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Medicamentos
Similar será opção a droga de referência Pequenas e invencíveis 10/10/2014 - Valor Econômico Há poucos meses, o Instituto de Infectologia do Hospital Emílio Ribas, de São Paulo, publicou uma cartilha com oito recomendações sobre um tema aparentemente simples: o uso de antibióticos. Mas, em tempos de tanta complexidade na medicina e na ciência, ser simples não tem nada a ver com ser inofensivo. O consumo indiscriminado desses medicamentos é apontado como uma das mais importantes causas da propagação das chamadas "superbactérias". A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica as infecções provocadas por esses micro-organismos como um grave problema de saúde pública e diz que a humanidade vive a "era pós-antibiótico". No mês passado terminou o prazo para a consulta que a OMS fez aos 114 países que participaram do estudo "Antimicrobial resistance: global report on surveillance". Com base nessas informações, no próximo ano será lançado o Plano Mundial Contra a Resistência aos Antimicrobianos, um esforço global entre cientistas e governos para combater a ameaça. "É uma luta de vida contra vida", diz a infectologista Rosana Richtmann, do Emílio Ribas, uma das maiores especialistas do país no assunto. Seres humanos e bactérias dependem uns dos outros para viver. Existem milhares de tipos desses organismos. A maior parte é inócua e ajuda a vida dos humanos, das plantas e dos animais. Aquelas que vivem nos intestinos, por exemplo, são fundamentais para a digestão dos alimentos e a produção de vitaminas. Outras são responsáveis pelos nutrientes de vegetais. E foram elas que, de certa forma, deram vida ao planeta, há bilhões de anos, permitindo que o oxigênio fosse mantido na atmosfera terrestre. Mas a versão turbinada desses organismos unicelulares costuma ser fatal. Infecções que em poucos dias poderiam ser tratadas e curadas se tornam indomáveis e causam a morte dos pacientes. Entre elas, diarreias, pneumonias, infecções urinárias e a gonorreia. O problema, que a OMS define como uma ameaça real no século XXI e não mais uma "fantasia apocalíptica" para o futuro, resulta da impossibilidade de combater esses micro-organismos. As bactérias sofrem mudanças, passam a identificar os inimigos e criam escudos que as protegem deles. As vulneráveis desaparecem. As resistentes se multiplicam e transmitem à nova geração essa imunidade. Quando foram identificados os primeiros casos, na década de 1990, os cientistas atribuíam essa resistência à seleção genética. Atualmente se sabe que partículas de DNA (ácido desoxirribonucleico) transmitem as informações genéticas entre esses micro-organismos e, em casos específicos, produzem enzimas especiais que as protegem dos antibióticos. É difícil calcular as perdas humanas e os custos materiais das doenças cuja origem é atribuída às superbactérias. O estudo da OMS estima que o sistema de saúde americano gaste entre US$ 21 bilhões e US$ 34 bilhões por ano com doenças resistentes aos antibióticos. O mesmo documento diz que essas doenças podem custar entre 0,4 e 1,6% do PIB de um país. As somas fabulosas, entretanto, não ajudam a sanar o problema. Também nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês de Center for Diseases Control and Prevention) já foram identificadas 17 tipos de superbactérias para as quais não há antibióticos. No Brasil, a situação é igualmente grave. "Já existem em São Paulo bactérias completamente intratáveis. Nos casos em que elas chegam ao sistema nervoso central não há o que fazer", afirma o vice-diretor médico do HCor, o infectologista Pedro Mathiasi Neto. No Brasil, a assessoria de comunicação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) forneceu dados de 2012, ano em que foi registrado um total de 11.731 notificações de IH (infecção hospitalar) provenientes das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de 1.128 hospitais brasileiros localizados em 25 unidades da Federação. O Sudeste concentra 59% das notificações e 54% dos hospitais que realizaram notificação, enquanto o Norte possui 6% das notificações e 6% dos estabelecimentos. Quanto ao consumo de antibióticos, embora desde 2011 a venda seja controlada por meio de receitas médicas, ainda não há dados. "A escrituração dos dados das receitas aviadas nas farmácias e drogarias no SNGPC [Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados] passou a vigorar em 16 de abril de 2013. Assim, não existem ainda séries históricas suficientes para a avaliação mais robusta sobre o perfil de prescrição e de uso dos antimicrobianos", informa a assessoria. No entanto, números divulgados por consultorias como a IMS Health apontam que os antibióticos são o quinto tipo de remédio mais vendido no mundo. Em 2013, o consumo bateu na cifra de US$ 40 bilhões, dos quais mais de US$ 1 bilhão só no Brasil. Segundo a infectologista do Emílio Ribas, a maioria das prescrições é equivocada, portanto inútil. "Acontece que o próprio paciente, quando chega ao consultório com uma inflamação na garganta, espera sair de lá com uma receita de antibiótico. Ele não tem uma infecção, tem um vírus e não precisa do antibiótico. Se ele tomar esse medicamento, vai matar as bactérias que naquele momento o ajudam a melhorar sua imunidade. E, pior, estimulará as mutações que se tornarão mais e mais resistentes", afirma Rosana Richtmann. Em julho de 2009, o advogado Cesar Monteiro foi ao dentista para uma limpeza nos dentes. Na raspagem houve um pequeno sangramento. Dois dias depois da consulta, ele começou a se sentir mal, perdeu o apetite, passou a ter febre diariamente. Procurou o médico da empresa onde trabalha e o diagnóstico foi gastrite. Como a febre não cedia, passou a tomar, por conta própria, um analgésico e antitérmico. Mas só piorava e resolveu procurar outro médico. Saiu da consulta com uma requisição para fazer um exame de sangue naquela mesma hora. Do laboratório foi, sem escalas, para a UTI de um hospital em Brasília, onde mora. "Naquela hora, eu até não me sentia tão mal. Só que dali em diante só piorei", conta. Durante uma semana, os médicos tentaram descobrir qual era a bactéria que se espalhava pelo corpo do advogado de 62 anos, provocando septicemia. "Na noite do dia 17 de julho, eu estava praticamente morto. Meus órgãos começaram a falir. O rim não funcionava. Fui entubado. Até hoje não sei como não morri", recorda-se. O advogado não morreu porque os médicos conseguiram achar um antibiótico que liquidasse o estreptococo (uma espécie de bactéria que pode causar sérias infecções, mas na maior parte dos casos é inofensiva). "A mortalidade dos pacientes com septicemia é de 50% dos casos", informa Mathiasi Neto. O advogado não chega a ter o perfil exato do paciente de risco. Mas é um bom exemplo sobre como acontecem esses casos. Qualquer pequena falha no sistema imunológico e qualquer pequena ferida aberta são as portas para que as superbactérias entrem em circulação. No caso dele, os insignificantes arranhões na boca, provocados pela raspagem, permitiram a contaminação com o estreptococo. A bactéria é comum na boca e nas vias respiratórias. "De fato, somos mais bactérias do que células", diz a infectologista Rosana. Elas têm uma estrutura extremamente simples, só podem ser vistas no microscópio (o tamanho oscila de 0,2 a 6,0 micrômetros - a milésima parte do milímetro). Calcula-se que só no intestino de um ser humano vivam mais bactérias do que todas as células existentes no corpo. A capacidade de reprodução, por divisão binária, é assustadora. Considerando um período de 11 horas, a cada 20 minutos uma bactéria pode gerar outros cinco milhões. "Achávamos que éramos mais espertos que os micro-organismos. Perdemos", constata o infectologista David Uip, secretário da Saúde de São Paulo. Admitir a perda nesse confronto significa para a ciência um retrocesso de quase meio século. Foi em 1928 que o médico e bacteriologista escocês Alexander Fleming fez uma descoberta que transformaria a medicina. No laboratório do Hospital Saint Mary, em Londres, ele encontrou um fungo do gênero "Penicillium" que conseguia impedir a produção das moléculas que formavam uma membrana em torno do estafilococo. Fleming buscava algum agente capaz de deter a disseminação dessa bactéria, causadora de septicemia e responsável pela morte de milhares de homens na Primeira Guerra. Na época, o achado não despertou muita atenção. A Segunda Guerra, porém, mostrou a importância de transformar aquele agente em um medicamento que combatesse as infecções. E a partir de 1940 a penicilina começou a ser produzida em escala industrial. Grandes investimentos em pesquisas no setor farmacêutico levaram à descoberta de novas substâncias. Surgiu a estreptomicina, usada contra a tuberculose. O bioquímico Selman Waksman, que a encontrou, não apenas conquistou o Prêmio Nobel de Medicina, em 1952, como também batizou o medicamento: antibiótico é a junção do latim "contrário" e do grego "vida". São os remédios à base de substâncias vivas capazes de exterminar outras. Em 2012, porém, dados da Organização Mundial da Saúde mostraram que 500 mil casos de tuberculose foram causados por bactérias resistentes. Até 2015, as projeções são alarmantes e dois milhões de pessoas podem contrair a doença sem que seja possível curá-las e essas pessoas podem morrer do mesmo modo que acontecia nos séculos XIX e XX. A incidência da tuberculose, depois de um longo período em que foi considerada controlada, recrudesceu no rastro do HIV. O vírus da aids (veja pág. ao lado), ao destruir as células do sistema imunológico, abriu espaço e deu fôlego ao bacilo de Koch, que, segundo estudos científicos, pode estar presente em até 20% da população mundial sem ser notado. "O vírus da aids é a grande pandemia e o responsável pelo reaparecimento de doenças que considerávamos controladas", afirma o infectologista Luiz Carlos Pereira, diretor do Hospital Emílio Ribas, um centro de referência na América Latina no tratamento das doenças infectocontagiosas. A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) coordenou os estudos de resistência antimicrobiana na América que estão no documento da OMS. O resultado mostrou que a "Enterichia coli" (uma bactéria comum no intestino) não é controlada nem mesmo pela terceira geração de antibióticos específicos desenvolvidos para tentar exterminá-la. Cerca de 90% das infecções provocadas pelo "Staphylococcus aureus" tampouco dão sinais de fraqueza quando tratadas com os medicamentos disponíveis. "O lançamento de novas drogas está sempre muito atrás dos micro-organismos que precisamos combater", diz Mathiasi Neto. No século XX, dez classes de antibióticos foram desenvolvidas. Nestes primeiros 14 anos do século XXI, apenas duas. O "Staphylococcus" é uma bactéria que vive na pele sem causar problemas. Mas em contato com áreas internas pode levar à bacteriemia e osteomielite, entre outras graves infecções. Há maior dificuldade em destruí-la, depois que se instala na corrente sanguínea, porque é uma das mais resistentes a todo tipo de antimicrobianos. Já na década de 1940, junto com o surgimento dos primeiros remédios, apareceram grupos indiferentes aos medicamentos. "Ela é uma das mais importantes causas de infecções de pele. Mas os casos graves, em quase sua totalidade, são vistos nos hospitais", diz a dermatologista Thais Guerreiro. Desde 1999, nos Estados Unidos, a proporção de "Staphylococcus aureus" resistentes à meticilina (MRSA, do inglês Methicillin-resistant Staphylococcus aureus) ultrapassa 50% entre os pacientes em UTI. No Brasil, os índices de cepas MRSA são também bastante elevados (40% a 80%), principalmente em UTIs. À medida que os antibióticos vão se tornando impotentes, novas mutações de bactérias desafiam a ciência. Em 2007, um morador da Suécia viajou à Índia, o país onde nascera. Tinha 59 anos, era diabético e de saúde frágil. Ao chegar a Ludhiana, sua cidade natal, reparou que sua pele estava marcada por úlceras profundas. Foi mandado para a capital, Nova Déli, onde seu tratamento incluiu doses maciças de antibióticos. Resistiu meses até que, já de volta para a Suécia, médicos descobriram uma bactéria que os antibióticos conhecidos não conseguiam destruir. Cientistas da Grã-Bretanha, que colaboraram com os suecos, encontraram a enzima responsável pela força do micro-organismo. Eles a batizaram de New Delhi metallo-beta lactamase 1 ou NDM-1. No ano passado, ela surgiu em dois pacientes de um hospital em Londrina (PR). Os hospitais estão no topo da cadeia de contaminação por superbactérias. Não quer dizer que esse ambiente concentre toda a responsabilidade por isso. Mas eles reúnem as condições propícias para que elas se propaguem. Primeiro porque estimativas apontam que os hospitais respondem, no Brasil, pelo consumo de 54% dos antibióticos. E segundo porque o paciente no hospital, é óbvio, não está em boas condições de saúde. Quanto mais delicado for o quadro e mais tempo o doente permanecer internado, maiores serão as chances de contrair uma infecção por superbactéria. Ao entrar num hospital, o risco de cada pessoa de contrair uma infecção é diferente e há uma escala para medi-lo. O paciente é diabético? Tabagista? Tem doenças crônicas? Quanto tempo deverá permanecer? Se ele ficar menos de três horas, suas chances são menores que 1. A partir desse tempo, elas vão crescendo, até chegar a 10. "Se o paciente estiver na UTI, por exemplo, os instrumentos usados - sondas, cateteres etc. - podem ser uma fonte de contaminação. Eles abrem um espaço de entrada no organismo. Seria injusto, porém, dizer que as superbactérias são exclusivas do ambiente hospitalar", afirma o infectologista Mathiasi Neto, do HCor. Embora combater as superbactérias seja uma tarefa quase impossível, para evitar a propagação desses seres, antes que se tornem invencíveis, são necessárias medidas bem possíveis. Nos hospitais, investimentos no treinamento, educação e controle dos profissionais são fundamentais. Para as pessoas, uma lição materna ajuda muito: lavar muito bem, e sempre, as mãos. Pesquisa e desenvolvimento ‘Gorduras do bem’ podem ser chave contra diabetes 10/10/2014 - O Globo Dois estudos publicados na edição desta semana da revista científica “Cell” podem abrir novos caminhos no combate ao diabetes, à obesidade e às doenças a ela relacionadas. No primeiro, cientistas do Centro Médico Beth Israel Deaconess (BIDMC, na sigla em inglês) e do Instituto Salk, ambos nos EUA, identificaram uma nova classe de “gorduras do bem” que melhoram a capacidade do corpo de usar a insulina que produz e controlar os níveis de açúcar no sangue. Já no segundo, pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Yale, também nos EUA, descobriram as bases moleculares de um processo cerebral ligado ao controle do apetite que regula a taxa de transformação da chamada “gordura branca”, usada pelo corpo para armazenar energia, na “gordura marrom”, queimada pelo organismo para gerar energia. UMA CLASSE DIFERENTE Durante muito tempo, achavase que as gorduras, como o colesterol, estavam sempre associadas a problemas de saúde. Mas a nova classe de lipídios, batizada como ácido graxo hidroxilado de ácidos graxos (FAHFAs, na sigla em inglês), agora se junta a outras, como o ômega 3, que hoje se sabe serem benéficas para o organismo. Em experimentos, os pesquisadores do BIDMC e do Salk mostraram que camundongos geneticamente modificados para desenvolverem diabetes do tipo 2, quando alimentados com as FAHFAs, tiveram os níveis de açúcar em seu sangue reduzidos. Além disso, eles descobriram que, ao contrário do ômega 3, não produzido por mamíferos e obtido apenas através do consumo de compostos como óleos de peixes, as FAHFAs são regularmente fabricadas pelo corpo humano. E como a pesquisa também revelou que pessoas com alto risco de desenvolverem diabetes do tipo 2 ou em seus primeiros estágios tinham baixos níveis destes lipídios em seus organismos, eles esperam que as FAHFAs sirvam de base para novas terapias para prevenção e controle da doença. — Estas características importantes dão às FAHFAs uma vantagem em termos de desenvolvimento de terapias porque potencialmente podemos modificar a taxa a que o corpo as produz e consome — destaca Barbara Kahn, vice-presidente do Departamento de Medicina do BIDMC e autora sênior do estudo na “Cell”. — E como podemos medir os níveis das FAHFAs no sangue, seus baixos níveis podem servir de marcadores para o risco de desenvolvimento de diabetes do tipo 2. Consequentemente, se restaurar seus níveis em indivíduos com resistência à insulina mostrar ter valor terapêutico, podemos intervir antes que a doença se desenvolva completamente. Já no segundo estudo, os cientistas demonstraram que os neurônios responsáveis por controlar a fome e o apetite na região cerebral do hipotálamo também regulam o metabolismo de gorduras pelo corpo ao indicar se a energia nelas contida deve ser guardada ou logo queimada. Em uma experiência também com camundongos, eles descobriram que ao modificar a taxa a que o cérebro ordena a transformação da gordura branca, como os triglicérides, em marrom, os animais não ficaram obesos mesmo sendo submetidos a uma dieta com altos níveis de gordura. Células-tronco 10/10/2014 - Valor Econômico O Superior Tribunal de Justiça (STJ) reconheceu o dano moral sofrido por um bebê em razão da não coleta de células-tronco de seu cordão umbilical. O caso aconteceu no Rio de Janeiro, em 2009. Os pais contrataram a Cryopraxis Criobiologia, empresa especializada em serviços de criopreservação, para que fosse feita a coleta das células-tronco do filho no momento do parto. Apesar de previamente avisada da data da cesariana, a empresa deixou de enviar os técnicos responsáveis pela coleta do material, e o único momento possível para realização do procedimento foi perdido. Foi, então, ajuizada ação de indenização por danos morais em que constam como autores o pai, a mãe e o próprio bebê. Em primeira instância, o juízo considerou que o fato superou os meros dissabores de um descumprimento de contrato e reconheceu o dano moral - R$ 15 mil para o casal. A criança não foi contemplada. O entendimento foi mantido pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), que elevou o valor da indenização, fixando-a em R$ 15 mil para cada um dos pais. No STJ, porém, o relator do recurso no STJ, ministro Paulo de Tarso Sanseverino, entendeu pela reforma da decisão e estabeleceu indenização de R$ 60 mil para a criança. Segundo ele, a jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de reconhecer ao nascituro o direito a dano moral, ainda que não tenha consciência do ato lesivo.
Diagnóstico de câncer é tema de palestra TED
Espanhola infectada tem piora 10/10/2014 - Folha de S.Paulo A auxiliar de enfermagem espanhola Teresa Romero, 44, a primeira pessoa a ser infectada pelo vírus ebola fora da África, apresentou piora em seu estado de saúde, informou o hospital Carlos 3º, de Madri. Os detalhes do quadro não foram informados. Romero está isolada desde segunda-feira (6). Órgão de saúde dos EUA compara a doença à Aids 10/10/2014 - Folha de S.Paulo O atual surto de ebola foi comparado pelo diretor dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças americanos (CDC) ao surgimento da Aids, em reunião do Banco Mundial nesta quinta-feira (9). "Em meus 30 anos na saúde pública, a única coisa como essa foi a Aids", disse Tom Frieden, dos CDC, uma das principais agências de saúde dos EUA. "Nós temos que trabalhar agora para que não se torne a nova Aids", completou Frieden. O presidente do Banco Mundial, Jim Kim, afirmou que a comunidade internacional "falhou miseravelmente" na forma de lidar com a doença. "Sistemas de saúde deveriam ter sido construídos. Deveria ter havido monitoramento quando os primeiros casos foram reportados", disse. 'Ebola só é comparável à Aids', diz agência dos EUA 10/10/2014 - Folha de S.Paulo O atual surto de ebola foi comparado pelo diretor dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças americanos (CDC) ao surgimento da Aids, em reunião do Banco Mundial nesta quinta-feira (9). "Em meus 30 anos na saúde pública, a única coisa como essa foi a Aids", disse Tom Frieden, dos CDC, uma das principais agências de saúde dos EUA. "Nós temos que trabalhar agora para que não se torne a nova Aids", completou Frieden. A reunião no Banco Mundial teve o objetivo de angariar mais doações para o combate ao ebola, que infectou 8.011 pessoas e matou 3.865 desde o início do atual surto. Os presidentes dos países mais afetados, Libéria, Guiné e Serra Leoa, apelaram à comunidade internacional por ajuda humanitária --em dinheiro, remédios, suprimentos, equipamentos hospitalares e treinamento para equipes de saúde. "Nosso povo está morrendo", disse Ernest Bai Koroma, presidente de Serra Leoa. O presidente do Banco Mundial, Jim Kim, disse que a comunidade internacional "falhou miseravelmente" ao lidar com a doença. Ele pediu que os países ocidentais colaborem com US$ 20 bilhões. "Nós deveríamos ter feito tantas coisas. Sistemas de saúde deveriam ter sido construídos. Deveria ter havido monitoramento quando os primeiros casos foram reportados", disse."Deveria ter havido uma resposta organizada", completou. PRECAUÇÃO Em cinco dos principais aeroportos americanos (em Nova York e Washington, Chicago e Atlanta), os passageiros vindos do oeste africano terão a temperatura medida para verificar a febre (um dos sintomas da doença), antes de entrarem no país. Autoridades americanas chegaram a pedir a suspensão dos voos vindos dos países mais afetados. Frieden, do CDC, disse que a medida seria contraproducente, porque impediria o envio de ajuda humanitária. No Reino Unido, o mesmo cuidado será adotado nos aeroportos de Londres e nos terminais dos trens que ligam a cidade à França. A medida é seguida por outros países. Um deles é o Marrocos, principal ponto de partida para o oeste africano. Um britânico com sintomas do ebola morreu na Macedônia nesta quinta-feira. O hotel onde ele se hospedou foi isolado pelas autoridades locais, com hóspedes e funcionários no interior. Segundo Jovanka Kostovska, funcionária do Ministério da Saúde da Macedônia, o homem estava com febre, vomitando e com hemorragia interna. "Há todos os sintomas de ebola, o que desperta a suspeita com esse paciente", disse Kostovska à imprensa. Amostras do sangue do paciente foram enviadas à Alemanha para análise. Cascavel tem 1ª suspeita de ebola notificada por prefeitura no Brasil 10/10/2014 - Portal Valor Econômico CASCAVEL (PR) - Um paciente com suspeita de ebola vindo da Guiné, na África, foi isolado em uma unidade de saúde em Cascavel (a 498 km de Curitiba) na noite desta quinta-feira. O local está sendo esvaziado, com os outros pacientes transferidos, diante da gravidade do caso. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, é o primeiro caso suspeito da doença que foi notificado por uma prefeitura neste ano. O paciente deve ser transferido para o Rio de Janeiro nesta sexta-feira. Trata-se de um homem, que voltou há nove dias da África e passou pela Guiné. Ao lado de Serra Leoa e Libéria, a Guiné é um dos três países que mais registraram casos de morte pela doença no continente. O atual surto de ebola, o pior que se tem conhecimento, já havia matado 3.879 pessoas até o dia 5 de outubro, segundo estimativa da OMS (Organização Mundial de Saúde). O paciente em Cascavel apresenta um quadro de febre alta e hemorragia. Além de ebola, Estado e prefeitura trabalham com a suspeita de que seja um caso de malária ou dengue hemorrágica, uma vez que os sintomas são semelhantes. Ele está internado na UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) 2, do bairro Brasília. Por precaução, todos os pacientes antes em tratamento no local estão sendo transferidos para hospitais da região. O Estado do Paraná tomou conhecimento do caso no final da tarde desta quinta-feira (9) e já notificou o Ministério da Saúde. Um equipe da secretaria de Estado está se deslocando nesta noite de Curitiba para Cascavel a fim de acompanhar o caso. A secretaria estadual não soube informar há quanto tempo o paciente encontra-se sob cuidados na UPA. No último mês, outros dois casos suspeitos semelhantes, de pessoas vindas da África, foram notificados ao Estado do Paraná por prefeituras. Nestas situações, porém, foram considerados suspeitas de malária, já que os pacientes não vieram de países africanos com registro de surto de ebola. Na noite desta quinta, a UPA 2 estava interditada, com portas fechadas. Pacientes que precisavam de atendimento emergencial eram orientados por um segurança na portaria a procurar outra unidade de saúde. A balconista Raquel Cristina Leite foi à UPA por volta das 21h porque sua mãe está internada desde a noite de quarta (8). Ela disse que ficou sabendo que a unidade estava interditada e imediatamente correu para o local para obter informações. "Minha cunhada me ligou avisando que ninguém entrava e ninguém saía", disse. Uma irmã de Raquel está junto com a mãe no interior da unidade e conversou com ela por telefone. "Os médicos tranquilizaram ela, disseram que tem que ver se é ou se não é esse ebola", contou. Parentes de pessoas internadas e curiosos foram até o local depois que emissoras de rádio e TV passaram a divulgar a suspeita no início da noite. (Folhapress) |