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Medicamentos
Anvisa aprova novo medicamento para tratamento da hepatite C 05/01/2015 - Folha de S.Paulo / Site A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o registro de um novo medicamento para ser usado no tratamento de hepatite C, o primeiro a ser administrado por via oral. A medida deve ser publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (6), segundo o ministro da Saúde, Arthur Chioro. A expectativa é que o produto passe a ser oferecido pelo SUS ainda no primeiro semestre deste ano, conforme a coluna Mônica Bergamo adiantou nesta segunda (5). O daclastavir é o primeiro de uma série de três medicamentos inovadores que deverão ser incorporados ao sistema público de saúde para o tratamento da doença. Os outros dois são o sofosbuvir e simesprevir. Hoje, pacientes precisam recorrer à Justiça para fazer com que o SUS pague os medicamentos –o custo chega a atingir cerca de R$ 40 mil durante o período de tratamento –de três meses. Segundo Chioro, a expectativa é que os gastos para oferecer os medicamentos no SUS sejam equivalentes ao gastos que já ocorrem com as medidas judiciais. Questionado, o Ministério da Saúde não informou quanto já gastou após os pedidos na Justiça. De acordo com a pasta, os novos medicamentos apresentam um percentual de cura de até 90% –o tratamento atual oferecido no SUS tem chance de cura de até 60%. Além de benefícios como o uso oral e a a diminuição no tempo de tratamento, que passa de um ano para três meses, o medicamento aprovado apresenta menos efeitos colaterais. Cerca de 16 mil pessoas são tratadas por ano contra hepatite C no sistema público de saúde. A doença, responsável por grande parcela dos casos de transplantes e de câncer no fígado, é transmitida por meio de transfusão de sangue, compartilhamento de material para uso de drogas –como seringas–, de outros materiais cortantes e de objetos de higiene pessoal. Curtas: A Johnson & Johnson 06/01/2015 - DCI A Johnson & Johnson comprou da Isis Pharma licença para três drogas. A Johnson & Johnson pagará até US$ 835 milhões pela opção de licenciar três medicamentos contra doenças autoimunes no intestino. A Isis informou que vai receber US$ 35 milhões em um pagamento inicial e será elegível para receber royalties sobre as vendas das drogas. A Janssen Biotech, uma unidade da J&J, terá o direito de licenciar uma droga de cada um dos programas, uma vez que um candidato é identificado, diz desenvolvedor. Anvisa libera remédio mais potente para tratar hepatite C 06/01/2015 - O Globo A Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa) aprovou o registro do daclatasvir, um novo e mais potente remédio contra a hepatite C. A decisão, que libera a venda e o uso do medicamento, deve ser publicada no “Diário Oficial da União” de hoje. A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) deverá fazer análise de custos num prazo de até seis meses, e, a partir daí, o remédio será distribuído pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, tudo indica que isso se dará ainda este ano. — Esperamos durante 2015 analisar a incorporação tecnológica, mas também fazer a aquisição e iniciar a distribuição, reproduzindo de maneira pioneira com a hepatite C aquilo que o Brasil já fez em relação à Aids — afirmou Chioro. Segundo o ministério, o daclatasvir, combinado a outras duas moléculas — sofosbuvir e simeprevir — que ainda estão em fase de aprovação da Anvisa, permite a cura em até 90% dos casos e provoca poucos efeitos colaterais. Medicamentos similares vendidos no país levam à cura de pouco mais da metade dos usuários, exigem tratamento prolongado e quase sempre castigam os usuários com pesadas reações adversas. Pelos cálculos dos fabricantes do medicamento, o daclatasvir pode levar à cura em até três semanas. Os outros remédios dependem de um tratamento que pode se estender por nove semanas. — O percentual de cura é muito maior, e a médio e longo prazos teremos uma economia formidável porque diminuiremos a necessidade de transplante — disse Chioro. BAIXO EFEITO COLATERAL O daclatasvir teria uma vantagem adicioal ainda porque, graças aos efeitos colaterais reduzidos, pode ser usado por portadores de HIV. A hepatite C é causada por um vírus ( HCV) transmitido por meio de transfusão de sangue, uso compartilhado de seringas e objetos de higiene pessoal como lâminas de barbear e depilar, alicates de unha e agulhas, além de instrumentos de tatuagem e perfuração de piercings. Pelos dados do Ministério da Saúde, o país tem hoje 16 mil pessoas que fazem tratamento contra o vírus, boa parte delas com mais de 45 anos. A doença atingiria 3% da população mundial, aproximadamente 185 milhões de pessoas. A Anvisa está analisando ainda a eficácia do sofosbuvir e do simeprevir, também indicados para o tratamento contra a hepatite C. O ministério pediu prioridade no estudo, da mesma forma que tinha feito em relação ao daclatasvir. Caberá à Anvisar decidir se os dois medicamentos podem ou não ser usados no Brasil. Segundo Chioro, tudo depende de parte da documentação que os fabricantes terão de apresentar para comprovar a eficácia e a qualidade dos remédios a ser liberados: — Depende agora de os laboratórios concluírem as comprovações necessárias junto à Anvisa. Chioro disse ainda que a ideia do governo é fazer uma negociação ampla com os fornecedores para reduzir custos. Segundo auxiliares do ministro, o tratamento individual com o uso do daclatasvir ficaria em torno de R$ 40 mil. Mas, como o SUS deverá adquirir o produto em grande quantidade, o governo espera diminuir os gastos. As despesas com o remédio poderiam ser compensadas também com o período menor do tratamento. Pesquisa e desenvolvimento Por células-tronco, pais congelam dentes de leite 06/01/2015 - Folha de S.Paulo Seguindo a onda do cordão umbilical, pais têm pago pelo armazenamento da polpa de dentes de leite dos seus filhos, que pode dar origem a células-tronco. Embora os entusiastas digam que esse material poderá ser útil no futuro no tratamento de doenças como alzheimer e diabetes, ainda não existe comprovação que essas células tenham tal potencial. A bancária Cristina Bittencourt, cujo pai morreu há nove anos por uma disfunção da medula óssea, aos 66 anos, diz que o congelamento dos dentes dos filhos Felipe, 10, e Catarina, 7, foi uma "segurança a mais" para o futuro. "O que eu pago por ano é o preço de dois pares de sapato." Em média, as empresas que já oferecem o serviço em São Paulo cobram R$ 2.000 iniciais mais R$ 400 por ano pelos serviços de coleta, multiplicação das células e criopreservação (congelamento em condições especiais). José Ricardo Ferreira, proprietário da R-Crio, diz que o negócio ainda conta com poucos clientes. Dentista de formação, ele espera ter retorno do investimento em cinco anos. Ferreira diz que mesmo o dente do siso, para quem já está um pouco mais velho, pode ser utilizado. Outro entusiasta é Nelson Lizier, biotecnólogo que concluiu o doutorado com a produção em larga escala de células-tronco da polpa dentária. Ele é diretor-científico do Centro de Criogenia Brasil, que também oferece o serviço. Ele afirma que já existem duas pesquisas em andamento para a aplicação das células: uma em lesão de córnea e outra para enxertos ósseos. Para outras doenças, no entanto, os tratamentos ainda estão sendo feitos em animais, com formação de células produtoras de insulina no pâncreas (para diabetes) e de novos neurônios a partir das células-tronco (para doenças neurodegenerativas). "A gente não sabe o dia de amanhã, creio que muitos benefícios vão surgir", afirma o químico Kléber Vasconcellos, que não tem nenhuma doença na família mas decidiu armazenar a polpa do dente de leite do filho Vitor, 10. RESSALVAS Procurada pela Folha, a Anvisa afirmou que as empresas podem oferecer o serviço de criopreservação, mas sem prometer tratamento para nenhuma doença, fato que elas devem deixar claro no contrato firmado com os clientes. A pesquisadora Monica Duailibi, da Unifesp, conta que muitos estudos clínicos ainda estão em fase inicial, ou seja, a sua própria segurança ainda está em xeque. Por isso, diz, os consumidores têm que ter cuidado. A pesquisadora do Instituto Butantan e orientadora de Lizier na pós-graduação, Irina Kerkis, afirma que é importante que as pessoas estejam cientes de que podem pagar durante anos por um serviço de que nunca vão necessitar. Ela cita ainda o risco de perda de viabilidade, que ocorre com o tempo ou mesmo por negligência de um funcionário que deixou a temperatura do nitrogênio líquido --onde são guardadas as células-- subir. Irina acredita, porém, que como a origem embrionária da polpa do dente de leite é compartilhada com a dos neurônios, é provável que se torne possível tratar doenças neurodegenerativas assim. Ela defende que o governo invista na área, inclusive com a criação de bancos públicos de células-tronco.
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