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Revista do Farmacêutico

PUBLICAÇÃO DO CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Nº 129 - FEV - MAR - ABR/2017

CRF-SP CAPACITA SOBRE A FEBRE AMARELA

 

Cuidados farmacêuticos são essenciais para o controle da doença

 

rf129 febre-amarela1Já está disponível no portal do CRF-SP, a capacitação sobre febre amarela. Todos os farmacêuticos com inscrição ativa no CRF-SP poderão acessar o conteúdo ministrado por especialistas que mostram o cenário da doença, diagnóstico laboratorial, formas de identificação de sinais e sintomas, cuidados farmacêuticos, tratamento, além de informações sobre a vacinação, riscos e eventos adversos. 

No Estado de São Paulo, até o fechamento dessa edição, foram 29 casos de febre amarela, com oito óbitos, sendo que 25 ainda estão sob investigação, conforme dados da Divisão de Zoonoses do Estado de São Paulo, apresentados durante a capacitação em 22/03, com transmissão ao vivo.

A situação epidemiológica foi abordada pela Dra. Roberta Spínola, diretora da Divisão de Zoonoses do Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac”. Ela destacou que desde 2000, os municípios de Ribeirão Preto, Barretos, Franca, Jales e São José do Rio Preto são considerados áreas de recomendação da vacina, ou seja, os moradores são orientados a se vacinarem, o mesmo aconteceu com São João da Boa Vista em 2014. “O homem está invadindo as áreas verdes, tanto que alguns casos aconteceram em condomínios que permeavam áreas de conservação ambiental”. 

Vacina

Atualmente, a Fiocruz e o laboratório Sanofi produzem a vacina para a febre amarela, que é composta pelo vírus atenuado 17D cultivado em ovos embrionados de galinha, sacarose e glutamato de sódio. 

O médico infectologista Dr. Eder Gatti alertou sobre a necessidade do uso racional da vacina, que oferece 95% de proteção a partir do 10º dia. “O objetivo é reduzir incidência da febre amarela selvagem, impedir a transmissão urbana e detectar precocemente a circulação viral”. 

Ele destacou contraindicações como:

  • Mães amamentando lactentes até 6 meses;
  • Gestantes;
  • Pessoas com histórico de reação anafilática após ingestão de ovo;
  • Pessoas imunodeprimidas, imunodeficiência congênita ou adquirida, em uso de terapêutica imunodepressora, quimioterapia, radioterapia e corticoides em doses elevadas;
  • Pessoas que fazem uso de medicamentos antimetabólicos, biológicos, com história pregressa de doença do timo. 

O médico destacou que os farmacêuticos possuem um papel muito importante, já que estão próximos da população. “A vacinação não pode ser irrestrita, deve haver um questionário para evitar finais trágicos de pessoas vacinadas, como já aconteceu”. 

Cuidados Farmacêuticos

Dra. Roberta Spínola, Dr. Eder Gatti, Dra. Amouni Mourad e Dr. Marcos Machado Ferreira esclareceram dúvidas
Doença febril aguda, a febre amarela é de curta duração (no máximo 12 dias). A forma grave caracteriza-se clinicamente por manifestações de insuficiência hepática e renal, que podem levar à morte.

A assessora técnica do CRF-SP, Dra. Amouni Mourad, apresentou os principias sintomas: febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômito, dores no corpo, icterícia e hemorragias. “Se não tomarmos consciência de que é o criadouro que causa epidemias de nada adiantará nenhum trabalho”.  

Dra. Amouni enfatizou que o farmacêutico precisa lidar com o alarde da população, já que o diagnóstico da doença é muito difícil e pode ser confundido com outras doenças infecciosas do sistema respiratório, digestivo ou urinário. Quanto ao tratamento, não existe nenhum específico para combater a febre amarela. “Consiste apenas em aliviar os sintomas da doença, como febre, dor de cabeça, náuseas e vômitos. Assim, são recomendados repouso e ingestão de pelo menos 2 litros de água por dia para evitar a desidratação provocada pelos vômitos”.

Diagnóstico laboratorial

Dr. Marcos Machado, diretor-tesoureiro do CRF-SP, abordou o diagnóstico laboratorialO diretor-tesoureiro do CRF-SP, Dr. Marcos Machado Ferreira, finalizou a capacitação dando ênfase ao diagnóstico laboratorial. “A atuação do farmacêutico é fundamental por estar na linha de frente e ter o primeiro contato com o paciente com suspeita da doença”. Outro aspecto destacado foi a identificação do quadro clínico. “Como as formas leves e moderadas se confundem com outras viroses, o que dificulta o diagnóstico, é preciso levar em conta a história epidemiológica”.  

A confirmação do diagnóstico de febre amarela pode ser realizada por meio de exames sorológicos (MAC-Elisa); RT-PCR (Reverse transcription polymerase chain reaction) pela detecção do ácido nucleico ou pelo isolamento do vírus. Esses exames estão disponíveis apenas nos laboratórios de referência. 

Outros exames podem auxiliar na detecção da doença como:

Hemograma: mostra leucopenia, neutropenia, plaquetopenia e anemia (devido aos sangramentos).

Coagulograma: aumento do Tempo de Tromboplastina e do Tempo de Protrombina.

Transaminases: mostram-se muito aumentadas, acima de 1000.

Bilirrubinas: encontram-se aumentadas.

Fosfatase alcalina e Gama GT : pouco aumentadas.

Uréia e Creatinina: aumentadas.

Presença de Albuminúria: presença de cilindros.

 

Por Thais Noronha 

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