Medicamentos Pesquisa e Desenvolvimento Saúde
Medicamentos
Rede para rastrear remédio começa a operar 08/10/2014 - O Estado de S.Paulo O Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM), que deveria estar em funcionamento no Brasil há pelo menos dois anos, dá hoje o primeiro passo para sair do papel. Será apresentada a primeira plataforma para rastrear medicamentos, desenvolvida pela farmacêutica Libbs. A meta é de que até dezembro de 2016 todas as indústrias tenham mecanismos semelhantes e o sistema esteja operando – quatro anos depois do cronograma inicial. “O sistema vai garantir não apenas a segurança do paciente, mas também facilitar a vigilância sanitária e o controle da produção de medicamentos no Brasil”, afirmou o ministro da Saúde, Arthur Chioro, que deve participar da cerimônia de apresentação da plataforma. Como novo sistema,embalagens de medicamentos deverão conter um código de barras bidimensional, uma espécie de RG. Omecanismo permitirá a identificação do local e data da produção, forma de distribuição e ponto de comercialização. “Tudo isso vai facilitar muito a identificação do produto, em casos de desvio de qualidade, em caso de necessidade de recolhimento”, disse Chioro. O ministro está convicto de que o sistema permitirá um controle de toda a cadeia, tornando mais fácil reconhecer eventuais casos de fraude, contrabando, roubo de cargas. A demora na implementação teve como principal causa a polêmica em torno da metodologia que seria adotada para a mudança das embalagens. A primeira proposta previa que o sistema teria um selo, produzido pela Casa da Moeda – modelo criticado pelo setor produtivo. O impasse somente foi solucionado no ano passado, quando as novas regras foram aprovadas. O cronograma prevê que, até dezembro de 2015, todas as indústrias coloquem no mercado pelo menos três lotes já produzidos com embalagem que permita o rastreamento. A partir de dezembro de 2016, todo o mercado farmacêutico terá de ter os mecanismos para fazer o rastreamento. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) comanda um comitê gestor formado por 25 entidades públicas, privadas e do terceiro setor encarregadas de discutir a implementação do sistema.
Rede para rastrear remédio começa a operar no Brasil 08/10/2014 - Folha de S.Paulo BRASÍLIA - O Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM), que deveria estar em funcionamento no Brasil há pelo menos dois anos, dará nesta quarta-feira, 8, o primeiro passo para sair do papel. Será apresentada a primeira plataforma para rastrear medicamentos, desenvolvida pela farmacêutica Libbs. A meta é de que até dezembro de 2016 todas as indústrias tenham mecanismos semelhantes e o sistema esteja operando - quatro anos depois do cronograma inicial. “O sistema vai garantir não apenas a segurança do paciente, mas também facilitar a vigilância sanitária e o controle da produção de medicamentos no Brasil”, afirmou o ministro da Saúde, Arthur Chioro, que deve participar da cerimônia de apresentação da plataforma. Com o novo sistema, embalagens de medicamentos deverão conter um código de barras bidimensional, uma espécie de RG. O mecanismo permitirá a identificação do local e data da produção, forma de distribuição e ponto de comercialização. “Tudo isso vai facilitar muito a identificação do produto, em casos de desvio de qualidade, em caso de necessidade de recolhimento”, disse Chioro. O ministro está convicto de que o sistema permitirá um controle de toda a cadeia, tornando mais fácil reconhecer eventuais casos de fraude, contrabando, roubo de cargas. A demora na implementação teve como principal causa a polêmica em torno da metodologia que seria adotada para a mudança das embalagens. A primeira proposta previa que o sistema teria um selo, produzido pela Casa da Moeda modelo criticado pelo setor produtivo. O impasse somente foi solucionado no ano passado, quando as novas regras foram aprovadas. O cronograma prevê que, até dezembro de 2015, todas as indústrias coloquem no mercado pelo menos três lotes já produzidos com embalagem que permita o rastreamento. A partir de dezembro de 2016, todo o mercado farmacêutico terá de ter os mecanismos para fazer o rastreamento. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) comanda um comitê gestor formado por 25 entidades públicas, privadas e do terceiro setor encarregadas de discutir a implementação do sistema
Pesquisa e desenvolvimento
‘Erro não comprometeu os resultados’ , diz pesquisador da Fapesp 08/10/2014 - O Estado de S.Paulo O pesquisador Javier Amadeo, atualmente professor da Unifesp, foi acusado de plágio em um projeto de pesquisa apresentado à Fapesp para solicitar bolsa de pós-doutorado, em 2007. Ele teria reproduzido sem aspas cerca de 30 linhas do livro As Revoluções do Poder, de Eunice Ostrensky. Amadeo recebeu a bolsa entre abril de 2008 e março de 2010. Ele argumenta que o caso se resumiu a um erro de citação. “Foi um erro que não comprometeu os resultados da pesquisa, como a própria Fapesp reconheceu quando aprovou os relatórios científicos. Essa alegação nunca foi respondida”, disse. Segundo ele, o sumário publicado pela Fapesp toma por base informações parciais, elaboradas por quem tomou a decisão. “Discordo que tenha ocorrido a violação de boas práticas e ainda que devam ser tornadas públicas dessa maneira (as ações), já que se trata de um projeto interno”, afirmou. O pesquisador declarou que não considera a decisão justa e solicitou uma revisão, que teria sido negada sem justificativa. “Não tive acesso à ampla defesa. Nunca tive acesso ao processo nem à denuncia, anônima.” Amadeo criticou a iniciativa de expor os sumários dos casos. O pesquisador afirmou que o caso teve impacto importante em sua vida pessoal e profissional. “Buscarei fundamentos legais para preservar meus direitos ao ver publicadas informações parciais dessa maneira.” Outros analisados. Cláudio Airoldi não quis fazer comentários. Antonio Balloni não respondeu à reportagem até as 21 horas. Os pesquisadores Andreimar Soares e Flávio Vilela não foram localizados. De acordo com o ex-supervisor da pesquisa de Vilela, Francisco Rennó, o pesquisador se afastou da carreira acadêmica após o caso.
Saúde
Empresa japonesa de pneus cria área livre de ebola na Libéria 08/10/2014 - Valor Econômico Com o vírus ebola explodindo na Libéria este ano, uma fazenda de produção de borracha iniciou um curso intensivo de como controlar a epidemia que já matou milhares de pessoas e desestabilizou governos na África Ocidental. Em março, quando o primeiro caso surgiu na unidade da Libéria da japonesa Bridgestone, gestores da empresa se reuniram e buscaram a palavra "ebola" no Google, disse Ed Garcia, presidente da Firestone Natural Rubber Company. Depois, construíram duas clínicas isoladas para atender casos de ebola, usando contêineres de navios e filme plástico. Eles treinaram os encarregados da limpeza para enterrar os corpos das vítimas. Supervisores agrícolas mapearam o vírus enquanto ele se espalhava pelas casas, e professoras das escolas da empresa foram de porta em porta para explicar a doença. "Foi como pilotar um avião e ler o manual de instruções ao mesmo tempo", disse Garcia. Seis meses depois, a Firestone virou o jogo da infecção e oferece um santuário de saúde num país onde o número de casos dobra a cada três semanas. A maior ameaça da doença foi ilustrada na segunda-feira, quando uma enfermeira foi diagnosticada positivo para o ebola em Madri, depois de tratar um missionário que estava na África, dizem as autoridades. Foi a primeira suspeita de transmissão fora da África. O vírus pode voltar à Firestone. Mas, até a semana passada, não havia registro de nenhum caso de infecção entre os 8.500 empregados da empresa e seus 71.500 dependentes. A clínica da empresa para o ebola, que possui comodidades como ventiladores de teto, estava vazia na quarta-feira passada. Em Monróvia, capital da Libéria, os hospitais estão lotados, com muitas mortes diárias. A diferença não é nenhuma tática revolucionária da Firestone para combater a doença, segundo especialistas de saúde e executivos da empresa. Mas ela tem dinheiro, recursos humanos e organização para enfrentar a epidemia, o que falta a vários governos da África Ocidental. Mais de 3.400 pessoas morreram na África Ocidental, segundo os números mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS). Muito mais gente morreu em casa, infectando suas famílias sem entrar num hospital, informa a agência para controle e prevenção de doenças dos EUA. A cada hora, cinco pessoas são infectadas em Serra Leoa, informou a organização não governamental britânica Save The Children na semana passada. Além de expor a fraca assistência médica na África Ocidental, a epidemia também revelou o abismo cada vez maior entre as instalações desses governos e os recursos de empresas das quais dependem. Uma guerra de 14 anos deixou a Libéria, assim como o seringal da Firestone, em ruínas. Dez anos depois, só a Firestone se reconstruiu. O contágio tem crescido além do que os governos africanos podem administrar. Tropas e médicos americanos e britânicos - até da pequena Cuba - chegaram para ajudar a construir hospitais e atender os doentes. Segundo especialistas, a epidemia de ebola está indo em direção às fronteiras de Máli, Guiné-Bissau e Costa do Marfim, países que também estão se recuperando de guerras civis. O ebola está agora em todas as regiões da Libéria. Ele também está bem perto da Firestone, do outro lado do rio próximo à fazenda da empresa. "Algumas vilas estão sendo dizimadas", disse Garcia. Há quase um século, no início da era do automóvel, a Libéria apostou seu futuro na borracha. Os homens que governaram essa terra, descendentes de escravos americanos libertados, fizeram dívidas enormes com a Firestone. Eles queriam construir uma república industrial moderna na África, nos moldes dos EUA. Em vez disso, a Libéria ficou insolvente e, em 1989, veio a guerra civil, que terminou em 2013, deixando 250 mil mortos. Um terço da população fugiu, segundo a ONU, e quem voltou encontrou o país destruído. Durante a guerra, faltou cuidado com os seringais da Firestone, a maior plantação contínua do mundo. Assim, a produção deve voltar aos níveis de 1989 só em 2032, diz Garcia. Fora da Firestone, a Libéria pouco se reconstruiu. Antes de o ebola eclodir, o país tinha a segunda menor proporção do mundo de médicos na sua população, segundo a OMS. Hoje, provavelmente há mais médicos liberianos nos EUA do que na Libéria, disse Lewis Brown, o ministro da Informação do país. Os médicos que ficam começam ganhando US$ 1.000 por mês em hospitais do governo, onde faltam os itens mais básicos, como luvas de borracha. Essas deficiências criam um ambiente fértil para uma epidemia. Os liberianos fora da Firestone estão frustrados. A funerária de Marcus Speare enterrou 104 pessoas em agosto, a maioria casos prováveis ou confirmados de ebola, e muitas delas seus amigos. Ninguém conseguiu um leito no hospital da Firestone. "A Firestone só aceita pessoas da Firestone", lamenta Speare. "Eu não acho isso certo." A equipe médica da Firestone diz que eles simplesmente não podem ampliar o atendimento além da fazenda sem colocar todos em risco. Eles já mandaram ambulâncias embora. Mas, com o número de casos aumentando, a empresa está reconsiderando a sua posição. Uma família com 16 pessoas recentemente apareceu no hospital da Firestone e todos foram aceitos ou colocados em quarentena, segundo o médico-chefe, Lyndon Mabande. "Nós estamos rodeados por regiões de risco", disse Garcia, olhando em um mapa. "E eles estão entrando na nossa fazenda."
Europa terá mais casos de ebola, diz OMS 08/10/2014 - Folha de S.Paulo A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou na terça-feira (7) ser quase certo que a Europa terá mais casos de ebola depois que a auxiliar de enfermagem espanhola Teresa Ramiro, 40, tornou-se a primeira pessoa a ser infectada fora da África. "Tais incidentes serão praticamente inevitáveis por causa das viagens europeias para os países afetados e vice-versa", disse a diretora europeia da organização, Zsuzsanna Jakab. No entanto, Jakab afirmou que "o mais importante é que a Europa ainda apresenta baixo risco para a doença, com a região ocidental do continente sendo a mais bem preparada para responder a febres hemorrágicas virais, incluindo a do ebola". Em meio aos temores de disseminação da doença, Rafael Perez-Santamaria, chefe do Hospital Carlos 3º, onde a auxiliar tratou dois missionários espanhóis que contraíram o vírus na África, disse que a equipe médica "está revisando os protocolos". Profissionais de saúde disseram ao jornal "El País" que, apesar de o hospital de Madri ter procedimentos rígidos para lidar com o vírus, as roupas usadas tinham proteção de nível dois contra ameaças biológicas. No nível quatro, as vestimentas seriam totalmente à prova d'água e teriam um aparelho de respiração independente. Em frente ao Hospital La Paz, médicos e enfermeiras protestaram reivindicando mais informações sobre o caso. "Como os métodos de transmissão e prevenção são bem conhecidos, está claro que algum erro foi cometido", disse a Associação Médica de Madri em comunicado. A Comissão Europeia pediu que a Espanha apresente nesta quarta-feira (8) ao Comitê de Segurança Sanitária explicações sobre as falhas do sistema de saúde que permitiram o contágio da auxiliar de enfermagem, disse o porta-voz Frederic Vincent. "Quando for identificada, a falha servirá de exemplo aos outros países", explicou. Para diminuir o risco de contágio, autoridades em Madri consideram até matar o cachorro da mulher doente. A medida foi cogitada no mesmo dia em que três pessoas foram internadas por precaução. O marido da auxiliar de enfermagem, identificado como Javier L. R., é o caso mais preocupante. Também está em observação um engenheiro espanhol que trabalhava na Nigéria. Seu primeiro exame deu negativo e, nesta quarta-feira (8), outro deve ser feito para descartar a infecção. Uma enfermeira foi colocada em quarentena, mas dois testes mostraram que não está contaminada. Além disso, são mantidas em vigilância 22 pessoas com quem a paciente teve contato no Hospital de Alcorcón, onde está internada desde domingo (5), e 30 profissionais do Carlos 3º, onde os missionários morreram.
Expert em Ebola sugere monitorar aeroportos 08/10/2014 - O Estado de S.Paulo O Brasil deve concentrar seu plano de prevenção contra o Ebola nos aeroportos,controlando as portas de entrada do País.O alerta é de Peter Piot, microbiólogo belga que descobriu o vírus em 1976 e hoje atua como consultor da Organização Mundial da Saúde (OMS) diante do pior surto da doença na história. Em entrevista ao Estado, Piot deixa claro que todos os países precisam estar preparados.“ Da mesma forma que o vírus chegou à Espanha, ele também pode chegar ao Brasil”, disse. “As pessoas viajam e não há uma fronteira para o vírus”, declarou o cientista da London School of Hygiene. “Não existe motivo para pensar que o Brasil não seria afetado.” Considerado o maior especialista no mundo sobre Ebola, ele insiste que a forma mais eficiente de trabalho é a prevenção. “Essa deve ser a principal atenção do Brasil: reforçar os controles nos aeroportos”, insistiu. Em 1976,Piot percorreu dezenas de vilarejos pelo Zaire para entender como um novo vírus era transmitido. Três meses depois de detectar o primeiro surto, a doença foi controlada.Mas deixou 300 mortos. Agora, ele começa a liderar na OMS um grupo de especialistas que tem como missão coordenar a resposta científica. Para o cientista, a chave para barrar uma contaminação em outras regiões do mundo é atacar o surto no Oeste da África. Piot não esconde que teme que casos identificados nos Estados Unidos e na Espanha acabem tirando o foco da comunidade internacional: o problema real está na África. “A única forma de prevenção é controlar esse surto nos países africanos”, disse, em Genebra. Piot chega a ser irônico ao falar da repercussão do surto atual. “Foram necessários dois americanos contaminados para que o mundo mobilizasse recursos”, atacou. “Esse é o mundo.” Ainda ontem, o Pentágono informou que destinará US$ 750 milhões para o combate à doença e os 4 mil militares mobilizados para atuar na África Ocidental podem ficar até um ano em missão. Sobre o caso da enfermeira espanhola contaminada por um doente repatriado, o cientista belga também não mostra surpresa.“ O risco sempre existiu e eu avisei.”Segundo ele,nem todos os hospitais estão prontos para agir nesses casos. “Ninguém na Europa tem experiência com isso e um pequeno erro pode ser fatal. Por isso, o caso de Madri é uma lição a todos. Ninguém tem o direito de achar hoje que está exagerando nas medidas de precaução.Elasprecisam ser adotadas”, insistiu. Teresa Romero Ramos apresentou se como voluntária para cuidar de dois sacerdotes espanhóis infectados. Depois de confirmada sua contaminação, 50 pessoas agora estão sob vigilância sanitária – 22 tiveram contato direto com a auxiliar de enfermagem de 44 anos e 4 foram internadas. A perspectiva de que até o cachorro de Teresa fosse sacrificado, por medo da doença, mobilizou defensores dos direitos dos animais. Falha. Em entrevista ao Estado, Piot ainda deixa claro que a OMS falhou. “Parar a epidemia é uma prioridade. O mundo parece que finalmente acordou. Existe uma aceleração no desenvolvimento de tratamentos, de vacinas. Mas agora é importante que isso seja feito de forma coordenada.” Nos Estados Unidos, os dois pacientes em tratamento,um deles em estado grave, estão recebendo uma nova droga experimental, chamada Brincidofovir. |