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Medicamentos
Avanço da dengue cria corrida por repelentes em SP 28/03/2015 - Folha de S.Paulo O lote de frascos chega e se esgota antes de ser colocado nas prateleiras. Em algumas farmácias, há até fila de espera com nomes de clientes que aguardam pelo produto, principalmente o infantil. Os casos crescentes de dengue (já são 70 mortes neste ano no Estado) têm acirrado a busca por repelentes de mosquito em São Paulo. Quem tem sorte de achá-los compra vários de uma só vez. A reportagem da Folha ligou para dez farmácias nesta sexta-feira (27), em diferentes regiões da cidade, e todas informaram que não têm o produto infantil e que não há previsão de quando vão receber essa mercadoria. Na farmácia Iguatemi, no shopping de mesmo nome na zona oeste, há uma "lista de espera com mais de cem nomes", informa o atendente. A marca Exposis, do laboratório Osler, é a mais procurada, já que contém icaridina, um componente que ajuda a espantar o mosquito por um período de dez horas. Ralcyon Teixeira, médico infectologista do Hospital Emílio Ribas, explica que há outros produtos no mercado que podem ser usados para combater o Aedes aegypti. Um deles é o OFF, da Johnson, que é à base de DEET (dietil-toluamida). "Os outros também são eficientes, só que precisam ser reaplicados mais vezes", afirma. A advogada Alexandra Musa, 42, já perdeu as contas de quantas farmácias percorreu atrás do Exposis infantil. Mãe de três crianças, ela tem recorrido à irmã, que mora em Porto Alegre (RS). "Ela compra e me manda pelo Correio. Lá o produto não está em falta", afirma Alexandra, mãe dos gêmeos Gabriel e Giovana, 4, e de João Vitor, 2, que costumam levar o frasco para a escola. No início do mês, reportagem da Folha mostrou que escolas têm pedido para os pais enviarem o repelente na mochila das crianças. Apesar de o produto ser recomendado somente para crianças com mais de dois anos, a psicóloga Rachel Merino, 35, passa o repelente nas roupas da filha Cora, 1. "Uso com muita parcimônia pois sei que, se acabar, não vou encontrar mais." ALTERNATIVAS Pais que já ficaram sem o produto infantil recorreram ao de adultos. "Por desespero, já usei o de adulto. Prefiro não arriscar. Tenho medo de pegarem dengue", disse a analista administrativa Juliana Biancalana, 34, mãe de Lyz, 4, e Matheo, 1. Segundo a pediatra Evelin Nadalutti, da Santa Casa de São Paulo, o produto de adulto nunca deve ser usado em crianças. "A composição é diferente, e a pele absorve. É a mesma coisa que dar um antibiótico de adulto para o filho porque não encontrou o de criança na farmácia." Como o produto é forte, ela diz que os pais devem passá-lo apenas uma vez por dia. A reaplicação só deve ser feita se a criança estiver em lugares mais expostos, como parques. Para bebês com menos de dois anos, ela recomenda utilizar o hidratante infantil com a adição de duas ampolas de complexo B. "Aumentamos a produção em oito vezes, mas a demanda tem sido 15 vezes maior", disse o diretor-geral do laboratório Osler, Paulo Guerra. ESTOQUE No bairro de Pinheiros, na zona oeste da capital, a dermatologista Renata Dinato, 37, fez um verdadeiro estoque em seu apartamento, quando encontrou os frascos na farmácia na vizinhança. "Ao todo, tenho 15 frascos", disse a mãe das meninas Maria Eduarda, 4, e Maria Fernanda, 2. Mercado cresceu mais a partir de 2000
Pancada no setor 30/03/2015 - IstoÉ Dinheiro 0 segmento de distribuição farmacêutica e de cosméticos está reclamando das últimas medidas adotadas fiscais pelo governo, que deve diminuir o ritmo de crescimento do setor. De acordo com o diretor executivo da entidade da área. o Sincamesp. Erivelton Mastellaro o aumento dos combustíveis, a elevação de impostos sobre a folha de pagamento, e ainda a alta de impostos sobre cosméticos e perfumaria, vão pesar nos resultados. "No ano passado, conseguimos crescer 10% com muito esforço", afirma. "Em 2015. os dois dígitos não devem ^ ser alcançados".
Pesquisa e Desenvolvimento
Transplante cruzado de rins ocorre na Argentina 30/03/2015 - O Estado de S.Paulo Quatro pacientes se recuperavam bem ontem de transplantes cruzados de rim, resultado de duas operações simultâneas feitas na noite de sábado em Buenos Aires.O caso é inédito na América Latina. Na Argentina, ainda chamou a atenção porque um dos dois receptores de um órgão saudável é o jornalista Jorge Lanata, autor de algumas das principais investigações contra a presidente Cristina Kirchner. A mulher de Lanata se dispôs a doar o rim a um jovem chamado Ignacio (cuja identidade foi preservada),que a exemplo do jornalista tinha insuficiência renal. Em troca, a mãe do jovem doou um rim saudável a Lanata. Marido e mulher eram incompatíveis, assim como mãe e filho. “De seis itens que medem a compatibilidade, eu tinha com Ignacio uma associação perfeita em cinco, o que é raro”, afirmou a mulher do jornalista, a artista plástica Sara Stewart Brown. Antes da operação, ojornalista gravou um vídeo em que diz que não houve privilégio por ser figura pública. “Estava em uma lista de receptores, que incluía a busca entre doadores mortos. Apareceu essa família com compatibilidade, que aceitou o transplante cruzado. Todosganham”,salientouojornalista, que tem outros fatores de risco. É fumante, tem excesso de peso e problemas nas coronárias,razão pela qual recebeu cinco stents. Paciente diabético considerado de alto risco,Lanata passava três vezes por semana por hemodiálise. Para concretizar as operações, além de um contrato, houve aval de Ministério Público, Justiça e Instituto de Transplantes. Brasil. O procedimento ocorreu pela primeira vez em 1986 nos Estados Unidos e há registros na Espanha, no Canadá, na Grã-Bretanha, na Austrália e na Turquia. Segundo Elias David Neto, do Conselho da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), nunca foi realizado no País. “Pelo que tenho informação é mesmo o primeiro caso da América Latina.” Ressurge a cirurgia na tuberculose 28/03/2015 - Folha de S.Paulo Com as avançadas técnicas atuais, a cirurgia em portadores de tuberculose resistente é um tratamento alternativo seguro quando bem indicado, segundo Nivaldo C. Bachichi, chefe do serviço de cirurgia torácica do Complexo Hospitalar do Mandaqui, da Secretaria da Saúde do Estado. A cirurgia na tuberculose era o tratamento, há mais de 60 anos, quando ainda não existiam os atuais remédios. Para Bachichi, o tratamento cirúrgico adjuvante pode ser indicado a pacientes com infecção localizada em um lobo pulmonar e nesse caso a cura pode chegar a 98%. Nos casos graves de cepas do bacilo de Koch resistentes ao tratamento clínico, tem sido observada a cura pela cirurgia quando outros métodos foram ineficazes. A maioria dos doentes é tratada com drogas que oferecem alta taxa de sucesso em esquemas de curta duração, segundo a pneumologista e tisiologista Márcia Telma Guimarães Savioli, da Unifesp. Entretanto, explica, um tratamento irregular e inadequado permite o surgimento da tuberculose resistente. A baixa eficácia do tratamento quimioterápico decorre da reduzida efetividade das drogas pela presença de cavidades e áreas de destruição pulmonar que albergam bacilos e dificultam o acesso da medicação. Segundo dados recentes da Organização Mundial da Saúde, em 2013 nove milhões de pessoas no mundo contraíram a doença, com 1,5 milhão de mortes; 480 mil desenvolveram o bacilo resistente ao tratamento clínico. A arte e a medicina das bactérias 29/03/2015 - Folha de S.Paulo "Há mais bactérias em nossos corpos do que estrelas em nossa galáxia", filosofa Tal Danino, 32, bioengenheiro americano do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Ele fez desses micro-organismos sua fonte de inspiração pelos últimos dez anos, seja para tratar câncer ou fazer arte. Primeiro, o câncer: sua pesquisa mais recente mostra como uma bactéria geneticamente modificada e administrada via oral é capaz de detectar câncer de fígado -mudando a cor da urina- e até diminuir o tamanho do tumor. "Hoje em dia, podemos programar bactérias da mesma forma como fazemos com computadores -podemos escrever e imprimir DNA", disse Danino. As bactérias que ele programou produzem uma proteína fluorescente, criando o que ele apelidou de "supernova", devido à explosão de cores. Na nova plataforma para diagnosticar câncer, utilizada com sucesso em ratos de laboratório, Danino e sua equipe do MIT usaram probióticos E. Coli da cepa nissle 1917 (EcN) para encontrar metástases de câncer em até 24 horas, colonizar esses tumores e produzir enzimas que mudam a cor da urina. "Descobrimos que a bactéria cresce dentro do câncer de fígado, talvez por haver uma grande quantidade de sangue que vem do intestino para o fígado", diz Danino à Folha. "Como o sistema imunológico não tem acesso ao tumor, significa que a bactéria pode se esconder lá e crescer rapidamente, produzindo moléculas que mudam a cor da urina do paciente." No caso, o xixi da pessoa com câncer fica cor-de-rosa. Em outro experimento, o tumor atingido pelas bactérias chegou a encolher -mas esse fenômeno ainda precisa ser melhor estudado pelos cientistas e está longe de se tornar uma técnica médica. "É uma tecnologia muito poderosa. A principal vantagem é que a bactéria vai especificamente para o tumor. A quimioterapia, por exemplo, vai para todos os lugares do corpo, ataca todas as células que crescem rapidamente, como as do intestino e do seu cabelo." O MIT tem as patentes das bactérias mutantes. Estima-se que tornar as drogas comercializáveis para humanos tomará ao menos dez anos e US$ 1 bilhão. BACTÉRIAS NO PRATO Enquanto esse dia não chega, Danino vai ampliando sua produção em outro campo: as artes visuais. A responsabilidade por isso é em boa medida do artista brasileiro Vik Muniz. Eles se conheceram no próprio MIT, quando Muniz procurava maneiras de fazer arte com cientistas. A parceria com Danino rendeu a série "Colonies", fotografias maximizadas de bactérias e células de câncer, expostas em diversas cidades, incluindo São Paulo em 2014, na galeria Nara Roesler. Neste ano, os dois criaram pratos para a firma francesa de porcelana Bernardaud. O jogo com sete pratos, um deles com uma imagem ampliada da bactéria Salmonella, custa US$ 550. "Fazer arte com câncer pode parecer uma ideia maluca, é uma palavra assustadora", disse Danino, que tem uma irmã que sofreu da doença. "Mas queríamos dar um tipo de perspectiva, ser otimista com o futuro das pesquisas de câncer, com as novas tecnologias."
Em crise, Unimed-Rio avalia venda de ativos Vai e vem: A Associação Brasileira de Medicina de Grupo 30/03/2015 - DCI A Associação Brasileira de Medicina de Grupo anunciou Cyro de Britto Filho como novo presidente, substituindo Arlindo de Almeida que conduziu a entidade por 26 anos. Britto já foi presidente da Abramge-SP, de 2008 a 2011 e ocupava, desde então, a presidência do Sindicato Nacional das Empresas de Medicina de Grupo (Sinamge). O executivo é neurocirurgião, chefe do Serviço de Neurocirurgia do Hospital Policlin. Câncer na adolescência desafia especialistas 29/03/2015 - O Estado de S.Paulo A descoberta de um câncer durante a adolescência não é um desafio apenas para o jovem e sua família. Para os profissionais da oncologia, da pediatria e da psicologia, o aparecimento da doença nesta fase da vida causa uma série de debates em relação à abordagem feita com os pacientes e à estrutura dos hospitais. “A maioria dos lugares está preparada para crianças ou adultos. Os adolescentes têm especificidades, rebeldias, dúvidas e um grupo próprio. Não querem se sentir como uma criança”, explica Sidnei Epelman, diretor do Departamento de Oncologia Pediátrica do Hospital Santa Marcelina e presidente da Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer (Tucca). No local, há lan house e atividades especiais para os jovens. Epelman também é editor do livro Oncologia no Adolescente (Editora Atheneu), que será lançado em 8 de abril, quando é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Câncer. A proposta da publicação é fazer um recorte sobre a incidência da doença na faixa dos 15 aos 19 anos. As análises dos casos normalmente se concentram na faixa entre 0 e 19 anos, de modo que crianças e adolescentes integram o mesmo grupo nas estatísticas. “Os adolescentes costumam ter um diagnóstico mais tardio, porque não acreditam nos sintomas ou escondem.” De acordo com o especialista, 97% dos casos de câncer acontecem em adultos. Na faixa dos 15 aos 19 anos, a incidência da doença é 50% maior do que em pessoas com menos de 15 anos. Os tipos mais comuns são os linfomas de Hodgkin e não Hodgkin e os tumores ósseos. Adaptação. Em tratamento desde setembro do ano passado, o ajudante-geral Weverton Peschiera Florencio, de 19 anos, tem uma saudade: jogar futebol. Foi durante uma partida que ele machucou o tornozelo esquerdo e, após dias sentindo dores, acabou sendo diagnosticado com um tumor ósseo. “Continuo fazendo o que sempre fiz. Saio com os meus amigos, vou ao shopping. Não desanimei.” A família do jovem está presente em todo o processo. “Foi um choque, mexeu com a família inteira. Parei de fumar quando o vi em uma maca e também raspei minha cabeça quando ele ficou sem os cabelos”, conta o pai do jovem, o serralheiro Adalberto Florencio, de 54 anos. Também diagnosticada com um tumor ósseo, a estudante Josiane dos Santos Silva, de 18 anos, fez anteontem a sua penúltima sessão de quimioterapia. A doença se manifestou quando ela estava grávida, e a jovem recebeu o diagnóstico três meses depois do parto. “Meu joelho inchava, eu andava de cadeira de rodas. Agora, estou usando as muletas, mas consigo andar sem elas.” Josiane afirma que sempre foi caseira, mas que não abre mão de manter o visual em dia. “Eu sou vaidosa. Gosto muito de me maquiar.” Superintendente médico do Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (Graacc), Sergio Petrilli diz que a abordagem com o adolescente tem de ser transparente. “A receita é falar a verdade e informar, aos poucos, o que acontece com ele. E fechar um contrato de dedicação para superar todas as adversidades.” De acordo com Petrilli, atualmente, existe uma chance de cura de 70% dos cânceres. “Mas a principal condição para aumentar a sobrevida é tratar em hospitais especializados e com uma equipe multidisciplinar.” Integrante da Associação Paulista de Terapia Familiar, a terapeuta Miriam Barros afirma que não só o adolescente precisa de atendimento psicológico, mas todos os familiares. “A adolescência é uma fase intensa. É importante que a família esteja preparada para acolher esse jovem, que precisa de apoio. Ela tem de fazer suas atividades sem superproteção.” Miriam explica ainda que o adolescente aprende a criar mecanismos para enfrentar os medos e superar as dificuldades do tratamento. Proteção ao alcance das suas mãos 29/03/2015 - O Estado de S.Paulo Nas últimas semanas, ganhou espaço na mídia a história de alguns indivíduos ou grupos, "os carimbadores", que estariam deliberadamente transmitindo o HIV, o vírus causador da aids, por via sexual, para outras pessoas. Basicamente "carimbar" seria contaminar intencionalmente alguém que não deseja. A história lembrou um pouco as festas de conversão (convertion parties) que foram notícia nos EUA há alguns anos. Nelas, pessoas soropositivas faziam sexo sem proteção com outras que queriam, voluntariamente, se contaminar. Quando alguém se infectava, a conversão sorológica era comemorada. As causas desse fenômeno são múltiplas e complexas, mas o movimento foi considerado, por muitos, como uma rejeição de um determinado grupo às políticas de prevenção trabalhadas há décadas. Existe uma diferença importante entre os dois exemplos. No caso das festas, haveria o desejo consciente dos frequentadores de se contaminar. Essa seria a razão primordial delas. Já no caso dos carimbadores, haveria uma intenção de alguns em infectar outros que, possivelmente, não queriam se tornar portadores do vírus. A repercussão sobre os carimbadores aqui, nas últimas semanas, tomou alguns caminhos preocupantes. Sobraram discursos de ódio e preconceito contra os soropositivos, principalmente contra os homens que se contaminaram em relações com outros homens ou com profissionais do sexo, justamente em um momento em que essas populações voltaram a ficar mais vulneráveis à infecção pelo HIV. Dados de pesquisas mostram que a percepção de risco e a adesão à camisinha caíram nesses grupos. Bom lembrar que, no Brasil, são quase 740 mil portadores do HIV, e cerca de 20% deles desconhecem seu status sorológico. A maioria dessas pessoas se infectou em relações sexuais desprotegidas, em que não havia um desejo ou vontade explícita de se contaminar - e muitos menos de contaminar o parceiro ou parceira. Nesse sentido, os carimbadores e as festas de conversão são absolutas exceções, que merecem uma abordagem específica. Ao tratar do assunto como se fosse corriqueiro e usual (o que não é verdadeiro), corre-se o risco de fortalecer estigmas contra essas populações, hoje já fragilizadas por preconceitos, violências, exclusão de direitos e que, para piorar, vêm enfrentando grupos conservadores, com motivações religiosas e políticas, que causam impacto em diversos setores da vida. Como bem lembrou Richard Parker, pesquisador e coordenador da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (Abia), um dos maiores estudiosos da epidemia no Brasil, em artigo recente publicado no site da Agência de Notícias da Aids, criminalizar e penalizar indivíduos por contaminar alguém pode ir totalmente contra os princípios mais básicos das estratégias de prevenção, além de que se corre o risco de ferir questões fundamentais dos direitos humanos. De alguma forma, quando dois indivíduos adultos, conscientes dos seus atos, decidem que vão fazer sexo sem camisinha, sabem que estão correndo riscos. Ainda mais quando se trata de sexo casual, sem nenhum tipo de vínculo. Estratégia. Lógico que há pessoas soropositivas que não estão nem aí para os outros. Querem transar sem camisinha, viver seu desejo, podem até sentir um prazer adicional em saber que estão colocando outra pessoa em risco. Há, como em todos os outros grupos sociais, gente com desvios de personalidade que não consegue ter empatia pela dor ou pelo sofrimento do outro. Mas, novamente, eles não são a regra. Investigar o que está por trás dessa resistência crescente ao uso regular da camisinha e buscar entender por que ignorar ou correr riscos é tão atraente na hora do sexo para tanta gente podem ser estratégias muita mais efetivas do que culpar um ou outro indivíduo. Para isso, é fundamental as pessoas perceberem que a proteção mais eficaz contra o HIV está em suas próprias mãos. Ministro vê ‘atentado’ ao Mais Médicos 28/03/2015 - O Estado de S.Paulo O ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmou ontem que a decisão da liderança do PSDB no Senado de propor decreto legislativo para anular convênio que permite a atuação de 11.487 profissionais cubanos no Mais Médicos tem “motivação política” e representa um “atentado contra a população”.Já o líder tucano no Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), disse que o partido não quer acabar com o programa, “mas com a fraude”. “É lamentável. Na prática, acaba com o Mais Médicos. Aqueles que diziam nas eleições passadas que não acabariam com o programa agora mostram a sua verdadeira face.” O projeto de decreto foi apresentado por Cunha Lima e pelo também senador e vice-líder do partido, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). “Questionara relação do Brasil comum a instituição centenária como é a Organização Panamericana de Saúde (Opas),braço da Organização Mundial de Saúde,e tornar nulo o convênio que permite que mais de 11,4 mil médicos cubanos possam atuar na região de floresta, aldeias indígenas, quilombolas, semiárido, nas regiões mais críticas do País,é um atentado contra a população brasileira.Aliás, contra as próprias prefeituras doPSDB,já que65% delas participam do Mais Médicos.” Anteontem, Chioro se reuniu como presidente do Senado,Renan Calheiros (PMDB), e com o vice-presidente, Jorge Viana (PT). “Todo mundo precisa saber o que acontece se esse projeto for aprovado. Creio que não será, porque no Senado há compromisso com a atenção básica.” O ministro afirmou que a aprovação implicaria no fim imediato do contrato com os 11,4 mil médicos cubanos. Segundo Chioro, o Mais Médicos permitiu que 63 milhões de pessoas tivessem acesso a atendimento médico. Segundo Chioro, médicos brasileiros tiveram prioridade para escolher as primeiras vagas do programa e foram para grandes cidades e capitais. “São mais de 20 nacionalidades. Os cubanos foram os últimos e ficaram nos lugares de difícil acesso, em cidades que nunca tiveram médico.” Crítica. O objetivo do decreto elaborado pelo PSDB é anular o contrato do Brasil com a Opas, sob alegação de que “não se trata de termo de ajuste ou de cooperação técnica, mas de verdadeiro acordo bilateral com o objetivo de transferir dinheiro à ditadura cubana”. O líder do PSDB no Senado afirmou que o partido “não quer acabar com o Mais Médicos, mas com a fraude”. “É lamentável que se use a Opas como laranja.O que o ministro deve fazer é comparecer à Comissão de Relações Exteriores para esclarecer como um acordo internacional ocorre sem anuência do Congresso. Queremos transparência”, afirmou Cunha Lima. Partos. O ministro anunciou ontem os 23 hospitais privados e cinco maternidades públicas selecionados para participar do programa Parto Adequado,parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein e o Institute for Healthcare Improvement (IHI), dos EUA. A meta é estimular o parto normal e reduzir cesarianas desnecessárias. “Queremos melhorar a qualidade e as condições de atendimento para enfrentar uma verdadeira epidemia de parto cesariano no sistema privado.” A taxa de cesáreas é de 84% na rede privada e 40% na saúde pública. Veja lista de 28 hospitais participantes de projeto de incentivo ao parto normal 28/03/2015 - Folha de S.Paulo O Ministério da Saúde, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) e o Hospital Israelita Albert Einstein anunciaram nesta sexta-feira a lista de 28 maternidades selecionadas para participar do projeto de incentivo ao parto adequado. Desse total, 23 são da rede particular e cinco pertencentes ao SUS (Sistema Único de Saúde). Um dos objetivos do projeto é reduzir o número de cesáreas no país, que ultrapassa a marca de 80% na rede privada. No sistema público, essa taxa cai para 40%, mas mesmo assim fica acima da média de 30% verificada em países europeus. Desenvolvido em parceria com o IHI (Institute for Healthcare Improvement ), o projeto prevê basicamente três modelos de atendimento à grávida em trabalho de parto: 1) pela equipe de plantonistas da maternidade; 2) por enfermeiras obstetras e acompanhante; 3) por uma equipe de médicos que fizeram seu pré-natal. A implantação desse projeto também prevê a adequação da mão-de-obra dos hospitais, que poderão precisar contratar plantonistas e outros profissionais para atender as grávidas. A partir da assinatura da parceria, os hospitais selecionados terão 18 meses para se adequar às diretrizes do projeto de incentivo ao parto adequado. Veja abaixo a lista de hospitais selecionados: Rede particular MT – Cuiabá – Fêmina Hospital Infantil e Maternidade Nordeste BA – Salvador – Hospital Teresa de Lisieux CE – Fortaleza – Hospital Regional Unimed Fortaleza Norte PA – Belém – Maternidade do Povo Sudeste ES – Serra – Vitoria Apart Hospital ES – Vitória – Hospital Dia e Maternidade Unimed MG – Belo Horizonte – Hospital Mater Dei MG – Nova Lima – Nova Lima Hospital Vila da Serra MG – Pouso Alegre – Hospital e Maternidade Santa Paula RJ – Duque de Caxias – Hospital Daniel Lipp RJ – Niterói – Complexo Hospitalar de Niterói RJ – Rio de Janeiro – Perinatal Barra Casa de Saúde Laranjeiras RJ – Rio de Janeiro – Casa de Saúde São José SP – Ribeirão Preto – Maternidade Sinhá Junqueira SP – Santo André – Hospital e Maternidade Brasil SP – Santos – Hospital São Lucas de Santos SP – São Paulo – Hospital Santa Helena SP – São Paulo – Hospital Nipo Brasileiro SP – São Paulo – Hospital SEPACO SP – São Paulo – Hospital da Luz Azevedo Macedo PR – Curitiba – Hospital da Mulher e Maternidade Nossa Senhora de Fátima RS – Porto Alegre – Hospital Moinhos de Vento SC – Joinville – Centro Hospitalar Unimed Joinville SUS PA – Belém – Hospital Samaritano Nordeste CE – Fortaleza – Hospital da Mulher de Fortaleza CE – Fortaleza – Hospital Cura D’Ars PE – Recife – Hospital Agamenon Magalhães Sudeste MG – Uberlândia – Hospital de Clínicas de Uberlândia Libéria confirma uma morte por ebola após um mês sem infecções no país 28/03/2015 - Folha de S.Paulo Uma mulher diagnosticada com ebola em 20 de março, na Libéria, após um mês sem infecções no país, morreu nesta sexta-feira (27) —informaram neste sábado (28) autoridades, que notificaram dois outros casos suspeitos. "A última pessoa diagnosticada com ebola morreu ontem", disse o chefe da unidade de crise nacional contra a doença, Francis Karteh, segundo o qual "não há casos confirmados no país, apenas dois suspeitos". A fonte acrescentou que está monitorando 80 pessoas que possam ter estado em contato com a doente. A epidemia de ebola na África ocidental, a pior desde a identificação do vírus em 1976, surgiu em dezembro de 2013 no sul da Guiné e se espalhou para Libéria e Serra Leoa. De acordo com o último relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgado em 22 de março, o ebola já matou mais de 10.300 pessoas identificadas em 25.000 casos registrados, dos quais 99% estão nestes países. A própria OMS reconhece que há provavelmente mais casos. RS tem 1ª morte por dengue de sua história 29/03/2015 - Folha de S.Paulo O Rio Grande do Sul confirmou a primeira morte por dengue da história do Estado. A vítima foi uma mulher de 41 anos moradora de Santo Ângelo (a 436 km de Porto Alegre), que morreu em 22 de março. Na última semana, foram confirmados 66 casos da doença no Estado. A cidade com maior número era Caibaté. Com medo, morador do interior acha que vírus é contagioso 29/03/2015 - Folha de S.Paulo Cidade com mais casos de dengue confirmados no Estado de São Paulo (7.489), Sorocaba, a 87 km da capital, tem famílias inteiras doentes. O cenário de terra arrasada fez com que parentes passassem a crer que foram contaminados uns pelos outros, o que não ocorre. O vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. "Fui cuidar da minha namorada e acabei pegando", disse o estudante Jhonatan Goes, 18, ardendo em febre num posto de saúde em Nova Sorocaba, na zona norte. "A turma falou que pega. Será? Morro de medo", interpelou sua mãe, a doméstica Vilma Goes, 36. Seu outro filho, de 15 anos, e a irmã estão adoentados. Uma colega de trabalho foi parar na UTI. "A gente fica nervoso. Pode matar, né?" Hospitais e unidades de saúde na cidade dedicam alas inteiras aos pacientes com a doença. Um posto até "decorou" as salas com mosquitos Aedes aegypti de papelão pendurados no teto, além de cartazes sobre os sintomas. A doença domina as conversas nas unidades de saúde. Moradores discorrem com naturalidade sobre o número de plaquetas, um indicador de dengue hemorrágica. "Dá um desânimo total, mas tem gente que tem até que se internar. Como um rapaz no posto. A plaqueta dele está 50 [50 mil. O normal é de 150 mil a 400 mil por microlitro de sangue]. A minha, pelo menos, está em 100 [mil]", consolava-se a faxineira Luciane Batista, 37. Bruna Camargo, 21, desempregada, desabafava. "Na minha família, seis pessoas estão com dengue. Deus está pondo a mão na minha filha." O operador de empilhadeira Alessandro Santos, 35, contraiu a doença duas vezes em dez dias. A Folha o encontrou em um posto de saúde sem conseguir abrir os olhos. Sua mulher, Edna Santos, 43, também teve dengue e estava descrente de que poderia evitar novas infestações. Ela lamentou que não adiantou usar calça nem passar repelente. Auxiliar de enfermagem, Edna cuida de uma idosa que, apesar de ter tido dengue, não adotou medidas para evitar a doença. "E eu tenho que trabalhar, né?", conformou-se. É recomendável dificultar o contato do mosquito com a pele, usando repelentes e roupas, mas essas medidas não são suficientes, pondera o professor Adriano Mondini, da Unesp em Araraquara O especialista em dengue afirma que a melhor forma de combater a doença é impedir a formação de criadouros, locais com água parada e suja. "O aparelho sugador da fêmea do Aedes aegypti tem um tamanho avantajado e há relatos de que pode ultrapassar alguns tipos de tecido", diz. Mondini explica que oscilações na temperatura corporal são comuns. Deve procurar atendimento a pessoa com mais de 37,8°C, sobretudo se também apresentar dores no corpo e nas articulações. "Vale lembrar que não existe tratamento específico para a infecção pelo vírus do dengue. A equipe de saúde tentará aliviar apenas os sintomas, além de acompanhar a evolução da doença", diz. "Ficar atento, repousar e manter-se hidratado são medidas importantes para quem está com dengue. Nem sempre o final dos sintomas pode significar o final da infecção pelo vírus." Dengue faz morador evitar até visita a parente em SP 29/03/2015 - Folha de S.Paulo O surto de dengue em São Paulo tirou a população da rotina. Desentendimentos entre vizinhos, famílias separadas, visitas "apavoradas" ao pronto-socorro e roupas de inverno no calor são alguns dos "sintomas sociais" que a doença causou. Em Sorocaba (SP), são tantos casos que moradores desconfiam, por engano, que a dengue seja contagiosa (leia na pág. C3). No Estado, já são 80.283 casos e 70 mortes. Em todo o ano passado, foram 197 mil casos e 90 mortes. Considerando o país todo, o número de infectados até março subiu 162% em relação ao mesmo período de 2014. O empresário Jorge Pereira, 31, de Osasco (Grande SP), procura se proteger, mas a vizinhança não colabora. Gastou R$ 400 em calha e tampa para a caixa-d'água do vizinho, seu amigo de infância. Mas ele fez corpo mole. "Tinha até rato no quintal. Batemos boca várias vezes", contou. A situação só se resolveu quando o amigo se mudou. O cabeleireiro Tiago Lopes, 28, e o sócio, César Oliveira, 38, perderam um cliente, que contraiu a doença e acusou o salão de criadouro de Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue. Localizado em um dos bairros mais afetados da capital paulista, a Brasilândia (zona norte), o salão foi dedetizado, mas continuou com insetos. "São preto e branco, com cara de mal e tudo", descreve Lopes, segurando uma raquete elétrica de matar pernilongo, em referência às cores do Aedes aegypti. No caso da costureira Idalina Chagas, 58, quem se afastou foi a filha. Idalina mora num terreno com seis casas na Brasilândia. Onze moradores estão com a doença. A modelista Suzete Chagas, 36, está com "muito medo" de visitar a mãe. A filha de três anos está com suspeita de dengue. "É triste, né?", desabafou a costureira. O comerciante Nelson Fernandes, 68, de Osasco, tem pressão alta. Há 15 dias, teve dores de cabeça e no corpo e ficou apavorado. "Me mandei para o pronto-socorro. Melhor tirar a dúvida." Deu negativo. O comerciante Antônio Serafim, 39, teve dengue no Carnaval e passou a usar calça, camisa de manga comprida e tênis dentro de casa, no Mandaqui (zona norte), faça frio ou faça calor. Dez alunos deixaram de frequentar a autoescola de Ronaldo de Souza, 47, morador de Pirituba (zona norte), porque contraíram dengue. O proprietário, a afilhada, o pai, um vigia e uma faxineira tiveram a doença. A dona de casa Marize Florêncio, 61, está obcecada. "Espio tudo da janela: o toldo do vizinho, as pocinhas na rua." Governo e Einstein se juntam em plano de incentivo a parto normal 28/03/2015 - Folha de S.Paulo Um projeto-piloto para incentivar o parto normal no Brasil foi apresentado nesta sexta-feira (27). Iniciativa da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), do Hospital Albert Einstein e do IHI (Institute for Healthcare Improvement), o programa vai ampliar as chances de fazer parto normal. Os hospitais serão instruídos a adotar três modelos. No primeiro, o parto será feito pelo plantonista. No segundo, plantonista ou enfermeira obstetra acompanharão o trabalho de parto e o médico será chamado apenas quando o bebê estiver perto de nascer. No terceiro, a gravidez será acompanhada por uma equipe de três ou mais médicos ou enfermeiras obstetras. Haverá sempre um membro de sobreaviso, que será acionado quando chegar a hora do parto. Estão inscritos 28 hospitais. Oftalmologia a distância se torna realidade 30/03/2015 - Folha de S.Paulo Uma nova abordagem de diagnóstico a distância em oftalmologia pode ser útil para ajudar milhares de pessoas em regiões distantes e até mesmo esvaziar as filas em grandes cidades. A tecnologia médica já permite que um profissional de saúde tire uma foto do fundo do olho de um paciente com um aparelho, que custa a partir de US$ 6 mil (R$ 19 mil), e suba a foto para a internet. Um oftalmologista, que pode estar em qualquer lugar do mundo, acessa a foto, faz o diagnóstico e elabora o laudo. Após isso, o paciente pode sair até com um encaminhamento para a uma cirurgia corretiva a laser, por exemplo. No Brasil, essa tecnologia já está sendo utilizada em uma colaboração entre médicos de São Paulo e de Monte Negro, em Rondônia, cidade de cerca de 15 mil habitantes a 250 km de Porto Velho. Um dos responsáveis é Luís Marcelo Aranha Camargo, médico infectologista e professor da USP. Ele dirige o ICB 5, centro avançada do Instituto de Ciências Biomédicas da universidade, localizado em Monte Negro --as outras quatro unidades ficam na Cidade Universitária, em São Paulo. A ideia de Aranha era suprir a carência oftalmológica naquele município. Para isso, entrou em contato com o Rubens Belfort Jr., do Instituto da Visão, entidade sem fins lucrativos voltada para a pesquisa e a assistência criada por docentes da Unifesp em 1990. Com a ajuda de uma ONG portuguesa, a entidade comprou um aparelho de oftalmologia a distância e alocou três médicos para examinar os olhos dos 145 pacientes de Monte Negro que aguardavam atendimento oftalmológico --a espera era de mais de três anos. Eles conseguiram, de São Paulo, zerar a fila em 45 dias. Trabalhavam sobre três fotos de cada olho e de um breve histórico clínico. Na outra ponta, estavam médicos não especializados e mesmo alunos de medicina, que foram treinados para operar o equipamento. Com as fotos, é possível diagnosticar doenças como degeneração macular, retinopatia diabética, tumores e glaucoma. Como o operador tira uma foto da frente do olho, aparecem também catarata e tumores de pálpebra. Segundo os pesquisadores, o projeto é inédito no país. Ele segue algumas experiências internacionais, especialmente a indiana. O país é o fabricante do aparelho comprado pelos brasileiros e se especializou em serviços de diagnóstico a distância, especialmente para o mercado americano. A rápida ampliação dos mecanismos de medicina a distância pode ajudar a ampliar o atendimento em regiões distantes, driblando a carência de médicos nesses lugares. A lei brasileira, porém, ainda é cautelosa quanto ao diagnóstico a distância --a técnica inevitavelmente reduz, em diferentes graus, o contato com o paciente. Hoje, o serviço só pode ser oferecido quando um médico solicita um laudo a distância a outro --médicos não estão liberados para oferecer exames a distância diretamente aos pacientes. |