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Medicamentos
Laboratórios de genéricos ganham mais espaço 29/09/2014 - O Estado de S.Paulo As 10 maiores empresas farmacêuticas em operação no Brasil faturaram US$ 5,924 bilhões com a venda de genéricos entre agosto de 2013 e julho de 2014, um crescimento de 12,3%, em relação aos US$ 5,274 bilhões contabilizados entre agosto de 2012 e julho de 2013, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos). Juntas, essas empresas representam 90% do faturamento total do segmento, que foi de US$ 6,6 bilhões no período. Em volume, foram responsáveis pela produção de 740,4 milhões de unidades no período. Mercado aberto: Remédio de grife 28/09/2014 - Folha de S.Paulo Colunista: Maria Cristina Frias Quinze anos após a criação da Lei dos Genéricos, os remédios de marca continuam sendo mais populares no mercado brasileiro. Levantamento da Orizon (empresa de soluções para o setor de saúde) aponta que 94% de seus entrevistados optam por esse tipo de medicamento. Foram consultadas cerca de 43,7 mil pessoas. Do total, 39% só compram os produtos de marca e 55% utilizam também os genéricos. Pouco mais de 5% adquirem apenas genéricos. Ainda segundo a pesquisa, um paciente que toma remédios de uso contínuo para controlar a hipertensão pode economizar 40% por ano com a substituição do medicamento de marca pelo genérico. A diferença para quem tem diabetes pode chegar a 34%. Pesquisa e desenvolvimento
Saúde
Estresse, sedentarismo e má alimentação... 29/09/2014 - Valor Econômico Há cerca de cinco anos, o começo da trajetória de uma empresa de serviços de TI, a Hystalo, quase custou a vida de seu fundador, o analista de processamento de dados Rafael Rodrigues, então com 25 anos de idade. Sua rotina de dedicação ao negócio incluia jornadas de 20 horas diárias de trabalho, inclusive aos sábados, regadas a quatro latas de energético. Em uma noite de quinta para sexta-feira, acordou vomitando sangue. Pediu para que sua noiva - hoje mulher - o levasse ao hospital logo pela manhã. "A partir daí, não me lembro muito bem das coisas", afirma. Mas sabe que, devido ao infarto, foram três paradas cardíacas e sete dias em coma. Quando acordou, na UTI, em um primeiro momento, imaginou que havia sofrido um acidente de carro, porque "sempre corria bastante". A volta às tarefas profissionais também foi veloz. "Quando fui para o quarto, peguei o notebook e comecei a responder aos e-mails", diz. Cerca de 15 dias depois já estava no escritório, mas mudou alguns de seus hábitos: cortou o energético, reduziu o número de horas de trabalho, passou a tentar dormir melhor e arrumou um sócio para dividir responsabilidades. Mesmo assim, não foi suficiente. Há quatro meses, aos 30 anos, o executivo sofreu o segundo infarto, que classifica como "leve". "Senti um pouco de dor no peito e corri para o hospital. Se não fosse o primeiro infarto, não teria ido." Nessa nova ocorrência, descobriu que seu sangue coagula mais rápido que o normal, o que favorece o surgimento de problemas como os que enfrentou. Rodrigues obteve alta em uma sexta-feira e, na terça-feira seguinte, foi para a empresa - a despeito de a médica ter recomendado um mês de repouso. No combate ao estresse, o empreendedor, que diz se alimentar bem e não fumar, tem dividido obrigações do negócio com a mulher, que também entrou como sócia na Hystalo, e reservado mais tempo para ficar com o filho de um ano e meio. "Hoje, limito o expediente entre 12 e 14 horas por dia e não viro noites." A história ilustra bem como anda a saúde de muitos gestores brasileiros. O estresse é um dos principais males que afetam esses profissionais, de acordo com um levantamento realizado pela operadora de saúde Omint no primeiro semestre deste ano com 22 mil executivos em cargos de média e alta gerências. Dos 20 problemas mais comuns listados, 11 se relacionam a ele e a hábitos de vida inadequados - além da ansiedade, citada por 18% das pessoas consultadas, aparecem também excesso de peso, dor de cabeça frequente, insônia e depressão. Rinite e alergia de pele encabeçam a lista (veja o quadro), e mesmo essas moléstias podem estar ligadas ao estresse. "Qualquer desequilíbrio compromete todo o conjunto", diz Caio Soares, diretor médico da Omint e coordenador da pesquisa. "Se a pessoa tem predisposição a alergias, o estresse vai piorar os sintomas, pois ele baixa a imunidade e deixa as portas abertas para tudo de ruim que possa acontecer." Um dado que chama a atenção é que 94% dos executivos disseram que sua alimentação não é equilibrada. Os sedentários, por sua vez, somaram pouco mais de 40%, mesmo índice dos que tentam adotar alguma atividade física no dia a dia. O nível de estresse foi avaliado como muito alto por 33%. A boa notícia fica por conta da queda do percentual de fumantes - de 18% em 2004 para atuais 11%. "Muita gente está preocupada com a saúde, mas não dá o primeiro passo para sair da situação atual. Qualquer coisa é desculpa para não fazer", afirma Soares. A saída da inércia, porém, precisa acontecer de forma gradual. A estratégia, segundo ele, é escolher coisas simples, mais facilmente ao alcance. "Deixar o elevador e subir de escada, por exemplo. Ou eliminar a manteiga e a margarina, o que já diminui em 50% a chance de ter um infarto ou AVC. A partir de uma iniciativa como essa, mudanças positivas no corpo vão gerar um efeito cascata para outras medidas." Mas nem sempre é fácil para o executivo tomar uma atitude nesse sentido sem um empurrão externo. Para Louis Servizio, da CGP Brasil, empresa de programas de prevenção de saúde, a companhia pode até pagar o plano da academia para o profissional, mas ele não irá frequentá-la se não estiver motivado. Assim, o recomendado é combinar esse tipo de benefício com um serviço de coaching. "Ele o ajudará a reorganizar a vida e a modificar suas crenças para que queira fazer exercício", diz Servizio, que aplica no Brasil uma ferramenta americana - Wellcast ROI - que mede o retorno financeiro de empresas em programas de prevenção de doenças. Em sua opinião, a padronização desses programas para todos os funcionários costuma ser um erro, pois sua eficácia, em termos de custo-benefício, depende do tipo de empresa, da função do profissional e mesmo da rotatividade média da companhia. "Se ela é alta, não compensa investir em um programa que levará três ou quatro anos para dar retorno, como o de saúde cardiológica", exemplifica. No caso, é melhor apostar em uma vacinação contra influenza, que traz resultado no curto prazo. Em relação ao trabalho de aconselhamento, uma vertente que tem ganhado corpo no mercado brasileiro é a do coaching de saúde e bem-estar - o chamado "wellness coaching". O foco é atuar na reestruturação do estado emocional e do estilo de vida do executivo, visando a um melhor rendimento em suas atividades. "Uma vez que não podemos mudar questões como o trânsito ao ir para o trabalho e a carga horária, fortalecemos o profissional para enfrentá-las melhor", afirma Melina Cury Haddad, coordenadora de psicologia da operadora de saúde Care Plus. Uma das abordagens de Melina ao lidar com o estresse é combater ataques de raiva, que, de acordo com estudos em países como os Estados Unidos - o tema é pouco pesquisado no Brasil, segundo a psicóloga -, levam à hipertensão e muitas vezes precedem ataques cardíacos e AVCs. O tratamento inclui técnicas de relaxamento através da respiração e terapia cognitiva. "Há pessoas, por exemplo, que se enraivecem com mais rapidez e maior intensidade", diz. O problema, no entanto, costuma ser camuflado, pois "aprendemos já na infância que é feio ter esse sentimento". "As pessoas chegam ao consultório em razão do estresse". Ela diz considerar um erro buscar extravasar por meio de práticas violentas como o boxe ou outros tipos de luta. "Você ensina o cérebro que aquele alívio pela violência é prazeroso", afirma. "É preciso saber colocar a raiva para fora do jeito certo, construindo algo positivo." Se a impossibilidade de arrumar tempo livre se transforma em um álibi, a sugestão da médica e coach Roberta Ribeiro é fazer pequenas mudanças no cotidiano que não interfiram nos horários do profissional. Para aplicar um método próprio de combate ao esgotamento que integra diferentes tipos de terapia, Roberta fundou a empresa MedIntegral. De acordo com ela, aspectos da vida como cuidar da saúde e trabalhar devem estar integrados, e não ocupar "caixinhas" fragmentadas na constituição do indivíduo. "As coisas acontecem simultaneamente", diz. Por esse princípio, iniciativas como escolher as opções mais saudáveis no almoço, usar as escadas e ir para o trabalho de bicicleta configuram meios de melhorar hábitos diários. "A questão não é aliviar o estresse, é administrá-lo", afirma. Aula faz 82% dos alunos comerem mais frutas 28/09/2014 - O Estado de S.Paulo "Não tenho mais coragem de beber refrigerante todo dia", diz Sheila Alves Rezende, de 12 anos. "Antes não comia salada; agora, faço um esforço e como todo dia", conta Emily Gomes da Silva, também de 12 anos. "Era bolacha todo dia. Hoje em dia, só de vez em quando", relata Livia Alves, de 11 anos. "Eu ficava enrolando minha mãe na hora de comer salada. Mas aprendi a gostar", afirma Erick Kaik Neri Lazzaratto, de 12 anos. Parece reunião dos Comedores Compulsivos Anônimos. Mas são depoimentos de alunos a Escola Estadual Deputado Augusto do Amaral, no Jaguaré, zona oeste de São Paulo. Desde o início de 2013, eles participam de um projeto-piloto desenvolvido pelo Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-USP) - o Meu Pratinho Saudável. O objetivo do trabalho foi mudar os hábitos alimentares da criançada. E os resultados já são visíveis. Todos os 189 alunos participantes passaram por aferição de peso, altura para definição do IMC (Índice de Massa Corporal) e de circunferência abdominal no início do programa. Foi constatado sobrepeso ou obesidade em 39% dos meninos. Após um ano, as medições foram repetidas. Os meninos com sobrepeso ou obesidade representaram 36%. Na medição de circunferência abdominal, os avaliados como predispostos a desenvolver doenças cardiovasculares, que representavam 44% no início do programa, passaram para 40%. As respostas obtidas em questionário de hábitos alimentares também melhoraram. Após um ano da vigência do projeto, 82% dos alunos informaram ter aumentado o consumo de frutas, 65% passaram a fracionar as refeições, 73% ampliaram a ingestão de legumes e 68% reduziram o consumo de gorduras. Os dados obtidos também mostram que 68% diminuíram a ingestão de doces, 62% reduziram o consumo de refrigerantes e 76% aumentaram a prática de atividades físicas. "Considerando que o projeto foi implementado há pouco mais de um ano, os números mostram grande avanço", avalia a médica Elisabete Almeida, coordenadora do Meu Pratinho Saudável. Uma vez por mês, profissionais do Hospitais das Clínicas vão até a escola. Ali realizam gincanas, dinâmicas, montagem de pratos com alimentos em resina e jogos nos quais os alunos aprendem conceitos como quantidade de gordura, sal e açúcar. "Nesse período também fizemos três reuniões com os pais de alunos", acrescenta a médica. Todo esse trabalho foi viabilizado graças a parcerias com a LatinMed Editora em Saúde e o Instituto Givaudan. "O período escolar é a melhor época para a criança aprender o quê e quanto colocar no prato", acredita Elisabete. Até a diretora do colégio conta que melhorou sua alimentação. "Aprendi a comer salada todos os dias e agora ando evitando refrigerante", confessa Rosane Molina Carvalho. Outras escolas. A iniciativa do Meu Pratinho Saudável vem sendo acompanhada pela Secretaria de Estado da Educação. A expectativa dos envolvidos é que o projeto se expanda para toda a rede. "Preocupamo-nos com o fato de a criança precisar se alimentar bem dentro e fora da escola", afirma a nutricionista Andreia Ignacio dos Santos, do Departamento de Alimentação e Assistência ao Aluno da Secretaria de Estado da Educação. "Se esse projeto continuar dando resultados, é possível que haja um convênio para levá-lo para outras escolas." Corações cansados 28/09/2014 - Estado de Minas O infarto do miocárdio ou doença isquêmica do coração, é um problema recorrente no país e causa 300 mil infartos por ano. matando cerca de 80 mil pessoas. O infarto não escolhe sexo. raça ou idade, porém, existem alguns fatores de risco que tomam a pessoa mais propícia à doença, como o estresse emocional, tabagismo. diabetes, sedentarismo. hipertensão arterial. histórico familiar de problemas coronarianos. alto índice de colesterol. obesidade e ansiedade. Marcelo Cantarelli. cardiologista e coordenador da campanha Coração Alerta ressalta ainda como fatores de risco "o uso de drogas ilícitas, em especial a cocaína e o crack. que provocam grandes infartos em pessoas muito jovens. Podemos reduzir muito o risco de infarto. identificando e tratando os fatores de risco, deixando de fumar e não usando drogas", avisa. Amanhã é o Dia Mundial do Coração e uma das maiores preocupações é com a rapidez no atendimento, fator fundamental para salvar vidas. No Brasil, o indivíduo perde até duas horas para efetuar o contato inicial com o médico, depois de sentir algum sintoma. O problema é que. a cada meia hora que se atrasa para atendera vítima, o índice de mortalidade aumenta em 7%. E você? Saberia reconhecer os sintomas do infarto na hora em que ele acontece? O que faria? A primeira pista de que está havendo o problema é uma dor intensa no centro do peito, irradiando para a mandíbula. pescoço, ombros e braços, principalmente o esquerdo. Mas há outros (veja info-grafia). que. inclusive, podem ser confundidos com outros sintomas. E é aí que mora o perigo. "Estava dormindo e acordei passando mal do estômago, com azia e dores. Levantei-me e acabei vomitando. Voltei para a cama e minha mulher, que é muito preocupada, disse que ia me levar ao hospital. Falei que estava tudo bem. que as dores e o mal-estar já estavam passando. Ela insistiu e. para evitar confusão. fui. Chegando lá. o médico disse que eu estava tendo um infarto". conta o administrador de empresas belo-horizontino Francisco Norberto Resende Moreira. de 64. que teve o colapso há cerca de 10 anos. "Correram comigo para a sala de operação e quando acordei, horas mais tarde, eles já tinham feito todo o processo e colocado um stent. Ainda bem que não precisei de ponte de safena". continua. "Quando o corpo 'falar é sinal de que o coração está em alerta, por isso. procure socorro imediatamente", alerta Marcelo Cantarelli. O médico explica que o infarto do miocárdio é conseqüência da obstrução de uma artéria coronária por um coágulo de sangue sobre a placa de gordura, impossibilitando que uma quantidade suficiente de sangue chegue até aquela área do músculo cardíaco. A região sofre um processo de morte celular e necrose. podendo levar à morte súbita ou à insuficiência cardíaca. Cantarelli salienta que o infarto pode ser classificado de acordo com a parede do coração que está sendo comprometida; anterior. inferior, lateral, dorsal. Ê chamado de extenso, quando grande área é afetada devido ao entupimento de uma artéria coronária importante; transmural. quando afeta completamente a espessura da parede, ou subendocárdico. quando não afeta toda a espessura. Há ainda a denominação fulminante, para aqueles que provocam a morte de forma mais rápida, antes do atendimento médico adequado. Há casos em que a dor não chega a ser intensa, principalmente em mulheres, idosos e diabéticos. Caso não seja tratado adequadamente. ou seja. desentupida a artéria que está provocando o infarto nas primeiras horas a partir do início dos sintomas, as conseqüências podem ser: parada cardíaca. arritmias cardíacas, ruptura de uma parede do coração ou da válvula mitral. enfraquecimento do coração (insuficiência cardíaca). falência circulatória (choque cardiogénico) e morte. O diagnóstico é feito inicialmente por meio de um simples eletrocardiograma. que deve ser interpretado rapidamente. O tratamento é feito através do desentupimento da artéria coronária que está provocando o infarto. explica o cardiologista. Há duas maneiras de tratar: por meio da injeção na veia de uma medicação trombolítica. para dissolver o coágulo na artéria, ou porangioplastia coronária. que é fazer a abertura mecânica da artéria por meio do cateterismo cardíaco. Nesse procedimento, um pequeno balão é insuflado no local da obstrução. abrindo a passagem de sangue, e uma prótese de metal (stent). como uma molinha. é implantada para evitar que a artéria se feche novamente. NÃO ERA O ESTÔMAGO Nascida na cidade paulista de Avaré. a professora aposentada Hellenice d' Paschoal. hoje com 78 anos. conta que sofreu um infarto em plena Avenida Paulista, na capital. Ela lembra que. no momento do infarto. estava indo para o trabalho, quando sentiu uma dor incômoda no estômago. "A dor começou a aumentar muito e todos achando que era um problema estomacal". conta. De novo. a confusão de sintomas. "Pouco depois tive uma vertigem e. quando dei por mim. já estava dentro de uma ambulância. sentindo muita dor. De repente. nào vi mais nada e só fui acordar na UTI já com a angioplastia feita e o stent instalado." Helle na época com 62 anos. trabalhava, fumava muito e comia mal. Depois de uma separação traumática, emagreceu muito e se tomou estressada, dedicando muito tempo da vida ao trabalho. que se tornou uma fuga. "Na época, trabalhava na Secretaria do Verde e do Meio Ambiente do Município de São Paulo. Acredito que o que me infartou foram o cigarro. a má alimentação e o excesso de trabalho. Ia para o serviço às 5h e voltara 21h e 22h. Tanto Helle quanto Francisco Norberto modificaram os hábitos de vida. "Larguei o cigarro, me aposentei, passei a me alimentar melhor e a fazer exercícios. Hoje me sinto ótima e olha que lá se foram 16 anos. É preciso que as pessoas se cuidem, façam exercícios. evitem o estresse e se alimentem bem", recomenda ela. Francisco fumava um maço e meio de cigarros por dia e era se dentário. "Além disso, não fazia nenhuma dieta e me alimentava mal. com carnes gordurosas, frituras... Engraçado é. que dias antes. estava me sentindo um pouco cansado e com uma certa câimbra na mão esquerda. Talvez isso já pudesse ser um aviso para que procurasse um cardiologista. Minha sorte é que tudo ocorreu a tempo de chegar rápido ao hospital. pois moro perto deste. De lá pra cá não senti mais nada e todo ano faço um checkup para ver se está tudo bem." |