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Medicamentos
Empresa de remédios rompe contrato com a Santa Casa 07/01/2015 - O Estado de S.Paulo Empresa terceirizada responsável pela compra de medicamentos e materiais da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo,a Logimed anunciou ontem a suspensão do contrato com a maior entidade filantrópica da América Latina por falta de pagamento. Segundo a Logimed,a Santa Casa deixou de pagar cerca de R$79 milhões nos últimos meses. É o segundo contrato cancelado por um prestador de serviço por falta de pagamento em menos de dois meses. No início de dezembro, a empresa Vivante, que cumpria as tarefas de limpeza e manutenção na Santa Casa, anunciou o cancelamento do contrato por dívidas que ultrapassavam R$ 20 milhões. Na ocasião, mais de 1,1 mil funcionários da Vivante que atuavam de forma terceirizada no complexo hospitalar foram demitidos.Parte deles foi absorvida pela própria Santa Casa. No caso da Logimed, são 148 funcionários atuando dentro da instituição filantrópica que cumprirão aviso prévio por um mês até a demissão. Em nota divulgada na tarde de ontem, a empresa informou que “a rescisão do contrato se fez necessária diante da impossibilidade de a companhia seguir com sua operação sem receber daquela instituição”. Com a dívida de R$ 79 milhões da Santa Casa, a empresa diz ter acumulado débito de R$ 11 milhões com seus fornecedores. De acordo com a Logimed, a decisão de suspender o contrato tem o respaldo de cláusula que “prevê o encerramento do serviço em caso de não recebimento por três meses consecutivos”. A empresa afirma ainda ter faturas vencidas e não pagas desde julho do ano passado.Diz também que “tomará todas as medidas necessárias”para receber o crédito devido pela entidade filantrópica. Procurada,a Santa Casa informou que, a partir de hoje, vai internalizar todas as atividades que eram de responsabilidade da Logimed. Agora, a diretoria farmacêutica da entidade terá a atribuição de comprar, armazenar e distribuir medicamentos e materiais para o Hospital Central e para as unidades de saúde municipais de São Paulo e Guarulhos administradas pela Santa Casa por meio de convênios. Em grave crise financeira, a Santa Casa acumula déficit de mais de R$ 400 milhões e espera a liberação de um empréstimo com a Caixa Econômica Federal para honrar débitos atrasados com funcionários e fornecedores. A estimativa é de que o crédito bancário seja liberado nesta semana. Falhas. Auditoria realizada a pedido da Secretaria Estadual da Saúde nas finanças da Santa Casa apontou falhas no contrato da Logimed, como sobrepreço em alguns produtos. O mesmo foi apontado por um ex-funcionário da entidade ao Ministério Público Estadual (MPE). Na época, a empresa disse repudiar as denúncias de “prática de superfaturamento” e acrescentou que “sua operação cumpriu rigorosamente o escopo contratado pela Santa Casa”. Johnson & Johnson vai iniciar testes de vacina contra ebola em humanos 06/01/2015 - Valor Econômico / Site A empresa americana de medicamentos e produtos de higiene Johnson & Johnson (J&J) iniciou a fase 1 de testes clínicos em pacientes humanos de uma vacina que está desenvolvendo contra o ebola, revelou a companhia nesta terça-feira. O estudo é realizado pela controlada Janssen Pharmaceutical, em parceria com a Oxford Vaccine Group, da Universidade de Oxford. O objetivo da empresa é completar ao menos o recrutamento de pacientes até o fim do mês. Foram produzidas 400 mil unidades da vacina para serem aplicadas até abril. Durante 2015, serão pelo menos 2 milhões de unidades, de acordo com o comunicado da americana. Há a possibilidade de, em um ano e meio, produzir 5 milhões de vacinas. “Cada dia conta, então vamos acelerar substancialmente a produção de nossas vacinas”, explicou o diretor científico do grupo, Paul Stoffels. “Como líderes globais em saúde, temos responsabilidade de agir prontamente frente ao avanço do ebola na África Ocidental”, acrescentou o presidente da J&J, Alex Gorsky. A companhia lembrou que dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam a necessidade de no mínimo 100 mil doses de vacina preventiva contra a doença para trabalhadores que atuam nos países da região. Em três diferentes locais, o total da demanda é estimado em 12 milhões de unidades. A fase de testes da vacina vai avaliar a segurança e a tolerância do tratamento, que consiste em uma dose para preparar o sistema imunológico e outra que serve para melhorar o tempo de resposta do corpo do paciente ao longo do tempo. Estudos pré-clínicos mostraram que aplicações com dois meses de diferença protegiam totalmente da morte contra o ebola. Em outubro, a J&J anunciou investimento de US$ 200 milhões para acelerar e expandir a produção de seu programa de vacinação contra o ebola na Janssen. Para mitigar os riscos e custos do projeto, a americana busca fontes de financiamento tanto estatais como privadas. Pesquisa e desenvolvimento
Saúde
‘Novo tributo é o caminho para garantir a sustentabilidade do sistema de saúde’ 07/01/2015 - O Estado de S.Paulo Diante da perspectiva de um ano difícil, em que o reajuste do orçamento de sua pasta será ínfimo, e sem promessa de dinheiro novo, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, defende a discussão sobre a criação de uma contribuição para financiar o setor. “É o caminho para garantir a sustentabilidade do sistema integral e universal, que cada vez custa mais caro.” A medida poderia ajudar a reparar o baque sofrido no setor em 2008, com o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Em entrevista ao Estado, o ministro afirma ser contrário a planos de saúde com mensalidades baixas e defende uma mudança nas agências reguladoras, que devem seguir as políticas norteadas pela pasta. “Elas são executoras.” O reajuste do orçamento da Saúde é calculado de acordo com a variação do PIB, que foi ínfima. Como o senhor vai fazer? Há um piso constitucional, que é pequeno. Este ano será de muita dificuldade para o governo e para a sociedade brasileira. Não há perspectiva de novos recursos. E mesmo que eles surgissem, isso valeria apenas para o próximo ano. Além disso, há o compromisso que recurso extra será encaminhado para o Mais Especialidades. Temos de fazer escolhas. O senhor defende uma contribuição para a Saúde? Esse é um debate que a sociedade brasileira e o Congresso Nacional têm de fazer. Todos os países do mundo estão se deparando com esse desafio. Até para garantir sustentabilidade econômica e financeira do sistema, a médio e longo prazo. Hoje o grande desafio que a gente tem não é apenas dizer para a sociedade que ela tem de pagar mais ou contribuir mais. Temos de dar garantia para a sociedade que estamos gastando da melhor forma possível, mais eficiente, mais transparente. O debate é sobre a sustentabilidade do sistema de saúde. Cada vez custa mais um serviço universal e integral. Fora disso é barbárie. É jogar as pessoas, o acesso à saúde, à lógica de mercado. É o que acontece com planos de saúde? Existe uma lógica de mercado. Existe um custo. O que não dá é as pessoas quererem ter o plano de saúde e não pagar o valor real. É o famoso “finjo que estou te cobrando” e você “finge que está pagando”. No final das contas, fica um jogo entre um que não quer que use e outro que quer usar. O senhor é contrário ao plano de saúde popular, com mensalidades baixas? Qual o tamanho do sistema de saúde suplementar? O que importa é que ele tenha um tamanho que seja suficiente para ter um equilíbrio econômico e financeiro. Paga quem pode pagar, e se entrega aquilo que se comprou. E o restante da população usa um serviço público de qualidade. Esse é o desenho que busco. O plano de saúde tem de atender às necessidades da população. Vamos fazer uma saúde suplementar de mentirinha? Com planos pop? Ou vamos fazer um produto que tenha um custo real e que o consumidor receba o atendimento devido. Uma parte significativa da nova classe média imaginava que os planos de saúde resolveriam todos seus problemas. Quais foram as encomendas da presidente Dilma? São cinco prioridades. Ajuste do Mais Médicos, o Mais Especialidades, modernização da máquina administrativa. Vamos também lidar com Sistema Nacional de Saúde. Cuidar da área pública, saúde suplementar, do que ocorre no sistema privado. É o caso, por exemplo, das medidas para frear o número de cesáreas. E investir pesadamente na prevenção, sobretudo diante do envelhecimento da população, do maior risco de doenças crônicas, o aumento da violência. Eu preciso deixar de ser o ministro da doença para ser de fato o ministro da saúde. Prevenção deve ser prioritária. Quando o Mais Especialidades será lançado? A ideia é apresentar para a presidente Dilma a proposta neste primeiro trimestre. O programa terá uma lógica incremental, com lançamento gradual. A prioridade não será construção de prédios. Vamos usar o que está aí, na rede pública, filantrópica e privada. Há capacidade ociosa. Estamos fazendo um diagnóstico de todas as regiões. Já sabemos que o Mais Especialidades não terá a mesma cara em todas as regiões do País. O ministério vai começar com qual especialidade? Há dois fortes candidatos: traumato-ortopedia e oftalmologia. Fizemos uma pesquisa com usuários, para saber quais são as maiores queixas, as maiores deficiências. E estamos ouvindo gestores. Vamos oferecer também o especialidades para atendimento continuado, para pacientes que certamente vão precisar de atendimento com médico de especialidade ao longo da vida, como pessoas com insuficiência renal, por exemplo. Há um terceiro grupo, o de tratamento para pacientes com câncer. Parece haver muito a definir... Vamos gastar o tempo que for necessário para o planejamento adequado. De onde virão os recursos? Não será do orçamento atual. Fundamentalmente, virão de recursos oriundos do pré-sal. Eles ainda não existem. Será uma espécie de empréstimo? Vamos ver qual será a orientação da presidente Dilma. Para isso, precisamos saber quanto o programa vai custar, e estamos nos apropriando. Médicos estrangeiros serão contratados? Não trabalhamos com a possibilidade de recrutar médicos do exterior. Cruzamentos de cadastros mostram que temos profissionais disponíveis na maior parte das regiões. Mas com interesse em trabalhar? Se não aconteceu com o Mais Médicos, por que aconteceria com o Especialidades? Mas aconteceu com a alta complexidade. A formação médica brasileira é essencialmente voltada para especialidades. Temos um contingente de especialistas na rede privada, na rede pública, que nunca rodou porque não tinha política. Haverá novo recrutamento de estrangeiros para Mais Médicos? Vamos apresentar na próxima semana uma proposta de ajuste. A expansão para municípios que não participaram da primeira fase, a incorporação de profissionais que participam do Provab, a residência médica no SUS. A oferta terá de ser reajustada, com expansão, reposição de profissionais. E será feito da mesma forma. Primeiro com oferta para brasileiros, depois para estrangeiros. |