Profissionais debatem sobre os desafios da Farmácia durante o XV Encontro Paulista de Farmacêuticos
São Paulo, 4 de setembro de 2015.
O XV Encontro Paulista de Farmacêuticos chegou a Caraguatatuba em 2/9, e os farmacêuticos da região participaram de um bate-papo com a diretoria.
A apresentação “Superando desafios e dificuldades – O farmacêutico como promotor da saúde”, foi ministrada pelo presidente do CRF-SP, dr. Pedro Menegasso, que abordou a história da Farmácia, o problema cultural da população no consumo de medicamento, as transformações que os profissionais passaram ao longo dos anos e a importância da Lei 13.021/14, que transformou definitivamente a Farmácia em um estabelecimento de saúde.
“O objetivo desse encontro é construir, com base no que é visto em todo o Estado, o futuro da profissão. Hoje atravessamos um momento de transição, no qual o farmacêutico está resgatando seu papel como profissional da saúde”, afirmou.
Dúvidas e sugestões
Assim como tem ocorrido em todos os eventos do ciclo, os participantes de Caraguatatuba debateram diversos assuntos com a mesa, como a valorização profissional, a qualidade dos cursos de Farmácia no Estado, a importância da assistência farmacêutica no SUS, entre outros.
A dra. Ana Paula de Moura questionou sobre a possibilidade de existir um exame de proficiência para barrar os más profissionais de atuarem na área.
Dr. Pedro explicou que isso não é possível, pois não há lei que ampare essa ação. Os Conselhos não podem criar impeditivos sem amparo legal para a inscrição profissional. Uma vez que o profissional conclui um curso de graduação em Farmácia em uma instituição de ensino superior que tenha o curso aprovado pelo MEC, é obrigação da entidade inscrevê-lo. “A questão é muito maior e a lógica, ao meu ver, não é essa. Precisamos batalhar para que os cursos tenham mais qualidade e forme profissionais adequados e não impedi-los, após formados, de atuar em suas áreas”, concluiu.
Já a dra. Ana Paula Rodrigues abordou a dificuldade de prestar a assistência farmacêutica com a pressão do proprietário ou gerente de que se atenda rapidamente o paciente.
Santos e Registro
Nos dias 3 e 4 de setembro foi a vez dos farmacêuticos e estudantes de Farmácia de Santos e Registro participarem do debate que está percorrendo todo o Estado. Em pauta, os desafios da profissão farmacêutica, como o CRF-SP pode ajudar a superá-los, questões recentes como prescrição, atribuições clínicas e lei 13.021/14 e muito mais.
Em Santos, dr. Pedro Menegasso, presidente do CRF-SP, destacou os marcos regulatórios importantes para a categoria como RDC 44/09 da Anvisa, Res CFF 585 e 586/13 e a Lei 13.021/14, considerada a conquista mais importante dos últimos 40 anos. “A lei muda o paradigma da farmácia de comércio para estabelecimento de saúde, de logística que entregava medicamento para um atendimento personalizado”, destacou.
Entre os cerca de 100 participantes, o estudante de Farmácia da Unisantos, Hilton, destacou que nos anos 60 a proximidade era maior entre farmacêutico e paciente, hoje há o aumento do consumo de medicamentos e as pessoas entram na farmácia e saem com um carregamento de medicamentos. Questionou a posição do CRF-SP em relação ao comercio de medicamentos em supermercados e drogarias. Hilton foi orientado a denunciar ao CRF-SP e à vigilância sanitária, responsável pela fiscalização desses estabelecimentos.
Já em Registro, a plateia foi formada apenas por farmacêuticos que atuam na cidade e região. Ao apresentar a palestra, dr. Pedro Menegasso, ressaltou a autonomia técnica do farmacêutico garantida pela lei 13.021/4. “Hoje, tecnicamente quem manda na farmácia é o farmacêutico, essa lei está em vigor, mas infelizmente muitos profissionais a desconhecem e não sabem que possuem essa prerrogativa. O proprietário não pode desconsiderar o recomendado pelo farmacêutico”.
Dra. Deise Aquino, que trabalha com manipulação há 29 anos, perguntou sobre a prescrição de medicamentos manipulados. Dr. Pedro esclareceu que o CRF-SP está lutando contra a normativa que exige prescrição médica para todo medicamento manipulado, o que limita a manipulação. Hoje, o farmacêutico tem o direito de manipular cosméticos, já que relação à homeopatia é recomendado manipular o produto que está na farmacopeia”.
O XV Encontro Paulista de Farmacêuticos continua em todo o Estado. Confira a programação completa: http://ow.ly/RcRYp
Mônica Neri e Thais Noronha
Assessoria de Comunicação CRF-SP