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Medicamentos
Contra dengue, escolas pedem repelentes 06/03/2015 - Folha de S.Paulo Com a recente explosão dos casos de dengue em São Paulo, escolas têm pedido aos pais para incluírem um item extra na mochila das crianças: o repelente. Um exemplo é a escola Kid's Home, na Granja Viana, em Cotia (Grande SP). Lá, a aplicação é feita logo que as crianças chegam e pouco tempo depois do almoço. A analista Mariana Ramalho, 25, manda todos os dias o produto para a filha Georgia, de 2 anos. "Mesmo no calor, tenho mandado ela de calça. Aplicamos o repelente umas seis vezes por dia." Em outros colégios, como o UP School, no Alto da Lapa (zona oeste), o produto já faz parte da rotina das crianças desde o ano passado. A diretora pedagógica Patrícia Lozano diz que o produto é aplicado duas vezes por dia nos alunos que ficam em período integral na escola. O pediatra Thiago Gara, do Hospital São Luiz, diz que, antes de aplicar o repelente, é importante fazer o teste em uma parte do antebraço da criança para ver se ela não tem alergia ao produto. Segundo a médica Denise Steiner, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, repelentes são vetados para bebês de até seis meses. Entre essa idade e dois anos, o ideal é apenas uma aplicação diária. A partir dos dois anos, o produto deve ser passado no máximo duas vezes por dia. MORTES Nesta quinta-feira (5), foram confirmadas cinco mortes por dengue em Sorocaba (a 99 km de SP). Com isso, o número de vítimas fatais da doença no Estado chegou a 32 neste ano. Levantamento feito pela Folha mostra que a situação é a mais crítica ao menos desde 2010. Em 50 dos 645 municípios paulistas, a reportagem mapeou 44.140 infectados.
ltima doente infectada pelo vírus ebola tem alta na Libéria 05/03/2015 - Folha de S.Paulo O último paciente com o vírus ebola na Libéria recebeu alta nesta quinta (5). Com isso, o país do oeste africano, que registrou o maior número de mortes em razão da epidemia (4.117), não tem mais doente em tratamento. Se dentro de 42 dias (duas vezes o período máximo de incubação do ebola) não houver nenhum caso novo, a epidemia na Libéria terá oficialmente acabado. A professora Beatrice Yardolo, 58, foi liberada nesta quinta de um centro de tratamento administrado pelo governo chinês na capital, Monróvia. "Meu tratamento foi tão intensivo que hoje eu estou aqui, de pé, e sou muito grata", disse ela, em meio a comemorações. Três dos cinco filhos de Yardolo morreram da doença. Ela contraiu ebola ao cuidar da filha infectada e foi internada no dia 18 de fevereiro. Mas especialistas advertem que é cedo para comemorar. Segundo o Ministério da Saúde da Libéria, nenhum novo caso foi registrado nos últimos 13 dias. Mas 214 pessoas estão sendo monitoradas por causa de possível exposição ao vírus. "Isso não significa que o ebola acabou na Libéria", disse Tolbert Nyenswah, vice-ministro da Saúde do país. "Mas sabemos que 13 de nossos 15 condados passaram 42 dias sem casos." No restante da região, há outros sinais encorajadores de que a epidemia está aos poucos sendo controlada. Os vizinhos Serra Leoa e Guiné continuam registrando novos casos, mas o ritmo de infecção é 10% do que há seis meses. O ebola é transmitido por meio do contato com fluidos corporais (sangue, suor, fezes). Desde o início da epidemia, no ano passado, 23.983 pessoas foram contaminadas e 9.823 morreram. O maior número de casos ocorreu em Serra Leoa (11.497, com 3.565 mortes), Libéria (9.249 casos, 4.117 mortes) e Guiné (3.237 casos, sendo 2.141 mortes). ZERO "A próxima fase da luta contra o ebola, chegar a zero casos, é a parte mais difícil", disse à Folha Joanne Liu, presidente do Médicos Sem Fronteiras, organização que administra centros de tratamento. "Com a redução no número de casos, corremos o risco de perder o sentimento de urgência para desenvolver vacinas e remédios." Segundo Joanne, a comunidade internacional foi muito lenta em sua resposta à epidemia. "Se tivéssemos nos organizado melhor, poderíamos ter evitado a tragédia; foi um fracasso coletivo." A presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, afirmou que os países afetados pelo ebola precisam de um Plano Marshall, referindo-se ao programa de reconstrução da Europa depois da Segunda Guerra Mundial. Segundo o Banco Mundial, houve perda de US$ 1,6 bilhão no PIB de Libéria, Serra Leoa e Guiné por causa da epidemia. Doadores internacionais prometeram quase US$ 5 bilhões aos países afetados, mas muito pouco dessa promessa se concretizou. Também nesta quinta, a Organização Mundial da Saúde anunciou que o último estágio de testes de uma vacina experimental contra o ebola será iniciado neste sábado (7). Se for eficaz, será a primeira droga para prevenção. Santa Casa de S. Carlos inova em tecnologia 06/03/2015 - DCI O Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP vai passar a colaborar com a Santa Casa da Misericórdia de São Carlos, interior de São Paulo, agregando competências ao Núcleo de Medicina Nuclear da unidade de saúde. Serão apresentadas técnicas desenvolvidas pelo Grupo, que complementam um número diversificado de terapias, como, por exemplo, no tratamento de mucosites e de câncer de pele. O professor Vanderlei Bagnato, pesquisador e docente do Grupo de Óptica do IFSC e coordenador do Instituto Nacional de Óptica e Fotônica (Inof) e do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (Cepof), diz que embora o grupo não trabalhe com a área nuclear, com o decorrer do tempo houve um desejo crescente dos próprios médicos de que as tecnologias desenvolvidas no Instituto atuassem em paralelo com as tecnologias de diagnóstico e tratamento utilizadas na SCMSC, com o objetivo de melhorar a vida dos pacientes. "Isso foi uma procura dos próprios médicos da Santa Casa, porque hoje nós atuamos em diversos centros brasileiros de câncer, com as técnicas de laser e terapia [terapia fotodinâmica, tratamento de feridas, etc.], fazendo com que nos juntemos a eles no sentido de conciliar com a pesquisa feita no Grupo. Todo o desenvolvimento é feito aqui no IFSC." Filosofia do grupo Segundo ele, a filosofia adotada com a SCMSC será a mesma que norteou o Grupo de Óptica do IFSC a criar e manter um Centro em Jaú, bem como outros que se encontram espalhados pelo País, onde o Grupo dará apoio com as técnicas que desenvolve e o serviço que presta, principalmente aos pacientes com câncer ou diabetes, através do desenvolvimento de tecnologias aplicáveis que possam beneficiar os cidadãos de São Carlos. "Nossa diretriz sempre foi - e continuará a ser - a de realizar ciência e inovação com responsabilidade social. Isso significa que, toda vez que a ciência é capaz de levar algum benefício para a sociedade, ela vai e leva; coloca em prática. Não estamos fazendo isso nos últimos três meses, estamos fazendo nos últimos vinte e cinco anos", declara. Embora a ação do Grupo de Óptica do IFSC esteja sedimentada em vários pontos do estado de São Paulo e mesmo no País, na cidade de São Carlos essa ação ainda era pouco significativa. Para o professor, uma das explicações para esse fenômeno pode estar no fato de o campus da USP em São Carlos não ter ainda uma área dedicada à saúde. "São Carlos é o maior parque de indústria na área de óptica da América Latina. Então, conseguimos fazer uma interface muito grande entre a cidade e aquilo que dependia da área de exatas, que é o forte do nosso campus, e, hoje, os nossos trabalhos foram as sementes que geraram mais de mil postos de trabalho aqui na cidade e cerca de outros sete mil - indiretamente - com as empresas locais". Ainda segundo o pesquisador do Grupo de Óptica do IFSC, como o campus é muito forte em engenharia, física e química, cumpriu muito bem a sua parte de transferir a tecnologia para as empresas, mas, por não possuir uma área dedicada à saúde ou à educação, viu-se limitado a criar outras interfaces, que acabaram sendo feitas com outras regiões." Curativo inteligente libera medicamento conforme necessidade 06/03/2015 - Portal do farmacêutico Cientistas americanos estão desenvolvendo um tipo de curativo inteligente, capaz de liberar a medicação na hora e na quantidade exata que o paciente necessita. O estudo é uma parceria entre o Massachusetts Institute of Technology (MIT) e a Universidade de Harvard. A ideia do projeto é tornar mais baratos os tratamentos médicos. O curativo é capaz monitorar em tempo real a ferida do paciente. “Colocamos sensores no curativo que monitoram temperatura, pH e oxigênio da ferida e interferem se algo estiver errado”, diz Mehmet Dokmeci, da Faculdade de Medicina da Universidade e Harvard. Além dos sensores de monitoramento, o curativo tem na parte de trás partículas que armazenam o remédio e um tipo de aquecedor. Quando o curativo detecta a hora de liberar a medicação, ele aquece e as partículas encolhem, soltando o remédio diretamente na ferida. O curativo também envia sinais remotos para o médico do paciente, que, dependendo das informações recebidas, pode apertar um botão para liberar mais remédio. Os envolvidos no estudo acreditam que o uso do dispositivo pode reduzir a troca constante de curativos, o que diminuirá a chance de infecção da ferida. A equipe acredita que com mais financiamento, uma versão comercial do curativo inteligente poderá ser lançada em até dois anos.
Estado já tem 100 mil casos sob suspeita de dengue 06/03/2015 - O Estado de S.Paulo São Paulo tem 100 mil casos notificados de dengue,aguardando confirmação.Além disso, pelo menos 13 cidades do interior estão em estado de emergência e duas–Catanduva e Ubirajara – decretaram calamidade pública. Em todas, além do grande número de pessoas doentes, houve mortes já confirmadas ou suspeitas. No Estado, são mais de 60 mortes nessas condições, embora apenas 25 casos tenham a causa confirmada por laudo do Instituto Adolfo Lutz.De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, os laudos são encaminhados diretamente às prefeituras, que têm prazo de um mês para notificar o Estado. Na quarta-feira, Jacareí entrou no mapa da dengue e confirmou a primeira morte – uma mulher morreu em um hospital particular. A dengue atinge mais as regiões norte e noroeste do Estado, mas já se espalhou por todas as áreas paulistas. Em Catanduva, houve 28 mortes suspeitas desde janeiro, das quais 6 foram confirmadas.Em Marília, a prefeitura informou que 6 óbitos com suspeita foram descartados e outros 4, confirmados. A cidade tem ainda 8 mortes aguardando resultado de exames. Lei das 24 horas. A progressão da doença em Sorocaba assusta a população.O número de infectados mais que dobrou em uma semana, passando de 4.030 para 8.693. Houve 8 mortes, 5 já confirmadas pelo Adolfo Lutz. O mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, ganhou um perfil na rede social Facebook para alertar os moradores de que podem ser “cutucados” a qualquer momento. A página foi criada por dois publicitários e um deles já teve dengue. Uma lei promulgada ontem reduziu para 24 horas o prazo máximo para limpeza de terrenos após a notificação pela administração municipal. Limeira, na região de Campinas, chegou a seis mortes suspeita se,além de 2.834 casos confirmados, espera exames de outros 5.052.A cidade mobiliza hoje 1,2 mil pessoas em uma ofensiva contra a doença e até criou o “portal da dengue” na internet, com informações à população. Em Rio Claro, na mesma região, são 1,8 mil casos e uma morte confirmados,além de outro óbito suspeito,mas a prefeitura ainda não decretou situação de emergência. Emergência e alerta. Além de Catanduva, Marília, Guararapes, Sorocaba e Limeira, estão em emergência pela dengue Penápolis, Paraguaçu Paulista, Cândido Mota,Votorantim,Estrela D’ Oeste, Tanabi, Neves Paulista e Itapira. Araras, com uma morte suspeita, entrou em estado de alerta. Neste ano, até 14 de fevereiro, o Estado de São Paulo tinha 51.849 casos confirmados de dengue, segundo o último boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde. Sorocaba (SP) confirma cinco mortes por dengue; já são 32 no Estado 05/03/2015 - Folha de S.Paulo / Site Cinco pessoas já morreram por dengue neste ano em Sorocaba (99 km de São Paulo), segundo boletim atualizado divulgado pela prefeitura. O número de vítimas fatais da doença no Estado chega a pelo menos 32 pessoas, e há outras 38 mortes sob investigação. Segundo o balanço da Prefeitura de Sorocaba, divulgado nesta quarta-feira (4), são cinco mortes por dengue confirmadas e outras três suspeitas, que aguardam resultado de exames. O número de casos é o maior do Estado: são 8.683 pessoas infectadas desde o início do ano, uma média de um paciente a cada 73 moradores. A epidemia de dengue avança principalmente no interior de São Paulo, como a Folha mostrou nesta quarta. Levantamento em 50 cidades apontou 44.140 casos da doença, mais do que o registrado no primeiro bimestre de cada um dos últimos cinco anos. Diante do avanço da epidemia, a Prefeitura de Sorocaba irá abrir a partir desta sexta-feira (6) um centro de monitoramento da dengue apenas para pessoas com sintomas ou exames positivos da doença. A cidade de Catanduva, no noroeste do Estado, é a que concentra mais vítimas. Foram seis mortes por dengue e outras 22 ainda são investigadas, em um total de 4.284 casos confirmados. Em seguida, aparece Marília, na região central, cuja epidemia já atingiu 5.811 pacientes neste ano, com quatro mortes. Na capital paulista, segundo último boletim da Secretaria da Saúde, do dia 26 de fevereiro, há 563 casos autóctones (contraídos no município) neste ano e um óbito sob investigação. Artigo: Ensino médico em crise, pacientes em risco 06/03/2015 - Folha de S.Paulo Colunista: BRÁULIO LUNA FILHO O Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) divulgou recentemente os resultados da décima edição de seu exame, cujas provas ocorreram em outubro último. O número de reprovados é alto e preocupante, refletindo a baixa qualidade do ensino da medicina no Estado e, quiçá, no Brasil, já que, entre 468 formandos de outras unidades federativas, o resultado foi ainda pior. Submeteram-se à prova 3.359 recém-formados. Dos 2.891 inscritos de São Paulo, 55% (1.589) tiveram média de acerto inferior a 60% do conteúdo apresentado. Destaque-se que o exame é composto de questões fáceis ou medianas, pela análise psicométrica clássica (Índice de Facilidade e Discriminação). Já entre os novos médicos de outros Estados, a reprovação foi de 63,2%. O baixo aproveitamento é ainda mais desalentador quando se considera o despreparo dos novos profissionais em áreas fundamentais como clínica médica, pediatria, ginecologia, obstetrícia e cirurgia geral. Eles mostraram ignorância em questões simples, como o atendimento inicial a vítima de acidente automobilístico ou de ferimento por arma branca, casos de pneumonia na comunidade, pancreatite aguda e colelitíase (pedra na vesícula). Das 42 escolas do Estado de São Paulo, 30 participaram da avaliação. As 20 piores colocações ficaram com as instituições privadas, que cobram mensalidades entre R$ 6.000 e R$ 9.000, mas não oferecem em contrapartida formação adequada àqueles que investem no sonho de ser médico. Isso é inquietante, porque a maioria desses novos graduados em breve estará na linha de frente da assistência médica em pronto-socorro e pronto atendimento. Houve um curso cujos alunos não ultrapassaram 13% de acertos. O exame do Cremesp não pode, por força da lei, impedir ninguém de ser médico. Por mais desqualificado que seja esse profissional, o ônus da má formação recai sobre os cidadãos. Somos nós, nossos filhos, pais, parentes e amigos que correremos risco ao sermos atendidos por um desses médicos. O Cremesp fará sua parte dentro do que lhe é possível. Os resultados são entregues individualmente e em caráter confidencial aos novos médicos. As escolas também receberão relatório detalhado sobre o desempenho de seus alunos, para que tenham a possibilidade de aperfeiçoar seus cursos. Os dados ainda serão disponibilizados aos ministérios da Educação e da Saúde, ao Conselho Federal de Medicina, à Câmara dos Deputados, ao Senado Federal, ao Ministério Público e a conselhos nacionais de saúde e educação. Esperamos que cada uma dessas instâncias cumpra seu papel, intervindo e envidando esforços para mudar o atual panorama do ensino médico. O exame do Cremesp deixa escancarado que é inadequada a maneira como o governo avalia as escolas de medicina. A título de exemplo, a já citada escola médica que teve apenas 13% de aprovação na presente edição da prova do conselho possui resultado satisfatório no Enade, o exame que o Ministério da Educação (MEC) usa para avaliação. Evidentemente há pouca disposição de mudança em boa parte das escolas médicas privadas. Elas, aliás, não esboçam interesse em serem avaliadas, pois isso significaria mais investimento no corpo docente, em laboratórios e biblioteca médica. Hoje, mais de 80% dos cursos privados do Estado de São Paulo não tem hospital-escola. Finalizando, da mesma forma como existe avaliação obrigatória para exercer a profissão de advogado ou a de contador, propugnamos que também deva haver uma prova obrigatória para os recém-graduados em medicina. Ou as planilhas e processos são mais importantes do que a saúde e a vida? A resposta só pode ser um rotundo "não". Municípios foram notificados, afirma Ministério da Saúde 06/03/2015 - Folha de S.Paulo Os municípios que reduziram o número de profissionais não vinculados ao Mais Médicos que trabalhavam nas unidades básicas de saúde foram notificados e apresentaram justificativas técnicas para o problema, de acordo com o Ministério da Saúde. A pasta não informou quais foram as justificativas apresentadas. Em nota, disse que a notificação ocorreu ainda durante o relatório preliminar do TCU (Tribunal de Contas da União). O governo nega que os médicos atuem sem contato com supervisores. E diz que, após ter acesso à informações da auditoria do TCU, eventuais problemas foram corrigidos. "Atualmente, a média de supervisores atende o que é preconizado", diz a nota. Hoje, 14 mil médicos atuam no Mais Médicos em 3.875 municípios, de acordo com o Ministério da Saúde. Além do crescimento de 33% na média mensal de consultas na atenção básica nas cidades do programa, apontado pelo TCU, houve aumento de 32% nas visitas domiciliares realizadas pelos médicos, segundo o governo. "Para 89% dos pacientes entrevistados pelo TCU e 98% dos gestores das unidades básicas de saúde, o tempo de espera por uma consulta caiu", afirma o ministério. A pasta informa ainda que o programa "vem sendo aprimorado" desde seu lançamento e que "todas as orientações do TCU para sua melhoria são bem-vindas". A Prefeitura de São Pedro, cidade de 33,9 mil habitantes no interior paulista, diz que médicos da família pediram demissão por acharem outra chance de emprego ou por não aceitarem trabalhar as 40 horas semanais exigidas. Em janeiro de 2013, havia na rede municipal três profissionais de saúde da família. Duas médicas, que ganhavam R$ 12 mil, saíram para atuar em outras cidades. Restava apenas um em junho, quando o município solicitou seis profissionais do programa Mais Médicos. Recebeu cinco cubanos em abril de 2014, que atuam até hoje. Em meados do ano passado, o médico de saúde da família que atuava antes do programa federal também pediu desligamento. "A gente, de cidade menor, não tem poder de barganhar esse médico [de família] com prefeituras maiores, que oferecem mais", afirmou a secretária da Saúde, Miriam de Souza Silva. A secretária diz que buscou profissionais no mercado, mas não conseguiu preencher as três vagas de saúde da família. Após 1 ano do Mais Médicos, metade das prefeituras perdeu profissionais 06/03/2015 - Folha de S.Paulo Das primeiras cidades a receber profissionais do Mais Médicos, quase metade (49%) tinha, após menos de um ano, uma quantidade menor de médicos na rede pública municipal do que no dia em que os bolsistas chegaram. Além disso, ao menos um de cada três médicos do programa trabalhava sem a supervisão prevista nas regras. Essas são algumas das constatações de uma auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) no principal programa social do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, usado como vitrine na campanha de reeleição. Para o órgão de controle, o Ministério da Saúde não faz um monitoramento adequado "para assegurar que os municípios não substituam médicos que já compunham equipes de atenção básica pelos participantes do projeto nem que haja redução do número de equipes". Os ministros do TCU determinaram à pasta a abertura de apuração sobre o caso. O ministério informou à Folha que os municípios foram notificados e apresentaram justificativas. Em 2013, ano inicial do projeto, 1.174 municípios receberam profissionais do programa, que busca levar médicos ao interior e a periferias das grandes cidades --para isso, trouxe cerca de 11 mil estrangeiros para o país. Em agosto daquele ano, a Folha mostrou que prefeitos de 11 cidades pretendiam demitir médicos após a chegada dos profissionais do programa. O então ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que, quem fizesse isso, poderia sair do Mais Médicos. A ameaça pode ter tido algum efeito de assustar essas cidades que declararam que fariam as demissões: quatro das 11 receberam médicos até 2013, sendo que três aumentaram seus profissionais e só uma reduziu a quantidade. Pelo país inteiro, porém, a lógica foi diferente. Os técnicos do TCU constataram, ao comparar os médicos existentes em agosto de 2013 e abril de 2014, que 161 cidades (14%) sofreram redução --inclusive somando os profissionais do Mais Médicos. Nesses municípios, havia 2.630 médicos --que, somados aos 262 que chegaram pelo Mais Médicos, totalizaram 2.892. Em abril de 2014, porém, o TCU constatou só 2.288. Em outras 239 cidades, a quantidade estava igual a antes do início do programa. Em 168 houve aumento, mas em número menor do que a quantidade de profissionais enviadas pelo Mais Médicos. Outra constatação da auditoria é que 31% dos médicos do programa não tinham um supervisor, espécie de avalista com a função de auxiliá-los. O programa previa essa obrigatoriedade porque a maioria dos estrangeiros não teve o diploma revalidado. Nas entrevistas feitas pelos auditores, 18% dos médicos admitiram que a falta de conhecimento de protocolos clínicos atrapalhou o atendimento e 50% afirmaram terem entrado em contato com o supervisor para tirar dúvidas. O ponto positivo mostrado pelo TCU é que o número de atendimentos de atenção básica, como consultas, subiu 33% nas cidades atendidas pelo Mais Médicos, ante 14% naquelas sem programa. Por outro lado, 25% dos municípios que receberam o programa diminuíram o número de consultas, o que pode ser um indício de que os médicos já existentes foram de fato substituídos. A dengue no quintal 06/03/2015 - Valor Econômico A dengue é uma moléstia viral de causar calafrios em epidemiologistas: não existe vacina nem terapia específica contra ela; tratam-se apenas seus sintomas, como febre alta e dores no corpo; a prevenção exige que a população colabore de maneira disciplinada no combate ao mosquito transmissor, Aedes aegypti. As larvas do inseto proliferam em água limpa e parada, como a que se acumula em pneus e vasilhames após a chuva. À primeira vista poderia parecer que, numa estiagem como a atual, a transmissão da doença seria menor. Nada disso. O país vive novo surto da enfermidade. Até 14 de fevereiro, houve 103.616 casos registrados, acréscimo de 123% sobre o mesmo intervalo de 2014. Mais da metade das ocorrências (62.689) se deu no Sudeste, região castigada pela seca. No Estado de São Paulo, a progressão foi mais alarmante: eram 5.185 casos nas seis primeiras semanas de 2014, são 51.849 neste ano. Um avanço de 900%. Com isso, a incidência da doença em território paulista (117,7 casos por 100 mil habitantes) tornou-se a terceira maior do Brasil (atrás de Acre e Goiás). Há casos extremos no Estado, como a pequena Trabiju (1.650 moradores), onde 1 em cada 15 moradores foi contaminado. O país convive com a dengue há décadas. Sucessivas campanhas decerto já fixaram na população as noções básicas para evitar a proliferação de larvas do Aedes aegypti: manter lixeiras fechadas, não acumular lixo ao relento, encher com areia pratos debaixo de vasos de plantas, limpar calhas e tampar caixas d'água e tonéis. Com o passar do tempo, contudo, essas providências tendem a ser relaxadas. Aí reside o perigo. De 1990 a 2009, o número anual de casos oscilava ao redor de poucas centenas de milhares (com exceção de 2002 e 2008, quando ultrapassou 600 mil), mas, a partir de 2010, galgou novo patamar, entre 600 mil e 1,5 milhão. O surto das primeiras semanas de 2015 não se revelou especialmente letal. Ocorreram até meados de fevereiro 28 mortes, contra 56 no mesmo período de 2014, com menos da metade dos casos. Dado o comportamento errático da doença, porém, nada impede que os episódios fatais se multipliquem. Desde 1990, pelo menos 3.929 pessoas morreram com a dengue no país, 2.139 das quais (54%) de 2010 a 2013. É fundamental intensificar as campanhas de esclarecimento da população e treinar mais equipes para realizar visitas de porta em porta. Mas as medidas só terão efeito se cada um cuidar do próprio quintal. Plano deve informar cancelamento de clínica 06/03/2015 - DCI A Unimed vai pagar R$ 7 mil de indenização por danos morais a uma paciente por haver descredenciado a clínica de oncologia onde fazia quimioterapia sem notificá-la previamente. Ela foi avisada somente no dia em que teria sessão. Ao negar recurso da Unimed, a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve decisão da Justiça do Paraná. A empresa alegou que, conforme a Lei dos Planos de Saúde, as operadoras são obrigadas a comunicar apenas o descredenciamento de entidades hospitalares e não de clínicas médicas. Para a empresa, o conceito de entidade hospitalar não pode ter interpretação extensiva. No entanto, o relator do recurso, ministro Villas Bôas Cueva, ressaltou que os planos e seguros privados de assistência à saúde são regidos pela Lei 9.656 e pelo Código de Defesa do Consumidor, pois prestam serviços remunerados à população, enquadrando-se no conceito de fornecedor. Plano deve informar cancelamento de clínica 06/03/2015 - DCI A Unimed vai pagar R$ 7 mil de indenização por danos morais a uma paciente por haver descredenciado a clínica de oncologia onde fazia quimioterapia sem notificá-la previamente. Ela foi avisada somente no dia em que teria sessão. Ao negar recurso da Unimed, a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve decisão da Justiça do Paraná. A empresa alegou que, conforme a Lei dos Planos de Saúde, as operadoras são obrigadas a comunicar apenas o descredenciamento de entidades hospitalares e não de clínicas médicas. Para a empresa, o conceito de entidade hospitalar não pode ter interpretação extensiva. No entanto, o relator do recurso, ministro Villas Bôas Cueva, ressaltou que os planos e seguros privados de assistência à saúde são regidos pela Lei 9.656 e pelo Código de Defesa do Consumidor, pois prestam serviços remunerados à população, enquadrando-se no conceito de fornecedor. Dívida da Unimed Paulistana com a Santa Casa 06/03/2015 - DCI Foi emitido pelo Ministério Público Estadual de São Paulo (MPE-SP) a recomendação de que a Santa Casa de São Paulo interrompa o atendimento aos pacientes da rede Unimed Paulistana em seu hospital particular, o Santa Isabel. O motivo do pedido envolve a dívida de cerca de R$ 20 milhões da operadora. No documento, a Promotoria recomenda que o escrivão Antonio Penteado Mendonça não possua envolvimento em qualquer ação contra a empresa, pois de acordo com o MPE, ele teria relação profissional com a Unimed, desrespeitando o Código de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil. A informação de envolvimento foi negada pela Santa Casa e pelo advogado, a instituição afirma também que o escritório de Mendonça já participou de processo contra a Unimed Paulistana e venceu a causa. Argumentos A Promotoria afirma ainda que há documentos disponíveis na internet que comprovariam a relação profissional de Mendonça com a Unimed, como uma apresentação realizada pelo advogado em um fórum de presidentes do sistema Unimed, em 2009. Na opinião da promotora, esse vínculo faz com que o advogado não seja adequado para patrocinar ou defender os interesses da Santa Casa contra a operadora. Mendonça afirma que, na função de advogado e jornalista, ministra palestra para diversas instituições e que nunca trabalhou especificamente para a Unimed Paulistana, sendo que o sistema Unimed é composto por uma série de cooperativas municipais. |