Medicamentos para colesterol podem afetar a saúde bucal


São Paulo, 26 de maio de 2014

Dois estudos recentes analisaram como as estatinas – uma classe de medicamentos prescritos tomada por milhões de pacientes ao redor do mundo para diminuir ou controlar os níveis de colesterol – podem afetar a saúde bucal dos pacientes.

Pesquisadores da Universidade de Odontologia da Carolina do Norte (EUA) relacionaram potencialmente as estatinas ao aumento de calcificações da câmara pulpar, uma condição que torna mais difícil o tratamento do canal da raiz. O estudo foi publicado na edição de setembro do Journal of Endodontics.

O estudo avaliou os efeitos em pacientes que usaram estatinas em comparação aos pacientes que não as usaram. Dos registros revisados de 90 pacientes, todos tinham pelo menos 60 anos e metade recebia estatinas. A outra metade não estava tomando medicamentos.

“Os resultados revelaram que os pacientes que usaram estatinas apresentaram uma redução significativa no teto da câmera pulpar, o que significa calcificação aumentada na câmara pulpar quando comparados ao grupo controle”, disse a dra. Mary Pettiette, professora substituta do Departamento de Endodontia. “Com base nesses dados limitados, as estatinas sistêmicas poderiam ser um fator contribuidor para calcificação da câmara pulpar”. Cientistas do Massachusetts General Hospital e da Faculdade de Medicina de Harvard relataram que os pacientes usaram doses elevadas de estatina.

Neste estudo, publicado no Journal of the American College of Cardiology, os pacientes com doença cardíaca ou com alto risco de doença cardíaca foram designados para receber 80 mg de estatina ou 10 mg de estatina diariamente por 12 semanas. Os 59 pacientes estudados na análise final apresentaram uma redução significativa na inflamação de gengiva após cerca de 4 semanas de tratamento com estatina em dose alta e a melhora na inflamação gengival apresenta estreita relação com a melhora na doença aterosclerótica.

“A doença periodontal é caracterizada por uma inflamação gengival crônica e afeta aproximadamente 50 por cento da população adulta dos EUA”, diz Ahmed Tawkol, M.D., codiretor do Programa de Estudos por Imagem Cardíaca no Massachusetts General Hospital e Faculdade de Medicina de Harvard e coautor do estudo. “A periodontite e a aterosclerose são impulsionadas pela inflamação. Essas condições inflamatórias tendem a existir concomitantemente nos indivíduos e suas biologias podem estar entrelaçadas.”

Os pesquisadores concluíram que a pesquisa fornece mais evidências de uma ligação entre a doença periodontal e a aterosclerose e demonstra que os tratamentos que visam reduzir a inflamação em uma dessas condições podem produzir melhoras às outras. Os autores também levantam a possibilidade de que a melhora na higiene oral para reduzir a inflamação da gengiva pode levar à redução das inflamações nas artérias.

 

Assessoria de Comunicação CRF-SP (fonte: Associação Dental Americana)

 

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