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Medicamentos

 

Cápsulas fecais curam infecção por bactéria específica em 90% dos pacientes
13/10/2014 - O Globo Online

Um estudo preliminar publicado no JAMA (Journal of the American Medical Association) demonstra o potencial para o tratamento de infecção recorrente pela bactéria Clostridium difficile com matéria fecal encapsulado congelado administrado por via oral, diz o site “Medical News Today”.

Esta bactéria afeta o sistema digestivo e pode levar ao inchaço grave do intestino e à inflamação do cólon. A infecção recorrente por CDI é considerada uma das principais causas de doença e morte em todo o mundo, com um recente aumento significativo do número de pacientes adultos e crianças afetados.

A Clostridium difficile é responsável por 15 a 25% de todos os episódios de diarreia associada a antibióticos. Seus sintomas são desagradáveis e podem incluir diarréia aquosa (três ou mais evacuações por dia durante dois ou mais dias), às vezes com manchas de sangue; febre; perda de apetite; náusea e dor abdominal ou sensibilidade.

A C. difficile produz esporos que são passados para fora do corpo nas fezes e podem sobreviver por muitas semanas, às vezes meses, em superfícies, equipamentos ou materiais. A bactéria pode ser transmitida por qualquer um que entra em contato com a superfície contaminada.

O tratamento padrão da infecção é com antibióticos, como o metronidazol ou a vancomicina, mas esses remédios têm sido cada vez mais associados a falhas no tratamento, com a infecção retornando em cerca de 20% dos pacientes.

Um procedimento chamado transplante de microbiota fecal (FMT, na sigla em inglês), que consiste em transplantar as fezes de um doador classificado como saudável para um indivíduo infectado, já havia se mostrado eficiente para erradicar a infecção, as recaídas e para restaurar a flora intestinal saudável.


Inicialmente, aspectos práticos e questões de segurança impediram o uso generalizado desse processo.

Mas estas preocupações foram superadas no estudo de utilização de matéria fecal congelada produzida por doadores saudáveis cuidadosamente selecionados doadores, que não estavam relacionados com os pacientes infectados.


 



Pesquisa e desenvolvimento

 

Cientistas recriam Alzheimer em laboratório para testar drogas
14/10/2014 - O Globo

O mal de Alzheimer, uma doença sem cura conhecida, foi vista em um modelo tridimensional por cientistas americanos em laboratório. O estudo, já considerado revolucionário, foi possível com a mistura de um gel com neurônios que vêm de célulastronco embrionárias, carregadas com mutações normalmente associadas à doença.
Desta forma, uma equipe liderada por pesquisadores da Universidade de Harvard acompanhou a formação de estruturas características do Alzheimer, as placas senis e emaranhados neurofibrilares. Os resultados da pesquisa foram descritos anteontem na versão on- line da revista “Nature”.
Os pesquisadores usaram, com sucesso, inibidores para bloquear a formação das estruturas típicas no modelo da doença. Agora, a meta é testar como 1,2 mil medicamentos já disponíveis no mercado agiriam naquela estrutura que reproduz o cérebro com Alzheimer. É possível que alguns tratem ou interrompam a progressão da condição neurodegenerativa.
— É plausível imaginar que algumas dessas drogas, que estão no mercado para combater outras doenças, tenham um efeito benéfico também no combate ao Alzheimer — descreve Stevens Rehen, neurocientista da UFRJ e do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, que não participou da pesquisa. — Se isso ocorrer, um novo medicamento contra a doença pode ser descoberto.
Testes na estr utura 3D montada em Harvard podem rastrear o desempenho dos remédios entre seis e oito semanas. Em camundongos, animais normalmente usados em pesquisas científicas, o mesmo processo duraria cerca de um ano e seria até dez vezes mais caro.
Dois fatores contribuem para o processo neurodegenerativo do Alzheimer — o acúmulo de placas da proteína betaamiloide e um emaranhado formado por outra proteína, a Tau, que intoxica as células nervosas saudáveis. Ainda não se sabia, porém, qual destes fenômenos ocorria primeiro.
Os pesquisadores descobriram, com seu modelo, que a beta- amiloide “inaugura” a degeneração. A partir de agora, os cientistas podem analisar separadamente os processos que ligam a ação dessas duas proteínas.
O modelo de pesquisa da “doença em uma placa” é uma forma emergente de compreender enfermidades que não podem ser analisadas com precisão em animais. A técnica já foi usada com sucesso para entender o desencadeamento da esclerose lateral amiotrófica (ELA).
Apesar de sua utilidade, o sistema criado na placa não conta com componentes cruciais, como as células do sistema imunológico, que exercem um papel importante quando começa a devastação provocada pelo Alzheimer. De qualquer forma, o mérito da nova técnica de pesquisa é sua forma rápida de conduzir novos testes.
MODELO MAIS COMPLEXO
Autor principal da pesquisa, Doo Yeon Kim, professor de Neurologia da Universidade de Harvard, reconhece que sua equipe criou apenas uma “fatia” de cérebro, e não uma estrutura completa. No entanto, a estrutura poderá ser útil para pesquisar outras enfermidades.
— Queremos desenvolver modelos mais complexos, que considerem os impactos no sistema imunológico, mas sabemos que nossa tecnologia tridimensional já é útil para analisarmos outras doenças neurodegenerativas.

 





Saúde

 

 
Pânico é mais rápido que ebola, afirma OMS
14/10/2014 - Folha de S.Paulo

Pânico e rumores sobre o ebola estão se espalhando mais rapidamente que o vírus, afirmou nesta segunda-feira (13) a diretora-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Margaret Chan.

"Eu nunca vi uma doença infecciosa contribuir tão fortemente para a potencial falência de um Estado".

A epidemia já matou mais de 4.000 pessoas, a grande maioria na Guiné, na Libéria e em Serra Leoa.

"O ebola gera medo quase universalmente. E o medo amplia as rupturas sociais e os prejuízos econômicos muito além das zonas afetadas pela epidemia", disse.

O alerta foi feito em meio a uma desavença entre profissionais de saúde e autoridades sanitárias dos EUA.

No domingo, foi confirmada a infecção de Nina Pham, 26, enfermeira que tratou de Thomas Duncan, liberiano que morreu na quarta-feira.

Ela foi isolada e passa por tratamento no Hospital Presbiteriano de Saúde do Texas. Seu quadro clínico é estável.

No mesmo dia, Thomas Frieden, diretor do Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês), afirmou que a infecção foi causada por uma "falha no protocolo de segurança", gerando reações de profissionais da área.

A diretora do maior sindicato de enfermeiros dos EUA, Rose Ann DeMoro, afirmou que "enfermeiros de vários hospitais estão alarmados com o que veem em seus locais de trabalho."

Pesquisa feita pela União Nacional de Enfermeiros aponta que, entre 2.000 profissionais, 76% afirmam que os hospitais em que trabalham ainda não comunicaram os funcionários sobre como agir em casos da doença.

O diretor do CDC se desculpou. "As pessoas na linha de frente estão lutando contra o ebola. O inimigo aqui é o vírus, não é uma pessoa, um país, um hospital."

MONITORAMENTO

O CDC informou que, após a divulgação do caso da enfermeira infectada, os profissionais que atenderam Duncan no isolamento serão monitorados.

Ainda não está claro como Pham pode ter sido contaminada. "Temos que repensar a forma com que lidamos com o controle do ebola, porque mesmo um único caso de infecção é inaceitável", disse.

Para Frieden, o alvo de maior preocupação é a saída dos funcionários da área de isolamento do hospital. Mais de 50 pessoas ajudaram nos cuidados com o paciente.

Na Espanha, onde uma auxiliar de enfermagem também foi infectada, o diretor do hospital responsável pelo tratamento afirmou que o país terá superado o risco da doença no dia 27 de outubro caso nenhuma das pessoas que tiveram contato com ela apresente sintomas do ebola.


Novo exame descarta caso suspeito da doença no Brasil
14/10/2014 - Folha de S.Paulo


O resultado do segundo exame laboratorial feito em Souleymane Bah, 47, primeiro caso suspeito de ebola no Brasil, também deu negativo nesta segunda-feira (13), o que descarta em definitivo a possibilidade de infecção do paciente da Guiné pelo vírus.

Bah chegou ao Brasil em 19 de setembro, vindo da Guiné ""um dos países da África ocidental mais afetados pela doença no momento.

Na quinta-feira (9), o paciente deu entrada em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Cascavel (PR), relatando febre, tosse e dor de garganta.

Desde que foi admitido e isolado na UPA, porém, o paciente não apresentou nenhum sintoma característico do ebola --como febre, hemorragia e vômitos.

Um primeiro teste, feito na sexta-feira (10), deu resultado negativo para infecção por ebola. Pelo protocolo, no entanto, um segundo exame deveria ser feito 48 horas após o primeiro para descartar a doença. O resultado deste segundo exame foi divulgado, na tarde desta segunda (13), pelo ministro Arthur Chioro (Saúde).

Descartada a doença, será desmontado o esquema que monitorava, desde quinta (9), as dezenas de pessoas que tiveram contato com Bah --na UPA e no local onde ele mora-- e o eventual surgimento de febre e outros sintomas para o ebola.

A alta do paciente, segundo Chioro, vai depender dos médicos que atendem Bah no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (RJ). Testes rápidos feitos no paciente já descartaram malária, dengue e HIV.

O ministro afirmou que o governo pretende ampliar a divulgação de informações sobre o ebola entre companhias aéreas e funcionários de portos.


EUA devem repensar abordagem de controle do Ebola, diz diretor do CDC
13/10/2014 - Portal Valor Econômico

WASHINGTON - Os Estados Unidos devem repensar a abordagem feita para o controle do ebola, disse nesta segunda-feira o diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), Tom Frieden. Em coletiva de imprensa, Frieden disse que não descarta outros casos da doença no país, principalmente entre as pessoas que tiveram contato com Eric Duncan, que morreu em um hospital em Dallas depois de ser infectado na Libéria. No fim de semana, uma enfermeira que cuidou de Duncan foi diagnosticada com a doença. “É possível que os funcionários dos centros de tratamento contaminem uns aos outros ao tirarem as roupas de proteção. Me sinto péssimo quando um profissional do sistema de saúde pega a doença tentando salvar vidas”, disse Frieden, acrescentando que as autoridades ainda estão investigando como a enfermeira contraiu o ebola.


É preciso conter o medo da população diante do ebola
14/10/2014 - Folha de S.Paulo


Nos últimos meses, o trabalho do epidemiologista nigeriano Chikew Ihekweazu consistiu em atender infectados pelo ebola em Serra Leoa e na Libéria, que enfrentam uma epidemia da doença.

Consultor do Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis, com sede na África do Sul, ele avalia que, além de combater a propagação do vírus, outro desafio é lidar com o medo da população.

Aponta ainda a razão do número expressivo de vítimas em decorrência da atual epidemia. Segundo a OMS, já são mais de 4.000 mortos.

"Antes, os casos eram detectados em áreas rurais. Agora, chegaram às zonas urbanas", disse o epidemiologista, que participou na semana passada da conferência TED Global, no Rio.

Ex-funcionário do instituto Roberth Koch, da Alemanha, e da Agência de Proteção à Saúde, da Inglaterra, o nigeriano afirmou que a melhor proteção contra o contágio "não é fechar as fronteiras, mas ajudar no tratamento das vítimas da África".

Sobre a progressão do ebola, ele subestima as chances de uma epidemia em outros países como o Brasil. "O ebola é um vírus difícil de se propagar. Não acho que a doença se alastrará pelo mundo."

Folha - Por que dessa vez há tantos infectados?
Chikew Ihekweazu - O que mudou nos últimos anos não foi o vírus, mas o contexto. Normalmente, o ebola era detectado em pequenas comunidades rurais, o que facilita o controle. Agora, os pacientes moram também em zonas urbanas. Em uma cidade como Monróvia [capital da Libéria], há favelas como as do Brasil. É muito mais difícil controlar a situação em um cenário assim.

Qual tem sido a frequência das epidemias de ebola na África?

Os surtos são raros. Nos últimos dez anos, houve cinco ou seis epidemias na África. Os casos anteriores foram registrados no centro e sul do continente, em países como Congo e Sudão. Nunca em Serra Leoa ou Libéria, ambos no oeste. Por isso, todos foram surpreendidos e não sabiam realmente o que fazer.

Qual situação o sr. encontrou nos dois países?

Libéria e Serra Leoa passaram por grande instabilidade política. São países com infraestrutura muito frágil e sistemas de saúde precários. Na Libéria, por exemplo, existe um médico para cada 100 mil pessoas. Assim como na Espanha e EUA, o grande desafio é conter o medo da população. Na Libéria e em Serra Leoa, a situação é ainda pior. Como não há confiança no sistema de saúde, muitos infectados preferem lidar sozinhos com o problema em casa. Esse é o grande risco. É dessa forma que a doença se propaga com velocidade.

A comunidade internacional demorou a agir?

Sim, e todos sabem disso. O importante é que agora há um empenho em ajudar. Investir em saúde na África não é apenas caridade. Assim como outras doenças contagiosas, o ebola não respeita fronteiras.
Ajudar as vítimas é a melhor forma de proteger o resto do mundo.

A atual epidemia pode se alastrar por outros continentes?
O ebola é um vírus difícil de se propagar. É necessário ter contato com fluidos corporais, como sangue e suor, de um paciente infectado. Além disso, o vírus não é transmitido no período de incubação, apenas quando o paciente já apresenta os sintomas. É possível surgir um ou dois casos, mas não acho que se alastrará. Na Europa, por exemplo, os funcionários usam roupas adequadas e adotam os procedimentos necessários. Com boa estrutura, é muito mais fácil conter a doença.

Se o ebola chegar ao Brasil, qual seria o conselho do sr. para as autoridades do país?

O Brasil tem profissionais muito competentes na área de saúde. A Fiocruz, por exemplo, é uma instituição de fama internacional, reconhecida por sua capacidade de lidar com doenças contagiosas.
Há investimentos na área da saúde. Cheguei a visitar uma UPA no Rio, além da Fiocruz. O sistema pode não ser perfeito, mas parece ao menos haver alguma preocupação com o assunto.

O sr. tem medo de ser infectado pelo ebola?

É um risco calculado. Na maior parte do tempo, estamos bem protegidos durante o contato com pacientes. Sendo muito sincero, um cidadão da Nigéria como eu tem muito mais risco de morrer em um acidente de carro do que contaminado por ebola.


 

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