Seminário Cuidado ao Paciente: Autonomia, Direito, Responsabilidade e Ética lota auditório na capital 

 

Clóvis de Barros FilhoClóvis de Barros FilhoSão Paulo, 30 de maio de 2015

“É provável que, na história do pensamento, nunca se tenha usado tanto a palavra ética quanto neste momento. De 30 anos para cá, acontece com a palavra ética um fenômeno curioso, ela transbordou da universidade para ocupar todos os espaços. É hoje a palavra mais empregada no espaço público contemporâneo.” Com essa afirmação, o filósofo Clóvis de Barros Filho, doutor em Direito pela Sorbonne, de Paris, e em Comunicação, pela Universidade de São Paulo (USP), onde é professor livre-docente, abriu a programação do Seminário de Ética – Cuidado ao paciente: autonomia, direito, responsabilidade e ética, neste sábado, dia 30, na capital, para uma plateia de mais de 200 farmacêuticos.

Advogado, jornalista e professor universitário, o Prof. Dr. Clóvis de Barros Filho foi considerado pela revista Exame um dos melhores palestrantes do Brasil e referência sobre o tema ética nas Américas. O objetivo da sua palestra, que abordou Ética e Autonomia Profissional, foi o de levar aos farmacêuticos um conhecimento aprofundado sobre o tema e incentivá-los a refletir sobre como esse conceito deve ser aplicado em suas relações de trabalho.
Prof. Dr. Clovis descreveu o profissional de Farmácia como alguém inserido em um negócio que tem dono disposto a vender, ao mesmo tempo em que há alguém disposto a comprar. “De um lado, o homem do capital, que visa o lucro; de outro, alguém ávido pelo medicamento que irá aliviar sua dor. Ambos trazem valores complexos: o lucro da farmácia e a necessidade do alívio da dor. Já o farmacêutico entra nesse contexto com outro valor, cujos critérios devem priorizar, sempre, o alívio da dor do paciente, soberanos ao lucro.”Ivan Valente, dr. Pedro Menegasso e dr. Marcus ElidiusIvan Valente, dr. Pedro Menegasso e dr. Marcus Elidius

Também na parte da manhã, a programação teve sequência com um painel que debateu as principais mudanças na questão ética após aprovação da Lei 13.021/14, com participações do presidente do CRF-SP, dr. Pedro Menegasso, o assessor jurídico do CRF-SP, dr. Marcus Elidius, e o deputado federal Ivan Valente (PSOL). O painel foi mediado pelo dr. Paulo Lorandi, presidente das Comissões de Ética do CRF-SP, pela dra. Priscila Dejuste, secretária-geral do CRF-SP, e pela conselheira federal (suplente) por São Paulo, dra. Margarete Akemi Kishi.

 

A secretária-geral do CRF-SP, dra. Priscila Dejuste; os mediadores dra. Raquel Rizzi (vice-presidente), dr. Paulo Lorandi (presidente das Comissões de Ética) e dra. Margarete Akemi Kishi (conselheira federal suplente por SP)A secretária-geral do CRF-SP, dra. Priscila Dejuste; os mediadores dra. Raquel Rizzi (vice-presidente), dr. Paulo Lorandi (presidente das Comissões de Ética) e dra. Margarete Akemi Kishi (conselheira federal suplente por SP)


"Mais do que nunca, precisamos agir com foco em quem vai receber nosso trabalho, pois, com a mudança de paradigma trazida com a Lei 13.021/14, nossa profissão ganhou sentido no aspecto em que a farmácia deixa de ser um simples comércio e passa a ser um estabelecimento de saúde", afirmou o dr. Pedro Menegasso.

Para dr. Marcus Elidius, quando o farmacêutico conhece melhor suas obrigações, automaticamente, ele se aproxima de seus direitos. “A Lei 13.021/14 trouxe direitos aos cidadãos da assistência farmacêutica e ao profissional, que pode realizar seu trabalho com autonomia. No entanto, trouxe também responsabilidades, que devem ser realizadas com ética."
Já o deputado Ivan Valente afirmou ser necessário reverter a lógica da sociedade, em que o poder econômico é quem conduz tudo. “Vivemos em uma sociedade onde falta ética e responsabilidade. Mas isso não muda de uma hora para outra. Mudará apenas quando cada cidadão fizer a sua parte e assumir o protagonismo da sua própria história."

Dr. José Marques FilhoDr. José Marques FilhoÀ tarde, as atividades do Seminário de Ética foram retomadas com a apresentação do médico dr. José Marques Filho, da Sociedade Brasileira de Bioética, que falou sobre bioética no cuidado ao paciente. Ele defende que autonomia profissional é fundamental, mas que ela termina assim que começa a autonomia de quem se cuida e propõe algumas questões para fazer quando se tomar uma decisão. "Estamos tomando uma decisão legal? Estaríamos preparados para defender publicamente essa decisão? Tomaríamos a mesma decisão daqui umas horas ou dias? Se a resposta for sim, a conduta está, provavelmente, sendo prudente."

Dr. Ivan Teixeira, dr. Marcos Machado, dr. Carlos Henrique Cunha e dr. Rafael dos SantosDr. Ivan Teixeira, dr. Marcos Machado, dr. Carlos Henrique Cunha e dr. Rafael dos SantosPara finalizar, os cuidados ao paciente e as implicações éticas foram debatidos sob o ponto de vista das especialidades de Análises Clínicas, Farmácia, Farmácia Hospitalar e Saúde Pública, em um painel que contou com a participação do dr. Marcos Machado, diretor-tesoureiro do CRF-SP; do dr. Ivan da Gama Teixeira, representante da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag); dr. Carlos Henrique da Cunha, representante da farmácia hospitalar, e Rafael Cairê dos Santos, atuante na saúde pública.

 

Monica Neri e Renata Gonçalez

Assessoria de Comunicação CRF-SP

 

CLIQUE AQUI PARA CONSULTAR OUTRAS NOTÍCIAS 

 

 

Conteúdo acessível em libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro ou Hozana. Conteúdo acessível em libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro ou Hozana.