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Falta de transparência pode comprometer confiança nos genéricos
10/02/2015 - Folha de S.Paulo


Dá para continuar confiando nos genéricos? Várias pessoas me fizeram a pergunta nos últimos dias, após a reportagem Anvisa interdita parte da fábrica da EMS, maior farmacêutica do país. Eu digo que sim, até que me provem o contrário.

Mas a desconfiança é compreensível. Afinal, quando a maior farmacêutica do país comete erros primários como os encontrados na inspeção da Anvisa e das vigilâncias sanitárias do Estado de São Paulo e de Hortolândia, onde fica a fábrica da EMS, fica a dúvida de como está a segurança do mercado de genéricos de uma forma geral.

Os genéricos circulam nas farmácias brasileiras há 16 anos, mas ainda é comum gerarem desconfiança em relação a sua eficácia, principalmente, na classe médica. Pesquisas feitas pelo Ministério da Saúde e Anvisa já mostraram que 40% dos médicos têm algum tipo de insegurança e 20% deles dizem que não os prescrevem.

Já entre a população, o grau de confiança é bem maior: 73%, segundo recente pesquisa Datafolha, encomendada pelo ICTQ (instituto de pesquisa e pós-graduação do mercado farmacêutico).

Eu digo que confio nos genéricos porque sou consumidora desses medicamentos. Agora mesmo acabei de tomar um comprimido de levoflocacino (prescrito pelo médico, que fique bem claro) para combater uma sinusite que me derrubou.

Mas confesso que o episódio EMS me incomodou, especialmente pelo silêncio da empresa, que só se manifestou por meio de uma nota vaga.

Erros que levam ao recall de medicamentos acontecem com frequência, é só dar uma espiada no site da Anvisa.

Agora, venhamos e convenhamos, é bastante incomum (ainda bem!) um almoxarifado que armazena toda a matéria-prima do laboratório estar numa temperatura de 46ºC (quando a norma é entre 15 e 28ºC). Ou a empresa usar ingredientes em desacordo com o determinado pela Anvisa ou ainda aumentar o lote de um medicamento em dez vezes e também não informar a agência reguladora.

Diante disso, o esperado seria a farmacêutica vir a público e relatar o que motivou os problema apontados pelos agentes sanitários e as providências que tomou em cada caso. Por que a temperatura estava tão alta? O que levou a esse erro? O que foi feito para evitá-lo? E não me venham colocar a culpa no estagiário porque erros assim são, em geral, de processos, nunca de uma única pessoa. O mesmo vale para as outras irregularidades encontradas que levaram à suspensão e comercialização dos dois antibióticos.

Os genéricos respondem hoje por quase 30% das vendas em unidades do mercado farmacêutico brasileiro. Em países como o Reino Unido, a participação é o dobro. Nos EUA chega a quase 80%, o que mostra que o nosso mercado tem ainda muito a crescer.

No Brasil, o programa de genéricos não só aumentou o acesso da população aos tratamentos, já que agora consegue comprar remédios até 50% mais baratos em relação aos medicamentos de referência, como também fortaleceu a indústria nacional. Hoje, entre as maiores farmacêuticas, seis são brasileiras.

Segundo a Anvisa, todos os medicamentos genéricos passam por rigorosos testes de qualidade antes de terem seu registro e comercialização autorizados. Também garante a mesma eficácia do medicamento de marca.

Mas não dá para ignorar que quase um quarto da população brasileira ainda desconfia dos genéricos. Embora pontuais, episódios como esse envolvendo da EMS podem, sim, aumentar o grau de desconfiança se não houver transparência e respeito com o consumidor. É o mínimo que se espera.


Anvisa aumenta pressão para laboratórios reduzirem preço de medicamentos
09/02/2015 - Portal Gloria News


A iniciativa da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), ao aprovar resolução para acelerar a liberação de pesquisas com remédios no Brasil, na última quinta-feira (5), jogou mais luz em uma situação que tem incomodado muitos médicos e pacientes no Brasil: os preços abusivos dos medicamentos aprovados.

Segundo eles, a culpa pelo aumento dos casos de câncer no Brasil deve ser atribuída também aos laboratórios, e não apenas ao SUS (Sistema Único de Saúde), à Anvisa e a outras instituições governamentais.

A acusação é de que muitas das empresas têm responsabilidade nesta questão e poderiam utilizar o Dia Mundial de Luta contra o Câncer, lembrado na última quarta-feira (4), para repensar tal postura. A queixa vale também para medicamentos complexos de outras doenças graves.

Dizendo-se conhecedores da pressão financeira exercida pelos laboratórios, que visam também ao lucro, os médicos garantem que a dificuldade de acesso da população a medicamentos caros tem também relação com a relutância dos laboratórios em subsidiar alguns produtos essenciais, o que diminuiria os preços.

O oncologista Rafael Kaliks, diretor clínico da ONG Oncoguia e crítico do SUS, ressalta que muitos laboratórios continuam mantendo preços altos por receio de perder a competitividade no mercado. Mesmo quando, segundo ele, já lucraram muito.

Existe exagero na lucratividade com drogas medicamentosas por parte desses laboratórios. Eles não abrem mão do lucro absurdo.

Para Kaliks, esses laboratórios, que têm a matriz em outros países, não têm interesse em reduzir os preços no Brasil, mesmo quando o remédio em questão já não é tão avançado.

Mesmo eles tendo lucrado muito com um medicamento que já está com um registro perto de expirar, não reduzem o preço, temendo abrir um precedente também para outros países, em outros casos semelhantes.

O oncologista Andre Deeke Sasse, do Hospital das Clínicas da Unicamp, tem uma visão um pouco diferente, mas não tira a responsabilidade dos laboratórios. Segundo ele, ocorre, por tabelamento inicial, uma redução de custos de um medicamento cuja patente está perto de expirar.

Mas, na opinião de Sasse, apesar de os remédios ainda terem um custo alto, principalmente em relação ao câncer, o chamado custo efetivo, neste caso, vale a pena, pois eles continuam eficientes em muitos tratamentos. Os medicamentos, porém, quase não chegam à população.

Sasse diz que tal tipo de remédio acaba sendo objeto de barganha dos laboratórios, que não abrem mão de preços altíssimos para os novos, como uma retaliação ao fato de o SUS e a Anvisa se recusarem a incorporar os mais antigos.

Para a população ter acesso aos medicamentos, os dois lados têm de ceder um pouco, tanto o governo quanto a indústria farmacêutica.

Custo alto

Quando questionado sobre o tema, Antônio Britto, presidente da Interfarma (Associação de Indústria Farmacêutica de Pesquisa), repassa o problema para o governo, argumentando que a medicina tem se tornado cada vez mais cara e complexa, porque se vale cada vez mais de tecnologia.

Ele diz que no Brasil há dois fatores que agravam a enorme dificuldade de acesso da população mais carente aos medicamentos.

Um é a carga tributária. O remédio no Brasil paga mais imposto do que em qualquer país, mais do que biquíni e urso de pelúcia. O outro é que 75% dos medicamentos são comprados pelo bolso do cidadão, ao contrário da maioria dos países, onde os governos oferecem à população ou têm uma coparticipação na aquisição dos remédios.

Ele ainda argumenta que, em comparação com outros países, o preço dos medicamentos no Brasil é menor, mas, segundo ele, o governo tem pouco dinheiro para incluir os mais complexos em sua conta da Saúde. E dá a entender que os laboratórios não irão ceder.

Para reduzir os preços o governo tem só que reduzir os impostos.

Segundo Marcelo Lima, diretor médico da Amgen no Brasil, o preço de um remédio recém-aprovado no País não é estipulado apenas pelo laboratório.

Ele afirma que existem negociações, definição de valores, avaliações feita pela Anvisa, juntamente com outros cinco ministérios, até a aprovação do valor final de um medicamento.

A Anvisa tem como uma das funções, após o registro do medicamento, monitorar este comitê interministerial que irá dar a palavra final ao preço.

Mas uma fonte dentro da agência admitiu que os laboratórios têm muitas maneiras de dificultar a redução dos valores.

Lima explica ainda que cada pesquisa requer anos de tentativas e investimentos, o que encarecem o custo do processo de desenvolvimento de um medicamento. Um dos métodos que facilitam o trabalho é a implementação das pesquisas em vários países.

Isso encurta o estudo. Quanto maior a base de atuação, mais rapidamente a pesquisa é concluída. O processo de descoberta de um medicamento é complexo e requer muita paciência até a sua conclusão, segundo o médico. Lima diz que a Tufts University, em Boston, Estados Unidos, fez um estudo em que constatou que o custo de um projeto para um medicamento é em média de US$ 900 milhões (R$ 2,34 bilhões).

Demora de 10 a 12 anos para se desenvolver um medicamento a partir de 10 mil moléculas, para se chegar a uma.

 

 

Pesquisa e Desenvolvimento




Estudo relaciona energéticos e bebidas açucaradas à hiperatividade
10/02/2015 - O Globo


Pré- adolescentes que consomem bebidas energéticas ou muito açucaradas estão 66% mais propensos a ter sintomas de hiperatividade e transtorno de déficit de atenção, segundo um novo estudo da Universidade de Yale, nos Estados Unidos.
A pesquisa indica que o consumo dessas bebidas pode influenciar no desempenho escolar, reforçando a recomendação de que a quantidade de bebidas com açúcar deve ser limitada para crianças e préadolescentes. O presidente da Sociedade de Pediatria do Estado do Rio (Soperj), Edson Liberal, acredita que energéticos, que contém cafeína, além de altos níveis de açúcar, deveriam ser proibidos para menores de idade, assim como as bebidas alcoólicas.
— A quantidade de cafeína em uma latinha é absurda. A substância muda o mecanismo de vigília e sono, o que afeta o crescimento e a aprendizagem. Ainda pode causar arritmia cardíaca e, a longo prazo, levar ao vício — alerta Liberal.
A equipe de Yale, liderada pela professora Jeannette Ickovics, entrevistou 1.649 estudantes do ensino fundamental. A idade média dos participantes foi de 12,4 anos.
— À medida que a quantidade de bebidas adoçadas aumenta, também sobe o risco de sintomas de hiperatividade e desatenção entre os alunos — afirma Jeannette.
Algumas bebidas adoçadas e energéticos populares entre jovens contêm até 40g de açúcar, e especialistas da recomendam que as crianças consumam, no máximo, de 21g a 33g de açúcar por dia (dependendo da idade). Durante a realização do estudo, os alunos consumiram, em média, duas bebidas açucaradas por dia.
Além de hiperatividade e desatenção, bebidas com açúcar têm uma forte relação com a obesidade infantil. Chefe do serviço de Nutrologia Pediátrica da Universidade Federal do Rio de Janeiro ( UFRJ), Hélio Fernandes da Rocha avisa que o consumo excessivo pode levar também ao diabetes e ao aumento da pressão arterial.
— O açúcar industrializado tem uma absorção rápida que provoca picos de reação do pâncreas, aumentando o nível de insulina. Se o consumo for frequente, pode levar a uma resistência à insulina, que é o primeiro passo para o diabetes — explica o nutrólogo.



Insulina inteligente poderia ser aprovada para diabetes
09/02/2015 - A Tarde Online


Um tipo de insulina experimental "inteligente", que atua por 14 horas, demonstrou avanços em ratos de laboratório e pode ser aprovada para provas em pessoas com diabetes tipo 1 em dois anos, afirmaram pesquisadores nesta segunda-feira (9).
O produto, conhecido como Ins-PBA-F, e desenvolvido por bioquímicos da Universidade de Utah, se ativa sozinho mesmo quando os níveis de açúcar aumentam, segundo estudo publicado nas atas da Academia Nacional de Ciências americana.
Testes em ratos com diabetes tipo 1 demonstraram que uma injeção pode, "repetida e automaticamente fazer diminuir o nível de açúcar no sangue depois de administrada aos ratos uma dose de açúcar comparável à que consomem na hora de comer", destaca o estudo.
A droga imita a forma como o organismo dos ratos comuns volta a níveis normais de glicemia (açúcar no sangue) após uma refeição.
"É um avanço significativo na terapia com insulina", afirmou o coautor do estudo, Danny Chou, assistente do professor de bioquímica da Universidade de Utah.
"Nosso derivado de insulina parece controlar o açúcar no sangue melhor do que qualquer outra coisa disponível para pacientes com diabetes", afirmou.
As pessoas com diabetes tipo 1 precisam controlar estritamente seu nível de açúcar no sangue e aplicar manualmente injeções de insulina quando necessário.
Qualquer erro ou lapso pode levar a complicações, que incluem doenças cardíacas, cegueira e, inclusive, a morte.
O Ins-PBA-F é uma versão modificada quimicamente de um hormônio de origem natural.
Diferencia-se de outros tipos de "insulina inteligente" em desenvolvimento, que usam barreiras baseadas em proteínas como géis ou revestimentos que inibem a insulina quando o nível de açúcar no sangue está baixo.
Os primeiros testes em humanos poderão começar entre dois e cinco anos, assim que forem realizados mais testes de segurança de longo prazo em animais de laboratório.


Câmara aprova projeto que facilita exploração de biodiversidade
10/02/2015 – Folha de S. Paulo


Após mais de sete meses de impasse e intensas negociações, a Câmara dos Deputados aprovou na noite desta segunda-feira (9) um projeto que facilita a pesquisa e a exploração econômica da biodiversidade brasileira.
Os deputados, porém, deixaram para esta terça (10) a conclusão da votação, quando serão analisadas as sugestões de mudanças no texto. O projeto ainda tem que passar por votação no Senado.
Um dos principais objetivos do projeto é reduzir as exigências burocráticas para a pesquisa sobre recursos da biodiversidade brasileira e renegociar dívidas de multas aplicadas antes da vigência da regulamentação atual.
As medidas terão efeito especialmente na área de pesquisa e na indústria farmacêutica e de cosméticos.
Editadas em 2001, as normas em vigor exigem autorizações prévias para a pesquisa e para a remessa de amostras para o exterior, além de pagamento assim que a possibilidade de exploração econômica do material genético é confirmada.
Hoje, porém, tais normas são vistas pelo próprio governo como excessivamente restritivas às pesquisas e à atividade econômica.
O projeto original enviado pelo Executivo mudava a legislação para tratar apenas da pesquisa industrial e mantinha a agricultura e a pecuária sob as regras ainda em vigor.
O relator da matéria, o deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), porém, incluiu na proposta a pesquisa sobre sementes e melhoramento de raças e garantiu isenção de royalties para a pesquisa com soja, arroz, cana e outras commodities, uma reivindicação da bancada ruralista.
Segundo o parlamentar, os royalties relativos à soja e outras plantas elevariam custos de produção, prejudicando a competitividade comercial do agronegócio nacional.
O texto de Moreira foi criticado por ambientalistas por ter sido "amplamente discutido com representantes do setor privado, especialmente o agropecuário e o industrial", como consta no relatório do deputado, mas sem a participação de ambientalistas e comunidades indígenas.

'DESCONFIANÇA'
O projeto de lei propõe também um cadastro de instituições –no lugar das autorizações prévias– para o acesso e a pesquisa. Manteve-se apenas a exigência de autorizações apenas para estrangeiros sem vínculo com entidades brasileiras.
Apresentada pela deputada Luciana Santos (PCdoB-PE), uma das emendas prevê manter a exigência de autorização prévia para toda as instituições estrangeiras, mesmo aquelas vinculadas a entidades brasileiras, para preservar interesses nacionais.
Moreira, por sua vez, entende que isso configura uma "desconfiança" em relação a instituições de outros países.
Outro ponto do projeto é fazer com que o pagamento sobre a exploração econômica só seja feito depois do início da comercialização do produto final.


Saúde




Surto de dengue faz Pirassununga adiar início das aulas
09/02/2015 - Valor Econômico / Site

A Prefeitura de Pirassununga, a 211 quilômetros de São Paulo, adiou para quarta-feira, dia 11, o início das aulas em todas as escolas municipais da cidade devido à epidemia de dengue. Pelo cronograma inicial, as atividades escolares começariam nesta segunda-feira.

De acordo com a Prefeitura, comandada por Cristina Aparecida Batista (PDT), 322 casos de dengue já foram confirmados na cidade. Há outros 422 casos suspeitos. "O que nos alertou foram esses casos suspeitos, que certamente serão comprovados", disse a secretária de Educação de Pirassununga, Yara Bernardi.

Com a medida, as 34 creches e escolas municipais da cidade passarão por limpeza e pulverização nesta segunda e terça-feira. Com uma população de 74.128 habitantes, a cidade possui 6.060 alunos na rede municipal, segundo a secretária.

As escolas estaduais também serão pulverizadas, mas a ação irá ocorrer após as 18h desta segunda e terça-feiras nesses estabelecimentos, porque eles não suspenderam suas atividades.

Mortes

Apenas em janeiro, o Estado de São Paulo registrou ao menos cinco mortes por dengue. Outras quatro suspeitas estavam sendo investigadas.

Em número de mortes, a situação mais grave é a de Guararapes (a 545 quilômetros de São Paulo), onde, no mês passado, três pessoas morreram em decorrência da doença. A cidade registrou mais de 700 casos apenas no primeiro mês de 2015. A Prefeitura anunciou uma força-tarefa para tentar controlar a situação. Caraguatatuba e Catanduva também registraram uma morte cada.

Segundo balanço do Ministério da Saúde, o número de casos notificados de dengue no país cresceu 57% em janeiro em relação a igual período de 2014. Foram notificados 40.916 casos - em janeiro de 2014 eram 26.017. O Sudeste concentra metade dos registros.




76 unidades de saúde da Prefeitura já pediram caminhão-pipa para funcionar
10/02/2015 - O Estado de S.Paulo

Na capital paulista, 113 unidades de saúde já registraram falta de água desde o começo do ano. Dessas, 76 precisaram de caminhões-pipa para não fechar.A conta inclui apenas endereços da Prefeitura, que mantém serviços em 780 locais da cidade. Esses registraram, somados, 633 situações de seca. O mais grave é que, em 51 dessas situações, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) não enviou caminhões-pipa para socorrer as unidades.
A contabilidade foi feita apenas no mês de janeiro e nos primeiros dias de fevereiro. Inclui Unidades Básicas de Saúde (UBSs),Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs), unidades de Assistência Médica Ambulatorial (AMAs), de Pronto-Atendimento(PAs),Pronto Socorros (PSs), Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e outras unidades. Nesses locais, já é possível encontrar banheiros e bebedouros lacrados para evitar o desperdício e água mantida em estoque nas caixas apenas para atendimento médico.
Os grandes hospitais estão fora da lista, muitos por apresentarem fontes próprias ou por manterem convênios para garantir a água.
A maior parte das unidades afetadas (50) fica na zona norte, única região integralmente abastecida pelo Sistema Cantareira, que apresenta o quadro de seca mais grave.
Banhos. O centro da cidade tem apenas três casos registrados – a região também é abastecida pelo Cantareira.Mesmo assim, alguns serviços já deixaram de ser prestados: no prédio da AMA Sé, foram afetados do processamento de chapas de raio X até o banho de pacientes.
Na UBS Jardim Olinda, na zona sul, a seca paralisa consultas.
Na UBS Vila Leonor, na zona norte, parte dos atendimentos foi suspensa oito vezes no mês de janeiro. “Temos de reservar a água da caixa para os atendimentos médico e odontológico.
Quando seca tudo, chamamos o caminhão-pipa, mas ele custa R$ 2 mil e ainda demora para chegar”, disse uma funcionária do local.
No Pronto-Socorro Municipal Doutor Lauro Ribas Braga, em Santana, também na zona norte, o abastecimento emergencial também tem sido feito com carros-pipa.“É errado a Sabesp cortar a água em hospitais.
Esses lugares tinham de estar em uma lista com o abastecimento garantido.Por causa desse absurdo, o PS fica gastando dinheiro com caminhão-pipa, em vez de melhorar o atendimento”,diz o auxiliar de laboratório Thiago Gomes, de 28 anos, que esperava há uma hora ontem na unidade sem nem sequer conseguir abrir uma ficha de atendimento.
Em quase todos os casos de falta de água, os gestores das unidades informaram não terem sido avisados previamente sobre o desabastecimento.
No fim do ano, Prefeitura e Sabesp chegaram a um acordo que previa que,no caso de seca, a unidade de saúde acionaria diretamente a Sabesp para solicitar um caminhão-pipa, que seria enviado gratuitamente ao local.
Sem água. A UBS da Vila Jacuí,também na zona leste,registrou 16 casos, entre os dias 7 e 30 de janeiro,em que a água acabou, os caminhões-pipa foram chamados e não apareceram.
Sem abastecimento, o local paralisou consultas – nas áreas de ginecologia e odontologia.
Nas unidades de saúde terceirizadas, administradas por Organizações Sociais (OSs),quando o caminhão-pipa não aparece, são compradas cargas particulares (como no caso da UBS Jardim Leonor, citada acima), que depois são reembolsadas.A reportagem questionou a Sabesp sobre o caso, que alegou não ter como verificar as informações ontem.



Camisinha e muito mais
10/02/2015 - O Globo


Ainda que quase a totalidade (93%) dos moradores do Sudeste saiba que a camisinha é a melhor forma de evitar doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), 46% deles admitiram não ter usado o preservativo em relações sexuais nos últimos 12 meses. Os dados estão na Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas na População Brasileira (PCAP), realizada em 2013 com 12 mil pessoas de 15 a 64 anos. Os números regionais foram divulgados pelo Ministério da Saúde ontem, dia em que o ministro Arthur Chioro esteve na quadra da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, Zona Norte do Rio, para lançar a Campanha de Prevenção às DSTs e Aids do Carnaval 2015, vestindo a camisa com o slogan “#partiuteste”. Ao mirar em jovens e prometer ações para além do carnaval, a pasta rebate críticas de que as campanhas têm sido ineficazes e muito restritas a esta época. Para especialistas, é preciso investigar por que as pessoas não usam a camisinha como deveriam e ampliar as ações, como o reforço da divulgação da profilaxia pré-exposição (PrEP).
No final de janeiro, o Ministério da Saúde informou que 45% dos brasileiros disseram não ter usado o preservativo em 2013. A mesma pesquisa mostrou que 94% dos brasileiros sabem que a camisinha é a melhor forma de evitar DSTs. Comparados com pesquisas anteriores, os dados do Sudeste divulgados ontem mostram que o uso do preservativo nas relações sexuais com parceiros casuais ao longo do ano tem se mantido estável, com pequena tendência de crescimento: 48% em 2004, 47%, em 2008, e 54%, em 2013. No Sul, houve uma queda entre 2004 e 2008 (de 60,9% para 47,6%), mas uma volta ao patamar inicial foi registrada em 2013, quando 60,4% disseram ter recorrido a camisinhas. No Centro-Oeste, 47% da população o fizeram no último ano; no Norte, 50%.
Na quadra da Mangueira, Chioro refutou críticas de que a pasta se concentra apenas nos dias de folia para realizar as ações e prometeu que a iniciativa vai se estender aos outros meses:
— Vai seguir o ano inteiro. Vamos ter ações na Oktoberfest, nas festas juninas, e por aí vai.
70 MILHÕES DISTRIBUÍDOS
Nos aeroportos Santos Dumont, no Rio, e de Salvador e Recife serão instalados 34
displays para a retirada de camisinhas. Inicialmente, serão abastecidos com 195 mil preservativos. Em todo o país, a distribuição alcançará os 70 milhões de preservativos durante o carnaval. Na sexta, o Ministério da Saúde já havia anunciado que começa a distribuir o teste oral para diagnóstico de HIV à rede pública de saúde. O exame deve estar disponível até o fim do ano. Com uma haste, o fluído entre a gengiva e a mucosa da bochecha é extraído, e o resultado sai em até 30 minutos.
Reconhecendo que os dados da pesquisa são preocupantes, Chioro acrescentou, ainda, que “é importante destacar o momento em que estamos”, 30 anos depois do surgimento da doença. Para ele, o fato de os jovens de hoje não terem vivido o tempo em que “ídolos, artistas e amigos sofreram muito com o HIV” pode contribuir para o comportamento de risco.
Também presente no evento para divulgar a campanha, a cantora Preta Gil concordou que, “para essa geração nova, parece que a Aids não existe”.
— O HIV não os atormenta. Isso assusta — comentou.
Em 2004 foram notificados 3.453 casos de Aids entre jovens de 15 a 24 anos, uma taxa de detecção de 9,6 por 100 mil habitantes. Já em 2013, a taxa subiu para 12,7, com 4.414 casos.
Especialistas concordam que, por não ter vivido o auge da epidemia, a juventude se expõe mais. Contudo, indicam que há necessidade de se investigar melhor que razões levam pessoas que têm conhecimento da eficácia da camisinha a não a usarem.
— É uma questão comportamental? Ou é difícil estar sempre com a camisinha, uma vez que relações casuais não são planejadas? Daqui para a frente, temos de entender isso melhor, o que poderia ser feito também por meio de pesquisa — avalia a infectologista e pesquisadora da Fundação Osvaldo Cruz Brenda Hoagland — O conhecimento de eficácia não é igual a querer usar aquele método. Então, é preciso pensar também numa prevenção combinada. Não há um único instrumento para prevenir, e talvez um mesmo instrumento não sirva em todas as fases da vida.
Coordenador executivo adjunto da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (Abia), Salvador Correa concorda. Além da camisinha, são citados o uso da profilaxia pós-exposição (remédios para pessoas que possam ter entrado em contato recente com o vírus pelo sexo sem camisinha, já adotada como política pública no Brasil) e da profilaxia pré-exposição (uso de antirretrovirais para reduzir o risco de adquirir a infecção, alvo de projeto pioneiro coordenado pela Fiocruz):
— Defendemos que todas as pessoas podem e devem viver sua sexualidade no sentido que considerem mais prazeroso. Sempre incentivamos o uso da camisinha, mas acreditamos que é preciso ampliar o leque de prevenção.
Ontem, Chioro informou que irá continuar insistindo que só a camisinha não é suficiente para conter o avanço de doenças. A nova proposta da pasta seria, então, dividida em três principais eixos: unir a divulgação do sexo seguro com informações, realizar testes para a doença com regularidade e tratar — também como medida de prevenção.
— O tratamento é a grande novidade da resposta. Ao tratar, conseguimos reduzir a carga viral até que fique indetectável — explicou.
O Ministério apostou, desta vez, no cenário digital e invadiu o Tinder e o Hornet. A estratégia inédita, que teve como público-alvo os jovens e os homens que fazem sexo com homens, levou em conta a ampla repercussão desses aplicativos para promover encontro casuais. O Tinder tem milhares de usuários no Brasil. O Hornet é voltado especificamente para o público gay masculino. A fim de atingir o objetivo de dialogar com o maior número de pessoas, foram criados cinco perfis de personagens que se identificavam como pessoas à procura de sexo sem camisinhas. O intuito da ação foi atingir as pessoas que estão adotando comportamento de risco ao aceitar ter uma relação sem preservativo. Ao interagir com esses personagens, elas receberam uma mensagem direta sobre a importância do sexo seguro.
ASSOCIAÇÃO COBRA MAIS OUSADIA
Salvador Correa, da Abia, diz a que as campanhas de prevenção perderam a “ousadia” nos últimos anos. Em 2013, após polêmica, o governo federal chegou a retirar do ar peças do Ministério da Saúde de prevenção à Aids com a frase “Sou feliz sendo prostituta”. Em 2012, houve recuo em outra campanha publicitária que seria lançada com foco em jovens gays:
— A partir do fim do ano passado, ouve uma sinalização de uma retomada dessa ousadia, mas governos, ministério e sociedade civil precisam dialogar mais no sentido de construir uma resposta à epidemia que alcance êxito. Temos percebido que, cada vez, as políticas de prevenção perdem fôlego.
Para Alexandre Barbosa, professor de infectologia da Faculdade de Medicina Unesp em Botucatu (SP), a falta de ousadia pode estar relacionada, entre outros fatores, à retomada da ascensão do HIV entre jovens.



Pacientes obesos que procuram tratamento são acometidos três vezes mais por depressão
09/02/2015 - Blog Ne10


Muitos aspectos emocionais caminham de mãos dadas com a obesidade. Geralmente, pessoas obesas convivem com o estigma do peso e a discriminação, que levam à baixa autoestima e ao sentimento de culpa. Além disso, a obesidade está associada a baixos níveis de atividade física. Esses são gatilhos para a depressão, segundo o psiquiatra Adriano Segal, do Centro de Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Osvaldo Cruz, em São Paulo.

“A incidência de depressão em quem tem obesidade é a mesma da verificada na população geral. A questão é que, entre aqueles que procuram tratamento para emagrecer, a incidência pode ser até três vezes maior”, diz o médico.

Com a orientação adequada, o paciente encontra apoio para tratar de um quadro depressivo e não abandonar a meta de redução de peso. Quando se quer uma mudança de estilo de vida completa, como é o ideal no tratamento da obesidade, é preciso manter-se motivado.

E, se por um lado, a depressão pode ser vista como um empurrão para a busca de tratamento na obesidade, ela também pode impedir a pessoa de lutar contra hábitos que favorecem o ganho de peso.

“Indicamos o melhor tratamento com a abordagem da psicoterapia, a fim de fornecer elementos que ajudem o paciente a reencontrar equilíbrio emocional”, informa Adriano Segal. Em muitos casos, é necessário prescrever um tratamento medicamento.

É importante buscar ajuda quando reconhecemos alguns dos sintomas da depressão, como tristeza permanente, falta de energia, falta ou aumento de apetite, perda de interesse por atividades que eram interessantes, irritabilidade fácil ou apatia, alterações de sono, pessimismo, dificuldade de concentração, raciocínio mais lento e esquecimento.





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