Em sua terceira edição, Pharma Expert recebe mais de 300 participantes para debates

São Paulo, 17 de junho de 2024.

As tendências e desafios de sete setores da Farmácia foram debatidos em mais um Pharma Expert, que vem a cada nova edição conquistando os farmacêuticos e acadêmicos de Farmácia do Estado de São Paulo. Na última sexta-feira, 14, e sábado, 15, Indústria; Logística Reversa, Resíduos e Gestão Ambiental; Cuidado Farmacêutico à Pessoa com Deficiência; Diversidade; Farmácia Hospitalar; Toxicologia e Farmacoterapia trouxeram novidades e garantiram conhecimentos a mais de 300 participantes que estiveram presentes na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo.

Assuntos como a Inteligência artificial no setor farmacêutico, vacinas, empatia no atendimento às pessoas com deficiência e LGBT+, gerenciamento de riscos na farmácia oncológica, uso terapêutico de psicodélicos, toxicologia das armas químicas de guerra, estratégias farmacológicas para obesidade, diabetes, hipertensão, dispidemias e distúrbios psíquicos foram contemplados com profissionais gabaritados e escolhidos pelos Grupos Técnicos de Trabalho E Comitês do CRF-SP.

Os farmacêuticos e acadêmicos elogiaram a iniciativa e o conteúdo. Confira o depoimento de alguns deles:

Dra. Marina Matos, farmacêutica e empreendedora em uma Healthtech. “O evento é sensacional trazendo grandes possibilidades da atuação do profissional, abrindo horizontes para o que o mundo e o mercado estão precisando dentro da nossa área e motivando jovens talentos a buscar a essência da profissão. Muito bem coordenado, divulgado, está sendo uma ótima experiência”.

Stephany Ganda, estudante do segundo período de Farmácia. “Já havia participado da segunda edição do Pharma Expert por me interessar pela área de estética e, voltei para aproveitar a programação da área de Farmácia Hospitalar”.

Winner da Silva Ezenago, acadêmica do terceiro semestre do curso de Farmácia. “Trabalho em rede, mas ainda não decidi pela área que vou seguir. O Pharma Expert tem sido importante para ter mais conhecimento e para que eu possa desenvolver meu interesse e me reconhecer em alguma área específica”.

Logística reversa, resíduos e gestão ambiental

Um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar o retorno dos medicamentos e de suas embalagens ao setor empresarial para destinação final ambientalmente adequada, esse é o processo de logística reversa. Em especial em relação às farmácias, o Decreto Federal 10.388/20 torna obrigatória a participação das farmácias no Sistema de Logística Reversa de Medicamentos.

A geógrafa Adriana Braga e a engenheira sanitária Roseane Souza A geógrafa Adriana Braga e a engenheira sanitária Roseane Souza

Durante as apresentações, ficou evidente o compromisso do farmacêutico com o gerenciamento dos resíduos nos diversos locais de atuação profissional. É dele a responsabilidade de auxiliar na elaboração, implantação, coordenação e treinamento do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e de Resíduos em Serviços de Saúde; fazer programas de capacitação e treinamentos contínuo dos colaboradores; providenciar ações de correção em caso de acidentes e situações de emergência com resíduos; divulgar procedimentos para a adequada higienização das pessoas e dos instrumentos, além de promover a segurança química e biológica.

Dra. Claudia Caresatto, João Carlos Redondo, Dr. Juan Becerra e Valdomiro Rodrigues Dra. Claudia Caresatto, João Carlos Redondo, Dr. Juan Becerra e Valdomiro Rodrigues

A logística se aplica a medicamentos vencidos ou em desuso e suas embalagens retornados pela população e não se aplica a Não medicamentos – perfumarias, alimentos, vitaminas, dermocosméticos, nutracêuticos; medicamentos de uso veterinário; ​medicamentos de uso não domiciliar;​ medicamentos vencidos do estoque da farmácia (Covisa); materiais descartados pelos prestadores de serviços de saúde públicos e privados e perfurocortantes (agulhas, seringas, vidros quebrados). ​

Clique para acessar o informe técnico “Orientações sobre logística reversa de medicamentos e suas embalagens.

Cuidado Farmacêutico à Pessoa com Deficiência

As apresentações da área buscaram mostrar a importância de uma pessoa com deficiência, no caso um farmacêutico, nos estabelecimentos de saúde e nas empresas em geral, tendo em vista que muitas delas não confiam no potencial de um PCD e não entendem sobre os benefícios que essa contratação pode agregar.

Ao conviver com pessoas com deficiência abre-se o leque para novos pontos de vista, gera inovação e criatividade, além de desmitificar determinadas ideias pré-concebidas e injustamente disseminadas pela sociedade.

Dra. Margarete Kishi, Dra. Juan Becerra, Dr. Adriano Falvo, Dra. Grayce França e Dra. Abia Felippe Dra. Margarete Kishi, Dra. Juan Becerra, Dr. Adriano Falvo, Dra. Grayce França e Dra. Abia Felippe

​Um dos destaques foi a apresentação do projeto 'Farmácia para cego ver', que visa garantir autonomia e segurança na compra de medicamentos por pessoas que não enxergam ou têm dificuldades. A proposta é a inserção de QR code em relevo nas embalagens e bulas dos medicamentos para que o deficiente visual tenha acesso às informações relevantes, que, atualmente, não estão disponíveis ao público.

O atendimento farmacêutico voltado às pessoas com deficiência auditiva também foi um dos pontos fundamentais da área. O quanto o acolhimento e a forma correta de se comunicar com essas pessoas em relação ao uso correto de medicamentos fazem a diferença e podem muitas vezes até salvar vidas. 

Indústria

No 3º Pharma Expert também foram apresentadas tendências relacionadas ao setor de Indústria Farmacêutica. A primeira palestra falou sobre o impacto da Inteligência artificial no setor farmacêutico, onde esta tecnologia pode ser aplicada na medicina personalizada, na pesquisa clínica, na formulação de medicamentos, fabricação de medicamentos, na análise de imagens médicas, na segurança de dados de saúde e na farmacologia, na otimização de tratamentos artificiais em medicamentos, no desenvolvimento de medicamentos.

O cenário atual da indústria farmoquímica brasileira também foi trazida aos participantes. O assunto é preocupante, principalmente após algumas evidências que vieram com a pandemia de covid-19, como a dependência brasileira de importação de fármacos, que deve ser considerada e tratada como um aspecto de segurança nacional. Por isso há necessidade imediata de estabelecimento de uma política de incentivo à produção industrial de fármacos, em território nacional, incluindo insumos básicos e intermediários.

Prof. Dr. Leoberto Costa Tavares, Prof. Dr. Felipe Dal Belo e Anderson FlôresProf. Dr. Leoberto Costa Tavares, Prof. Dr. Felipe Dal Belo e Anderson Flôres

A Biotecnologia Farmacêutica foi abordada sob os aspectos de estado da arte e perspectivas. A bioctecnologia tem em seu contexto histórico produtos como as células, os metabolismos primários e secundários, a terapia gênica, as proteínas recombinantes, além de serviços como tratamentos de efluentes, recuperação ambiental e fixação do nitrogênio.

A carreira na indústria farmacêutica também foi falada durante o evento. Estamos vivendo o maior marco relacionado à laços sociais e perfil comportamental humano, com mudanças significativas de perfil focados em propósito e qualidade de vida.

As apresentações do setor de Indústria foram finalizadas com uma palestra sobre a pesquisa, produção e eficácia das vacinas. A evolução das vacinas nas últimas décadas tem diferentes teconologias como as vacinas conjugadas (década de 1980), as vacinas recombinantes (década de 1990), as vacinas de vetores virais (década de 2020) e as vacinas de mRNA (década de 2020).

Dra. Mirella Cecília Melo, Prof. Dr. Valker Feitosa e Prof. Dr. Marco Antônio StephanoDra. Mirella Cecília Melo, Prof. Dr. Valker Feitosa e Prof. Dr. Marco Antônio Stephano

O setor de Indústria no Pharma Expert contou ainda com a palestra Digitalização dos Processos Farmacêuticos da Garantia da Qualidade: Riscos e Benefícios, que foi realizada por meio da parceria entre CRF-SP e Valgenesis. A apresentação foi realizada pelo diretor comercial da empresa e engenheiro químico, Anderson Flôres. Ele explicou que a Digitalização da Validação de Processos (Paperless Validation) tem foco na redução do tempo e dos custos com a utilização de ferramentas digitais.

Confira o vídeo:

Farmacoterapia

A primeira atividade da sala dedicada às atividades de Farmacoterapia debateu sobre os problemas relacionados ao sobrepeso e a obesidade, que se expressa em redução da qualidade de vida, maior carga de doenças, dificuldades para o cotidiano de quem é afetado diretamente, para seus familiares, para a sociedade de maneira geral e quais as novas estratégias o farmacêutico pode adotar para combater esses distúrbios.

Da esq. p/ dir.: Dra. Rosilene Marins Viel, moderadora, Dra. Amouni Mourad e Dr. Paulo Caleb, palestrantesDa esq. p/ dir.: Dra. Rosilene Marins Viel, moderadora, Dra. Amouni Mourad e Dr. Paulo Caleb, palestrantes

Na mesa-redonda sobre saúde cardiovascular e novas propostas farmacoterapêuticas, os especialistas falaram sobre as estratégias e protocolos farmacêuticos para o combate à diabetes, hipertensão e dislipidemias. Já durante a mesa-redonda “Diretrizes no tratamento dos distúrbios psíquicos - insônia, depressão, ansiedade e Alzheimer” os palestrantes apresentaram de que forma o farmacêutico pode atuar, em conjunto com a equipe multidisciplinar, para o tratamento dos distúrbios e perturbações que prejudicam a mente, os sentimentos, a vida social e a qualidade de vida, a importância do sono para a saúde mental e física do paciente e as formas de tratamento do Alzheimer.

Da esq. p/ dir.: Dra. Rosilene Marins Viel, moderadora, Dr. Gustavo Guerra e Dra. Bruna Kogici, palestrantesDa esq. p/ dir.: Dra. Rosilene Marins Viel, moderadora, Dr. Gustavo Guerra e Dra. Bruna Kogici, palestrantes

As atividades da sala se encerraram com a palestra “Serviços Farmacêuticos que podem ser oferecidos a pessoas com condições crônicas não transmissíveis”, destacando a importância do diagnóstico precoce, acompanhamento multiprofissional, educação em saúde e promoção da adesão terapêutica.

Farmácia Hospitalar

As atividades apresentadas pelo Grupo Técnico de Trabalho de Farmácia Hospitalar do CRF-SP durante o 3º Phama Expert debateram sobre o controle da cadeia de medicamentos na logística hospitalar, na primeira mesa redonda do segmento.

Da esq. p/ dir.: Dr. Edson Faco da Cruz, Dra. Terezinha Covas Lisboa e Dr. Daniel FragaDa esq. p/ dir.: Dr. Edson Faco da Cruz, Dra. Terezinha Covas Lisboa e Dr. Daniel Fraga

Já a segunda mesa redonda trouxe importantes especialista que falaram sobre o gerenciamento de risco na farmácia oncológica e como o planejamento e adoção de protocolos, gerenciamento de riscos e controle de qualidade podem garantir uma assistência farmacêutica eficaz para pacientes oncológicos.

Para completar, uma palestra sobre qualidade e segurança do paciente sob a ótica farmacêutica apresentou estratégias para mitigação de riscos aos eventos adversos.

Durante as atividades, o CRF-SP lançou a nova versão da Cartilha de Farmácia Hospitalar, organizada pelo Grupo Técnico de Trabalho de Farmácia Hospitalar do CRF-SP. Clique aqui e baixe o material.

Da esq. p/ dir.: Dra. Marisa Yoriko Itonaga, Dr. Danilo de Oliveira e Dra, Ana Paulo Giorgenon Da esq. p/ dir.: Dra. Marisa Yoriko Itonaga, Dr. Danilo de Oliveira e Dra, Ana Paulo Giorgenon

O setor de Farmácia Hospitalar no Pharma Expert contou ainda com a palestra “Como o farmacêutico pode atuar no controle da resistência bacteriana da atenção primária e alta complexidade”, realizada por meio da parceira com a Pfizer, com a palestrante Dra. Marinei Campos Ricieri, que apresentou o importante debate sobre os impactos da resistência bacteriana e como o farmacêutico hospitalar pode adotar estratégias para combate-la.

Da esq. p/ dir.: Amanda Viola, Lorena Fehlberg (representantes Pfizer), Dra. Marinei Campos Ricieri, palestrante, e Lucas Rolim de Moura (representante Pfizer)Da esq. p/ dir.: Amanda Viola, Lorena Fehlberg (representantes Pfizer), Dra. Marinei Campos Ricieri, palestrante, e Lucas Rolim de Moura (representante Pfizer)

Diversidade

Os debates na sala destinada ao tema diversidade focaram nos desafios e estratégias para a equidade no acesso à saúde para a comunidade LGBTQIAPN+, tendo em vista que, conforme apresentado, essa população tem maior tendência à obesidade e problemas cardiovasculares; apresentam maior frequência de distúrbios alimentares relacionados à autoimagem, além de maior tendência à resistência à insulina. Outros fatores são piores indicadores de saúde mental, dobro de chances de fumar cigarros e aumento do uso de álcool e drogas.

Dra. Claudia Montanari, Dr. Gustavo Guerra e Dra. Danyelle MariniDra. Claudia Montanari, Dr. Gustavo Guerra e Dra. Danyelle Marini

Outro ponto foi a necessidade de agregar valor em saúde, ou seja, a importância que um indivíduo dá a determinado serviço, se é o modelo ideal para ele, se atende todas suas necessidades e expectativas. Nesse ponto, há desafios nos serviços de saúde como a resistência à mudança e à falta de gestão estruturada.

Dr. Caio Sentegra, Dra. Claudia Montanari, Dra. Letícia Teles, Dr. Gustavo Guerra e Dr. Mario Costa Dr. Caio Sentegra, Dra. Claudia Montanari, Dra. Letícia Teles, Dr. Gustavo Guerra e Dr. Mario Costa

As políticas públicas e as pautas no legislativo sobre questões que envolvem a comunidade LGBTQIAPN+ também foram abordadas, com destaque para todos os entraves encontrados para avançar em diversas áreas. Durante a programação, o GTT de Diversidade lançou o Manual de Orientação ao Farmacêutico - Cuidados Farmacêuticos para a Saúde de Pessoas LGBTQIAPN+, um importante material técnico que trata da necessidade e direitos do acesso integral e igualitário à saúde da população LGBTQIAPN+. Clique para acessar o manual.

Dra. Claudia Montanari, Dra. Náila Neves e Dr. Gustavo Guerra Dra. Claudia Montanari, Dra. Náila Neves e Dr. Gustavo Guerra

Debora Dias e Isabela OtaniDebora Dias e Isabela Otani 

Toxicologia

Diante das mais de 1,2 mil mortes por intoxicações por agentes externos em 2023 no Brasil (Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan Net), o debate englobou a política nacional de antídotos e a criação de um sistema de distribuição rápida de antídotos contra substâncias tóxicas pelo SUS e inclui entre as atribuições do SUS desenvolver políticas de assistência toxicológica.

Dra. Silvia Cazenave, Dra. Alice Chasin, Dr. André Ribeiro e Dr. José Roberto SantinDra. Silvia Cazenave, Dra. Alice Chasin, Dr. André Ribeiro e Dr. José Roberto Santin

Outra pauta abordada foi o exame toxicológico para a obtenção de Carteira Nacional de Habilitação em que devem ser testadas as presenças de maconha e derivados, cocaína e derivados, incluindo crack e merla; opiáceos, incluindo codeína, morfina e heroína;  anfetaminas e metanfetaminas; ecstasy; anfepramona; femproporex e manzidol.

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O desenvolvimento e utilização de armas químicas e biológicas como uma grave ameaça à população mundial chamaram a atenção na programação. Entre os destaques, os diferentes tipos de composição das armas de guerra, que são facilmente produzidas, possuem baixo custo e possuem mortalidades significativas. A apresentação revelou que prosseguem as pesquisas de cunho toxicológico pela busca de novos agentes e que não há e nunca haverá um só argumento que justifique tamanha prática condenável.

Dr. André Ribeiro, Dra. Silvia Cazenave, Dra. Camila Colasso e Dra. Alice Chasin Dr. André Ribeiro, Dra. Silvia Cazenave, Dra. Camila Colasso e Dra. Alice Chasin

Popularmente conhecidos como alucinógenos, o uso terapêutico de psicodélicos também foi abordado, já que substâncias como LSD, MDMA e Ayahuasca trazem efeitos na esfera da percepção, das emoções e cognitiva. No caso do MDMA, por exemplo, há o risco de dependência, da elevação da pressão arterial e o risco teórico de lesão valvar em uso crônico.

Dr. Luis Fernando Tofoli Dr. Luis Fernando Tofoli

E os preparativos estão a todo vapor para a 4ª edição do Pharma Expert. Em breve abriremos as incrições. Confira mais novidades nas redes sociais do CRF-SP.

 

Carlos Nascimento, Monica Neri e Thais Noronha  

Departamento de Comunicação CRF-SP

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