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Medicamentos
Médicos poderão prescrever derivado da maconha no país 11/12/2014 - Folha de S.Paulo Pela primeira vez, um país autoriza seus médicos a prescrever o canabidiol (CBD), um dos 80 princípios ativos da maconha. A Folha teve acesso à decisão do CFM (Conselho Federal de Medicina), que será detalhada em coletiva de imprensa nesta quinta (11), à tarde e encaminhada ao "Diário Oficial da União". O conselho adiantou que os médicos poderão prescrever o composto para formas severas de epilepsia. Ainda não está claro se o documento contemplará também enfermidades como a doença de Parkinson e a esquizofrenia. Estudos já demonstraram a efetividade da substância para melhorar a qualidade de vida dos pacientes que sofrem com tais doenças. Nos Estados Unidos, o canabidiol é vendido para ingestão via oral, como pomada cutânea e até xampu. A FDA (agência que regula medicamentos nos EUA) considera o composto seguro, mas não permite que quem o comercializa alegue propriedades medicinais --segundo o órgão, para isso são necessárias pesquisas mais abrangentes, envolvendo grandes grupos de pessoas. ANVISA A decisão do CFM segue a norma do Conselho Regional de Medicina de São Paulo, que em outubro autorizou a prescrição do CBD para médicos do Estado. O canabidiol, entretanto, ainda não consta na lista de substâncias permitidas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Isso significa que sua importação tem de ser autorizada caso a caso --não é permitida a venda, por exemplo, em farmácias. A primeira autorização saiu em abril, e desde então foram 238 liberações. Um dos requisitos da Anvisa para a liberação da importação é exatamente uma prescrição médica. Com a decisão do CFM, isso deve se tornar mais fácil, uma vez que uma reclamação dos pacientes era que esses profissionais tinham receio de receitar o CBD, já que a substância era proibida pelo seu conselho. A inédita decisão é fruto de um debate que começou quando a família de Anny Fischer, 6, obteve na Justiça, pela primeira vez no país. o direito de importar a substância. Anny tem uma forma grave de epilepsia para a qual não há tratamento específico. A doença provocava até 80 convulsões por semana com duração de 10 minutos cada uma e comprometia o desenvolvimento de Anny. Hoje, ela tem pequenos espasmos esporádicos que duram cerca de três segundos. De Brasília, a família só conseguiu o laudo e receita na USP de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. A USP estuda o canabidiol desde os anos 1970. "A gente fazia de tudo de forma ilegal, e o neurologista da Anny não prescrevia o CBD", diz Norberto Fischer, pai da Anny. "Muitas pessoas ainda nos procuram dizendo que não conseguem a receita." Pesquisa e desenvolvimento Doença crônica atinge 4 em cada 10 brasileiros 11/12/2014 - O Estado de S.Paulo Quatro em cada dez brasileiros têm ao menos uma doença crônica não transmissível, conjunto de enfermidades que responde por mais de 70% das causas de mortes no Brasil. São doenças como hipertensão arterial, cardiovasculares, câncer, diabete e depressão. Esse é o diagnóstico da Pesquisa Nacional de Saúde 2013, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dos 146,3 milhões de brasileiros com mais de 18 anos, 57,5 milhões responderam que sofrem de pelo menos uma dessas doenças. Elas estão associadas a hábitos pouco saudáveis, como o consumo abusivo de álcool, alimentação pobre em frutas, legumes e verduras, sedentarismo, pouco exercício físico e tabagismo – um padrão de comportamento que também aparece na pesquisa. “Nós já tínhamos informação muito impactante, de que fizemos a transição demográfica (a população envelheceu), mas fizemos a transição epidemiológica: mais de 73% das mortes são por doenças não infecciosas, as chamadas doenças crônicas não transmissíveis”, disse o ministro da Saúde, Arthur Chioro. A hipertensão,importante fator de risco para doenças cardiovasculares, atinge um em cada 5 brasileiros – 31,3 milhões de pessoas relataram ter sido diagnosticadas com pressão alta. Deste total, 14,1% foram internados por complicações provocadas pela doença. Outro fator importante para o aumento do risco de doenças cardiovasculares é o colesterol elevado – 12,5% das pessoas com mais de 18 anos tiveram esse diagnóstico. Outros 6,2% têm diabete. Mas o dado pode estar subestimado, uma vez que 11,5% da população nunca fez o teste do nível de glicose no sangue. A pesquisa mostrou que, entre as pessoas diagnosticadas há mais de 10 anos,36,6% desenvolveram problemas de visão; 15,5%, problemas circulatórios; 13,3%, problemas nos rins; 7,1% enfartaram; 4,4% sofreram acidente vascular cerebral (derrame) e 2,4% tiveram de amputar um membro. Depressão. Onze milhões sofrem de depressão, e a prevalência é maior na região urbana (8%) do que na rural (5,6%).O Sul e Sudeste apresentaram os maiores porcentuais de diagnósticos de depressão, 12,6% e 8,4%, respectivamente. Apesar do diagnóstico,menos da metade (46,4%) recebeu assistência médica. A pesquisa aponta que uma em cada 10 brasileiras sofre de depressão. Entre os homens, a proporção passa para um em cada 25. De acordo com Maria Lucia Vieira,gerente da Pesquisa Nacional de Saúde, proporção superior de mulheres com doenças crônicas foi uma constante no levantamento. Isso ocorre porque elas procuram mais atendimento médico. “Há uma resistência dos homens em procurar o profissional de saúde mental.”
Saúde
Maioria dos brasileiros diz ter boa saúde, mostra pesquisa do IBGE 10/12/2014 - Portal Valor Econômico A maioria dos brasileiros considera sua saúde como boa ou muito boa; e mais de um terço conta com hábitos saudáveis de alimentação, como consumo de cinco porções diárias de frutas e de hortaliças. No entanto, quase um terço também admitiu consumo regular de refrigerantes; em torno de 20% reconhecem comer regularmente doces em cinco dias ou mais na semana; e mais de um terço (37,2%) informaram consumir carne ou frango com excesso de gordura. O quadro delineado consta da Pesquisa Nacional de Saúde 2013, divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento, que investiga a percepção do estado de saúde, estilos de vida e doenças crônicas do brasileiro, foi feito pelo instituto em parceria com o Ministério da Saúde. É o primeiro volume de uma série sobre o tema que passará a ser divulgada pelo instituto. Até então, a saúde era abordada pelo IBGE em suplementos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Segundo a pesquisa, 66,1% de um total de 146,3 milhões de pessoas acima de 18 anos ou mais autoavaliaram sua saúde como boa ou muito boa. Essa avaliação positiva foi mais preponderante entre os homens. Em torno de 70,3% da população masculina investigada classificava sua saúde favoravelmente, enquanto esse percentual foi de 62,4% entre as mulheres. Quanto maior a faixa etária, mais baixa é a percepção favorável em relação à saúde. Na faixa entre 18 a 29 anos, a classificação de saúde como boa ou muito boa atingia 81,6%; já entre os de 75 anos ou mais de idade, esse percentual era de apenas 39,7%. Além disso, o IBGE apurou também que, quanto maior era o grau de instrução, mais elevada era a autoavaliação favorável sobre saúde. Entre pessoas sem instrução ou com fundamental incompleto, o percentual foi de 49,2%; mas para as com superior completo, era de 84,1%. O costume de manter hábitos saudáveis de alimentação pode ter contribuído para esses elevados percentuais de avaliação positiva em relação à sua própria saúde. O mesmo levantamento mostrou que 37,3% das pessoas com 18 anos ou mais de idade consumiam cinco porções diárias de frutas e de hortaliças – sendo que, entre as mulheres esse percentual era maior (39,4%) do que entre os homens (34,8%) nessa faixa etária. Doenças crônicas As doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão, diabetes e problemas cardíacos e câncer, são responsáveis por mais de 70% das causas de morte no país, de acordo com a pesquisa do IBGE. Segundo o instituto, 21,4% do total pesquisado admitiu diagnóstico de hipertensão arterial, o que corresponde a 31,3 milhões de pessoas. Essa doença foi mais frequente entre as mulheres (24,2% do total feminino) do que entre os homens (18,3%). A pesquisa mostrou ainda que, quanto maior a idade, maior a possibilidade de hipertensão: essa doença era presente em 2,8% entre pessoas de 18 anos a 29 anos; e em 55% das pessoas com 75 anos ou mais. Mas 69,7% afirmaram receber assistência médica para tratar a doença. No caso de diabetes, 6,2% da população de 18 anos ou mais de idade a detinham: um contingente de 9,1 milhões de pessoas — sendo que, desse total, 73,2% receberam assistência média para a doença nos últimos 12 meses. Essa doença era mais frequente entre as mulheres (7% do total feminino) do que entre os homens (5,4%). Por sua vez, o diagnóstico de algum tipo de doença cardíaca foi apurado em 4,2% daqueles acima de 18 anos, ou 6,1 milhões de pessoas. A pesquisa informou, ainda, que 1,8% das pessoas acima de 18 anos, ou 2,7 milhões de adultos, atestaram diagnóstico de algum tipo de câncer. Bebidas alcóolicas Mais de 20% da população com 18 anos ou mais de idade consome bebida alcóolica pelo menos uma vez por semana – e esse consumo é quase o triplo entre os homens do que entre as mulheres. Essa é mais ou menos a idade com que o brasileiro começa a consumir álcool, segundo a pesquisa do IBGE. Ao mesmo tempo, o uso diário de cigarro abrange em torno de 21,9 milhões de pessoas, ou 15% das pessoas com 18 anos ou mais de idade. E quase a metade da população nessa faixa etária (46%) é classificada como insuficientemente ativa, ou seja, não praticam atividade física ou a praticam de forma insuficiente. O levantamento abrange universo de 146,3 milhões de pessoas de 18 anos ou mais. Desse total, 24% admitiram o consumo de álcool pelo uma vez ou mais por semana – mas, ao se analisar esse dado por gênero, esse percentual era de 36,3% entre os homens; e de 13% entre as mulheres. O consumo de álcool também é mais frequente entre pessoas com maior número de anos de estudo. Entre os com superior completo, aqueles que admitiram consumo da bebida semanalmente foi de 30,5% do total com esse grau de escolaridade, acima da média nacional – enquanto que entre os sem instrução ou com fundamental incompleto essa fatia era de 19%. Artigo: Raio X da Saúde 11/12/2014 - DCI Quase a metade da população brasileira com 18 anos ou mais - 46%, segundo o IBGE -, é sedentária e 28,9% assistem a três horas ou mais de televisão por dia. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pela primeira vez no País. A pesquisa, divulgada ontem, revela que os homens são mais ativos do que as mulheres, 27,1% contra 18,4%. A explicação talvez esteja na tripla jornada cumprida pela população feminina - trabalho, casa, filhos. Falta tempo para se exercitar. Quando o assunto é televisão, os espectadores do Estado do Rio de Janeiro são os campeões nacionais. Pelo menos 40,4% da população fluminense passa três horas ou mais de seu dia em frente a um aparelho de TV. Seguem-se o Sergipe e o Rio Grande do Norte, com 37,9% e 35,5%, respectivamente. Entre os brasileiros com mais de 18 anos, 15% admitiram fumar ou usar produtos derivados do tabaco. A proporção é maior na área rural - 17,4% contra 14,6% nas áreas urbanas. Pesquisa do PNAD em 2008 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) registrava três pontos percentuais a mais. A redução de 18% para 15% no número de usuários de tabaco e derivados deve ser resultado das campanhas antifumo e da proibição de fumar em ambientes públicos. Nos próximos levantamentos, esses números tendem a melhorar: no dia 3 de dezembro entrou em vigor a Lei Antifumo, de abrangência nacional. A lei proíbe o consumo de cigarros e derivados em recintos fechados de uso coletivo, como bares, restaurantes, casas noturnas e ambientes de trabalho. Estão banidos também os fumódromos e a propaganda de cigarro. A pesquisa mostra ainda que mais da metade dos fumantes - 51,1% - havia tentado abandonar o vício nos 12 meses anteriores ao levantamento e que 52,3% pensaram em parar devido às advertências estampadas em maços de cigarro. Até então, apenas oito estados estavam aplicando leis antifumo próprias - São Paulo, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Amazonas, Mato Grosso, Paraíba e Paraná -, sendo que os paulistas foram os pioneiros, ao criar a legislação em 2009. |