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Uma vacina para a dengue 09/02/2015 - Carta Capital O vírus dadengue infecta anualmente 300 milhões de pessoas no mundo, das quais 96 milhões desenvolvem os sintomas clássicos da doença. Segundo a Organização Pan--Americana da Saúde, no período de 2003 a 2013, o número de casos nas Américas aumentou cinco vezes. Existem quatro tipos de vírus da dengue (sorotipos 1,2,3 e 4), que podem causar infecções assintomáticas, sintomas virais discretos e inespecíficos, os sintomas caraterísticos da doença ou formas mais graves que evoluem com extravasamento de plasma sanguíneo para fora dos capilares, tendências hemorrágicas e morte. Pessoas que já foram infectadas por um dos sorotipos correm risco de desenvolver quadros mais graves, ao ser infectadas por um vírus de outro sorotipo. São muitos os desafios para a obtenção de uma vacina contra a dengue: precisa oferecer proteção contra os quatro sorotipos, faltam modelos de animais de experimentação que apresentem quadro comparável ao do homem e o conhecimento dos fenômenos imunológicos envolvidos ainda é incompleto. Depois de décadas de tentativas para chegar à vacina, acaba de ser publicado um estudo conduzido com uma preparação desenvolvida pela parceria francesa entre a Sanofi e o Instituto Pasteur. hospitalizadas foi de 80,3%. No grupo vacinado, o número de quadros clínicos graves foi 95,5% menor. Os efeitos colaterais da vacina foram semelhantes aos do grupo-placebo, sem diferença nenhuma na incidência de eventos adversos. Crianças anteriormente infectadas por um dos sorotipos não tiveram complicações, pelo contrário, a eficácia da vacina foi até mais alta: 79,4%. Difícil explicar a diversidade dos graus de proteção para os quatro sorotipos, bem como as razões pelas quais crianças previamente infectadas por um dos sorotipos foram protegidas com mais eficácia do que as virgens de infecção. A redução do número de casos graves a requerer hospitalização é encorajadora, porque reflete o impacto da vacina na diminuição da morbidade e reduz os custos sociais e o sofri mento imposto pela doença. Esse estudo demonstra que é possível ad m i nistrar numa ú nica preparação, uma vacina segura e ao mesmo tempo eficaz contra os quatro sorotipos da dengue.. De junho de 2011 a março de 2012, foram vacinadas crianças de 9 a 16 anos em cinco países latino-americanos: Brasil, Colômbia. México, Porto Rico e Honduras. Nesse estudo fase 3 foram divididas em dois grupos 20.869 crianças saudáveis. O primeiro recebeu três doses da vacina: no instante inicial, seis meses e 12 meses mais tarde; o segundo recebeu três injeções de u ma preparação inerte (placebo), administradas com os mesmos intervalos. A vacinação apresentou 60,8% de eficácia. A proteção contra os quatro sorotipos, no entanto, foi desigual: 50% para o sorotipo 1,42% para o sorotipo 2,74% para o sorotipo 3 e 78% para o sorotipo 4 - em números arredondados. A eficácia medida pela redução do número de crianças que precisaram ser
Pesquisa e Desenvolvimento
Artigo: Ideologia e saúde 08/02/2015 - Folha de S.Paulo Jornalista: HÉLIO SCHWARTSMAN A ideologia é um troço esquisito. Ela não se limita a turvar a visão das pessoas em relação aos assuntos de sempre, como papel do Estado, aborto, legalização das drogas, mas também está sempre em busca de novos temas sobre os quais possa lançar seus feitiços. Um caso bem documentado desse fenômeno é a atitude dos norte-americanos em relação ao aquecimento global. Mais ou menos até os anos 80, a proteção ambiental em geral e o efeito estufa em particular não constituíam questões ideológicas. A probabilidade de um político defender uma plataforma ambientalista era praticamente a mesma fosse ele democrata ou republicano. Do final dos anos 90 para cá, porém, o panorama mudou bastante. Pesquisa do Instituto Gallup mostra que, em 1998, 47% dos eleitores republicanos e 46% dos democratas concordavam com a afirmação de que os efeitos do aquecimento global já se faziam sentir. Em 2013, os números eram 67% para os democratas e 39% para os republicanos. Agora, assistimos praticamente ao vivo a um movimento semelhante em relação a um tema improvável: as vacinas. Os EUA vivem hoje um surto de sarampo que pode ser diretamente ligado à queda nas taxas de vacinação. E há dois tipos de pais que deixam deliberadamente de vacinar seus filhos. Pela direita, temos ultraconservadores religiosos que desconfiam de tudo o que venha de cientistas ou do governo e, pela esquerda, há, principalmente na Califórnia, bolsões de liberais desmiolados que acreditam sem base fática que a vacina tríplice viral está associada a casos de autismo. Em comum, ambos colocam suas convicções, que têm muito mais de emocional que de racional, à frente de sólidas evidências científicas. Pior, sua obstinação faz com que ponham em risco não só seus próprios filhos como também terceiros. Nunca foi tão verdadeira a máxima segundo a qual a ideologia faz mal à saúde.
Saiba quais são as bactérias mais comuns em SP e como se proteger 08/02/2015 - Folha de S.Paulo Os humanos convivem com as bactérias desde o início de sua existência, há pelo menos 200 mil anos. Elas são parceiras na produção de alimentos, na flora intestinal e ainda ajudam no equilíbrio do meio ambiente. Mas também causam doenças. E são invisíveis. Para entender um pouco mais desse mundo que quase ninguém vê, a pedido da sãopaulo, a empresa Neoprospecta, que atua em hospitais como o HCor, realizou uma pesquisa. Durante dois dias, em horários sortidos, colheu 58 amostras divididas em 13 locais públicos de alto fluxo de pessoas. Um dos resultados curiosos é que um dos parquinhos infantis do parque Ibirapuera possui mais bactérias que a cracolândia. Os paulistanos convivem com 2.854 espécies de bactérias ao passar por esses 13 lugares. Apesar da alta quantidade, apenas 198 desses tipos encontrados são patogênicos —que podem causar infecções. Na maior parte do tempo, a relação é harmoniosa. Dentro do corpo humano existem dez vezes mais bactérias do que células, por exemplo. O problema só aparece quando a imunidade da pessoa está debilitada, quando a disseminação ocorre em ambiente hospitalar, ou simplesmente quando o corpo está propenso à determinada infecção. "A quantidade não é relevante. E também não é surpreendente encontrarmos esses micro-organismos nesses lugares. Ainda mais onde milhares de pessoas colocam a mão e em locais onde a limpeza é raridade", explica Caio Rosenthal, infectologista do Emílio Ribas e membro do Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo). O parque infantil do Ibirapuera (portão 6) foi o campeão em quantidade de bactérias —foram encontradas 141.000 sequências de DNA bacteriano (veja explicação abaixo). Pode parecer surpreendente que a cracolândia não esteja no começo da lista, com apenas 2.587 sequências, mas há explicação. "Acredito que seja assim porque as crianças vomitam, babam, comem terra, se beijam e se abraçam. Isso contribui para que mais bactérias sejam disseminadas no local. Na cracolândia, eu apostaria na presença de mais vírus, como o HIV e as hepatites", explica Artur Timerman, infectologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos e do Albert Einstein. Juliana Palma, 37, é médica e leva com frequência a filha, Gabriela, 2, para brincar num dos parquinhos infantis do Ibirapuera. "Eu já imaginava que poderia ser assim. É comum as mães trazerem os cachorros com os filhos nos finais de semana. Elas colocam os bichos em cima dos brinquedos e deixam eles fazerem cocô." Ela diz que gostaria que os pontos para lavar as mãos fossem mais espalhados pelo Ibirapuera e mais próximos dos parquinhos. "Às vezes precisamos caminhar muito para encontrar um local para limpar as crianças", afirma a médica Durante as férias, a advogada Maria Carolina Durso, 36, acompanhava a afilhada, Marcela, 5. "As crianças rolam no chão, lambem a terra, colocam a mão dentro do pacote de salgadinho e comem", conta. "Criança é assim. E é bom que seja. O importante é evitar que espalhem as doenças por aí", avalia Timerman, do Einstein. A solução dos médicos para diminuir a disseminação é simples: lavar as mãos. Elas são o vetor das bactérias. O espaço é aberto para a ação dos micro-organismos quando, sem notar, as mãos são levadas à boca e aos olhos. Também no Ibirapuera, não foram encontradas muitas bactérias na água do bebedouro —a maioria está na parte metálica. GRAVES Entre as bactérias encontradas nos lugares pesquisados, está a Streptococcus pneumoniae, causadora da pneumonia. Todos os lugares apresentaram uma quantidade, às vezes mínima, desta que também é chamada de pneumococo. Rosenthal e Timerman acharam curioso essa bactéria ser encontrada no verão, já que ela geralmente aparece no inverno. "Se você está gripado e entra em contato com o pneumococo, a chance [de se infectar] é enorme", explica Timerman. O terminal de ônibus Parque Dom Pedro (centro) foi o local com maior incidência de pneumococo —mas isso não significa que há um surto. A outra bactéria que causa uma infecção grave é a Neisseria meningitidis. As amostras do guichê da linha 2-verde do Metrô, dos sanitários femininos do parque Ibirapuera e dos botões dos caixas eletrônicos do Mercadão continham essa bactéria, causadora da meningite. "Se você examinar várias pessoas pela rua, provavelmente irá encontrar diversos portadores", diz Rosenthal. Mas nem todas desenvolverão a doença, e a bactéria só ficará "incubada". Em maior quantidade, como é normal em qualquer cidade, as enterobactérias, comuns no intestino, apareceram em todas as amostras. "Há muita contaminação fecal. Isso mostra a deficiência do tratamento de esgoto da cidade", explica Timerman. A RESISTÊNCIA Por diferentes motivos, incluindo a própria evolução natural dos micro-organismos, as bactérias desenvolvem os chamados genes de resistência. Elas surgiram no planeta há cerca de 3,5 bilhões de anos. O ambiente era hostil: temperaturas altíssimas, radiações ultravioleta e cósmicas, tempestades e falta de nutrientes. E assim começou a existência das bactérias "bombadas", aquelas que conseguem ir contra o que pode destruí-las. De acordo com o infectologista do HCor (Hospital do Coração) Pedro Mathiasi Neto, mais importante do que a frequência das bactérias nos ambientes, são os genes de resistência encontrados nelas. Esses genes bacterianos causam um principal problema: aumentam a dificuldade para o tratamento de doenças. Dois deles estavam circulando nos ambientes públicos pesquisados: o primeiro, o OXA-23, estava presente em bactérias do gênero Acinetobacter; o outro, MecA, em Staphylococcus. Eles estavam nos terminais Parque Dom Pedro e no Rodoviário Tietê, parques Ibirapuera e Buenos Aires e no Mercadão. "O OXA-23 é muito importante nos hospitais. Ele faz com que essa bactéria seja uma das mais difíceis de serem tratadas. Acabamos usando antibióticos muito mais potentes, ou receitando a associação de dois antibióticos diferentes. É um gene que traz um dos problemas terapêuticos mais importantes hoje em dia", afirma Timerman, do Einstein. Atualmente, o uso desenfreado de antibióticos é um dos fatores mais apontados como responsáveis pela aparição desses genes. Outro ponto, segundo os médicos, é que a população ingere carnes que já possuem esses antibióticos. "Os animais são tratados com antibiótico para engordar. As galinhas estão cheias deles. E esse é um fator mundial, não é exclusividade de São Paulo", avalia Timerman. Segundo os especialistas, antigamente, os genes de resistência eram mais encontrados em ambiente hospitalar. Nos últimos anos, locais públicos também são muito afetados. Timerman explica: "Sempre ficamos atentos aos frequentadores assíduos do hospital. Se eles aparecem com uma infecção, pode ser mais difícil realizar um tratamento. Mas se esses genes de resistência já estão fora do ambiente hospitalar, a lógica se inverte, porque todos podem estar doentes devido a bactérias mais resistentes". Procurados, os administradores dos lugares pesquisados informaram que a frequência de limpeza é regular, com lavagem e a varrição diária. A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da Prefeitura de São Paulo informou, por nota, que a areia dos parquinhos infantis dos parques Ibirapuera e Buenos Aires será substituída nas próximas semanas. POR FAVOR, LAVE AS MÃOS Não é preciso ficar paranoico para se proteger. Os médicos explicam que uma boa lavagem das mãos já reduz muito os riscos. Se não tiver água, o álcool em gel poderá ser usado. Todos os médicos entrevistados para esta reportagem fizeram essa recomendação, coro engrossado pelo Ministério da Saúde e a OMS (Organização Mundial da Saúde). "A mão é pior que o sapato, porque o sapato está longe da boca", afirma Caio Rosenthal. Isso também vale, principalmente, para os profissionais da saúde. Segundo cartilha divulgada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), os médicos devem aderir à prática com muito mais frequência por estar em contato direto e frequente com as enfermidades. O texto propõe que eles lavem as mãos antes e depois do contato com os pacientes, após a remoção das luvas, antes de manusear instrumentos invasivos, ao trocar de local e após o contato com objetos externos. Em 2010, o Cremesp e o Ministério Público Estadual analisaram 65 hospitais públicos e 93 privados da capital. Em 28,1% deles não havia uma pia para lavar as mãos nos locais próximos aos consultórios. O celular também é um vilão, principalmente nas UTIs. "Os aparelhos nunca são limpos. O médico coloca na mesa, onde os pacientes colocam as mãos, e depois leva até a boca. Além disso, as pessoas carregam ele para todos os lugares", diz Rosenthal. ÁLCOOL EM GEL E SABÃO LÍQUIDO Lave as mãos com sabão líquido e água, antes e depois de ir ao banheiro ou quando mexer em objetos que não são limpos há muito tempo Quando não houver água, use álcool em gel Opte pelo álcool em gel com 70% de álcool e 30% de água quando estiver na rua e ao sair de ambientes de alto fluxo Não é preciso utilizar em grande quantidade: um pouco na palma da mão é suficiente Sabonetes bactericidas funcionam apenas com algumas espécies e a eficiência depende da marca. Na maior parte das vezes, os líquidos comuns acabam cumprindo a mesma função O sabão em barra não é recomendado, já que acaba acumulando as bactérias lavagem após lavagem Evite compartilhar toalhas de pano e, se possível, use descartáveis ENTENDA MELHOR OS TERMOS Bactérias patogênicas Podem causar doenças infecciosas em pessoas com a saúde debilitada ou com o sistema imunológico comprometido, não apresentando necessariamente risco aos indivíduos saudáveis. Gene de resistência O gene é o que identifica as bactérias. Um gene de resistência possui mecanismos diferentes que tornam as bactérias resistentes à uma classe determinada de antibióticos. Ou seja: fica mais difícil tratar determinadas doenças Sequência de DNA Esta tecnologia utilizada para a identificação do tipo e da quantidade de bactérias descreve uma sequência de DNA das amostras. Aparecer uma sequência não é igual a existir uma bactéria. Mas, consequentemente, quanto mais sequências encontradas, mais bactérias estarão no local Acinetobacter Estão amplamente distribuídas na natureza, sendo capazes de sobreviver em diversas superfícies. Diferentes espécies persistem em ambientes hospitalares e causam infecções graves que ameaçam a vida de pacientes imunocomprometidos. Pseudomonas Também são encontradas na natureza, sendo capazes de sobreviver em diversas superfícies. Comumente causam pneumonias em ambiente hospitalar. Enterobacter São bactérias encontradas em água doce, solos, esgotos, vegetais, animais e fezes humanas. Algumas delas são agentes patogênicos oportunistas e podem provocar infecções em ferimentos e infecções urinárias. Staphylococcus Feridas e aberturas na pele, pacientes em estados de debilidade e operações cirúrgicas favorecem infecções causadas por esses micro-organismos. São encontrados na pele de todas as pessoas.
Saúde
Libéria avista fim do ebola 07/02/2015 - Folha de S.Paulo Depois da epidemia de ebola mais mortal da história, a vida começa aos poucos a voltar ao normal. No auge da epidemia, liberianos morriam entre as paredes azuis da escola primária Nathaniel V. Massaquoi, cujas salas de aula foram convertidas em enfermarias. O ensino havia sido suspenso em todo o país, e as crianças ficaram encerradas em casa para se proteger. Agora os pais estão voltando à escola, não para visitar seus familiares doentes, mas levando seus filhos irrequietos pela mão para se matricularem para o início das aulas, num ano letivo atrasado e encurtado. Florence Page, 11, correu à frente de sua mãe, Mabel Togba, 42, que fez uma pausa desconfiada para olhar pelo portão fechado com cadeado do prédio da escola. "Ainda não nos disseram que o país está livre do ebola, então ainda tenho medo", disse. "Mas é melhor trazer meus filhos para a escola do que deixá-los em casa sem nada para fazer." Na Libéria, onde há poucos meses os mortos se espalhavam pelas ruas, hoje os novos casos de ebola são contados nas mãos, segundo a Organização Mundial de Saúde. Em Serra Leoa e Guiné, os outros dois países que faziam parte da zona crítica da doença, os novos casos diminuíram muito, chegando a menos de cem em uma semana no final de janeiro -número que não era visto na região desde junho. Com um vírus tão letal quanto o ebola, as autoridades avisam que a epidemia só terá acabado quando os casos chegarem a zero nos três países. Mas, depois de quase 9.000 mortes pela doença, a OMS anunciou que seu objetivo agora é pôr fim à epidemia de ebola, não apenas frear sua difusão. Aqui em Monróvia, capital da Libéria, as ambulâncias e os veículos de recolhimento de corpos, que antes passavam pelas ruas a toda hora, agora são vistos apenas ocasionalmente. Partidas de futebol são disputadas nos fins de semana. As pessoas se cumprimentam com apertos de mão, sentam juntas em táxis e se tocam quando conversam, à medida que o medo do vírus diminui e as coisas retornam ao seu ritmo normal. "Antes tínhamos medo de tocar em nossos amigos", falou Patrick Chea, 19, pondo a mão na cabeça de Sonnie Kollie, uma menina de 16 -que imediatamente lhe deu um soco brincalhão no ombro. Especialistas tentam entender como o vírus, que desafiou as previsões dos maiores pesquisadores mundiais sobre doenças contagiosas, parece estar se extinguindo. Em setembro, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA projetaram que até 20 de janeiro a epidemia poderia chegar a 1,4 milhão de casos apenas na Libéria e em Serra Leoa. Mas, até essa data, haviam sido registrados apenas 21.797 casos nos três países. Muitas pessoas destacaram o papel da ajuda dada pelos EUA e pelas organizações internacionais, mas há evidências de que a maior mudança é fruto da ação da própria população. "O importante foi como a sociedade modificou seu comportamento e com que rapidez o fez", comentou David Nabarro, enviado especial das Nações Unidas para o ebola. Quando o ebola chegou a bairros densamente povoados de Monróvia, no verão, o impacto foi devastador. Centenas de novos casos surgiram no país a cada semana, os hospitais ficavam superlotados ou entravam em colapso e doentes se espalhavam pelas ruas. Foram formados grupos voluntários de vigilância contra o ebola, geralmente comandados por líderes comunitários locais e jovens instruídos, aproveitando um longo histórico de organização de base para sobreviver à guerra, à miséria e ao descaso dos governos. Os grupos conscientizaram suas comunidades sobre o ebola, uma doença até então desconhecida nesta parte da África, e instalaram estações de lavagem de mãos. Eles mantiveram registros de doentes e mortes, colocaram famílias em quarentena e restringiram as visitas de pessoas de fora. À medida que os doentes começaram a ser recusados nos centros de tratamento, devido à falta de leitos, as pessoas começaram a se proteger melhor dentro de suas casas, cobrindo braços e mãos com saquinhos de compras de plástico quando cuidavam de seus familiares doentes. Em meados de outubro, os novos casos da doença na Libéria tinham caído de centenas para dezenas por semana. "Surgiram heróis em todas as comunidades", disse o médico liberiano Mosoka Fallah, epidemiologista formado em Harvard. "As forças-tarefa de voluntários talvez sejam a maior razão da queda no número de casos em outubro." A resposta internacional também foi crucial, disseram autoridades e líderes comunitários liberianos, ampliando as opções de diagnóstico e tratamento. A visão do mundo vindo em socorro foi um grande incentivo psicológico para a população. "Foi a primeira vez na história de nosso país que vimos militares americanos em campo aqui", disse a presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf. "Você não pode imaginar a diferença que isso fez para a esperança das pessoas." Em Serra Leoa, a população também passou a cuidar de muitas coisas por conta própria. "A cavalaria não ia vir nos socorrer", explicou David Mandu Farley Keili-Coomber, chefe da região tribal de Mandu, no leste do país. "Nós mesmos éramos a cavalaria." Na Guiné, onde a epidemia se concentrou em áreas rurais, as transformações têm sido lentas e a resistência às novas medidas continua, alimentada por toda uma história de tensões com o governo. Meses se passaram até alguns povoados começarem a permitir a entrada de profissionais de saúde -muitos só o fizeram após muitas mortes. Mas agora, quando os casos de ebola na Libéria podem ser contados nos dedos de uma mão, o fim da epidemia parece estar à vista. "O sol voltou a brilhar", disse a embaixadora americana na Libéria, Deborah R. Malac. Ela esteve recentemente em Barkedu, uma das comunidades da Libéria rural mais fortemente atingidas pelo ebola. Cidade de 8.000 habitantes, Barkedu sofreu mais de mil mortes. Famílias inteiras foram exterminadas pela doença que varreu a cidade, cuja população majoritariamente muçulmana obedecia tradições locais como a lavagem dos corpos dos mortos. Mas o ebola não é visto em Barkedu há mais de 90 dias, segundo Malac. E a bolha protetora que os liberianos ergueram à sua volta para evitar tocar outras pessoas e possivelmente ser contaminadas se dissolveu. "As mulheres voltaram a dançar", disse a embaixadora. "Tudo estava mais normal, e eu nem fiquei muito preocupada com a ideia de alguém encostar em mim." Na escola secundária Mary Brownell Junior, em Monróvia, muitos pais matricularam seus filhos outra vez, apesar de ainda sentirem algum medo do ebola. A expectativa é que as aulas voltem neste mês. Joseph Garway, 46, veio matricular um filho. Ele tem três filhos, mas agora cuida também dos quatro filhos de um primo que morreu de ebola em agosto passado, com sua mulher. "Estamos preocupados, mas mesmo assim queremos que nossos filhos voltem às aulas", disse Garway. Felicia Koneh, que vende biscoitos amanteigados na rua, viu suas vendas diárias cair de US$ 16 para US$ 6 no auge da epidemia. Mas, nos últimos dois meses, elas chegaram a US$ 12. "Aos pouquinhos", disse, "as coisas estão voltando a ser como antes."
Falta de água em clínicas deixa pacientes sem hemodiálise 07/02/2015 - Folha de S.Paulo A Grande São Paulo tem 15 mil pacientes que realizam, sem falta, três sessões de hemodiálise semanais. Cada uma consome em média, contando a lavagem dos filtros, 150 litros de água --algo como 15 descargas no banheiro. São consumidos 6,75 milhões de litros toda semana só com a terapia, que substitui os rins na filtragem do sangue. Agora, em meio à crise hídrica, o procedimento realizado em pacientes sob risco de morte à espera de transplante está ameaçado. Tanto pela falta de água quanto pelo uso de líquido de procedência duvidosa fornecido por caminhões-pipa. Na zona leste, três clínicas relataram falta de água e já fazem uso de caminhão. Na Clínica Nefrológica de São Miguel Paulista, foi necessário desligar o aparelho mais cedo na sexta (30). Faltou água. São necessárias quatro horas para a filtragem do sangue, mas pacientes só realizaram três. Já na Clínica Leste, em Itaquera, no sábado (31), pacientes fizeram apenas uma hora de diálise. Em muitas regiões, há ainda problemas com redução de pressão. Na Clínica de Nefrologia São João, no centro, a restrição, que, segundo um sócio, ocorre das 11h às 4h, compromete o abastecimento. "Não consigo encher [as caixas] e consumimos 15 mil litros por dia", diz o nefrologista João Damásio. A dona de casa Simone Borges da Silva, 32, que faz hemodiálise três vezes por semana na Clínica Leste, foi uma das afetadas com a falta de água no sábado. "Não fiz nem uma hora de diálise", diz. "Eu tinha 2 kg e meio de água a mais no meu corpo que estavam sem filtrar." Simone perdeu a função dos rins após um problema no canal da urina não tratado na infância. Está à espera de transplante há um ano. Sem o tratamento, ela relata ter tido enxaquecas, falta de ar, náuseas e dores no corpo inteiro. "Não consegui sair da cama", diz. "Fiquei apreensiva, não só por mim. Pensei que não veria alguns amigos no dia seguinte. " Os riscos da falta da diálise podem custar a vida. Sem filtragem, o sangue fica com altas concentrações de potássio e ureia. Esses compostos deixam os músculos mais "excitados" --no coração, que é um músculo, isso pode ser fatal. "A falta de diálise reduz a expectativa de vida como um todo", explica Oswaldo Merege, presidente da Sonesp (Sociedade de Nefrologia do Estado de São Paulo). A Sonesp, segundo ele, entregou à Sabesp uma lista de clínicas para que fosse avaliada a necessidade de água. Em nota, a empresa informa que hospitais e escolas terão atendimento prioritário no fornecimento de água.
Governo de SP cria controladoria da saúde 07/02/2015 - Folha de S.Paulo Motivado pela crise financeira na Santa Casa de São Paulo, o secretário de Estado da Saúde, David Uip, criou uma controladoria para tentar melhorar a gestão de hospitais, centros de saúde e farmácias ligados ao governo. O novo serviço, comandado por especialistas em gestão pública convidados por Uip, irá acompanhar os repasses financeiros do SUS e processos como compra e distribuição de remédios. Com orçamento de R$ 20,4 bilhões para 2015, a secretaria tem a maior rede hospitalar e ambulatorial do país. São 228 serviços onde atuam cerca de 250 mil funcionários. Segundo Uip, a ideia é que também haja aprimoramento dos mecanismos de controle e qualidade dos serviços administrados por OSS (Organizações Sociais de Saúde). Hoje essas entidades superam, na rede estadual, o número de serviços de saúde da administração direta. São 57 hospitais e centros de saúde administrados diretamente pela secretaria, contra 107 gerenciados por OSS. "O que aconteceu [na Santa Casa] e as notícias que chegam sobre a 'máfia das próteses' só reforçaram as minhas convicções de que é preciso um controle maior e mais transparência", afirma. Auditoria feita pelo governo na Santa Casa detectou várias irregularidades de gestão, como contratos de alugueis de imóveis da entidade firmados por valores até 81% inferiores aos de mercado. Embora sejam instituições privadas, as Santas Casas e outros hospitais filantrópicos gozam de uma série de isenções fiscais e recebem recursos públicos, o que justifica o controle do Estado. Uip diz que a controladoria também deve agir no combate à máfia das próteses, que, segundo denúncias, envolve médicos e outros profissionais da indústria em fraudes em licitações e superfaturamento de produtos. Uma das propostas, segundo ele, é criar uma espécie de Ceagesp (central de abastecimento) das próteses. A ideia é começar pela área da ortopedia, onde se concentra a maior parte das denúncias, como cirurgias superfaturadas. "O recado é muito claro. Vamos controlar preço e qualidade", diz. Na opinião de Uip, a falta de competência na gestão dos serviços públicos de saúde do país é "sistêmica".
Chega de descaso na saúde 08/02/2015 - Folha de S.Paulo Meu nome é Leandro Farias, tenho 25 anos, e há cinco meses enterrei minha jovem mulher, Ana Carolina Domingos Cassino, 23. Ela foi mais uma vítima de descaso neste país: morreu por causa de uma apendicite --em pleno século 21-- após esperar 28 horas por essa simples cirurgia em um hospital particular da Barra da Tijuca, no Rio. Ana Carolina, como outros 50 milhões de brasileiros, tinha um plano de saúde na falsa certeza de que quando precisasse teria um atendimento digno e humanizado. A grande mídia detona a saúde pública em seus noticiários e, em seguida, nos empurra goela abaixo propagandas de planos privados, buscando nos fazer acreditar que essa é a solução para todos os nossos problemas. Ledo engano. O governo, por sua vez, incentiva ainda mais a adesão aos planos de saúde --seja por meio de isenções e incentivos fiscais, seja através de uma agência reguladora. Essa agência sempre deixou bem claro que tem por objetivo defender os interesses dos grandes empresários da saúde. Basta observar a composição da sua diretoria, formada a partir de indicações do governo, com aprovação do Senado, ocupada por diretores de hospitais particulares, administradoras de benefícios (Qualicorp, por exemplo), entre outros. Sem contar a falta de fiscalização em relação à modalidade dos planos coletivos por adesão. Os órgãos e instituições públicas da saúde estão contaminados pelos interesses dos grandes empresários. Ministério da Saúde, ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), Conselho Regional de Medicina, Vigilância Sanitária, entre outros, não cumprem com o seu papel e, com isso, cabe ao Judiciário fazer valer o direito à saúde, como consta do artigo 196 da Constituição Federal. A Justiça fica, com isso, sobrecarregada por demandas que poderiam ser facilmente resolvidas. Faça uma visita ao plantão judiciário de sua região e entenderá do que estou falando. A judicialização da saúde demonstra sua importância, porém não é a única solução. Apenas punir exemplarmente os responsáveis por praticar crimes é enxugar o gelo. Precisamos conscientizar a sociedade e saber que todos nós temos direitos e deveres. Nesse sentido surgiu o movimento Chega de Descaso (www.chega dedescaso.com.br), organização da sociedade civil que visa estimular a consciência crítica na sociedade, de maneira a retomarmos a vertente da participação social que vem diminuindo desde a construção do SUS (Sistema Único de Saúde). Queremos promover um grande debate e uma maior interação entre profissionais de saúde e usuários. Acreditamos que a solução para o problema da saúde está em um SUS público, 100% estatal, universal e de qualidade. Precisamos valorizar a defesa do direito à saúde por meio do fortalecimento das lutas contra a mercantilização desta. Sabemos que saúde se produz com acesso a recursos, mas para que haja desenvolvimento econômico precisamos de uma população saudável e com qualidade de vida. Nesse cenário, o movimento Chega de Descaso se apresenta como um novo movimento sanitário e convidamos a todos a fazerem parte dessa luta.
A dor no diabetes 07/02/2015 - Folha de S.Paulo O diabetes tem tratamento, mas a dor da neuropatia diabética, consequência de glicemia elevada por anos, é de difícil solução. Ela diminui a sensibilidade nas pernas, provoca dormência e câimbras e é seguida da dor localizada causada por alterações nas fibras nervosas das extremidades. Apesar da grave queda na qualidade de vida que provoca, a neuropatia diabética permanece subdiagnosticada e subtratada, relatam Saad Javed e colegas da Universidade de Manchester, Reino Unido, na revista "Therapeutic Advances in Chronic Disease". Tratamentos que restabelecem a higidez dos nervos estão em testes, mas nenhum ainda é satisfatório, dizem os autores. O tratamento sintomático ainda é o grande desafio. Os opiáceos dão significativo alívio, mas causam efeitos adversos, como náuseas e dependência no longo prazo. Algumas diretrizes recomendam medicamentos que atuam sobre o sistema nervosos central, como os antidepressivos e antiepilépticos. Cremes tópicos com capsaicina, componente ativo da pimenta vermelha, parece diminuir a dor, mas pode provocar irritação ou queimadura. Na abordagem não farmacológica, são sugeridas a estimulação elétrica e o emprego da acupuntura. O melhor tratamento é a prevenção. Especialistas recomendam controle permanente da glicemia e observação diária dos pés: devem estar limpos, sem bolhas ou inflamações. Elas podem provocar a úlcera do pé diabético, exigindo atenção médica imediata.
O bebê sem planos 08/02/2015 - Folha de S.Paulo Aos três meses de gestação, Jaqueline descobriu no exame morfológico que seu bebê tinha malformações congênitas graves, com poucas as chances de sobrevida. Ainda na barriga, na 32ª semana, precisou passar por uma punção de líquido no pulmão e, em seguida, colocar dreno no órgão. Ao nascer, Davi foi direto para a UTI neonatal. Hoje, com um ano e quatro meses, está em casa, mas depende de cuidados de homecare, com presença de enfermeira 12 horas por dia. Alimenta-se por meio de sonda (gastrostomia) e é monitorado durante o sono com um aparelho que mede a oxigenação sanguínea. Por conta da malformação no maxilar e da fenda palatina (abertura no céu da boca), tem dificuldades para respirar quando está dormindo. A família tem dois problemas: não sabe qual a doença genética que o filho tem e também corre o risco de ficar sem plano de saúde. Davi é dependente no plano empresarial da mãe, que foi demitida após o fim da licença-maternidade. "Precisava cuidar do meu filho", conta Jaqueline do Valle, 30, que trabalhava no RH de uma empresa de engenharia. Pelas regras da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar, que regula os planos), o funcionário tem direito a permanecer no convênio da empresa durante um terço do período de contribuição --no caso de Jaqueline, até o próximo mês de maio. Ela já procurou a CNU (Central Nacional Unimed), onde é conveniada hoje, para tentar se manter na operadora, pagando o valor integral, mas a resposta foi que isso não será possível e que ela deverá contratar um novo plano de saúde. Fazer um novo plano em uma outra operadora exigiria o cumprimento de uma carência de dois anos --Jaqueline e o marido, Douglas do Valle, 33, professor de educação física, já consultaram outras cinco empresas. Segundo a advogada Renata Vilhena Silva, como Jaqueline foi demitida sem justa causa, ela tem direito à portabilidade especial, ou seja, migrar para outro plano sem cumprimento de carência. O Código de Defesa do Consumidor também garante a continuidade no plano, pagando o valor integral. "Mas muitas pessoas só têm conseguido fazer valer esses direitos recorrendo à Justiça." SEM DIAGNÓSTICO Outro dilema que atormenta os pais de Davi é não saber qual a doença o filho tem. "Ele já passou por um geneticista, fez exames, mas não houve diagnóstico. É angustiante. Ele tem febre há uns três meses e ninguém sabe o que é, se faz parte da síndrome ou não", diz a mãe. O menino apresenta atraso no desenvolvimento cognitivo e motor. Não fala e não anda. Mas sorri para os pais. A esperança reside em um novo exame genético que rastreia várias síndromes raras, mas que o plano de saúde não cobre. O teste custa R$ 12 mil e a família tem feito bazares para alcançar esse valor. Segundo o geneticista Salmo Raskin, professor da PUC do Paraná, muitas famílias vivem a mesma situação dos Valle. Às vezes, até pior porque nem acesso a um médico geneticista elas têm. As doenças raras afetam, em média, 1,3 nascimento a cada grupo de 2.000. Estima-se que existam ao menos 8.000 tipos possíveis de diagnóstico. Mais que 80% têm origem genética e 75% atingem crianças. Para desvendá-las, os geneticistas são os especialistas mais indicados. Porém, só existem 250 no país, a maioria na rede privada e distribuída nos grandes centros. Raskin diz que é rotina as operadoras de saúde alegarem que exames genéticos não têm cobertura, o que obriga as famílias a recorrem à Justiça ou a desistirem da busca por falta de recursos. Depois do diagnóstico de uma doença rara, vem um novo desafio: a falta de tratamento, seja porque não existe mesmo, seja porque o SUS ou os planos não oferecem. Para Jaqueline, o simples fato de descobrir o nome da doença de Davi já seria um avanço. "Mesmo que não tenha tratamento, a gente acredita que será possível melhorar a qualidade de vida dele."
Número de casos de dengue no país cresce 57,2% em janeiro 07/02/2015 - Valor Econômico / Site O número dos casos de dengue em janeiro de 2015 superou em 57,2% os casos do mesmo período do ano passado. De acordo com o Ministério da Saúde, foram quase 41 mil casos este ano contra 26 mil em janeiro de 2014. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, considerou a escassez de água um dos fatores determinantes para o aumento dos casos. “A falta de água que acontece em muitas partes do país e faz com que as pessoas armazenem a água em condições não adequadas, sem a devida proteção. Isso, sem dúvida nenhuma, é um dos fatores desencadeantes”. Chioro, no entanto, ressaltou que outras regiões, que não sofrem com falta de água, também registraram mais casos de dengue. “Portanto, não dá pra brincar. É preciso que cada um faça sua parte”. Apesar do aumento nos casos, o número de mortes pela dengue apresentou forte queda. Se em janeiro de 2014 houve 37 mortes, no mesmo período de 2015 esse número caiu para seis. “Isso significa que os nossos serviços de saúde, médicos, enfermeiros e demais profissionais estão atentos aos sinais de agravamento: isso é decisivo para não deixar que as pessoas morram de dengue”, avaliou Chioro. Além disso, os casos denominados como “dengue com sinais de alarme”, quando a doença tem mais chance de se agravar, também caíram. A redução foi de 80,8%, com 402 registros em janeiro de 2014 e 77 registros no ano seguinte. Os casos graves, por sua vez, caíram de 49 para 14. O ministro esteve hoje em Valparaíso, em Goiás, para a campanha de mais um dia de mobilização contra a dengue e chikungunya, o chamado Dia D. O ministro, junto com o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, visitaram duas casas e verificaram se havia possíveis criadouros do mosquito. “As garrafas estavam pra baixo, os brinquedos não estavam espalhados no quintal, a caixa d'água estava bem fechadinha. Ela é uma cidadã que vem fazendo sua parte. Mas não adianta ela fazer a parte dela e o vizinho não fazer a dele”, disse o ministro, após visitar a casa de Maria José da Silva, moradora do Céu Azul, em Valparaíso. Em frente às casas visitadas pelo ministro, a prefeitura de Valparaíso montou vários estandes para mobilizar a população sobre os cuidados para prevenir a dengue e chikungunya. Cartilhas e orientações estavam disponíveis para os moradores da região. Além disso, nutricionistas, pediatras, oncologistas e outros profissionais de saúde também estiveram lá para atender a quem precisasse. |