo, que mais causa mortes, tanto em homens quanto em mulheres. Com essas devastadoras estatísticas, e com a observação em todos os centros médicos do mundo de que a maioria absoluta dos doentes chega ao diagnóstico de câncer de pulmão em fases muito avançadas, de difícil controle e de limitadas chances de viverpor longo período, as autoridades de saúde e os especialistas realizaram vários estudos para melhor compreender e diminuir os riscos de as pessoas morrerem em decorrência desse tumor.
Um editorial recente da revista Lancet alerta para a necessidade de se traçar uma estratégia clara para controlara mortalidade devida ao câncer de pulmão. Sem dúvida, a prevenção continua sendo o pilar central, com a restrição cada vez maior para o tabagismo em locais públicos. O exemplo mais recente está sendo implantado no Reino Unido, que, por sinal, iniciou muito tard iamente sua proibição do fumo em locais públicos, notadamente nos pubs. Os legisladores estão introduzindo leis para probir o fumo nos carros.
O impacto das restrições aos fumantes é imenso. Dados do Instituto Nacional do Câncer (I nca), no Rio de Janeiro, mostram que as leis antifumo no Brasil ajudaram a reduzir drasticamente o número de fumantes a menos da metade, se comparados com algumas décadas atrás. Infelizmente, entre parar de fumar e a redução da incidência de tumores de pulmão, podem se passar de duas a três décadas.
Estudos comprovaram aeficiênciada tomografiacomputadorizada em diagnos-ticar, em fase muito precoce, nódulos no pulmão em fumantes crônicos, muito antes de produzirem qualquer sintoma. As chances de resolução total da doença nessa fase são, geralmente, mu ito elevadas, alcançando níveis superiores a 80% dos casos. Recentemente, estão sendo introduzidos testes do ar expirado, soprado dentro de um tipo de " bafômetro", que analisa e detecta moléculas produzidas pelas células cancerosas. A eficácia desse tipo de teste pode tornar mais acessível e prático o d iagnóstico precoce de câncer de pulmão.
Ao sesuspeitarde um tumorde pulmão, os médicos têm pouco tempo para avaliar o tipo exato e a extensão da doença, para depois instituir o tratamento adequado rapidamente. Novamente, existem regiões do mundo, e no Brasil isso é patente, onde a população tem demora excessiva entre diagnóstico e início do tratamento, muitas vezes com avanço ainda maior da doença e disseminação metastática pelo corpo. Um estudo recente também demonstrou que o uso mais difundido de exames específicos de endoscopia pulmonar, chamadabroncoscopia, com biópsias dirigidas por ultrassom, reduz drasticamente o tempo para o estabeleci mento do tratamento eficaz.
Juntamos nossa voz a esse editorial da revista Lancet para alertar nossas autoridades de saúde, em todos os governos, para a necessidade de intervir, de forma efetiva e por todos os meios conhecidos, para reduzir o número assustador de mortes por câncer de pulmão no Brasil. Da prevenção ao diagnóstico e ao tratamento. Como o editorial enfatiza, na luta contra o câncer de pulmão, a velocidade ganha o dia. 



Saúde

 

 

Em crise, Unimed-Rio avalia venda de ativos
28/03/2015 - O Globo


A Unimed Rio vai publicar seu balanço de 2014 na terça-feira, dia 31. É um primeiro passo para atravessar o ano sob intervenção do governo e recuperar o equilíbrio financeiro. A apresentação do resultado até o fim do mês foi acordada com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em novembro, como parte de um plano de ajuste baseado em corte de custos. Com prejuízo de R$ 90 milhões, a cooperativa poderá usar patrimônio próprio para reequilibrar suas contas.
— A venda de ativos é uma alternativa, há até interesse de fundos na compra do hospital da Barra, avaliado em R$ 650 milhões, mas, alternativamente, estamos reestruturando a gestão dessa unidade para que ela dê retorno satisfatório à cooperativa — diz Mozart de Oliveira, superintendente de Atenção à Saúde da Unimed-Rio.
A crise na cooperativa se arrasta desde o ano passado, quando a operadora atrasou pagamentos de médicos e hospitais e, em consequência disso, os segurados tiveram atendimento negado em alguns casos. Na lista de explicações para as dificuldades financeiras, a Unimed-Rio cita a economia fraca, a alta dos custos médicos muito acima das receitas e alguns problemas de gestão.
— A Unimed Rio tem condição de sair da intervenção. É uma das maiores operadoras do país. E há patrimônio para equacionar o déficit — diz Lígia Bahia, professora do Instituto de Saúde Coletiva da UFRJ. — A situação se agravou por conta do modelo de gestão. Hoje, é preciso ter foco em saúde e prevenção, criar outros métodos de remuneração de cooperados.

CINCO GRANDES SOB INTERVENÇÃO

Após a publicação do balanço de 2014, será marcada nova assembleia para apresentação e aprovação dos resultados. Na mesma data, será definida a forma de compensação do prejuízo e o rateio entre os cooperados. Isso deveria ter ocorrido na assembleia do último dia 10, que acabou suspensa.
Cinco operadoras de grande porte estão sob direção fiscal hoje, segundo a ANS. Desde janeiro de 2013, 154 empresas passaram por intervenção e 64 permanecem no processo.
Metade das grandes operadoras que passaram por direção fiscal se recuperou. A ANS, porém, diz que essa estatística não deve influenciar a percepção do consumidor, pois cada empresa tem uma forma de equacionar suas dificuldades.
— A direção fiscal aponta as condições reais da empresa. As penalidades vão de suspensão à alienação de carteira. Mas o cliente está 100% protegido pela lei — diz o advogado Ricardo Varejão, do escritório Queiroz Cavalcanti, de Pernambuco.
Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste, ressalta que os conveniados não podem ser afetados mais do que estão hoje. Ela aconselha que os conveniados mantenham seus planos de saúde:
— Não digo que problemas não vão continuar. Mas aqueles que não forem atendidos ou não obtiverem autorização para exames ou internações, devem procurar a Unimed e a ANS.
Para aqueles que estiverem insatisfeitos, a portabilidade pode ser a saída. Mas a Proteste recomenda avaliar bem as condições contratuais, preços e rede credenciada.



Vai e vem: A Associação Brasileira de Medicina de Grupo
30/03/2015 - DCI


A Associação Brasileira de Medicina de Grupo anunciou Cyro de Britto Filho como novo presidente, substituindo Arlindo de Almeida que conduziu a entidade por 26 anos. Britto já foi presidente da Abramge-SP, de 2008 a 2011 e ocupava, desde então, a presidência do Sindicato Nacional das Empresas de Medicina de Grupo (Sinamge). O executivo é neurocirurgião, chefe do Serviço de Neurocirurgia do Hospital Policlin.



Câncer na adolescência desafia especialistas
29/03/2015 - O Estado de S.Paulo


A descoberta de um câncer durante a adolescência não é um desafio apenas para o jovem e sua família. Para os profissionais da oncologia, da pediatria e da psicologia, o aparecimento da doença nesta fase da vida causa uma série de debates em relação à abordagem feita com os pacientes e à estrutura dos hospitais.
“A maioria dos lugares está preparada para crianças ou adultos. Os adolescentes têm especificidades, rebeldias, dúvidas e um grupo próprio. Não querem se sentir como uma criança”, explica Sidnei Epelman, diretor do Departamento de Oncologia Pediátrica do Hospital Santa Marcelina e presidente da Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer (Tucca). No local, há lan house e atividades especiais para os jovens.
Epelman também é editor do livro Oncologia no Adolescente (Editora Atheneu), que será lançado em 8 de abril, quando é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Câncer. A proposta da publicação é fazer um recorte sobre a incidência da doença na faixa dos 15 aos 19 anos. As análises dos casos normalmente se concentram na faixa entre 0 e 19 anos, de modo que crianças e adolescentes integram o mesmo grupo nas estatísticas.
“Os adolescentes costumam ter um diagnóstico mais tardio, porque não acreditam nos sintomas ou escondem.” De acordo com o especialista, 97% dos casos de câncer acontecem em adultos. Na faixa dos 15 aos 19 anos, a incidência da doença é 50% maior do que em pessoas com menos de 15 anos. Os tipos mais comuns são os linfomas de Hodgkin e não Hodgkin e os tumores ósseos.
Adaptação. Em tratamento desde setembro do ano passado, o ajudante-geral Weverton Peschiera Florencio, de 19 anos, tem uma saudade: jogar futebol. Foi durante uma partida que ele machucou o tornozelo esquerdo e, após dias sentindo dores, acabou sendo diagnosticado com um tumor ósseo. “Continuo fazendo o que sempre fiz. Saio com os meus amigos, vou ao shopping. Não desanimei.”
A família do jovem está presente em todo o processo. “Foi um choque, mexeu com a família inteira. Parei de fumar quando o vi em uma maca e também raspei minha cabeça quando ele ficou sem os cabelos”, conta o pai do jovem, o serralheiro Adalberto Florencio, de 54 anos.
Também diagnosticada com um tumor ósseo, a estudante Josiane dos Santos Silva, de 18 anos, fez anteontem a sua penúltima sessão de quimioterapia. A doença se manifestou quando ela estava grávida, e a jovem recebeu o diagnóstico três meses depois do parto. “Meu joelho inchava, eu andava de cadeira de rodas. Agora, estou usando as muletas, mas consigo andar sem elas.”
Josiane afirma que sempre foi caseira, mas que não abre mão de manter o visual em dia. “Eu sou vaidosa. Gosto muito de me maquiar.”
Superintendente médico do Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (Graacc), Sergio Petrilli diz que a abordagem com o adolescente tem de ser transparente. “A receita é falar a verdade e informar, aos poucos, o que acontece com ele. E fechar um contrato de dedicação para superar todas as adversidades.”
De acordo com Petrilli, atualmente, existe uma chance de cura de 70% dos cânceres. “Mas a principal condição para aumentar a sobrevida é tratar em hospitais especializados e com uma equipe multidisciplinar.”
Integrante da Associação Paulista de Terapia Familiar, a terapeuta Miriam Barros afirma que não só o adolescente precisa de atendimento psicológico, mas todos os familiares. “A adolescência é uma fase intensa. É importante que a família esteja preparada para acolher esse jovem, que precisa de apoio. Ela tem de fazer suas atividades sem superproteção.”
Miriam explica ainda que o adolescente aprende a criar mecanismos para enfrentar os medos e superar as dificuldades do tratamento.




Proteção ao alcance das suas mãos
29/03/2015 - O Estado de S.Paulo


Nas últimas semanas, ganhou espaço na mídia a história de alguns indivíduos ou grupos, "os carimbadores", que estariam deliberadamente transmitindo o HIV, o vírus causador da aids, por via sexual, para outras pessoas. Basicamente "carimbar" seria contaminar intencionalmente alguém que não deseja.
A história lembrou um pouco as festas de conversão (convertion parties) que foram notícia nos EUA há alguns anos. Nelas, pessoas soropositivas faziam sexo sem proteção com outras que queriam, voluntariamente, se contaminar. Quando alguém se infectava, a conversão sorológica era comemorada. As causas desse fenômeno são múltiplas e complexas, mas o movimento foi considerado, por muitos, como uma rejeição de um determinado grupo às políticas de prevenção trabalhadas há décadas.
Existe uma diferença importante entre os dois exemplos. No caso das festas, haveria o desejo consciente dos frequentadores de se contaminar. Essa seria a razão primordial delas. Já no caso dos carimbadores, haveria uma intenção de alguns em infectar outros que, possivelmente, não queriam se tornar portadores do vírus.
A repercussão sobre os carimbadores aqui, nas últimas semanas, tomou alguns caminhos preocupantes. Sobraram discursos de ódio e preconceito contra os soropositivos, principalmente contra os homens que se contaminaram em relações com outros homens ou com profissionais do sexo, justamente em um momento em que essas populações voltaram a ficar mais vulneráveis à infecção pelo HIV. Dados de pesquisas mostram que a percepção de risco e a adesão à camisinha caíram nesses grupos.
Bom lembrar que, no Brasil, são quase 740 mil portadores do HIV, e cerca de 20% deles desconhecem seu status sorológico. A maioria dessas pessoas se infectou em relações sexuais desprotegidas, em que não havia um desejo ou vontade explícita de se contaminar - e muitos menos de contaminar o parceiro ou parceira. Nesse sentido, os carimbadores e as festas de conversão são absolutas exceções, que merecem uma abordagem específica.
Ao tratar do assunto como se fosse corriqueiro e usual (o que não é verdadeiro), corre-se o risco de fortalecer estigmas contra essas populações, hoje já fragilizadas por preconceitos, violências, exclusão de direitos e que, para piorar, vêm enfrentando grupos conservadores, com motivações religiosas e políticas, que causam impacto em diversos setores da vida.
Como bem lembrou Richard Parker, pesquisador e coordenador da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (Abia), um dos maiores estudiosos da epidemia no Brasil, em artigo recente publicado no site da Agência de Notícias da Aids, criminalizar e penalizar indivíduos por contaminar alguém pode ir totalmente contra os princípios mais básicos das estratégias de prevenção, além de que se corre o risco de ferir questões fundamentais dos direitos humanos.
De alguma forma, quando dois indivíduos adultos, conscientes dos seus atos, decidem que vão fazer sexo sem camisinha, sabem que estão correndo riscos. Ainda mais quando se trata de sexo casual, sem nenhum tipo de vínculo.
Estratégia. Lógico que há pessoas soropositivas que não estão nem aí para os outros. Querem transar sem camisinha, viver seu desejo, podem até sentir um prazer adicional em saber que estão colocando outra pessoa em risco. Há, como em todos os outros grupos sociais, gente com desvios de personalidade que não consegue ter empatia pela dor ou pelo sofrimento do outro. Mas, novamente, eles não são a regra.
Investigar o que está por trás dessa resistência crescente ao uso regular da camisinha e buscar entender por que ignorar ou correr riscos é tão atraente na hora do sexo para tanta gente podem ser estratégias muita mais efetivas do que culpar um ou outro indivíduo. Para isso, é fundamental as pessoas perceberem que a proteção mais eficaz contra o HIV está em suas próprias mãos.



Ministro vê ‘atentado’ ao Mais Médicos
28/03/2015 - O Estado de S.Paulo

 
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmou ontem que a decisão da liderança do PSDB no Senado de propor decreto legislativo para anular convênio que permite a atuação de 11.487 profissionais cubanos no Mais Médicos tem “motivação política” e representa um “atentado contra a população”.Já o líder tucano no Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), disse que o partido não quer acabar com o programa, “mas com a fraude”.
“É lamentável. Na prática, acaba com o Mais Médicos.
Aqueles que diziam nas eleições passadas que não acabariam com o programa agora mostram a sua verdadeira face.” O projeto de decreto foi apresentado por Cunha Lima e pelo também senador e vice-líder do partido, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).
“Questionara relação do Brasil comum a instituição centenária como é a Organização Panamericana de Saúde (Opas),braço da Organização Mundial de Saúde,e tornar nulo o convênio que permite que mais de 11,4 mil médicos cubanos possam atuar na região de floresta, aldeias indígenas, quilombolas, semiárido, nas regiões mais críticas do País,é um atentado contra a população brasileira.Aliás, contra as próprias prefeituras doPSDB,já que65% delas participam do Mais Médicos.” Anteontem, Chioro se reuniu como presidente do Senado,Renan Calheiros (PMDB), e com o vice-presidente, Jorge Viana (PT). “Todo mundo precisa saber o que acontece se esse projeto for aprovado. Creio que não será, porque no Senado há compromisso com a atenção básica.” O ministro afirmou que a aprovação implicaria no fim imediato do contrato com os 11,4 mil médicos cubanos. Segundo Chioro, o Mais Médicos permitiu que 63 milhões de pessoas tivessem acesso a atendimento médico.
Segundo Chioro, médicos brasileiros tiveram prioridade para escolher as primeiras vagas do programa e foram para grandes cidades e capitais. “São mais de 20 nacionalidades. Os cubanos foram os últimos e ficaram nos lugares de difícil acesso, em cidades que nunca tiveram médico.” Crítica. O objetivo do decreto elaborado pelo PSDB é anular o contrato do Brasil com a Opas, sob alegação de que “não se trata de termo de ajuste ou de cooperação técnica, mas de verdadeiro acordo bilateral com o objetivo de transferir dinheiro à ditadura cubana”.
O líder do PSDB no Senado afirmou que o partido “não quer acabar com o Mais Médicos, mas com a fraude”. “É lamentável que se use a Opas como laranja.O que o ministro deve fazer é comparecer à Comissão de Relações Exteriores para esclarecer como um acordo internacional ocorre sem anuência do Congresso. Queremos transparência”, afirmou Cunha Lima.
Partos. O ministro anunciou ontem os 23 hospitais privados e cinco maternidades públicas selecionados para participar do programa Parto Adequado,parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein e o Institute for Healthcare Improvement (IHI), dos EUA. A meta é estimular o parto normal e reduzir cesarianas desnecessárias.
“Queremos melhorar a qualidade e as condições de atendimento para enfrentar uma verdadeira epidemia de parto cesariano no sistema privado.” A taxa de cesáreas é de 84% na rede privada e 40% na saúde pública.



Veja lista de 28 hospitais participantes de projeto de incentivo ao parto normal
28/03/2015 - Folha de S.Paulo


O Ministério da Saúde, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) e o Hospital Israelita Albert Einstein anunciaram nesta sexta-feira a lista de 28 maternidades selecionadas para participar do projeto de incentivo ao parto adequado. Desse total, 23 são da rede particular e cinco pertencentes ao SUS (Sistema Único de Saúde).
Um dos objetivos do projeto é reduzir o número de cesáreas no país, que ultrapassa a marca de 80% na rede privada. No sistema público, essa taxa cai para 40%, mas mesmo assim fica acima da média de 30% verificada em países europeus.
Desenvolvido em parceria com o IHI (Institute for Healthcare Improvement ), o projeto prevê basicamente três modelos de atendimento à grávida em trabalho de parto: 1) pela equipe de plantonistas da maternidade; 2) por enfermeiras obstetras e acompanhante; 3) por uma equipe de médicos que fizeram seu pré-natal.
A implantação desse projeto também prevê a adequação da mão-de-obra dos hospitais, que poderão precisar contratar plantonistas e outros profissionais para atender as grávidas.
A partir da assinatura da parceria, os hospitais selecionados terão 18 meses para se adequar às diretrizes do projeto de incentivo ao parto adequado.
Veja abaixo a lista de hospitais selecionados:

Rede particular

MT – Cuiabá – Fêmina Hospital Infantil e Maternidade Nordeste

BA – Salvador – Hospital Teresa de Lisieux

CE – Fortaleza – Hospital Regional Unimed Fortaleza Norte

PA – Belém – Maternidade do Povo Sudeste

ES – Serra – Vitoria Apart Hospital

ES – Vitória – Hospital Dia e Maternidade Unimed

MG – Belo Horizonte – Hospital Mater Dei

MG – Nova Lima – Nova Lima Hospital Vila da Serra

MG – Pouso Alegre – Hospital e Maternidade Santa Paula

RJ – Duque de Caxias – Hospital Daniel Lipp

RJ – Niterói – Complexo Hospitalar de Niterói

RJ – Rio de Janeiro – Perinatal Barra Casa de Saúde Laranjeiras

RJ – Rio de Janeiro – Casa de Saúde São José

SP – Ribeirão Preto – Maternidade Sinhá Junqueira

SP – Santo André – Hospital e Maternidade Brasil

SP – Santos – Hospital São Lucas de Santos

SP – São Paulo – Hospital Santa Helena

SP – São Paulo – Hospital Nipo Brasileiro

SP – São Paulo – Hospital SEPACO

SP – São Paulo – Hospital da Luz Azevedo Macedo

PR – Curitiba – Hospital da Mulher e Maternidade Nossa Senhora de Fátima

RS – Porto Alegre – Hospital Moinhos de Vento

SC – Joinville – Centro Hospitalar Unimed Joinville

SUS

PA – Belém – Hospital Samaritano Nordeste

CE – Fortaleza – Hospital da Mulher de Fortaleza

CE – Fortaleza – Hospital Cura D’Ars

PE – Recife – Hospital Agamenon Magalhães Sudeste

MG – Uberlândia – Hospital de Clínicas de Uberlândia



Libéria confirma uma morte por ebola após um mês sem infecções no país
28/03/2015 - Folha de S.Paulo


Uma mulher diagnosticada com ebola em 20 de março, na Libéria, após um mês sem infecções no país, morreu nesta sexta-feira (27) —informaram neste sábado (28) autoridades, que notificaram dois outros casos suspeitos.
"A última pessoa diagnosticada com ebola morreu ontem", disse o chefe da unidade de crise nacional contra a doença, Francis Karteh, segundo o qual "não há casos confirmados no país, apenas dois suspeitos".
A fonte acrescentou que está monitorando 80 pessoas que possam ter estado em contato com a doente.
A epidemia de ebola na África ocidental, a pior desde a identificação do vírus em 1976, surgiu em dezembro de 2013 no sul da Guiné e se espalhou para Libéria e Serra Leoa.
De acordo com o último relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgado em 22 de março, o ebola já matou mais de 10.300 pessoas identificadas em 25.000 casos registrados, dos quais 99% estão nestes países. A própria OMS reconhece que há provavelmente mais casos.



RS tem 1ª morte por dengue de sua história
29/03/2015 - Folha de S.Paulo


O Rio Grande do Sul confirmou a primeira morte por dengue da história do Estado. A vítima foi uma mulher de 41 anos moradora de Santo Ângelo (a 436 km de Porto Alegre), que morreu em 22 de março. Na última semana, foram confirmados 66 casos da doença no Estado. A cidade com maior número era Caibaté.



Com medo, morador do interior acha que vírus é contagioso
29/03/2015 - Folha de S.Paulo


Cidade com mais casos de dengue confirmados no Estado de São Paulo (7.489), Sorocaba, a 87 km da capital, tem famílias inteiras doentes.
O cenário de terra arrasada fez com que parentes passassem a crer que foram contaminados uns pelos outros, o que não ocorre. O vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.
"Fui cuidar da minha namorada e acabei pegando", disse o estudante Jhonatan Goes, 18, ardendo em febre num posto de saúde em Nova Sorocaba, na zona norte.
"A turma falou que pega. Será? Morro de medo", interpelou sua mãe, a doméstica Vilma Goes, 36.
Seu outro filho, de 15 anos, e a irmã estão adoentados. Uma colega de trabalho foi parar na UTI. "A gente fica nervoso. Pode matar, né?"
Hospitais e unidades de saúde na cidade dedicam alas inteiras aos pacientes com a doença. Um posto até "decorou" as salas com mosquitos Aedes aegypti de papelão pendurados no teto, além de cartazes sobre os sintomas.
A doença domina as conversas nas unidades de saúde. Moradores discorrem com naturalidade sobre o número de plaquetas, um indicador de dengue hemorrágica.
"Dá um desânimo total, mas tem gente que tem até que se internar. Como um rapaz no posto. A plaqueta dele está 50 [50 mil. O normal é de 150 mil a 400 mil por microlitro de sangue]. A minha, pelo menos, está em 100 [mil]", consolava-se a faxineira Luciane Batista, 37.
Bruna Camargo, 21, desempregada, desabafava. "Na minha família, seis pessoas estão com dengue. Deus está pondo a mão na minha filha."
O operador de empilhadeira Alessandro Santos, 35, contraiu a doença duas vezes em dez dias. A Folha o encontrou em um posto de saúde sem conseguir abrir os olhos.
Sua mulher, Edna Santos, 43, também teve dengue e estava descrente de que poderia evitar novas infestações.
Ela lamentou que não adiantou usar calça nem passar repelente. Auxiliar de enfermagem, Edna cuida de uma idosa que, apesar de ter tido dengue, não adotou medidas para evitar a doença. "E eu tenho que trabalhar, né?", conformou-se.
É recomendável dificultar o contato do mosquito com a pele, usando repelentes e roupas, mas essas medidas não são suficientes, pondera o professor Adriano Mondini, da Unesp em Araraquara
O especialista em dengue afirma que a melhor forma de combater a doença é impedir a formação de criadouros, locais com água parada e suja.
"O aparelho sugador da fêmea do Aedes aegypti tem um tamanho avantajado e há relatos de que pode ultrapassar alguns tipos de tecido", diz.
Mondini explica que oscilações na temperatura corporal são comuns. Deve procurar atendimento a pessoa com mais de 37,8°C, sobretudo se também apresentar dores no corpo e nas articulações.
"Vale lembrar que não existe tratamento específico para a infecção pelo vírus do dengue. A equipe de saúde tentará aliviar apenas os sintomas, além de acompanhar a evolução da doença", diz.
"Ficar atento, repousar e manter-se hidratado são medidas importantes para quem está com dengue. Nem sempre o final dos sintomas pode significar o final da infecção pelo vírus."



Dengue faz morador evitar até visita a parente em SP
29/03/2015 - Folha de S.Paulo


O surto de dengue em São Paulo tirou a população da rotina. Desentendimentos entre vizinhos, famílias separadas, visitas "apavoradas" ao pronto-socorro e roupas de inverno no calor são alguns dos "sintomas sociais" que a doença causou.
Em Sorocaba (SP), são tantos casos que moradores desconfiam, por engano, que a dengue seja contagiosa (leia na pág. C3). No Estado, já são 80.283 casos e 70 mortes. Em todo o ano passado, foram 197 mil casos e 90 mortes. Considerando o país todo, o número de infectados até março subiu 162% em relação ao mesmo período de 2014.
O empresário Jorge Pereira, 31, de Osasco (Grande SP), procura se proteger, mas a vizinhança não colabora. Gastou R$ 400 em calha e tampa para a caixa-d'água do vizinho, seu amigo de infância.
Mas ele fez corpo mole. "Tinha até rato no quintal. Batemos boca várias vezes", contou. A situação só se resolveu quando o amigo se mudou.
O cabeleireiro Tiago Lopes, 28, e o sócio, César Oliveira, 38, perderam um cliente, que contraiu a doença e acusou o salão de criadouro de Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue.
Localizado em um dos bairros mais afetados da capital paulista, a Brasilândia (zona norte), o salão foi dedetizado, mas continuou com insetos. "São preto e branco, com cara de mal e tudo", descreve Lopes, segurando uma raquete elétrica de matar pernilongo, em referência às cores do Aedes aegypti.
No caso da costureira Idalina Chagas, 58, quem se afastou foi a filha. Idalina mora num terreno com seis casas na Brasilândia. Onze moradores estão com a doença.
A modelista Suzete Chagas, 36, está com "muito medo" de visitar a mãe. A filha de três anos está com suspeita de dengue. "É triste, né?", desabafou a costureira.
O comerciante Nelson Fernandes, 68, de Osasco, tem pressão alta. Há 15 dias, teve dores de cabeça e no corpo e ficou apavorado. "Me mandei para o pronto-socorro. Melhor tirar a dúvida." Deu negativo.
O comerciante Antônio Serafim, 39, teve dengue no Carnaval e passou a usar calça, camisa de manga comprida e tênis dentro de casa, no Mandaqui (zona norte), faça frio ou faça calor.
Dez alunos deixaram de frequentar a autoescola de Ronaldo de Souza, 47, morador de Pirituba (zona norte), porque contraíram dengue. O proprietário, a afilhada, o pai, um vigia e uma faxineira tiveram a doença.
A dona de casa Marize Florêncio, 61, está obcecada. "Espio tudo da janela: o toldo do vizinho, as pocinhas na rua."



Governo e Einstein se juntam em plano de incentivo a parto normal
28/03/2015 - Folha de S.Paulo


Um projeto-piloto para incentivar o parto normal no Brasil foi apresentado nesta sexta-feira (27).
Iniciativa da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), do Hospital Albert Einstein e do IHI (Institute for Healthcare Improvement), o programa vai ampliar as chances de fazer parto normal.
Os hospitais serão instruídos a adotar três modelos.
No primeiro, o parto será feito pelo plantonista. No segundo, plantonista ou enfermeira obstetra acompanharão o trabalho de parto e o médico será chamado apenas quando o bebê estiver perto de nascer.
No terceiro, a gravidez será acompanhada por uma equipe de três ou mais médicos ou enfermeiras obstetras. Haverá sempre um membro de sobreaviso, que será acionado quando chegar a hora do parto. Estão inscritos 28 hospitais.



Oftalmologia a distância se torna realidade
30/03/2015 - Folha de S.Paulo


Uma nova abordagem de diagnóstico a distância em oftalmologia pode ser útil para ajudar milhares de pessoas em regiões distantes e até mesmo esvaziar as filas em grandes cidades.
A tecnologia médica já permite que um profissional de saúde tire uma foto do fundo do olho de um paciente com um aparelho, que custa a partir de US$ 6 mil (R$ 19 mil), e suba a foto para a internet.
Um oftalmologista, que pode estar em qualquer lugar do mundo, acessa a foto, faz o diagnóstico e elabora o laudo.
Após isso, o paciente pode sair até com um encaminhamento para a uma cirurgia corretiva a laser, por exemplo.
No Brasil, essa tecnologia já está sendo utilizada em uma colaboração entre médicos de São Paulo e de Monte Negro, em Rondônia, cidade de cerca de 15 mil habitantes a 250 km de Porto Velho.
Um dos responsáveis é Luís Marcelo Aranha Camargo, médico infectologista e professor da USP. Ele dirige o ICB 5, centro avançada do Instituto de Ciências Biomédicas da universidade, localizado em Monte Negro --as outras quatro unidades ficam na Cidade Universitária, em São Paulo.
A ideia de Aranha era suprir a carência oftalmológica naquele município. Para isso, entrou em contato com o Rubens Belfort Jr., do Instituto da Visão, entidade sem fins lucrativos voltada para a pesquisa e a assistência criada por docentes da Unifesp em 1990.
Com a ajuda de uma ONG portuguesa, a entidade comprou um aparelho de oftalmologia a distância e alocou três médicos para examinar os olhos dos 145 pacientes de Monte Negro que aguardavam atendimento oftalmológico --a espera era de mais de três anos. Eles conseguiram, de São Paulo, zerar a fila em 45 dias. Trabalhavam sobre três fotos de cada olho e de um breve histórico clínico.
Na outra ponta, estavam médicos não especializados e mesmo alunos de medicina, que foram treinados para operar o equipamento.
Com as fotos, é possível diagnosticar doenças como degeneração macular, retinopatia diabética, tumores e glaucoma. Como o operador tira uma foto da frente do olho, aparecem também catarata e tumores de pálpebra.
Segundo os pesquisadores, o projeto é inédito no país. Ele segue algumas experiências internacionais, especialmente a indiana. O país é o fabricante do aparelho comprado pelos brasileiros e se especializou em serviços de diagnóstico a distância, especialmente para o mercado americano.
A rápida ampliação dos mecanismos de medicina a distância pode ajudar a ampliar o atendimento em regiões distantes, driblando a carência de médicos nesses lugares.
A lei brasileira, porém, ainda é cautelosa quanto ao diagnóstico a distância --a técnica inevitavelmente reduz, em diferentes graus, o contato com o paciente. Hoje, o serviço só pode ser oferecido quando um médico solicita um laudo a distância a outro --médicos não estão liberados para oferecer exames a distância diretamente aos pacientes.






 

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