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Medicamentos
Qual a diferença entre usuários e pacientes que usam remédios à base de drogas? 04/12/2014 - Portal UAI Ultimanente uma palavra está em moda na mídia: canabidiol. Essa substância, retirada da Cannabis sativa, a maconha, é indicada para tratamento de doenças ligadas ao sistema nervoso, como o Mal de Alzheimer e epilepsia. Neste caso, trata-se de um composto vinculado a um entorpecente, mas e no caso de outros que levam ao mesmo efeito, sendo, inclusive, descobertos em testes toxicológicos? De acordo com Cristina Pisaneschi, especialista em testes toxicológicos da Chromatox, não existem drogas leves ou pesadas. "Do ponto de vista legal, não existem diferenças, apenas a classificação de lícitas ou ilícitas". Ela explica que muitas pessoas utilizam substâncias que podem ser consideradas drogas, como os canabinóides e a própria morfina, sem se tornarem dependentes. "Não é possível, no entanto, diferenciar o uso terapêutico do uso ilícito dos canabinóides, mas a pessoa que faz uso terapêutico deve ter uma indicação médica que mostre a prescrição para a empresa onde trabalha, caso eles peçam testes toxicológicos. Neste caso, o funcionário deverá apresentar a indicação médica da mesma forma como ocorre com outros medicamentos, como a codeína", explica. No caso das análises, principalmente em cabelos, Cristina explica que há sempre a necessidade de um médico especializado no assunto ou o toxicologista do laboratório para interpretar o resultado, sob o do ponto de vista clínico. Só ele pode emitir um relatório negativo para uma análise positiva para substâncias entorpecentes, ou, então, o toxicologista do laboratório por meio das informações fornecidas pelo doador no momento da amostragem (por exemplo: medicação prévia). Tipos As drogas podem ser definidas como substâncias naturais ou não. Conhecidas como narcóticos ou entorpecentes, causam dependência química em sua maioria. O Centro Brasileiro de Informações sobre as Drogas Psicotrópicas classifica as drogas em três grupos: estimulantes, depressoras e alucinógenas. Entenda os três tipos de entorpecentes mais comuns: Estimulantes: também chamadas de anfetaminas, possuem efeito estimado de quatro horas, trazem sensação de euforia, força, insônia, e causam dependência. Entre as drogas mais conhecidas deste grupo têm-se a cocaína e o crack Álcool, soníferos, heroína e morfina: são as drogas depressivas mais conhecidas; retardam o funcionamento do organismo, deixando assim o metabolismo mais lento. Estas drogas causam perturbação mental, irritabilidade e geram dependência química em pouco tempo Alucinógenas: provocam delírios, e alucinações, além de dificultar a função mental. As mais conhecidas são: maconha, haxixe, LSD e ecstasy Osteoporose: remédios inviabilizam cirurgias de implantes 04/12/2014 - Terra Mais comum em mulheres acima dos 45 anos, a osteoporose se caracteriza pela diminuição progressiva da densidade óssea (por questões hormonais), o que aumenta o risco de fraturas. E, dependendo do grau da doença, essa redução pode afetar diversas partes do corpo, inclusive os ossos maxilares. A questão é que alguns remédios utilizados para combater a osteoporose podem causar problemas à saúde bucal. Para começar, segundo Maria Luiza Frigerio, coordenadora do Projeto Envelhecer Sorrindo do Departamento de Prótese da FOUSP, é preciso ter muito cuidado ao associar a osteoporose à saúde bucal. “A osteoporose sozinha não seria capaz de causar grandes estragos na boca, ou seja, até que a boca seja atingida por essa doença, muitas outras regiões do corpo já terão entrado em colapso”, diz a especialista. Alerta No entanto, a especialista concorda que existem alguns tipos de medicamentos próprios para tratar a osteoporose que podem causar danos na boca. O Alendronato de Sódio, ou qualquer outro medicamento da família dos bifosfonatos, muito recomendados para mulheres na menopausa que sofrem com esta doença, podem prejudicar a saúde bucal, pois deixa os tecidos fibrosos do interior dos ossos com pouca ou nenhuma irrigação sanguínea. Essa irrigação é fundamental para que as células possam chegar à superfície do osso ligando-o ao material do implante e para que haja uma boa cicatrização óssea. Por isso, o uso desse medicamento associado a uma cirurgia de implante pode aumentar o risco de necrose óssea. lém disso, os remédios bifosfonatos podem ser tóxicos para os tecidos moles, ou seja, eles podem causar feridas ou aftas na cavidade oral e no esôfago e irritação e ardência no estômago, podendo acarretar refluxos. “A questão do refluxo pode criar condições para que o esmalte dos dentes fique bem danificado”, diz Maria Luiza. “Quando o médico indica o uso do Alendronato para osteoporose, ele deve comunicar ao paciente que tal medicamento inviabiliza a realização de implantes dentais por, pelo menos, um ano após a suspensão de seu uso”, diz Maria Luiza. A especialista afirma, ainda, que o mesmo deve acontecer com o dentista que vai realizar alguma intervenção óssea, como é o caso de uma cirurgia de implante. “Antes de considerar fazer o procedimento, o profissional deve questionar se o paciente está fazendo uso desse tipo de medicamento e, caso a resposta seja positiva, a cirurgia não deve ser realizada”, diz a coordenadora. Envelhecimento e o tratamento multidisciplinar Segundo Maria Luiza o processo de envelhecimento é altamente complexo e por isso, nenhum problema de saúde do idoso deve ser tratado de forma individual, nem mesmo a osteoporose, uma doença tão específica. “Nada deveria ser feito em relação a pessoa idosa sem que se levasse em consideração a síndrome metabólica (diabetes, hipertensão e etc). Além disso, os transtornos de comportamento e os processos depressivos também devem ser cuidadosamente observados”, diz a especialista. Por isso, dentistas, geriatras, ortopedistas, psicólogos entre outros profissionais devem, sempre que possível, trabalhar em conjunto para melhorar o atendimento dessas pessoas que estão entrando na “melhor idade”. E claro, os cuidados com a saúde bucal nessa fase devem ser redobrados, tornando a higienização mais rigorosa e as visitas ao dentista ainda mais frequentes. “O uso do fio dental passa a ter uma importância ainda maior nessa fase da vida, no entanto, a presbiopia (comprometimento visual) associada a problemas nas articulações (artroses) podem tornar esse habito um desafio a mais.”, diz Maria Luiza. Pesquisa e desenvolvimento
Artigo: Aids subestimada 05/12/2014 - Folha de S.Paulo Fez bem o Ministério da Saúde em direcionar ao público jovem a campanha lançada na segunda-feira (1º) por ocasião do Dia Mundial de Luta contra a Aids. A epidemia, quando se considera a população como um todo, está estabilizada no Brasil. Em 2004, foram notificados 21 novos casos por 100 mil habitantes, número que passou a 20,4 no ano passado. Quase 750 mil pessoas vivem no país com o vírus (HIV) ou desenvolveram a síndrome (Aids), mas os esforços para refrear a doença não têm contado com a participação juvenil. Na faixa de 15 a 24 anos, a proporção de infecções subiu, saltando de 9,6 casos por 100 mil habitantes em 2004 para 12,7 no ano passado --aumento de 32,3%. Várias razões tornam esse grupo especialmente vulnerável ao vírus. Jovens tendem a ser mais impulsivos e menos cautelosos que adultos; entre eles, além disso, é mais comum o uso de substâncias que favorecem comportamentos de risco. Ainda se deve ter em mente que um relacionamento sexual estável, menos provável entre jovens, pode ser fator de proteção contra a Aids. Existe, contudo, um motivo que causa particular preocupação. Há indícios, ainda que anedóticos, de que as pessoas estejam perdendo o medo dessa enfermidade. Quando a epidemia eclodiu, nos anos 1980, um diagnóstico da síndrome equivalia a uma sentença de morte. A partir de 1995, com os primeiros coquetéis antirretrovirais eficazes, a Aids foi se tornando uma doença crônica. Hoje, é possível evitar a infecção após situações de risco, como relações sexuais desprotegidas e acidentes com objetos contaminantes. Quem tem memória dos primeiros anos da Aids percebe com clareza sua gravidade; para os jovens, talvez ela não se diferencie tanto de outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Trata-se, evidentemente, de uma percepção equivocada. Enfrentar a Aids ainda é custoso, exige muita disciplina e gera uma série de efeitos adversos que podem roubar anos de vida dos pacientes. Ou seja, o relativo descaso de alguns segmentos em relação à Aids é um efeito colateral do sucesso da medicina em mantê-la sob controle. Evitar que essas conquistas tragam prejuízos imprevistos passa a ser o desafio a partir de agora. Embora não soe simpático, instilar um saudável temor entre os jovens pode ser a terapia indicada. Doses pequenas de medo às vezes são mais eficientes que toneladas de boa informação para motivar as pessoas a fazer a coisa certa. Alerta sobre Ebola tem quase 40 anos 05/12/2014 - O Estado de S.Paulo Está aí de volta o temor mundial de novas pandemias –seja por meio de vírus que se supunha estivessem confinados em lugares remotos( e se espalharam com o desmatamento e ocupações desordenadas), seja via novos surtos de gripe aviária,que chegaram à Alemanha, ao Japão, à Coreia, à China, à Inglaterra e à Holanda, entre outros países. Mas agora com o vírus H5N8 atacando criatórios (FAO, 25/11). O destaque mais forte neste momento é para os casos de Ebola,que,segundo a Organização Mundial da Saúde (Agência Estado, 13/11), já infectaram cerca de 15 mil pessoas em pelo menos oito países, das quais morreram quase 6 mil – e isso inclui Mali, Senegal, Serra Leoa, Libéria, Nigéria, até Espanha e Estados Unidos. Mais de 450 profissionais da área de saúde foram infectados, 244 morreram. Pela primeira vez o Conselho de Segurança da ONU promoveu “encontro de emergência” por causa de ameaça à saúde, que“pode levar a sublevações e tensões sociais”,além de riscos para o comércio mundial e o sistema financeiro (New Scientist, 27/9). O Banco Mundial avalia que o problema pode custar muitos bilhões de dólares à África até o fim do ano que vem; já reduziu em 50% o crescimento econômico na Guiné, na Libéria e na Serra Leoa, principalmente com os prejuízos de produtores/ exportadores de arroz; em Kailahun, na Serra Leoa, 40% dos fazendeiros morreram ou fugiram. Conforme o cientista Ilan Goldin,da Universidade de Oxford, Estados Unidos, “Brasil, Índia e Nigéria podem ser atingidos”. E será muito difícil, na África, conseguir vacinar 50%,pelo menos,da população em risco. A própria missão da ONU mandada àquele continente acha (Estado, 25/11) que não conseguirá cumprir até o fim do ano a meta de ter sob tratamento 70% dos doente se enterrados com segurança os mortos, sem contato com parentes e amigos. O cientista Peter Piot, diretor da London School of Hygiene and Tropical Medicine –que há quase 40 anos, em 1976, primeiro identificou o vírus Ebola, examinando amostra de sangue de uma freira belga que morreu no Zaire( hoje República Democrática do Congo) e fora diagnosticada com febre amarela –, agora pensa (New Scientist, 27/9) que o problema“está longe de terminar”. Na época o vírus estava abrigado em morcegos, na floresta;hoje,como desmatamento e ocupação de áreas, além do costume tradicional das populações locais de abraçar cadáveres e da desconfiança em relação à medicina europeia e norte americana,o problema espalhou-se. E pode migrar para a Europa, os Estados Unidos e outras partes. Não é apenas ele. Os Centers for Disease Controland Prevention afirmam que sem um esforço maciço de todos os interessados até 1 milhão de pessoas podem ter Ebola em 2015 na África Ocidental (New Scientist, 27/9). Os casos têm dobrado em números de um mês para outro, embora os epidemiologistas soubessem da gravidade da situação já há algum tempo– mas não conseguiram comover os altos níveis da política. E tanto não conseguem que governos fecham suas fronteiras para viajantes e fugitivos da África – como estão fazendo a China, a Antártida e outras partes. Os Estados Unidos promoveram o retorno de soldados que haviam mandado e os submeteram a 21 dias de isolamento. De pouco tem adiantado a Cruz Vermelha Internacional advertir que o fechamento de fronteiras não reduzirá o risco de infecções (Estado, 23/10).A previsão da Organização Mundial de Saúde é de que haveria de 5 mil a 10 mil casos novos por semana. Há esperanças também. O Instituto Butantan,em São Paulo, vai desenvolver um soro contra o vírus, em parceria com o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (19/11). A Organização Mundial da Saúde deve testar em janeiro (FP, 22/10) vacinas contra o Ebola. Até ativistas de direitos dos animais protestam contra decisão tomada no Santuário Nacional de Tacugama,na Serra Leoa,onde o risco de contágio levou à separação de casais de animais e ao fechamento para visitas,depois de casos de Ebola. Texto de Jamil Chade neste jornal (2/2) diz que, na opinião da Organização Mundial da Saúde, entretanto,pode arrefecer o ritmo de proliferação do Ebola, embora as metas não tenham sido atingidas e permaneça a ameaça de crise para os países africanos.O que se espera agora é que se possa chegar a meados de 2015 com “as transmissões zeradas”. Serra Leoa continua a ser o país na situação mais difícil, com 20% dos casos em “pessoas que tiveram contato com mortos em enterros”. Impressiona também que a experiência,a informação,continuem a ser minimizadas ou desprezadas por tantos governos, tantas pessoas. Remexendo velhos papéis, o autor destas linhas encontra artigo que publicou em 7 de novembro de 1990, na revista Visão, no qual relatava advertências do cientista Stephen S. Morse, da Universidade Rockefeller, em Nova York, na revista The Sciences. Dizia ele que se os avanços do desmatamento e da fronteira agrícola não forem “acompanhados de rigorosos estudos de impacto ambiental corremos o risco de vir a ser ameaçados nas próximas décadas por um número cada vez maior de perigosos vírus, até aqui confinados a certas regiões ou certas espécies”. E entre esses vírus ele já mencionava exatamente o Ebola, “que provocou epidemias com taxas de mortalidade de até 50%no Sudão e 90%no Zaire”. Na Argentina havia os casos de febre hemorrágica provocada por um vírus “expulso das pradarias naturais para que se plantas e exportasse mais milho”. Na Bolívia,o vírus Machupo também expulsou camponeses do seu hábitat. Mor sejá propunha: é preciso juntar o trabalho dos virologistas com o dos biólogos de campo.E criar uma rede de centros de pesquisa e controle sanitário nas áreas tropicais: “Só assim, dispondo de um banco de dados sobre a genética dos vírus e sua epidemiologia, será possível identificar o surgimento de novos vírus e conter sua expansão”. Isso foi registrado em 1990. Quem prestou atenção? |