CRF-SP participa de debate sobre exame de proficiência na USP
São Paulo, 13 de março de 2018
O assunto dos exames de proficiência e suficiência em Farmácia está em alta, principalmente após Consulta Pública realizada pelo Conselho Federal nos últimos meses. O CRF-SP apoia a ideia e tem debatido o tema em diversos fóruns e oportunidades.
Um exemplo ocorreu na tarde desta segunda-feira, 12, na Universidade de São Paulo (USP), em evento promovido pelo Centro Acadêmico de Farmácia da USP, que contou com a participação do presidente do CRF-SP, Dr. Marcos Machado. O presidente do CRF-SP apresentou um breve histórico sobre a implantação dos modelos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), a posição do CRF-SP e os prós e contras do exame.
“Assim como a OAB fez em 1960, nós não queremos constituir algo que traga desprestígio para as instituições sérias, mas acabar com a falsa ideia que de que todos os cursos formam profissionais devidamente capacitados para atuar e melhorar esses cursos”, ressaltou.
O modelo que mais agrada ao presidente do CRF-SP é algo semelhante ao que vem sendo implantado pelo Cremesp, ou seja, um exame de suficiência, gratuito e voluntário, que não impeça a inscrição do profissional que não obtiver boa nota, mas que avalie o nível de conhecimento do futuro profissional. “Será uma forma para poder testar o conhecimento dos farmacêuticos e mostrar como anda a educação e o que precisa melhorar ou não na graduação de Farmácia”.
O presidente deixou claro a necessidade de algum tipo de exame para diminuir os números de casos éticos que tem chegado ao CRF. “Temos discutido o assunto no CRF-SP desde 2013 devido ao aumento das faculdades de Farmácia e mais recentemente com a abertura de vagas de cursos totalmente à distância. Cada vez se torna mais necessário avaliar o quão bem preparado o profissional está para atuar no mercado de trabalho. Temos visto muitas infrações éticas de ações básicas que o profissional precisa aprender na graduação”, afirmou.
Participaram do encontro professores e alunos do curso de Farmácia da USP, entre eles o docente da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP e membro da Comissão Assessora de Educação Farmacêutica do CRF-SP, Prof. Roberto Parise, e a diretora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, Profa. Dra. Primavera Borelli, que externou sua preocupação com os exames de Ordem. Para ela, esses exames penalizam o estudante ou o formando e não tem se mostrado muito eficientes em relação a melhoria da qualidade de ensino.
“Tenho algumas preocupações, como a criação de cursos supletivos para passar nesses exames e a elitização da profissão. Em relação ao mercado de trabalho, questiono se não ocorrerá o mesmo que acontece com a profissão de Direito, em que os bacharéis que não conseguiram passar no exame de ordem trabalham para os advogados e apenas não assinam as petições. Será que esses exames ao final não criarão o farmacêutico que pode ser responsável técnico e o que não pode, privando esse profissional de ter melhores salários, o que só beneficiaria a elite econômica que poderia pagar por escolas supletivas para obter o registro? Em resumo, minha preocupação é se não criaremos a ‘elite da elite’”, afirmou.
Para o presidente do CRF-SP, apesar dos problemas que podem decorrer da implantação dos exames de Ordem, o CRF-SP tem posição favorável à sua implantação, com especial atenção a um modelo que contribua para avaliar a qualidade da formação dos profissionais. Principalmente os que atuam na área de saúde.
Monica Neri
Departamento de Comunicação CRF-SP
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