Cerca de 200 farmacêuticos e estudantes participaram do debate com a diretoria do CRF-SP nas três cidades
São Paulo, 18 de setembro de 2015.
Mais uma série de discussões com a diretoria do CRF-SP movimentou o interior paulista. Dessa vez, farmacêuticos das mais variadas áreas e estudantes de Farmácia estiveram presentes no XV Encontro Paulista de Farmacêuticos em Sorocaba, Bauru e Marília, nos dias 15, 16 e 17 de setembro, respectivamente.
O presidente do CRF-SP, dr. Pedro Menegasso e o conselheiro dr. Antônio Geraldo dos Santos, apresentaram a palestra aos participantes. Em pauta, os principais marcos regulatórios da profissão como a RDC 44/09, as Resoluções do CFF 585 e 586/14 e a conquista mais recente e impactante lei 13.021/14, que reconhece a farmácia como estabelecimento de saúde.
Durante a palestra, dr. Pedro destaca a percepção da população em relação ao farmacêutico. “As pessoas entendem que em um modelo comercial quem está atrás do balcão é um vendedor. Na farmácia as pessoas vão para comprar medicamento, por isso há o problema de desvalorização profissional. Não somos vendedores, somos profissionais de saúde, mas as pessoas não sabem. Temos de fazer essa transição, ter postura, mudar a maneira como a gente se apresenta para que as pessoas possam nos identificar não apenas visualmente, mas como a forma de atender, o resultado que a gente dá. Precisamos conquistar o coração das pessoas. E quando isso acontecer seremos procurados nas farmácias”.
Em Sorocaba, uma das dúvidas levantadas durante a mesa de debates foi do dr. Edson Yoshida, professor universitário, que questionou sobre a necessidade de algum curso de especialização para estar apto à prescrição farmacêutica. A vice-presidente do CRF-SP, dra. Raquel Rizzi, explicou que a resolução 586/14 do Conselho Federal de Farmácia é clara ao dizer que a prescrição de medicamentos isentos de prescrição é autorizada a todos os farmacêuticos. Não preciso ter pós-graduação, mas é importante que o farmacêutico esteja em constante atualização.
Destacou ainda que alguns medicamentos como de uso contínuo, que exigem prescrição médica, mas dentro de unidades de saúde ou hospitais e diante de um protocolo definido e dos critérios da resolução, podem ser prescritos pelo farmacêutico, como pílula do dia seguinte, mas é preciso ter um protocolo dentro da unidade. Precisa ter uma serie de critérios determinados pela resolução.
Presente no debate, o farmacêutico especialista em diabetes, dr. José Vanilton de Almeida, complementou ressaltando que no XVIII Congresso Farmacêutico de São Paulo, que acontece de 10 a 13 de outubro, na capital, haverá uma mesa-redonda sobre prescrição de medicamentos para doenças crônicas. “Não se pode dar diagnóstico, mas a discussão é para a possibilidade de o farmacêutico prescrever para doenças já diagnosticadas, por meio de protocolos com médicos”.
Já em Bauru, o conselheiro dr. Antônio Geraldo, falou sobre a necessidade do farmacêutico conhecer mais sobre gestão, formas de montar um negócio, já que a faculdade não o forma para esse fim. Destacou a recente parceria do CRF-SP com o Sebrae-SP ao lançar a cartilha “Como gerenciar abrir sua farmácia. “Precisamos fazer a diferença seja onde e como for. Um dia a remuneração e o reconhecimento virão”.
30 anos de Seccional em Marília
O Encontro em Marília foi marcado pela comemoração dos 30 anos da Seccional do CRF-SP na cidade. A ex-diretora regional dra. Mafalda Biagini ressaltou o quanto a categoria cresceu na região, junto com o apoio da Afarma, Associação dos Farmacêuticos de Marília.
Uma das questões levantadas por um dos farmacêuticos disse respeito à pouca representatividade da categoria no congresso e outras instâncias. Dr. Pedro Menegasso destacou que a profissão é muito fraca politicamente, e que outras profissões estão bem representadas, mas a Farmácia não. “A força econômica do comércio é muito grande, o que acaba contrapondo o foco em saúde”.
Dr. Antônio Geraldo fez questão de enfatizar sobre a prescrição farmacêutica. “Conquistamos esse direito, mas vemos poucos prescrevendo, se eu tivesse que fazer uma especialização hoje eu faria farmácia clínica, é uma tendência”. Dr. Adriano Falvo, conselheiro, falou que não adianta fazer curso de prescrição se o farmacêutico não mudar por dentro.
O XV Encontro Paulista de Farmacêuticos continua a percorrer o estado. O próximo debate será em Avaré em 22/09. Confira a programação completa
Thais Noronha
Assessoria de Comunicação CRF-SP
CLIQUE AQUI PARA CONSULTAR OUTRAS NOTÍCIAS