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Mercado aberto: Genéricos são responsáveis por 21,5% da receita de laboratórios 06/10/2014 - Folha de S.Paulo
A participação dos medicamentos genéricos no faturamento de nove dos dez maiores laboratórios do país chegou a 21,5% em julho deste ano. Em unidades produzidas, a parcela alcançou 24,5%, de acordo com pesquisa da PróGenéricos (associação do setor). Em países europeus, esses medicamentos correspondem a 60% do volume vendido. Nos EUA, a 70%, ainda segundo a entidade. "No Brasil, à medida que diminui a resistência dos médicos e da população aos genéricos, a participação cresce. O aumento do portfólio também favorece", afirma a presidente da entidade, Telma Salles. "Esses medicamentos estão puxando a indústria farmacêutica há algum tempo. No ano passado, enquanto o mercado em geral cresceu cerca de 9%, o de genéricos avançou ao redor de 11%", acrescenta a executiva. Juntos, os nove laboratórios faturaram US$ 5,9 bilhões com as vendas no segmento entre agosto de 2013 e julho de 2014 -alta de 12,3% antes os 12 meses anteriores. O valor representa 90% da receita total do mercado de genéricos no período.
Efeitos colaterais são raros, dizem médicos e fabricantes da pílula 06/10/2014 - Folha de S.Paulo
Desde que prescrito por um médico após avaliação clínica da paciente, e descartados fatores de risco como tabagismo, hipertensão, obesidade e histórico de tromboembolismo, a utilização da pílula anticoncepcional é segura, afirma a Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).
Marta Franco Finotti, presidente da comissão de anticoncepção da federação, afirma que episódios de tromboembolismo são raros e que avaliações internacionais indicam que o benefício do uso da pílula supera o risco. Segundo ela, cinco casos de tromboembolismo são esperados a cada 100 mil mulheres não usuárias de pílula, incidência que sobe para 15 a 20 casos entre quem toma pílula e para 56 entre mulheres grávidas. "Deixar de tomar a pílula e ter uma gravidez é um fator de risco muito maior. Isso faz com que a gente continue prescrevendo e pedindo exames quando temos uma suspeita clínica. Para investigar risco de tromboembolismo são necessários vários exames, o que inviabilizaria o uso [da pílula se feitos na população total]. E ainda não daria certeza de ela não ter o problema." Após intensa discussão, em 2011, o FDA (agência norte-americana que regula fármacos e alimentos) manteve liberada a venda da drospirenona, princípio ativo da Yasmin, apesar de estudos apontarem para possíveis riscos mais elevados da formação de coágulos --que podem provocar o tromboembolismo-- em comparação com o levonorgestrel (outro princípio ativo de pílulas). Outro contraceptivo, a Diane 35, também foi alvo de questionamentos sobre sua relação com episódios como o da professora. Em 2013, o produto chegou a ter o uso suspenso na França. Finotti diz, porém, que a suspensão foi breve, sem que tenham sido encontrados novos dados que contraindicassem o medicamento. A Bayer, que vende a Yasmin no Brasil, reafirmou a segurança do contraceptivo e lembrou uma decisão da Comissão Europeia, de janeiro deste ano, na qual não foram achadas evidências para mudar a avaliação de risco do medicamento. Cinco milhões de mulheres usam a Yasmin em mais de cem países, diz a Bayer. A Anvisa afirmou que cabe aos serviços de saúde e às empresas detentoras dos registros dos remédios notificar a agência sobre eventos adversos graves, mas que o relato é voluntário para os médicos, por falta de lei que determine o contrário. Entre 2009 e 2014, diz a Anvisa, houve três registros no sistema Notivisa de problemas semelhantes ao da professora após o uso da Yasmin.
Risco em pílulas 06/10/2014 - Folha de S.Paulo
RESUMO A professora universitária Carla Simone Castro, 41, teve uma trombose cerebral seis meses após iniciar o uso de um anticoncepcional. Ela relatou o caso em um vídeo postado na rede e compartilhado por quase 140 mil pessoas. Carla e uma vítima de embolia pulmonar abriram uma página no Facebook para alertar mulheres sobre efeitos adversos da pílula.
Comecei a tomar anticoncepcional, com receita médica, em janeiro deste ano, porque sofro de miomas uterinos. Fui a uma ginecologista, fiz uma série de exames, incluindo exames cardíacos. Nunca tinha tomado anticoncepcional na vida. Comecei a ter muita dor de cabeça. Só que, por azar, 30 dias antes eu tinha recebido diagnóstico de sinusite, então a médica dizia que provavelmente [a dor] era disso. No dia 8 de agosto, acordei com muita dor e uma congestão nasal diferente, parecia que meu nariz estava entupido dentro da cabeça. Fui a uma otorrino, ela disse que eu estava com uma crise alérgica e me receitou anti-inflamatórios. No dia seguinte, acordei com a visão duplicada e, na manhã seguinte, acordei sem enxergar nada. A dor me fazia ter vontade de bater a cabeça na parede. Fui ao hospital, passei por três neurologistas, fiz duas tomografias. Recebi o diagnóstico de enxaqueca e crise de ansiedade. Marcamos uma ressonância, e o laudo foi trombose venosa cerebral. No consultório, comecei a passar mal, tive uma convulsão durante uma coleta de sangue. Fui direto para a internação. Fiquei 55 dias com a visão duplicada. Agora estou só sem visão periférica. Quando cheguei ao consultório do neurologista, não tinha movimento na perna direita. Primeira coisa que o médico me perguntou: "Você fuma, bebe, é hipertensa, diabética, tem histórico familiar?". Eu respondi que não. E ele me fez a pergunta clássica, que aparece em todos os depoimentos recolhidos na página do Facebook: "Você toma anticoncepcional?". Na hora que eu disse "sim", ele me mandou parar imediatamente. Eles não têm dúvida de que é o anticoncepcional. Algumas pessoas têm uma predisposição à trombofilia, não podem tomar hormônio. Esse é um exame que os ginecologistas não pedem. Receitam anticoncepcional e só pedem o exame quando a paciente conta que já teve um caso na família. Mas nada impede que ela seja o primeiro caso. Pelos exames até agora, não há confirmação de que eu tenha predisposição genética. VÍDEO Fiz um vídeo para contar aos meus amigos e alunos o que tinha acontecido e ele foi compartilhado 140 mil vezes. Comecei a receber relatos de problemas parecidos com o meu. Abri uma página no Facebook chamada "Vítimas de anticoncepcionais". Já recebemos mais de mil relatos em duas semanas. Perguntei à Anvisa sobre o remédio que tomei, da Bayer, o Yasmin, que contém a drospirenona --mas os relatos que começamos a receber são de todas as marcas. Perguntei à Anvisa quantos relatos existiam de problemas como o meu, que os laboratórios afirmam ser raríssimos. A Anvisa me disse que, em dez anos, recebeu três. Mas descobri que a agência não obriga médicos a relatarem esses problemas. Só de trombose cerebral, tenho 108 relatos. Como os laboratórios e o governo podem afirmar que o que aconteceu comigo e com as outras pessoas são casos raros se o Brasil não tem estatísticas? Tenho relatos de pessoas que estão sem andar, que ficaram em coma, que amputaram membro, perderam a visão. Todos os médicos associam ao anticoncepcional. Não há um controle da venda desse medicamento, qualquer menina de 14 anos compra na farmácia. Nem todo mundo que fuma vai ter câncer, nem todo mundo que toma anticoncepcional vai ter trombose. Mas, se tem risco, tem que ser comunicado. Está na bula, mas ninguém lê bula. Vou fazer uma denúncia ao Ministério Público Federal, vou brigar por um aviso na embalagem.
Corrida por vacinas contra vírus que mata suínos 06/10/2014 - Valor Econômico
As farmacêuticas estão correndo para criar vacinas que detenham o vírus suíno mortal que vem assolando o segmento de carnes nos EUA e impulsionado os preços da carne suína a patamares recorde.
Duas empresas (Harrisvaccines, de pequeno porte, e Zoetis, uma das maiores do mundo na área de saúde animal) receberam aprovação regulatória condicional nos últimos meses para comercializar vacinas contra o vírus - conhecido como diarreia epidêmica suína (PED), que já se espalhou por 31 Estados dos EUA e matou milhões de porcos jovens desde que foi identificado pela primeira vez no país, em abril de 2013. Pelo menos duas outras empresas - a americana Merck Sharp & Dohme e a alemã Boehringer Ingelheim - afirmam que também estão tentando desenvolver suas vacinas. Criadores de suínos e frigoríficos esperam que as vacinas possam conter uma doença que vem confundindo cientistas e reguladores, ainda em dúvida sobre suas causas e mecanismos de contágio. O vírus é fatal apenas para os animais jovens e não ameaça a saúde humana ou a segurança alimentar, segundo cientistas. O vírus reduziu a oferta de suínos nos EUA, o que elevou os custos para processadores de carne, varejistas e consumidores. O preço médio da carne suína no varejo americano subiu 12% no período de 12 meses terminado em agosto, para um nível recorde de US$ 9,26 o quilo, segundo estatísticas do governo federal. A rápida aprovação das novas vacinas pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) reflete a urgência com que o governo e o segmento de saúde animal buscam soluções. As empresas da área faturam cerca de US$ 6 bilhões por ano com vendas de vacinas em todo o mundo, de acordo com a companhia escocesa de pesquisas Vetnosis. Grandes produtores de suínos, como Cargill e Maschoffs, estão experimentando as vacinas, embora muitos no segmento afirmem que não esperam que elas se tornem uma cura universal, até porque outras vacinas para vírus suínos semelhantes tiveram sucesso limitado. Produtores e veterinários "estão extremamente frustrados e procurando por todas as opções viáveis para controlar o vírus", diz Aaron Lower, veterinário da Carthage Veterinary Service, empresa de Illinois que oferece consultoria a criadores. Estima-se que mais de 8 milhões de animais já morreram por causa do vírus desde que ele foi descoberto nos EUA. A produção de carne suína no país caiu 1,8% este ano, segundo o USDA, e os preços dos contratos futuros de suínos já abatidos atingiram o recorde de US$ 1,33875 a libra (0,45 quilo) em julho. Os preços caíram nos últimos dois meses, em parte porque menos surtos foram registrados que no início do ano. É provável que temperaturas mais elevadas dificultem a sobrevivência do vírus. Mike Martin, porta-voz da Cargill, quarta maior empresa processadora de carne suína dos EUA, diz que a companhia confia que as duas vacinas aprovadas ajudarão os jovens animais a sobreviver. De acordo com ele, o produto da Harrisvaccines foi utilizado pela Cargill e já ajudou. Em junho, a Harrisvaccines se tornou a primeira empresa a receber aprovação condicional do USDA para vender a vacina contra o vírus suíno. Isso significa que a companhia pode distribuir o tratamento diretamente para produtores de porcos ou veterinários enquanto aguarda a licença integral. O sistema de licenciamento condicional do USDA, que está disponível para empresas de saúde animal desde 1985, exige que as empresas demonstrem em testes de campo que seus tratamentos são seguros. Elas também devem fornecer dados de testes que indiquem que o produto é provavelmente eficaz. Antes de receber a aprovação do USDA, a Harrisvaccines vendia sua vacina como um tratamento experimental. Os produtores de suínos tinham que obter uma receita de um veterinário licenciado. A empresa afirma que vendeu 2,6 milhões de doses desde que lançou, em agosto de 2013, a vacina - cuja dose, que custa US$ 3, é administrada em suínas adultas na esperança de que a imunidade seja transmitida para suas crias. A empresa recomenda que as suínas recebam duas doses. A tecnologia da Harrisvaccines, que é sediada em Iowa, utiliza sequenciamento genético para identificar um gene no vírus suíno que os pesquisadores acreditam que pode criar imunidade. Os pesquisadores inseriram esse material genético em um vírus enfraquecido quimicamente e criaram uma vacina que é chamada de vetorial. O rápido desenvolvimento de uma vacina foi uma vantagem para essa pequena empresa de capital fechado, que foi criada em 2006 e emprega cerca de 40 pessoas. Com isso, seu faturamento deverá dobrar este ano, para cerca de US$ 8 milhões, conforme Joel Harris, diretor de vendas e marketing e filho do diretor-presidente e fundador, Hank Harris. Em uma tarde recente, o Harris mais velho estava em um laboratório de pesquisas em Iowa, onde ele e outros pesquisadores vêm testando produtos para combater doenças altamente infecciosas de rebanhos. Ele disse que a tecnologia que a Harrisvaccines usa para o vírus suíno pode ser promissora em outras áreas. Já a Zoetis recebeu a aprovação condicional para a sua vacina contra o vírus suíno no início de setembro.
Filme contrapõe realidade dos pacientes e burocracia estatal 06/10/2014 - Folha de S.Paulo
Na primeira cena de "Ilegal", Katiele Fischer, mãe de Anny, uma menina de cinco anos, telefona para a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) pedindo a liberação do medicamento da filha.
Anny sofre de um tipo incurável de epilepsia, que lhe causa cerca de oito convulsões por dia. O remédio, Canabidiol (CBD), tem na composição a Cannabis sativa, e está retido nos Correios, vindo dos Estados Unidos. Katiele não tem sucesso. A atendente sugere que ela leia uma norma da agência e procure os Correios. A cena contrapõe duas realidades: a realidade fria da burocracia estatal e a realidade trágica dos pacientes que precisam da maconha medicinal e ficam à mercê da lentidão e incompetência do Estado. Mais que um documentário sobre o uso terapêutico da maconha, "Ilegal" é um relato dolorido sobre famílias condenadas a sofrer por causa da burocracia, ignorância e atraso. O que dizer de uma mãe que usa maconha para aliviar dores causadas pela arrasadora quimioterapia a que teve de se submeter e acaba acusada de tráfico internacional de drogas? Ou de médicos que temem prescrever CBD, com medo de serem proibidos de trabalhar? Ou de mães que, temendo a polícia, recebem os remédios do exterior escondidos em caixas de presentes? Em outra cena marcante, Katiele anda pelos corredores do Congresso Nacional, depois de pedir a deputados a retirada do CBD da lista de remédios proibidos e de ouvir promessa em cima de promessa. "Agora vai!", diz, cheia de esperança. Mas ela logo descobre que, em Brasília, ninguém tem a mesma pressa que ela. ANDRÉ BARCINSKI é jornalista e autor do livro "Pavões Misteriosos" (Três Estrelas) ILEGAL DIREÇÃO Raphael Erichsen e Tarso Araújo PRODUÇÃO Brasil, 2014 AVALIAÇÃO bom
Sinais de fumaça 06/10/2014 - Folha de S.Paulo
Aos cinco anos de idade, Anny Fischer tinha mais de oito convulsões por dia. Com 35 dias de vida, Sofia Brito teve a primeira crise epiléptica. Eram casos sem remédio, até a descoberta do canabidiol, retirado da maconha.
Apesar de a substância ser proibida no Brasil, Katiele e Margarete, mães, respectivamente, das duas meninas, não hesitaram em importá-la dos Estados Unidos, onde é comercializada. Sua batalha para trazer o remédio legalmente ao Brasil é o ponto de partida do filme "Ilegal", que estreia nesta quinta em 20 cidades do Brasil (incluindo quatro salas em São Paulo). O documentário nasceu de reportagem sobre maconha medicinal escrita pelo jornalista Tarso Araújo --codiretor do longa, com Raphael Erichsen-- para a revista "Superinteressante", que o produz. Durante as pesquisas para o texto, Tarso deparou-se com Katiele. "Eu queria contar a história dela para ver se sensibilizava um juiz que a ajudasse a conseguir o remédio de maneira legal", conta. A primeira ideia que teve foi lançar um curta. "Queria que as pessoas vissem e pensassem: Caraca, mas maconha é remédio?'." Lançado no fim de março na internet, o curta chamou a atenção do programa "Fantástico", da Globo, que propôs a pergunta: Se você fosse pai ou mãe de uma criança como Anny, importaria o remédio apesar da proibição? A história ganhou repercussão na mídia e Katiele conseguiu na Justiça uma autorização especial para importar o CBD, substância não psicoativa --ou seja, que não dá "barato"-- encontrada na Cannabis sativa. Tomando o CBD, conta o documentário, Anny passou de 60 convulsões semanais a zero. BRASÍLIA Para conseguir uma autorização é preciso ter o pedido de um médico. Como a substância é proibida no Brasil --mas não nos EUA, onde a maconha medicinal é legalizada em 23 Estados--, poucos se dispõem a fazê-lo. Katiele não se deu por satisfeita em obter o remédio apenas para a filha e, com outras mães, como Margarete, foi a Brasília, conversou com políticos e participou de reuniões pela legalização do CBD. O processo foi acompanhado por Tarso e Raphael, que transformaram o curta em longa em seis meses. O filme não se limita a acompanhar a briga pelo CBD e retrata pessoas que usam maconha de outras formas como tratamento, para problemas que vão de dor crônica a efeitos colaterais de quimioterapia. "A gente queria contar histórias. Não é um filme sobre maconha, é sobre luta e pessoas que se engajam numa causa", diz Raphael. "Não queremos que as pessoas saiam do cinema com estatísticas na cabeça, e sim que pensem: O que fazer agora?'."
Mais um efeito colateral dos antibióticos 06/10/2014 - IstoÉ
Médicos da Universidade da Pennsylvania, nos Estados Unidos, fizeram um alerta na semana passada. Segundo levantamento realizado pelos especialistas, crianças que tomaram antibióticos mais de quatro vezes antes dos dois anos possuem maior chance de ser obesas. A pesquisa foi publicada na última edição do jornal de Pediatria editado pela Associação Médica Americana.
Trata-se de um trabalho de fôlego. Os especialistas analisaram o histórico médico de mais de 64,5 mil crianças desde seu nascimento até os 5 anos de idade. Cerca de 70% fizeram tratamentos com antibióticos duas vezes antes mesmo de completarem dois anos. Entre o restante, aquelas que foram medicadas quatro ou mais vezes até essa idade apresentaram 10% mais chance de se tornar obesas quando chegaram aos 5 anos em comparação com as que receberam menos doses do medicamento. Na opinião do médico Charles Bailey, coordenador do trabalho, a explicação para o fenômeno seria o papel que os antibióticos desempenham na mudança da flora bacteriana presente no trato digestivo e que, sabe-se hoje, tem impacto no controle do peso. "Achamos que depois dos antibióticos algumas das bactérias presentes naturalmente no corpo e que são eficientes para ajudar na manutenção de peso podem acabar morrendo", disse. "E aquelas que levam na direção contrária, prejudicando o metabolismo, tornam-se mais ativas", considerou. Na investigação, verificou-se que o tipo de antibiótico também influencia o total de peso armazenado. Crianças medicadas com drogas indicadas para destruir tipos específicos de bactérias ganharam menos peso. Aquelas para as quais foram receitados antibióticos de espectro amplo (atingem tipos diversos de bactérias) engordavam mais. Entre a comunidade científica, o consenso é de que o resultado evidencia ainda mais a necessidade de tornar mais criteriosa a prescrição de antibióticos.
Pesquisa e desenvolvimento
Mulher dá à luz com útero transplantado
04/10/2014 - Folha de S.Paulo
Pela primeira vez no mundo, uma mulher deu à luz após receber um transplante de útero, informou nesta sexta (3) o médico que realizou o procedimento, na Suécia.
A mãe, de 36 anos, recebeu o útero de uma doadora próxima à família no ano passado. O bebê --um menino-- nasceu prematuro, mas saudável, no último mês. Mãe e filho estão em casa. As identidades da mulher e do pai não foram reveladas. "O bebê é fantástico", disse o médico Mats Brannstrom, professor de obstetrícia e ginecologia na Universidade de Gotemburgo, que liderou o estudo do qual a mulher fez parte. O feito abre uma nova mas ainda experimental alternativa para mulheres que não podem engravidar por terem perdido o útero para um câncer, por exemplo, ou por terem nascido sem o órgão. A iniciativa é controversa. A principal questão é se, do ponto de vista ético, o risco vale a pena para a doadora, a receptora e o bebê. "Além do risco cirúrgico, a receptora do útero terá que tomar drogas imunossupressoras. Não sabemos o impacto disso, a longo prazo, para o bebê", afirma o médico Artur Dzik, diretor científico da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana. Segundo ele, há alternativas (como o útero de substituição, a chamada "barriga de aluguel") mais seguras para a mulher que não tem útero e deseja um filho biológico. "Me parece muita vaidade do médico e da paciente." Para Dzik, o transplante de útero não deve se tornar comum. "O transplante foi criado para salvar vidas. Você transplanta a córnea, a pessoa volta a ver. Transplanta o rim, ela sai da diálise." Para os novos pais, no entanto, os anos de pesquisa valeram a espera. "Foi uma jornada muito difícil, mas nós agora temos o bebê mais maravilhoso do mundo", disse o pai. "Ele é lindo e nem chora, apenas resmunga." Brannstrom e seus colegas transplantaram úteros em nove mulheres ao longo dos últimos dois anos como parte de um estudo, mas complicações forçaram a remoção de dois desses órgãos. O médico implantou embriões nas outras sete mulheres. Ele disse que há duas outras gestações em andamento com ao menos 25 semanas. Antes desses casos, houve duas tentativas de transplantar um útero --uma na Arábia Saudita e outra na Turquia-- que não resultaram em bebês. Médicos na Grã-Bretanha, França, no Japão, na Turquia e em outros países estão planejando operações similares, mas usando doadoras mortas em vez de vivas. A paciente sueca tem ovários saudáveis mas nasceu sem útero --uma síndrome que afeta uma em 4.500 meninas. Ela recebeu o útero de uma doadora de 61 anos, que já havia passado pela menopausa após ter dois filhos. Seis semanas após o transplante, ela teve sua primeira menstruação --sinal de que o útero estava bem. Após um ano, foi implantado um embrião produzido em laboratório com o óvulo da mulher e o esperma de seu parceiro. A mulher, que tem apenas um rim, teve três episódios de rejeição, inclusive durante a gravidez, resolvidos com o uso de medicamentos. A gestação ia bem até a 31ª semana, quando a mãe desenvolveu pré-eclampsia (aumento da pressão arterial). Foi feita uma cesariana, e o bebê nasceu com 1,77 kg. Detalhes sobre o caso serão publicados na revista científica "Lancet". Brannstrom disse que estava preocupado com a chance de terem lesionado o útero com o corte da cesariana. Eles terão que aguardar alguns meses para saber se a mãe poderá ter uma segunda gravidez. Para os pais, a ideia de um segundo bebê ainda é prematura. "Nesse momento, estamos felizes com apenas um bebê", disse o pai.
Só 30% dos idosos com mais de 80 anos envelhecem bem em SP 05/10/2014 - Folha de S.Paulo Só 30% dos idosos com mais de 80 anos que vivem em São Paulo têm um envelhecimento tido como "ótimo", ou seja, sem problemas funcionais ou cognitivos. Os dados vêm de estudo inédito da USP, feito partir de projeto que monitora há 14 anos o envelhecer na capital. Manter contato social, ser ativo fisicamente, não ter depressão ou outra doença mental, possuir mais de quatro anos de escolaridade e renda suficiente são os fatores que aumentam as chances de envelhecer bem. Foram avaliados 363 idosos de várias regiões do município, acompanhados no Sabe (Projeto Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento). A amostra representa a população octogenária da cidade. Esse grupo é o que mais cresce entre os idosos da capital. Em 2000, as pessoas com 80 anos ou mais representavam 12% dos 972 mil idosos paulistanos. Em 2010, essa faixa pulou para 15,3%. "Não ter depressão é um dos principais fatores para um envelhecimento ótimo. A doença é muito subnotificada no idoso e negligenciada pelos serviços de saúde. As pessoas acham que é normal ficar tristinho' na velhice", diz a pesquisadora Yeda Duarte, professora da USP. Dos idosos "ótimos", só 4,7% relataram ter depressão. Na outra ponta, dos que não estão envelhecendo bem, 73,5% relataram a doença. A dona de casa Rosa Wainberg, 82, conhece bem os dois lados da moeda. Após a morte do marido, em 2002, retraiu-se. Não saía mais de casa. Via-se presa a uma vida triste e monótona. "Eu sei o que é ter depressão", diz. Dois anos depois, decidiu dar uma guinada na vida. Matriculou-se na Universidade Aberta da Terceira Idade da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e hoje coordena um grupo de meditação. "Tem é que tirar as coisas ruins da cabeça para permitir a entrada das novas", afirma ela, que tem um filho, mas prefere morar sozinha. O estudo aponta que, embora as mulheres vivam mais anos, os homens estão envelhecendo melhor: 42% deles tiveram o conceito "ótimo", contra 23,7% das mulheres. Outros estudos já demonstraram que homens que chegam até a idade avançada tendem a ser mais ativos e independentes que mulheres da mesma faixa etária. "Quanto mais idade, mais isso fica claro. Entre os centenários, é evidente. É um fenômeno universal", diz a geriatra Maysa Seabra Cendoroglo, professora da Unifesp. Segundo ela, fatores genéticos e ambientais que podem contribuir para isso ainda estão sendo estudados. Outro tema bastante pesquisado são as atividades e hábitos de vida que podem colaborar para um envelhecimento saudável. O papel da atividade física como fator de proteção física e mental já está bem documentado. Mas agora estudos em modelos animais têm demonstrado que a interação social também produz benefícios semelhantes. "A interação com o outro produz desafios constantes. Usamos recursos mentais e emocionais, o que estimula o aprendizado, a sair da zona de conforto", explica Maysa. DOENÇAS
Envelhecer bem não significa não ter doenças. A grande maioria (84,4%) dos idosos "ótimos" têm uma ou mais doenças de base, como diabetes e hipertensão.
"Manter essas doenças bem controladas é fundamental para viver mais anos sem comprometimento funcional", explica a geriatra Maria Lúcia Lebrão, coordenadora do Sabe. Isso significa poder vestir-se, comer, ir ao banheiro e tomar banho sozinha, por exemplo. Outro estudo, também com dados Sabe, mostrou que as chances de declínio cognitivo aumentam duas vezes e meia entre os idosos com dificuldades em desempenhar essas atividades diárias.
Saúde
A polêmica dieta do hormônio da gravidez 06/10/2014 - IstoÉ
A lista dos regimes da moda ganhou mais um nome: a dieta do hCG. A dieta que conquista adeptos no País prescreve doses do hormônio gonadotrofina coriônica humana (a sigla em inglês é hCG) por cerca de 40 dias consecutivos. A substância é fabricada nos primeiros dias de gravidez e pode ser indicada em tratamentos de infertilidade e alterações no desenvolvimento de ovários e testículos.
A perda de peso acelerada foi o que atraiu a empresária Graciete Affini, de São Paulo. “Fiz exames antes de usar o hCG e conversei com o médico. Em 15 dias, perdi dez quilos e não tive efeito colateral.” Ao contrário de Graciete, a produtora Mônica Cosas, de Recife, não permaneceu na dieta. Ela queria se livrar de cinco quilos, mas interrompeu as injeções de hCG dez dias depois de começar a tomá-las. “Sentia fraqueza, tontura e tive problemas gastrointestinais”, conta. Ela também descobriu que tivera uma crise de hipotensão postural – queda na pressão arterial ao ficar em pé. “O médico disse que a doença se manifestou porque eu estava desidratada e tive infecção intestinal. Não se pode afirmar que algum desses problemas esteja ou não relacionado à dieta. Não há estudos e os sintomas coincidiram”, diz. O regime teve seu primeiro momento de fama nos anos 1970. Agora, voltou com força. Para conter sua expansão, a agência reguladora americana FDA decidiu que a publicidade de produtos contendo o hormônio deve informar que ele não demonstrou ser uma terapia eficaz no tratamento da obesidade. Depois dos EUA, a dieta se popularizou em países como Argentina e Equador e agora se espalha pelo Brasil na base do boca a boca. Mônica foi informada por seu médico que o hormônio a protegeria da perda de músculos que ocorre na dieta de baixas calorias a que se submeteria. Já Graciete ouviu que o hCG facilitaria a queima da gordura acumulada. Outro especialista disse que o hormônio simula uma gravidez e leva o corpo a consumir mais gordura para complementar o aporte de calorias necessário para se nutrir e nutrir o feto. Fica evidente o desencontro nas informações sobre a ação do hormônio. A pessoa emagrece, mas não sabe por quais mecanismos. Um é óbvio: a restrição calórica imposta pelo regime. Dois médicos que indicam a dieta procurados por ISTOÉ não quiseram dar entrevista. Um terceiro disse que daria as informações, mas não iria se expor porque o hormônio é usado de modo off-label (a indicação não consta da bula). No entanto, remédios aprovados para diabetes, como o liraglutide (Victoza) e exenatide (Byetta), são abertamente ministrados de modo off-label contra a obesidade. A diferença é que há estudos comprovando sua eficácia no emagrecimento. Já sobre a ação do hCG, não há pesquisas que documentem sua eficiência ou possíveis efeitos colaterais. Para o endocrinologista Walmir Coutinho, presidente da Federação Mundial de Obesidade, não há relatos de graves danos colaterais a longo prazo por causa da dieta, mas o hCG não ajudaria em nada o emagrecimento. “O que leva à perda de peso nessa dieta é a grande restrição calórica”, diz. “Mas a chance de recuperar os quilos perdidos é alta quando a pessoa retoma a alimentação normal”, diz.
Paciente com ebola 'luta por sua vida', diz órgão dos EUA 06/10/2014 - Folha de S.Paulo
Thomas Eric Duncan, a primeira pessoa a ser diagnosticada com ebola nos EUA, lutava no domingo (5) por sua vida em um hospital de Dallas, Texas, e "aparentemente" não está recebendo nenhum remédio experimental para combater o vírus, disse Tom Frieden, diretor do Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC) dos EUA. Duncan adoeceu depois de chegar da Libéria, há duas semanas. Sua entrada no país aumentou os temores de que a pior epidemia do ebola da história pudesse sair da África, onde começou em março, e se espalhar. A febre hemorrágica deixou ao menos 3.400 mortos entre os 7.490 casos prováveis, suspeitos e confirmados em pouco mais de seis meses no continente africano. "O homem em Dallas, que luta por sua vida, é o único paciente a desenvolver ebola nos EUA", disse Frieden, que atualizará o presidente Barack Obama sobre o caso nesta segunda-feira (6). Segundo Frieden, doses do remédio experimental ZMapp "acabaram", e o medicamento, produzido pela Mapp Biopharmaceutical, "não estará disponível em breve". Questionado sobre uma segunda droga experimental produzida pela canadense Tekmira Pharmaceuticals Corp, ele afirmou que "é muito difícil para os pacientes tomá-la". O médico e a família do liberiano teriam de decidir usar a droga, afirmou Frieden. Ele acrescentou que, "se quiserem, terão acesso a ela". "Pelo que entendemos, remédios experimentais não estão sendo usados [por Duncan]", afirmou. "Depende de seus médicos, dele mesmo e de sua família decidir qual tratamento adotar."
SEM-TETO
Também no domingo (5), autoridades disseram que um sem-teto que era procurado por ter tido algum tipo de exposição a Duncan foi encontrado no Texas após várias horas de busca.
O desabrigado não está entre as dez pessoas que comprovadamente tiveram contato com o liberiano de 42 anos. Nesse grupo estão sete funcionários de saúde e três membros da família ou de sua comunidade, disse Frieden. Apesar disso, ele faz parte de um conjunto de 38 pessoas que podem ter tido alguma exposição a Duncan quando ele mostrou sintomas da doença após chegar aos EUA vindo da Libéria, no dia 20. O juiz do condado de Dallas, Clay Jenkins, caracterizou o homem, que não foi identificado, de "baixo risco". Autoridades o haviam monitorado no sábado (4), mas querem medir sua temperatura regularmente para se assegurar de que ele não tem febre, que é um possível sintoma da doença.
Saúde responde 04/10/2014 - Folha de S.Paulo
Há mais de cinco anos tenho insônia. Não durmo à noite mesmo por um minuto. Dou vários cochilos ao longo do dia. Não fumo nem bebo. Faço caminhada. Tenho diabetes tipo 2 e pressão alta, ambas sob controle. Há solução? NELSON BRANDÃO Existem diversas causas possíveis para a insônia, como depressão, ansiedade e outros problemas psiquiátricos. Hipertensão e diabetes também podem contribuir para o quadro, diz o neurologista Luciano Ribeiro, do Instituto do Sono. "Há muitos insones que estão dormindo mais do que acham. Eles podem ter algum sono reparador sem que percebam." Segundo Ribeiro, a terapia comportamental cognitiva, que consiste no reaprendizado de como dormir, tem bons resultados e dura apenas 6 semanas. Ele recomenda procurar um especialista em medicina do sono e não tomar remédios sem receita médica porque, a longo prazo, eles podem piorar o problema.
Ebola sem fronteiras 04/10/2014 - Folha de S.Paulo
A confirmação do primeiro caso de ebola nos Estados Unidos ilustra bem o quanto podem ser frágeis as barreiras sanitárias dos países, inclusive dos mais desenvolvidos. O paciente infectado chegou a procurar um hospital em Dallas assim que se manifestaram os primeiros sintomas da doença, mas foi mandado de volta para casa, mesmo tendo informado que chegara havia pouco da Libéria. Tal despreparo, verificado na maior potência ocidental, só reforça a sensação de que a epidemia não tem recebido atenção compatível com sua gravidade. Não se trata de problema restrito a este ou àquele país; a comunidade internacional como um todo vacila diante da tragédia que se desenrola no oeste da África. Têm sido insuficientes os esforços mundiais no enfrentamento do surto, que já infectou mais de 7.000 pessoas, deixando cerca de 3.350 mortos. De acordo com Margaret Chan, diretora-geral da Organização Mundial da Saúde, esses números ainda devem crescer antes de o quadro melhorar, apesar do trabalho da entidade. Nos piores cenários, modelos matemáticos projetam que, dada a taxa atual de disseminação do vírus na África, poderão ocorrer centenas de milhares de novas contaminações até o fim de 2014. Tal multiplicação, assustadora em si, traz um risco extra: quanto mais tempo o ebola continuar se replicando em seres humanos, maior é a chance de que se torne mais contagioso. Não se descarta que o vírus, hoje transmissível apenas pelo contato com fluidos corporais, sofra mutações que permitam sua propagação pelo ar. Embora seja improvável que isso ocorra, o mundo não deveria pagar para descobrir até que ponto vai a capacidade de adaptação do ebola. São, de todo modo, muito prováveis --e reais-- os efeitos econômicos da epidemia. O Banco Mundial calcula que o PIB da Libéria encolherá cerca de 5% neste ano. Em Serra Leoa, o crescimento previsto de 11% seria reduzido para 2%. Contrações dessa magnitude prejudicam qualquer país, mas são devastadoras em nações já paupérrimas --e também por isso a comunidade internacional deveria agir. O Brasil, que no governo Lula aproximou-se da África, tem sido particularmente omisso. Prometeu contribuir com US$ 400 mil, enquanto a China anunciou doação de US$ 36 milhões, e a Índia, de US$ 12 milhões --para nada dizer dos US$ 175 milhões dos EUA. Seria bom se o cálculo diplomático de outrora impulsionasse maior ajuda humanitária, à altura da projeção que o país quer ter.
Menina é internada na UTI após tomar vacina contra HPV 04/10/2014 - Folha de S.Paulo
Uma menina de 11 anos foi internada em São Paulo com dormência nas pernas e dificuldades para respirar após tomar a vacina contra o HPV. Segundo a família, a garota começou a passar mal na última semana. Ela tomou a segunda dose em 16 de setembro. Na quarta (1º), após ter sido atendida em outro hospital, a menina foi transferida para a UTI do Hospital Municipal Carminio Caricchio. "Ela chegou com a respiração quase indo embora", disse a tia Regina de Fátima Alves, 49. Não há comprovação de que a vacina tenha causado os sintomas, diz a Secretaria Municipal de Saúde, que apura o caso. É a primeira suspeita de reação registrada na cidade. No início de setembro, 11 meninas foram socorridas em Bertioga, no litoral paulista, após sentirem dormência nos braços e nas pernas. Foram liberadas dias depois. Na época, o Ministério da Saúde afirmou que uma síndrome de estresse pós-injeção pode ter causado os sintomas. A vacina, dada em meninas de 11 a 13 anos, visa evitar o câncer de colo do útero --3ª maior causa de morte de mulheres por câncer no país. Em nota, o ministério afirmou que a vacina é segura e utilizada como estratégia em outros 51 países, sem registros de eventos adversos. Mais de 900 mil meninas já tomaram a segunda dose. Na primeira, foram 4,5 milhões.
Plantão médico: Estrabismo e problemas emocionais 04/10/2014 - Folha de S.Paulo Uma criança pode apresentar estrabismo ao nascer quando seus olhos não fixam o mesmo ponto ao mesmo tempo. Pode também ter o problema por vício de refração, necessitando de óculos. O estrabismo deve ser tratado antes dos 4 anos, por exercícios de ortóptica ou cirurgia, quando indicados. Sem tratamento e atenção de um oftalmologista, o portador pode perder a visão em um dos olhos, e uma futura operação no adulto será meramente estética. Mas mesmo nessa fase terá o seu valor sob o ponto de vista emocional. Passará a ser chamado por amigos e vizinhos pelo nome e não mais por vesgo ou caolho. O médico Geraldo de Barros Ribeiro e colaboradores do Hospital São Geraldo, da UFMG, em Belo Horizonte, relatam nos "Arquivos Brasileiros de Oftalmologia" que 74% de estrábicos sentem-se incomodados com o problema; 54,8%, inferiorizados; 12,1% têm dificuldade para ler e 14% têm percepção de profundidade alterada. Os autores concluem que o estrabismo interfere na qualidade de vida funcional e psicossocial, mostrando a importância do tratamento, não importando a idade. INCONTINÊNCIA O 44º Congresso da International Continence Society (www.ics.org/2014) será realizado no Rio, de 20 a 24 de outubro. No dia 22, às 15 h, o "Fórum de Consciência da Continência" estará aberto ao público. Inscrições pelo e-mail jenny@ics.org.
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