CRF-SP promove 1º dia de palestras da campanha Farmacêuticos contra a sífilis

 

Público no plenário do CRF-SP no primeira dia de apresentações sobre a sífilisPúblico no plenário do CRF-SP no primeira dia de apresentações sobre a sífilisSão Paulo, 10 de agosto de 2018.

O CRF-SP realizou na noite da última quarta-feira (8), em sua sede, na capital, o primeiro bloco de palestras da campanha “Farmacêuticos contra a sífilis”, cujo foco das apresentações foram questões relativas à sífilis adquirida. O projeto conta com apoio técnico do Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids e do Programa Estadual DST/Aids de São Paulo da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, e nesta primeira parte da capacitação teve transmissão ao vivo pelo portal www.crfsp.org.br.

Na abertura do evento, o presidente do CRF-SP, Dr. Marcos Machado, lembrou que a iniciativa de lançar a campanha nasceu em 2017, mediante o aumento dos casos de sífilis no Brasil. O intuito é munir o farmacêutico com informações sobre a doença para que esteja capacitado a orientar os pacientes. “Como sabemos, a farmácia é o primeiro lugar que o paciente procura na maior parte das vezes quando apresenta problemas de saúde. Por isso, é importante que ele o oriente e faça o encaminhamento correto das pessoas com suspeita de sífilis”.

 

Dr. Marcos Machado, presidente do CRF-SP, e a Dra. Luciana Canetto Fernandes, secretária-geralDr. Marcos Machado, presidente do CRF-SP, e a Dra. Luciana Canetto Fernandes, secretária-geral

 

A primeira apresentação foi feita pela Dra. Carmen Sílvia Bruniera Domingues, médica que atua na Coordenação de Ações para Eliminação da Transmissão Vertical do HIV e sífilis congênita do Programa Estadual DST/Aids de São Paulo, que abordou o panorama da doença no Brasil e no Estado de São Paulo.

Segundo a médica, no período entre 2010 e 2017, foram registrados 342.531 casos de sífilis no Brasil, dos quais 41% no Estado de São Paulo. Destes, 34,1% correspondem à faixa etária de 20 a 29 anos. Trata-se de um panorama preocupante pois, somente entre 2014 e 2016, o aumento da incidência foi de 71% em todo território nacional. As capitais mais atingidas são Florianópolis (SC), Vitória (ES) e Belo Horizonte (MG).

 

Dra. Carmen Sílvia Bruniera Domingues e o Dr. Valdir Monteiro PintoDra. Carmen Sílvia Bruniera Domingues e o Dr. Valdir Monteiro Pinto

 

Na sequência, o médico Dr. Valdir Monteiro Pinto, do Programa Estadual e Municipal de DST/Aids de São Paulo, abordou a etiologia, transmissão e quadro clínico da sífilis. Ele falou sobre particularidades da doença, entre as quais o fato de ter alta taxa de transmissão por via sexual (10% a 60%), sendo 95% dos casos originados por este tipo de contato. As principais manifestações clínicas nas fases primária, secundária, terciária e latente também forma apresentadas pelo ministrante.

Ampliação do diagnóstico

O médico também abordou questões voltadas ao tratamento, seguimento e prevenção das parcerias sexuais, e ressaltou a importância do farmacêutico no trabalho multiprofissional voltado à ampliação do diagnóstico da sífilis. “Esse é um dos principais desafios, ampliar o alcance da população de maior vulnerabilidade, especialmente adultos jovens e adolescentes, que devem receber o máximo de informações sobre como evitar as doenças sexualmente transmissíveis e procurar rapidamente o atendimento médico aos primeiros sinais dos sintomas”, afirmou o Dr. Valdir.

O primeiro bloco de palestras também teve a participação da farmacêutica Dra. Dra. Edilene Peres Real da Silveira, do Instituto Adolfo Lutz, que traçou um paralelo entre as sífilis e o HIV. “O portador de sífilis tem um risco aumentado da transmissão sexual do HIV. Para fins diagnósticos, pode haver flutuações no comportamento da sorologia (resultados atípicos) e a titulação poderá ser alta ou baixa. Os resultados dos testes devem ser interpretados em associação com os dados da história clínica do indivíduo e com os dados epidemiológicos”.

 

Dra. Edilene Peres Real da Silveira e Dra. Cristina Langkammer MartinsDra. Edilene Peres Real da Silveira e Dra. Cristina Langkammer Martins

 

Já a enfermeira Dra. Cristina Langkammer Martins, do Programa Estadual de DST/Aids e CRT DST/Aids-SP, falou sobre a penicilina benzatina, o primeiro antibiótico usado amplamente na medicina e que corresponde à primeira escolha terapêutica para o tratamento da sífilis em qualquer estágio. Dra Cristina detalhou informações sobre o medicamento como o mecanismo de ação, as apresentações farmacológicas, via de administração, preparo da medicação, entre outras. “Entendo como um dos desafios desmistificar o uso da penicilina, conhecer a fundo seus riscos e reações mais comuns, pois nem sempre essas ocorrências significam alergia ao medicamento que é de extrema importância para o tratamento da sífilis”.

O segundo bloco de palestras da campanha Farmacêuticos contra a sífilis volta a acontecer na próxima quarta-feira (15), cujo foco será sífilis em gestantes. O conteúdo das apresentações ficará posteriormente disponível na Academia Virtual de Farmácia do CRF-SP.

Para informações e inscrições, acesse: http://portal.crfsp.org.br/noticias/9816

 

Renata Gonçalez

Departamento de Comunicação CRF-SP

 

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