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Revista do Farmacêutico

PUBLICAÇÃO DO CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Nº 128 - NOV - DEZ/ 2016 - JAN/2017

ESPECIAL 

 

 

Crimes virtuais, o que são e como evitá-los

  

 

Com o avanço das tecnologias, serviços virtuais, redes sociais e diversos dispositivos on-line, cresce também o número e variedade dos crimes pela internet. O Cibercrime é uma prática que consiste em fraudar a segurança de computadores em redes pessoais ou empresariais.

Durante o Seminário, o delegado José Mariano de Araújo, da 4ª delegacia de fraudes e delitos cometidos por meios eletrônicos, alertou sobre as diversas práticas adotadas pelos criminosos e de como isso afeta a vida cotidiana das pessoas. “O Brasil é um dos países mais inseguros em questão de ciberdefesa e as pessoas não têm muita noção de como o problema é realmente sério”, alertou.

Segundo o Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br), órgão do Comitê Gestor da Internet no Brasil, de janeiro a dezembro de 2015, foram notificados 722.205 incidentes, que representam ataques a servidores web e tentativas de fraude, dentre outros. O número é 31% menor que ano anterior, mas, segundo José Mariano, a queda é observada sempre que são implantados novos sistemas de segurança, que conseguem proteger redes por algum momento, mas que logo os criminosos conseguem burlar e os números voltam a subir. Veja no gráfico que a evolução é de alta.

Fonte CERT.brFonte CERT.br

Há outras fontes de pesquisa que medem a insegurança da rede, como de instituições particulares que vendem sistemas de segurança, a exemplo de um relatório divulgado recentemente pela empresa Norton. Segundo esse estudo, mais de 689 milhões de pessoas foram afetadas por crimes cibernéticos ao longo de 2016 ao redor do mundo, gerando um prejuízo estimado de US$ 125 bilhões. Só no Brasil foram 42,4 milhões de vítimas, o que significa que quase 1/4 da população nacional teve problemas com criminosos online durante o ano.

Variedade de crimes

Não há fronteiras no crime virtual. Os bandidos compartilham conhecimento e trocam favores com o objetivo de promover golpes cada vez mais sofisticados. São inúmeras as formas e modalidades de cibercrime, mas é muito comum encontrar na rede criminosos que ostentam lucros e vendem produtos irregulares (como medicamentos proibidos) e serviços despreocupadamente, como se estivessem dentro da lei, inclusive com promoções chamativas em redes sociais e sites.

José Mariano afirmou que não há estatísticas de crimes virtuais relacionadas a serviços ou profissionais de saúde. “A gente pode enquadrar no genérico de todas as profissões, principalmente aqueles liberais. Com as redes sociais, a tendência é que vamos ver o profissional de qualquer área cada vez mais vitima por interesses comerciais e econômicos”.

Ainda com relação às redes sociais, o delegado chamou atenção aos chamados crimes contra a honra (calúnia, difamação e injúria), modalidade que acontece quando um comentário ou uma postagem sai do âmbito da crítica e vai para a esfera da ofensiva e que pode gerar um processo criminal ou caracterizar a infração ética da profissão, conforme previsto na Resolução 596/14 do CFF.

Legislação deficiente

Na avaliação do delegado José Mariano, a legislação brasileira não está preparada adequadamente para o avanço tecnológico dos últimos anos e isso tem se tornado um desafio para os órgãos policiais. Ele afirma que a Lei 12.737/12, chamada lei “Carolina Dieckmann”, que, entre outras coisas, torna crime a invasão de aparelhos eletrônicos para obtenção de dados particulares ”é ruim, malfeita e, sob certos aspectos, inaplicável”, criticou.

A citada lei levou o apelido com o nome da atriz após fotos em que Carolina Dieckmann aparecia nua terem sido divulgadas na internet.

Combate às ameaças

José Mariano tem alguns conselhos para evitar problemas com a internet. Segundo o delegado, o mundo não poderá vencer o cibercrime sem a associação de quatro estratégias: educação, administração de riscos, compartilhamento de informações e ações de governo.

“É preciso realmente estabelecer limites. As empresas devem ter uma preocupação constante na prevenção e adotar e revisar constantemente as melhores práticas de segurança, incentivando cada um de seus funcionários a colaborar com as medidas”, aconselhou.

Por Carlos Nascimento

 

 

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