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Infarmed decide retirar 20 medicamentos genéricos do mercado 28/01/2015 - Portal Público (Portugal) Agência Europeia detecta problemas nos ensaios clínicos de 700 genéricos. Regulador diz que em causa não está a segurança nem a eficácia, mas recomenda suspensão da comercialização. Em Portugal há 64 autorizações para comercializar estes medicamentos, mas apenas 20 estão, de facto, no mercado. A Agência Europeia do Medicamento (EMA) recomendou a suspensão da venda de alguns fármacos genéricos cujos ensaios clínicos tinham sido feitos na Índia pela empresa GVK Biosciences, depois de terem sido detectadas falhas nos procedimentos que sustentam os resultados dos testes. Os problemas foram inicialmente detectados pela agência francesa do medicamento, que remeteu o caso para o organismo europeu. Em Portugal, a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) anunciou na manhã desta quarta-feira que vai proceder à retirada do mercado de 20 dos medicamentos genéricos que são vendidos no país. Ao todo Portugal tinha 64 fármacos apontados pela EMA, mas na prática só 20 eram comercializados, diz o Infarmed, que publicou a lista completa dos fármacos afectados no seu site. Em conferência de imprensa, o presidente do Infarmed, Eurico Castro Alves, sublinhou que, apesar desta decisão, não há qualquer prova de problemas associados a estes fármacos e que correspondem apenas a um valor residual de 0,3% das vendas de medicamentos no país. "Se tivesse havido qualquer efeito adverso em qualquer doente, já se tinha sabido e actuado", garantiu Eurico Castro Alves, acrescentando ainda que "esta é uma medida de segurança, cautela e prevenção". Na sua recomendação a EMA explica que a inspecção detectou falhas na forma como a GVK Biosciences conduz os ensaios clínicos. O Comité de Medicamentos para Uso Humano da EMA analisou mais de mil apresentações de medicamentos disponibilizados pela empresa em causa. Em 300 casos havia informação suficiente de outras fontes sobre a sua segurança e eficácia, pelo que podem manter-se no mercado. De acordo com a lista da EMA, em Portugal há 64 apresentações de medicamentos com ensaios clínicos conduzidos pela GVK Biosciences. Em causa estão medicamentos para várias patologias, desde protectores gástricos a antidepressivos, analgésicos, anti-histamínicos, neurolépticos, vasodilatadores e fármacos para demências e doença de Parkinson. Porém, de acordo com o Infarmed, estes 64 fármacos correspondem a autorizações para comercialização e apenas 20 se encontram no mercado. De acordo com Eurico Castro Alves, seis países optaram por suspender de imediato os medicamentos, enquanto Portugal e outros Estados-membros vão apenas retirá-los do mercado. Para os doentes, explicou, o resultado é o mesmo – sendo apenas uma forma de actuar diferente. “Os resultados não estão em conformidade com as regras de segurança e de qualidade. O Infarmed não tem qualquer evidência, e estamos muito atentos, de que haja algum problema reportado ou risco destes medicamentos. Mas demos uma instrução às empresas que detêm essas autorizações em Portugal para recolherem os medicamentos e aguardarem até à decisão final, que é da competência da Comissão Europeia”, reforçou o presidente do organismo regulador. Nos restantes 700 medicamentos em que a informação foi considerada insuficiente, o regulador europeu recomenda a suspensão da sua comercialização. A única excepção está relacionada com os medicamentos que são considerados essenciais para os doentes e em que não há alternativas. Nestes casos a vigilância dos doentes deve ser mais apertada, ainda que a EMA assegure que “não há evidência de falta de segurança ou de eficácia” dos medicamentos em causa. A empresa tem 12 meses para apresentar dados adicionais sobre os medicamentos considerados essenciais para os doentes. Em relação aos 20 medicamentos de Portugal, Eurico Castro Alves garantiu que para todos eles os doentes encontram alternativas no mercado. As irregularidades encontradas pelas autoridades francesas estão relacionadas com a manipulação de electrocardiogramas durante a condução de alguns estudos de medicamentos genéricos. “Estas manipulações aparentemente tiveram lugar durante um período de pelo menos cinco anos”, diz a EMA, que considera que este comportamento coloca em causa a integridade dos ensaios conduzidos pela GVK Biosciences e dos dados disponibilizados pela empresa no seu site. “Os electrocardiogramas seriam falsificados e pervertem a avaliação do medicamento”, corrobora Castro Alves."
Pesquisa e Desenvolvimento
45% dizem fazer sexo casual sem preservativo 29/01/2015 - O Estado de S.Paulo O comportamento de risco para aids aumentou entre brasileiros. Estudo apresentado ontem pelo Ministério da Saúde revela que em cinco anos dobrou o número de pessoas com mais de dez parceiros sexuais durante a vida. Já o uso de preservativos com parceiros casuais continua estável,em patamares considerados baixos. No ano passado, 45% disseram não usar camisinha nesses casos. “Isso demonstra a necessidade da adoção de outras estratégias. O uso de preservativos continua essencial, mas deve ser associado a outras ações”, afirmou o ministro da Saúde, Arthur Chioro. A principal estratégia avaliada é a ampliação do acesso aos antirretrovirais logo após a relação de risco. Considerada uma espécie de“pílula do dia seguinte”, a terapia é oferecida em centros de referência. A ideia é ofertá la também no atendimento de urgência. A pesquisa foi feita em 2014 com 12 mil pessoas entre 15 e 64 anos. Do total, 94 % disseram saber que o preservativo é a melhor forma de combater a aids.
Pesquisas mostram que gordura saturada não faz mal à saúde 29/01/2015 - O Globo Para a maioria das pessoas preocupadas com a saúde, a gordura faz parte de uma lista quase proibitiva, ao lado da nicotina e do álcool. Mas o papel de vilã nutricional pode estar com os dias contados. Novos estudos mostram que a gordura saturada — encontrada em carnes, ovos e queijos — não está associada a doenças cardiovasculares. Adepta de alimentação com baixo teor de gordura, a jornalista americana Nina Teicholz viu sua dieta mudar radicalmente quando conseguiu um trabalho como crítica gastronômica em Nova York. Ela passou a comer carnes, sopas cremosas e todo o foie gras que tinha evitado em sua vida. Como resultado, perdeu 4kg e seus níveis de colesterol mantiveram-se estáveis e saudáveis. A experiência levou Nina a uma pesquisa de anos sobre como a ciência nos levou a um estado de “gordurofobia” e a uma crescente ingestão de carboidratos. No livro “The big fat surprise: why butter, meat and cheese belong in a healthy diet” (“A grande surpresa da gordura: por que manteiga, carne e queijo pertencem a uma dieta saudável”), lançado no ano passado nos Estados Unidos, a jornalista mostra que pesquisas recentes revelam falta de evidências sobre a gordura saturada ser responsável pelo desequilíbrio nos níveis de colesterol ou pela incidência de doenças cardíacas. — A gordura saturada foi condenada a partir de um estudo antiquado sobre o colesterol, baseado em hipóteses. A ideia de que ela elevava o colesterol total, aquele que obstrui as artérias e causa ataques cardíacos, surgiu nos anos 1950 pela teoria do cientista Ancel Keys. Nos anos 1980, já estava claro que o colesterol total não se alinhava muito bem com doenças cardíacas. Então, a história mudou: a gordura saturada aumenta o mau colesterol, o LDL. Só que a gordura saturada é o único alimento que aumenta o HDL, o colesterol bom — explica. Agora, pesquisadores têm se debruçado sobre o LDH e o HDL na busca do biomarcador mais confiável. — A dieta de baixo teor de gordura e as três gerações de cientistas que estão comprometidos com ela impediram que esse debate avançasse. É uma questão muito complicada, política e influenciada pela indústria, uma vez que as empresas sabem como diminuir o LDL, mas não como aumentar o HDL. O LDL sempre foi o foco de todos — aponta. DIFERENTES RECOMENDAÇÕES: DE 7% A 80% A primeira diretriz sobre uma dieta de baixa gordura foi elaborada em 1961, pela Associação Americana de Cardiologistas, e adotada em muitos países, inclusive no Brasil. Desde 2013, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) recomenda a ingestão de 6% a 10% de gorduras totais, sendo que a de gordura saturada deve ser inferior a 7%. Defensor do consumo da boa gordura, o nutrólogo Wilson Rondó Jr. afirma que sua ingestão poderia chegar a 80%: — A gordura boa deve predominar. Considero uma dieta equilibrada aquela com mais de 50% de gordura saturada, mas alguns artigos já falam em 80%. As populações do Pacífico, por exemplo, retiram 60% de suas calorias da gordura saturada e têm índices ínfimos de problemas cardiovasculares. A nutróloga Nadia Borges é reticente quanto a uma dieta composta majoritariamente por gordura saturada: — Não há como abolir a gordura saturada da dieta. Ela participa de processos como a formação de hormônios sexuais e da membrana celular, a absorção do cálcio e o fortalecimento da imunidade. Agora, ainda não há nível de evidência que comprove o sucesso de uma dieta composta majoritariamente por gordura saturada.
Camisinha: 45% dos brasileiros não a usam 29/01/2015 - O Globo Quase metade dos brasileiros sexualmente ativos não usa camisinha nas relações casuais, mesmo sabendo que essa é a melhor forma de evitar a aids e outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Segundo a Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas na População Brasileira (PCAP), apresentada ontem pelo Ministério da Saúde, 45% dos entrevistados disseram não ter recorrido ao preservativo em 2013. A mesma pesquisa mostra que 94% dos brasileiros sabem que a camisinha é a melhor formas de evitar DSTs. Em 2004, 48% dos entrevistados não usavam a camisinha nas relações casuais. Em 2008, o número subiu para 53%. A comparação entre as três pesquisas revela também um aumento do número de pessoas que disseram ter tido mais de dez parceiros sexuais na vida: eram 19% em 2004, 26% em 2008 e 44% em 2013. Segundo o ministério, desde os anos 1980, 757 mil casos de Aids foram notificados no Brasil. Hoje, mesmo com o alto índice de pessoas que não usam a camisinha, a epidemia está estabilizada, com cerca de 39 mil casos novos a cada ano, ou 20,4 casos para cada 100 mil habitantes. A mortalidade diminuiu: era de 6,4 mortes por 100 mil habitantes em 2003, caindo para 5,7 em 2013. A pesquisa de 2013 ouviu 12 mil pessoas entre 15 e 63 anos. Os números foram divulgados durante o lançamento da campanha de prevenção à Aids e outras DSTs no carnaval. Segundo o ministro da Saúde, Arthur Chioro, antes as campanhas eram centradas apenas no uso de preservativo. Mesmo assim, a quantidade de pessoas que usam a camisinha pouco mudou. Este ano, a campanha continuará a incentivar o uso do preservativo, mas também vai estimular a realização de testes de HIV. — Este ano, o ministério não irá centrar a campanha apenas no uso de preservativos. Os dados da pesquisa indicam que focar as campanhas apenas nesse uso tem limites — explicou o ministro. DISTRIBUIÇÃO EM AEROPORTOS Ao todo, serão distribuídos 129 mil cartazes, voltados principalmente para a população jovem, travesti e gay, além de peças para rádio e TV, 315 mil folhetos e campanha na internet e revistas temáticas de carnaval e de comportamento LGBT. O slogan será “#partiu teste”, e a campanha será reforçada em cidades com maiores concentrações de foliões: Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife, Olinda, Florianópolis, Ouro Preto (MG), Diamantina (MG), São João Del Rei (MG) e Alfenas (MG). Os aeroportos Santos Dumont, no Rio, e de Salvador e Recife terão locais para retirada de camisinha. Segundo o ministério, o governo federal está distribuindo 70 milhões de preservativos aos estados, que já têm um estoque de 50 milhões.
Roche apresenta sólido crescimento nos resultados em 2014 28/01/2015 - Portal Segs O crescimento foi de 5% em relação ao ano anterior Vendas totais do Grupo alcançaram 47,5 bilhões de francos suíços A Roche anunciou hoje os seus resultados financeiros de 2014. Em uma demonstração de solidez, o Grupo registrou crescimento de 5% nas vendas na moeda local, o que representa receita de 47,5 bilhões de francos suíços. O resultado é atribuído à crescente demanda pelos medicamentos na área de Oncologia e Imunologia e ao aumento nas vendas de Professional Diagnostics ( 8%) e de diagnóstico molecular ( 6%). As vendas da divisão Farmacêutica cresceram 4% e foram impulsionadas pela? Oncologia. Destacaram-se os medicamentos indicados para tratamento de câncer de mama HER2-positivo ( 20%)?, como as novas drogas Perjeta® (pertuzumabe) e Kadcyla® (trastuzumabe emtansina); e o ?Avastin® (bevacizumabe), que cresceu 6% em relação ao ano anterior. Também houve uma forte demanda por medicamentos na área de Imunologia, como o Actemra® (tocilizumabe), indicado para o tratamento de artrite reumatoide, que cresceu 23%. As vendas de Tamiflu® (fosfato de oseltamivir) tiveram um aumento de 54%, principalmente, por conta da forte epidemia de gripe que ocorreu nos Estados Unidos. A Roche Diagnóstica teve um incremento de 5% em vendas, alcançando o total de 10,8 bilhões de francos suíços. A divisão Professional Diagnostics, com equipamentos voltados a laboratórios e hospitais, foi a que mais contribuiu para esse crescimento, com um aumento de 8%, seguida das vendas de Diagnóstico Molecular, que cresceram 6%. Além disso, foram apresentados novos instrumentos e testes de laboratório molecular, como o cobas 6800 e o cobas 8800. Comentando os resultados do Grupo, Severin Schwan, CEO da Roche, disse: “Fizemos bons progressos em 2014, com um crescimento sólido em ambas as divisões, conduzidos por nossos medicamentos recém-lançados e testes de diagnóstico. Além disso, realizamos dez aquisições direcionadas para complemento do nosso portfólio tanto na divisão Farmacêutica como Diagnóstica. Existe uma demanda forte para um medicamento recém-lançado nos Estados Unidos, que trata a fibrose pulmonar, o Esbriet, desenvolvido pela InterMune (empresa que adquirimos em 2014). Na Divisão Diagnóstica, apresentamos, com sucesso, as plataformas cobas 6800 e cobas 8800, que trazem automação de teste molecular para um nível mais avançado. Com este forte portfólio, acredito estarmos bem-posicionados para o futuro”. Novas drogas aprovadas e dados positivos no pipeline Duas novas indicações foram aprovadas: Avastin® (bevacizumabe), para o tratamento de câncer resistente de ovário e câncer do colo de útero; e Gazyva® (obinutuzumab), para o tratamento de leucemia linfocítica crônica, na Europa. No mês de julho, o Esbriet, indicado para tratar fibrose pulmonar idiopática, recebeu o “Breakthrough Therapy Designation” (selo de liberação prioritária devido à eficácia), da FDA. A FDA também fez a mesma aprovação para o Lucentis, indicado para o tratamento de retinopatia diabética e para um novo composto de imunoterapia do câncer de bexiga. Dados de ensaios clínicos do estudo de fase III CLEOPATRA do Perjeta® (pertuzumabe), para tratamento de câncer de mama metastático HER2-positivo, foram um dos destaques de 2014. Os resultados mostraram que a adição de Perjeta® (pertuzumabe) ao Herceptin® (trastuzumabe), mais quimioterapia, aumentou o tempo de sobrevida de pacientes não tratadas previamente para um número sem precedentes de quase cinco anos. Resultados dos ensaios clínicos do cobimetinib, combinado com Zelboraf® (vemurafenib), para tratamento do melanoma (câncer de pele) avançado também foram anunciados durante o ano, mostrando que o tratamento com a combinação reduziu pela metade o risco de agravamento da doença, em comparação ao tratamento realizado apenas com Zelboraf® (vemurafenib). A Roche tem agora mais de 30 diferentes terapias de combinação em seu pipeline de oncologia. Produtos de diagnóstico ampliam ainda mais o portfólio A Roche lançou uma série de instrumentos de diagnóstico em 2014, incluindo as cobas 6800 e cobas 8800, sistemas para testes moleculares; o cobas 6500, que combina testes tira de urina e microscopia urinária digital; e uma série de novas ferramentas para a gestão da diabetes. Novos testes também foram lançados para a identificação de microorganismos causadores de doenças infecciosas e, na saúde da mulher, para a fertilidade e diagnóstico pré-natal. Estes testes reforçam ainda mais o amplo portfólio da companhia nas aplicações de fertilidade e testes de gravidez, mama, gestão de câncer de colo uterino e ovário e monitoramento e gerenciamento de condições crônicas, relacionadas com a idade, como a osteoporose. Aquisições estratégicas Ao longo dos últimos dez meses, a Roche fez dez aquisições direcionadas para complementar seu portfólio de produtos atual em ambas as divisões, incluindo a InterMune, desenvolvedora do Esbriet, indicado para tratamento de fibrose pulmonar idiopática; e a Seragon Pharmaceuticals, que está estudando tratamentos para receptores hormonais positivos de câncer de mama. Na divisão Diagnóstica, as aquisições foram feitas para expandir o teste molecular e para adicionar novas tecnologias no sequenciamento genético. No início de 2015, a Roche adquiriu a Ariosa Diagnostics para entrar no mercado de testes de DNA livre de células e pré-natal não-invasivo. A companhia também firmou uma parceria estratégica com a Fundação de Medicina na área de informação molecular e análise genômica em oncologia. A colaboração tem como objetivo alavancar o uso de informação molecular para avaliação abrangente de tumores. Previsões para 2015 Em 2015, a Roche espera que as vendas cresçam abaixo de um dígito, por conta das taxas de câmbio constantes, e acredita aumentar ainda mais o seu dividendo em francos suíços. Sobre a Roche Com sede em Basileia, Suíça, a Roche é líder mundial em pesquisa de produtos para a saúde, com forte e combinada atuação nas áreas farmacêutica e diagnóstica. A Roche é a maior empresa de biotecnologia do mundo, com medicamentos realmente diferenciados em oncologia, imunologia, doenças infecciosas, oftalmologia e neurociência. A companhia também é líder mundial em diagnóstico in vitro e no diagnóstico tecidual de câncer, além de pioneira em soluções para o acompanhamento do diabetes. A estratégia de medicina personalizada da Roche tem como objetivo fornecer medicamentos e ferramentas de diagnóstico que possibilitem melhorias tangíveis na saúde, qualidade de vida e sobrevida dos pacientes. Fundada em 1896, a Roche vem trazendo, há mais de um século, contribuições importantes para a saúde global. Vinte e quatro medicamentos desenvolvidos pela Roche estão incluídos na lista de Modelos de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial de Saúde, entre eles antibióticos que salvam vidas, antimaláricos e quimioterapia. Em 2013, o Grupo Roche empregou mais de 85 mil pessoas em todo o mundo e investiu mais de 8,7 bilhões de francos suíços em P&D. O Grupo registrou vendas de 46,8 bilhões de francos suíços. A Genentech, nos Estados Unidos, é uma subsidiária integral do Grupo Roche. A Roche também é a acionista majoritário da Chugai Pharmaceutical, do Japão. Para mais informações, visite o site www.roche.com.br. .
Saúde
Dor de cabeça não é mera desculpa 29/01/2015 - Valor Econômico Insuportável para quem a sente, mas quase imperceptível para quem vê de fora. Assim é a enxaqueca (migrânea, em termos médicos). Seu impacto sobre o organismo se assemelha àquele das grandes máquinas que, ao perder uma minúscula peça, causam colapso em toda a linha de montagem. Uma pequena alteração cerebral faz com que surjam fortes dores, cadenciadas em pulsações sobre apenas um dos lados da cabeça, acompanhadas por vertigens, que não raramente levam a desmaios. As vistas também se alteram, tornando qualquer feixe de luz uma espécie de intensificador para os outros incômodos. Como resultado dessa pane no sistema, qualquer pequeno esforço torna-se atividade hercúlea, sendo que para muitos "enxaquecosos" o sofrimento é tão grande que não resta outra alternativa a não ser cancelar os compromissos e ir para a cama. Os sintomas descritos costumam se repetir entre os pacientes de enxaqueca, independentemente de sexo, gênero ou etnia. Sofrimento semelhante, porém, não significa que todos os pacientes receberão o mesmo tratamento - seja pelo médico, seja pela sociedade. É o que afirma a socióloga Joanna Kempner, da Rutgers University, nos EUA. Ela, que sofre com crises de enxaqueca desde a adolescência, deu um passo arriscado dentro do mundo acadêmico: transformou sua própria dor em objeto de estudo ao escrever o livro "Not Tonight - Migraine and the Politics of Gender and Health" (Hoje à Noite Não: Migrânea e as Políticas de Saúde e Gênero, da University of Chicago Press), no qual apresenta os aspectos sociais relacionados à doença. Entre as doenças neurológicas, a enxaqueca é a que mais leva pacientes ao médico. Sua prevalência global está calculada em 10% da população, o que significa dizer que, só no Brasil, mais de 20 milhões de pessoas sofrem com o problema. Entretanto, apenas recentemente a enxaqueca foi reconhecida como uma doença do cérebro e muitas questões ainda permanecem sem resposta. Ainda não existe, por exemplo, um exame de imagem ou de sangue capaz de identificar com precisão a enfermidade. O diagnóstico vem do exame clínico e dos relatos do paciente. "Muitos chegam ao consultório frustrados por terem se submetido a diversos exames, mas não aparecer nenhuma alteração", diz o neurocirurgião Benedito Amorim Filho, membro do grupo de dor do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. É nessa ausência de maneiras concretas para mostrar a dor, diz Joanna, que sobrevivem os resquícios de um passado no qual a enxaqueca era encarada como uma questão comportamental, uma espécie de "desculpa" inventada por pessoas frágeis, especialmente mulheres, para abster-se de suas atividades cotidianas - ideia com a qual a autora brinca no título (Hoje à noite não), em referência ao entendimento da dor de cabeça como uma escusa feminina para o sexo. Ligar a enxaqueca a uma "desculpa feminina" guarda um fundo de verdade: a doença é mais comum entre mulheres, em uma proporção de duas a três afetadas a cada homem. "A mulher está exposta a variações consideráveis nos níveis de estrógenos e progestógenos, o que influencia no surgimento e na ocorrência de enxaqueca", diz Amorim Filho. As coincidências entre o quadro clínico e o imaginário sobre a enfermidade, porém, acabam por aí. Desde que a enxaqueca começou a ser tratada no âmbito neurológico, o que se sabe é que as dores narradas por pacientes estão longe de ser meras "desculpas". Se a ciência já reconheceu a gravidade da enxaqueca, falta ainda à sociedade percorrer o mesmo caminho. "Os pacientes de enxaqueca foram estigmatizados durante séculos e isso ainda tem seus efeitos. Vários médicos não querem tratar suas pacientes 'enxaquecosas' por acreditar que elas são resmungonas e neuróticas. E esses estereótipos afetam os homens também", diz Joanna, citando um estudo que mostrou que um homem apresentando sintomas exatamente iguais aos de uma mulher tem menos chances de receber o diagnóstico de enxaqueca. "Há cerca de 300 milhões de homens com migrânea. Essa não é uma doença só de mulheres", diz o neurologista William Young, que assina artigos científicos com Joanna. No entanto, quando um homem recebe o diagnóstico de enxaqueca, ele tem mais chances de ser tratado com medicações para a dor, enquanto a mulher está mais suscetível a receber antidepressivos e tranquilizantes. "A dor masculina tende a ser tratada como uma emergência médica, enquanto a dor feminina ainda é frequentemente percebida como um problema emocional", diz a socióloga. O neurologista Marcelo Ciciarelli, presidente da Associação Brasileira de Cefaleia, faz uma ressalva: no caso dos antidepressivos, há a possibilidade de seu uso terapêutico para o tratamento da migrânea. "Eles melhoram o funcionamento do sistema de analgesia interna dos pacientes ao aumentar a concentração dos neurotransmissores serotonina e noradrenalina", diz Ciciarelli. O efeito, porém, vale tanto para homens quanto mulheres. É naturalmente difícil compreender doenças nas quais não há alterações físicas evidentes, característica comum a muitos quadros clínicos de dor. Quando se fala de enxaqueca, diz Joanna, outros dois fatores se somam: o primeiro é a trivialidade. Todo mundo tem dor de cabeça e quem não sofre com enxaqueca tende a considerar a dor de cabeça da migrânea similar a uma dor simples, o que não é verdade. A segunda questão seria a própria indústria farmacêutica, que vende a cura como algo simples. "Nos Estados Unidos, onde as farmacêuticas podem fazer propaganda direta aos pacientes, os anúncios mostram a enxaqueca como algo fácil de tratar: você toma uma pílula e está tudo bem", diz Joanna. "Entretanto, os melhores métodos para prevenir a migrânea reduzem a frequência dos sintomas pela metade e para metade dos pacientes tratados." O resultado dessa constante briga para convencer colegas de trabalho, familiares e mesmo médicos de que sua dor é real é a estigmatização dos "enxaquecosos". Em um estudo de 2013, Joanna e Young compararam o estigma sentido por pacientes com enxaqueca crônica (que causa dor por mais de 15 dias ao mês) e com epilepsia, ambas doenças neurológicas, e perceberam que os primeiros se sentiam mais marcados pela doença. A chave para entender a questão está no impacto da enfermidade sobre o trabalho. "A sociedade tem dificuldade para entender que muitas vezes a migrânea pode ser frequente e severa o suficiente para impedir a pessoa de trabalhar", afirma Yung. A visão da "desculpa para não fazer coisas" ainda sobrevive, apesar de todo o esforço da ciência para desconstruí-lo. Mais que incompreensão, isso cria uma barreira invisível que dificulta a inserção dessas pessoas no mercado de trabalho. "Cerca de 25% dos pacientes com enxaqueca crônica estão desempregados", diz Ciciarelli. As mulheres são as mais prejudicadas. "Por razões sociais, a paciente sofre mais no ambiente de trabalho ou na escola", diz Amorim Filho. "A nossa sociedade capitalista e ainda machista acaba gerando esse tipo de resposta." Equívocos recorrentes: Questão semântica Muita gente acredita que enxaqueca é uma maneira diferente de dizer dor de cabeça. Enxaqueca é uma doença neurológica específica, na qual a dor de cabeça é um dos sintomas - mas não o único. Questão de sexo A maior prevalência entre as mulheres dá a falsa impressão a muitos homens de que enxaqueca é coisa de mulher. O neurologista William Young recebe de cinco a seis mulheres para cada homem, diferença de gênero bem superior à da prevalência da doença. Questão de tempo Há vários níveis de gravidade e frequência das crises de enxaqueca. A maior parte dos pacientes (48%) tem entre uma e quatro crises por mês, enquanto 25% tem mais de quatro crises mensais. Questão de idade Crianças também podem desenvolver enxaqueca e, antes da puberdade, a enfermidade ataca meninos e meninas na mesma proporção. Somente na adolescência é que o problema torna-se mais comum entre as mulheres. .
Artigo: Boa e velha medicina 29/01/2015 - Folha de S.Paulo Cresceu em todo o Brasil, nos últimos anos, a demanda por médicos generalistas, que centralizam os cuidados com o paciente, supervisionam as medicações e indicam especialistas quando necessário. Segundo reportagem publicada nesta Folha, a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade estima que, dos cerca de 5.000 profissionais ligados à entidade, 10% trabalhem em consultórios particulares --até há pouco atuavam apenas na rede pública. O movimento não se limita a especialistas em saúde da família. A função de médico primário também pode ser desempenhada por clínicos gerais e profissionais de áreas mais abrangentes, como cardiologia, endocrinologia e geriatria. A redescoberta do velho médico de família ilustra algumas das contradições da medicina moderna. Numa descrição caricatural, a oposição se dá entre o atendimento personalizado, proporcionado pelo generalista, e o massificado, no qual são vistos órgãos e moléstias, mas não o doente como um todo. Embora uma combinação de romantismo e saudosismo faça a primeira opção soar mais atrativa, a verdade é que as duas abordagens são necessárias e não excludentes. As estatísticas, onde elas existem, atestam que profissionais e centros hiperespecializados, que realizam procedimentos em escala industrial, têm resultados muito superiores aos de médicos e hospitais que não lidam tão frequentemente com o problema. Padronização e experiência levam a menores taxas de erros e complicações. Dessa constatação empírica não decorre que o generalista deva ser mera porta de entrada que leva ao especialista. Não só porque a esmagadora maioria dos problemas podem ser resolvidos com intervenções simples, mas também porque é importante --e em alguns casos fundamental-- que um único profissional esteja à frente do processo. Conhecendo bem o paciente e tendo com ele uma relação de confiança, o "médico personalizado" encoraja a adesão ao tratamento, sobretudo quando implica mudanças no estilo de vida ou o uso contínuo de remédios. Facilita, também, a adoção de medidas preventivas. Com a centralização, além disso, evita-se que sejam prescritas ao mesmo paciente drogas que, tomadas em conjunto, provocam interações indesejáveis ou fatais. A procura por generalistas revela o quanto o sistema de saúde precisa ser mais racional, tanto na rede privada como na pública. Combinados, o profissional próximo ao paciente e os especialistas tendem a proporcionar cuidados mais eficazes e economia de recursos. .
Santa Casa suspende mais de mil demissões e vai vender imóveis 29/01/2015 - Folha de S.Paulo A Santa Casa de São Paulo voltou atrás e decidiu suspender a demissão de 1.100 funcionários anunciada na semana passada. A decisão foi tomada nesta quarta-feira (28), em reunião do provedor em exercício, Ruy Martins Altenfelder Silva, com a mesa administrativa da instituição. Em nota, a assessoria de imprensa da Santa Casa informou que a instituição irá vender imóveis vagos para reequilibrar as finanças do hospital e que está fazendo reuniões com o governo do Estado para contornar a grave crise financeira. As demissões seriam uma resposta a essa crise enfrentada pela instituição, que acumula uma dívida de mais de R$ 773 milhões e deve a 669 funcionários os pagamentos referentes ao mês de novembro e o 13º salário. Dos demitidos, 60% seriam da área administrativa e 40% da assistência à saúde --médicos, técnicos e enfermeiros. A Santa Casa tem 7.000 funcionários. Segundo a assessoria de imprensa da instituição, será realizado um novo estudo para readequar o quadro de funcionários. ADIAMENTO O sindicato dos médicos (Simesp) informa, no entanto, que as demissões ainda devem ocorrer. "Há um adiamento, não uma suspensão", afirma Eder Gatti, presidente do Simesp. "A superintendência já deixou muito claro que as demissões são necessárias e que há um inchaço da folha [de pagamento]." Médicos da instituição afirmam ter sido informados de que o corte de funcionários será inevitável. "Eles só não demitiram porque precisam do dinheiro para honrar com as rescisões dos contratos", diz Bruno Bueno, cardiologista e integrante do Movimento Santa Casa Viva, criado por médicos para pedir a saída do provedor Kalil Abdalla, que está licenciado do cargo. O movimento diz que a instituição precisa de R$ 35 milhões para honrar com os direitos trabalhistas antes das demissões, mas que os empréstimos bancários ainda não saíram. ATENDIMENTO Enquanto a Santa Casa estuda uma maneira de sanar as dívidas, o atendimento da instituição continua comprometido. Médicos informam que apenas procedimentos simples estão sendo realizados. Especialidades mais complexas, como ortopedia, estão paradas pela ausência de verba para próteses. O cenário, segundo médicos, está bem melhor que o de dezembro, quando a instituição quase fechou. Em julho, a Santa Casa fechou seu pronto-socorro central por 28 horas, pegando pacientes de surpresa. Na sexta-feira (23), o Ministério Público do Trabalho informou que, durante audiência, o superintendente da Santa Casa, Irineu Massaia, disse que a folha de salários representa 65% da receita e que a dispensa traria uma economia de R$ 4 milhões.
Como revolucionar os planos de saúde e estimular a prevenção 29/01/2015 - Folha de S.Paulo Prevenir é melhor do que remediar - disso, todo mundo sabe. No entanto, são poucos os que praticam, principalmente quando estamos falando da nossa saúde. E o mercado de seguros de saúde funciona justamente em cima desta premissa. Assim como costumamos deixar a dieta para segunda-feira, a tentação de adiar a realização de um checkup é grande. Todos somos muito ocupados e achar uma justificativa para deixar o exame para daqui a três meses é muito mais fácil do que encontrar um dia mais calmo na sua agenda para fazer todos os exames médicos (e o pique para enfrentar a agulha e todos os outros procedimentos mais invasivos). O tempo vai passando e o que deveria ser uma rotina anual vira uma ocorrência esporádica, que ocorre quando a pessoa está com algum problema de saúde. Desta forma, seria muito melhor para indivíduos e seguradoras que todos passassem a cuidar melhor da sua saúde e fizessem exames preventivos. Mas e o ganho das seguradoras, como fica? A economia comportamental pode ajudar nesta hora, com a sua compreensão do que motiva os indivíduos e como evitar a procrastinação. Nós sabemos que o estabelecimento de metas pode dar um empurrão para aquela pessoa motivada a realizar os seus objetivos, ao invés de recair na tentação. Se houver um incentivo financeiro, melhor ainda. No caso dos seguros de saúde, uma ideia seria criar um bônus: quem faz todos os seus exames preventivos no ano ganha um desconto no seu plano para o ano seguinte. Pode parecer ilógico para as seguradoras, mas não é. Assim, elas conseguiriam economizar muito com cada segurado que adota uma postura preventiva, uma vez que pagar os exames sai mais barato do que os procedimentos mais caros para o tratamento de doenças que não foram detectadas a tempo. Desta forma, todos saem ganhando. O governo não precisa baixar uma lei que obrigue todos a fazer checkups anuais, mas aqueles interessados em se cuidar têm um incentivo financeiro para deixar a preguiça de lado e marcar logo todos os seus exames de rotina.
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