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CLIPPING 20/03/2015

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

Medicamentos

Pesquisa e Desenvolvimento

Saúde



Medicamentos

Rastreabilidade deverá coibir contrabando, diz Interfarma
19/03/2015 - Folha de S.Paulo


O presidente-executivo da Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa), Antonio Britto, acredita que a aplicação do Sistema Nacional de Controle de Medicamentos –a lei da rastreabilidade– é a solução para coibir a circulação de medicamentos ilegais no país. A lei permitirá monitorar a trajetória dos medicamentos desde a saída da fábrica até a chegada às farmácias.
Britto participou do segundo dia do "Fórum o Contrabando do Brasil" que é promovido pela Folha nesta quinta-feira (19), ao lado do presidente da Souza Cruz, Andrea Martini, do presidente da Estrela, Carlos Tilkian, e do presidente da Abba (Associação Brasileira de Importadores e Exportadores de Alimentos e Bebidas), Adilson Carvalhal Jr.
"No caso dos medicamentos a solução está dada: chama-se lei da rastreabilidade. Temos que fazer com que ela seja implantada. Se isso acontecer vamos identificar o que é ou não é verdadeiro", disse Britto.
Já o presidente da Estrela, Carlos Tilkian, ressaltou que mercadoria ilegal, além de não pagar tributo, pode ser nociva ao consumidor.
"Tentamos conscientizar a população sobre os risco que nossos filhos correm ao consumirem produtos ilegais", disse

LEI DA RASTREABILIDADE

Chamado de "RG dos remédios", o modelo consiste na impressão de um código bidimensional similar ao de barras, mas com mais informações nas embalagens.
Vinculado ao código está um número que identifica cada caixa, gerado por quem detém o registro desse número junto à Anvisa –a fabricante ou importadora.
A rastreabilidade foi instituída por lei em 2009. Em 2011, após pressão da indústria farmacêutica, a Anvisa suspendeu a proposta anterior, que previa o uso de selo da Casa da Moeda e foi criticada por encarecer o produto final. Estima-se que 4 bilhões de embalagens circulem no país por ano.




Alta do dólar freia o setor farmacêutico
20/03/2015 - Brasil Econômico


Depois de atingir crescimento de 13% na receita nominal em 2014, com faturamento na casa dos R$ 68 bilhões e expansão de 12% nas exportações em janeiro deste ano, a indústria farmacêutica se prepara para uma frenagem, forçada, em sua produção nos próximos meses. Com 90% dos insumos vindos do exterior e preços dos produtos controlados pelo governo, a escalada do dólar — que chegou aos R$ 3,30 — tem se transformado em um desafio a mais. Também ronda o setor o fantasma do aumento dos custos com energia, frete e mão de obra, em função do corte das desonerações da folha de pagamento.
O cenário de pessimismo fez os empresários da indústria projetarem, para este ano, um crescimento real igual a zero, e nominal em torno de 8%. Taxa próxima à inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que segundo previsão de analistas ouvidos pelo Banco Central para o Boletim Focus, fechará o ano em 7,93%. A desaceleração na atividade deve gerar impactos , inclusive, no mercado de trabalho, com demissões já previstas para o próximo mês. "Até agora, vínhamos mantendo os empregos em função da desoneração da folha. Coma suspensão da medida, provavelmente as demissões vão começar a partir de abril", diz Nelson Mussolini, presidente-executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma).
Para o executivo, assim como no restante da indústria, não há espaço para falar de aumento real aos trabalhadores em 2015. "No ano passado, a categoria teve aumento real nos salários de 1,5%. Mas este ano, com a queda da rentabilidade por causa da expansão dos custos com a alta do dólar e os reajustes dos preços dos medicamentos, sempre abaixo da inflação, a indústria não tem como suportar a concessão de um aumento real", afirma. Nos próximos dias, o governo federal deve divulgar o novo reajuste dos medicamentos, esperado para ficar bem abaixo da inflação de 2014, em 6,41%.
No ano passado, foi concedido reajuste de 3,5%, inferior à inflação de 2013, de 5,91%. A saída para uma compensação da alta dos custos para a indústria farmacêutica pode estar no mercado externo. Diretor da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), Pedro Bernardo diz que, embora a oscilação do câmbio ainda gere incertezas aos empresários quanto à expansão das exportações, é fato que a desvalorização do real pode compensar as perdas com o mercado, também abalado pela retração do consumo das famílias. "Temos que acreditar que o dólar vai se estabilizar num determinado patamar. Assim, conseguimos melhorar a nossa competitividade. Com oscilações, o empresário não consegue se planejar na incerteza", observa Bernardo.



 


Pesquisa e Desenvolvimento




Vírus ou bactéria? Novo exame detecta origem de infecções
20/03/2015 - O Globo


Um novo exame de sangue, realizado em apenas duas horas, pode ajudar os médicos a detectarem se uma infecção é causada por uma bactéria ou por um vírus. O resultado, publicado na revista científica “Plos One”, pode fazer com que pacientes tratados com antibióticos parem de tomá- los caso não sejam necessários, explicam os cientistas.
Apesar de o teste ainda estar em estágio de laboratório, a equipe que o idealizou — cientistas de centros médicos em Israel, em colaboração com a empresa farmacêutica Memed — já está trabalhando num dispositivo portátil para comportá- lo, e novos estudos estão sendo realizados.
Ao contrár io da maior ia dos diagnósticos de doenças infecciosas, que se baseiam na detecção de agentes patogênicos diretos, essa abordagem decodifica a resposta imune do corpo para caracterizar com precisão a causa da infecção.
Analisando amostras de sangue de mais de mil pacientes que estavam com suspeita de infecções, os pesquisadores descobriram que podiam detectar cor retamente um vírus ou uma infecção bacteriana em cerca de 90% dos casos. A nova tecnologia se aproveita do fato de que a bactéria e o vírus desencadeiam diferentes vias no sistema imunológico humano. Ao realizar o rastreio extenso de proteínas nesse sistema em pacientes com infecções agudas, o grupo identificou três proteínas solúveis que são ativadas exclusivamente por bactérias ou por vírus.
Os pesquisadores, então, desenvolveram algoritmos patenteados que integram essas proteínas, para produzir uma “assinatura imunológica” que identifica com precisão a causa da infecção. O experimento foi validado num grupo diversificado de crianças e adultos em diferentes períodos após o início dos sintomas ( a partir do primeiro dia até 12 dias) e em 56 espécies de agentes patogênicos diferentes. O resultado permaneceu coeso em todos os subgrupos estudados.
600 PROTEÍNAS RASTREADAS
Segundo a empresa, o estudo foi conduzido com uma gigantesca filtragem de dados, seguido por um extenso rastreio de 600 proteínas relacionadas ao sistema imunológico, apontando que algumas tiveram padrões bem divergentes em pacientes infectados por bactér ias ou por vírus. Em particular, a proteína mais informativa que encontraram, chamada “Trail”, aumentava dramaticamente no sangue de pacientes infectados com uma vasta var iedade de vír us, mas, surpreendentemente, diminuía nas infecções bacterianas.
— Nossa equipe desenvolveu um algoritmo que integra pelo computador a “Trail” com outras proteínas. O teste é preciso. Para a maioria dos pacientes, conseguimos dizer se a infecção foi causada por uma bactéria ou por um vírus dentro de duas horas — afirmou o pesquisador Eran Eden, da Memed. — O procedimento não é perfeito e não substitui o julgamento de um médico, mas é melhor do que muitos dos testes de rotina utilizados hoje.
Segundo especialistas, os médicos enfrentam uma série de desafios para decifrar o que é responsável por uma infecção e qual seria o melhor tratamento para enfrentá- la. Os exames de rotina feitos para verificar a identidade definitiva do causador pode levar dias. Em muitos casos, o processo envolve pegar um amostra e tentar cultivar o organismo em um laboratório.
O REMÉDIO CERTO
A pesquisa demonstrou, ainda, que testes de partículas no sangue também podem ajudar a dar pistas, mas o problema é que alguns organismos são criados tanto em infecções bacterianas quanto virais. Assim, muitas vezes, os antibióticos — que só funcionam em bactérias — são usados em excesso. Por outro lado, alguns pacientes que precisam tomar esse tipo de remédio não o fazem cedo o suficiente.
— O trabalho aborda um problema realmente sério. Ser capaz de identificar uma possível infecção logo no início e, em seguida, poder diferenciar entre uma possível causa viral ou bacteriana, é importante — disse o professor Jonathan Ball, um especialista em vírus da Universidade de Nottingham. — Isso vai permitir a intervenção clínica informada e minimizar a necessidade de uso inadequado de antibióticos em alguém infectado por um vírus.



Mercado Aberto: Expansão Especializada
20/03/2015 - Folha de S.Paulo
Colunista: Maria Cristina Frias


A rede paulista de medicina diagnóstica SalomãoZoppi estuda adquirir empresas especializadas em exames de oncologia e genética a partir deste ano para aumentar sua receita.
O tíquete médio desses procedimentos é de três a quatro vezes maior que o de outras especialidades.
"Nosso plano de expansão vai na contramão de outras redes, que focam o crescimento em abertura de novas unidades", diz Mário Sérgio Pereira, vice-presidente-executivo da empresa.
Hoje, a companhia tem nove laboratórios em operação na cidade de São Paulo.
Estão previstas ainda três novas unidades na região da Lapa, zona oeste da capital, na Grande São Paulo e na baixada santista.
Os pontos movimentarão cerca de R$ 20 milhões em investimentos.
O executivo acredita que ao menos neste ano a crise econômica não deverá refletir no desempenho da rede.
"Apesar de o nosso negócio estar ligado à geração de empregos, o baixo ritmo não deverá nos afetar em um curto prazo."
R$ 200 milhões foi o faturamento da empresa em 2014 85% é a parcela das áreas de saúde feminina e endocrinologia no volume total de pacientes atendidos pela rede 1.765 são os funcionários do grupo.




 

Saúde




Desenvolve SP fornece R$ 175 mi para apoiar Santas Casas
20/03/2015 - DCI


A Desenvolve SP, instituição do governo paulista, já financiou R$ 175 milhões para apoiar a reestruturação financeira das Santas Casas e de instituições filantrópicas de saúde do estado.
Até o momento, 19 hospitais foram beneficiados por meio do Saúde SP, programa especial de crédito lançado em 2013 para que quitem seus débitos com bancos, sem que comprometam o atendimento à população.
De acordo com um levantamento interno, antes do financiamento obtido com a Desenvolve SP, os juros pagos pelas entidades atendidas giravam em torno de 17% a 33% ao ano. Com o apoio da agência, todas passaram a pagar juros entre 8% e 6% ao ano.
Além das baixas taxas de juros, a grande vantagem do programa é que os administradores dos hospitais contam com prazo de até 10 anos para sanar o empréstimo - condições especiais de financiamento que somente uma Agência de Desenvolvimento é capaz de oferecer no mercado. "Nosso objetivo é dar fôlego às instituições que atravessam essa grave crise financeira, abrindo espaço para que aprimorem sua gestão, invistam em melhorias e, principalmente, continuem atendendo a população", afirma o presidente da Desenvolve SP, Milton Luiz de Melo Santos.
Um exemplo de instituição financiada pelo Desenvolve SP é o Banco de Olhos de Sorocaba, que administra o Hospital Oftalmológico da cidade. A reestruturação, aliada a outras medidas, permitirá uma redução das despesas com juros pelo hospital, que cairá de R$ 2,4 milhões em 2014 para R$ 1,5 milhão em 2015.
Já o Hospital São Francisco de Assis, de Jacareí, tinha uma dívida no valor de R$ 25,6 milhões com uma taxa média de juros de 22% ao ano. Renegociou por meio da Agência 78% da sua dívida, com juros de 8% ao ano. Com o financiamento, cerca de R$ 3,7 milhões foram economizados em juros apenas no ano passado. Outras 17 entidades paulistas buscaram a Agência de Desenvolvimento Paulista.



Hospital de Câncer de Barretos tem nova ala
20/03/2015 - DCI


No último dia 11 de março, os integrantes da dupla Jorge & Mateus inauguraram um pavilhão que leva o nome deles, na mesma data em que se apresentam em um jantar show para defender a causa.
O Pavilhão "Jorge & Mateus" abriga o serviço de oncogenética, que consiste em um amplo trabalho preventivo para poder identificar e analisar as mutações gênicas diretamente associadas à incidência de câncer. Aliando os maiores avanços na área genética com as multidisciplinares ambulatoriais, o setor realiza tanto o rastreamento através da identificação de possíveis tumores hereditários, como a busca por algumas evidências que indiquem a predisposição para a formação de um tumor no paciente.
O encaminhamento do paciente para a oncogenética funciona através de indicação dos médicos do Hospital. Todas as especialidades podem enviar alguém para fazer uma primeira consulta. O setor começou a funcionar em 2009 e, até agora, já são 1.640 famílias cadastradas.
O aconselhamento genético é composto, na maioria dos atendimentos, por duas consultas. Na primeira, a enfermeira oncogeneticista coleta informações referentes aos hábitos e à saúde do paciente, assim como, sobre seus familiares de primeiro e segundo grau para a elaboração do heredograma. Além disso, também é feito um esclarecimento quanto ao motivo do encaminhamento do paciente e os benefícios que isso trará para ele e sua família.
Depois de obter os dados necessários, o médico realiza o cálculo de probabilidade de mutações, análise dos critérios clínicos e heredograma para a inclusão em síndromes de predisposição ao câncer.
A segunda consulta realizada pelo setor abordará o resultado do teste genético e as peculiaridades, como a prevenção - cirurgias profiláticas e exames de seguimento - tanto do paciente quanto de seus familiares após a mutação ser constatada. O departamento possui também assistência de psicólogos, com o objetivo de ajudar os pacientes antes e durante os testes, principalmente, após receber exames.
A dupla é parceira de longa data do hospital. Segundo eles, desde que conheceram a instituição, tentam ajudar. "Ver essa evolução, o carinho que os profissionais têm com os pacientes. Estão todos sempre se atualizando. É muito bacana voltar aqui", disse Mateus.
Na inauguração, Jorge & Mateus ganharam jaleco de "doutor do amor" e se emocionaram com a apresentação de um paciente da unidade infantojuvenil, fã da dupla, que cantou a música "O que é que tem". "Não tem como não achar isso muito bonito. Foi muito bacana", disse Jorge.




Santa Casa quer pagar salário atrasado em agosto
20/03/2015 - O Estado de S.Paulo


Após atrasar para parte dos seus funcionários os pagamentos de novembro do ano passado e do 13.º salário, a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo quer agora regularizar os débitos somente a partir de agosto e divididos em 36 parcelas. A entidade, que administra o maior complexo hospitalar filantrópico da América Latina, vive crise financeira e acumula déficit superior a R$ 400 milhões.
A proposta foi feita pela direção da Santa Casa aos sindicatos que representam os trabalhadores da instituição em audiência de conciliação realizada na manhã de ontem na Superintendência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego, em São Paulo. Estavam presentes no encontro representantes sindicais das três categorias que atuam na instituição: médicos, enfermeiros e demais profissionais dos hospitais, tanto da área da saúde quanto dos setores administrativos.
O pagamento dos débitos só será feito antes caso a Santa Casa consiga vender um imóvel avaliado em R$ 60 milhões na Avenida Paulista. De acordo com o Ministério do Trabalho, o valor da venda seria suficiente para quitar os débitos trabalhistas.Na reunião, a Santa Casa informou que as dívidas com os funcionários somam R$ 46 milhões se incluídas as multas pelo atraso no pagamento. A instituição propôs a criação de uma comissão com representantes dos sindicatos para acompanhar o processo de negociação do imóvel.
Os sindicalistas presentes não saíram satisfeitos da reunião, mas se comprometeram a apresentar a proposta às respectivas categorias em assembleias agendadas para hoje. “Há meses os funcionários aguardam o pagamento de seus salários em decorrência da crise financeira da Santa Casa.Essa nova proposta deve ser analisada com cautela”, disse Eder Gatti, presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp).
O atraso do salário de novembro não afetou todos os cerca de 7 mil funcionários do complexo hospitalar, somente os que recebem valores mais altos, acima de R$ 6 mil.
O pagamento do 13.º salário, no entanto, afetou todos os trabalhadores, pois mesmo quem tem remuneração mais baixa recebeu apenas R$ 300 da primeira parcela. Já que ganham acima de R$ 3 mil não receberam nem um centavo do benefício pago no fim do ano.
Mesmo se não aceitarem a proposta da Santa Casa, os sindicatos não decretarão greve pelo menos até o dia 25, quando uma nova audiência de conciliação será realizada.
Justiça. Paralelamente às negociações no Ministério do Trabalho,o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde de São Paulo (SinSaudeSP) entrou na Justiça do Trabalho para exigir o pagamento dos benefícios atrasados. O julgamento estava marcado para a tarde de ontem, mas foi adiado porque a Santa Casa pediu mais tempo para a defesa.
A juíza Danielle Viana Soares, da 41.ª Vara Trabalhista,deu prazo até o dia 27 de março para que a instituição junte a defesa aos autos. O julgamento do caso foi remarcado para o dia 24 de abril.



Termina nesta sexta evento na Santa Casa
20/03/2015 - Folha de S.Paulo

Termina nesta sexta-feira (20) o evento sobre a síndrome de Down, que é realizado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
A programação, das 17h às 20h, visa estimular uma visão multidisciplinar sobre o tema e terá discussões sobre nutrição, ortopedia, fonoaudiologia, educação e inclusão.
As inscrições podem ser feitas no local do evento, o anfiteatro do Prédio Novo (rua Doutor Cesário Mota Júnior, 112, Vila Buarque).



Campanhas para consumo consciente são limitadas
20/03/2015 - Valor Econômico


Saem de cena famílias derrotadas fisicamente pelo sol vivendo em uma terra seca e esturricada no sertão nordestino e entram em foco personagens urbanos e frases bem-humoradas para chamar a atenção para o estresse hídrico que se abateu sobre São Paulo, o Estado brasileiro mais ameaçado pela falta d'água em suas represas.
"Estou sem trabalho. Por favor, ajude", diz um cartaz junto a uma mangueira. Um bebedouro "clama" por um copo de água. Uma máquina de lavar comunica seu desemprego. Um filtro de água admite: "Estou na pior". O objetivo foi "desautomatizar" o consumo de água levando os consumidores a pensar o que significa viver sem água, daí o slogan adotado na campanha: "Sem água somos todos miseráveis".
Intitulada "Água pede água", a campanha do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, que contou com o apoio de um conjunto de entidades da sociedade civil, combinou o uso da mídia tradicional - comercial em TV, spots em rádio e nas redes sociais, e anúncio impresso em jornal e revista - com instalações públicas em pontos cruciais da capital paulista, como a Praça da Sé e o Viaduto do Chá.
"A humanização da publicidade não choca mais ninguém. É um recurso desgastado. Optamos por desumanizar o problema", conta Eduardo Simon, responsável pela campanha assinada pela Taterka Comunicação, que já começou a discutir a segunda fase da ação. Ela entrou no ar em outubro e deverá continuar até abril.
A campanha institucional foi uma iniciativa isolada em meio a uma crise de abastecimento que levou os governos estadual e federal a adotarem uma postura reativa frente a um problema que começa a ganhar o contorno de um colapso. A expectativa é que, em 2015, o período de estiagem seja mais severo do que foi no ano passado, o que tende a agravar a situação de estresse hídrico. "Tentou-se o tempo todo minimizar o problema no lugar de enfrentá-lo", avalia Marussia Whately, coordenadora da recém-criada Aliança pela Água. "Faltou compreensão dos governos", diz, comentando que o ano foi perdido para a gestão das águas devido às eleições: "Tanto o governo federal quanto o estadual tiveram receio de reagir à altura com medo de serem responsabilizados e, por isso, preferiram jogar o problema no colo do consumidor".
Ao contrário do que ocorrera em outras ocasiões - como o cerco ao tabagismo e as campanhas de prevenção à aids- o déficit hídrico não foi alvo de políticas públicas, o que, na avaliação do publicitário e consultor Ruy Lindenberg, é um sinal claro de que faltou transparência.
Ele considera que pouco ou quase nada tem vindo do poder público, que, além de jogar a culpa em São Pedro, alegando falta de chuvas, também "não faz nada para minorar uma situação dramática para muitos, através de uma comunicação inteligente, de reeducação e não eleitoreira". No caso de São Paulo, por exemplo, o estímulo ao armazenamento aumentou o risco de proliferação da dengue na cidade: " É o reflexo mais emblemático da falta de engajamento do governo estadual".
A campanha sistemática do Ministério da Saúde contra o cigarro ajudou a reduzir em 50% o número de fumantes no país nas duas últimas décadas. As campanhas massivas pela prevenção da aids fizeram com que o país virasse referência mundial no tratamento da doença, ainda que, na última década, as políticas públicas nacionais de combate e prevenção tenham sofrido um revés e não sejam mais alvo de campanhas ostensivas.
Em meio à crise de falta de água no ano passado, o grupo Coletivo, formado pela sociedade civil, saiu pela cidade desenhando o personagem do Cascão, das histórias em quadrinhos de Maurício de Souza, em locais onde que tinham acabado de receber uma grande quantidade de água: calçadas lavadas repentinamente, jardins regados generosamente, lava-rápidos trabalhando de forma irregular. Ao lado do personagem escreviam a frase "Não quero água".







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