Conselho alerta para riscos de mistura de álcool e medicamentos e para a venda do 'kit ressaca' no Carnaval
São Paulo, 13 de fevereiro de 2015.
Hemorragia gastrointestinal, irritação da mucosa do estômago e náuseas são apenas alguns dos sintomas a que a população está exposta caso utilize medicamentos sem orientação adequada. Tendo em vista a tendência ao consumo excessivo de álcool no Carnaval, o Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo, CRF-SP, alerta sobre a necessidade de buscar orientação farmacêutica antes de consumir qualquer medicamento, mesmo os que estão disponíveis nas gôndolas e não exigem receita.
As dores de cabeça, os enjoos e tonturas da “ressaca” podem levar à busca de um alívio rápido sem se importar com os perigos a que estão expostos. A mistura de analgésicos com álcool, por exemplo, pode resultar em sangramentos no estômago e perda da coordenação motora. Já uma superdosagem de paracetamol eleva o risco de danos no fígado.
O CRF-SP alerta ainda sobre a prática ilegal de algumas farmácias que colocam à venda os chamados “kits ressaca”, normalmente um saquinho contendo vários medicamentos. Essa prática é proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária e deve ser denunciada. O telefone para denúncias do CRF-SP é 0800 7702273.
Confusão e problemas
Algumas pessoas podem ter sintomas como dor, febre e tosse, achar que isso se deve a algum abuso cometido no carnaval e partir para a automedicação, mas esses sintomas são mecanismos naturais de defesa do organismo e podem sinalizar problemas graves, que só o médico pode avaliar com precisão.
O uso de medicamentos sem orientação pode levar a complicações sérias, já que por trás de uma dor de cabeça pode, por exemplo, haver uma meningite, uma infecção bacteriana ou viral. A febre pode indicar problemas graves de infecção e uma tosse persistente pode ser uma pneumonia. Podem ocorrer outros casos como a pessoa achar que uma dor na parte posterior dos olhos é um sintoma de ressaca, no entanto pode ser dengue e, ao tomar um ácido acetilsalicílico (aspirina®, AAS® etc.), isso pode gerar um sangramento grave e até a morte.
Pílula do dia seguinte
No Carnaval, também há tendência de aumento no consumo de pílula do dia seguinte sem orientação. Criado para ser utilizado, em casos de emergência, para evitar a gravidez indesejada, esse medicamento tem sido utilizado como um contraceptivo comum. A eficácia desta pílula diminui com o tempo e, ingerida após cinco dias da relação sexual, não faz mais efeito. Além disso, o uso repetitivo aumenta o risco de falha, não substitui outros métodos contraceptivos como a camisinha e o anticoncepcional e não protege de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs/Aids).
Interação perigosa
• Analgésicos + álcool = irritação da mucosa do estômago, hemorragia gastrointestinal, tonturas e perda da coordenação motora.
•Antiácido + Contraceptivo oral (anticoncepcional) = redução do efeito do contraceptivo pela diminuição da absorção
Riscos da superdosagem
Paracetamol (analgésico e antitérmico) - Pode causar lesões no fígado. Se utilizado com anti-inflamatórios pode aumentar as chances de intoxicação.
Dipirona Sódica (analgésico e antitérmico) - Pode causar alergias e alterações sanguíneas que podem levar à hospitalização e até à morte.
Ácido acetilsalicílico (AAS® – analgésico e anti-inflamatório) - Náuseas, vômitos, diarreia, dor de estômago, gastrite, hemorragia gástrica e urticárias. O uso prolongado e em dose excessiva pode predispor a danos renais. Pode induzir crises em pacientes com asma e alergias
Assessoria de Comunicação CRF-SP
CLIQUE AQUI PARA CONSULTAR OUTRAS NOTÍCIAS