Medicamentos
Uso de medicamentos cresce no País 03/11/2014 - Guia da Farmácia Online O mercado de fármacos e medicamentos no Brasil vem se expandindo nos últimos anos. No terceiro trimestre de 2014, houve um crescimento em volume de 7,34%, em comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com dados do IMS Health divulgados pela Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan). O número de unidades de medicamentos vendidas chegou a 821.779.662 entre julho e setembro. Em comparação ao trimestre anterior, a alta nas vendas foi de 3,18%. Segundo o diretor executivo da Abradilan, Geraldo Monteiro, “as vendas têm crescido continuamente nos últimos trimestres. No segundo trimestre, a alta nas vendas havia sido de 5,71% em relação ao mesmo período do ano anterior”. O assunto, entre outros temas ligados ao setor de medicamentos, reúne em Brasília, no dia 13 de novembro, no Senado Federal, parlamentares, gestores públicos e privados, setor produtivo, instituições acadêmicas, profissionais da área de saúde e sociedade civil, no VI Fórum Nacional sobre Medicamentos no Brasil. Outras questões, como a desoneração de medicamentos, as incorporações tecnológicas no SUS, o aprimoramento do ambiente regulatório, a criação de novas fontes de fomento a P&D de novos medicamentos e o cenário das Parcerias de Desenvolvimento Produtivo - PDPs, também serão amplamente debatidas no fórum. O evento acontece no auditório do Interlegis, no Senado Federal entre 9h e 14h. As inscrições são gratuitas pelo site www.acaoresponsavel.org.br. Vacina contra dengue tem 61% de eficácia 04/11/2014 - Folha de S.Paulo O maior estudo de uma vacina contra a dengue, conduzido no Brasil e em outros quatro países da América Latina, apontou que a imunização, em fase final de testes, tem 60,8% de eficácia. O resultado foi publicado na segunda-feira (3) no periódico "New England Journal of Medicine" e apresentado no encontro da Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene, em Nova Orleans. A Sanofi Pasteur, que desenvolveu a vacina, pretende comerciá-la já em 2015. Este é o melhor resultado de uma imunização contra a dengue já obtido. Outros estudos com a mesma vacina feitos na Ásia haviam apontado eficácia de 30% a 56,6%. A taxa de sucesso, porém, ainda desperta dúvidas quando comparada à de outras vacinas, como de febre amarela, cuja eficácia supera 90%. O estudo de fase 3 (último antes da aprovação por uma agência reguladora) envolveu mais de 20 mil crianças e jovens de 9 a 16 anos em cinco países: Brasil, Colômbia, México, Honduras e Porto Rico. A vacina foi oferecida em três doses, com intervalo de seis meses. Os participantes foram seguidos por dois anos. A eficácia geral foi de 60,8%, mas variou conforme o sorotipo e o país. A proteção foi maior para os sorotipos 3 (74%) e 4 (77,7%) e menor para os sorotipos 1 (50,3%) e 2 (42,3%). Para Esper Kallás, infectologista da USP que participa dos testes de uma vacina nacional contra a dengue, do Instituto Butantan, o produto da Sanofi Pasteur tem eficácia de baixa a moderada. Ele destaca que a proteção foi maior (83,7%) entre os que já eram imunes a um ou mais sorotipos da dengue. A proteção entre soronegativos foi de 43,2%. "É um dado preocupante para a população que nunca teve dengue. A vacina parece depender de uma imunidade prévia e funcionar como um reforço." Segundo o infectologista Artur Timerman, a vacina poderia levar o organismo a agir como se já tivesse contraído a doença, mas sem proteger totalmente contra ela. Isso poderia levar a infecções primárias tão graves quanto costumam ser as secundárias. Sheila Homsani, gerente do departamento médico da Sanofi Pasteur, afirma que esse é um risco teórico que não foi comprovado no estudo, já que houve apenas um caso de dengue severa no grupo que tomou a vacina, contra 11 casos no grupo placebo. No Brasil, a proteção foi de 77,5% entre os participantes que tomaram ao menos uma injeção. A fabricante não informou a taxa entre os que tomaram as três doses nem a proteção por sorotipo no país. Durante o estudo, o sorotipo que mais circulou no país foi o 4, para o qual a eficácia da vacina é maior. No México, onde circularam os tipos 1 e 2, a eficácia foi de 31,3%. Antiqueda 04/11/2014 - Folha de S.Paulo A guerra contra a calvície ganhou novas armas. Além dos medicamentos de uso tópico e oral, agora terapias a laser, aplicação de substâncias estimulantes e testes de DNA entraram para o arsenal dos tratamentos antiqueda. "Em três meses já senti diferença. O volume de cabelo aumentou", diz Daniel Alcoforado Pereira, 29, técnico em informática. Ele toma remédio e faz sessões de laser com a aplicação de fatores de crescimento sintéticos que estimulam os bulbos capilares. Apesar dos casos de sucesso, as novas terapias ainda dividem os especialistas. "O tratamento clássico, só com medicamentos, tem sucesso em até 70% dos pacientes na redução da queda e no engrossamento dos fios. Nossa percepção é que com as novas terapias essa taxa de sucesso aumenta, mas não podemos dizer o quanto", afirma Denise Steiner, presidente da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia). Já para Luciano Barsanti, médico diretor do Instituto do Cabelo, em São Paulo, "90% dos pacientes" conseguem ter resultados com o tratamento. Sua receita inclui, além do laser e dos tais fatores de crescimento, xampus que combatem a oleosidade, anti-inflamatórios contra dermatite seborreica, medicação de uso tópico, o minoxidil, e fitoterápica, a Serenoa repens. A planta é usada no lugar da finasterida, droga mais popular contra a calvície e que impede a formação do hormônio DHT, derivado da testosterona e relacionado com a calvície de origem genética. Em cerca de 2% dos pacientes, porém, a finasterida tem efeitos colaterais como redução da libido e impotência. "A Serenoa tem a mesma ação da droga, mas sem o risco dos efeitos colaterais. Acompanhei 1.500 pacientes e 82% responderam ao fitoterápico", diz Barsanti. Steiner afirma que não há estudos conclusivos sobre a planta. "A Serenoa é uma alternativa, sim. Mas é bom lembrar que só a minoria dos homens tem efeitos colaterais com finasterida." Assim como acontece com o fitoterápico, o sucesso dos fatores de crescimento é comprovado mais pela observação do que pela ciência. "Prefiro não usar ainda, mas vejo como algo promissor", diz o dermatologista e cirurgião Arthur Tykocinski. Segundo ele, a substância pode agir nas células-tronco do bulbo capilar, estimulando o crescimento dos fios. É a mesma proposta de outra terapia usada na Europa, que aplica plaquetas do sangue do paciente como fator de crescimento. No Brasil, o uso das plaquetas só é permitido em caráter experimental. A aplicação do laser já tem efeitos mais conhecidos. "Ele acelera a reparação celular e aumenta a circulação do local, ajudando a combater a queda dos fios e dermatites do couro cabeludo", diz a dermatologista Inaê Cavalcanti. Sozinhos, nenhum dos novos tratamentos resolve o problema, afirma a dermatologista Karla Assed. "Fazemos um combo' de terapias para aumentar a chance de melhora. A calvície tem muitas causas. Além da genética, estresse e oleosidade do couro cabeludo atrapalham." Já existem testes de DNA para avaliar o peso da genética em cada caso. A terapeuta capilar Patrícia Maciel faz esse tipo de análise desde o começo deste ano. "Coletamos saliva do paciente. O teste mostra se ele tem baixo, médio ou alto risco de desenvolver calvície de origem genética." A análise custa R$ 1.300 e não é unanimidade. "O diagnóstico clínico é suficiente", diz Denise Steiner. Mas em um ponto todos concordam: quanto antes a pessoa começa o tratamento, melhor. O economista Pedro Madueno, 29, procurou um especialista quando percebeu os primeiros sinais da calvície. Há cinco anos, toma remédio e faz terapias de consultório. "Não sei qual das coisas faz efeito, mas que funciona, funciona." Em casos avançados, a única solução pode ser o transplante de fios, procedimento cirúrgico. "Por enquanto, é o único tratamento definitivo", diz Tykocinski. Difteria, tétano e coqueluche: Estado de SP começa a imunizar grávidas 04/11/2014 - Folha de S.Paulo O governo de São Paulo começou, nesta segunda-feira (3), a vacinar contra difteria, tétano e coqueluche as grávidas que estão entre a 27ª e a 36ª semana de gestação. Profissionais da área da saúde que trabalham em maternidades e berçários também serão imunizados. A nova vacina compõe o calendário do SUS (Sistema Único de Saúde) e a partir de agora será oferecida em qualquer época do ano nas unidades básicas de saúde dos municípios. Pesquisa e desenvolvimento Teste brasileiro procura 200 voluntários 04/11/2014 - Folha de S.Paulo Cientistas envolvidos no desenvolvimento de uma vacina brasileira contra a dengue devem começar uma nova etapa de estudos da imunização. A fase 2 dos testes, conduzidos pelo Instituto Butantan e pela USP, foi dividida em duas etapas: na primeira, foram vacinadas 50 pessoas que já tinham tido dengue e outras 40 sem contato prévio com a doença. Agora, mais 200 adultos saudáveis, entre 18 e 59 anos, com ou sem histórico da doença, devem ser imunizados. A vacina foi elaborada em 2006 em conjunto com os NIH (National Institutes of Health), nos EUA, e testada inicialmente lá. Mais de 600 norte-americanos receberam a vacina. A partir de 2010, o Instituto Butantan passou a produzir a vacina, com financiamento do BNDES. Os pesquisadores preveem que a imunização chegue ao mercado em cinco anos. Os interessados em participar do teste podem ligar para (11) 2661-7214 e (11) 2661-3344, ou enviar um e-mail para vacinadengue@usp.br. A farmacêutica japonesa Takeda também investe em uma vacina. A empresa deve iniciar em 2015 a última fase de testes.
Nova tecnologia não invasiva para exame do fígado já está em testes
Americana com câncer faz suicídio assistido Ex-militar trava luta contra a malária 04/11/2014 - Folha de S.Paulo BA WA PIN, Mianmar - Após uma conversa respeitosa com o chefe do vilarejo na clínica local que trata malária, o contra-almirante R. Timothy Ziemer tirou do bolso seu usual presente de agradecimento. A clínica era bem administrada, e havia uma grande afluência de mães gratas pelos mosquiteiros grátis. Ao aceitar a grossa moeda dourada com o rosto do presidente Obama, o chefe parecia tão emocionado quanto se tivesse recebido a Medalha Presidencial da Liberdade. "Elas não são oficiais", confessou depois Ziemer. "Eu as compro em uma loja de suvenires no edifício de escritórios Reagan por US$ 4,50 cada uma." O momento ilustra bem o estilo de trabalho desse homem de 67 anos, que foi piloto da Marinha e é o coordenador da Iniciativa contra a Malária da Presidência dos EUA: em campo, com pouco dinheiro e nada de estardalhaço, em vilarejos na África e na Ásia. Muitos agentes que combatem a malária o reconhecem como um dos líderes mais eficientes e discretos na área de saúde pública. Desde que Ziemer assumiu o cargo, em 2006, as mortes causadas por malária em todo o mundo tiveram queda de 40%, de 1 milhão por ano para cerca de 600 mil. Muitos países agora usam as táticas adotadas por Ziemer, como doação de mosquiteiros impregnados com inseticida, pesticida borrifado em ambientes fechados, doses rotineiras de medicamentos antimaláricos para mulheres grávidas, exames de sangue rápidos e comprimidos que combinam um novo fármaco chinês de ação rápida, artemisinina, com um dos diversos medicamentos de efeito prolongado. Ziemer foi nomeado pelo presidente George W. Bush. Ele entregou um pedido de renúncia ao cargo após a eleição de Obama, mas foi mantido na função. Em uma visita de quatro dias a Mianmar neste verão, ele fez vários voos e percursos por terra para conversar com chefes de vilarejos, educadores locais que conscientizam a população sobre a malária, médicos e farmacêuticos de áreas rurais, seringueiros e construtores de estradas. "As pessoas que só participam de reuniões em hotéis não são as que realmente importam", disse ele. "Elas se regalam com camarão, depois voltam para casa e se esquecem de tudo." Em cada parada, ele pede detalhes para as pessoas: Os casos de malária diminuíram? Como isso é verificado? Como se presta conta do dinheiro recebido? Ele conta que suspendeu um programa de US$ 200 mil na Zâmbia, pois "quando perguntei para onde nosso dinheiro era direcionado, me olharam com um ar atordoado". Desde a infância até o ensino médio, ele morou em Ban Me Thuot, nos planaltos centrais da Indochina francesa, atual Vietnã. Filho de missionários presbiterianos, ele falava rade, o dialeto da tribo local, comia picolés caseiros de coco, ia atrás de comboios franceses implorando para os soldados lhe darem chocolate e brincava em túneis cavados pelos japoneses durante a Segunda Guerra Mundial. Embora dormisse sob mosquiteiros, ele teve malária. Em 1964, foi para a faculdade evangélica Wheaton, perto de Chicago. Quatro anos depois, durante a ofensiva do Tet, soldados norte-vietnamitas e vietcongues invadiram Ban Me Thuot. Seu pai foi morto enquanto tentava negociar a saída dos feridos. No último ano da faculdade, ele entrou na Marinha e pediu para retornar ao Vietnã. Tornou-se piloto de helicóptero e participou de 550 missões com os Sea Wolves, unidade baseada no delta do Mekong. Após o Vietnã, ele passou anos como líder de esquadrilha até ser promovido ao Pentágono. Depois de se retirar da vida militar, dirigiu a organização World Relief. A Iniciativa contra a Malária foi fundada em 2005. Na época, os esforços do governo estavam totalmente equivocados. Privilegiavam medicamentos pouco eficazes e a maior parte do orçamento era destinada a anúncios orientando os africanos a comprar mosquiteiros -o que a maioria deles não tinha condições de adquirir. O Congresso dos EUA autorizou uma verba de US$ 1,2 bilhão para os cinco primeiros anos, especificando que a maior parte dela fosse gasta com itens para ser doados ou vendidos a preços subsidiados -não com consultores. Atualmente, a iniciativa apoia projetos em 25 países na África e no Sudeste Asiático. "Minha motivação é manter isso funcionando -e acompanhar os jovens que trouxe para a equipe", disse ele. Por isso, Ziemer continua viajando para lugares como Ba Wa Pin. "Todos os meus ex-colegas da Marinha trabalham para bandidos ligados ao governo", comentou ele, descrevendo ex-almirantes que trabalham para empresas privadas de defesa. "Eles vivem jogando golfe e passeando no Chesapeake em seus barcos. Em reuniões, eles zombam de mim. 'Olá, Z, continua salvando o mundo?' E eu respondo: 'Positivo, ainda estou salvando o mundo'". Histórias de vida mudadas pelo ebola 04/11/2014 - O Estado de S.Paulo Os pacientes chegam, com medo das pessoas usando trajes espaciais cujos rostos não podem ver. Eles aguardam resultados de exames, as próximas rodadas médicas, o surgimento ou desaparecimento de sintomas. Observam os que se recuperam sentar-se no pátio sombreado; outros, não. Eles rezam. Os trabalhadores oferecem remédios, refeições, doces e conforto. Eles tentam fazer os pacientes sorrirem. Com extremo cuidado, começam a aplicar injeções intravenosas. Espalham cloro vezes sem conta, cavam túmulos. Eles rezam. Estas são as pessoas em uma clínica de Ebola na Libéria rural. Dirigida pela organização humanitária americana International Medical Corps, a clínica foi erguida em setembro em uma floresta tropical. Agora emprega mais de 170 trabalhadores, um misto de moradores locais e estrangeiros, alguns voluntários. Há operários tentando ganhar dinheiro para suas famílias, estudantes universitários ajudando porque o Ebola fechou suas escolas, e médicos americanos que, após anos estudando os surtos, estão vendo os estragos do Ebola ao vivo pela primeira vez. Trabalham para um tempo depois do Ebola. Confira suas histórias. Steven Hatch, de 45 anos, médico de Boston. Em casa, o dr. Hatch é umespecialista em doenças infecciosas em Worcester, Massachusetts, e pai de gêmeos de 13 anos. “Vim para cá para procurar um emprego para ajudar minha família. Alguns tiveram medo de vir, e eu aproveitei a chance. Eu foco no meu trabalho. Não posso sentir nada ao trabalhar.” Otis Bah, de 41 anos, coveiro. Um de seus amigos mais próximos foi tratado por Ebola na clínica; quando morreu, Bah ajudou a enterrá-lo. “Eu levantava de manhã e rezava. De noite, eu rezava. Ao jantar, eu rezava. Rezava para melhorar. Ontem,disse: ‘Você, você está livre’. Eu dancei, eu pulei.” George Benyan, de 34 anos, sobrevivente do Ebola. Benyan contraiu o Ebola após carregar um amigo doente em uma maca. Depois, o teste de seu filho de 5 anos,William,deu positivo, e Benyan retornou à ala de Ebola para cuidar dele.O menino morreu dias depois. Agora cuida de acelerar os exames. “Sabemos que o tempo é essencial, porque alguém vai ficar durante a noite em uma ala de suspeitos se não fizermos as coisas com a maior presteza.” Pares Momanyi, 30, supervisora de enfermagem do Quênia. “Quando este Ebola eclodiu, as pessoas tinham medo de vir trabalhar aqui. Mas eu pensei: ‘Se nós liberianos recuarmos e dissermos que não vamos trabalhar, como se sentirão as pessoas que vêm do outro lado do mar para nos ajudar?” Tamba Shello, 26, guarda de segurança do portão. “Quando venho para o trabalho, eu rezo a Deus todo-poderoso para não ficar doente, para ficar forte e trabalhar.” |