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Medicamentos
Impacto do ebola na África pode chegar a US$ 32,6 bi até 2015 Produção debate o uso da maconha medicinal 09/10/2014 - O Estado de S.Paulo “Minha família é militar. Sempre fui careta. Nunca vi maconha na minha vida. Se eu paro para pensar que eu dou três drogas para meu filho hoje ( Topiramato e o Depakene, e dou o Klobazam, um tarja preta), para um bebê de um ano e três meses, por que não posso dar o CBD? Se a luz no fim do túnel é essa e se o CBD dá na maconha, OK. A gente vai usar maconha. Se desse no abacaxi, a gente usava folha do abacaxi, mas não dá”, diz Camila Guedes em cena do documentário Ilegal, que estreia hoje depois de ter suscitado debates e discussões não só sobre a legalização do uso medicinal de derivados da Cannabis Sativa (nome científico da maconha) como também sobre a luta de um grupo de pais contra a burocracia da política brasileira. Isso porque o CBD é o canabidiol, substância derivada da maconha, que não possui efeito tóxico nem alucinógeno e se mostrou eficaz no tratamento de males como dor crônica, esclerose múltipla, Alzheimer, além de epilepsias refratárias e as ditas epilepsias catastróficas, como a síndrome de Dravet. A questão é que o canabidiol é proibido no Brasil e está na lista de substâncias proscritas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). É a síndrome de Dravet, o mal com que nasceu o pequeno Gustavo, filho de Camila. Depois de tentar de tudo, o uso do CBD se mostrou o único tratamento possível. “A primeira vez que li sobre isso, vi como a viagem de uma mãe. Pensei: ‘ Nunca vou dar maconha para o meu filho.’ Depois que vi Ilegal, aquilo se tornou algo mais real, mais humano”, declara Camila em cena de Ilegal, em referência ao curta que o jornalista Tarso Araújo e o documentarista Raphael Erichsen dirigiram antes do longa homônimo. Foi ao ver, no curta, a luta de mães como Katiele Fischer para tratar as convulsões de sua filha Anny com canabidiol que Camila teve a dimensão exata de que seu drama era o mesmo de tantas outras. E é exatamente revelar a batalha dessas famílias para vencer a burocracia e o preconceito que a dupla diretores fazem a realizar Ilegal, que tem produção da paulistana 3Film em parceria com a revista Superinteressante. “Começamos esta história em março, com o curta. E a repercussão foi muito maior do que a gente pensava. Muita gente se identificou, interessou. É preciso vencer o preconceito em torno do assunto. Por isso, além dos três curtas que realizamos, organizamos a campanha Repense (campanharepense.org), mergulhamos no projeto”, conta Raphael. Vale lembrar que o longa, que, assim como o curta, nasceu a partir de uma série de reportagens realizadas por Araújo para a revista Super Interessante, não é apenas um tratado sobre a legalização do uso medicinal e nem mesmo recreativo da maconha, mas sim uma metáfora muito contundente dos mecanismos lentos de mudança do Brasil e do quanto o preconceito ronda o assunto. “Fizemos o filme não para falar de maconha, mas de algo amplo, sobre a batalha destas mães, que enfrentam uma série de burocracias. É isso que o brasileiro encontra quando vai atrás de direitos que deveriam ser garantidos pelo Estado”, declara Tarso, autor de Almanaque das Drogas. Muito pelo objetivo dos diretores, Ilegal não começa, como poderia se supor, com entrevistas com médicos e especialistas sobre o mecanismo de atuação do canabidiol e como Anny, de apenas cinco anos, passou de 60 convulsões por semana para praticamente nenhuma depois de começar a ser tratada com o CBD. A primeira cena revela Katilene às voltas com ligações intermináveis para os Correios, tentando, em vão, falar com alguém que lhe explique onde foi parar sua encomenda de canabidiol. Ilegal e não catalogado pela Anvisa, o produto foi retido. Enquanto os pais tentam ter acesso ao CBD, as convulsões de Anny voltam. Ao telefone, o tom robótico com que a atendente fala revela o abismo que há entre os que seguem a cartilha da burocracia e os que, como ela, veem seus filhos convulsionarem todos os dias. De um call center a outro, Katilene e seu marido que, em meio a pesquisas sobre o que poderia ajudá-los a melhorar a qualidade de vida da filha, portadora de um caso raro de epilepsia, descobriram o CBD, chegam finalmente ao Congresso Nacional e a uma reunião da Anvisa. Quem chega também é Margarete Brito, mãe de Sofia, que, além de ser uma das fundadoras da Appepi (Associação de Pais de Pessoas com Epilepsia de Difícil Controle), uniu-se a Katilene e Camila na batalha para sensibilizar deputados e órgãos oficiais pela inclusão do CBD entre as substâncias permitidas pela Anvisa. Ainda que haja muito preconceito e desinformação sobre o assunto no Brasil, mesmo depois de ser difundido e legal em vários países, como os EUA, a Espanha e a Holanda, Tarso mantém o otimismo. “É importante falar disso na mídia. Mas, ao mesmo tempo, já percebemos que o Estado não está ligando muito para esta questão. Apesar do barulho, não sabemos se vai haver uma reação institucional seja por parte da Anvisa seja do Congresso. A perspectiva de sair algo progressista hoje é mínima em relação à política das drogas. Esta eleição aprofundou ainda mais o conservadorismo do Congresso. Não sei se dá para esperar muita coisa, mas sejamos otimistas. É preciso debater e lutar”, declara o diretor. “É absurdo total negar o potencial medicinal da maconha em pleno século 21, com dezenas de testes sendo feitos nos EUA. É muito atraso. Precisamos avançar”, acrescenta Tarso, que no dia 31, após sessão especial no Auditório do Ibirapuera, participa de debate sobre o poder do cinema como experiência de transformação social, como parte do encerramento da Mostra de Cinema de SP Gilead no Brasil 09/10/2014 - Valor Econômico A biofarmacêutica americana Gilead Sciences, inaugurou sua filial brasileira, a Gilead Sciences Farmacêutica do Brasil, em São Paulo. A operação será comandada pelo executivo Norton Oliveira e, inicialmente, terá foco no fornecimento de medicamentos para tratamento de hepatites virais, HIV e oncologia. "A Gilead continuará a fornecer seus medicamentos em outras áreas terapêuticas através de seus parceiros de distribuição regionais", informou. Em nota, Oliveira disse que a presença no país permitirá o trabalho em colaboração para melhor atender as necessidades dos pacientes brasileiros. "Estamos especialmente ansiosos para iniciar o trabalho de ajuda no combate à epidemia de hepatite C no Brasil, através do fornecimento de opções de tratamento novas e potencialmente mais eficazes."
Pesquisa e desenvolvimento Técnica flagra ‘dança’ das proteínas do HIV 09/10/2014 - O Estado de S.Paulo Cientistas americanos desenvolveram uma técnica que permitiu observar, pela primeira vez, a “dança” das proteínas na superfície do vírus do HIV. A constante mudança de forma dessas proteínas é a principal estratégia do vírus para escapar da resposta do sistema imunológico e infectar as células hospedeiras. Descrita em dois estudos, publicados nesta quarta-feira, 8, nas revistas Science e Nature, a nova técnica abre possibilidades para o desenvolvimento de mecanismos que impeçam a infecção. A nova técnica, utilizada pelos pesquisadores para observar as mudanças de formato das proteínas da membrana externa do vírus, é uma aplicação direta do conceito de microscopia de fluorescência de alta resolução, cuja descoberta rendeu o prêmio Nobel de Química, anunciado também nesta quarta. “Os princípios desenvolvidos há muitos anos permitiram o estudo de importantes questões biológicas que antes eram inacessíveis à ciência. Nosso estudo é uma prova concreta disso”, afirmou Scott Blanchard, do Weill Cornell Medical College, em Nova York, que participou dos dois artigos. O artigo publicado na Science usou uma técnica de fluorescência capaz de medir distâncias em escala molecular. Blanchard foi o responsável por adaptar essas técnicas ao estudo de partículas virais. O grupo desenvolveu moléculas fluorescentes que funcionam como “faróis” instalados na membrana externa do vírus, conhecida como envelope viral. “Ao tornar visíveis os movimentos das proteínas do vírus, pudemos seguir em tempo real as mudanças em seu formato”, disse Blanchard. O cientista afirmou que a nova técnica fornece, pela primeira vez, meios para observar como o vírus se comporta durante a infecção. “Se conseguirmos bloquear a entrada do HIV em células imunes, teremos vencido a luta”, disse. Segundo o cientista, uma das linhas de pesquisa que a técnica permitirá será a busca de meios para impedir a mudança de forma das proteínas do envelope viral. Com isso, o vírus perderá sua principal estratégia para “driblar” o sistema imune. “Tendo à disposição meios para obter imagens em tempo real dos processos na superfície de partículas do HIV, poderemos também usar esses métodos para avaliar e testar o impacto de drogas e anticorpos que possam aniquilá-lo”, disse. Três conformações. Segundo o cientista, foram detectadas três diferentes conformações das proteínas do envelope viral. “Estamos trabalhando para aprimorar a tecnologia e chegar ao nível de precisão de imagens de que precisamos para avançar. É possível que essas proteínas assumam mais formas”, disse. Enquanto o estudo da Science desvendou a “dança” das proteínas, o trabalho da Nature usou cristalografia de raios X para capturar a imagem tridimensional de uma das três conformações das proteínas virais, reveladas com a nova técnica. De acordo com Blanchard, o novo método poderá ser usado também, no futuro, para compreender a dinâmica de outros tipos de vírus, além do HIV. “As proteínas dos envelopes virais têm funções na infecção, não só no caso do HIV, mas também no vírus Influenza e adenovírus, por exemplo.”
Saúde
Para conter ebola, Espanha sacrifica Excalibur, cachorro de paciente contaminada 09/10/2014 - Folha de S.Paulo Morreu no fim da tarde desta quarta-feira (8), em Madri, um dos heróis instantâneos espanhóis na crise do ebola: o cachorro Excalibur. Defendido por manifestantes que se engalfinharam durante o dia com a polícia, ele foi sacrificado pelo governo pelo temor de que pudesse estar infectado pelo vírus. O cão foi morto dentro do apartamento para ser cremado. Excalibur, 12, era animal de estimação de Teresa Ramiro e Javier Limón, seu marido. Fora resgatado da rua. Ramos tem ebola, e Limón está sob observação. O anúncio de que o cão seria morto havia levado manifestantes às ruas perto do prédio já na terça. Alguns deles pernoitaram ali e muitos trouxeram seus próprios animais. Na quarta, tentaram, sem sucesso, impedir a chegada da polícia e dos bombeiros. A confusão deixou dois feridos. "Recebemos uma ligação de Limón, desesperado, pedindo ajuda", disse à Folha Silvia Barquero, do Partido Animalista espanhol, diante do prédio do casal. A organização mobilizara a multidão. "O cão é um membro da família. O governo foi pela via mais fácil, mas o animal poderia ser isolado e testado em vez de sacrificado", afirmou antes da morte do animal. Há poucos estudos sobre a transmissão de ebola entre cachorros e humanos, e um especialista havia dito anteriormente que Excalibur poderia, se continuasse vivo, ajudar os pesquisadores. O sério risco de contágio, porém, não está descartado. MINISTRA SOB PRESSÃO O sacrifício do cão também tem significado político, já que se esperava uma ação firme da ministra da Saúde, Ana Mato. Seus críticos têm culpado a falta de controle do governo pelo surgimento do ebola no país. Ramiro, a dona do cachorra, foi a primeira pessoa contaminada pelo vírus fora da África. De acordo com o jornal espanhol "El País", a contaminação pode ter acontecido quando ela tirou o traje de proteção depois de cuidar de um paciente. Em entrevista, ela disse sentir melhora em seu quadro. Diante do prédio onde estava o cão, manifestantes gritavam que preferiam sacrificar a ministra. "A notícia gerou alarme social", diz Barquero. "Os animais têm tantos direitos quanto nós", diz Margarita Arias durante o protesto. Ela vive nos arredores. Carmen Contreras, que passeia com seu beagle Zero, diz que matar o cão "não é justo". "É a solução fácil. Logo vão querer matar todos." Maria Henao, colombiana, conta que costuma trazer seu cão mestiço Rocky para passear na praça em frente ao prédio de Ramos e Limón. "Por que não gastam esse dinheiro para salvar o Excalibur, em vez de pagar a polícia?", indaga diante de quatro furgões policiais. Espanha: Mais três pessoas são internadas após exposição ao ebola 08/10/2014 - Portal Valor Econômico SÃO PAULO - Mais três pessoas, dois médicos e um enfermeiro, foram internadas nesta quarta-feira no Hospital Carlos 3º de Madri para ficarem em observação por terem sido expostas ao vírus do ebola, segunda informou o jornal “El País”. Uma das pessoas em observação é Juan Manuel Parra, médico de emergência do Hospital de Alcorcón, que ficou 16 horas tratando da assistente de enfermagem Teresa Romero, a primeira pessoa a ser contaminada pelo vírus do ebola fora da África, sem equipamentos de segurança. Também foram internados voluntariamente a médica de atenção primária que atendeu Romero em 30 de setembro e um enfermeiro da equipe que tratou os dois missionários repatriados da Libéria e de Serra Leoa. Segundo o "El País", outras duas pessoas receberam alta médica depois que o segundo teste do vírus do ebola trouxe um resultado negativo: uma enfermeira e um engenheiro que havia regressado da Nigéria. Seguem internados no Hospital Carlos 3º, a assistente de enfermagem Teresa Romero, seu marido e uma enfermeira da equipe que tratou de um dos missionários mortos pelo vírus e que apresentava alguns sintomas nesta manhã. A forma como a Espanha vem lidando com a situação vem sendo questionada pela opinião pública desde que surgiu o caso da contaminação da assistente de enfermagem, que não foi colocada em isolamento depois que começou a desenvolver uma leve febre em 30 de setembro. Ela somente foi hospitalizada no dia 6 de outubro, quando já apresentava uma febre alta. Uma porta-voz da Secretaria de Saúde da região de Madri disse que a assistente de enfermagem está “melhor” e que seu marido, que está em observação, não apresenta qualquer sintoma da doença. O primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, disse que o país está “enfrentando uma questão que é de preocupação internacional”, mas instou o povo espanhol a “manter a calma”. “Eu gostaria de pedir a vocês que permitam os agentes de saúde a trabalhar. O sistema de saúde da Espanha é um dos melhores do mundo”, afirmou o premiê. A ministra da Saúde, Ana Mato, disse ao parlamento que a Espanha vai revisar seus protocolos de segurança para lidar com o ebola. As autoridades médicas estão concentradas em rastrear e monitorar todas as pessoas que entraram em contato com a assistente de enfermagem. No total, mais de 50 pessoas estão em observação no país. Por precaução, dados sobre o tema não são divulgados 09/10/2014 - Folha de S.Paulo Tentativas de suicídio são uma das causas frequentes de interrupção do serviço no metrô de São Paulo. A frequência exata, porém, é desconhecida --o Metrô não divulga dados sobre o tema. Quando um passageiro desce aos trilhos, a energia é cortada e a circulação dos trens é interrompida, o que provoca atrasos na operação. Mas a companhia diz seguir recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) de que informações sobre suicídios podem estimular outras tentativas. O setor de Prevenção ao Suicídio da OMS afirma que grupos suscetíveis podem ser influenciados por notícias muito detalhadas. Mas a entidade não defende banir o assunto do noticiário. Para ela, falar sobre o tema, de forma cautelosa, ajuda a jogar luz sobre o problema de saúde pública. Em outros países, estatísticas são divulgadas. No metrô de Nova York foram 16 suicídios no ano passado. No de Londres, foram 18. As duas cidades têm campanhas de prevenção no metrô. Espanhola pode ter contraído vírus ao tocar rosto com luva infectada 09/10/2014 - O Estado de S.Paulo A enfermeira espanhola infectada pelo vírus Ebola, Teresa Romero Ramos, pode ter contraído a doença ao tocar o próprio rosto com luvas contaminadas, conforme informou à imprensa Germán Ramírez, um dos médicos que a atendem. A enfermeira está internada no hospital La Paz - Carlos III, onde há outras cinco pessoas em quarentena. "Creio que a falha ocorreu ao retirar o traje. Vejo esse como o momento mais provável para que tenha havido contágio, mas não posso dizer com certeza", afirmou a enfermeira ao jornal El País. Para Ramírez, é provável que ela não tenha se lembrado disto inicialmente por conta de seu estado clínico. Teresa atendeu dois missionários trazidos com Ebola da Libéria e de Serra Leoa, e mortos em 12 de agosto e 25 de setembro, respectivamente. Ela acredita que pode ter se contaminado na primeira vez em que visitou o missionário vindo de Serra Leoa, em cuja casa esteve duas vezes - uma para atendê-lo, e outra para limpar a residência, depois de seu falecimento. Ramírez assegurou que há sempre alguém supervisionando a colocação e retirada dos trajes dos agentes sanitários. No entanto, segundo afirmou Yolanda Fuentes, vice-diretora do hospital, "gestos como tocar o rosto podem passar despercebidos mesmo para os supervisores". Além da enfermeira infectada, também estão internadas no mesmo hospital outras cinco pessoas. Um deles é seu marido, que ficará em observação por mais 21 dias, visto que houve contato direto entre eles. De acordo com Yolanda, dentre os outros quatro pacientes em quarentena há um engenheiro vindo da Nigéria cujo primeiro exame teve resultado negativo. Se o resultado se repetir em um segundo teste, ele deve receber alta em 72 horas. Também há uma enfermeira e um auxiliar de enfermagem cujos primeiros exames não indicaram infecção pelo vírus, e outro auxiliar que aguarda o resultado do primeiro teste. |