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Medicamentos

Mercado aberto: Doença remediada
29/10/2014 - Folha de S.Paulo
Colunista: Maria Cristina Farias

Entre outubro de 2013 e setembro deste ano, foram comercializadas 1,6 milhões de unidades do Tamoxifeno, principal produto para o câncer de mama no Brasil.
O volume cresceu 78% nos últimos cinco anos, segundo a PróGenéricos, e responde por 25,2% do total vendido para o tratamento.


País é questionado na OMC sobre alta de subsídios para a indústria farmacêutica
29/10/2014 - Valor Econômico


O aumento de 525% na ajuda dada pelo governo brasileiro à industria farmacêutica em quatro anos teria se justificado pelo ritmo acelerado de crescimento do setor. Essa foi a explicação dada ontem pela delegação brasileira na Organização Mundial do Comércio a questões apresentadas por países-membros.

Indagado pelo Canadá sobre a alta de subsídios, de R$ 12 milhões em 2009 para R$ 75 milhões em 2012, o Brasil respondeu que, nos anos recentes, o mercado farmacêutico brasileiro cresceu mais de 10% por ano. Com isso, as companhias do setor têm tentado aumentar investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos como estratégia para reforçar a competitividade, elevando a demanda de fundos do programa BNDES Profarma Inovação.

A delegação brasileira na reunião do Comitê de Subsídios, chefiada pelo conselheiro Felipe Hees, respondeu a questões também dos Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia sobre uma serie de programas governamentais. A resposta em geral foi de que nenhum programa introduzido desde 2011 constitui subsídio que poderia ser considerado irregular pelas regras da OMC, ou como forma de discriminação entre produtos estrangeiros e domésticos.

Segundo a delegação brasileira, todos os programas visam aumentar eficiência energética e sustentabilidade da economia como um todo, expandir e modernizar a infraestrutura, proteger o consumidor, apoiar pequenas e medias empresas e reduzir disparidades regionais e sociais.

Os Estados Unidos, que fizeram várias perguntas sobre o Inovar-Auto, Plano Brasil Maior (2011-2014) e Programa de Desenvolvimento Produtivo, não pareceram muito convencidos e sinalizaram que podem voltar com mais questões no mesmo Comitê de Subsídios da OMC.

Sobre o programa de modernização da frota pesqueira, questionada pela Nova Zelândia, a delegação brasileira respondeu que o último desembolso ocorreu em 2010 e que ele está sendo redefinido pelo governo.


Droga para leucemia ajuda lucro da Novartis
29/10/2014 - O Estado de S.Paulo


A farmacêutica suíça Novartis divulgou resultados melhores que o esperado, com fortes vendas de sua droga para leucemia Glivec ajudando a compensar a concorrência dos genéricos para sua pílula para pressão arterial Diovan. As vendas subiram 4%, para US$ 14,7 bilhões, enquanto o lucro líquido por ação aumentou 10%.


Após quase dois anos, Aché terá presidente
29/10/2014 - O Estado de S.Paulo

Farmacêutica, que era dirigida por um colegiado, abandona formato de gestão compartilhada com a contratação de Paulo Nigro, ex-Tetra Pak Depois de quase dois anos à procura de um presidente executivo, a farmacêutica nacional Aché, uma das maiores do País, anunciou ontem a contratação de Paulo Nigro, que estava à frente da empresa de embalagens Tetra Pak, para o cargo. O executivo assumirá a nova função a partir do dia 3 de novembro.
A companhia, que pertence às famílias Dellape Baptista, Siaulys e Depieri, estava sem presidente desde fevereiro de 2013. Desde então, a farmacêutica era administrada por um comitê de gestão de três executivos, apoiados pelo presidente do conselho de administração, Adalberto Dellape Baptista.
Esse comitê foi criado após a saída do executivo José Ricardo Mendes da Silva, considerado o homem de confiança dos Depieri. Silva está à frente da BR Pharma, que pertence ao BTG, desde o fim do ano passado.
Em comunicado, Nigro afirmou que "encara com entusiasmo o novo desafio no Aché, uma empresa inovadora, que vive um momento extremamente positivo".
O Aché é considerado um dos laboratórios farmacêuticos mais rentáveis do Brasil.
Todo ano paga gordos dividendos aos seus controladores, segundo fontes de mercado.
No ano passado, a companhia encerrou com receita líquida de R$ 1,9 bilhão e lucro líquido de R$ 403,8 milhões. Há três anos, o Aché estava preparado para abrir capital na Bolsa, mas desistiu porque as condições de mercado não eram favoráveis.
Há dois anos, os controladores do Aché foram procurados por multinacionais para a vender o controle da empresa, mas, apesar de diversas ofertas de grupos importantes, o negócio não foi adiante. Ninguém se dispôs a pagar os altos preços cobrados pelos donos.
À época, fontes afirmaram que os controladores pediram cerca de R$ 15 bilhões pelo negócio, cerca de 25 vezes o Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia. Oficialmente, o Aché nunca confirmou que esteve à venda.
Outros negócios. Além da participação no laboratório Aché, os controladores mantêm importantes negócios independentes. A família Baptista, por exemplo, controla a Partage, de empreendimentos imobiliários. Os Siaulys possuem redes de hotéis de luxo, como o Unique. Os Depieri são investidores do mercado financeiro.
As famílias também estão entre os acionistas da BR Pharma, braço de varejo farmacêutico do BTG.
A farmacêutica engrossou nos últimos anos o movimento de consolidação do setor.
Em 2003, o laboratório incorporou a alemã Asta Médica do Brasil. Mas foi em 2005 que deu seu maior salto, com a compra da Biosintética Farmacêutica, que possibilitou à companhia entrar no segmento de genéricos - hoje os produtos são vendidos sob a marca Genéricos Biosintética.
Em 2010, a empresa adquiriu 50% da Melcon, de Anápolis (GO), marcando sua entrada em hormônios. O Aché também faz parte da Bionovis, superfarmacêutica criada com o apoio do governo federal para produzir medicamentos biossimilares, que tem entre seus sócios a EMS, Hypermarcas e União Química.
O Aché tem cerca 280 marcas de produtos em 690 apresentações de medicamentos sob prescrição, isentos de prescrição e genéricos. A empresa também atua em dermatologia e nutracêuticos, que oferecem margens mais altas.

Pesquisa e desenvolvimento

 

Pesquisa usa vermes contra doença celíaca
29/10/2014 - Folha de S.Paulo

Um grupo de pessoas com doença celíaca aceitou se submeter a uma terapia inusitada para tentar controlar o problema: uma infestação de vermes parasitas.

A doença celíaca é resultado de uma alteração no sistema imunológico que provoca um ataque desordenado de células do próprio doente ao seu intestino quando ingere glúten, proteína presente em alimentos à base de trigo, como, macarrão e pães.

Entre os sintomas estão diarreia crônica, inchaço, fadiga e até prejuízo de desenvolvimento em crianças.

Até agora, o único tratamento eficaz para doença celíaca é uma dieta sem glúten.

A terapia em teste usou o verme Necator americanus, um primo distante da lombriga. Mas, diferentemente dela, que mede até 30 cm, o necator fica em torno de 1 cm.

Entre sintomas da verminose estão febre, diarreia, baço e fígado aumentados e perda de peso.

O experimento foi feito na Austrália com 12 (corajosos) voluntários. Vinte larvas --número considerado seguro-- foram colocadas sobre a pele do braço dos pacientes.

Paul Giacomin, um dos autores do trabalho, da Universidade James Cook, explica que as larvas penetram a pele e viajam pela corrente sanguínea até o pulmão, onde se desenvolvem. Depois sobem as vias aéreas, são tossidas, engolidas e chegam, então, ao intestino, e lá se alojam

Os efeitos colaterais observados nos pacientes foram uma leve dor de estômago e pequena inflamação na pele --no local por onde as larvas penetraram. Giacomin conta que esses efeitos foram rapidamente sanados.

Em seguida, foi feita uma dessensibilização progressiva ao glúten: os pacientes começaram comendo uma quantidade bem pequena de macarrão (0,5 g) e chegaram, no final do período, à "generosa" porção de 100 g.

O papel dos vermes, segundo os cientistas, foi mudar o padrão de resposta do sistema imune ao glúten, de modo a reduzir a reação inflamatória causada pela proteína.

Dois dos 12 pacientes acabaram tendo reações adversas mesmo com baixas quantidades de glúten.

Por outro lado, ainda que o fim da pesquisa previsse o uso de remédios para acabar com a infestação por vermes, os outros dez pacientes nos quais a terapia foi bem-sucedida decidiram manter as "novas aquisições".

Para a secretária Rosalie Webb, 62, que participou do estudo, o glúten não faz falta, mas ela tem medo de ingerir a proteína acidentalmente por contaminação cruzada. Neste ano, por exemplo, ela visitou países na América do Sul, entre eles o Brasil, e teve dificuldade de achar comida sem glúten.

"Não fiquei doente nenhuma vez, o que é fantástico --talvez os vermes estivessem trabalhando!"

O investidor Hugh Sheardown, 64, também voluntário do estudo, considera que os vermes que ele carrega há cerca de dois anos são um "seguro" contra a ingestão acidental de glúten.

Cientistas, no entanto, são firmes ao dizer que o tratamento com larvas de necator é experimental e ainda não é uma alternativa viável à dieta sem glúten.

Os trabalho foi publicado no "Journal of Allergy and Clinical Immunology".


Refrigerante acelera envelhecimento das células, indica pesquisa
29/10/2014 - Folha de S.Paulo


O consumo de refrigerantes, além de contribuir para o aparecimento de diabetes e obesidade, também pode provocar envelhecimento precoce do material genético.

Cientistas americanos mostraram que, naquele país, quanto maior é o consumo de refrigerantes com açúcar, menores são os telômeros dos cromossomos das pessoas.

Cromossomos são estruturas do núcleo das células onde está abrigada a maior parte do material genético. Os telômeros ficam nas pontas dos cromossomos e são responsáveis por manter a capacidade de replicação do material genético, permitindo que células se dividam e substituam as que morrem.

Durante o envelhecimento, ocorre naturalmente o encurtamento dos telômeros, e os órgãos e tecidos perdem a capacidade de regeneração.

Os cientistas analisaram dados de 5.309 pessoas entre 20 e 65 anos, sem diabetes ou doenças cardiovasculares.

As mesmas pessoas haviam respondido a uma pesquisa de hábitos alimentares, além de terem o tamanho dos telômeros de células brancas do sangue avaliados entre 1999 e 2002.

Na pesquisa, 21% dos adultos do estudo ingeriam 591 ml ou mais por dia de refrigerantes com açúcar. Segundo os autores, o hábito dessas pessoas custa aos telômeros o equivalente ao provocado por 4,6 anos de envelhecimento.

O consumo de bacon e embutidos como linguiça e salsicha, segundo a epidemiologista Cindy Leung, idealizadora do estudo, também contribui para o encurtamento dos telômeros.

Uma das limitações do estudo é que foi analisada apenas a ingestão de bebidas com açúcar, e não a quantidade de açúcar ingerida em outros alimentos. O trabalho foi publicado no "American Journal of Public Health".


Como viajam os vírus
28/10/2014 - Carta Capital


As ferrovias são uma das invenções mais importantes da humanidade. Mas elas podem transportar coisas ruins assim como boas, e entre essas últimas estão as doenças. Em particular, como sugere um trabalho que acaba de ser publicado na revista Sfczencepor uma equipe liderada por Oliver Pybus, da Universidade de Oxford, e Philippe Lemey, da Universidade de Leuven, na Bélgica, elas tiveram papel crucial na disseminação inicial do vírus HIV, que causa a Aids.

Os doutores Pybus e Lemey vêm investigando a origem dessa infecção. A maioria dos casos é causada pelo Hl V-l, originalmente um vírus do chimpanzé. O Hl V-l, porém, possui diversas variedades, muitas das quais são raras, e somente uma, o grupo M, tornou-se epidêmica. Os pesquisadores queriam compreender por quê.
0 HIV evolui depressa. Isso tem duas consequências úteis para a ciência. Uma é que se podem desenhar árvores genealógicas que mostram não apenas o que deriva do quê, mas também (porque o ritmo de mudança genéticaé razoavelmente constante) quando os vários ramos divergiram. A outra é que o genótipo do vírus varia de lugar para lugar, dependendo de onde ele chegou primeiro. Isso significa que é possível rastrearsua disseminação com certo detalhe, o que os pesquisadores fizeram.

Eles confirmaram duas suspeitas. Uma é de que o ancestral comum do grupo M data da década de 1920. A outra é de que ele se originou em Kinshasa (então chamada Léopoldville), no antigo Congo Belga, que hoje é a República Democrática do Congo. A análise descartou outros pontos de origem hipotéticos, como Bra-zzaville e Pointe-Noire.

0 que aconteceu antes e depois da origem do grupo M, porém, é intrigante. O ancestral do grupo parece ter
vindo de Camarões, cujos chimpanzés têm vírus mais semelhantes a ele. Algum tempo antes da Primeira Guerra Mundial, alguém de lá (provavelmente umcaçador) foi infectado, possivelmente por contato direto com o sangue do chimpanzé. (A transmissão de patóge-nos de animais para pessoas dessa maneira também é considerada responsável pela atual epidemia de ebola.) Então, é provável que ele tenha viajado para o sul pelo Rio Sangha, que era usado para o comércio de borracha e marfim entre o Congo e Camarões.

Ao chegar a Kinshasa, ocorreu o grande surto do grupo M. Antes da independência do Congo, em 1960, essa cidade era o centro de uma extensa rede comercial. Uma mistura de tráfego pelo rio (especialmente pelo Congo e o Kasai) e por ferrovias que se estendiam até Ki-sangani e Lubumbashi (mapa).

Mas, apesar de se difundir, o vírus não arece ter sido comum. Também é possível extrair da árvore genealógica informação sobre sua prevalência em uma população. Aquantidade de infecção não parece aumentar mais depressa que a população humana até cerca de 1960. Então ogrupo M disparou - primeiro na Africa (embora tenha permanecido indetectado pela ciência médica) e mais tarde no resto do mu ndo. Isso aconteceu quando profissionais do Haiti que foram ajudar no Congo depois da independência o levaram pa-
ra casa e depois o disseminaram pelos Estados Unidos, onde chamou a atenção de médicos em 1981.

0 que essa análise geográfica não aborda é porque o ritmo da infecção aumentou simultaneamente em vários lugares mais ou menos na época da independência do Congo. Nisto, o grupo M difere da próxima variedade mais disseminada, o Hl V-l, grupo O. Esse também disseminou-se durante o século XX, e em um ritmo semelhante ao do grupo M até seu surto de crescimento na década de 1960, mas o fez na Africa Ocidental, e não na Africa Central.

Duas hipóteses foram apresentadas para explicar essa discrepância. Uma é que o grupo M produziu uma mutação que de algum modo modificou sua relação com a humanidade, levando vantagem. A outra é que alguma coisa que as pessoas começaram a fazer naépoca deu ao grupo M um empurrão especial.

Os doutores Pybus e Lemey acreditam
que foi a última. Eles acham implausível que a mutação necessária pudesse ter acontecido simultaneamente em todo o âmbito do grupo M - que teria de ser o caso, segundo sugerem seus dados. Em vez disso, eles suspeitam que a mudança foi humana.

Um fator pode ter sido o caos que acompanhou a independência do Congo, que incentivou mulheres pobres a recorrerem à prostituição. A reutilização descuidada de agulhas hipodérmi-cas em clínicas de doenças sexualmente transmissíveis é outra possibilidade. Mas as ferrovias não parecem ter desempenhado um papel nessa parte da história. Depois da independência, a rede se desfez. O grupo M, em contraste, continuou a ganhar força. 


Saúde



Ribeirão Preto promove o combate ao AVC
29/10/2014 - DCI

Vai até 2 de novembro, em todo o País, a Campanha Nacional de Combate ao Acidente Vascular Cerebral (AVC). Em Ribeirão Preto, a campanha começa hoje, Dia Mundial do AVC, com programa especial.

Na Praça XV de Novembro, haverá orientação à população sobre os fatores de risco da doença. Profissionais do Hospital das Clínicas e alunos da Liga de Neurologia da FMRP-USP distribuirão panfletos e farão teste de glicemia e pressão arterial, além de tirar dúvidas, mostrar como se prevenir e adotar uma alimentação saudável. O evento é promovido pelo Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) em parceria com a Rede Brasil AVC.

No dia 31, será realizado no auditório do Centro de Convenções de Ribeirão Preto, o "III Simpósio Internacional do Dia Mundial do AVC, que contará com a participação, via teleconferência, de palestrantes dos EUA, Holanda e Canadá, além de médicos de Porto Alegre e de Ribeirão que discutirão atualizações, tratamento e reabilitação do AVC.

Segundo o Ministério da Saúde, a cada 5 minutos um brasileiro morre de AVC: são mais de 100 mil por ano. Só no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, todo mês, são 150 casos. A boa notícia é que há tratamento e prevenção.

O neurologista da Emergência do HC, Octávio Marques Pontes Neto, diz que controlar os fatores de risco é uma forma de prevenir. "Dá para reduzir em até 80% as chances da doença para adultos e, principalmente, nos pacientesacima dos 60 anos", explica ele.



Globalização de doenças
29/10/2014 - O Globo


O ebola não está só. Outros 12 mil surtos pegaram o planeta de surpresa entre 1980 e 2013, afetando cerca de 44 milhões de pessoas, segundo um levantamento divulgado ontem pela Universidade de Brown, nos EUA. A tendência é que esta erupção de casos seja cada vez maior. Há, no entanto, uma notícia positiva — a proliferação de doenças está provocando menos vítimas.

O aumento da população e a globalização faz com que os agentes causadores de doenças circulem muito mais rapidamente, trocando de continente do dia para a noite. Com as crescentes intervenções no meio ambiente, microorganismos que antes viviam isolados entram em contato com o homem causando doenças. O ebola, por exemplo, pode ter vindo de morcegos.
O estudo revela que 65% das doenças detectadas no levantamento são zoonoses, ou seja, vêm de animais. Ao todo, estas doenças causaram cerca de 56% dos surtos desde 1980.
— A população está cada vez mais interligada, inclusive com a vida selvagem, que é hospedeira de agentes capazes de produzir doenças — explica Katherine Smith, coautora do estudo e professora assistente do Depar tamento de Biologia de Brown. — Estas conexões cr iam oportunidades para os patógenos mudarem de hospedeiros e atravessarem fronteiras.
Infectologista e diretor clínico do Grupo Fleury, Celso Granato destaca a facilidade com que os surtos podem ser transportados mundo afora.
— Milhares de viagens aéreas são feitas por dia. Se eu te der US$ 10 mil, você pode ir para qualquer lugar do mundo e está exposto a uma infecção — relata.
As doenças que provocam os surtos também podem são típicas de cada região. Em alguns países pobres, por exemplo, a falta de informações cria resistências a campanhas de vacinação contra o sarampo e a poliomelite, entre outras doenças.
As precárias condições higiênicas também facilitam o surto de doenças nas nações pobres.
— A falta de saneamento básico deixa a população em constante contato com a água contaminada e o esgoto — lembra Anna Caryna Cabral, infectologista do Hospital Pedro Ernesto. — É um cenário que proporciona a difusão de casos de leptospirose, dengue e malária, entre muitas doenças.
Os meios de produção de alimentos também permitem mudanças de hospedeiros de doenças. A granja, segundo Granato, é um ambiente de "promiscuidade" para disseminação de patógenos entre as espécies. Dez anos atrás, por exemplo, o H5N1, uma cepa mortal da grive aviária, provocou pelo menos 375 mortes, a maioria na Indonésia, Egito e Vietnã.

MAIS SURTOS NO SÉCULO XXI
A virulência dos surtos, porém, está diminuindo. Segundo Katherine, os centros de pesquisa estão detectando os focos de doenças com cada vez mais velocidade e eficiência.
Entre 1980 e 1985, o estudo da Universidade de Brown registrou menos de mil surtos. Entre 2005 e 2010, foram quase 3 mil. Nestes períodos, o número de doenças responsáveis por esta erupção de casos aumentou — eram menos de 140, e passaram para 160.
Para coletar estes dados, a equipe de Katherine recorreu a um leque de informações, como o PIB de cada país, o tamanho da população e o acesso à informação, seja pela liberdade de imprensa ou pelo uso da internet.
— Registramos mais surtos nos países desenvolvidos, como EUA, Canadá e na Europa Ocidental, porque neles há mais recursos para consulta e combate às doenças — avalia a pesquisadora. — Por outro lado, acredito que há muitos surtos desconhecidos nas nações em desenvolvimento.
Na América Latina, Brasil e México estão no topo do registro de surtos. Katherine ainda não analisou os motivos, mas acredita que, por aqui, isso ocorre devido à grande presença de agentes transmissores de doenças.
Granato acredita que o país tem condições para investigar grandes focos de doenças.
— Além do acesso à informação, o sistema de saúde funciona razoavelmente bem, e o índice de vacinação é eficiente — calcula. — São fatores que permitem a identificação de surtos. Mas ainda temos dificuldades para combater alguns deles. A dengue, por exemplo, é um problema crônico. E a chegada do vírus do chikungunya, que está no Caribe e também é transmitido pela picada de um mosquito, afundaria o país.
A tendência de aumento no número de surtos não assombra Granato, caso as doenças sejam monitoradas de perto.
— O sistema de vigilância é muito maior do que no passado — assinala. — A gripe, por exemplo, é estudada em 40 países, permanentemente alertas a qualquer mutação do vírus. Talvez não tenhamos vacina para todos eles, mas sem dúvida a fabricação será acelerada.
DOENÇAS COM MAIS FOCOS
O vírus, aliás, é um dos mais recentes vilões do planeta. O chikungunya figura entre as dez doenças que causaram mais surtos entre 2000 e 2010. O ranking é liderado pela salmonela, seguida por e. coli, gripe A, hepatite, antraz, shigelose, tuberculose e triquinose.
A campylobacter, a cryptosporidiosis e a hepatite E, que estavam entre as doenças que causavam mais surtos nas décadas passadas, foram riscadas da nova seleção.
— É muito difícil saber quais vírus podem levar a um surto — admite Granato. — Três anos atrás, não acreditaria que o chikungya causaria um estrago tão grande.
Katharine realizou sua pesquisa com base no registro de surtos da Rede Global de Doenças Infecciosas e Epidemiologia ( Gideon, na sigla em inglês). Agora, ela pretende recorrer à mesma fonte para cumprir a segunda etapa do seu estudo — o modo como as mudanças climáticas e do uso do solo vão influenciar as doenças infecciosas:— Um mundo mais quente, com paisagens alteradas e mais urbano terá um novo modo de se relacionar com as doenças.



Mali coloca 82 pessoas em observação por suspeita de ebola
28/10/2014 - Portal Valor Econômico


SÃO PAULO - A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta terça-feira que 82 pessoas estão em observação no Mali por terem estado em contato com a criança que morreu de ebola no país na semana passada, embora, por enquanto, nenhuma delas tenha apresentado sintomas da doença.

Entre as pessoas monitoradas, estão 11 profissionais de saúde.

O porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic, explicou em entrevista coletiva que permanecem no Mali três especialistas da OMS. Dois deles viajaram para Kayes, a cidade onde morreu a menina.

A criança contraiu a doença na Guiné, onde vivia, e após a morte de seu pai e de sua avó paterna, a avó materna decidiu levá-la ao Mali onde reside. Durante a viagem, a menina apresentou sintomas da doença, como febre alta, vômitos e sangramentos, e, por isso, pode ter infectado outras pessoas.

A menina viajou de ônibus com a avó e foi internada na cidade de Kayes no dia 20 de outubro, mas morreu quatro dias depois.

Outros cinco especialistas devem chegar nas próximas horas tanto vindos de Genebra quanto do escritório regional da OMS para ajudar nas tarefas de detecção e controle de eventuais contatos.

Jasarevic explicou que os especialistas estão treinando as equipes médicas e funerárias sobre como evitar o contágio. Segundo ele, até o momento, a avó não apresentou sintomas.

O porta-voz lembrou, porém, que o período de incubação é de até 21 dias.

A menina de dois anos foi a primeira vítima de ebola diagnosticada no Mali, o terceiro país da África a ter registrado um caso da doença vindo de um dos três países mais afetados: Guiné, Libéria e Serra Leoa.

Também houve registro de ebola na Nigéria e no Senegal, mas os países superaram a epidemia de ebola ao rastrearem e monitorarem todos aqueles em contato com infectados.

(Folhapress)


Campanha em SP dará orientações sobre acidente vascular cerebral
29/10/2014 - Folha Online


Nesta quarta (29) é celebrado o dia mundial de combate ao AVC –acidente vascular cerebral–, doença que em dois terços dos casos deixa sequelas.
Para alertar a população para os riscos e características do AVC, a iniciativa, "Assine Contra o AVC" orientará a população nesta quarta (29), das 7h às 13h30, em dois pontos da cidade de São Paulo: no vão livre do Masp, na avenida Paulista, e na estação de metrô Barra Funda.
A doença afeta mais mulheres do que homens e está relacionada a fatores de risco como hipertensão arterial elevada, fumo, colesterol elevado e diabetes.
Entre as primeiros sinais e sintomas que podem ser observados no paciente estão a fala "enrolada", a perda de força muscular de um braço ou perna, desmaios e alterações transitórias ou progressivas dos sentidos.
Na suspeita de AVC, atendimento especializado deve ser procurado.
FIBRILAÇÃO Uma das causas da modalidade mais comum do AVC –a isquêmica– é uma arritmia cardíaca chamada de fibrilação atrial.
Com a arritmia, uma condição silenciosa, é mais fácil que um coágulo vá parar nos vasos sanguíneos do cérebro, provocando a interrupção total ou parcial do fluxo de sangue –a chamada isquemia– que culmina no AVC.
Segundo Ricardo Pavanello, cardiologista do Hospital do Coração, para tratar e até mesmo prevenir esse tipo de AVC –que é mais comum nos idosos– pode ser prescrito, de acordo com avaliação e indicação médica, um anticoagulante.
O anticoagulante tem por finalidade "quebrar" o coágulo ou mesmo impedir sua formação, permitindo o adequado fluxo sanguíneo no cérebro.
A fibrilação pode ser percebida ao se investigar a pulsação do paciente, ou mesmo com um eletrocardiograma, exame rápido, barato e amplamente disponível.




 

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