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Medicamentos
Porque estamos atrás 27/02/2015 - Exame Nos últimos anos, criar uma indústria farmacêutica inovadora esteve entre as supostas prioridades do governo federal. Há cerca de três anos foi anunciada a criação de dois "campeões nacionais" para pesquisar remédios biológicos — ou seja, feitos com organismos vivos. Na prática, pouca coisa andou. Por que o país inova tão pouco? Segundo Giovanni Caforio, que acaba de ser escolhido o novo presidente mundial da gigante americana Bristol-Myers Squibb, a burocracia e a lentidão dos órgãos reguladores são os culpados pelo atraso da pesquisa no país. Quem paga o preço são os pacientes, que demoram mais tempo para ter acesso a tratamentos inovadores. Caforio falou a EXAME em sua última visita ao Brasil. A Bristol acaba de anunciar um investimento de 1 bilhão de dólares numa fábrica na Irlanda, e tem feito aquisições na Europa. Aqui, os investimentos não têm crescido. Qual é o problema? Precisamos de uma nova fábrica para produzir medicamentos biológicos. Já temos outras fábricas na Irlanda e o ambiente de negócios nos agrada. Gostaríamos de investir mais no Brasil. Poderíamos triplicar os investimentos aqui se as regras para testes clínicos de novos remédios fossem diferentes. Nós estamos num segmento muito específico, de áreas de alta necessidade médica, com remédios para hepatite C ou câncer. A aprovação de uma pesquisa clínica demora muito, de um ano a um ano e meio. Quando a autorização sai, os testes já avançaram muito em outros países e não vale a pena começar do zero aqui. Nos Estados Unidos, normalmente, o prazo para aprovar um teste clínico é de dez meses para remédios comuns. Dependendo do grau de urgência, o prazo cai para três meses. A qualidade da pesquisa brasileira é boa, mas a burocracia mata. Os prejudicados são os pacientes, que não têm acesso a testes de novos remédios. Continuamos tentando: agora esperamos conseguir uma aprovação rápida de um novo remédio para câncer de pulmão que pretendemos testar com o Hospital do Câncer de Barretos. É a burocracia, então, que impede que o país tenha algum papel na criação de novos remédios? O Brasil faz ciência de qualidade, o problema é a legislação. Testar novos medicamentos é o primeiro passo para tentar desenvolver novos remédios no futuro. Quando você testa algo que já está próximo de ser produzido, começa a desenvolver a experiência para depois criar remédios novos. Mas se você não consegue fazer nem isso... Além desse problema, há o registro de novos medicamentos. Para conseguir a patente no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), é necessária uma autorização prévia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Isso, ao nosso ver, é desnecessário, já que a Anvisa não está preparada e atrasa o processo de aprovação. Essa é uma das questões que bloqueiam investimentos da indústria. A rapidez é fundamental porque os tratamentos estão evoluindo aceleradamente. O índice de sobrevivência em pacientes com melanoma avançado, um tipo de câncer de pele, é de 40% em um ano. Com remédios que estamos testando em outros países, conseguimos uma sobrevivência de 73%. Ou a hepatite C, que era uma doença sem cura e hoje é eliminada em 90% dos casos com um tratamento oral de seis meses. Nos últimos anos, grandes companhias farmacêuticas globais estão reduzindo suas áreas de pesquisa e desenvolvimento e apostando em áreas que gerem uma receita mais estável, como medicamentos genéricos. O risco de gastar muito em pesquisa e não conseguir produzir um remédio com grandes vendas é alto. A Bristol está fazendo o contrário, só produz remédios novos. Como ganhar dinheiro com esse modelo? Somos diferentes das grandes farmacêuticas globais, viramos uma empresa especialista. Buscamos inovar no tratamento de um número pequeno de doenças: câncer, Aids, hepatite C, artrite reumatoide. Acreditamos que ter um portfólio pequeno, mas diversificado, reduza o risco de perder dinheiro com os investimentos em pesquisa. Escolhemos poucas áreas em que podemos fazer a diferença e investimos nelas. Estamos fazendo isso desde 2007, com bons resultados para os acionistas. Nossas ações mais do que dobraram de preço desde que mudamos o foco da empresa, bem acima da média das maiores companhias farmacêuticas. Não queremos diversificar só por diversificar, por isso não estamos em genéricos. Também temos comprado várias empresas pequenas, de biotecnologia, que tenham produtos nas áreas que nos interessam. A maior aposta da empresa hoje é o remédio para a hepatite C, doença que a Organização Mundial da Saúde estima que atinja 180 milhões de pessoas. É um número muito menor do que o de afetados por outras doenças. Estima-se, por exemplo, que 40% da população adulta mundial tenha colesterol alto. Realmente é um número muito inferior ao de pacientes com doenças crônicas, como colesterol alto e diabetes. Mas o valor desses medicamentos é curar pessoas que hoje têm tratamentos caríssimos e complexos. No Brasil, estimamos que haja 200 000 pacientes infectados pela hepatite C, e hoje só 15 000 estão em tratamento. Esperamos ter aqui cerca de 45000 pacientes nos primeiros três anos. No Japão, há mais de 1 milhão de infectados, dos quais apenas 500 000 foram diagnosticados. Estimamos que nos Estados Unidos sejam 3 milhões. Mas a hepatite C tem um custo altíssimo de tratamento, que pode chegar ao transplante de fígado, e estamos conseguindo altos índices de cura com os novos medicamentos. Grupo Raia Drogasil dobra o lucro em 2014 e inicia nova fase 27/02/2015 - Valor Econômico Maior grupo varejista de farmácias do país, a Raia Drogasil fechou no ano passado o ciclo de integração de suas duas redes com crescimento em receita, melhora na rentabilidade, queda na relação entre receita e despesas e ganhos na margem de lucro. Custos se mantiveram sobre controle mesmo após acelerada abertura de lojas ¬ 131 inaugurações em 2014 (a meta para 2015 é manter esse patamar). Os números foram publicados ontem, no relatório de resultados. Concluída boa parte da fase de unificação dos negócios, a empresa inicia um período em que começa a trabalhar aspectos que ficaram em segundo plano desde a fusão das cadeias, em 2011. Experiência de compra na loja, que ainda está distante do que a empresa quer, e a forma como a companhia faz a gestão das categorias vendidas entram nessa lista de prioridades para os próximos anos. Também terá que ser aprimorado o uso da base de informações que a companhia tem de seus clientes, para tentar ser mais assertivo na venda. "Fazemos isto melhor na Raia do que na Drogasil. É um dos aspectos que vamos ter que trabalhar", disse ontem Marcílio Pousada, presidente da companhia, após publicação do balanço. No ano passado, a empresa apurou aumento de 18,6% nas vendas líquidas, para R$ 7,39 bilhões. De outubro a dezembro, o valor foi de pouco mais de R$ 2 bilhões, expansão de 20,2%. O lucro líquido em 2014 somou R$ 221,4 milhões, mais que o dobro dos R$ 100,9 milhões de 2013. De outubro a dezembro, o lucro registrou alta de 123,4%, para R$ 62,15 milhões. Ao se considerar o número ajustado por despesas não recorrentes, o lucro líquido no trimestre foi de R$ 75,4 milhões, um incremento de 56,8% sobre mesmo período de 2013. No ano, o lucro líquido ajustado atingiu R$ 270,4 milhões, 53,8% quando comparado a 2013. A participação das despesas com vendas na receita bruta se manteve estável em 18,3%, em relação ao mesmo período de 2013 (18,4%). Portanto, custos ficaram sob controle apesar da expansão nas aberturas no ano. Foram inaugurados, de outubro a dezembro, 51 pontos, maior volume de aberturas entre os quatro trimestres do ano ¬ em parte pela entrada no mercado no Nordeste. No quarto trimestre, a margem bruta atingiu 27,6%, aumento de 0,9 ponto. As vendas "mesmas lojas" (em operação há mais um ano) subiram 11,4% no ano passado e 13% no quarto trimestre, um dos melhores índices desde a fusão das redes. Vendas mais aceleradas em outubro, mês de temperaturas altas, em parte, explicam o índice, disse Eugênio De Zagottis, vice-presidente de relações com investidores e planejamento. "O sólido crescimento de vendas 'mesmas lojas' da Raia Drogasil valida a nossa tese de resiliência para o mercado de varejo de drogarias, com o crescimento das vendas quando comparados com os resultados de outras empresas de consumo e varejo, como Grupo Pão de Açúcar e Natura ", escreveu em relatório ontem Guilherme Assis, analista da Brasil Plural. "As farmácias continuam a roubar participação de supermercados e do canal de vendas diretas". Dados da Nielsen mostram que a participação de mercado (em valor) das grandes redes de drogarias na venda de itens de higiene pessoal e cosméticos passou de 15,4% em 2010 para 16,6% ao fim de 2014. Supermercados e hipermercados caíram de 54,2% para 52,4%. Isso mostra que não apenas o ritmo de envelhecimento da população sustenta o crescimento desse setor. Há migração de clientes entre canais. Para De Zagottis, após a integração das redes, a companhia teve ganhos de escala e eficiência, e passou a "executar melhor", ou seja, trabalhar melhor o dia a dia da operação. Ele voltou ontem a descartar planos de aquisição. A Drogaria Pacheco São Paulo decidiu retomar conversas com a CVS, como antecipou o Valor, e a BR Pharma colocou redes à venda. "Nós abrimos 569 lojas em cinco anos. Isso equivale à metade de uma Raia Drogasil. Não precisamos adquirir redes, não valem o custo". Ainda dentro desse novo foco de prioridades da companhia para os próximos anos, o grupo esclarece que a Farmasil ainda é vista internamente como "um projeto em estudo". A rede de farmácias tem foco nas classes C e D. "Não vamos colocar isso para rodar agora. Nosso plano nos próximos anos ainda é crescer com Raia e Drogasil." Pesquisa e Desenvolvimento
Molécula de erva asiática é eficaz contra infecção do ebola em ratos 26/02/2015 - UOL/Portal Uma molécula derivada de uma erva asiática revelou-se eficaz contra a infecção de ratos com o vírus do ebola, abrindo portas para um possível tratamento em humanos, segundo uma investigação publicada nesta quinta-feira (26) na revista Science. Cientistas do Instituto de Pesquisa Biomédica do Texas descobriram que a tetrandrina, uma molécula de origem vegetal, em pequenas doses, protege ratos da infecção, sem efeitos secundários particulares. "Quando testamos esta molécula em ratos, ela impediu a reprodução do vírus e permitiu salvar a maior parte deles do ebola", explicou um dos autores do estudo, Rovert Davey. O próximo passo dos pesquisadores será testar a inocuidade e a eficácia da molécula contra o ebola nos macacos. Os autores do estudo agora publicado já tinham determinado que o mecanismo que permite às células transmitirem cargas elétricas, no qual os detectores de cálcio desempenham um papel-chave, era importante na infecção do ebola. Os pesquisadores descobriram que dois detectores de cálcio eram particularmente importantes para que o vírus penetrasse nas células para se multiplicar e testaram diversas moléculas, incluindo a tetrandrina, para determinar qual é que seria mais eficaz para neutralizar os detectores. De acordo com o mais recente balanço da Organização Mundial de Saúde, o novo surto de ebola fez 9.177 mortos, desde o início de 2014, a maior parte na Libéria, na Serra Leoa e na Guiné-Conacri. Cientista prevê transplante de cabeça em dois anos 27/02/2015 - UOL/Portal O primeiro transplante de cabeça da história poderia ocorrer em dois anos, segundo uma reportagem publicada nesta semana pela revista NewScientist. É a possibilidade que estuda uma equipe liderada pelo cirurgião italiano Sergio Canavero, do Grupo de Neuromodulação Avançada de Turim. O grupo deve apresentar a proposta durante uma conferência médica nos Estados Unidos neste ano. A técnica consistiria em implantar a cabeça de um paciente de doença grave no corpo de um doador que tenha tido morte cerebral. Em entrevista à NewScientist, Canavero disse que a cirurgia poderia prolongar a vida de pessoas que sofrem de degeneração dos músculos e nervos ou que tenham câncer. Ele disse, porém, estar ciente de que a proposta gera muita polêmica e que entraves éticos podem ser uma grande barreira. Canavero prevê ainda que sua equipe enfrenta dificuldades para conseguir autorização para desenvolver a técnica nos Estados Unidos. "Se a sociedade não quiser isso, eu não vou fazer. Mas se as pessoas não quiserem nos Estados Unidos ou na Europa, não significa que não será feito em outro lugar. Estou tentando fazer da forma correta. Antes de você ir à lua, tem que ter certeza que as pessoas o seguirão", disse Canavero à NewScience. Técnica O cirurgião italiano publicou neste mês uma lista de técnicas que tornariam o transplante possível. Elas incluem procedimentos como resfriar a cabeça do receptor e o corpo do doador para evitar que as células morram sem oxigênio, cortar os tecidos do pescoço e conectar as veias e artérias maiores a tubos finos e seccionar os nervos da espinha. Uma das partes mais complicadas da eventual cirurgia seria conectar os nervos da espinha do corpo aos nervos da cabeça. O cirurgião usaria uma substância química com polietileno para fazer as conexões e eletrodos para estimular as novas conexões nervosas. Canavero disse também à NewScience que logo após a cirurgia o paciente passaria semanas em coma e inicialmente seria capaz de mover os músculos do rosto e falar com a mesma voz que tinha antes. Porém, seria necessário pelo menos um ano de fisioterapia para que pudesse andar. Segundo ele, diversas pessoas já teriam se candidatado ao procedimento. Segundo a NewScience, um procedimento similar foi testado em um macaco nos anos 1970 por outra equipe. O animal conseguia respirar com ajuda de aparelhos mas não podia se mover, pois sua cabeça não havia sido conectada aos nervos da espinha. O animal morreu dias depois devido à rejeição de tecidos. Chances A revista ouviu diversos especialistas na área que se disseram céticos em relação à viabilidade da técnica. Alguns ressaltaram pontos técnicos difíceis de resolver, tais como a dificuldade de fazer o paciente passar pelo coma de forma saudável. Outros levantaram dilemas éticos, como a possibilidade de que, se der certo, a cirurgia seja usada para fins cosméticos. Ou disseram que o procedimento pode até se tornar realidade, mas não em um prazo tão curto. Pesquisadores conseguem criar músculo em laboratório 27/02/2015 - O Globo Uma equipe internacional de pesquisadores criou um músculo esquelético funcional para a pata de um rato. O desenvolvimento da técnica pode provocar uma revolução no tratamento de pacientes com distrofias musculares. Os cientistas formaram as células em uma placa para produzir um enxerto, que foi implementado em seguida sobre um músculo esquelético, onde o novo músculo cresceu algumas semanas depois. As células precursoras do músculo, conhecidas como mesoangioblastos, cresceram em um hidrogel e foram modificadas para produzir um catalisador, que estimula o crescimento dos nervos e de vasos sanguíneos. Uma vez que as células foram inseridas no hospedeiro, um novo músculo foi criado em semanas, substituindo os tecidos danificados. — A morfologia e a organização estrutural do órgão artificial são extremamente semelhantes, senão indistinguíveis, de um músculo esquelético natural — conta Cesare Gargioli, biólogo da Universidade de Roma e coautor do estudo, publicado na revista “EMBO Molecular Medicine”. A engenharia de tecidos do músculo esquelético é um desafio potencialmente considerável para o tratamento de vários tipos de danos irreversíveis ao músculo que ocorrem em doenças, como a distrofia muscular. Até agora, as tentativas para recriar um músculo funcional fora ou mesmo diretamente inserido no corpo não foram bem sucedidas. Os músculos artificiais normalmente não sobrevivem à transferência para o organismo porque não são criados os nervos e vasos sanguíneos necessários para suportar sua necessidade de oxigênio. — Estamos estimulados com o sucesso do nosso trabalho, pois conseguimos fazer crescer um músculo da perna de rato completamente intacto e funcional — comemora Giulio Cossu, membro da Organização Europeia de Biologia Molecular, que também assina o estudo. — Mas ainda estamos estudando uma estrutura pequena. Precisamos conduzir muitas pesquisas até chegar aos testes clínicos. Saúde
Mercado Aberto: Sorriso de orelha a orelha 27/02/2015 - Folha de S.Paulo Colunista: Maria Cristina Farias A rede paulistana Sorridents, de clínicas odontológicas, vai ampliar sua presença no restante do país. Estão previstas 25 novas unidades até o final do ano. Hoje, são 163 consultórios em operação em 14 Estados. "Somos mais conhecidos apenas em São Paulo. Queremos expandir essa cobertura para outras regiões, pois ainda há muita demanda de serviços acessíveis", afirma Carla Renata Sarni, presidente da rede. O aporte necessário para abrir uma franquia varia entre R$ 350 mil e R$ 500 mil. As unidades têm em média 200 m² de área construída e comportam de quatro a oito consultórios. "Cerca de 80% dos nossos franqueados são dentistas, mas também há investidores de outras áreas." Como parte do projeto de expansão da marca, a Sorridents fechou uma parceria como o banco Sorocred para fornecer cartões de crédito da bandeira Cielo. "Muitos pacientes fazem o tratamento em fases porque não têm limite disponível no cartão de crédito", diz a executiva. O plástico levará o nome da rede, mas poderá ser usado também fora da clínica. R$ 188 milhões foi o faturamento da empresa no ano passado 14 são os Estados em que a rede está presente 163 são as unidades em operação, sendo 131 no Estado de São Paulo, 7 no Rio de Janeiro e 5 no Espírito Santo 2 milhões é o número de pacientes atendidos pela rede; a meta é dobrar até 2018.
Casos de dengue aumentam 163% em São Paulo em 2015 27/02/2015 - Folha de S.Paulo Em tendência de forte alta em relação ao ano passado, a dengue já atingiu 563 pessoas nas seis primeiras semanas deste ano em São Paulo, ante 214 em relação ao mesmo período do ano passado. O aumento é de 163%, segundo boletim divulgado nesta quinta (26) pela Secretária Municipal da Saúde. Se comparadas as quatro primeiras semanas de 2014 e 2015, o incremento é ainda maior, de 171%. A secretaria registra ainda quatro casos da febre chikungunya, semelhante à dengue. Todas as transmissões ocorreram em outros países --a maioria na América Central. A prefeitura credita o aumento de casos de dengue à crise hídrica, que teria contribuído para acúmulo de água limpa sem proteção. O infectologista Marcos Boulos, professor da Faculdade de Medicina da USP, no entanto, diz que a situação é endêmica. "A dengue não é mais sazonal. No ano passado, houve incidência o ano inteiro", diz. Em relação ao aumento em 2015, o infectologista diz que houve falha na prevenção. "O que se tem notado é um afrouxamento no combate do mosquito antes do verão." ZONA NORTE A morte de uma idosa na Brasilândia, na zona norte de São Paulo, está sendo investigada. A região continua amargando a maior incidência de casos no município. Ao menos 12 pessoas contraíram dengue neste mês na rua Guarairas, na Brasilândia, segundo moradores. O operador de trânsito Sidnei Pereira da Silva, 51, foi um dos afetados. "Quando você vai ao médico, é todo mundo com dengue também", diz. Segundo moradores, a prefeitura não promove ações na rua há pelo menos dois anos. A Secretaria da Saúde diz que uma equipe fará visita ao local nesta sexta (27). Segundo a pasta, até agora, são três casos de dengue na rua. As quatro primeiras semanas do ano já indicavam a alta na região norte. Foram 4,9 casos para cada 100 mil habitantes na zona norte, seguidas pelas zonas oeste (2,2), sul (1,9) e leste (0,6). A Folha revelou há duas semanas a falta de carros na região para o transporte dos agentes de combate ao Aedes aegypti, vetor da dengue. Nesta quinta, a prefeitura minimizou o caso. "Os agentes gostam de falar o que não sabem", disse Paulo Puccini, secretário adjunto da Saúde. "Há 300 carros disponíveis." Os veículos citados atendem, no entanto, a todo o município e a região continua desassistida, segundo agentes ouvidos pela reportagem. Planos passam a oferecer pediatra 'delivery' 27/02/2015 - Folha de S.Paulo Planos de saúde voltados ao público de alto padrão e empresas de serviços médicos têm oferecido visitas domiciliares de pediatra e plantão telefônico para evitar que pais levem seus filhos aos hospitais sem necessidade. Vários estudos apontam que até 70% dos casos atendidos nas emergências infantis não são graves e poderiam ser resolvidos pelo médico no consultório ou por telefone. Países como a Inglaterra, o Canadá e a Espanha já oferecem serviços de suporte médico à distância, também para adultos, inclusive no sistema público de saúde. No caso da pediatria, é comum hoje as famílias relatarem dificuldade em ter um pediatra ou um médico de família à disposição. Por isso, recorrem aos prontos-socorros, onde há a certeza de que a criança será examinada e medicada se for o caso. A Omint oferece um plantão telefônico com pediatras 24h à disposição, que tiram dúvidas corriqueiras dos pais, orientando-os em questões como febre, resfriados e dosagens de remédio. Mas os médicos não podem fazer diagnósticos ou prescrever medicações por telefone, segundo norma do CFM (Conselho Federal de Medicina). Então, quando o caso requer atenção maior, como febre que não passa ou uma infecção de garganta, o pediatra vai até a casa da criança. "Além de os pais não precisarem sair à noite com seu filho doente, evitam expor a criança a ambientes contaminados, como o dos hospitais", diz Marcos Loreto, gerente-médico da Omint. O pediatra vai munido de remédios básicos, como analgésicos e antitérmicos, e um kit que permite avaliar se a infecção de garganta é causada por vírus ou bactéria, por exemplo, e prescreve o antibiótico, se for o caso. "É mais cômodo. Evita essa coisa de pôr criança no carro, ela enjoar e, quando chega ao PS, estar pior do que quando saiu de casa", diz Paula Iecco, mãe de Thomás, 12, que usa o serviço. A empresa espanhola Advance Medical, que abriu recentemente uma filial no Brasil, também oferece suporte médico pediátrico e para adultos por meio de diversas plataformas. "Pode ser telefone, email, WhatsApp, o que o cliente preferir. Barreira de comunicação não pode ser um problema", afirma o diretor-geral Caio Soares. Ainda neste ano, haverá a oferta de atendimento domiciliar. O serviço é contratado diretamente pelo RH das empresas, como um benefício extra ao funcionário, além do plano de saúde. Na Amil, o plantão telefônico pediátrico é feito por enfermeiras, com pediatra na retaguarda. O serviço começou voltado para gestantes e bebês e hoje atende crianças até 12 anos. Segundo a pediatra Izabel Pellicciari, responsável pelo programa, são 1.500 ligações ao mês. Em mais de 90% delas, as dúvidas são resolvidas à distância, sem que a criança tenha de ir ao hospital. Para o clínico-geral Gustavo Gusso, professor de USP, o serviço médico à distância é tendência no resto do mundo. "Mas é preciso ter profissionais bem formados e capacitados para esse suporte." Com dengue e chikungunya em São Paulo, o jeito é rezar 27/02/2015 - Folha Online Há três meses, os agentes das Suvis (Supervisão de Vigilância em Saúde) da zona norte de São Paulo estão sem carro para fazer a prevenção da dengue. A região amarga a maior incidência de casos da doença no município e registrou a primeira morte suspeita, uma idosa da Brasilândia (zona norte), onde já foram notificados 80 casos de dengue. Apesar da quase óbvia relação entre a falta de prevenção e o aumento do números de casos, o secretário-adjunto da Saúde, Paulo Puccini, desqualificou nesta quinta-feira (26) a queixa dos agentes de saúde sobre a falta de carros. "Os agentes gostam de falar o que não sabem direito", disse, argumentando que há 300 carros disponíveis da Covisa [Coordenação de Vigilância em Saúde]. Ele só esqueceu de informar que esse número é para a cidade toda. Na zona norte, só há carro para fazer o bloqueio das regiões onde há confirmação dos casos. O trabalho de prevenção, que deveria ter sido feito antes da chegada do verão, já era. A questão, sr. Paulo, é que os agentes de saúde sabem e muito. O problema é que não são ouvidos pelos burocratas dos gabinetes. Aliás, seria um ótimo exercício conhecer de perto o trabalho deles. Conviver com a falta de equipamentos, colocar o pé na lama, entrar nas favelas, receber ameaça de morador, ser mordido por cachorros entre outras aventuras diárias que esses profissionais vivem. Quem sabe, dessa forma, o trabalho preventivo não seria levado a sério? A prefeitura prefere continuar creditando o aumento dos casos de dengue na região norte apenas à falta de água, que teria contribuído para acúmulo de água limpa sem proteção. Como se não bastasse a dengue, São Paulo já registra quatro casos da febre chikungunya, doença viral semelhante à dengue. A prefeitura diz que os casos são "importados", que vieram principalmente da América Central. Mas com tanto mosquito solto por aí, é bem provável que o número de registros de "chiku" já seja muito maior. O diagnóstico (em São Paulo e no resto do país) tem sido tardio porque, no início, os sintomas se confundem com os da dengue. E como há muita subnotificação da doença, os casos de chikungunya só têm se tornado oficiais quando os sintomas, como fortes dores nas articulações, perduram e aí é feito um teste específico para a doença. Como sempre, quando a prevenção falha, o jeito é correr atrás do prejuízo. E rezar. Vale 18 bilhões? 27/02/2015 - Exame O fundo de private equity Carlyle está avançando nas negociações para a compra de uma fatia da Rede D'Or de hospitais — e, pelo andar da carruagem, custará caro. Segundo as projeções colocadas na mesa, a geração de caixa da empresa, que foi de 1 bilhão de reais em 2014, deverá crescer 50% neste ano. Esse é o parâmetro a ser usado para calcular o valor de mercado da D'Or. Como a empresa cresce e dá muito dinheiro, os americanos estão dispostos a avaliar a D'Or em cerca de 12 vezes sua geração de caixa. Ou seja, aproximadamente 18 bilhões de reais. O Carlyle pode investir até 2 bilhões de reais no negócio. A maior parte vai capitalizar a D'()r, mas o banco BTG Pactuai, hoje sócio da rede, tem a opção de vender uma participação. Procurados, D'Or e Carlyle não comentaram. Fleury vai investir 60% mais em 2015 27/02/2015 - Valor Econômico O grupo de medicina diagnóstica Fleury planeja investir R$ 189 milhões este ano. O valor é 60% maior do que os aportes de R$ 118 milhões de 2014. Segundo relatório de resultados divulgado ontem, o objetivo é dar continuidade aos projetos de ampliação da oferta de serviços da marca Fleury ¬ sua principal bandeira do segmento premium. "Apesar do cenário pessimista para o crescimento do país em 2015 e a consequente geração de empregos formais, o Grupo Fleury acredita que haverá pouco impacto em sua operação no curto prazo", afirma a companhia, ressaltando seu posicionamento nos segmentos premium e intermediário alto, que tendem a ser menos afetados pela conjuntura desfavorável. No ano passado, o grupo ¬ que conta com 153 unidades de atendimento no país, de diversas marcas ¬ ampliou o lucro líquido em 40,3% em 2014, em relação ao ano anterior, somando R$ 85,8 milhões. A receita líquida cresceu 1,3% e atingiu R$ 1,7 bilhão. Os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somaram R$ 308 milhões, alta de 10,8%. A companhia encerrou o ano passado com uma dívida financeira líquida de R$ 552 milhões, representando 1,8 vezes o Ebitda do exercício. Startup da área de saúde tem aporte de US$ 5 milh 27/02/2015 - Valor Econômico Uma empresa com ambição global. Essa característica do SaúdeControle - plataforma que permite o arquivamento e a gestão das informações médicas pelo paciente - conquistou investidores americanos. O negócio foi o único na área da saúde a representar o Brasil em um evento de empreendedorismo realizado em Nova York, no ano passado. A seleção das startups brasileiras foi realizada por meio de uma ação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Softex e Centria Partners. "Apresentamos nossa solução para investidores e conseguimos capital para internacionalizar a operação", afirma Adrianno Barcellos, presidente do SaúdeControle. Sem citar o nome do fundo investidor, Barcellos diz que o negócio receberá US$ 5 milhões, que serão aplicados no lançamento do sistema no mercado americano. O orçamento prevê desde ações de marketing e adequação da ferramenta até a contratação de serviços de TI, como capacidade computacional para garantir a qualidade e a disponibilidade do aplicativo. Até o final deste semestre, a filial americana deve entrar em operação. "Os Estados Unidos serão a base para a nossa operação global", explica o executivo. Segundo ele, a estruturação da plataforma e, principalmente do plano de negócios, foi o que chamou a atenção do mercado financeiro. "Uma empresa iniciante tem de saber conversar com o investidor, demonstrar capacidade empreendedora e ter visão global do seu produto ou serviço", diz. Barcellos acredita que plataforma SaúdeControle tem potencial para atender milhões de pessoas em todo o mundo. "Os negócios no segmento de saúde têm crescido em todos os mercados. Desenvolvemos um produto centrado no paciente, que dá a ele poder para arquivar e gerenciar suas informações médicas. Na prática, temos clientes potenciais em todo o mundo", comenta. No Brasil, o sistema soma 18 mil usuários e tem obtido êxito nas corporações. "As empresas estão utilizando informações médicas dos colaboradores para criar ações mais eficazes de saúde", explica Barcellos. Para os empreendedores que estão em busca de aporte financeiro, Barcellos aconselha: frequentem ambientes que promovam negócios e insiram a empresa em rodadas de empreendedorismo. "Há dinheiro disponível no mercado. Os investidores procuram bons negócios. Mas dificilmente vão bater à sua porta", explica. A participação em eventos para empresas iniciantes exige, no entanto, preparo. O plano de negócios tem de estar ajustado à linguagem dos investidores e as projeções de mercado precisam fazer sentido e demonstrar retorno do investimento. "Contratamos uma consultoria internacional para fazer um estudo do potencial da ferramenta para o segmento da saúde", diz Barcellos. A possibilidade da invenção de doenças mentais 26/02/2015 - Folha de S.Paulo / Site “Infelizmente propaga-se por aí uma falácia”, foi o início de um e-mail recebido de uma leitora indignada com o post Mitos sobre o Suicídio, criticando o artigo por “simplesmente reproduzir dados transmitidos por uma indústria farmacêutica apenas interessada em vender mais remédios”, como ela colocou. Essa linha de raciocínio parte do pressuposto de que doenças podem ser “inventadas” e que os manuais de categorização de doenças mentais, como o DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) e o CID (Classificação Internacional de Doenças, uma publicação da própria OMS – Organização Mundial da Saúde) são definidos por psicólogos e psiquiatras ligados financeiramente a empresas farmacêuticas (que financiam suas pesquisas, por exemplo). Para o psicanalista Eduardo Rozenthal*, isso é possível sim, porque vivemos numa sociedade contemporânea monista, baseada em apenas um valor, que é o valor capitalista de mercado. Ela substitui a sociedade moderna, que era dualista, oscilando entre o bem e o mal. “Todas as práticas humanas se mobilizam em direção ao maior valor da cultura, que é o valor de mercado. Isso é automático. Não se trata de nenhuma ?teoria da conspiração’. Somos seres moldados pela cultura em que vivemos”, Rozenthal diz. Para o psicólogo Thiago Sarkis, psicanalista de Belo Horizonte, “doenças inventadas” podem ocorrer como fruto de erros e não de más intenções. Ele também diz ser perigoso falarmos de maneira tão categórica sobre uma relação entre estudos psiquiátricos de transtornos mentais e o objetivo de se ofertar algo para aquecer o mercado farmacêutico. Haveria equívocos em estudos e classificações, assim como a hipermedicalização da vida, mas isso diria muito mais respeito sobre quem recebe os resultados dos estudos e medicam seus pacientes a partir deles, do que sobre quem os produziram. Sarkis diz estar certo de que boa parte dos estudiosos sobre os transtornos mentais estão efetivamente acreditando – talvez mais piamente do que devessem – naquilo que estão fazendo, dedicando-se, e confiando em suas descobertas. “O que guia a ciência, hoje e sempre, é a dúvida, o questionamento. Quando a ciência vira, ou é investida pelas pessoas como uma indústria de produção de verdades, um guia absoluto, temos um problema.” O caso do TDAH: Transtorno de Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade O psiquiatra norte-americano Leon Eisenberg (1922-2009) é considerado o pai do TDAH. Segundo reportagem do “The New York Times”, “nos seus últimos anos de vida, ele teria ficado alarmado com as tendências no campo que ajudou a criar, criticando o que ele viu como uma “confortável” relação entre o mercado de remédios e os médicos e a crescente popularidade do diagnóstico do déficit de atenção”. O semanário alemão “Der Spiegel” trouxe uma reportagem de capa, em 2012, com uma declaração bombástica de que Eisenberg teria dito que o TDAH é uma doença inventada. A frase atribuída a ele nas matérias que encontrei é: “O TDAH é um excelente exemplo de uma doença fictícia”. O tradutor que consultei disse que colocaria a frase como: “O TDAH é um exemplo de sucesso de uma doença fabricada”. Ele me passou outras informações importantes da matéria, como Eisernberg mencionar que o componente genético da doença foi superestimado e afirmar que “psiquiatras infantis deveriam investigar as motivações psicossociais que possam causar os sintomas da doença, como verificar se existem problemas de relacionamento na família, se os pais vivem juntos ou se estão brigando muito, por exemplo. São questões importantes, mas demandam muito tempo para serem respondidas. Sendo assim, é mais fácil simplesmente medicar”. A matéria diz que o diagnóstico do TDAH aumentou 40 vezes nos últimos dez anos e muitos dos pacientes mal têm de dois a três anos de idade. Também aponta que não se sabe qual o tipo de consequência dos medicamentos para o cérebro e que essa é uma experiência fora do controle. Rozenthal diz receber muitos pais em consultório imaginando que seu filho tem a doença e muitas vezes já fazendo uso de medicação como a Ritalina. Ele não se coloca contra remédios, mas sim contra a medicalização hegemônica da sociedade, ou seja, o excesso de medicação que hoje se prescreve, “você dá a medicação e não trabalha com a subjetividade. É mais rápido e mais fácil, mas a longo prazo não serve. Se tirar a medicação volta tudo”. Depressão Eduardo Rozenthal diz que a depressão é a doença psíquica por excelência da contemporaneidade. “É alarmante o número de pacientes que chegam falando que têm depressão”. Ele considera haver uma confusão entre o “ficar triste”, por exemplo, diante de uma perda, e o “estar deprimido”. As pessoas teriam o direito de ficarem tristes e a felicidade não deveria ser colocada como uma obrigação. O diagnóstico de depressão é feito às pressas e logo se parte para a medicação. Segundo Rozenthal, há um componente orgânico na depressão que deve ser levado em conta, mas que não deve servir para generalizar o sofrimento. Ele diz que os remédios mais usados hoje para tratar o excesso de ansiedade, como os ansiolíticos Rivotril, Olcadil e Frontal podem trazer benefícios se utilizados, quando for o caso, como complemento da análise. Podem diminuir a dor e às vezes até facilitar o trabalho psicanalítico. Mas nesse caso, devem ser vistos como circunstanciais e não como tratamento propriamente dito. Há uma corrente que critica as drogas psicotrópicas por não existir pesquisas científicas comprovando a existência de componentes orgânicos nos distúrbios mentais. Alguns psiquiatras americanos divulgam opiniões contrárias ao status quo em sites pessoais e acabam servindo de fonte àqueles que são contra o uso de certos remédios, como o Dr. David Healy, e o Dr. Peter Breggin, que relaciona violência e suicídio causados por anti-depressivos. O filme “O Marketing da Loucura” traz a história desses medicamentos e depoimentos sobre seus efeitos secundários. Classificar, categorizar, rotular O DSM é um livro que indica a classificação de doenças mentais usado por profissionais de saúde mental dos Estados Unidos. Há uma linha de pensamento que defende que os psiquiatras dessas instituições são ligados a laboratórios e por isso trabalhariam no interesse deles e não da sociedade. A psicóloga norte-americana Lisa Cosgrove, e outros três colegas, lançaram um estudo intitulado (em tradução livre) “Ligações financeiras entre os membros dos painéis do congresso DSM-IV e a indústria farmacêutica”. O artigo aponta que dos 170 membros do painel, 95 membros (56%) tinham uma ou mais associações financeiras com empresas da indústria farmacêutica. E 100% dos membros dos painéis ‘Transtornos de Humor’ e ‘Esquizofrenia e outros Transtornos Psicóticos’ tinham ligações financeiras com as companhias de drogas. O estudo conclui que há fortes ligações financeiras entre a indústria e aqueles responsáveis por desenvolver e modificar os critérios para diagnósticos de transtornos mentais, “as conexões são especialmente fortes nos diagnósticos de áreas em que as drogas são a primeira linha de tratamento.” A leitora que estimulou esse post enviou o link de um filme criticando o DSM e o CID, filmado pela CCHR – Comissão dos Cidadãos para os Direitos Humanos, de Portugal. Uma das críticas está em não precisar ter conhecimento sobre a causa e efeito da condição para poder classificá-la como uma doença e com isso dar margem à invenção de doenças mentais para alimentar a indústria farmacêutica. O documentário aponta que a inclusão de uma doença no DSM é votado numa reunião entre psicólogos e psiquiatras. O fato de a decisão ser votável indicaria não haver uma definição com base em pesquisas cientificas mas sim em motivos políticos. Também se vota na exclusão de uma doença, como ocorreu com a homossexualidade, anteriormente inclusa no DSM como distúrbio mental e depois retirada. O documentário disse que essa decisão nada tem de base científica, ele foi inserido e removido por razões políticas e não médicas. A instituição lançou outros documentários como “O Inimigo Oculto” e “A Era do Medo”, disponíveis no seu site. Para Rozenthal, as doenças precisam ser classificadas para que possamos estudá-las, ensiná-las e finalmente tratá-las e para facilitar a cobertura de planos de saúde também. “O problema surge quando se idealiza a doença – ou a saúde – para fazer com que o mercado lucre”, ele diz. O psicanalista ressalta que somos seres da singularidade e por isso é perigoso trabalharmos com rótulos para alimentar um modelo médico quantitativo, voltado para estatísticas e não para a qualidade. A indústria farmacêutica Para Nelson Mussolini, vice-presidente da Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estados de São Paulo), de fato houve uma medicalização da vida em razão do aumento da expectativa e a busca por maior qualidade. “Estamos vivendo cada vez mais e a indústria farmacêutica corre atrás para investir em desenvolvimento de produtos para dar mais qualidade de vida para as pessoas”, ele diz. Mussolini afirma que podem haver abusos e modismos que são prejudicais para a indústria e que qualquer atividade humana está passível de cometer erros, mas se tem procurado, principalmente nos últimos vinte anos, minimizá-los ao máximo. Como por exemplo, retirar remédios do mercado que apresentem efeitos colaterais graves e criar códigos de conduta para os médicos – como deixar claro suas conexões financeiras, como quem patrocinou seu estudo e para qual empresa trabalham, na hora de apresentar suas teses em congressos, “nenhuma empresa quer ver seu nome envolvido com falta de transparência, porque um dos principais pilares dessa indústria é a credibilidade”. Sobre o TDAH, Mussolini afirma que ele vem sendo estudado desde 1947 e a Ritalina é um medicamento de 1955. “Me parece estranho falar em uma doença fabricada por um período tão longo quanto esse. De fato, se existisse essa questão, ela já teria sido desmitificada, porque nenhuma ?mentira’ dura tanto tempo”. Ele diz ser possível encontrar alguns abusos, como ser usado para pais sossegarem seus filhos, mas essa seria uma questão presente em todos os produtos. Por exemplo, o abuso de antibióticos resultou em bactérias mais resistentes levando a indústria a investir em pesquisas para descobrir antibióticos mais potentes. Acredito que abrir margem para a existência de doenças inventadas possa contribuir ainda mais para o preconceito em torno dos distúrbios mentais e prejudicar a importante pesquisa dos medicamentos psiquiátricos, hoje em curso. Erros e abusos devem ser minimizados e a transparência das ligações financeiras tida como uma prioridade. Mas o debate é bem vindo e pode indicar quão manipuláveis somos, tanto para defender a indústria farmacêutica quanto para criticá-la. *Eduardo Rozenthal é Doutor em Saúde Coletiva pelo Instituto de Medicina Social (IMS) da Uerj e autor do livro “O ser no gerúndio: corpo e sensibilidade na psicanálise”, editado pela Cia de Freud. Para Chioro, seca levamalária ao Rio 27/02/2015 - O Estado de S.Paulo O aumento de casos de malária neste ano no Rio pode ter entre suas causas fatores ambientais, como o clima mais seco, afirmou o ministro da Saúde, Arthur Chioro. “Não vamos dizer que a situação não preocupa, mas ela não expõe a risco toda a população. São episódios isolados”, afirmou. Só neste ano, já são 14 ocorrências no Estado, ante 8 no ano passado e 7 em 2013. Os casos estão relacionados a pessoas que estiveram perto da zona rural. “É uma área de maior risco. Quem vai para essas regiões deve tomar medidas preventivas (repelentes).” Estado registra 51 mil casos de dengue, alta de 900%; na capital, avanço é de 163% 27/02/2015 - O Estado de S.Paulo O número de casos de dengue registrados na capital paulistanas seis primeiras semanas epidemiológicas de 2015 cresceu 163% em relação ao mesmo período do ano passado, mostra balanço divulgado ontem pela Secretaria Municipal da Saúde. Em todo o Estado, a situação é ainda pior: a quantidade de casos confirmados nos municípios paulistas neste ano é dez vezes maior do que o ano passado, alta equivalente a 900%. De acordo com dados do boletim epidemiológico da dengue divulgado anteontem pelo Ministério da Saúde, o Estado de São Paulo concentra metade dos registros de dengue de 2015. Já são 51.849 casos confirmados,ante 5.185 no mesmo período de 2014. Em todo o Brasil, já foram 103.616 pessoas contaminadas. E das 24 mortes confirmadas no País, 17 aconteceram em São Paulo. A capital paulista somou, do início de janeiro até 24 de fevereiro, 563 casos da doença, ante 214 no ano passado. A zona norte da cidade é a área mais afetada pelo problema. A tendência de alta de dengue em relação a 2014 vem sendo observada desde os primeiros balanços divulgados pela Prefeitura neste ano. A administração já admite que 2015 será um ano crítico da doença na cidade, com previsão de cerca de 90 mil casos até dezembro–no ano passado, quando a capital já teve recorde de pacientes infectados, foram 29 mil registros. O secretário adjunto municipal da Saúde,Paulo Puccini,afirmou ontem, durante a divulgação dos dados, que as altas temperaturas registradas neste verão e o armazenamento de água sem proteção, por causa da crise hídrica,são os principais fatores para um ano ficam próximos de pacientes infectados. “Além disso, os bairros com maior incidência neste de rodovias, o que também colabora para a alta da doença”, disse, referindo-se a distritos da zona norte vizinhos das Rodovias Fernão Dias,Anhanguera e Bandeirantes, que ligam cidades do interior com alta incidência da doença à capital. De acordo com a Prefeitura, caminhões que seguem de diversas localidades rumo a São Paulo podem ser criadouros do mosquito Aedes aegypti. Concentração. Os dados municipais mostram que metade dos casos confirmados até agora está em apenas cinco bairros da zona norte da capital paulista. Juntos, Limão, Jaraguá, Brasilândia,Casa Verde e Pirituba somam 264 registros. A Prefeitura investiga a morte de uma idosa moradora da Brasilândia que pode ter sido contaminada pelo vírus. Caso os exames confirmem a hipótese, será o primeiro caso de morte por complicações da doença neste ano.Em 2014, pelo menos 14 pessoas morreram na capital vítimas da dengue. A Secretaria Municipal da Saúde disse estar intensificando as ações de prevenção da doença e combate ao mosquito nos bairros com maior incidência.Em toda a cidade,estão sendo realizadas visitas de agentes da Prefeitura para eliminação de possíveis criadores do inseto.A pasta diz,no entanto,que a população deve ficar atenta para não acumular água limpa destampada. Interior. Se na capital nenhuma morte por dengue foi confirmada no ano, no interior do Estado, o número de óbitos por suspeita da doença sobe a cada dia. Até ontem, pelo menos 46 pessoas haviam morrido com sintomas da doença somente neste ano. Como a definição da causa da morte depende de laudo do Instituto Adolfo Lutz, só 17 casos foram confirmados como decorrentes da doença. Apenas em Catanduva, no norte paulista, 18 pessoas morreram desde janeiro com diagnóstico da doença. De acordo coma prefeitura, sete óbitos foram confirmados. A cidade tem 3.080 registros da doença e 4.568 à espera de resultados. Em Marília, aconteceram dez mortes neste ano com a dengue diagnosticada no atendimento hospitalar,mas a prefeitura considera só três casos confirmados.Em Sorocaba, são seis mortes – uma confirmada e as outras à espera dos exames.Guararapes, na região noroeste, teve cinco pessoas mortas com dengue– três casos com exame positivo. Em Rio Claro, são duas mortes suspeitas. Houve mortes ainda em Assis,Caraguatatuba, Lins, Limeira e Rubiácea. A Secretaria da Saúde do Estado informou dispor só dos dados de janeiro de 2015, quando ocorreram 5.355 casos confirmados de dengue no Estado – 40 infecções por 100 mil habitantes. Em todo o ano passado, foram 193,6 mil casos.Oficialmente, sete mortes por dengue foram confirmadas no Estado. Os dados do boletim do Ministério da Saúde,mais atualizados, além de apontarem mais de 50 mil casos no Estado,mostram que São Paulo já teve 27 pacientes que evoluíram para quadros graves e outros 195 com sinais de alarme. Em ambos os casos, a doença se manifesta de forma mais severa e pode levar à morte. Com o aumento de casos no Estado, São Paulo já ultrapassou o índice de incidência considerado baixo pelo Ministério (abaixo de 100 casos por 100 mil habitantes). A taxa acumulada emmenos de doismeses do ano já está em 117,7. É o terceiro maior índice de incidência do País – só perde para o Acre, com taxa de 517,3 casos por 100 mil habitantes, e Goiás (221,7). Mais Médicos será permanente, diz ministro 27/02/2015 - O Estado de S.Paulo O ministro da Saúde, Arthur Chioro, descartou ontem o caráter temporário do programa federal Mais Médicos. Ele afirmou que,mesmo depois de ampliadas as vagas de cursos de Medicina e de residência, o programa deverá continuar. “O Mais Médicos veio para ficar.” Segundo Chioro, o programa é uma garantia de oferta de profissionais para cidades mais afastadas, consideradas pouco atrativas. “Não adianta apenas a residência. É preciso um indutor para que o médico fique em locais mais afastados durante um período.Caso contrário, o residente continuará optando pelos grandes centros”, afirmou. Balanço divulgado pelo Ministério da Saúde mostra que 750 profissionais se candidataram para a segunda chamada do Mais Médicos. Eles têm até o dia 2 para se apresentar aos postos de trabalho.Caso todos iniciem a atividade, 98% das vagas da expansão do programa terão sido preenchidas. “Restarão para a terceira chamada 85 postos de trabalho, distribuídos em 47 municípios.É um número a se comemorar”, disse. Tendência. O ministro disse acreditar em uma tendência de substituição progressiva dos profissionais estrangeiros por brasileiros. Ele afirmou que, diante dos números, dificilmente será necessária a realização de um convênio com a Organização Pan-americana de Saúde (Opas) para recrutamento de profissionais em Cuba. “Há ainda a terceira chamada, depois as vagas serão abertas para profissionais brasileiros formados no exterior e para estrangeiros.” Para oministro, oMaisMédicos não serve apenas para alocar profissionais nos municípios brasileiros,mas para fortalecer a atenção básica. A pasta garante que 94% da população que usa os serviços oferecidos avalia o programa como satisfatório. A iniciativa tem, ao todo, 14.462 médicos que prestam assistência a 50 milhões de brasileiros em 3.785 municípios de todas as regiões do País. Brasileiros ficam com 98% das vagas 27/02/2015 - Brasil Econômico O ministro da Saúde, Arthur Chioro, vê uma tendência de substituição progressiva dos profissionais estrangeiros por brasileiros dentro do Programa Mais Médicos. Dados divulgados pela pasta indicam que, das 4.146 vagas autorizadas na última edição, 98% já foram preenchidas — todas por médicos brasileiros, que representam agora 25% do total de contratados pelo programa. ABr. Casos de dengue em Itapetininga já superam total de 2014 27/02/2015 - DCI A cidade de Itapetininga superou seu registro de casos de dengue em 2014 apenas nos dois primeiros meses deste ano, que até o momento teve 17 confirmações da doença, enquanto no ano anterior foram contabilizados 13 casos. A maioria dos casos ocorreu no distrito, que fica a 40 quilômetros da região central de Itapetininga e tem oito mil habitantes, no local foram sete confirmações da doença. Os próprios moradores do local reclamam do costume de depositar lixo nas ruas, o que colabora com a proliferação da doença. Siameses são separados após 14 horas de cirurgia em Goiânia 26/02/2015 - O Estado de S.Paulo Após mais de 14 horas de cirurgia, que envolveu 51 profissionais, os irmãos siameses Arthur e Heitor Brandão, de 5 anos, foram separados no Hospital Materno Infantil (HMI), em Goiânia, Goiás. Os meninos nasceram colados pelo abdome, tórax e bacia e compartilhavam o fígado e a genitália. Segundo os médicos, os próximos dias serão decisivos para a recuperação. Eles também nasceram com três pernas, sendo uma delas malformada. Com a separação, ficaram com uma perna cada e a terceira foi aproveitada para a recomposição de outras áreas dos corpos. Mesmo apreensivos, a mãe, Eliana Ledo Rocha Brandão, e o pai, Delson Brandão, permaneceram confiantes no sucesso da cirurgia. Eles divulgaram um vídeo que fizeram com os meninos agradecendo a torcida feita pelas redes sociais. Os gêmeos já aprenderam a ler e escrever, ensinados pela mãe, que é professora. A cirurgia começou às 10h30 de terça-feira, 24. Heitor saiu do centro cirúrgico à 1h20 e Arthur, à 1h50 de quarta-feira, 25. Da sala, eles foram encaminhados para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde permanecerão internados, sem previsão de alta. Embora tenha durado mais de quatro horas acima da previsão inicial, que era de dez horas de cirurgia, de acordo com o diretor técnico do HMI, Gustavo Meneguelli, a operação ocorreu conforme o planejado e sem nenhuma complicação. Segundo o boletim médico, divulgado às 17h30 de quarta-feira, o estado de saúde dos irmãos é grave e eles respiram com a ajuda de aparelhos. Liderada pelo cirurgião pediátrico Zacharias Calil, a complexa cirurgia mobilizou cirurgiões pediátricos, anestesistas, ortopedistas, médicos intensivistas, cirurgiões plásticos, cirurgiões vasculares, pediatras, biomédicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, nefrologista, cardiologista, entre outros. Após concluir os procedimentos cirúrgicos, Calil disse que os próximos dias serão cruciais para a chamada "etapa clínica". Preparação Com cinco anos de duração, foi uma das mais longas preparações para esse tipo de procedimento, no qual a unidade é referência. A família dos meninos se mudou de Riacho do Santana, no interior da Bahia, para Goiás desde que descobriu, ainda na gestação, que se tratava de gêmeos siameses. Os meninos vivem em Goiânia desde o parto no HMI, em abril de 2009. Durante esse período, passaram por oito cirurgias para colocação de expansores de pele. Referência em casos de média e alta complexidade, a equipe médica já acompanhou 28 casos de siameses e fez 12 cirurgias de separação. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, o hospital é o único do SUS apto para realizar a separação de siameses. Chile nega a jovem de 14 anos pedido para morrer 27/02/2015 - BBC Brasil/Portal O governo do Chile rejeitou o pedido de eutanásia feito pela adolescente Valentina Maureira, de 14 anos, que sofre de fibrose cística, uma doença hereditária e degenerativa que afeta seus pulmões, fígado e pâncreas. De seu leito no hospital, Valentina gravou e publicou na internet um vídeo pedindo à presidente chilena, Michelle Bachelet, que autorizasse a aplicação de uma injeção letal. "Peço com urgência para falar com a presidente, porque estou cansada de viver com esta doença e ela pode autorizar a injeção para que eu durma para sempre", disse ela Valentina em vídeo publicado em seu perfil no Facebook na noite de domingo. O Chile não permite a eutanásia nem o suicídio assistido e a jurisprudência no país dá pouca autonomia em termos de direitos aos pacientes. "A lei não permite que se atenda a um pedido dessa natureza", disse o porta-voz do governo chileno Álvaro Elizalde, em entrevista a jornalistas na quinta-feira. A mensagem publicada por Valentina já recebeu quase 10 mil "curtidas", foi compartilhada mais de 2,6 mil vezes e vista mais de 200 mil vezes. A mesma doença matou seu irmão mais velho aos seis anos de idade e, há menos de um mês, um amigo e companheiro de hospital. "Ele era um dos meus melhores amigos e, mesmo dando 100% de si, sofria. Vê-lo morrer me chocou", disse Valentina à BBC, por telefone, do hospital onde está internada. "São 14 anos de luta, todos os dias, e para minha família tem sido pior. Estou cansada de seguir lutando, porque vejo sempre o mesmo resultado. É muito cansativo." "É sobre a minha qualidade de vida", disse. "É isso que não tenho." Luta familiar A fibrose cística é a doença hereditária fatal mais comum entre pessoas caucasianas. Provoca o acúmulo de muco espesso e pegajoso nos pulmões, no tubo digestivo e em outras partes do corpo, provocando infecções que podem levar à morte. Causada pela mutação do gene CFTR, é passada hereditariamente de forma autossômica recessiva - isto é, a chance de que um casal de pais portadores da mutação tenham filhos que desenvolvam a doença é de 25%. A luta da família Maureira Riquelme contra a fibrose cística tem mais de duas décadas. Michael, o mais velho, morreu aos seis anos de idade, em 1996. "Ele entrou no hospital aos dois anos, pesava dois ou três quilos", disse Fredy Maureira, pai de Valentina. Sua segunda filha é portadora saudável e Valentina, a mais nova, foi diagnosticada com a doença aos seis meses. Estima-se que a doença atinja um em cada 8 mil recém nascidos vivos no Chile, segundo dados do Ministério da Saúde - ou cerca de 30 novos casos por ano. No Brasil, são cerca de 1,5 mil pessoas com a doença, de acordo com o Ministério da Saúde. 'Papai, estou cansada' A família faz, há anos, uma campanha para conseguir que a menina realize os transplantes de pulmão, fígado e pâncreas. Seu pai ganhou fama em 2009 ao pedir pela imprensa que a cantora Madonna adotasse Valentina e a levasse aos Estados Unidos para que os transplantes fossem realizados. O pedido sensibilizou artistas, atletas e autoridades locais, que participaram de uma iniciativa para arrecadar 400 milhões de pesos (cerca de R$ 1,86 milhões) para cobrir os custos das cirurgias. Mas a meta não foi atingida. Além do dinheiro, há outros desafios: Valentina deve completar 15 anos para fazer a cirurgia, seu peso é inferior ao mínimo exigido e não há órgãos compatíveis. Mas o maior deles parece ser o cansaço da jovem. "Ela me disse: 'Pai, não quero mais, papai, estou cansada'. Porque mesmo com o transplante não há garantias. 'E se eu morrer no transplante?', ela me disse", disse Fredy à BBC. Mesmo assim, o vídeo postado por Valentina surpreendeu a família. "Fiquei em choque. Eu não uso redes sociais, uso um telefone velho e no domingo à noite começaram a me ligar, desde jornalistas a deputados, me contando sobre o vídeo", disse o pai. |