|
Medicamentos
Novos produtos chegam ao mercado 07/12/2014 - O Globo Esses comprimidos, diz a dermatologista Karla Assed, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), protegem a pele durante a exposição. A fórmula de polypodium leucotomos, um extrato de samambaia tropical, protege o DNA da célula contra a radiação solar, além de ser um antioxidante que poupa a célula da ação inflamatória causada pelo sol — aquela vermelhidão pósexposição. Segundo a profissional, não existe faixa etária específica para usar esse produto, que deve sempre ser associado ao filtro solar, em todas as estações. — É claro que aquelas pessoas que se expõem muito mais ao sol têm mais indicação de usar esse produto do que aquelas que se expõem ao sol de forma correta e eventual — Karla explica. DEPOIS DAS MANCHINHAS Por volta das 15h no horário de verão, a administradora Carolina Dias aproveita a praia de óculos e viseira. Na sua bolsa, outra inovação aparece: o protetor solar com fator 100. Segundo a dermatologista Marcela Studart Frota, a indústria farmacêutica está vendo a necessidade do mercado de que os filtros venham com fator de proteção solar (o famoso FPS) mais alto, cosmética mais seca e proteção para radiação UVA. — Para pacientes com melasma e outras patologias relacionadas ao sol, sempre indico fotoprotetores altos. Um protetor FPS 99, por exemplo, acaba protegendo cerca de 5% a mais que um FPS 30 — diz. Outra opção para quem quer aproveitar a esperada estação sem correr riscos são as roupas com proteção UV. Segundo Marcela, são “superseguras" e já existem há muito tempo, alcançando aprovação internacional. Ao Brasil, no entanto, chegaram há menos de cinco anos e são recomendadas para inclusão no receituário como um complemento. Dispositivos que acompanham a proteção, como o adesivo desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de Ouro Preto ( Ufop) que lembra a hora de sair do sol, também ganham espaço. O produto, que avisa quando a exposição chegou ao ponto limite, deve chegar ao mercado nos próximos meses. Na guerra por um lugar ao sol, o arsenal vai muito além do filtro 07/12/2014 - O Globo Calor praticamente o ano todo e os batidos hinos carnavalescos não nos deixam esquecer: moramos num país tropical. Mesmo assim, é principalmente no verão, época em que as temperaturas se elevam com força, que a população se lembra particularmente dele. Com a expectativa de 188.020 novos casos de câncer de pele no Brasil só este ano, segundo projeção do Instituto Nacional de Câncer (Inca), dermatologistas cogitam um boom de produtos destinados a minorar os efeitos daninhos do sol. De comprimidos a adesivos, não são poucos os novos métodos para tentar nos ajudar a aproveitar só o melhor dos raios. GUITO MORETO Verão. Carolina Dias se protege com protetor FPS 100, viseira e óculos A enfermeira Fernanda Torres, de 34 anos, é o que se pode chamar de paciente exemplar. Usa protetor com fator alto, evita exposição sem chapéu de abas largas e não expõe o corpo diretamente ao sol. — Desde a adolescência eu me preocupava com câncer de pele e me acostumei a usar filtro solar. Depois vieram os casos da doença na família: minha avó, minha mãe e uma tia materna. E aí passei a tomar mais cuidado ainda — conta ela, que foi incentivada por sua médica a adicionar à rotina comprimidos probióticos que protegem o DNA dos danos solares durante o ano todo. Inimigo oculto 08/12/2014 - O Globo Reações alérgicas a remédios ocorrem em 8% da população do Brasil, mas muitos desconhecem o problema, que pode até matar. O tema será debatido em congresso mundial a partir de hoje no Rio. Vida de alérgico precisa ser cheia de cuidados, porque, não raro, a pessoa tem hipersensibilidade não apenas a um, mas a vários agentes do ambiente. Pior é quando a alergia é desconhecida. Um levantamento da Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) que será apresentado durante o congresso internacional que começa hoje no Rio estima que 14 e 16 milhões de brasileiro têm alergia a algum tipo de medicamento. O número representa entre 6%a 7% da população, que é alérgica principalmente a antibióticos e antiinflamatórios. O dado preocupa, já que muitos desconhecem o problema. — Muitos não sabem da alergia — alerta Luís Felipe Ensina, pesquisador do ambulatório de alergia da Unifesp e palestrante da Conferência Científica Internacional da Organização Mundial de Alergia (WISC 2014), o maior do mundo no tema, com 1,5 mil participantes. — As alergias a medicamentos são mais difíceis de lidar porque a reação pode ocorrer no mesmo minuto ou aparecer dias ou semanas depois, e nas duas possibilidades há formas leves e graves de comprometimento. MORTES CRESCEM NOS EUA No Brasil, não há estatísticas. Mas nos Estados Unidos um recente estudo revelou que os medicamentos são a principal causa de morte súbita relacionada a alergias. A pesquisa publicada em setembro no “Journal of Allergy and Clinical Immunology” analisou atestados de óbito entre 1999 e 2010 no país e mostrou ainda que o número de mortes aumentou: de 0,27 por milhão entre 1999 e 2001 para 0,51 por milhão entre 2008 e 2010. Contribuíram para o aumento o diagnóstico mais preciso sobre a causa das mortes e o maior uso desses remédios. — A anafilaxia, termo usado para a reação alérgica grave e que ameaça a vida, foi apelidada de “a mais recente epidemia de alergia”— afirmou Elina Jerschow, coordenadora do estudo e professora da Faculdade Albert Einstein, nos EUA. — Esperamos que estes resultados aumentem o alerta para compreender melhor essas mortes. A anafilaxia pode ocorrer de segundos a minutos depois da exposição ao alérgeno. A morte pela anafilaxia representa 58,8% do total de casos do estudo, enquanto que por alergia a alimentos, apenas 6,7%. Mais da metade foi causada por antibióticos, seguidos por contrastes (usados em exames de raio-X) e quimioterápicos. Mas, na maioria dos casos, a reação alérgica apresenta apenas vermelhidão, coceiras e inchaços. E, nessas situações, o uso de um antialérgico pode ser suficiente. Foi o que aconteceu com a jornalista Fabíola Gerbase. Por votla dos 10 anos, ela descobriu ser alérgica ao antibiótico penicilina durante uma broncopneumonia. — Precisei usar um antibiótico injetável, mas logo em seguida fiquei cheia de bolinhas vermelhas e me senti mal — lembra-se. — A sorte foi que minha mãe percebeu rápido e ligou para o médico, que me indicou um anti-histamínico. Esta alergia acaba me restringindo muito nas opções de remédios, e toda vez tenho que avisar aos médicos sobre ela. Para a estudante Marcella Leite, a experiência foi bem singular quando, internada, recebeu cloridrato de metoclopramida (o Plasil) intravenoso. — Tive alucinações. Entrei em pânico, tentava levantar e não conseguia, ficava me debatendo na cama, era uma angústia muito grande — conta Marcella, explicando que a mãe, médica, logo percebeu a reação e interrompeu o soro. — Depois, médicos me explicaram que é uma reação relativamente comum e, apesar de estranha, é considerada alergia num grupo de pessoas. De fato, a alergia é apenas um dos tipos de reações adversas — neste caso, causada por uma reação imunológica, geralmente caracterizada pelas alterações na pele. Muitos que acreditam ter alergia, na verdade, não têm. Além disso, é incurável e nem sempre ocorre na primeira ocasião do uso do medicamento. Em alguns casos, é possível fazer testes para comprovar a reação à substância, mas ainda há poucas e nem sempre conclusivas opções. O mais importante, portanto, é o diagnóstico clínico. Há poucas e novas opções de tratamento. VACINAS: BOAS, MAS AINDA LIMITADAS Não é o caso das demais alergias. Muitos já se beneficiam hoje do tratamento com vacinas, ou imunoterapia, outro tema de destaque do congresso. Mas ela também não é para todos. — A eficácia da imunoterapia é comprovada, mas não serve para tudo, apenas para doenças alérgicas mediadas pelo anticorpo IgE, o que na prática geralmente se refere a asma, rinite, picadas de insetos... Não funciona para medicamentos ou alimentos, por exemplo — ressalta o alergista e imunologista José Carlos Perini, vice-presidente da Asbai e palestrante do WISC 2014. — A eficácia dela hoje é de 70% para alergias respiratórias e quase 100% para insetos. As novas tecnologias de diagnóstico aumentarão estes índices. Um dos anúncios do congresso será um estudo que poderá levar a uma nova vacina para a alergia a pólen, que afeta principalmente a população do Sul. O avanços das tecnologias na área são uma das grandes apostas da indústria farmacêutica, já que o número de alergias vem aumentando no mundo desde a década de 1980. Poluição, urbanização, alimentação industrializada e menos contato com o ambiente natural são alguns dos possíveis fatores relacionados, acreditam especialistas. Além de alérgica ao antibiótico amoxicilina, a fisioterapeuta Clara Daguer sofre de asma. Locais empoeirados e pouco ventilados, além da chegada da primavera ou inverno, sempre foram um tormento. — Vivia fungando, assoando o nariz, com tosse, ficava muito incomodada. Na primavera, o pólen era outro problema. E lugares muito frios, a mesma coisa. Uma vez tive uma forte crise no Sul — conta Clara, que há sete anos segue religiosamente o protocolo de vacinas e pode, finalmente, ter alta em janeiro. — É preciso ter paciência, porque é longo e requer disciplina; além disso, um técnico precisa aplicar a vacina. Muitos desistem antes disso e não veem resultado. Não estou curada, preciso tomar cuidados, mas melhorou bastante. ELE VAI CURAR A DOR DE CABEÇA? 08/12/2014 - IstoÉ Dinheiro Uma das campanhas publicitárias mais bem-humoradas exibidas na televisão brasileira, atualmente, é a do analgésico Neosaldina, do laboratório japonês Takeda. As propagandas do medicamento, o segundo mais vendido da categoria, no País, atrás apenas do Dorflex, mostram um vendedor de pamonha que dança e canta a plenos pulmões, provocando dor de cabeça nos potenciais clientes. Com o slogan "O Brasil chama a Neosa", a ofensiva de marketing tem garantido a liderança da marca em um mercado cada vez mais disputado por laboratórios internacionais e pelos genéricos. "Aumentar a influência e as vendas dos produtos de marca no Brasil estão entre os principais planos da Takeda", disse à DINHEIRO o presidente mundial do laboratório, o francês Christophe Weber. "Os mercados emergentes são peças-chave para o futuro da empresa." Weber está no cargo desde abril deste ano, após ter trabalhado por mais de uma década na inglesa GlaxoSmithKline (GSK), na Bélgica. Fora do campo publicitário, o executivo terá de encontrar uma fórmula para curar suas próprias dores de cabeça no comando da Takeda. O lucro da companhia, fundada há 233 anos, estão desabando desde 2009. Os ganhos de US$ 3,5 bilhões, contabilizados naquele ano, caíram para US$ 1 bilhão no último ano fiscal, encerrado em março passado. As vendas totais somaram US$ 16 bilhões no mesmo período. A causa apontada para a queda tem sido a popularização dos medicamentos genéricos em todo o mundo. "Cada mercado tem sua peculiaridade e complexidade", diz Weber. "Por isso, vamos dar mais autonomia para os líderes locais fazerem as mudanças necessárias para atender aos consumidores de sua região." Os desafios do executivo não se limitam à conquista de consumidores. Ele terá de vencer a resistência dos acionistas japoneses em conceder-lhe sinal verde para implementar seu plano global de expansão das vendas. Aos 47 anos, Weber é o primeiro gaijin - como são chamados os estrangeiros pelos japoneses - da história da companhia bicentenária (foi fundada em 1781) de Osaka. Sua escolha partiu do ex-CEO e atual presidente do conselho de administração Yasuchika Hasegawa, que liderava há dez anos a companhia. "Precisamos, em pouco tempo, transformar a Takeda em uma empresa verdadeiramente competitiva em nível mundial", disse Hasegawa, ao anunciar Weber ao mercado. A contratação de Weber é apenas uma parte da estratégia de mudança da Takeda. O plano de globalização da companhia começou em 2008, mediante a compra de ativos no exterior. A vez do Brasil, o quinto maior mercado para a empresa no mundo, chegou em 2012, quando a Takeda desembolsou R$ 540 milhões pela gaúcha Multilab. A regionalização das operações, segundo Weber, continua em curso. "A estratégia da Takeda consiste em transformar uma empresa nipônica em uma empresa globalizada, sem perder sua essência japonesa", afirma Weber, em sua passagem pelo Brasil no último mês. Os resultados da companhia estão sendo afetados pela perda de patentes de medicamentos, como o de seu maior sucesso, o Actos, que já foi o remédio para diabetes mais vendido no mundo. A estagnação da economia japonesa também tem afetado os balanços, o 3,5 que motivou a Takeda a turbinar seu processo de internacionalização. Em 2011, com a compra da suíça Nycomed, por US$ 14 bilhões, a Takeda incorporou, além da Neosaldina, marcas como Eparema e Dramin. Para retomar o crescimento, Weber aposta em investimentos em novos produtos e na valorização do portfólio já existente, além de novas aquisições. A China, que neste ano ultrapassou o Brasil no ranking de principais mercados da Takeda, em uma lista liderada por Japão, Estados Unidos e Rússia, é foco dos investimentos do laboratório. No Brasil, porém, a idéia é crescer de forma orgânica, principalmente em produtos sem prescrição médica, chamados de OTC. Para o próximo ano, a Takeda quer trazer produtos onco-lógicos e uma vacina para a prevenção da dengue para o País, e conquistar contratos de fornecimento para o Ministério da Saúde. SAÚDE RESPONDE 06/12/2014 - Folha de S.Paulo Já ouvi falar que não é permitido consumir bebida alcoólica durante o tratamento de micose quando se está tomando o medicamento antifúngico terbinafina. É verdade? Segundo a dermatologista Samantha Enande, o consumo de álcool é, de fato, contraindicado nessas situações. Ela afirma que o problema de tomar bebida alcoólica durante o uso da terbinafina (medicamento utilizado em tratamentos de infecções fúngicas da unha ou da pele) é que todos os medicamentos antifúngicos passam pelo fígado, um órgão que, segundo Enande, parece uma esponja. Como a bebida alcoólica também é metabolizada pelo fígado, existe a chance de uma "sobrecarga" e de o paciente ter complicações, como uma hepatite medicamentosa. Pacientes com problemas de fígado ou dos rins devem ter a dosagem ajustada pelo médico. Pesquisa e desenvolvimento
Saúde bucal e coração 06/12/2014 - Folha de S.Paulo Levantamento realizado com pacientes geriátricos internados em um hospital particular da cidade de Blumenau, Santa Catarina, encontrou idosos com condição bucal precária. A cardiopatia foi o motivo principal da internação hospitalar e era a maior preocupação do tratamento médico. O estudo, que destaca a importância da presença de dentistas na equipe hospitalar, foi publicado recentemente na "Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo" por Beatriz Helena Eger Schmitt e colaboradores. A pesquisa apontou gengiva alterada em 64% dos idosos, cárie, em 42% e placa bacteriana, em 88%. A relação de infecção dentária e doenças do coração já está bem estabelecida. Em editorial da "Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular", o professor Reinaldo Wilson Vieira, da Unicamp, esclarece que as inflamações crônicas da membrana que rodeia o dente (periodontites) iniciam-se com inflamação gengival que forma em seguida uma bolsa ao redor do dente, que termina levando ao desenvolvimento e crescimento de bactérias no local. Dessa forma, destaca Vieira, o diagnóstico e o tratamento adequado das doenças periodontais são importantes não só para a manutenção da saúde dentária mas igualmente para prevenir alterações dos vasos sanguíneos que podem levar ao infarto agudo do miocárdio, acidentes vasculares cerebrais ou a lesões nas valvas cardíacas. Um quarto dos que reduzem estômago volta a ficar obeso. 06/12/2014 - Folha de S.Paulo Um quarto dos pacientes que fazem cirurgia bariátrica reganha peso e pode ter indicação para ser reoperado, aumentando os riscos de complicações pós-cirúrgicas. A principal delas é a fístula, o rompimento dos grampos usados na redução do estômago. O risco passa de 1%, após a primeira cirurgia, para 13%, depois da segunda. As reoperações para a redução de peso e as complicações foram discutidas em congresso de cirurgia bariátrica que ocorreu na semana passada no Rio de Janeiro. O Brasil é o vice-campeão mundial em cirurgias bariátricas, com cerca de 80 mil procedimentos por ano (10% feitas no SUS), atrás apenas dos EUA, com 140 mil. Segundo os especialistas, é esperado ganhar até 10% do peso perdido na cirurgia bariátrica. Por exemplo: se a pessoa perdeu 50 kg, é normal que ela ganhe 5 kg. O sinal vermelho acende quando o reganho de peso é maior, chegando a 50% ou mais. Pesquisa da UnB (Universidade de Brasília) com 80 pacientes que tinham sido operados havia mais de dois anos mostrou que 23% engordaram além do esperado. Outro estudo da Universidade Federal de Alagoas com 64 obesos operados revelou que, cinco anos após a bariátrica, 28% estavam obesos. "O problema é que, além dos quilos a mais, o obeso volta a ter os mesmos fatores de risco, como hipertensão e diabetes", diz o cirurgião Almino Ramos, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. Segundo ele, a principal razão que leva ao reganho é a não aderência do paciente a um novo estilo de vida, que inclui dieta equilibrada e prática regular de exercícios. "A cirurgia não faz milagre. O paciente precisa aderir a um programa multidisciplinar, com nutricionista, psicóloga. Se ele não cumprir esse acordo, o estômago vai dilatar e ele vai ganhar peso." O Spa Med, em Sorocaba (SP), tem ao menos 150 pacientes nessas condições: fizeram cirurgias de redução de peso e praticamente já ganharam quase todo peso perdido. Alguns são reoperados. "No começo, eles restringem [alimentos calóricos], mas depois vão driblando as barreiras, tomam milkshake, comem chocolate, pipoca, bebem e, quando se dão conta, estão obesos de novo", conta Lucas Tadeu Moura, endocrinologista do spa. Muitos desses pacientes, explica o médico, apresentam deficiência de vitaminas, como a B12. A falta desse nutriente pode levar à anemia grave e contribuir para danos cardíacos e neurológicos. O empresário Antônio, 46, fez redução do estômago há quatro anos, com 195 kg. Hoje pesa 170 kg, tem diabetes e hipertensão. "Dieta e exercício não funcionam comigo." Outro estudo apresentado no congresso do Rio mostrou que 80% dos obesos à espera da cirurgia bariátrica em um serviço de saúde tinham transtornos psiquiátricos (de humor e de ansiedade). "Isso tem que ser tratado antes da cirurgia. Não adianta colocar a carroça na frente dos bois", diz Ramos. Segundo Lucas Moura, é frequente também o paciente trocar a comida pela bebida, tornando-se alcoólatra. "É complicado. Ele faz a cirurgia, acha que está curado e some do radar do médico." ARTIGO: Três vírus e algumas novidades 07/12/2014 - O Estado de S.Paulo Autor: Jairo Bouer A última semana trouxe novidades em relação a três dos vírus que foram mais falados nos últimos meses. Todas elas têm relação, de alguma forma, com nossa vida sexual e saúde. Um curioso estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, comparando a evolução do HIV em diferentes países na África, mostrou que o vírus pode estar perdendo sua potência e passando a se replicar com uma velocidade mais baixa. O trabalho foi publicado na PNAS e divulgado pela BBC. Pessoas infectadas pelo vírus em Botswana (país em que a epidemia começou antes) demoram hoje, em média, 12,5 anos para começar a desenvolver sinais de aids, em contraste com um intervalo mais curto, em países como a África do Sul, em que a doença chegou uma década depois. Do ponto de vista da evolução, para enfrentar sistemas imunológicos agora mais resistentes, o vírus estaria perdendo poder de fogo. É o mesmo processo que, ao longo de milênios, fez o homem sobreviver a grandes epidemias. Os pesquisadores acreditam, também, que os esquemas de tratamento com antirretrovirais podem ter acelerado um processo de "seleção" do HIV. Assim, à medida que os vírus mais agressivos estariam sendo barrados pelo poder de ataque da combinação de remédios, suas variações mais brandas estariam ganhando espaço. Outra novidade foi uma nova recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgada no Congresso Mundial de Luta contra o Câncer, em Melbourne, Austrália, que duas doses de vacina contra o HPV, vírus causador das verrugas genitais e da maior parte dos casos de câncer de colo de útero, seriam suficientes para garantir proteção às meninas. A notícia foi divulgada pela agência de notícias AFP. A orientação anterior era de que seria preciso receber três doses. A diminuição do número de doses da vacina pode gerar uma economia brutal para o combalido sistema de saúde de muitos países em desenvolvimento. No Brasil, o Ministério da Saúde lançou neste ano campanha de vacinação gratuita, com três doses (a segunda seis meses depois da primeira, e a última cinco anos após o início do esquema), baseada nas pesquisas médicas e na recomendação da própria OMS. Talvez uma possível realocação de recursos, se houver a confirmação de que duas doses são suficientes, permitiria uma cobertura mais ampla da vacinação para outros grupos da população, como o dos garotos. A última novidade diz respeito ao Ebola, e foi publicada pelas agências Reuters e AFP. A OMS passou a recomendar abstinência sexual por três meses para as pessoas que sobreviveram à infecção. Anteriormente, se falava em períodos mais curtos. Segundo os pesquisadores, apesar de não haver casos documentados de transmissão por via sexual, há evidências de que o vírus pode ser encontrado no sêmen por até 82 dias depois da manifestação dos sintomas. Nesse caso, uma relação sexual sem proteção poderia expor os parceiros ao vírus. Ratos espertos 08/12/2014 - Carta Capital O cérebro é formado pordois tipos de células, os neurônios que formam as redes de conexão e são tidos como responsáveis por todas as funções cerebrais, e por células da glia, que são os outros tipos de células com o papel de manter, modular e orientar a migração e o funcionamento dos neurônios. E como se os neurônios fossem as ovelhas e as células da glia os pastores, elas fornecem a carne, o leite e a lã, mas eles ascuidameas orientam a se posicionar no cérebro e a exercer suas funções corretamente. Em estudo publicado na revista Journal ofNeurosciense de dezembro, o cientista Steve Goldman, da Universidade de Rochester (NY), e colaboradores coletaram células da glia de fetos humanos doados e as injetaram em cérebros de filhotes de ratos recém-nascidos. As células injetadas em pouco tempo amadurecem e tornam-se astrócitos, célu Ias em forma de estrela que suporta m os neurônios. Um a no após o implante, as células humanas substituíram por completo as células da glia do rato e passaram a controlar todos os neurônios do cérebro murino. Em um ano, as 300 mil células implantadas substituíram todas as células da glia naturais e se multiplicaram para chegar àcifra de 12 milhões, ocupando todos os espaços disponíveis para esse tipo de célula no cérebro do rato. Os neurônios continuaram a ser os originais, mas os astrócitos, que são as células que modulam a condução elétrica produzida por eles, e, portanto, vitais para as funções superiores como memória, cálculo e inteligência; e como os astrócitos humanos são dez vezes maiores que os do rato e possuem cem vezes mais conexões, eles funcionaram como um turbo para o cérebro do rato. Testes de memória e de solução de labirintos foram aplicados para os ratos híbridos com cérebro meio humano e com seus pares naturais, e em todos os testes os híbridos mostraram-se muito mais espertos. Em outro estudo os pesquisadores injeta ra m células imaturas da glia em cérebro de ratos que não produziam mielina suficiente. M iel ina é a proteína que recobre os prolongamentos dos neurônios e acelera e aperfeiçoa a condução elétrica produzida por eles. Nesse caso, as células imaturas de alguma maneira identificaram a deficiência de mielina e amadureceram, transformando-se em outro tipo de célula da glia, o oligodendrócito, umacélula que produz a mielina, compensando a falta da proteína. Esses estudos são extremamente promissores, pois abrem caminho para pesquisas na área de regeneração do tecido nervoso lesado, como na doença Esclero-se Múltipla, em que a mielina é destruída por células de defesa, os leucócitos, e em casos de acidente vascular cerebral e até trauma, quando há lesão dos prolongamentos dos neurônios, interrompendo a comunicação entre si, levando à dis-função cerebral e até ao coma. A principal descoberta dos cientistas é de que não somente os neurônios são importantes para as funções cerebrais superiores, aquelas que nos tornam humanos, como memória, crítica, iniciativa e linguagem, entre muitas, as células da glia também têm fundamental papel nessas funções, e diferentemente dos implantes com neurônios como fazemos para tratar a doença de Parkinson que não são tão bem-sucedidos, pois os neurônios implantados não resistem por muito tempo, o implante dessas outras células permite até a multiplicação delas.
Saúde
'Obeso é como alcoólatra', diz paciente reoperado O gene gay contra ataca. 07/12/2014 - Folha de S.Paulo Ao sugerir que gays herdam o gosto por homens das suas mães, a genética resolve um grande enigma evolutivo Ao que parece, o "gene gay" está de volta. Coloque quantas aspas virtuais quiser em torno da expressão além do simples par permitido pela boa tipografia, uma vez que, de fato, não se trata de um único gene magicamente capaz de fazer homens se apaixonarem por outros homens. A situação é muito mais complicada e incerta, mas ainda assim intrigante. Em vez da expressão "gene gay", o mais correto é falar em regiões do DNA humano cujas fronteiras ainda estão mal definidas, mas que parecem ter correlação com a homossexualidade masculina. Elas foram identificadas num estudo com 409 pares de irmãos gays, cujo genoma foi estudado pela dupla de americanos Michael Bailey e Alan Sanders, da Universidade Northwestern. Os resultados saíram recentemente na revista "Psychological Medicine" e dão mais peso a um estudo igualmente polêmico feito há mais de 20 anos. A nova pesquisa sugere, por exemplo, algum tipo de elo entre a homossexualidade e uma região do DNA humano conhecida como Xq28 --a mesma identificada em 1993 pelo geneticista Dean Hamer. Na época, Hamer estudara o genoma de só 38 pares de irmãos gays. O apelido dado a essa área do DNA não é uma sopa aleatória de letras e números. A letra X se refere ao cromossomo X --justamente um dos pedaços do material genético que os seres humanos do sexo masculino recebem de suas mães. (Recordando: os cromossomos sexuais dos homens são o X e o Y, este herdado do pai; já as mulheres possuem dois cromossomos X.) E é aqui que a coisa se torna de fato interessante, porque o cromossomo legado aos homens pelas mães é um suspeito natural nas tentativas de explicar o enigma que, do ponto de vista biológico, a homossexualidade aparenta ser. Enigma porque, claro, relações que aconteçam exclusivamente entre membros do mesmo sexo não produzem descendentes. Ou seja, ao longo do tempo, a homossexualidade "deveria" ser eliminada da população pela seleção natural. No entanto, essa é uma característica bastante estável das sociedades humanas --algo entre 1% e 10% da população mundo afora tem atração sexual por gente do mesmo sexo, e não há razões para acreditar que isso tenha sido diferente no passado. E se o componente genético da homossexualidade fosse, na verdade, favorecido pela seleção natural? Entra em cena o cromossomo X. Imagine que a atração sexual que homens gays sentem por outros homens seja efeito colateral de um gene ou conjunto de genes que, no DNA de suas mães --ou irmãs, ou tias-- na verdade favorece a fertilidade. Foi algo nessa linha que o grupo do italiano Andrea Camperio Ciani, da Universidade de Pádua, achou ao estudar a família de uma centena de gays: suas parentes mulheres pareciam ser mais férteis do que as de um grupo de homens heterossexuais. Do ponto de vista da seleção natural, é possível que "valha a pena" (inconscientemente, óbvio) deixar de produzir uns descendentes do lado masculino, se a maior fertilidade das mulheres acabar compensando. É provável que essa seja apenas parte da resposta ao enigma. Outros estudos sugerem que a genética responde por 50% ou menos dos casos de homossexualidade. De qualquer modo, é igualmente simplificador dizer que, do ponto de vista da reprodução, gays são só um desvio de trajeto. Pode ser justamente o contrário. O culto ao corpo que vira risco de vida 07/12/2014 - O Estado de S.Paulo SÃO PAULO - A internação da apresentadora e modelo Andressa Urach, de 27 anos, que teve grave infecção após fazer a aplicação de 400 mililitros de hidrogel em cada coxa, reacendeu o debate sobre os limites entre cuidar da beleza e colocar a saúde em risco. Cirurgiões recomendam cautela na escolha dos procedimentos. Psicólogos veem nos exageros distúrbios relacionados à imagem, fazendo com que as pessoas tenham atitudes parecidas com as de pacientes que sofrem de anorexia ou bulimia. O pivô da discussão foi o hidrogel, produto usado para a realização de preenchimentos faciais em quantidade de 1 a 2 ml, composto por água e um material semelhante ao plástico, que tem sido adotado por mulheres para alcançar rapidamente pernas torneadas e glúteos definidos. Há um ano e meio, a estilista e blogueira Jennifer Pamplona, de 22 anos, colocou 70 ml de hidrogel em cada coxa. "Tenho uma prima que mora nos Estados Unidos, que fez aqui no Brasil. Vi o resultado e fiquei louca. Queria deixar minhas coxas mais firmes, mas não deu tanta diferença assim." Jennifer relata que, oito meses após o procedimento, sentiu desconforto. "Depois que exagerei na malhação, senti dores. Hoje, malho três vezes por semana e pego bem menos carga. Também sentia dor quando usava muito salto alto, mas acho que isso é normal. Toda mulher sente." Ela diz que ficou preocupada ao ver o caso de Andressa. "Fiquei assustada, mas não penso em tirar, porque não está dando problema." Depois de colocar próteses de silicone, fazer procedimentos estéticos nos lábios, usar hidrogel e aplicar botox, Jennifer afirma que parou com as intervenções estéticas. "Agora, encerrei." Mas completa: "Só vou ficar com o botox, que não faz mal." Transtorno. Psicóloga clínica e especialista em Sociedade e Cultura pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Walnei Arenque alerta que algumas pessoas e profissionais não conseguem perceber o excesso de vaidade e problemas psicológicos, como o transtorno dismórfico corporal, que "afeta a percepção do paciente sobre a própria imagem", fazendo com que ele veja imperfeições que não existem. Arenque diz que familiares e amigos devem ficar atentos a sinais que pacientes dão, principalmente as mulheres durante a adolescência. "Muitas dessas pessoas deixam de sair ou ficam horas na frente do espelho colocando defeitos em si." Ricardo Monezi, pesquisador e especialista em Medicina do Comportamento da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), avalia que as pressões sociais e culturais interferem no comportamento das pessoas, fazendo com que elas busquem se encaixar em determinados padrões. "Há um bombardeio da sociedade que dita padrões de beleza irreais, porque sabemos que muitos retoques são feitos por computador. As pessoas acabam buscando recursos 'milagrosos' e se submetem a procedimentos que podem ter resultados desastrosos." O cirurgião plástico e integrante da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Luís Cláudio Barbosa conta que já se deparou com casos de reações graves por uso de PMMA, um produto semelhante ao hidrogel. "Atendi casos que iam desde reação de corpo estranho do organismo até infecções graves, com áreas de necrose de pele e músculo extensas." Samantha Enande, dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia e Medicina Estética, recomenda que as pessoas procurem informações sobre os tratamentos. "O complicado desses casos é essa busca desproporcional pela beleza. E não são pessoas tão leigas. As pessoas precisam se preocupar com os riscos. Os tratamentos estéticos estão aí para ajudar." Brasil tem 57,1 mil novos casos de câncer de mama em 2014 06/12/2014 - O Globo O índice de mortalidade do câncer de mama em mulheres teve uma pequena variação entre 2003 e 2012, passando de 11,9 para 12,1 mortes a cada 100 mil pessoas do sexo feminino. A informação foi publicada no Atlas da Mortalidade 2014, do Instituto Nacional do Câncer José Alencar (Inca). O número de mortes de mulheres por câncer de uma maneira geral também sofreu um aumento neste período: de 72,5 em 100 mil para 75,1 Apesar do crescimento, o Inca classificou o número como estável, considerando correções do crescimento e envelhecimento da população. A publicação também realizou estimativas de incidência da doença para o ano de 2014 no Brasil. Até o fim de dezembro são esperados 57,1 mil casos novos de câncer de mama, com um risco estimado de 56 casos a cada 100 mil mulheres. De acordo com o estudo, entre os anos de 2010 e 2013, houve aumento de 51,1% nos exames realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em mulheres de 50 a 69 anos. O Inca afirma que, para rastrear a doença, a mamografia ainda é o exame mais eficiente, pois a detecção precoce do tumor e início ágil do tratamento aumentam as chances de cura. Para a médica mastologista Maira Caleffi, presidente voluntária da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama ( Femama), é preciso haver mais investimentos no SUS para que o diagnóstico precoce se torne mais eficiente. — Estamos longe de onde poderíamos estar, pois ainda não temos um registro da performance em todo o Brasil. O investimento do SUS na detecção precoce do câncer precisa aumentar, já que o número de pessoas afetadas cresce ano a ano — afirma a médica. Entre os homens, o câncer de pulmão e brônquios possui a maior taxa de mortalidade, seguindo a tendência mundial. Em uma década, os números também apresentaram uma tendência de estabilidade. Em 2003, 16,4 a cada 100 mil morriam pela doença. Em 2012, a taxa ficou em 15,5. Só neste ano, o Inca estima 16,4 mil casos novos de câncer de pulmão. No mesmo período, o índice cresceu entre as mulheres, saindo de 6,1 para 8,1 a cada 100 mil, sendo o segundo tipo da doença que mais mata pessoas do sexo feminino. O câncer de colo de útero ocupa a terceira posição, apesar de ter registrado queda em dez anos. O índice passou de 5 casos em 100 mil em 2002 para 4,7 casos em 2012. Em números absolutos, no entanto, o número de mortes aumentou, já que a população também cresceu nesse período. Em 2002, a doença matou 4 mil mulheres e, em 2012, 5,2 mil. O Atlas tem como finalidade auxiliar os profissionais da saúde pública na determinação de prioridades necessárias à prevenção e ao controle do câncer. O PECADO DA DESINFORMAÇÃO 08/12/2014 - Carta Capital AUMENTA O NÚMERO DE CASOS DE AIDS ENTRE OS JOVENS A Aids avança entre os jovens brasileiros de 15 a 24 anos, grupo que se tornou foco de crescente preocupação dos profissionais de saúde. Em oito anos, foram registrados mais de 30 mil casos da doença nessa faixa etária. Se em 2004 havia 9,6 jovens contaminados com o vírus HIV em cada grupo de 100 mil habitantes, em 2013 o índice saltou para 12,7. Ao todo, 4.414 pacientes nessa faixa de idade foram diagnosticados com Aids no ano passado. Dentro desse universo, a apreensão é ainda maior com os gays. "Há uma tendência de aumento da contaminação entre os mais jovens, em particular entre meninos que fazem sexo com outros meninos", alertou o ministro da Saúde, Arthur Chioro, na segunda--feira Io, Dia Mundial da Luta contra a Aids. Na tentativa de reverter o cenário, o governo lançou uma campanha nacional. Com o slogan #partiu-teste, a ação tem por objetivo informar sobre a prevenção do vírus HIV, com material específico para jovens gays e também para travestis. |