Câmara Municipal de SP discute graduação Ead na área da saúde

Audiência Pública na Câmara Municipal de SPAudiência Pública na Câmara Municipal de SPSão Paulo, 16 de agosto de 2018.

Durante Audiência Pública realizada na terça-feira (14/8), a Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher da Câmara Municipal de São Paulo debateu os impactos negativos da formação de profissionais de saúde com a graduação na modalidade de ensino à distância (Ead). O encontro reuniu o Fórum de Conselhos de Saúde, vereadores e público presente.

Dra. Danyelle Marini, representando o CRF-SP, agradeceu o apoio do vereador Gilberto Natalini em abrir a discussão e apresentou o trabalho dos conselhos de saúde na tentativa de barrar o Ead na área da saúde, dentre eles o foco principal, que é aprovar o Projeto de Lei Federal 5414, que altera o artigo 80 das Lei de Diretrizes de Base da Educação Nacional (LDB). Além disso, solicitou apoio da Câmara Municipal de São Paulo, em aprovar uma moção de repúdio e na tramitação de projetos de lei municipais que proíbam a prática.Gilberto Natalini, Edir Sales e Dra. Danyelle MariniGilberto Natalini, Edir Sales e Dra. Danyelle Marini

“Na área de farmácia temos 657 cursos presenciais, com 95 mil vagas; em São Paulo 149 cursos, com 27 mil vagas. Já são 23 cursos Ead aprovados no Brasil, totalizando 67 mil vagas; 11 cursos em São Paulo, com 29 mil vagas. Será mesmo que a preocupação é com o acesso à educação? Porque formar sem garantir a qualidade não é o que a população necessita. Em momento algum o paciente vai saber quem é formado à distância ou presencial, uma vez que o diploma será igual. Não teremos o direito de escolha”, alertou Marini.

O vereador Gilberto Natalini, presidente da Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher e mediador do debate se comprometeu a encaminhar a moção de repúdio e elaborar ofício ao presidente da Câmara, além de mobilizar sua influência para que vereadores, deputados, senadores e até mesmo o ministro da saúde apoiem a causa.

“O que estamos acompanhando é que foi ampliado o ensino superior de uma forma condenável. Não somos contra que os filhos do povo estudem, eu mesmo sou filho de um trabalhador de engenho de açúcar. Mas isso não pode ser feito de qualquer jeito. Houve uma degradação do ensino superior, formando um grande número de pessoas que não têm preparo para atender a população”, comentou o parlamentar.

O evento também foi prestigiado pela vereadora Edir Sales, uma tradicional aliada das demandas da saúde e autora de um projeto de lei municipal, em tramitação, que proíbe os cursos de graduação e pós-graduação na área de saúde na modalidade 100% Ead.


Carlos Nascimento
Departamento de Comunicação CRF-SP

 

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