37015
ESTABELECIMENTOS REGISTRADOS

83507
PROFISSIONAIS INSCRITOS ATIVOS

  

 

Medicamentos

Pesquisa e Desenvolvimento

Saúde



Medicamentos

 

Vacina contra o ebola passa em teste inicial de segurança nos EUA
28/11/2014 - Folha de S.Paulo

Uma vacina experimental contra o vírus ebola produziu, sem efeitos colaterais graves, uma resposta imune nos 20 voluntários saudáveis que participaram da fase inicial de um estudo clínico.

O resultado foi publicado no periódico "New England Journal of Medicine".

O estudo, que começou em setembro e vai acompanhar os voluntários durante 48 semanas, pretende avaliar a segurança da vacina. Mas a resposta imune aponta que a vacina também poderá ter uma boa eficácia.

A vacina intramuscular foi desenvolvida pelo Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA e pela Okairos, uma empresa de biotecnologia adquirida pelo laboratório GlaxoSmithKline.

A primeira fase de estudo estava prevista inicialmente para 2015, mas, por causa do surto da epidemia na África, esse processo foi acelerado em parceria com a FDA (agência que regulamenta medicamentos nos Estados Unidos).

A vacina contém material genético de duas cepas do ebola ""Zaire, responsável pelo atual surto na África Ocidental, e Sudão"", mas não pode causar a doença.

Os voluntários que participaram do estudo tinham entre 18 e 50 anos e foram recrutados em Washington (EUA). Metade deles recebeu uma dose mais baixa e metade, uma dose maior. Todos os 20 desenvolveram anticorpos antiebola em quatro semanas, sendo que aqueles que tomaram uma dose maior produziram mais anticorpos.

Daniel Bausch, da Universidade de Tulane, considerou os resultados promissores, mas advertiu que há mais desafios pela frente antes que a segurança e eficácia da imunização sejam estabelecidas.

Ainda não é possível estimar quando a vacina poderá estar disponível no mercado.

Outra duas vacinas contra o ebola também passam por testes de segurança.


Pesquisa e desenvolvimento


O futuro da luta contra o câncer
27/11/2014 - Correio Braziliense


Os tratamentos mais comuns hoje para combater o câncer são a rádio e a quimioterapia. O grande problema relacionado a essas estratégias é a toxicidade. Os agentes utilizados afetam tanto as células normais quanto as cancerígenas. Ainda que causem maior dano aos tumores do que aos tecidos saudáveis, a agressão ao organismo é grave, com efeitos colaterais massivos e. muitas vezes, debilitantes. Imagine, então, que fosse possível, em vez de adotar esses métodos, alterar a eficiência e o vigor do próprio sistema imune do paciente, transformando esse exército de defesa em supersoldados, mais fortes e habilidosos. Essa é justamente a proposta da imunoterapia, considerada o futuro da luta contra o câncer e que começa a apresentar os primeiros resultados.

A edição desta semana da revista Nature traz uma série de cinco artigos sobre esse tipo de tratamento, que, por meio de experimentos clínicos, começa a fazer efeito sobre alguns tumores conhecidos. São terapias já aprovadas em alguns países para o uso em pacientes, apesar de ainda contarem com uma série de restrições com relação ao número de pessoas nas quais os testes são feitos e às condições de aplicação. Esses estudos já alcançaram respostas clínicas duráveis e há relatos de indivíduos livres de progressão da doença por muitos anos para câncenes como o mela no ma e de rim.

Além disso, dois dos trabalhos publicados na Nature descrevem ensaios clínicos em fase 1 (testes de exposição à substância) e comprovam a eficácia da abordagem para tumores de pulmão, de pele e de bexiga urotelial metastático (IJBC), considerado um dos mais difíceis de se combater. "Não houve grandes avanços para o tratamento de UBC nos últimos 30 anos. A quimioterapia ainda é o padrão de atendimento. Os resultados dos pacientes, especialmente para aqueles em que a quimioterapia não é eficaz ou é mal tolerada, continuam ruins", lembra um dos autores, Thomas Powles, da Universidade de Londres Queen Mary. Ele defende a expansão do tratamento imunoterápico para outros tipos de câncer.

Bloqueio

Atualmente, a descoberta dos mecanismos moleculares envolvidos na regulação imune permitiu o surgimento de estratégias que buscam superar a capacidade das células cancerígenas de driblar a vigilância protetora do paciente. Entre as ações de intervenção do câncer no sistema imunológico, os cientistas perceberam que o cancro é capaz de ligar vias inibitórias nas células de defesa. Elas são responsáveis por amortecer ou bloquear as respostas imunes em curso. Em condições normais, essa função é importante para estacionar uma hiperatividade imunitária, como em problemas auto imunes (quando a defesa do organismo ataca a si mesmo). A estratégia empregada pelo tumor não é nada benéfica para a situação do organismo. Sem a atuação do sistema auto imune a progressão do tumor é certa.

Os artigos publicados visam a uma abordagem muito específica, denominada bloqueio do ponto de controle, que obstrui a ação dessas vias inibitórias e desperta a resposta do sistema imunológico a tumores. CTLA-4 e PD-1 são dois dos principais receptores de superfície celular que, quando ligados a determinadas moléculas presentes em células tumorais, ativam as vias inibitórias e reduzem a atividade das células de defesa T. A via PD-1 expressa nesse processo pode levar diretamente à morte de células de defesa. Hoje. anticorpos que bloqueiam a CTLA-4 (ipilimumab) e a PD-1 (pembrolizumab e nivolumab) já foram aprovados para tratar pacientes muito específicos. Powles propõe em seu trabalho a utilização de um novo anticorpo que bloqueia a molécula tumoral PD-L1, responsável por ligar a via PD-1, para o UBC.

Em outro artigo, a equipe de Roy Herbst, da Escola de Medicina da Universidade de Yale, demonstra que o bloqueio do ponto de controle produz respostas duráveis em pacientes com cânceres de pulmão, pele e rim, entre outros. Herbst defende que o desenvolvimento do câncer humano é um processo de várias etapas caracterizado pelo acúmulo de alterações genéticas e epigenéticas que impulsionam ou refletem na progressão do tumor. "Essas alterações distinguem as células cancerosas de suas contrapartes normais, permitindo que os tumores sejam reconhecidos como estranhos pelo sistema. No entanto, os tumores são raramente rejeitados espontaneamente, refletindo sua capacidade de manter um microambiente imunossupressor.

Biomarcadores

Os mesmos anticorpos que atuam no bloqueio do ponto de verificação foram foco de pesquisa de outro time de cientistas. O líder do trabalho, Antoni Ribas, da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, não só aplicou o tratamento imuno terapêutico como identificou marcadores biológicos que podem prever a resposta do paciente à terapia. Isso foi possível com a análise de amostras de tecido tumoral retiradas de 46 pacientes com melanoma metastático antes e durante o tratamento com pembrolizumab (anti-PD-1). "Nas amostras de tumores em série, os pacientes que responderam ao tratamento mostraram proliferação intratumoral de células imunes (T-CD8) que está correlacionada diretamente à redução radiográfica do tamanho do tumor*, explica Ribas.

A partir desses dados, ele concluiu que a regressão do tumor após a terapia de bloqueio de ponto de verificação requer células imunes do tipoT-CD8 preexistentes. Dessa forma, os tumores que atraem células T-CD8 e outras do sistema imune capazes de expressar PD-1 e PD-L1 teriam uma maior sensibilidade ao bloqueio do ponto de verificação com esses anticorpos. "Nós mostramos que células T-CD8 localizadas distintamente na margem do tumor invasivo estão associadas com a expressão do eixo imune inibitório PD-1/PD-L1 e podem prever resposta terápica de amostras."

Proteínas mutantes

Em vez de atingir diretamente o sistema imune, as estratégias publicadas separadamente, em dois outros artigos, pela equipe de Lélia Delamarre, da empresa de biotecnologia Genentech, em São Francisco, e de Robert Schrei-ber, da Escola de Medicina da Universidade de Washington, têm um ponto em comum: atacar o tumor. Para estimular a ação do sistema imune, os pesquisadores alteraram geneticamente proteínas no tumor. A mutação permitiu que ele fosse reconhecido como estranho e perigoso pelas células de defesa do organismo (as células T). A proposta foi aplicada em modelos de camundongos em laboratório e responderam com um ataque de soldados do exército imunitário ao cancro.

Em seus artigos, os líderes de pesquisa afirmaram que. uma vez capazes de identificar os antígenos peptídicos (proteínas) mutantes do tumor, é possível também auxiliar na definição dos indivíduos mais propensos a se beneficiarem de terapias de bloqueio de pontos de verificação. Ainda que tragam propostas diferentes para atacar o câncer, acima de tudo, os cinco artigos confirmam o fato principal de que as respostas imunitárias a mutações específicas do tumor são importantes tanto na resposta de defesa natural contra tumores quanto na utilização de terapias imunes que gerem essa resposta.


Saúde




Médicos vão receber R$ 1.100 em cada plantão
28/11/2014 - Folha de S.Paulo

Araraquara vai contratar 30 médicos, que deverão receber cerca de R$ 1.100 em cada plantão de 12 horas. A medida é uma das definições de critérios feitas pelo Conselho Municipal de Saúde.
A Prefeitura de Araraquara finalizou o processo de qualificação das OSs (Organizações Sociais) que têm interesse em gerir a UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) Central, alvo de críticas e ações judiciais.
O edital deve ser publicado no "Diário Oficial" do Município, nesta sexta-feira (27), segundo o secretário da Saúde, Hilton Negrini Toloi.
O valor pago por plantão médico em Araraquara é maior que o de São Carlos, por exemplo, onde cada médico recebe R$ 1.000 pelo mesmo plantão nas UPAs Vila Prado e Cidade Aracy.
Ainda de acordo com o secretário, a despesa prevista para repasse mensal da prefeitura com a organização que apresentar o melhor projeto é de R$ 600 mil.
Do total, R$ 462 mil devem ficar apenas para o pagamento dos plantões médicos. O montante pago mensal inclui apenas o gerenciamento da parte médica da unidade.
Toloi disse ainda que a administração pesquisou os preços praticados por outras prefeituras em casos de contratação de OS's.
Com o início da terceirização, prevista para janeiro, o objetivo da prefeitura é garantir que cada plantão na UPA tenha sete médicos --quatro clínicos gerais, dois pediatras e um ortopedista.
"A UPA Central está com cerca de 35% de movimento maior, média de 500 atendimentos/dia, em parte porque está absorvendo pacientes da UPA da Vila Xavier", disse.



Morte sob suspeita
28/11/2014 - Folha de S.Paulo

RESUMO Em agosto, Leandro Farias, 25, viu a mulher, a também farmacêutica Ana Carolina Cassino, 23, morrer de sepse (infecção generalizada), após esperar 28 horas por uma cirurgia de apendicite. A demora teria levado à infecção. Para a família, houve negligência. Farias criou o movimento Chega de Descaso, que recebe denúncias pelo país. Nesta sexta, ele coordena um protesto no Cremerj. A Polícia Civil também investiga o caso.
No dia 15 de agosto, a Ana Carolina acordou se sentindo mal, com forte dor no abdome, náuseas e vômito. Fomos para a unidade de pronto-atendimento da Unimed, na Barra da Tijuca [Rio].
Entramos às 13h30. O ambiente estava lotado, caótico. Logo demos de cara com um computador em que você pega uma senha, como em um banco. Passamos por triagem que foi feita por enfermeira.
Mesmo relatando fortes dores a ponto de não conseguir andar e nem ficar de pé, minha mulher ganhou o adesivo de cor amarela, sugerindo que o caso não era grave.
Após uma hora, fomos atendidos por uma médica, que suspeitou de apendicite. Pediu exames de sangue e uma tomografia. Após quatro horas, às 17h30, a apendicite aguda foi confirmada.
A taxa de leucócitos estava acima de 20 mil [o valor de referência era até 11 mil]. A tomografia mostrou o apêndice distendido e presença de líquido no abdome.
Novamente tivemos que esperar o trâmite burocrático para encontrar um leito em um dos hospitais da rede Unimed, agendar a cirurgia e aguardar uma ambulância.
Apenas às 23h Ana foi transferida para o hospital onde ocorreria a cirurgia. Ao ser internada no Hospital Unimed Barra, ficamos sabendo que a cirurgia tinha sido agendada para às 15h do dia seguinte. Não havia médico para operar antes.
Quando faltava uma hora para a cirurgia, no dia 16, Ana piorou. Teve uma queda brusca da pressão e desmaiou.
Realizaram manobras de reanimação e ela voltou lúcida, porém muito inchada por causa dos litros de soro fisiológico que recebeu. Foi uma imagem chocante, quase não reconheci a minha mulher.
Ela foi ao centro cirúrgico às 17h30; 28 horas após sua entrada e 24 horas após o diagnóstico. [O protocolo médico contra a sepse determina que se deve fazer a operação em até 12 horas. Ana já sabia que estava com sepse. O próprio médico havia contado. Ela me disse que havia pedido ao médico para evitar falar a palavra sepse para a mãe. O pai dela havia morrido quatro anos antes pela mesma causa.
Ainda me disse: "Vai dar tudo certo, amor". Foi a última frase que ouvi dela. Já saiu da cirurgia, uma simples cirurgia de apendicite, entubada e foi encaminhada direto para o CTI [centro de terapia intensiva]. Às 5h do dia 17 recebemos a notícia da sua morte. Choque séptico.
Enfrentamos resistência do hospital para entregar o prontuário. Alegaram que, em caso de óbito, se a paciente não deixou por escrito autorização, só com mandado judicial. Qual jovem de 23 anos irá imaginar que morrerá de apendicite? Após o caso ir para a mídia, o hospital liberou.
Ao analisarmos o prontuário, vimos que a Ana Carolina vinha piorando desde a sua internação. Apresentou sucessivas quedas de pressão, o que já indicava processo de infecção generalizada.
Ana foi mais uma vítima de descaso. Sua história reflete a face mais cruel dessa comercialização da saúde. Nada justifica essa demora absurda. Um médico ainda disse que, pela idade e pelos exames, ela poderia ter esperado até 48 horas pela cirurgia! A questão é que está disseminado nos hospitais o plantão de sobreaviso [o médico fica fora do hospital, à disposição]. Em hospitais privados, cirurgias de emergência vêm sendo agendadas porque não há médico para atender de imediato.
Fizemos denúncia e o Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro) abriu uma sindicância. Mas descobrimos que muitos conselheiros do Cremerj são também diretores da Unimed. Como pode um órgão fiscalizador ser composto por membros do fiscalizado? Criamos pela internet o Movimento Chega de Descaso e estamos reunindo denúncias. Queremos evitar que outros casos assim voltem a acontecer. É também uma forma de dar algum sentido a essa morte estúpida.


Sindicância vai ser concluída em breve, diz Cremerj
28/11/2014 - Folha de S.Paulo


A sindicância aberta pelo Cremerj para apurar a morte de Ana Carolina Cassino deve ser concluída no início de dezembro, de acordo com o presidente do conselho, Sidnei Ferreira.

Ele diz que a apuração e o julgamento do caso serão feitos por conselheiros não ligados à Unimed Rio, a despeito do questionamento da família. "Há lisura em todo o processo, a família está sendo informada de todos os passos. No final, vocês poderão comprovar isso", afirma. O processo corre sob sigilo.

Em nota, a Unimed Rio disse que o Hospital Unimed-Rio tem colaborado com as investigações e "atendeu a todas as solicitações de informações e documentos".

"A diretoria do Hospital Unimed-Rio permanece solidária à família e continua empenhada no esclarecimento dos fatos relacionados ao atendimento prestado."




 

Icone do VLibras Widget. Conteúdo acessível em libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro ou Hozana.