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Medicamentos

Mônica Bergamo: Alerta na farmácias
06/11/2014 - Folha de S.Paulo
Colunista: Mônica Bergamo

Um remédio fundamental para tratar dois tipos raros de câncer infantil corre risco de desabastecimento. O laboratório Bago --que comercializa o quimioterápico no Brasil-- avisou em julho que manteria o fornecimento por mais seis meses. Como o Cosmegen não tem substituto, segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a suspensão deveria ter sido comunicada um ano antes.
FARMÁCIA 2
A Anvisa declara, em nota, que "avalia se a empresa fez a notificação no tempo adequado". Em caso de descumprimento, ela pode ser autuada. O Bago diz que há, sim, terapia substituta, com "menor toxicidade". "Temos o compromisso legal de manter o mercado abastecido até 30 de janeiro de 2015", afirma o diretor Carlos Carvalho.
FARMÁCIA 3
A Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica pediu ajuda a promotores e ao Ministério da Saúde. A pasta informa que "não haverá desassistência" e que busca "alternativas para garantir o tratamento com a mesma eficácia". O remédio é usado em pacientes com tumores musculares e nos rins.


 

Pesquisa e desenvolvimento 

Teste em macacos controla toxina do mal de Alzheimer
06/11/2014 - Folha de S.Paulo

Em um teste com macacos, uma nova terapia que usa anticorpos --moléculas do sistema imune-- obteve bom resultado em combater a beta-amiloide, a proteína que causa o mal de Alzheimer quando se acumula no cérebro.

A nova técnica, desenvolvida pela Genentech, empresa de biotecnologia incorporada pelo laboratório Roche, solucionou um dos principais obstáculos no desenvolvimento de drogas contra essa doença, caracterizada pela perda de neurônios e por problemas de memória.

Em tubos de ensaio, outros medicamentos já haviam se mostrado eficazes contra a beta-amiloide, mas é difícil fazer com que uma substância injetada no sangue chegue até os neurônios que deve tratar. Para tal, é preciso cruzar a chamada barreira hematoencefálica, que protege neurônios de toxinas do sangue. Quando se trata de moléculas grandes, só aquelas com um tipo de "chave" química conseguem fazê-lo.

No trabalho desenvolvido pela Genentech, o grupo do neurocientista Ryan Watts desenvolveu um anticorpo híbrido, que possui dois braços, com diferentes funções. Um deles tem a tarefa de agarrar a proteína transferrina --uma dessas "chaves" que abrem a barreira hematoencefálica.

O outro braço do anticorpo é o medicamento propriamente dito, que atua contra o acúmulo da beta-amiloide.

FORÇA IDEAL

Para desenvolver a técnica, Watts juntou-se a Mark Dennis, "engenheiro de anticorpos" da Genentech. Os dois conceberam uma molécula capaz de penetrar o cérebro e, lá dentro, desativar uma proteína chamada beta-secretase 1, envolvida na produção da beta-amiloide.

Os dois já vinham desenvolvendo essa estratégia havia tempos, mas tinham dificuldade em fazer os anticorpos largarem a transferrina depois de entrarem no cérebro, o que atrapalhava seu ataque final à beta-secretase.

Em estudo publicado nesta quarta-feira (5) na revista "Science Translational Medicine", Watts e Dennis explicam como contornaram o problema. O truque foi criar um anticorpo que não agarra a transferrina com tanta força e é capaz de largá-la depois de entrar no cérebro.

Os cientistas relatam no trabalho que haviam feito o primeiro teste da terapia em 2011, em camundongos, mas a terapia havia se revelado um pouco tóxica, pois a droga acabava atacando também células produtoras de sangue como efeito colateral.

No teste realizado agora, com dez macacos-cinomolgos, os cientistas relataram que esse problema não ocorreu, pois ajustes feitos na molécula evitaram o problema.

Usando injeções intravenosas periódicas de anticorpos, Watts conseguiu reduzir em 50% a contagem de beta-amiloide dos macacos medida no plasma sanguíneo. "Essa plataforma pode entregar anticorpos terapêuticos de maneira robusta e segura através da barreira hematoencefálica de primatas", escreveu.

O próximo passo, segundo a Genentech, é produzir os anticorpos com pureza suficiente e pedir licença para um teste em humanos. Como macacos não desenvolvem alzheimer, será preciso ver se a terapia tem efeito sobre sintomas da doença.



Saúde

 


Gays têm altas taxas de sífilis e HIV, aponta estudo em Campinas
06/11/2014 - Folha de S.Paulo

Análises de sangue conduzidas por pesquisadores da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) mostram presença preocupante de doenças sexualmente transmissíveis entre homossexuais brasileiros.

O estudo, feito com cerca de 600 voluntários do sexo masculino em Campinas (SP), revelou que 7,6% deles tinham o vírus da Aids, enquanto 11% tinham sido infectados pelo vírus da hepatite B e 10% pela bactéria da sífilis. Nos três casos, a proporção de infectados é dez ou mais vezes superior à média da população geral.

"Faltam campanhas eficazes de prevenção para esse público", diz Selma Gomes, do Laboratório de Virologia Molecular da Fiocruz do Rio.

Mesmo que todos usassem preservativo, no entanto, a abordagem não seria suficiente para eliminar outro problema detectado pelo estudo: a alta prevalência de infecções pelas duas principais variantes do vírus HPV, que causa câncer genital.

Para Gomes, é difícil dizer até que ponto o tipo de atividade sexual (o sexo anal, por exemplo) acaba colocando gays sob maior risco. Uma explicação seria a de que fatores comportamentais, como o número de parceiros, seriam mais importantes.

O estudo foi publicado na revista científica "PLoS ONE".



Um delicado cabo de guerra
06/11/2014 - O Globo

O Ministério da Saúde vê abuso nos pedidos de exames de compatibilidade (feitos por laboratórios) e limitou o número de novos candidatos a doadores que podem se cadastrar nos bancos de medula óssea. Quem espera por uma doação vê nesse teto uma ameaça à própria vida. E a Justiça, em pelo menos duas decisões recentes, vê a razão do lado dos pacientes. Em meio a um delicado cabo de guerra, com argumentos de ambos os lados, está em jogo a sobrevivência de 1,1 mil pessoas na fila do transplante.

Gente como a servidora pública Fabiana Ikeda de Oliveira, de 37 anos, com leucemia linfoide aguda. Entre a internação por dores no corpo e o resultado dos exames, não se passaram 24 horas. Ela está no leito de um hospital privado de Brasília há um mês, inscrita no cadastro de receptores. O transplante é a única possibilidade de cura, mas na família não apareceu um doador: a mãe também teve leucemia e morreu de forma fulminante há três anos; o pai já extrapolou a idade para doar; o teste com o irmão mostrou incompatibilidade. As chances agora só existem a partir de rostos anônimos do banco de doadores.
— O transplante é minha única expectativa de vida. Se eu não conseguir, vou ter pouco tempo — diz Fabiana, mãe de Gabriel, de 14 anos, e Tarsila, de 9.
O teto estabelecido pelo Ministério da Saúde começou em 2012 — eram admitidos, então, no máximo 267,1 mil novos cadastrados anuais no Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome). No ano seguinte, outra portaria estendeu o limite para 400 mil novos doadores anuais.
O Redome tem hoje 3,5 milhões de doadores cadastrados. É o terceiro maior banco do mundo, atrás dos de Alemanha e Estados Unidos. O SUS custeia tudo, diferentemente do que ocorre em outros países.
Cada exame de histocompatibilidade, condição básica para a inclusão de alguém no registro, custa R$ 375. As chances de êxito na identificação de um doador são de 64%, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), responsável pelo banco de dados. Na Alemanha, chegam a 80%.
O mais importante, na visão do governo, é ampliar a qualidade genética das doações. Por isso o teto na Bahia, estado com preponderância de negros — e, portanto, grandes chances de compatibilidade com a maioria dos brasileiros — subiu de 5.020 para 20 mil. No Rio, a quantidade se manteve a mesma: 14.040. Por vias judiciais, esses tetos passaram a ser atacados.
— As portarias não foram editadas para limitar, mas para ordenar. O Redome, até 2003, tinha 30 mil doadores cadastrados. Hoje são 3,5 milhões. O valor gasto só com os exames era superior ao que se investia no próprio transplante. Agora, uma rede de estudos genéticos avalia características genéticas por região — afirma Luis Fernando Bouzas, diretor do Centro de Transplante de Medula Óssea do Inca.

AÇÕES MOVIDAS PELA OAB
Em junho, a Justiça Federal em Franca (SP) derrubou as restrições à quantidade de doadores na cidade, a partir da ação movida por uma paciente com leucemia. No mês passado, a Justiça Federal em Goiânia obrigou o Ministério da Saúde a fazer, em até 20 dias, os exames de histocompatibilidade das amostras do Hemocentro da capital goiana e de outros laboratórios onde haja material semelhante. O teto em Goiás foi considerado inconstitucional.
A ação foi movida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no estado, a partir do apelo da família de uma criança de 6 anos com leucemia. Movimento similar ocorre em Pernambuco e Mato Grosso do Sul, onde as seccionais da OAB preparam ações para derrubar as restrições.
Profissionais da área, no entanto, enxergam na iniciativa uma pressão de grandes laboratórios para voltar a faturar com exames desenfreados. Não falta quem concorde com a visão do ministério e diga ser mais importante a variabilidade do que a quantidade de doadores.
Fabiana, na fila de espera, critica o teto. Mas diz confiar no registro de doadores:
— É lógico que estou otimista. Tenho de estar sempre.
Ela já recebeu indicativos de 20 potenciais doadores com características genéticas semelhantes — Fabiana é descendente de japoneses. A família, capitaneada pelo marido, começou uma campanha nas redes sociais para ampliar as doações.
— Eu entendo que o aumento de doadores me beneficia. Eu tenho dois filhos para cuidar — afirma a servidora do Ministério do Desenvolvimento Social.
O tempo médio de espera por uma medula óssea, nos casos de transplante entre não aparentados, é de quatro meses. Mais dois meses, em média, são gastos na espera por um leito do SUS. Os problemas relacionados aos doadores, com os questionamentos judiciais aos tetos definidos pelo Ministério da Saúde, se somam a outros entraves para o transplante de medula óssea: a falta de leitos, a falta de centros especializados e a demora do Redome em dar respostas sobre doadores.
Só nove estados fazem transplantes alogênicos, aqueles em que há necessidade de doadores: São Paulo, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Bahia e Goiás. Em 2013 houve apenas 669 transplantes alogênicos de medula óssea, 6,2% a mais que em 2012, quando houve 630.
BATALHA PARA OUTROS DOENTES
Somados os autólogos (com a medula do próprio paciente), o Brasil fez 1.813 transplantes de medula óssea em 2013, 3,4% a mais que em 2012. Os números são da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos. Para este ano, o Inca estima em 9.370 os novos casos de leucemia no país.
A batalha pela medula não é uma exclusividade dos pacientes com leucemia. O aposentado Elvis Silva Magalhães, 47, mora em Brasília e demorou 38 anos para conseguir receber a medula de um dos seus irmãos. O transplante ocorreu em 2005 e, segundo ele, resultou na cura de uma doença congênita, a anemia falciforme. A cirurgia ocorreu num centro especializado em Ribeirão Preto (SP). A capital brasileira não faz transplante alogênico.
Elvis se livrou de transfusões de sangue, úlceras e crises de dor decorrentes da doença. Agora, à frente da Associação Brasiliense de Pessoas com Doença Falciforme, o aposentado tenta convencer o Ministério da Saúde a editar uma portaria com protocolos para o transplante de medula. Ele foi o segundo a ser transplantado no país, num procedimento experimental.


Padrão SUS
06/11/2014 - Folha de S.Paulo

Para cada indivíduo, sua própria saúde se conta entre os bens mais valiosos que existem. Já para um sistema de saúde, é fundamental que os custos sejam controlados. Essa diferença de perspectivas implica que as relações entre usuários e gestores tendem por natureza a ser conflituosas.
Obviamente, o nível de enfrentamento só piora quando o sistema passa por mudanças rápidas, como vem ocorrendo no setor privado, notadamente em São Paulo. Nos últimos cinco anos, os planos tiveram um crescimento de 16% no número de usuários. Hoje, atendem a 26% da população brasileira, chegando a 45% no Estado de São Paulo, e a 61% na capital.
Como as operadoras não se prepararam para o acréscimo de demanda, o resultado são filas e queixas. Reportagem publicada por esta Folha na segunda (3) mostrou que os laboratórios da cidade estão lotados. Alguns deles pedem até três meses para agendar exames como ressonâncias magnéticas. Dependendo do problema do paciente, esse prazo pode ser fatal.
Para agravar o quadro, planos também têm aumentado as recusas de atendimento. Elas cresceram impressionantes 440% em apenas três anos, como revelou "O Estado de S. Paulo".
Em alguns casos, fazem-no mesmo sabendo que a negativa é ilegal. Calculam que nem todos os usuários acionarão a Justiça para assegurar o cumprimento do contrato. É um raciocínio imediatista. Ao fim e ao cabo, o cliente aprende o caminho das pedras e atitudes como essa servem principalmente para introduzir um custo estranho --as despesas judiciais-- na já salgada conta da saúde.
E esse não é o único nem o maior erro estratégico das operadoras. Ao comprimir a remuneração dos médicos, levaram esses profissionais a adotar consultas-relâmpago de 10 ou 15 minutos. Aí, para precaver-se contra erros, acabam pedindo exames, alguns bem caros, que se mostrariam desnecessários com uma anamnese mais cuidadosa. Não é uma coincidência que as requisições de exames estejam aumentando em ritmo maior que o da entrada de novos segurados.
Prover serviços de saúde é uma atividade cara. Se médicos e pacientes fizerem o que julgarem melhor sem ligar para custos, o sistema se torna inviável. Ou a conta fica impagável ou os desajustes são resolvidos com filas intransponíveis, como ocorre no SUS.
A grande verdade é que temos de aceitar a ideia de que o sistema precisa ser otimizado. É necessário adotar protocolos mais rígidos, que evitem desperdícios, ainda que isso limite as escolhas de médicos e pacientes.


Enfermeira espanhola recebe alta
06/11/2014 - Brasil Econômico

A enfermeira espanhola que contraiu Ebola em Madri disse ontem que espera que sua infecção seja útil e se ofereceu para doar sangue para tratar vítimas em potencial quando deixou o hospital. Teresa Romero, de 44 anos, superou o vírus mortal após tornar-se a primeira pessoa a ser infectada fora da África Ocidental no surto que matou quase cinco mil pessoas até agora.
 



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