Extrato de orégano pode ajudar a controlar a diabetes tipo 2

São Paulo, 06 de janeiro de 2015.

Pesquisadores do interior de São Paulo descobriram que substâncias presentes no orégano podem ajudar a controlar a diabetes tipo 2. Diferente da diabetes tipo 1, em que os pacientes afetados não produzem insulina e precisam fazer a aplicação diária do hormônio, a diabetes tipo 2 é causada por uma disfunção na absorção de glicose. “A pessoa até produz insulina, mas o hormônio não age de forma eficiente na regulação dos níveis de glicose no sangue”, afirma o pesquisador Wilson Cunha. Ele é quem coordena o estudo com a especiaria junto a um grupo do Laboratório de Pós-Graduação em Ciências da Universidade de Franca (Unifran).

Para fazer a extração das moléculas do orégano a equipe usa uma metodologia específica, da qual foi solicitada patente em 2010. “Esse extrato, então, é rico em algumas das substâncias presentes no orégano. Por isso, a simples ingestão da planta não é suficiente para fazer baixar os níveis de glicemia dos pacientes.” O pesquisador explica que tudo depende da concentração dos compostos com potencial para o tratamento, que no produto seco ou in natura é muito menor. Segundo Cunha, são várias as substâncias que compõem o extrato, mas pode-se dizer que o carro-chefe da solução é o ácido rosmarínico, encontrado em grande quantidade no orégano.

Hoje, para manter a diabetes tipo 2 sob controle, além de exercícios físicos e dietas balanceadas, os pacientes têm à disposição medicamentos que agem segundo diferentes mecanismos. Cunha cita alguns exemplos: “existem aqueles que estimulam a secreção de insulina, outros que diminuem a resistência à sua ação e os que reduzem a velocidade de digestão de carboidratos.” Em relação ao orégano, ele diz que estudos sobre o mecanismo de atuação ainda não foram concluídos.

De acordo com Cunha, até agora sabe-se que o extrato age na diminuição da glicemia e é eficiente na manutenção de níveis equilibrados de glicose no sangue. “Muitos pacientes relatam que com os medicamentos disponíveis no mercado a glicemia abaixa muito, não fica em um nível basal, e isso causa reações adversas como tontura e indisposição. Com o extrato de orégano não houve uma queda drástica da glicemia das cobaias”, completa.

Todos os estudos foram embasados na observação e análise de experimentos feitos com ratos de laboratório. “Fizemos testes com três grupos de ratos diabéticos. Um dos grupos a gente tratou com o extrato de orégano; outro com um medicamento disponível no mercado, à base de clorpropramida [que estimula a secreção de insulina], e um terceiro com placebo.” O acompanhamento foi feito durante 40 dias e contou com medições diárias da glicemia de todos os ratos participantes.

O próximo passo da pesquisa é determinar de que forma as substâncias presentes no orégano agem na diminuição do teor de glicose no sangue. “Por enquanto, suspeitamos que o ácido rosmarínico e outras substâncias presentes no extrato atuem junto às células beta do pâncreas. Essas células são responsáveis por sintetizar e secretar insulina e a ação do extrato parece regularizar a função delas quanto à produção do hormônio.” Para chegar a uma conclusão definitiva, no entanto, o pesquisador diz que é preciso continuar investigando o processo. “Temos essa suspeita porque depois dos 40 dias de tratamento com o extrato os ratos voltaram a produzir insulina normalmente. Isso nos faz acreditar que pessoas que descobrem a doença em uma fase inicial poderiam ter a possibilidade de reverter o quadro, mas para afirmar isso categoricamente precisamos seguir com os estudos.”


Assessoria de Comunicação CRF-SP
(Com informações de Revista Globo Rural Online)


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